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( 1 )
O que é Direito
1.1
Direito e Moral
Essas regras sociais nasceram do que os grupos consi-
deravam ser correto, certo, ou seja, regras de moral. Algumas 
normas de condutas ainda eram impostas pela religião, ou 
seja, ordenada pelos deuses.
As civilizações antigas, como as dos egípcios, gregos, 
hebreus, indianos, sumérios, dentre outros, tinham normas esta-
belecidas pela tradição oral, e às vezes até codificadas, como o 
Código de Hamurábi, o Código de Manu e os Dez Mandamentos, 
que continham ao mesmo tempo regras divinas, morais e laicas.
Podemos afirmar que, a cada etapa civilizató-
ria, foram surgindo outros tipos de normas e, ao mesmo 
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tempo, foram se distinguindo as normas ditas jurídicas 
das morais e das religiosas.
Mas, então, o que diferencia as normas de Direito da 
Moral e da Religião?
O Direito estabelece regras tal qual a moral e a reli-
gião, mas, diferentemente destas, impõe coerção como forma 
de garantir a aplicação e execução dessas normas.
Assim, enquanto na Moral e na Religião há um senti-
mento próprio ou do grupo que força determinada conduta, 
no Direito a não obediência de determinada regra vem acom-
panhada de uma sanção ou penalidade.
Na história tem-se inúmeros exemplos, inclusive nos 
dias atuais, de aplicação de preceitos religiosos ou morais 
como norma de Direito.
Quando isso ocorre, pode-se dizer que tais preceitos 
são também regras de Direito, pois dotadas de coercibilidade.
Pela definição de RADBRUCH, Direito é “o conjunto de 
normas gerais e positivas que regulam a vida social”:
• gerais, pois aplicadas indistintamente;
• positivas, visto que criadas, estabelecidas pelo ser 
humano; e
• que regulam a vida social, pois estabelecem os 
parâmetros de conduta da sociedade.
Leitura Recomendada: 
Diálogos, de Platão. Esse livro descreve o célebre julga-
mento de Sócrates, condenado à morte por ter desvirtu-
ado o pensamento da juventude ateniense.
Ao se defender de seus acusadores, o filósofo se utiliza da 
lógica para demonstrar incoerências entre o fato pelo qual 
é julgado, a lei e a falta de imparcialidade de quem o julga. 
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TEXTO COMPLEMENTAR:
OS ROMANOS CRIARAM O DIREITO? 
Os romanos foram os primeiros a fazer realmente a separação do 
Direito da Religião e da Moral, a ponto de dizerem: “Ubi societas, ubi 
jus”. Na sociedade romana, as novas atividades trouxeram a necessida-
de da diversificação das leis e, portanto, de seu estudo metódico.
A anarquia reinante na sociedade romana no período monár-
quico levou homens de grande discernimento a reanalisar os valores 
vigentes, que à força da tradição era ainda aplicada.
Face ao expansionismo de Roma, houve a necessidade de se 
estabelecer leis mais extensivas.
O marco do estudo do Direito iniciado pelos romanos foi o 
fato de eles vislumbrarem tal fenômeno social como Ciência e não só 
como realidade fática.
Assim, do mesmo modo que a civilização grega ficou conheci-
da pelo alto desenvolvimento alcançado na área da Filosofia, no caso 
do Direito, coube aos romanos serem os grandes estudiosos dessa 
ciência na Antiguidade. Sua influência nos sistemas legais de inú-
meros países – inclusive o nosso – permanece até hoje.
TEXTO COMPLEMENTAR:
Dez Mandamentos
1º Amarás a Deus sobre todas as coisas. 
2º Não tomarás o nome de Deus em vão. 
3º Santificarás as festas.
4º Honrarás a teu pai e a tua mãe.
5º Não matarás.
6º Não cometerás atos impuros. 
7º Não roubarás.
8º Não dirás falso testemunho nem mentirás.
9º Não consentirás pensamentos nem desejos impuros. 
10º Não cobiçarás os bens alheios.
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GLOSSÁRIO:
Moral
Entre as várias acepções da palavra “moral”, destaca-
mos, para a melhor compreensão deste tópico, as seguintes:
• Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos 
bons costumes e dos deveres do homem em sociedade 
e perante os de sua classe.
• Conjunto de preceitos ou regras para dirigir os 
atos humanos segundo a justiça e a equidade natural. 
Fonte: http://www.uol.com.br/michaelis
Religião
São várias as definições de religião (do latim religione). 
Em termos gerais, refere- se ao “serviço ou culto a Deus, ou a 
uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces 
e observância do que se considera mandamento divino” ou, 
ainda, ao “sentimento consciente de dependência ou submis-
são que liga a criatura humana ao Criador”.
No sentido filosófico, entende-se religião como:
• reconhecimento prático de nossa dependência de Deus;
• instituição social com crenças e ritos; e
• respeito a uma regra.
Fonte: http://www.uol.com.br/aurelio
Para refletir:
“Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; 
quando são corruptos, as leis são inúteis”. Disraeli.
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Código de Hamurábi
Hamurábi, rei da Babilônia (1792-1750 ou 1730-1685 
a.C.), foi o criador do império babilônico. Seu código é uma 
das leis mais antigas da humanidade e está gravado em uma 
pedra cilíndrica de diorito, descoberta em Susa e conservada 
no museu do Louvre. O código de Hamurábi protege a pro-
priedade, a família, o trabalho e a vida humana. É composto 
por 282 artigos, e dele veio a expressão: “Olho por olho, dente 
por dente” (artigos 196 e 200).
Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional.
Para saber mais sobre o código de Hamurábi, acesse 
http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/hamur.html
Código de Manu
Manu, filho de Sarasvati, primeira mulher criada por 
Brahma, é considerado o pai da humanidade. A ele se atri-
bui o mais popular código de leis reguladoras da convivên-
cia social, podendo-se considerá-lo o mais antigo legislador 
do mundo. A data de promulgação de seu código não é certa, 
mas alguns estudiosos calculam que tenha ocorrido entre os 
anos 1300 a.C. e 800 a.C.
Redigidas em forma poética e imaginosa, as regras no 
Código de Manu são expostas em versos. Cada uma delas 
consta de dísticos (dois versos). Originalmente, o Código era 
composto por mais de cem mil dísticos e, através de manipu-
lações e cortes feitos em épocas diferentes, foram reduzidos 
para tornar menos cansativa a leitura integral do texto. Nas 
edições hoje conhecidas constam 2.685 dísticos, distribuídos 
em 12 livros.
Fonte:http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/
manusrti.htm
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Laicas
Do grego laïkós, laico é sinônimo de leigo, que significa:
• secular, por oposição a eclesiástico;
• aquele que não tem ordens sacras, laical; e
• pessoa não pertencente a determinada profissão ou 
não versada em algum ramo de conhecimento ou arte.
Fonte: http://www.uol.com.br/aurelio
Disraeli (1804-1881)
Ministro britânico, em 1868 e de 1874 a 1880, Benjamin 
Disraeli foi o principal responsável pela política de defesa 
das classes trabalhadoras realizada pelo Partido Conser-
vador britânico e pelo desenvolvimento da democracia na 
Grã-Bretanha. Foi também precursor da expansão colonial 
britânica da era vitoriana. Criticando a razão, à qual não 
devemos, segundo ele, nenhum dos grandes ganhos que 
constituem os marcos da ação e do progresso humano, pro-
clamava que o homem só é verdadeiramente grande quando 
atua movido pelas paixões.
Fontes: http://www.iscsp.utl.pt/cepp/autores/ingle-
ses/1804._disraeli.htm http://www.arqnet.pt/portal/biogra-
fias/disraeli.html
1.2
O Direito e seus significados
Objetivo:
Definir Direito, introduzindo os conceitos de Direito 
Objetivo, Direito Subjetivo, Direito como Justo e Direito como 
Ciência e Fato Social.
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Se a definição básica de Direito é a de norma que regu-
la a sociedade, não significa queeste seja o único conceito ine-
rente a ele.
