Buscar

História da psicologia jurídica aula 1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

PSICOLOGIA JURÍDICA
Aula 1: História da psicologia jurídica
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
1
Contexto histórico e social da psicologia jurídica 
Aspectos históricos da Psicologia Jurídica
A base histórica da Psicologia Jurídica, assim como de toda a Psicologia, está vinculada às bases filosóficas e suas reflexões sobre o homem
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
2
Contexto histórico de desenvolvimento da psicologia jurídica 
Império Romano e na Idade Média 
As compreensões sobre o homem estavam vinculadas ao Cristianismo, ao conhecimento religioso. 
Visão de mundo holista, totalizante → religião englobando as demais esferas da vida.
Renascença
Começou a se estabelecer as bases do método científico, momento em que se inicia a separação entre Filosofia e Psicologia, que se deu pela conformação do caráter científico da Psicologia (BOCK, 1999).
O século XIX – desenvolvimento da industrialização
Nesse período, a ciência deveria encontrar respostas rápidas e soluções práticas. A noção de verdade passa a contar com o aval da ciência.
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
3
Dois nome são fundamentais para o início da Psicologia como ciência:
1) Fechner-Weber - estudo acerca da relação entre estímulo e sensação, constituindo uma possibilidade de medir o fenômeno psicológico (pressuposto de aferição e medição).
2) Wundt - considerado o pai da Psicologia moderna, com seu primeiro laboratório de Psicologia experimental na Universidade de Leipzig, desenvolvendo o método de introspecção (BOCK, 1999).
A Psicologia Jurídica, assim como todo o curso de Psicologia, tem seu desenvolvimento norteado pelo método científico.
Até o fim do século XIX, a Psicologia Jurídica esteve vinculada à prática psiquiátrica forense, na qual predominou uma espécie de “psiquiatrização” do crime. A verdade jurídica é o resultado obtido pelo exame do criminoso (SILVA, 2007).
Contexto histórico de desenvolvimento da psicologia jurídica 
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
 Com Comte e o desenvolvimento do positivismo - a Psicologia passa a buscar na fisiologia e na neurofisiologia a solução para seus problemas. 
4
Contexto histórico de desenvolvimento da psicologia jurídica 
O conhecimento Biologia (sustentado pela lógica científica) → estabelece modelos e a possibilidade de explicação dos comportamentos humanos.
São dessa época:
 
Frenologia de Galton → interpretação da capacidade humana (caráter, funções intelectuais) por meio do tamanho e conformação do crânio.
Antropologia Criminal de Cesare Lombroso → criminalidade é um fenômeno hereditário, passível de ser reconhecido pelas características físicas do indivíduo.
Psiquiatria → saber sobre a loucura → Philipe Pinel → dentro da ótica iluminista.
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
5
Não existe um marco histórico definido, uma vez que o processo se deu de forma lenta e gradual.
Muitas vezes o trabalho era realizado de maneira informal e voluntário. 
A Psicologia Jurídica teve seu reconhecimento como profissão na década de 1960 (LAGO et al., 2009).
A partir da sua vinculação ao método científico, várias correntes teóricas foram desenvolvidas possibilitando o conhecimento e a exploração do comportamento humano sob vários aspectos, o que permitiu a interlocução com outros campos do saber, entre os quais o Direito.
Mas, como ocorreu a articulação da Psicologia com o Direito? Em que área do conhecimento jurídico se deu essa articulação?
Os primeiros trabalhos ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e adolescentes infratores da lei (ROVINSKI, 2002).
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
6
Inicialmente, a Psicologia Jurídica fazia uso de psicodiagnósticos, que eram considerados como instrumentos que objetivavam as constatações matemáticas, fornecendo comprovações para a orientação dos operadores do Direito.
Utilizavam-se, sobretudo, testes psicológicos – os psicólogos que trabalhavam na área eram chamados de “ testólogo”, pois sua prática era baseada na aplicação de exames e avaliações. 
Perícia: avaliação de condições psicológicas com a finalidade de responder a quesitos formulados por operadores do Direito -> atividade avaliativa e de subsídio às decisões judiciais.
Dentro desse contexto surge, no final do século XIX, a Psicologia do Testemunho.
Objetivo: avaliação da veracidade de relatos de acusados e de testemunhas, levando em consideração os processos internos que influenciam na veracidade do relato, como por exemplo, memória e percepção. (Jacó-Vilela, 1999).
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
7
Quais as contribuições da Psicologia nesse conjuntura?
Estudos acerca dos sistemas de interrogatório;
Os fatos delitivos;
A detecção de falsos testemunhos;
As amnésias simuladas;
Os testemunhos de crianças.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
8
Principais características:
 
