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Desidratação e Fluidoterapia

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DESIDRATAÇÃO E FLUIDOTERAPIA EM CÃES E GATOS
Indicações: animais desidratados, repor volume (hemorragias e cirurgias), controlar desordens eletrolíticas e ácido-básicas (pode colocar potássio para repor uma hipocalemia; bicabornato se tiver certeza que o animal esta em acidose), veículo de infusão de drogas, manter a hidratação depois de cirurgias.
Relembrando Biofísica – existe o espaço intra e extra celular, 40% da água esta dentro do espaço intra celular. Eles são chamados LIC e LEC (20%). A água se movimenta do espaço extra celular e intra celular, por conta da osmose.
Osmose é a passagem de água do meio menos concentrado para o mais concentrado através de uma barreira semi-permeável (deixa passar água, mas não passa macromoléculas).
Pressão osmótica é a capacidade de atrair água. 
Dentro de um vaso a pressão osmótica é extremamente importante para manter o liquido dentro do vaso, se não ele vai para o pulmão, pro membros, causando edema pulmonar e edema de membros. 
Dentro do vaso o principal responsável por manter a pressão oncótica/osmótica é a albumina. A albumina tem carga negativa, então irá atrair quem tem carga positiva, e acaba atraindo o sódio e a água vem atrás. Ex. Animal com hipoalbuminemia (hepatopatia – fígado parou de produzir albumina; ou diarreia; ou rim que não funciona que faz ele perder albumina pela urina), a pressão osmótica do sangue vai estar baixa.
Pressão hidrostática é a pressão exercida por um líquido sobre uma superfície.
A capacidade de um vaso de reter água é intimamente relacionada com a pressão osmótica e a pressão hidrostática.
Osmolaridade é o número de particulas em um litro de solvente.
Desidratação é uma perda de líquido (água ou eletrólitos) excessiva sendo que o animal não consegue compensar. Não consegue ingerir na mesma velocidade que ele esta perdendo. Ex. Um insuficiente renal crônico, o rim perde a capacidade de reter água, ele entra em quadro de poliúria, faz muito xixi, mas bebe pouca água. 
Parâmentros Clínicos – TPC fica alto, tugor cutâneo (demora mais tempo para a pele voltar ao normal), olho profundo na orbita (enoftalmia), taquicardia (para tentar compensar o baixo volume ejetado pelo coração, se o debito cai o a frequência tem que aumentar, se o volume cai a frequência tem que aumentar), taquipneia (se o volume circulatório está baixo, a oxigenação tecidual esta comprometida).
3 – 5% - não tem alterações clínicas, mas tem histórico de falta de ingestão de água. 
Ex. Cão com 3 espisódios de vômitos, está prostrado que significa que ele não está ingerindo água. Animal esta desidratado, mas no exame físico dele não tem alterações clínicas.
6 – 8% - sinais clínicos são: leve depressão, leve inelasticidade da pele (>3 seg), urina concentrada (rim começa a reter água, ativação do sistema renina/angiotensina/aldosterona), mucosas secas, se cansa facilmente.
Ex. cão com 6 episódios de vômitos e 3 de diarréia, não bebe água suficiente e nem o veterinário fez a hidratação dele.
8 – 10% - deprimido, pele sem elasticidade, TPC maior que três, olho profundo na órbita (enoftalmia), mucosa oral viscosa e seca (mas se o animal está com nausêa, ele esta salivando muito, que é a sialorréia, assim a mucosa dele não estará seca. Então tem que olhar todos os outro parâmetros, se quiser olhar mucosa, olha as outras ocular, peniana, vulvar), urina concentrada e escassa.
10 – 12% - QUADRO EMERGÊNCIAL. Defícil de canular pela pele (tendo que dissecar veia, mais fácil a jugular), ideal dissecar o vaso. Deprimido, pulso rápido e fraco (está rápido porque o animal esta em taquicardia compensatória, mas esta fraco porque tem baixo volume circulante), pele com severa falta de elasticidade, TPC maior que três, olho profundo na órbita (enoftalmia), mucosas pálidas, secas e frias (má perfusão, o organismo faz vasoconstrição periférica para redirecionar o fluxo sanguíneo da perifería para a circulação central – coração, cerebro e pulmão. Quem faz essa vasoconstrição perférica são os barorreceptores que ativam a liberação da angiotensina II, que faz a vasoconstrição periférica), contração muscular involuntária (músculo passa a ficar mal perfundido)
12 – 15% - semimorte, se não fizer nada o animal morre nos próximos minutos, entrando em choque. Animal moribundo.
SISTEMA RENINA/ANGIOTENSINA/ALDOSTERONA – o hormônio que faz a retenção de água é a aldosterona, retendo o sódio, nos túbulos contorcidos proximais.