É o que atestamos com MONTORO (1999), que enten-
de Direito como:
a) Norma,
b) Faculdade,
c) Justo,
d) Ciência e
e) Fato social.
O Direito como norma tem o significado de lei, regra, ou 
seja, de conduta social obrigatória. É também chamado de Direito 
Objetivo, pois a norma existe e é oponível contra todos. 
Em oposição, o Direito como faculdade, ou Direito 
Subjetivo, exprime a ideia de reconhecimento de algum inte-
resse protegido, cujo titular, sentindo-se ameaçado, tem o 
poder de garantir sua tutela, através de meios próprios ou 
requerendo ao Estado.
É o livre arbítrio, é o direito de escolher.
Já o Direito como Justo, embora teoricamente válido, 
pode ser contestado – a História tem demonstrado que, mui-
tas vezes, tais conceitos não estão relacionados, ainda mais se 
considerarmos o significado de Justiça dado pela Moral.
Assim, o ditado “nem sempre o que é justo é legal e o 
que é legal é justo” sintetiza bem isso: uma norma, embora 
1 - Direito proíbe o roubo Norma
2 - As pessoas têm o direito de ter propriedade Faculdade
3 - A liberdade é um direito do ser humano Justo
4 - Cabe ao Direito estudar os contratos Ciência
5 - O Direito se adequa à sociedade Fato social
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moralmente condenável e, portanto, injusta, pode ser legal, 
devendo ser aplicada.
O Direito como Ciência e Fato Social nos leva a duas 
áreas de estudo: a Epistemologia Jurídica e a Sociologia Jurídica. 
Enquanto que a última se concentra mais nas aplicações reais do 
Direito na sociedade, a primeira se dedica ao estudo teórico da 
matéria, às teses, à elaboração de princípios e conceitos.
GLOSSÁRIO:
Conduta social obrigatória
Exemplo: o duelo é proibido, pois assim prevê o 
Direito. Outro exemplo é a obrigatoriedade da criança 
estudar o ciclo básico.
Direito de escolher
Exemplo: as pessoas têm a faculdade de estudar em 
cursos sequenciais.
Ciência
Do latim scientia, pode ser assim definida: “ramo de 
conhecimento sistematizado como campo de estudo ou obser-
vação e classificação dos fatos atinentes a um determinado 
grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que os regem”.
Fonte: http://www.uol.com.br/michaelis
Epistemologia Jurídica
Epistemologia vem do grego epistéme (ciência; conhe-
Para refletir:
A existência de leis pode assegurar o aperfeiçoamento da 
convivência entre os homens, tendo como objetivo o bem 
comum? Pense a respeito, depois de ler o conto tradicional 
alemão O Moendeiro e o Rei.
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cimento) + o + logia. Trata-se do “conjunto de conhecimentos 
que tem por objeto o conhecimento científico, visando a expli-
car os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, 
ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou linguísticos), siste-
matizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar 
os seus resultados e aplicações”.
Fonte: Dicionário Aurélio online.
Sociologia Jurídica
A Sociologia pode ser definida como a “ciência que se 
ocupa dos assuntos sociais e políticos, especialmente da ori-
gem e desenvolvimento das sociedades humanas em geral e 
de cada uma em particular”.
A Sociologia do Direito é aquela que se dedica ao “estu-
do das relações de causa e efeito, entre o Direito e os proces-
sos sociais”.
Fonte: http://www.uol.com.br/michaelis
O Moendeiro e o Rei - Conto tradicional alemão
“Há 200 anos vivia o rei Frederico II de Prússia. 
Frederico era um dos reis alemães mais poderosos de seu 
tempo. 200 mil soldados formavam seu exército. Os territórios 
de seu reino eram quase tão grandes como o território que 
ocupam El Salvador, Nicarágua e Costa Rica ou a Amazônia.
A Capital do reino era a cidade de Berlim. O rei 
Frederico tinha um palácio nos arredores da Capital. Lá reti-
rava-se para descansar e gozar da tranquilidade de seus jar-
dins e bosques. Mas desgraçadamente junto ao palácio exis-
tia um moinho de vento. Este moinho pertencia a um senhor 
que o usava para moer os grãos de trigo até convertê-los em 
fina e branca farinha. Apenas soprava o vento, começavam a 
girar as grandes hélices. Estas por sua vez moviam as rodas 
de pedra que começavam a moer. Tudo junto fazia um baru-
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lho que chegava a muitos metros de distância. O rei chateava-
-se, pois dizia que com esse escândalo não podia pensar nem 
trabalhar. Muito menos descansar.
Por fim, um dia mandou chamar o moendeiro e disse:
- Você compreenderá que não podemos seguir jun-
tos neste lugar. Um dos dois terá que se retirar. Quanto você 
pode me dar por este palácio?
No princípio, o moendeiro não entendeu e por isso o 
rei explicou-lhe:
- Você não tem dinheiro para comprar este palácio. Por 
isso será melhor que me venda o seu moinho.
- Bom, disse-lhe o moendeiro, eu não tenho dinheiro 
para comprar o seu palácio, mas você também não pode com-
prar o meu moinho. O moinho não está à venda.
O rei pensou que o moendeiro queria conseguir um 
bom preço e por isso ofereceu-lhe mais do que valia a pro-
priedade. Mas o moendeiro voltou a dizer:
- O moinho não está à venda.
O rei ofereceu-lhe uma soma maior ainda. Então o 
moendeiro disse:
- Não venderei o moinho por nenhuma quantia. Aqui 
nasci e aqui quero morrer. O rei perdeu a paciência. De 
maneira cortante disse:
- Homem, não seja insensato. Eu não tenho por que 
seguir discutindo com você. Se não quer fazer um trato que 
lhe convém, chamarei uns entendidos para que digam quan-
to vale na realidade esse moinho velho. Isso será então o que 
se pagará a você e mandarei arrancar essa máquina.
Tranquilamente o moendeiro sorriu e contestou 
Frederico:
- Isso você poderia fazer se não existissem juízes em 
Berlim.
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O rei contemplou-o em silêncio. Contava a gente daquele 
tempo que, ao invés de se enfurecer, agradeceu essas palavras. O 
moendeiro sabia que o rei respeitaria a lei. Frederico não insistiu 
mais. O moinho ficou no seu lugar como um monumento à jus-
tiça cega. Tão cega, que não distingue um rico de um pobre, ou 
um rei poderoso de um humilde moendeiro. Durante 200 anos 
chegaram pessoas de todas as partes do mundo para visitar esse 
lugar e ouvir a história do moendeiro e o rei.
Na última guerra mundial, uma bomba das tropas ini-
migas destruiu tanto o palácio quanto o moinho. Mas a histó-
ria não foi esquecida.”
Fonte: http://www.dhnet.org.br/educar/cartilhas/demo-
crac/justica.htm
1.3
Divisão do Direito
Explicar as origens da divisão do Direito em áreas, 
distinguindo Direito Público de Direito Privado. Para serem 
mais bem entendidas, com o passar do tempo, as ciências 
foram divididas em várias áreas. A Matemática, por exem-
plo, passou a ser classificada em geometria, álgebra, matri-
zes, entre outras.
O Direito, como ciência humana, também para ser 
mais bem analisado e estudado, é dividido e subdividido em 
várias áreas.
A primeira divisão, e provavelmente a principal classifi-
cação, do Direito foi feita pelos romanos. Como explica Montoro, 
eles já ensinavam que, “no estudo do Direito, dois são os aspec-
tos: o público e o privado. O Direito Público diz respeito às coi-
sas do Estado; o Privado, à utilidade dos particulares”.
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No Direito Público, a regra geral é fazer o que a lei 
permite, enquanto no Direito Privado pode se fazer o que a 
lei não proíbe.
No âmbito dessa divisão principal, ocorrem outras 
subdivisões. Direito Constitucional, Direito Penal, Direito 
Tributário, Direito Processual, Direito do Trabalho, Direito 
Administrativo são partes do Direito Público.
