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11 Ambiência e nutrição 2017

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Prof. Rony Antonio Ferreira
DZO - UFLA
Ambiência e nutrição
Calor e metabolismo pós absortivo
O calor altera o metabolismo e a hierarquia da utilização de nutrientes.
Para manutenção da vida e adaptação ao estresse térmico, várias alterações fisiológicas e metabólicas são orquestradas no período pós absortivo.
Reflita:
A síntese do produto (produção de leite, síntese muscular, produção de ovos) não é limitado pela capacidade de ingestão de energética (manutenção do balanço energético), mas sim pela capacidade de dissipação de calor (Speakman e Krol 2010).
Reflita:
A síntese do produto (produção de leite, síntese muscular, produção de ovos) não é limitado pela capacidade de ingestão de energética (manutenção do balanço energético), mas sim pela capacidade de dissipação de calor (Speakman e Krol 2010).
Estresse térmico e metabolismo pós absortivo
Altera o metabolismo e a hierarquia da utilização de nutrientes.
Para manutenção da vida e adaptação ao estresse térmico, várias alterações fisiológicas e metabólicas são orquestradas no período pós absortivo.
Alterações intestinais
Vasodilatação periférica no calor:
resulta em fluxo sanguíneo intestinal diminuído (Lambert, 2009).
leva à hipóxia do epitélio intestinal, que pode alterar a morfologia intestinal
Alterações intestinais
Vasodilatação periférica no calor:
Aumenta a probabilidade de translocação bacteriana.
comprometimento da capacidade das junções de oclusão manterem uma barreira efetiva.
Alterações intestinais
Endotoxemia / septicemia / inflamações.
Alterações na morfologia das vilosidades pode diminuir a digestibilidade de nutrientes.
A própria restrição pode aumentar a permeabilidade intestinal
Evolução da nutrição
→ Antes: rações baseadas em parâmetros de países temperados.
→ Hoje: tabelas de composição e exigências nutricionais no Brasil.
 Fatores de conversão de alimento em produto animal têm grande efeito na economia da produção.
		
 Estudo do ambiente sobre o comportamento animal (consumo de alimentos).
 O ambiente pode influenciar o metabolismo dos nutrientes:
  CR  digestibilidade.
 EU menos afetada pelo ambiente, mais pela utilização Ptn.
 
 Eficiência de utilização de alimento:
	Condições ambientais ótimas
	Condições ambientais inadequadas
	Resumidamente:
 
EM = ED - Egc - EU
								  
 
		Ruminantes corresponde a ≈ 82% da ED
EM da dieta
		Não ruminantes corresponde a ≈ 94%da ED
 
Partição da energia dietética
Calor produzido pela fermentação no trato digestório, no processamento e utilização dos nutrientes.
 
 
 O IC permite economia de ELmantença (EL produção).
 Ruminantes têm maior IC que os não ruminantes.
 Não ruminantes: mais eficientes na conversão de alimentos com baixa fibra.
Incremento calórico
Tabela 1: Incremento calórico de alguns alimentos 
Espécie
IC (kcal / 100 kcal de EnergiaMetab.)
 
Gordura
CHOs
PTn
Ração
Suíno
9
17
26
10 a 40
Bovino
35
37
52
35 a 70
Carneiro
32
32
54
35 a 70
Adaptado de CURTIS (1983).
 Espécie
Qualidade da dieta
Consumo
Desempenho produtivo
O que afeta o IC?
EL mantença
EL produção
Sobrevivência
Crescimento
Estresse
Atividade física
Ingestão de água causa  produção de calor
 
 Calor: água fria auxilia o animal alcançar seu balanço calórico
 
 Animais menores possuem maior TCI 
ENERGIA INGERIDA
ENERGIA DIGESTÍVEL aparente
ENERGIA DAS FEZES
ENERGIA METABOLIZÁVEL aparente
Energia da urina
Energia dos gases
ENERGIA METABOLIZÁVEL verdadeira
E. V.
Endógena
E.V. 
Alimt°
E. Fecal
Alimt°
ENERGIA LÍQUIDA
 Calor: 	fermentação
	digestão
	absorção
	form. produto
	form. excr. fezes
E. LÍQUIDA MANTENÇA
E. LÍQUIDA PRODUÇÃO
Metabolismo Basal
Calor de Atividade
Calor de Regulação Térmica
Energia Metabólica Fecal
Energia Metabólica Urinária
Crescimento
Acréscimo de Gordura
Armazenamento CHO’s
Ovos
Sêmen
Incremento calórico
E. Metab.
Fecal
Partição biológica da ENERGIA
ENERGIA INGERIDA
4000 kcal
ENERGIA DIGESTÍVEL 
3800 kcal
FEZES:
200 kcal
Urina: 200 kcal
Gases: 200 kcal
ENERGIA METABOLIZÁVEL 3400 kcal
ENERGIA LÍQUIDA 3350 kcal
E. LÍQUIDA MANTENÇA
E. LÍQUIDA PRODUÇÃO
Conf
1675 kcal
Incremento calórico
50 kcal
Partição biológica da ENERGIA em
função do ambiente TÉRMICO
Calor
1800 kcal
Frio
1800 kcal
Conf
1675 kcal
Calor
1550 kcal
Frio
1550 kcal
Frio
1750 kcal
Frio
1600 kcal
Frio
1800 kcal
  A eficiência é afetada no frio e no calor
FRIO: a EM é utilizada na mantença
CALOR:  CR provoca  EM destinada à produção 
TAE e eficiência na utilização dos alimentos
→ Climas diferentes: ≠ desempenho dos animais e ≠ alimentos. 
 