Na década de 1960: com o reconhecimento da profissão, novas atribuições e práticas foram se incorporando à Psicologia, principalmente em interface com outras ciências e saberes. 
Décadas de 1970 e 1980:  primeiros registros de trabalhos de psicólogos em instituições de Justiça no Brasil (perícia terceirizada). 
No Brasil, nos anos 1980, intensificou-se uma discussão importante sobre a Cidadania e os Direitos Humanos, impulsionada pela votação da nova Constituição brasileira, lembrando que a nova Constituição Federal viria a interferir de forma absoluta na prática psicológica junto aos tribunais, a psicologia jurídica evolui junto da legislação pátria. 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
9
Principais características:
 
1985: Primeiro concurso público em São Paulo. 
Início da Década de 1990: luta dos psicólogos para criação do cargo junto ao Poder Judiciário.
2000: Título de Especialista em Psicologia Jurídica pelo CFP: atividades relacionadas ao contexto das organizações de Justiça, incluindo organizações que integram os poderes Judiciário, Executivo e o Ministério Público.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
10
Atualmente
O psicólogo utiliza estratégias de avaliação psicológica, com objetivos bem definidos: ENCONTRAR RESPOSTAS PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS. 
A testagem pode ser um passo importante do processo, mas é apenas um dos recursos de avaliação (CUNHA, 2000).
O histórico da Psicologia Jurídica mostra a aproximação da Psicologia com o Direito, ligada à área criminal, aos direitos da criança e do adolescente e à importância dada à avaliação psicológica. 
Entretanto, não era apenas no campo do Direito Penal que existia a demanda pelo trabalho dos psicólogos. Outro campo que continua em ascensão é a participação do psicólogo nos processos de Direito Civil. 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
11
Atualmente
Nos últimos dez anos, a demanda pelo trabalho do psicólogo em áreas como Direito da Família e Direito do Trabalho vem tomando força. 
Além desses campos, outras possibilidades de participação do psicólogo em questões judiciais vêm surgindo. São áreas de atuação que coexistem, buscando atender a propósitos diferenciados, mas também complementares.
Mas, o que é Psicologia Jurídica?
A Psicologia Jurídica corresponde a toda aplicação do saber psicológico às questões relacionadas ao saber do Direito. “Toda e qualquer prática da Psicologia relacionada às práticas jurídicas pode ser nomeada como Psicologia Jurídica” (HOMRICH; LUCAS, 2011, pg 242). 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
12
Quais são as atividades e os principais campos de
atuação do psicólogo jurídico?
Atividades
Confecções de laudos;
Pareceres;
Relatórios;
Recomendação de soluções para os conflitos apresentados.
Podemos concluir que...
A atuação do psicólogo Jurídico ultrapassa uma atividade de cunho meramente avaliativo e de subsídio aos magistrados. 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
13
O psicólogo JAMAIS determina os procedimentos jurídicos que deverão ser tomados.
O psicólogo não decide!
Ele conclui a partir dos dados levantados mediante a avaliação e pode, desse modo, sugerir e/ou indicar possibilidades de solução da questão apresentada pelo litígio judicial.
Campo de atuação - ramos do Direito que frequentemente demandam a participação do psicólogo
Direito da Família;
Direito da Criança e do Adolescente;
Direito Civil;
Direito Penal; 
Direito do Trabalho.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
14
O Direito de Família e o Direito da Criança e do Adolescente fazem parte do Direito Civil.
Como na prática as ações são ajuizadas em varas diferenciadas, optamos por fazer essa divisão também didaticamente. 
Psicólogo jurídico e o direito de família: 
Processos de separação e divórcio;
Disputa de guarda e regulamentação de visitas.
Nos processos de separação de cunho litigioso o psicólogo pode operar como mediador (nos casos em que os litigantes se disponham a tentar um acordo) ou realizar uma avaliação de uma das partes ou do casal, podendo o psicólogo sugerir encaminhamento psicológico ou psiquiátrico da(s) parte(s).
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
15
Processos de separação e divórcio englobam: 
Partilha de bens;
Guarda de filhos; 
Estabelecimento de pensão alimentícia;
Direito à visitação. 
Desse modo, seja como avaliador ou mediador, o psicólogo buscará os motivos que levaram o casal ao litígio e os conflitos subjacentes que impedem um acordo.
Disputa de guarda:
O juiz pode solicitar uma perícia psicológica para que se avalie qual dos genitores tem melhores condições de exercer esse direito.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
16
Além dos conhecimentos sobre avaliação, psicopatologia, psicologia do desenvolvimento e psicodinâmica do casal, assuntos atuais como a guarda compartilhada, falsas acusações de abuso sexual e síndrome de alienação parental podem estar envolvidos nesses processos. 
Pais que colocam os interesses e a vaidade pessoal acima do sofrimento que uma disputa judicial pode acarretar aos filhos, na tentativa de atingir ou magoar o ex-companheiro, revelam-se com problemas para exercer a parentalidade de forma madura e responsável (CASTRO, 2005). 