Direito Civil e Direito Empresarial são subdivisões do 
Direito Privado. As mudanças e avançoscontínuos nas rela-
ções entre os indivíduos fazem com que uma atividade passe 
a ser um novo ramo do Direito.
Direito Ambiental, Direito do Turismo, Direito 
Desportivo são exemplos de novos campos de estudo jurídi-
cos surgidos nos últimos anos.
TEXTO COMPLEMENTAR:
DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 
Direito Público 
• Direito Constitucional: o direito que é a base de todos os 
outros, visto que toda lei, princípio e pressuposto tem que 
respeitar as normas constitucionais.
Além disso, regulamenta a estrutura básica do Estado.
• Direito Penal: visa definir as condutas criminosas e a 
aplicação das penas.
• Direito Tributário: objetiva regulamentar as fontes de 
receita do Estado, em relação aos tributos.
• Direito Processual: estuda as normas processuais, ou 
seja, de aplicação da atividade judiciária no país.
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• Direito do Trabalho: sua base são as normas relativas às 
relações de trabalho.
• Direito Administrativo: cuida das normas de funciona-
mento do Poder Público.
Direito Privado
• Direito Civil: é o ramo do direito que cuida das várias 
relações entre os indivíduos, incluindo normas sobre as pes-
soas, família, bens, posse e propriedade, obrigações e contra-
tos, relações de consumo, sucessão, entre outras.
• Direito Empresarial: antigo direito comercial, cuida prin-
cipalmente dos chamados atos negociais. Muitas de suas nor-
mas estão inseridas no novo Código Civil.
GLOSSÁRIO:
Estado
Instituição que detém a supremacia sobre um território e 
sua população, dirigindo e organizando a vida social. Embora a 
instituição do Estado tenha sua autoridade baseada no reconhe-
cimento (que pode ser do tipo tradicional, no caso dos Estados 
de sociedades, sem escrita e sem codificação jurídica, ou legal, 
nos países modernos) por parte dos cidadãos e das organiza-
ções, o poder estatal depende em última instância da força, isto 
é, da capacidade de coerção (a qual não precisa ser efetivamente 
empregada, bastando que seja aceita e não desafiada).
Modernamente, o Estado tornou-se a forma mais 
difundida de organização política das sociedades. Quando 
um Estado, seja ou não por direito, exerce de fato o contro-
le sobre seu território, ele é geralmente reconhecido, nas ins-
tâncias diplomáticas, por outros Estados e por organizações 
supranacionais, como a ONU.
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No entanto, o reconhecimento de fato pela comunida-
de internacional não implica que com isso esteja conferida ou 
garantida a legitimidade interna, isto é, perante à população 
e às organizações (a chamada sociedade civil).
A estrutura e organização do Estado são em geral defi-
nidas, ao menos nominalmente, por uma constituição. Os 
limites funcionais e institucionais do Estado não são preci-
sos, mas o núcleo geralmente consiste em um poder execu-
tivo, um corpo de funcionários civis e um poder judiciário, 
além de forças armadas e uma polícia, que são organizações 
com tarefas específicas (que podem incluir emprego de força 
e coerção física) relativas à defesa dos interesses ou da sobera-
nia do país perante outros países ou à manutenção da ordem 
pública interna.
São as organizações militares e policiais que garan-
tem ao Estado sua capacidade de fazer respeitar as decisões 
tomadas. A maioria dos Estados modernos também compre-
ende um poder legislativo. Os partidos políticos, no entanto, 
não são usualmente considerados como parte do Estado nas 
democracias liberais. Um Estado é chamado Estado-nação 
quando os vínculos definidos pelo sentimento nacional coin-
cidem com as fronteiras territoriais e políticas do Estado.
Fonte: http://www.uol.com.br/bibliot/enciclop
Kant (1724-1804)
É um dos principais nomes da Filosofia, ligado às cor-
rentes do iluminismo, racionalismo e empirismo. Influencia, 
com sua teoria do idealismo transcendental, a geração de filó-
sofos que o sucedeu, conhecida como Escola do Kantianismo 
e Idealismo. Em 1755, começa a escrever seus primeiros 
ensaios, influenciado pelos tratados de Física de Newton e 
pelas ideias de Leibniz, filósofo racionalista. A partir de 1760, 
distancia-se do racionalismo e declara-se seguidor da moral 
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filosófica de Rousseau. Sua principal obra, Crítica da Razão 
Pura (1781), aborda a oposição entre o racionalismo cartesia-
no e o empirismo.
Fonte: http://www.geocities.com/mundodafilosofia/
kant.html
1.4
Fontes do Direito
Objetivo:
Identificar as fontes do Direito, definindo cada uma 
delas. São quatro as fontes do Direito:
• Lei
• Costume 
• Doutrina
• Jurisprudência
Lei é a fonte primária do nosso Direito - normas cria-
das e impostas pelo Estado, e que regulam os vários aspectos 
da sociedade.
A lei estabelece, por exemplo, que cheque é uma ordem 
de pagamento à vista. Assim, um banco ao receber esse títu-
lo tem a obrigação de descontá-lo, tirando o valor da conta do 
emitente e repassando-a a quem apresentou o cheque.
Qualquer anotação prevendo que o título é pré-data-
do não é considerada pelo banco, que cumpre o que a lei diz.
Costume são as práticas comuns e habituais que 
não contrariam as leis e que são aceitas no mundo jurídico. 
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No Brasil, costumes são geralmente aceitos só no chamado 
Direito Privado (Civil e Empresarial).
O chamado cheque pré-datado do exemplo acima é uma 
prática comercial comum no cotidiano, embora não prevista 
por lei. Nem por isso é proibido as pessoas se utilizarem dele.
Doutrina é a explicação vinda do estudo do Direito, 
por meio de trabalhos científicos, obras, teses. As leis nem 
sempre trazem o conceito do que está sendo regulamentado. 
Cabe à doutrina, então, esclarecer e interpretar esses signifi-
cados. É o ponto de vista dos profissionais de Direito.
Assim, as pessoas têm o direito de contratar livre-
mente desde que respeitados alguns princípios, dados pela 
Doutrina. Se o cheque é regulamentado por uma norma 
geral, nada impede que os contratantes (quem está dando e 
quem recebe o cheque) estabeleçam uma obrigação acessória: 
somente depositá-lo após determinada data. 
Jurisprudência é o entendimento do Direito pelos juí-
zes ou Tribunais. Ou seja, a aplicação real do Direito.
No nosso exemplo, o depósito antecipado de cheque pré-
-datado gera uma indenização, reconhecida pelos Tribunais.
TEXTO COMPLEMENTAR:
O Direito nos Países Ocidentais 
Nos países ocidentais, dividimos o Direito em dois ramos princi-
pais: os que derivam do Direito Romano (como é o caso dos países latinos) 
e os que advêm do Direito anglo-saxão (Reino Unido e suas ex-colônias).
O sistema romano – que é o aplicado por nós – tem como 
fonte principal do Direito a Lei, entendida como a legislação vigen-
te. Já o sistema anglo-saxão é mais fundamentado nos costumes e na 
jurisprudência – os chamados precedentes.
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Ou seja, aceitam-se as chamadas leis orais, que o sistema 
romano não reconhece.
No Brasil, quando determinado assunto é julgado de certa 
forma pelos juízes e tribunais, começa-se a formar a chamada juris-
prudência dominante.
Não significa que todos os julgamentos obedecerão a tal pre-
ceito, e sim que é um indicativo de que a sentença não será modifica-
da, se houver recurso.
GLOSSÁRIO:
Lei
Do latim lege, tem várias acepções. As que mais inte-
ressam aqui são:
• preceito emanado da autoridade soberana;
• prescrição do poder legislativo;
• preceito ou norma de direito, moral, etc.
Fonte: http://www.uol.com.br/michaelis
Recurso
Do latim recursu, em Direito, o termo recurso pode ser 
definido como:
• Ação que compete à pessoa condenada em juízo 
ou tribunal, para recorrer para outro juízo ou tribunal 
superior (Cód. de Proc.Civil, art. 808).
