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1 Universidade Federal do Acre – UFAC Centro de Ciências Biológicas e da Natureza – CCBN Curso de Bacharelado em Medicina Veterinária Disciplina de Fisiologia Veterinária Professor: Herzem Júnior CICLO ESTRAL DA GATA Discentes: Milena Passos de Holanda Rio Branco – Acre Setembro de 2017 2 A gata é descrita como sendo um reprodutor poliéstrico sazonal de dias longos. Isso quer dizer que tem mais de um ciclo reprodutivo por ano (poliéstrico) e nos períodos de dias mais longos (sazonais de dias longos). Os que moram em regiões perto do equador, ou seja, que os dias permanecem praticamente com a mesma duração ao longo do ano, não apresentam sazonalidade e acabam ciclando o ano todo. Na puberdade, as gatas costumam ter o primeiro cio entre 5 e 9 meses de vida, mas alguns fatores podem interferir, como raça (pelo curto entra no cio mais cedo do que pelo longo), estação do ano (dias mais longos) e condição corporal (pelo menos 2,3 kg). Além disso, quando duas ou mais gatas moram juntas, e não são castradas, elas entrarão no cio no mesmo período. 3 Na gata a duração do cio se da entre 14 e 21 dias, a duração do cio é em media 7 dias, sendo que o momento da ovulação ocorre após a cópula . Durante o período do cio este é caracterizado pela alta secreção de estrógenos e também pelos folículos pré-ovulatórios. Sendo que no final do cio, se dá a ovulação, sendo seguida pela formação do corpo lúteo, o que resulta na secreção de progesterona, que por sua vez regride de forma bem rápida alguns dias antes do cio. Chamamos de Fase luteínica o período de atividade do corpo lúteo. O ciclo estral é controlado pela integração entre FSH, LH, estrógeno e progesterona, esses hormônios são comuns a todas as espécies, mais seus padrões de secreção e seus efeitos relativos variam entre as diferentes espécies o que provocam variações nas fases luteica e folicular do ciclo, bem como ocorrem diferenças no tempo de duração do cio. 4 Inter-relações hormonais Fase folicular Ela é caracterizada pela rápida queda dos níveis de progesterona e pico do nível sanguíneo de estradiol, este é um comportamento hormonal essencial para a manifestação do cio. Durante a fase folicular os níveis sanguíneos de LH aumentam duas vezes, já o pico de estrógeno exerce uma influencia retrógrada positiva sobre o eixo hipotálamo-hipófise resultando na onda ovulatória de LH, o que acontece em torno de 12 horas após o inicio do cio. Vale ressaltar que o aumento do LH e FSH é determinado pela liberação hipotalâmica de GnRH. A ovulação não é um processo mecânico de ruptura devido a pressão interna excessiva. Na grande maioria das espécies o folículo ovulatório se torna flácido varias horas antes da ovulação, o que resulta em uma liberação lenta do líquido folicular após a ruptura do folículo. A onda ovulatória de LH também aumenta a síntese folicular de prostaglandina, especialmente a PGE2, que vai provocar a ovulação. 5 Fase Luteínica Após a ovulação a parede do folículo se espessa gradualmente devido à hipertrofia e hiperplasia das células da granulosa. As células que proliferam rapidamente preenchem a cavidade formada e começam a secretar progesterona. A secreção de progesterona depende da contínua manutenção de hormônios luteotróficos da hipófise. A função plena do corpo lúteo parece ser dependente da prolactina além do LH. O corpo lúteo regride abruptamente de 13 a 15 dias, após a ovulação no animal não prenhe. O declínio rápido da progesterona devido à regressão do corpo lúteo é o elemento essencial par a completa sequência de eventos que levam ao próximo cio e ovulação. Existe uma teoria chamada de mecanismo de contra-corrente, pelo qual uma substância luteolítica do útero passa diretamente da veia útero-ovariana para a artéria ovariana, existem estudos que indicam que tal substância seria a PGF2a. ressaltando ainda que a 6 concentração de estrógeno e progesterona influi na liberação de LH e FSH. Sequência do mecanismo hormonal do ciclo estral O aumento na quantidade de estrógeno (células de folículo) provoca um aumento na sensibilidade de GnRH e consequentemente um aumento de liberação de LH e FSH. A progesterona diminui a sensibilidade ao GnRH e diminui a liberação LH e FSH. A regulação do corpo lúteo pela PGF2a provoca um aumento de FSH e LH e uma diminuição de progesterona. E sabido que o LH provoca um aumento de produção de estrógenos pelas células da teça e se difundem pelas células da granulosa. O FSH estimula a conversão de andrógenos em estrógenos pelas células da granulosa e provoca aumento na concentração de estrógenos. O FSH promove o aparecimento de receptores para LH na granulosa. 