ADH – hormônio antidiuretíco, produzido no hipotálamo, liberado pela hipófise, na neurohipófise. Ele age nos tubulos coletores retendo água. Ele abre as áquoporinas do tubulo coletor e assim ele retêm água.
OBS: DEPRESSÃO É ESTADO MENTAL, FAZ PARTE DO EXAME NEUROLÓGICO CLASSIFICAR ESTADO MENTAL. QUE PODE SER ALERTA, DEPRESSÃO (ambiente super agitado, mas tende a dormir o tempo inteiro, ou ele tem uma má perfusão cerebral ou outra doença neurológica), ESTUPOR, COMA OU DELIRIO.
Não pode somente avaliar a desidratação pelo tugor cutâneo, pois tem algumas situações que ele não dará muitas informações. Porém tem que observar onde tem muita pele, pois dará um falso positivo, o ideal é fazer no gradio costal.Cuidado com animais caquéticos e velhos (tem o tugor cutâneo aumentado) e também animais obesos, se ele estiver desidratado o tugor cutâneo dele vai estar normal.
Parâmetros laboratóriais – 
Proteínas plasmáticas totais vão estar aumentadas, pois a concentração de água cai, fazendo uma hemoconcentração. 
Porém animais com leishmaniose ou erliquiose, as proteínas plasmáticas deles estaram aumentadas, pois eles fazem hiperglobulinemia e não necessariamente o animal está desidratado.
Cuidado também com animal desidratado e perdendo proteína plasmática, por exemplo, animal com hepatopatia que não está produzindo proteína, ela não estará aumentada. 
Ou animal com parvo, está desidratado e perdendo proteína nas fezes, por conta da diarréia.
Hematócrito: estará alto, por causa da hemoconcentração. Porém cuidado em hemorragias.
Densidade urinária estará alta. Neonatos não e nefropatas também não (animal com IRC, o rim perdeu a função e não consegue reabsorver água, faz poliúria, animal desidratado, mas a densidade urinária dele está baixa, pois não consegue mais concentrar a urina).
Azotemia que é o aumento de uréia e creatinina no sangue, sem sinais clínicos.
Animal desidratado vai ter azotemia pré renal, pois como ele esta desidratado o volume circulatório está baixo, a uréia e creatinina deveriam ser levadas até os rins para serem eliminadas, só que tem um volume circulatório baixo, esse sangue não esta chegando no rim, então a uréia e creatinina não estão sendo eliminadas. Porém cuidado com azotemia renal, se tiver um animal insuficiênte renal, animal que está acumulando ureia e creatinina porque o rim esta ferrado, tem poliúria, desidração.
Se o animal estiver anêmico, o hematócrito estará baixo, se ele também estiver desidratado, fazendo hemoconcentração, então o hematócrito pode estar falsamente normal.
ÍONS -
Sódio: 
Fora da célula o principal cátion é o sódio. Quem faz o sódio ficar fora da célula é a bomba de sódio e potássio. O sódio participa na manutenção da transmissão dos impulsos nervosos e da contração muscular. Depois que os canais de sódio abrem, tem uma inversão da polaridade, dentro a célula vai ficar positiva, depois vai haver uma abertura de canais lentos de cálcio e a célula fica negativa, o sódio entra na célula e o potássio sai da célula. Outra coisa importante é a expansão ou retração de volume, por causa da água, que vai atrás.
Potássio:
É o principal cátion intracelular. Ele regula a excitabilidade neuromuscular, se o potássio estiver em excesso, essa repolarização fica muito alta, muito tempo de repolarização e essa célula não consegue despolarizar de novo.
E está relacionado com o equilíbrio ácido-básico do animal. Se o animal está em acidose o pH sanguíneo está baixo, concentração de H+ está alta, para corrigir isso, ele pega o H+ que esta fora da célula e joga para dentro da célula, faz através da
bomba trocadora que coloca um H+ para dentro e um K+ para fora. O contrário também ocorre, se o animal está em alcalose, ele pega um H+ e joga para fora da célula, e um K+ para dentro da célula, o problema é que a concentração de potássio diminui, podendo o animal entrar em um quadro de hipocalemia.
Hipocalemia – é a concentração sérica de potássio inferior a 3,6. 
Causas: animal que está vomitando e com diarréia; doença renal crônica (perda a capacidade de reter o potássio); recebendo NaCl por muito tempo; cardiopatas que usam diuréticos não poupadores de potássio. 
Não mata o animal de uma vez, mas tem que tratar.