Para refletir:
“(...) não se deve vincular a ideia de razão à ideia de ver-
dade. A dissociação dessas duas noções é, aliás, indispen-
sável para que a ideia de uma decisão razoável tenha um 
sentido. Pois, quando se trata de decisão, não se pode tra-
tar de verdade.” Chaïm Perelman.
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• Ação de garantias. Podemos ainda entendê-lo como:
 ⁻ Pedido de reparação, de indenização; queixa, 
reclamação;
 ⁻ O ato de apelar ou recorrer para um poder 
maior.
Fonte: http://www.uol.com.br/michaelis
Chaïm Perelman (1912-1984)
Grande pensador , nasceu em Varsóvia e radicou-se na 
Bélgica. Considerado fundador da Retórica Moderna, dedi-
cou-se tanto ao Direito como à Justiça.
Lecionou Lógica, Moral e Filosofia na Universidade de 
Bruxelas até 1978.
Sua obra reabilitou a Retórica e a Argumentação, que, 
durante longos séculos, foram expurgadas do campo da refle-
xão filosófica. Principais obras: Tratado da Argumentação; 
Retóricas; Ética e Direito; Lógica Jurídica; The New Rhetoric; O 
Império Retórico; Justice, Law and Argument.
REFERÊNCIAS
KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. Trad. João Batista Ma-
chado. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Calouste GulbeKian, 
1985. 
REALE, M. Filosofia do Direito. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 
1998.
MONTORO, A. F. Introdução à Ciência do Direito. 25. ed. 
São Paulo: RT, 1999.
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DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro. Vol. 1. 18. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002.
( 2 )
Direito Constitucional
2.1
A Constituição Federal
Definir Constituição, apresentando os artigos da 
Constituição Federal que contêm a estruturação e os princí-
pios básicos que regem nosso país.
Juridicamente, Constituição significa o conjunto de 
regras e princípios que irão determinar a formação de um 
Estado, conferindo-lhe sua estrutura, sua organização e a divi-
são de poderes, bem como os direitos e garantias essenciais.
É a Lei Maior e a base de toda a legislação. Em seus pri-
meiros artigos, a Constituição Federal de 1988 (Título I – Dos 
Princípios Fundamentais) contém a estruturação e os princí-
pios básicos que regem nosso país:
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem 
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III- a dignidade da pessoa humana;
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou direta-
mente, nos termos desta Constituição.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil:
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e regionais; e
IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação.
Assim, já no artigo 1º, temos definida a forma de gover-
no (República), a forma de Estado (Federação), a forma de 
eleição (democrática, com poder emanando do povo através 
de seus representantes eleitos).
Forma de governo – A doutrina atual estabelece duas 
formas de governo: Monarquia e República. Na Monarquia, 
a função de chefe representante do Estado é hereditária, ou 
seja, passa geralmente dos pais para os filhos, o que vale são 
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os laços de parentesco. Já na República, a escolha se dá atra-
vés de eleições, democráticas ou não, possibilitando em tese a 
um maior número de pessoas representar esta função.
Forma de Estado – A divisão principal é Unitário, 
Federação e Confederação. No Estado unitário, como a França 
e o Uruguai, o poder é centralizado e, embora possa haver 
algumas divisões internas (departamentos, províncias), a ela-
boração de leis cabe precipuamente ao governo central.
Na federação, há um Estado maior, que é subdividido 
em estados que têm autonomia, mas não soberania, ou seja, 
algumas competências próprias, como elaborar leis, criar tri-
butos, entre outros.
O Brasil é uma federação, dividida em 27 estados autô-
nomos e um distrito federal.
Já a Confederação é a reunião de estados autônomos e 
soberanos, de países, que formam um estado supranacional. 
A União Europeia é o melhor exemplo dessa forma de estado, 
em que os países, embora mantenham determinadas regras 
próprias, passam a aceitar leis em comum, moeda comum, 
obrigações em comum.
TEXTO COMPLEMENTAR: 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA
No Brasil, já tivemos sete constituições federais, desde a inde-
pendência do país. Aqui estão as que antecederam a atual, promul-
gada em 1988.
1824 – Esta constituição foi outorgada pelo Imperador D. 
Pedro I, sendo a nossa primeira constituição federal. Manteve o 
poder na esfera federal, não dando grande liberdade às províncias. 
Instituiu o governo monárquico, com eleição censitária e indire-
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ta. A divisão dos poderes, além de conter o Executivo, Judiciário 
e Legislativo, incluía o Poder Moderador, exercido pelo Imperador. 
Previa já alguns direitos e garantias fundamentais.
1891 – Primeira constituição republicana, criou o estado 
federativo, transformando as províncias em estados. A forma de 
governo passou a ser republicana, com sistema presidencialista, ins-
pirado no modelo norte-americano. As eleições, em tese, passaram a 
ser diretas. Foi a constituição dos períodos republicanos chamados 
“República da Espada” – marcada pelos presidentes militares Mal. 
Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto – e “República do Café com 
Leite”, dominada pela elite agrícola paulista e mineira.
1934 – Esta constituição, promulgada após a Revolução 
Constitucionalista de 1932, trouxe em seu bojo mais garantias e 
direitos fundamentais, incluindo normas de direito social, além de 
garantir, pela primeira vez, o voto feminino. Aumentou também a 
autonomia dos estados.
1937 – Constituição outorgada no governo Getúlio Vargas, 
apelidada de “Polaca”, por ter sido inspirada no modelo fascista euro-
peu. De caráter autoritário, deu mais poderes ao Poder Executivo em 
detrimento dos outros, acabou com a autonomia estadual, restringiu 
direitos e garantias, além prever censura e controle a vários atos.
1946 – Promulgada após o fim da 2ª Guerra Mundial, mar-
cou o retorno da democracia ao país, com a volta do chamado equi-
líbrio harmônico entre os poderes, da eleição direta e dos direitos e 
garantias individuais.
1967 – Outorgada após a Revolução de 1964, foi marca-
da pelo centralismo e pela diminuição dos direitos fundamentais, 
em detrimento do chamada “segurança nacional”, defendida pelo 
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governo militar. O Poder Executivo editava leis, sendo as funções do 
Poder Legislativo restringidas.
Sistema de Governo
Se a forma de governo nos dá como será escolhido o Chefe de 
Estado, que é aquele que representa o Estado, o sistema de governo esta-
belece quem será Chefe do Governo, que é o encarregado da função admi-
nistrativa. Há dois sistemas: parlamentarismo e presidencialismo.
No Parlamentarismo, as funções de chefe de estado e 
chefe de governo são separadas: enquanto o monarca (Reino Unido, 
Suécia) ou presidente (França, Itália) representam o país, o governo 
é exercido realmente pelo primeiro-ministro, geralmente escolhido 
pelos deputados e senadores.
No Presidencialismo, ambas as funções são exercidas pelopresidente, que representa ao mesmo tempo o Estado e o Governo, 
como no caso do Brasil, EUA e Argentina.
GLOSSÁRIO:
Soberania
“1. Caráter ou qualidade de soberano. 2. Autoridade 
suprema. 3. Força tirada do conhecimento do direito natu-
ral. 4. Autoridade moral considerada como suprema; poder 
supremo, irresistível. 5. Os direitos anexos ao soberano ou 
soberana. 6. Extensão territorial sob a autoridade de um 
soberano. 7. Qualidade do que não tem apelação ou recur-
so. 8. Autoridade, imperiosidade, poder, superioridade. 9. 
Excelência, primazia. 10. Altivez, soberbia. S. do povo ou 
s. popular: princípio segundo o qual todo o poder político 
emana do povo e é em nome dele exercido (consignado na 
Para refletir: 
“O direito não é nada além do mínimo ético.” Georg 
Jellinek, fisiologista norte-americano.
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Constituição brasileira). S. política, Sociol.: possibilidade que 
tem o Estado de usar do poder, limitado somente pelas con-
dições da política interna e obrigações contratuais para com 
outras nações”.