7 A granulosa por sua vez, vai produzir um fluido rico em estrógeno- antro, já o aumento da concentração de estrógenos vai promover a onda pré-ovulatória de liberação de LH. A granulosa vai produzir um fluido rico em estrógeno-antro. O aumento da concentração de estrógenos vai promover a onda pré-ovulatória de liberação de LH e a onda de LH promove a maturação do oócitos (meiose) – formação do primeiro corpúsculo polar. É sabido também que a onda de LH também estimula a produção intra folicular de PGA e PGE que vão promover a ruptura do folículo. Junto com esses dois acima citados, ocorre a formação de corpos multivesiculares, bolsas de teça externa, elas produzem substâncias proteolíticas que digerem a substância cimentante dos fibroblastos da teça externa e promovem a ovulação. A onda de LH provoca uma diminuição dos receptores de FSH na granulosa, o que diminui a conversão de andrógenos a estrógenos. O LH se liga nos receptores das células da granulosa e iniciam a conversão da camada granulosa da fase folicular de secreção estrogênica para fase luteínica de progesterona. Com a ovulação ocorrer a formação do corpo lúteo, que por sua vez secreta progesterona, que provoca uma diminuição de liberação de FSH e LH pela hipófise. 8 O corpo lúteo secreta progesterona, que provoca uma diminuição de liberação de FSH e LH pela hipófise. Então o corpo lúteo regride, diminui a secreção de progesterona o que provoca um aumento de liberação de FSH e LH e o ciclo se repete. 9 Ciclo estral da Gata Requer copulação para ovular – ovulação induzida Fases do ciclo O ciclo da gata é divido em 5 fases, sendo elas: 1) Proestro: geralmente essa fase não é detectada e costuma durar apenas um dia. As gatas podem esfregar a cabeça contra objetos e uma secreção mucosa pode sair da vulva. Nessa fase os machos tentam uma aproximação, mas as fêmeas ainda não permitem a monta; 2) Estro (cio): em média o cio tem uma duração de 5 dias, mas pode variar de 2 a 19 dias. Nessa fase o hormônio predominante é o estradiol (estrogênio) e as gatas mostram-se receptivas aos machos, através de sinais como: cauda elevada para um dos lados, patas da frente presas ao chão e quadril elevado. Alem disso, é 10 muito comum as gatas vocalizarem um som característico para chamar os machos. Elas costumas demonstrar mais afeto aos donos e geralmente perdem o apetite; 3) Interestro: quando não ocorre ovulação o período entre um estro e outro é chamado de interestro e costuma durar em média 7 dias (podendo variar entre 2 e 19 dias). Nenhum sinal de reprodução é visto nessa fase e os níveis do hormônio estradiolestão bem baixos; 4) Anestro: esse é a ausência de ciclo e costuma ocorrer nos meses de dias curtos, geralmente no inverno. Como dito anteriormente, nos locais perto do equador (dias longos por todo ano) essa fase pode não ocorrer; 5) Diestro: também conhecida por fase luteal essa é a fase que ocorre após a ovulação e o hormônio predominante é a progesterona. Nas gatas a ovulação ocorre quase sempre após 11 penetração pelo macho. Isso significa que as gatas possuem, na maioria das vezes, ovulação induzida. Após a ovulação ocorre a fecundação e os embriões aderem na parede do útero 4 a 5 dias após a ovulação. O período de gestação nas gatas é em média de 62 a 67 dias. Caso não ocorra a fecundação após a ovulação então ocorre uma pseudo-gravidez, mas ao contrário das cadelas, as gatas não apresentam sintomas.
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