Sinais Clínicos: geralmente assintomático quando está de 3 – 4mg/dL, mas quando passa a ser sintomático, o primeiro sinal clínico em gato é a ventro flexão do pescoço e fraqueza muscular (não consegue ficar em pé); ileo paralitico que é a diminuição do peristaltismo intestinal, vai haver produção de gases, distenção abdominal; polidipsia (sede excessiva) e arritmias cardíacas.
Tratamento: primeira coisa a se fazer é hidratar o animal, melhorando a perfusão renal, o rim é mais capaz de eliminar o bicarbonato em excesso ou o H+ que esta em excesso, e quando ele faz a correção ácido-básica o potássio se movimenta. 
Porém se achar que não melhorou, mensura a concentração sérica de potássio, e se estiver baixa faz a suplementação IV, com cloreto de potássio, ou seja, se errar mata o animal. Se deixar a quantidade de potássio entrar muito rápida mata o animal também, então segue 6 ml/kg/hora. Para casa, animal que tem IRC, que o potássio dele é cronicamente baixo, pode fazer o citrato de potássio via oral. 
Cálcio:
Fica dentro do retículo sarcoplasmático. S2: tem o nó sinoatrial, depois tem o nó atrioventricular. O nó sinoatrial gera o potencial de ação, leva esse potencial para o nó atrioventricular, depois feixe de his, fibras de purkinj e o coração contrai. O nó sinoatrial tem células que conseguem despolarizar sozinhas, gera potencial de ação. É diferente porque, ao invés de ser canal de sódio, tem abertura de canal de cálcio. 
PTH – produzido pela paratireóide, que reabsorve cálcio dos ossos e joga na corrente sanguínea.
Calcitonina – produzido pela tireóide, ela atua pega o calcio da CS e joga nos músculos.
Hipocalcemia – concentração baixa de cálcio. Tem duas mensurações, o cálcio total (livre no sangue do animal) e o cálcio ligado a albumina. O que mais representa é o cálcio livre. Abaixo de 9 o total e 1 o ionizado, o animal esta em hipocalcemia.
Causas: perda para o leite (fêmea que acabou de parir e não consegue dar conta de fazer a mobilização de cálcio); hipoalbuminemia (o cálcio total, parte dele está ligado a está proteína, o calcio também cai); IRC (o rim produz a vitamina D. Ela atua no osso e aumenta a reabsorsão de cálcio, vai no intestino e aumenta a absorção de cálcio e vai nos rins e aumenta a absorção de cálcio. Então se o animal tem IRC o animal não está produzindo vitamina D e logicamente entra em uma hipocalcemia, faz reposição com calcitriol); linfangiectasia (todas as vitaminas liposoluveis - ADEK ficam comprometidas a sua absorsão).
Sinais Clínicos: tremores musculares, taquipneia, espasmos musculares, convulsões, alterações cardíacas, andar rígido, tetania. Sinal clínico mais brando só a face e a orelha do animal ficam contraídos. Mensurar em todos os filhotes que tem convulsões, pois a maioria das vezes é hipocalcemia. Prolapso de terceira palpebra em gatos, que só ocorre na hipocalcemia e em verminoses.
Tratamento: Gluconato de cálcio a 10% IV e repoe o cálcio, só que se der cálcio demais, o animal entra em bradicardia, repor de forma lenta e monitorar com eletrocardiograma para avaliar se está entrando em bradicardia. Para casa, pode fazer uma aplicação de cálcio SC diluindo em NaCl, tem que tomar cuidado para não causar necrose e mineralização da pele. E por VO, calcitriol, animais com IRC que não estão produzindo a vitamina D. 
Conceito -
Tonicidade – é a soma de concentrações, de substâncias osmoticamentes ativas em uma solução, que não atravessam uma barreira semipermeável.
Tipos de Desidratação:
Desidratação Hipotônica – perda de eletrólitos do meio extracelular, ficando menos concentrado. A água passará do meio extracelular para o intracelular, o meio extracelular fica hipotônico em relação ao meio intracelular. O que ocorre com a célula é que ela vai ingurgitar e vai morrer (hemácia rompe, neurônio gera edema cerebral). Doença: doença de addison/hipoadrenocorticismo, que é quando o animal para de produzir aldosterona (que tem como função reter sódio, perdendo sódio na urina).
Desidratação Hipertônica – animal que perdeu do MEC somente água, ficando ele concentrado, o líquido vai passar de dentro da célula para fora da célula, a célula vai ficar mucha pois perdeu água para o meio mais concentrado. Doença: baixa ingestão de água; animal com febre; diabetes insipidus (não produz ou produz e ele não funciona o hormônio antidiuético, não consegue reter água).
Desidratação Isotônica – o animal perde água e eletrólitos, a tonicidade do MEC vai ser mantida a mesma do que do MIC. Não vai haver movimentação de água. Doenças: vômito e diarréia; infecções em tecidos moles.

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