Fonte: Michaelis. Moderno dicionário da Língua 
Portuguesa. www.uol.com.br/michaelis.
Cidadania
Cidadania é “qualidade ou estado de cidadão: cidada-
nia brasileira”.
Cidadão tem as seguintes acepções: “1. Indivíduo no 
gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desem-
penho de seus deveres para com este. 2. Habitante da cidade. 
3. Pop. Indivíduo, homem, sujeito: Esteve aí um cidadão pro-
curando por você. Cidadão do mundo. 1. Homem que põe os 
interesses da humanidade acima dos da pátria; cidadão do 
Universo. 2.Cidadão do Universo”.
Fonte: Dicionário Aurélio Online – www.uol.com.br/
aurelio
Pluralismo Político
Significa que é permitida a criação de vários partidos 
políticos, de tendências e ideais diferentes, e que os mesmos 
poderão ter candidatos nas eleições periódicas.
Monarquia
São exemplos de monarquia o Reino Unido, representa-
do pela rainha Elizabeth II; o Japão, representado pelo impe-
rador Akihito; a Espanha, representada pelo rei Juan Carlos.
República
São exemplos de república o Brasil, em que o atual 
chefe do Estado é o presidente Luís Inácio Lula da Silva; os 
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EUA, chefiados pelo presidente George Bush; Cuba, governa-
da por Fidel Castro.
Autonomia
Do grego “autonomia”, significa:
“1. Qualidade ou estado de autônomo. 2. Sociol. e Polít. 
Autodeterminação político administrativa de que podem 
gozar, relativamente, grupos (partidos, sindicatos, corpora-
ções, cooperativas, etc.), em relação ao país ou comunidade 
política dos quais fazem parte. 3. Liberdade moral ou intelec-
tual. 4. Biol. Independência funcional de partes do organismo 
ou do organismo inteiro.”
Fonte: Michaelis. Moderno dicionário da Língua 
Portuguesa. www.uol.com.br/michaelis
2.2
Divisão dos Poderes e 
Hierarquia das Leis
Objetivo:
Apresentar a divisão dos poderes da União e a hierar-
quia da legislação brasileira, segundo a Constituição Federal. 
Consta da Constituição Federal de 1988:
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô-
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e Judiciário”.
Esse artigo descreve o Princípio da Separação de 
Poderes, explicado por Montesquieu, que previu a coexistên-
cia e o sistema de “freios e contra-pesos”: os poderes execu-
tivo, legislativo e judiciário têm funções complementares e 
devem agir harmonicamente, até mesmo na função de um fis-
calizar o outro.
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Poder Legislativo – É o poder responsável primordialmen-
te pela elaboração das leis: sua função típica é legislar. No Brasil, o 
Poder Legislativo Federal divide-se entre representantes do povo 
(Câmara dos Deputados) e representantes dos estados (Senado). 
Poder Executivo – É o responsável pela execução das leis 
existentes e pela administração pública. É o poder que dirige 
a política econômico-social do Estado, que estabelece as metas 
e programas a serem cumpridos, enfim, que governa o Estado.
Poder Judiciário – é o poder com função jurisdicional, que 
julga as situações concretas de acordo com a legislação. Assim, por 
exemplo, quando ocorre dúvida sobre a aplicação de uma lei, ou 
alguém é acusado de desrespeitar determinada legislação, cabe ao 
Judiciário decidir qual o entendimento correto da situação.
Essa divisão é geral, mas não absoluta. Em alguns 
casos, previstos na própria Constituição, tem-se o Poder 
Executivo legislando ou o Poder Legislativo julgando, mas 
são situações de exceção.
Hierarquia da Legislação no Brasil 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(Normas Constitucionais)
Emendas à 
Constituição
TRATADOS INTERNACIONAIS
LEIS ORDINÁRIAS
LEIS COMPLEMENTARES
Medidas
Provisórias
DECRETOS INSTRUÇÕES NORMATIVAS
DELIBERA-
ÇÕES RESOLUÇÕES
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TEXTO COMPLEMENTAR:
Os números para aprovação de projetos
Quórum – é número mínimo necessário de membros do 
Poder Legislativo, para que seja aprovada uma decisão.
Maioria simples – para se votar um projeto legislativo, é neces-
sário que esteja presente a maioria dos membros, e que a metade mais 
um dos participantes aprove tal medida. Este é o critério para leis ordi-
nárias. Exemplo: numa Assembléia Legislativa com 70 deputados, são 
necessários 36 deputados no mínimo para se iniciarem os trabalhos, e 
metade mais um, 19 deputados para aprovarem a matéria.
Maioria qualificada para votação de leis complementares– para 
se votar um projeto legislativo, é necessário que esteja presente mais 
da metade da casa, e ainda que a maioria absoluta aprove a medida.
Exemplo: numa Assembleia Legislativa com 70 deputados, 
serão necessários 36 deputados no mínimo para se iniciarem os tra-
balhos, e também 36 deputados para aprovarem a matéria.
Maioria qualificada para votação de emendas constitucionais– é 
necessário que haja aprovação de 3/5 do total dos participantes da Casa 
Legislativa. Assim, com 70 deputados, serão precisos 42 votos para a 
aprovação, não havendo previsão de mínimo de comparecimento.
Para refletir:
“O Legislador de uma república deve dar a todo cidadão 
o direito de acusar qualquer outro e, uma vez instituído 
esse direito, punir severamente os caluniadores.” Nicolau 
Maquiavel (1469-1527), pensador italiano.
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GLOSSÁRIO:
Montesquieu (1698-1755)
O francês Charles Secondat, barão de Montesquieu, foi 
filósofo, político e escritor. Em 1721, publicou Cartas Persas, 
um relato imaginário, sob a forma epistolar, sobre a visita de 
dois persas a Paris. Por meio dessa narrativa, critica os abu-
sos da Igreja e do Estado na França da época. Em outra obra 
famosa, O Espírito das Leis (1748), um estudo comparativo 
sobre a origem e a natureza das leis que governam a socie-
dade, revela sua preferência pela monarquia constitucional 
estabelecida na Inglaterra.
Os dois trabalhos mostram a afinidade de 
Montesquieu com o início do Iluminismo, através do uso 
da metodologia comparativa e da sua aplicação no livre 
debate das questões políticas e religiosas. Analisou as 
diferentes formas de governo, acreditando que estas pode-
riam ser adequadas à natureza de cada sociedade, mas que 
todas deveriam estabelecer o domínio da lei. Ele admi-
rava a constituição inglesa, mesmo sem compreendê-la 
completamente, e descreveu cuidadosamente a separação 
dos poderes em Executivo, Judiciário e Legislativo, traba-
lho que influenciou os elaboradores da constituição dos 
Estados Unidos. Contribuiu para a Enciclopédia e foi uma 
das maiores figuras do Iluminismo.
Emendas à Constituição
Leis que alteram o texto constitucional, excetuando-se as 
chamadas cláusulas pétreas. Previstas na Constituição, no art. 
60, par.4º, as cláusulas pétreas são matérias que não podem ser 
modificadas por emendas à Constituição. Em tese, tais assun-
tos somente poderão ser alterados por uma nova Constituição.
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Diz o art. 60:
“4º - Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III – a separação dos Poderes; e
IV – os direitos e garantias individuais.”
Tratados Internacionais
Assinados com outros países ou organismos interna-
cionais. Quando aprovados pelo Congresso, valem como lei. 
Exemplo: Mercosul, Convenção de Varsóvia, Protocolo de Kyoto.
Leis Ordinárias
São aquelas elaboradas pelo Poder Legislativo, sem que 
haja previsão para sua realização. Exemplo: Código Civil
Leis Complementares
São leis cujo objetivo é regular matérias previstas na 
Constituição Federal. Necessitam de quórum qualificado. 
Exemplo: legislação tributária.
Medidas Provisórias
Editadas pelo Poder Executivo, em caso de urgência 
e relevância, têm força de lei, devendo ser aprovadas pelo 
Congresso Nacional, em até 30 (trinta) dias, sob pena de per-
derem a eficácia. Exemplo: MP do Plano Real.