→ Melhoramento genético: animais adaptados a climas quentes ou frios, mas não adaptados às grandes flutuações.
Evolução da nutrição
Necessário ajuste nutricional de acordo com:
→ Peso corporal 						
→ Idade 					
→ Nível de alimentação 					 
→ Instalações 
→ Adaptação dos animais
 
Determinam quanto da energia da ração será para demanda térmica e o restante para ganho de peso e produção.
Máximo desempenho: manejo nutricional adequado
Estresse térmico: alteração no consumo de ração
Temperatura Ambiente
20°C
24°C
28°C
Consumode ração (kg/dia)
2,40
2,24
1,99
Redução no consumo (%)
-
6,7
17,1
Tabela 1. Efeito da temperatura sobre o consumo de ração em suínos
Adaptado de Dourmand e Noblet (1998)
Temperatura ambiente
17°C
22°C
28°C
Consumo de ração (g/dia/ave)
2.711
2.545
2.272
Reduçãono consumo (%)
-
6,1
16,2
Tabela 2. Efeito da temperatura sobre o consumo de ração de frangos de corte
Adaptado de Bertechini (1991)
Temperatura ambiente
18°C
30°C
Consumo de concentrado (kg/dia)
9,7
9,2
Redução no consumo (%)
-
5,1
Tabela 3. Efeito da temperatura sobre o consumo de ração de bovinos leiteiros
Adaptado de MacDowell (1975)
Outros efeitos nutricionais com o aumento da temperatura:
→ Redução da eficiência de utilização da energia metabolizável;
→ Aumento no consumo de água.
 
No frio ocorre maior consumo de ração (exceção dos jovens).
Suínos
Fêmeas em lactação reduzem o consumo ocasionando menor suprimento de nutrientes para sua demanda nutricional.
Temperatura ambiente
20°C
30°C
Consumo de ração (kg/dia)
4,9
2,8
Perda de peso na lactação (kg)
-8,3
-21,7
Ganho de peso da leitegada (kg)
2050
1618
Tabela 4. Efeito da temperatura sobre o consumo de ração de porcas em lactação
↓ ingestão de alimentos de fêmeas lactantes → mobilização das reserva corporais.
Fonte: Myada (1999)
Uma porca com dez leitões:
	→ deve produzir 10 litros de leite/dia;
	→ consome 25.600 kcal/dia;
	→ consome 1.000 g de PB e 46 g de lisina.
 
Em ambiente quente:
	→ manejo nutricional para estimular o consumo;
	→ ajustar os nutrientes da ração;
	→ atender a quantidade exigida pelo animal.
Frangos de corte
Na zona de calor intenso tem-se duas opções:
→ diminuir o desempenho para diminuir mortalidade;
 
→ melhorar o desempenho deixando mais vulnerável a mortalidade por estresse.
Se a restrição alimentar for imposta em animais com 28 dias, quando mais velhos não apresentam ganho compensatório.
Bovinos
→ A redução no consumo de volumosos depende da duração e da intensidade do estresse (pode chegar a 30 %);
 
Pastejo ideal para produzir 12 litros de leite é de dez horas por dia.
→ Acima de 26°C o tempo de pastejo diminui.
Bovinos
 
→ Horário de fornecimento da ração:
Maior consumo (início da manhã e no fim da tarde).
Horários mais quentes:  o consumo para  a produção de calor.
Ajustes da nutrição e alimentação em climas adversos
1) Forma de apresentação da ração
2) Ajuste da proteína e da energia da ração
3) Ajuste do Incremento Calórico (IC) da ração
4) Balanço eletrolítico das rações (BER)
32
1) Forma de apresentação da ração:
 
→ Peletizada: Maior ingestão em menor volume.
 
→ Úmida ou líquida: Fácil ingestão e facilita a dissipação de calor.
 
→ Farelada: Mais econômica (pulverulência).
 
Rações de verão ou de inverno: rentabilidade econômica.
 
Objetivo: manter o mesmo valor de ingestão de nutrientes/dia.
 
