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Rio Branco - Acre Novembro de 2017 Universidade Federal do Acre – UFAC Centro de Ciências Biológicas e da Natureza – CCBN Bacharelado em Medicina Veterinária Disciplina de Patologia Geral GLICOGENOSE Ana Luiza Fernandes Natã Vieira Inácio Rangel Leandro de Ávila Rayane da Silva Santos Introdução • Glicogenose “Afecções decorrentes de erro metabólico hereditário que resulta em anormalidade da concentração e/ou da estrutura do glicogênio em qualquer tecido do organismo.” O metabolismo é uma atividade é uma atividade celular altamente coordenada na qual muitos sistemas multienzimáticos atuam de forma cooperativa para: • Obter energia; • Converter moléculas; • Polimerizar precursores; • Sintetizar e degradar biomoléculas. Metabolismo e Bioenergética • A glicose ocupa uma posição central no metabolismo; • É a fonte de energia preferida do cérebro; • fonte de energia requerida para células com poucas ou nenhuma mitocôndria; • O glicogênio é um polímero de subunidades de glicose unidas por meio de ligações (α1→4) com ligações (α1→6) nas ramificações; • Quando as demandas energéticas da célula aumentam, a glicose pode ser liberada e empregada para produzir ATP de maneira aeróbia ou anaeróbia. Glicose e Glicogênio Degradado pela ação conjunta de três enzimas: • I) Glicogênio fosforilase; • II) Enzima desramificadora do glicogênio; • III) Fosfoglucomutase. Degradação do glicogênio Glicólise Fi gu ra 1 : V is ão g e ra l d a gl ic ó lis e. Fo n te : h tt p :/ /w w w .b io m e d ic in ae m ac ao .c o m .b r/ 2 0 1 2/ 0 4 /v ia -g lic o lit ic a- o u -g lic o lis e. h tm l. A ce ss o e m 0 9 d e n o ve m b ro d e 2 0 1 7. 1 - Hexocinase 2 - Fosfohexose isomerase 3 - Fosfofrutocinase-1 4 - Aldolase 5 - Triose fosfato isomerase 6 - Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase 7 - Fosfoglicerato cinase 8 - Fosfoglicerato mutase 9 - Enolase 10 - Piruvato cinase As principais causas do acumulo de glicogênio são a hiperglicemia no diabetes mellitus; e a glicogenoses – erros genéticos no metabolismo do glicogênio. Existem três formas de glicogenoses: • Formas Hepáticas; • Formas Miopáticas; • Formas específicas. Glicogenoses: Doenças de armazenamento de glicogênio • É a deficiência de glicose-6-fosfatase; • Distúrbio genético autossômico recessivo; • Incide em uma de cada 100.000 a 400.000 pessoas; • Costuma manifestar-se já nos primeiros 12 meses de vida (hipoglicemia sintomática/hepatomagalia); Tipo I: Doença de Von Gierke Tipo I: Doença de Von Gierke Fonte: http://www.uihealthcare.org/ADAM/graphics/images/es/9396. Acesso em: 10 de novembro de 2017. Fonte:http://redalyc.uaemex.mx/redalyc /html/283/28312737010/. Acesso em 10 de novembro de 2017. • Deficiência de α-glicosidades; • Enfermidade do armazenamento lisosômico; • Incidência desconhecida; • Não se associa com hipoglicemia, cetose ou outras anormalidade do metabolismo intermediário; • Manifestações clínicas incluem hipotonia fraqueza muscular esquelética, cardiomegalia maciça, e graus variáveis de hepatomegalia. Tipo II: Doença de Pompe • Também chamada deficiência da enzima desramificadora; • Distúrbio autossômico recessivo; • Considerada uma das mais comuns; • A enzima desramificadora, também chamada de amido-1,6- glicosidase, faz uma cisão hidrolítica dos laços a -1,6 (ligações glicosídicas que unem resíduos de glicose ramificando a cadeia de glicogênio) na glicogenólise; • Causa o acúmulo de um polissacarídeo do tipo dextrina limite; Tipo III: Doença de Cori Tipo III: Doença de Cori • Os pacientes costumam apresentar hipoglicemia e hepatomegalia durante o primeiro ano de vida; • Causa miopatia esquelética; • Pode ser dividida em dois tipos • IIIa • IIIb • Tem origem em uma anomalia genética; • Considerada como uma moléstia rara; • a produção da enzima amilo (1,4-1,6) trans-glicosidase, causando uma amilo-pectinose no indivíduo