Decretos
Atos de competência do Poder Executivo, tendo em 
vista suprir (decreto autônomo) ou regulamentar (decreto de 
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execução) matéria prevista em lei. Visam explicar e comple-
mentar o entendimento de uma lei, não podendo sobrepô-la.
Instruções Normativas
Expedidas pelos Ministros de Estado acerca da execu-
ção de leis e decretos. Visam explicar e complementar o enten-
dimento de uma lei, não podendo sobrepô-la. Exemplo: IN do 
INSS, regulamentando o recolhimento de contribuições.
Deliberações
Atos expedidos por órgãos colegiados para normatizar 
ou decidir sobre determinado assunto. Visam explicar e com-
plementar o entendimento de uma lei, não podendo sobre-
pô-la. Exemplo: deliberação do CMN (Conselho Monetário 
Nacional) estabelecendo regras sobre aplicação em poupança.
Resoluções
Atos expedidos por altas autoridades do Poder 
Executivo (exceto o Chefe do Poder Executivo) ou por 
Presidente dos Tribunais, órgãos e colegiados administrati-
vos. Visam explicar e complementar o entendimento de uma 
lei, não podendo sobrepô-la.
Exemplo: Resolução do Tribunal de Justiça estabelecen-
do o horário de atendimento ao público.
2.3
Direitos e Garantias 
Fundamentais
Objetivo:
Apresentar os direitos e garantias fundamentais asse-
gurados a todos os brasileiros pela Constituição Federal.
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“Dos Direitos e Garantias Fundamentais” é o nome 
dado ao Título II da Constituição Federal.
Mas o que são Direitos e Garantias Fundamentais?
São as normas que visam precipuamente a proteger os 
ideais do ser humano, ou seja, os direitos e garantias que, ao 
longo da História, foram sendo reconhecidos como inerentes 
a todas as pessoas.
Algumas características dos Direitos e Garantias 
Fundamentais:
• são universais – ou seja, são defendidos como aque-
les direitos inerentes ao ser humano, conquistados em 
vários momentos históricos, como a Revolução Francesa, 
cujo lema era: liberdade, igualdade e fraternidade.
• são relativos – não podem ser absolutos, dado 
o caráter de serem válidos para todas as pessoas. O 
ditado “minha liberdade termina onde começa a sua” 
ilustra bem tal assertiva. Se há a liberdade de expres-
são, há também a previsão de direito de resposta e de 
processo pelo dano causado.
• são irrenunciáveis – as pessoas não podem desistir 
desses direitos. Mesmo que o façam, tal ato é nulo. Por 
exemplo, direito à vida ou à própria liberdade.
Na Constituição tal tópico abrange os capítulos refe-
rentes aos direitos e deveres individuais, direitos sociais, 
nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos.
I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
O art. 5º da Constituição Federal estabelece em seu caput:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
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quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros 
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes...”
São direitos e deveres que devem ser por todos segui-
dos e respeitados, aplicando-se aqui o conceito de Direito 
como Justo, visto anteriormente. Ou seja, o que seria ideal 
para uma sociedade justa e equilibrada.
II – Direitos Sociais
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o tra-
balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição.”
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição”.
Os direitos sociais são aspirações mais recentes do 
pensamento humano.
Somente após ter-se garantido os direitos essenciais 
(vida, liberdade, igualdade, entre outros), tais direitos foram 
exigidos em relação à saúde e educação, bem como em relação 
ao trabalho, preocupação surgida principalmente na época 
da Revolução Industrial.
III – Direito à nacionalidade, políticos e partidos 
políticos 
Esses direitos estão intimamente ligados à ideia de 
cidadania, ou à participação da vida política, de votar e poder 
ser votado. Ou seja, de poder escolher os representantes do 
Poder Executivo e Legislativo, e até mesmo ser um desses 
representantes, desde que respeitadas as normas.
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TEXTO COMPLEMENTAR:
O Art. 5º é um dos mais extensos da Constituição Federal, 
contendo regras de Direito Constitucional, além de Direito 
Processual, Civil, Penal, Administrativo, entre outros.
A variedade de matérias incluídas nesses direitos e garantias 
pode ser explicada pelo momento histórico em que foi elaborada a 
Constituição Federal: no período da redemocratização, após o fim do 
governo militar (1984-1988).
Assim, transformaram-se em matéria constitucional variados 
direitos, dando-lhes mais força e dificultando sua modificação e exclusão.
GLOSSÁRIO: 
Termos seguintes
Tais termos constam em 72 incisos do artigo 5º da 
Constituição Federal, que estabelecem várias espécies de 
direitos a todas pessoas que residam no país:
• Direito à igualdade: “I – homens e mulheres são 
iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição;”
• Direito à liberdade: “II – ninguém será obrigado 
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em vir-
tude de lei;”
• Direito à vida: “XLVII – não haverá penas: a) de 
morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos 
do art. 84, XIX;”
Para refletir:
“Para desgraça dos tiranos, a aspiração à liberdade e à 
justiça é um dos vícios incuráveis da condição humana.” 
Hélio Pellegrino (1924-1988), psiquiatra mineiro pensador 
italiano.
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• Direito ao livre pensamento: “IV – é livre a mani-
festação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”
• Direito à propriedade: “XXII – é garantido o direito 
de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua 
função social;” e
• Direito à privacidade: “V – é assegurado o direito 
de resposta, proporcional ao agravo, além da indeniza-
ção por dano material, moral ou à imagem;”. Proteção 
dos direitos e garantias através de ações especiais, 
também chamadas de remédios constitucionais.
Revolução Industrial
“Termo que descreve a mudança na organização da 
indústria manufatureira, que transformou de rural em urba-
na a economia da Grã-Bretanha, a partir do Século 18, e pos-
teriormente a de outros países.
O processo teve início na Inglaterra,como resulta-
do da combinação de fatores econômicos, políticos e sociais, 
incluindo a estabilidade política interna, a disponibilidade de 
recursos, como jazidas de carvão e ferro, além de capital.
A máquina a vapor substituiu a força humana, do 
vento e da água, e fábricas foram construídas para a produ-
ção em massa de produtos manufaturados.
Uma nova organização do trabalho, conhecida como 
sistema industrial, aumentou a divisão e especialização da 
mão de obra. A manufatura têxtil foi o primeiro exemplo de 
industrialização, criando uma demanda por máquinas e fer-
ramentas, fato que estimulou a mecanização.
Uma extensa malha de transportes, como canais, estra-
das e estradas de ferro, foi implementada, para que as experi-
ências adquiridas fossem exportadas para outros países.
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O desenvolvimento industrial tornou a Grã-Bretanha a 
mais rica e poderosa nação do mundo, em meados do Século 
19. Simultaneamente, modificou-se, radicalmente, a feição da 
sociedade britânica, o que levou ao crescimento de grandes 
cidades industriais, particularmente nos condados centrais, 
no norte, na Escócia e Gales do Sul.
Com o êxodo da população campesina, e como resultado 
de baixos salários, habitação precária e utilização de mão de obra 
infantil, uma série de problemas econômicos e sociais eclodiram”.
Fonte: Nova Enciclopédia Ilustrada Folha de São Paulo 
online. www.uol.com.br
Respeitadas as normas
Alguns cargos políticos são inerentes aos chama-
dos brasileiros natos, que são aqueles que nasceram bra-
sileiros – não foram naturalizados. São os cargos de presi-
dente e vice-presidente da República, presidente da Câmara 
dos Deputados, presidente do Senado Federal, Ministro do 
Supremo Tribunal Federal, de carreira diplomática, e os ofi-
ciais das Forças Armadas. Os outros cargos, como prefeito, 
governador, vereador, deputado, ministro, podem ser ocupa-
dos por brasileiros naturalizados.