Ex: Ração de verão
 Suíno em terminação com 60 kg p.v. 
2) Ajuste da proteína e da energia da ração:
CRD (g/dia)
gPB/dia
% PB fórmula
Conforto
1.800
297
16,5
Calor
1.600
297
?
Frio
1.900
297
?
Ajustes da alimentação e das rações em climas adversos
CRD (g/dia)
gPB/dia
% PB fórmula
Conforto
1.800
297
16,5
Calor
1.600
297
18,5
Frio
1.900
297
15,6
Ajustes da alimentação e das rações em climas adversos
 O IC aumenta de acordo com:
	→ o teor de PB na fórmula.
	→ o teor de Fibra na fórmula.
 
O IC diminui com:
	→ Redução da PB e uso de AA’s industriais.
	→ Menor Fibra.
	→ Uso de óleos ou gorduras.
 
3) Ajuste do Incremento Calórico da ração:
Adensar todos os nutrientes e a Energia a fórmula
Níveis de energia metabolizável (kcal EM/kg)
2.850
3.000
3.150
23°C
34°C
23°C
34°C
23°C
34°C
CRD(g/ave)
850
786
848
797
842
793
Consumo de energia (kcal/g)
2,42
2,24
2,54
2,40
2,65
2,50
Consumo de PB (g/dia/ave)
189
183
188
185
187
184
Ajustes da alimentação e das rações em climas adversos
Tabela: Efeito do ajuste da energia da ração em frangos de corte
Adaptado de Zanusso et al. (1998).
Acréscimo de óleos e gorduras:
	→ até 6% para suínos
	→ até 4% para bovinos
Ajustes da alimentação e das rações em climas adversos
 
→ O equilíbrio ácido-base regula o apetite dos animais.
 
→ Bovinos têm esse equilíbrio comprometido em temp. elevadas, pois através da sudorese excretam grande quantidade de cloreto, potássio e sódio.
 
→ Uso de bicarbonato de sódio e cloreto de potássio ajudam no equilíbrio eletrolítico e aumentam o consumo de água.
4) Balanço eletrolítico das rações (BER)
Thermal stress alters post absorptive metabolism during Pre-and postnatal development
J. S. Johnson , M. Abuajamieh , M. V. Sanz Fernandez , J. T. Seibert , S. K. Stoakes , J. Nteeba , A. F. Keating , J. W. Ross , R. P. Rhoads , and L. Baumgard 
Vanessa Avelar Silva
Doutoranda em Zootecnia - Produção e Nutrição de Não Ruminantes
Lavras-2017
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
PZO538-BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL
Metabolismo de Carboidratos
Estresse por calor
Aumento da produção de glicose hepática (gliconeogênese e gliconeogênese) - devido ao aumento do lactato plasmático (oriundo do lactato muscular)
Paradoxo: Apesar da baixa ingestão de nutrientes, os animais tendem a apresentar hiperinsulinemia e aumento da síntese de proteínas de choque térmico
Causas para hiperinsulinemia:
Hiperprolactinemia-proliferação de células β pancreáticas
Desequilíbrio ácido-base: da FR causa alcalose metabólica e os rins começam a reter H+ provocando uma acidose metabólica, prejudicando a sensibilidade dos tecidos à insulina
 Endotoxina circulante 
Metabolismo de Proteínas
Estresse por calor
Durante períodos de ingestão inadequada de nutrientes (estresse por calor ou doença) os aa musculares são mobilizados para fornecer substratos para suportar o metabolismo energético e para síntese de proteínas de fase aguda, limitando o acúmulo de tecido magro. 
O catabolismo é aumentado, não está claro se este é o resultado de um aumento nas taxas de catabolismo protéico ou resultado direto de dano muscular induzido pelo calor
Aumento da concentração plasmática de N ureico, 3 metil-histidina e creatina – indicando catabolismo muscular e diminuição na síntese proteica.
Metabolismo de Lipídeos
Estresse por calor
Deposição de gordura abdominal em aves e suínos (Yunianto et al. 1997 )
Alterações na composição lipídica da carcaça e dos metabólitos do soro em roedores indicam que HS reduz as taxas lipolíticas in vivo e atividade enzimática lipolítica in vitro (Torlinska et al. 1987). 
Paradoxo: Considerando que HS causa uma aumento de hormônios catabólicos (adrenalina, cortisol, glucagon) há uma redução na lipólise.
Alterações no metabolismo lipídico durante HS pode resultar do aumento da concentração de insulina e/ ou sensibilidade à insulina, uma vez que a insulina é potente hormônio antilipolítico e lipogênico (Vernon, 1992). 
Maior sensibilidade à insulina em resistência ao calor em 
Roedores (DeSouza e Meier, 1993),
Suínos (Hall et al., 1980), 
Bezerros (O'Brien et al. 2010) 
Vacas em lactação (Wheelock et al. 2010).
Os animais têm uma capacidade limitada de mobilizar tecido adiposo e um aumento na capacidade de lipogênese, resultando em maior acréscimo adiposo.

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