afetado; • É uma patologia letal, geralmente o indivíduo morre entre 3 e 4 anos. Tipo IV: Doença de Andersen • Causada pela deficiência de miofosforilase; • Os portadores dessa doença apresentam dificuldades em realizar exercícios físicos; • músculos apresentam um elevado teor de glicogênio; • O paciente com tal deficiência apresenta sintomas de dor e cãibras após os exercícios; • Eles são, sob outros aspectos, normais, não apresentando distúrbios hepáticos, musculares ou cardíacos. Tipo V: Doença de McArdle • O distúrbio provavelmente deve-se a uma mutação autossômica recessiva; • A maioria dos pacientes tem manifestações semelhantes àquelas verificadas no tipo III (forma mais branda); • O diagnóstico é suspeito a partir de uma hepatomegalia ou de uma hipoglicemia. Tipo VI: Doença de Hers • Manifesta-se com mialgias e fadiga que ocorrem depois de exercícios; • Os pacientes com deficiência de fosfofrutoquinase pioram com a ingestão de carboídratos; • É transmitida como traço autossômico recessivo; Tipo VII: Deficiência de fosfofrutoquinase • Nessa deficiência temos a principal estrutura afetada o fígado, a estrutura do glicogênio não sofre alterações. Tipo VIII: Deficiência de fosforilase quinase hepática • Neste caso, na verdade, não temos uma glicogenose e sim uma hipoglicogenose da enzima sintetase hepática. • O principal órgão afetado é o fígado e a estrutura do glicogênio não sofre alterações Tipo IX: Deficiência de sintetase hepática • Distúrbio raro; • Apresentam com mialgia, cãibras musculares e mioglobinúria depois de exercício intenso; • Nenhum outro órgão do sistema é comprometido; • Não se dispõe de tratamento específico. Tipo X: Deficiência de fosfoglicerato mutase • A desidrogenase lática (LDH) é uma enzima tetramérica afetada; • Os pacientes com deficiência de LDH-M apresentam intolerância ao esforço, dor muscular e mioglobinúria em adolescentes; • Nenhum outro sistema orgânico está envolvido; • Traço autossômico recessivo; • Não há tratamento. Tipo XI: Deficiência de desidrogenase lática As Doenças de Armazenamento de Glicogênio, ou Glicogenoses, são de fundo genético, isto é, estão relacionadas a falhas geradas durante a transcrição e tradução de proteínas ou durante a fecundação, ou ainda durante o desenvolvimento embriológico. São patologias raras, de difícil diagnóstico, geralmente letais quando não diagnosticadas já ao nascimento e que se percebidas, com uma dieta específica e exercícios nos casos de distúrbios com fisiopatologia energética muscular, podem até serem controladas. Conclusão Referências Bibliográficas • CARLOS, C. S. et al. Glicogenoses: Uma revisão geral. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 20, n. 5, p. 1598-1605, set./out. 2014. • CHEVILLE, Norman F.. Introdução à patologia veterinária. 2 ed. São Paulo: Rocca, 2004. 334 p. • FILHO, Geraldo Brasileiro. Bogliolo patologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2000. 1328 p. • JONES, Thomas Carlyle; HUNT, Ronald Ducan; KING, Norval W.. Patologia veterinária. 6 ed. Barueri, São Paulo: Luargraf, 2000. 1415 p. • KUMMAR, V. et al. Robbins patologia básica. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 1028 p. • REIS, C. V. et al. Glicogenose tipo I. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 75, n. 4, p. 227-236, jun./jan. 2013.• Glicogenoses: Doenças de Armazenamento De Glicogênio. Portal da Educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/glicogenosesdoencas-de- armazenamento/705> acesso em 06 de novembro de 2017 • TOMMASO, Adriana M. A. Glicogenoses. Disponível em <http://www.hepcentro.com.br/glicogenoses.htm> acesso em 06 de novembro de 2017. • FROISSART, Roseline. Glicogenose tipo 6A, por deficiência de fosforilase cinase. Disponível em: <http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?Lng=PT&Expert=370> acesso em 07 de novembro de 2017.
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