Brasileiros naturalizados são os estrangeiros que 
adquiriram a nacionalidade brasileira das seguintes formas:
a) na forma da lei: prevista no Estatuto do Estrangeiro 
(Lei Federal 6.815/1980) no art. 111:
“Art. 111 São condições para a concessão da naturalização:
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território brasileiro, pelo 
prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anterio-
res ao pedido de naturalização;
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IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as 
condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes 
à manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condena-
ção no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja 
cominada pena mínima de prisão, abstratamente con-
siderada, superior a um ano; e
VIII - boa saúde.”
Se a pessoa for originária de país de língua portuguesa 
(Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, 
Timor Leste, Macau, Cabo Verde), basta apenas comprovar 
residência por um ano no país e idoneidade moral.
b) extraordinário: ao estrangeiro de qualquer nacio-
nalidade que resida no país há mais de 15 anos inin-
terruptos, desde que não tenha sido condenado 
criminalmente e peça a nacionalidade.
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Art. 5º 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residen-
tes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido à tortura nem a trata-
mento desumano ou degradante; 
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IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao 
agravo, além da indenização por dano material, moral 
ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio-
sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais 
de culto e as suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de 
assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a 
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alter-
nativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
tica, científica e de comunicação, independentemente 
de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material 
ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém 
nela podendo penetrar sem consentimento do mora-
dor, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi-
nação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comu-
nicações telegráficas, de dados e das comunicações 
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telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que 
a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e res-
guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
cício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da 
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, 
em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião ante-
riormente convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins líci-
tos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a 
de cooperativas independem de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trân-
sito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus 
filiados judicial ou extrajudicialmente;
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XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropria-
ção por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, 
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autori-
dade competente poderá usar de propriedade particu-
lar, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se 
houver dano;
 XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida 
em lei, desde que trabalhada pela família, não será 
objeto de penhora para pagamento de débitos decor-
rentes de sua atividadeprodutiva, dispondo a lei sobre 
os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de 
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras 
coletivas e à reprodução da imagem e voz huma-
nas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco-
nômico das obras que criarem ou de que participa-
rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas 
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus-
triais privilégio temporário para sua utilização, bem 
como proteção às criações industriais, à propriedade 
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen-
volvimento tecnológico e econômico do país;
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XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no 
país será regulada pela lei brasileira em benefício do 
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes 
seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa 
do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públi-
cos informações de seu interesse particular, ou de inte-
resse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo 
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aque-
las cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socie-
dade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em 
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, 
para defesa de direitos e esclarecimento de situa-
ções de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
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c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, 
nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insusce-
tíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo 
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a 
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a 
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, 
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendi-
das aos sucessores e contra eles executadas, até o limite 
do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ado-
tará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos; 
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XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos 
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e 
o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integri-
dade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para 
que possam permanecer com seus filhos durante o 
período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
zado, em caso de crime comum, praticado antes da natu-
ralização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por 
crime político ou de opinião; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, 
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas 
por meios ilícitos;
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LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a 
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação 
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o inte-
resse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso se não em flagrante delito 
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade 
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre 
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu-
rada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos respon-
sáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, 
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou 
sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do 
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescu-
sável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência 
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ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali-
dade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para pro-
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ile-
galidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impe-
trado por:
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou asso-
ciação legalmente constituída e em funcionamento 
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de 
seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre 
que a falta de norma regulamentadora torne inviável 
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobera-
niae à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se pre-
fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor 
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
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público ou de entidade de que o Estado participe, à mora-
lidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada 
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e 
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judi-
ciário, assim como o que ficar preso além do tempo 
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente 
pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e 
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao 
exercício da cidadania.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou 
dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte.”
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2.4
Remédios Constitucionais
Objetivo:
Apresentar as ações especiais, que visam prote-
ger os direitos fundamentais das pessoas, previstas pela 
Constituição Federal.
No art. 5º, incisos LXVIII a LXXIII, estão previstas ações 
especiais denominadas Remédios Constitucionais. Tais ações 
visam proteger as pessoas em seus direitos fundamentais.
1. Habeas Corpus
“LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder;”
O habeas corpus visa garantir um dos direitos mais 
importantes da pessoa humana: o direito de liberdade e de 
ir e vir. Historicamente tal ação está ligada à Magna Carta 
inglesa, de 1285, que visava garantir o direito ao processo 
antes da condenação.
1. Habeas Data
“LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações rela-
tivas à pessoa do impetrante, constantes de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou 
de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-
-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;”
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O habeas data é uma ação nova no nosso ordena-
mento jurídico, tendo sido prevista pela primeira 
vez na Constituição Federal de 1988. O objeto do 
habeas data é liberar informação do solicitante da 
ação, permitindo-lhe ter acesso a registros públicos 
ou de caráter público e exercitar o direito de retificar 
os dados neles constantes.
2. Mandado de Segurança
“LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalida-
de ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;”
O mandado de segurança é o mais generalista dos 
remédios constitucionais, pois visa garantir às pessoas todo e 
qualquer direito líquido e certo, exceto relativo à liberdade de 
ir e vir e à informação própria, quando a ilegalidade vier de 
autoridade pública ou, ainda, de quem esteja exercendo ativi-
dade pública. Dessa maneira, o objeto protegido pelo manda-
do de segurança é amplo.
3. Mandado de Injunção
“LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre 
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exer-
cício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerroga-
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”
Mandado de injunção é a ação prevista para quem con-
siderar prejudicado o exercício de algum direito e liberdade 
constitucional pela falta de norma que regulamente tal maté-
ria. Essa ação é julgada pelo Supremo Tribunal Federal, órgão 
máximo do Poder Judiciário, que, considerando-a proceden-
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te, comunica o Poder Legislativo para que adote as medidas 
necessárias (elaboração de lei) que façam cessar o prejuízo.
Entretanto, tal pedido não vem acompanhado de pena-
lidade, pois seria uma interferência entre os poderes, nada 
acontecendo se a legislação não for elaborada. Logo, tal medi-
da é de eficácia restrita, pois não traz na maioria das vezes 
solução para o problema.
4. Ação Popular
“LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para pro-
por ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência...”
Tal ação visa proteger o patrimônio público de manei-
ra geral, bem como garantir a preservação do meio ambiente, 
patrimônio histórico e cultural, além da lisura da administra-
ção pública (moralidade administrativa). O requisito essen-
cial para entrar com ação popular é ser cidadão, poder votar 
e ser votado, ter título de eleitor.
SAIBA MAIS:
A Magna Carta, considerada a origem do habeas corpus, e 
outros documentos históricos que ajudaram na formação dos cha-
mados direitos e garantias fundamentais, protegidos pelos remédios 
constitucionais, podem ser lidos na íntegra na Biblioteca Virtual 
de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo - Comissão de 
Direitos Humanos.
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/historicos/
historicos.html
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GLOSSÁRIO: 
Habeas Corpus
Características:
• Proteção à liberdade de ir e vir da pessoa humana, 
em todos os sentidos. Serve para liberar a pessoa em 
prisão ilegal, que se ache ameaçada de ser presa, ou 
ainda que esteja com seu direito de locomoção tolhido, 
como a proibição de sair do país.
• Caráter informal, visto que qualquer pessoa 
pode propor a ação, sem a necessidade de advogado, 
podendo levar ao conhecimento da autoridade judiciá-
ria o abuso ou ilegalidade do ato.
• Devido ao caráter emergencial, pode ser proposta a 
qualquer momento, sendo uma das razões principais 
da existência de juízes de plantão.
• Tal ação é gratuita, não tendo taxas ou custas para 
sua entrada. Exemplos:
1. Se uma pessoa foi presa sem ordem judicial ou sem 
flagrante, ou seja, no momento do crime, tal prisão 
possivelmente é ilegal, podendo ser pedido habeas 
corpus para sua liberação.
2. Uma pessoa condenada a 5 anos de pena, está 
presa há 5 anos e um dia, ou seja, sua prisão é ile-
gal e abusiva.
3. Uma pessoa se vê ameaçada em seu direito de ir e vir, 
pois está com ordem de prisão decretada – embora 
não presa, está com sua liberdade ameaçada.
Para refletir:
“Liberdade quer dizer responsabilidade. É por isso que 
tanta gente tem medo dela.” Bernard Shaw (1856-1950), 
dramaturgo irlandês.
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Pode requerer habeas corpus para garantir a manuten-
ção do seu direito de ir e vir.
Habeas data
O objetivo primário do habeas data, quando da sua 
inclusão na Constituição Federal, foi criar um mecanismo 
que possibilitasse as pessoas a terem acesso a sua ficha nas 
chamadas polícias políticas, como o DOPS. Porém, talação 
também permite que a pessoa tenha acesso a informações 
pessoais, como provas de concursos oficiais, dados constan-
tes em cadastro de consumidores, informações em institui-
ções educacionais e de saúde, entre outras.
Características:
• Direito à informação própria, que foi negada atra-
vés de requerimento. Não é possível requerer informa-
ções de terceiros.
• É necessário ser proposto por advogado.
• Tal ação é gratuita, não tendo taxas ou custas para 
sua entrada.
DOPS
A Delegacia de Ordem Política e Social foi criada 
com a finalidade de manter sob controle as ações das pes-
soas em geral. Durante o período militar (1964-1984), inten-
sificou suas atividades fichando e analisando as pessoas 
consideradas subversivas, que não concordavam com o sis-
tema governamental. Atualmente seus arquivos são aber-
tos para pesquisa, não sendo mais necessário pedido judi-
cial para a vista deles.
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Impetrante
Quem ou que impetra; súplica a superior; rogo. Aquele 
que requere, por meio de providência judicial, a decretação 
de certas medidas legais.
Fonte: www.uol.com.br/michaelis
Mandado de Segurança
Características:
• Garantir direito líquido e certo (exceto liberdade 
e informação própria), desrespeitado por autoridade 
pública ou por quem exerce função pública.
• É proposto por advogado.
• A proposição da ação é gratuita.
• Dependendo da urgência, pode ser requerido ao 
juízo de plantão. Exemplos:
1. Uma pessoa aidética não tem como pagar pelos 
remédios, e a Secretaria de Saúde não fornece por 
qualquer razão o coquetel a ela. Pode-se impetrar 
o mandado, pois é direito de todos o serviço de 
saúde público.
2. Uma pessoa cujo filho estuda em escola particular, 
não podendo mais pagar as mensalidades, requer o 
histórico escolar do menor para uma escola pública, 
que se recusa a fornecer o documento. Educação é 
exercício de atribuição de poder público, e o docu-
mento não pode ser negado. A pessoa pode ser pro-
cessada pela dívida, mas o direito às informações 
para transferência não pode ser negado.
3. Participando de um concurso público, e tendo pas-
sado em primeiro lugar, o candidato verifica que 
outra pessoa fora chamada antes dele. O fato de 
ter sido aprovado em concurso não garante que vai 
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ser convocado, e sim que deve ser convocado pela 
ordem classificatória. Desrespeitada esta, o ato é 
ilegal e passível de mandado de segurança.
Mandado de Injunção
Características:
• Garantir o exercício de certos direitos constitucio-
nais ainda não regulamentados.
• É proposto por advogado, perante o Supremo 
Tribunal Federal.
• A proposição da ação é gratuita.
Exemplo: a norma constitucional que previa o teto 
máximo de juros a 1% (um por cento) nunca foi aplicada por 
falta de norma regulamentadora, sendo possível entrar com 
pedido de mandado de injunção.
Ação Popular
Características:
• Visa proteger o bem público em todos os sentidos, 
servindo inclusive de ferramenta de fiscalização dos 
atos da Administração Pública.
• É proposta por advogado.
• A proposição da ação é gratuita. Exemplos:
1. Um cidadão que não concorde com determinada 
obra pública, por estar desrespeitando uma área de 
proteção ambiental, pode entrar com esta ação, que 
verificará a ocorrência ou não da irregularidade.
2. Havendo suspeita em determinado contrato públi-
co de superfaturamento, é possível questioná-lo 
através de ação popular.
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Ônus da sucumbência
É parte dos Direitos Fundamentais a possibilidade de 
qualquer pessoa requerer ao Poder Judiciário a solução de um 
problema. Entretanto, se a parte, tanto a que acusa quanto a 
que é acusada, perder a ação, pode ser condenada no ônus da 
sucumbência, que é o pagamento de custas e de honorários 
ao advogado da outra parte, geralmente um percentual sobre 
o valor da ação.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. A. D. & NUNES JR., V. S. Curso de Direito Cons-
titucional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA-
SIL – 1988.
SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2003.
( 3 )
Noções de Direito Civil I
3.1
O que é Pessoa Física?
Objetivo:
Definir o que é Pessoa Física, de acordo com o Código 
Civil (2002), distinguindo capacidade civil de personalida-
de civil.
O que é pessoa física ou pessoa humana?
No Brasil, não temos definição legal do que é ser humano.
Podemos adotar conceitos originários da filosofia – o 
ser que tem noção de sua existência – ou ainda da biologia – o 
ser que apresenta tal código genético.
Ou ainda adaptar esses conceitos para chegarmos a 
uma definição: ser humano é o ser nascido da mulher.
Embora tal sentença pareça óbvia, nem sempre a 
humanidade pensou dessa maneira. Alguns povos decla-
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ravam: “o monstro não é humano”, considerando-se mons-
truosidade qualquer deformidade, anomalia ou deficiência. 
Assim tal pessoa não era considerada humana, não tendo 
direito algum.
Talvez com os avanços científicos, a definição citada 
tenha que ser repensada. Porém, mesmo que tenhamos clo-
nes entre nós, como alguns cientistas preveem, estes terão 
nascido de uma mulher, ou seja, serão seres humanos.
Código Civil 2002
“Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na 
ordem civil.
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nas-
cimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, 
os direitos do nascituro.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a 
morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em 
que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.”
“Todo novo poder conquistado pelo homem é também 
um poder sobre o homem”.
C. S. Lewis (1898-1963), doutor em literatura. Quando 
se lê o art. 1º do Código Civil, em que se afirma que todos são 
capazes de direitos e deveres, pode-se supor erroneamente 
que todos indistintamente têm a chamada capacidade civil.
Entretanto, capacidade civil da pessoa física é a habili-
dade que esta tem de exercitar seus direitos e contrair obriga-
ções no âmbito cível. Ou seja, todas as pessoas nascidas com 
vida (art. 2º do Código Civil) têm personalidade civil, que é a 
aptidão de ter direitos e obrigações, mas não necessariamente 
o poder de exercê-los pessoalmente.
O nascituro, ou seja, aquele que ainda não nasceu, tem 
seus direitos garantidos. Porém, somente terá personalidade 
civil quando e se nascer com vida.
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O nascimento com vida, segundo a doutrina jurídica, 
ocorre quando a pessoa chega a respirar. Caso isso não ocor-
ra, o ser é considerado natimorto, não chegando a existir no 
mundo jurídico.
GLOSSÁRIO:
Código Civil 2002
O novo Código Civil passou a vigorar a partir de 10 de 
janeiro de 2003, revogando o anterior, de 1917. Temos, então, a 
Lei e a Doutrina sobre a matéria, mas não a Jurisprudência, que 
será formada ao longo do tempo com as ações propostas junto 
aos Juízos e Tribunais. Assim, o entendimento da matéria pode-
rá vir a ser reinterpretado quando da sua aplicação prática.
Nascituro
Do latim “nascituru”, significa: “1. Que há de nascer. 2. 
Aquele que há de nascer. 3. Jur. O ser humano já concebido, 
cujo nascimento se espera como fato futuro certo”.
Fonte: NUNES, Pedro. Dicionário de Tecnologia 
Jurídica. Vol. II. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1967.
Personalidade civil
Exemplo: um recém-nascido, uma pessoa em coma ou, 
ainda, alguém incapaz de se expressar por falta de discerni-
mento podem ter patrimônio, direitos e obrigações, mas não 
exercitam pessoalmente seus direitos,

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