Regulamentação das visitas
As avaliações são realizadas para esclarecer conflitos por meio da compreensão da dinâmica familiar, sugerindo medidas a serem adotas.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
17
Psicólogo jurídico e o direito da criança e do adolescente:
Adoção;
Destituição do poder familiar; 
Adolescentes autores de atos infracionais. 
Adoção
Avalia se os candidatos que estão dentro das exigências legais, buscando-se assessorar os avaliados e verificar os mais aptos, objetivando prevenir a negligência, o abuso, a rejeição ou a devolução. 
Destituição do poder familiar
O processo de separar a criança de sua família exige muita atenção e cuidado, pois, independentemente da causa da remoção (doença, negligência, abandono, maus-tratos, abuso sexual, ineficiência ou morte dos pais), a transferência da responsabilidade para estranhos deve ser realizada com base em muita reflexão (CESCA, 2004).
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
18
O que é destituição do poder familiar?
É um direito concedido a ambos os pais, sem nenhuma distinção ou preferência, para que eles determinem a assistência, criação e educação dos filhos. Esse direito é assistido aos genitores, ainda que separados, e a guarda conferida a apenas um dos dois. 
A legislação brasileira prevê casos em que esse direito pode ser suspenso, ou até mesmo destituído, de forma irrevogável.
Adolescentes autores de atos infracionais:
 São submetidos a medidas socioeducativas que objetivam a responsabilidade dos autores e focalizam
aspectos educativos, com o trabalho do psicólogo devendo convergir com esses objetivos, possibilitando uma reintegração social.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
19
Psicólogo jurídico e o Direito Civil: 
Indenizações oriundas de danos psíquicos;
Interdição judicial. 
Dano psíquico:
Por intermédio de uma perspectiva teórica e de seu instrumental técnico, o psicólogo avaliará a presença real do dano. 
Como definir dano psíquico? 
Sequela, na esfera emocional ou psicológica, de um fato particular traumatizante. Pode-se dizer que o dano está presente quando são gerados efeitos traumáticos na organização psíquica e/ou no repertório comportamental da vítima.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
20
Interdição:
O psicólogo nomeado perito pelo juiz realiza avaliação que comprove ou não a enfermidade mental.
Objetivo: a Justiça quer saber se a doença mental de que o paciente é portador o torna incapaz de reger sua pessoa e seus bens 
O que é interdição?
Refere-se à incapacidade de exercício por si mesmo dos atos da vida civil. Uma das possibilidades de interdição previstas pelo Código Civil são os casos em que, por enfermidade ou deficiência mental, os sujeitos de direito não tenham o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
21
Psicólogo jurídico e o Direito Penal:
Verificação de periculosidade;
 Discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou em julgamento.
A atuação dar-se-á junto ao Sistema Penitenciário e aos Institutos Psiquiátricos Forenses. 
Sistema Penitenciário
Segundo Lago et al., (2009), a Lei de Execução Penal (LEP), criada em 1984, foi um elemento fundamental, garantindo a existência oficial do trabalho dos psicólogos no sistema prisional. 
A Lei 10.792/2003 trouxe mudanças à LEP, uma vez que extinguiu o exame criminológico feito para instruir pedidos de benefícios e o parecer da Comissão Técnica de Classificação Brasil (2003). Para a concessão de benefícios legais, as únicas exigências previstas são o lapso de tempo já cumprido e a boa conduta.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
22
Institutos Psiquiátricos Forenses
Trabalho realizado junto aos doentes mentais que cometeram algum delito.
Esses sujeitos recebem medida de segurança, decretada pelo juiz, e são encaminhados para Institutos Psiquiátricos Forenses (IPF). 
Além de abrigar esses doentes mentais, os IPF são responsáveis:
Pela realização de perícias oficiais na área criminal;
Pelo atendimento psiquiátrico à rede penitenciária.
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
23
Psicólogo jurídico e o Direito do Trabalho:
A perícia a ser realizada nesses casos serve como uma vistoria para avaliar o nexo entre as condições
de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo.
Que processos que demandam a atuação do psicólogo nesses contexto?
Danos psicológicos causados por acidentes de trabalho;
Afastamento e aposentadoria por sofrimento psicológico.
Cabe ao psicólogo a elaboração de um laudo, no qual irá traduzir, analisar e disponibilizar, com suas habilidades e conhecimento, elementos que sevirão de subsídios para a investigação. 
Psicologia jurídica no Brasil
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
24
Assista ao vídeo:
História e Memória da Psicologia em SP. Disponível em: http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/juridica/juridica.html;
Leia: 
ALTOÉ, S. Atualidade da Psicologia Jurídica. Revista de Pesquisadores da Psicologia no Brasil (UFRJ, UFMG, UFJF, UFF, UERJ, Unirio). Juiz de Fora, Ano 1, Nº 2, julho-dezembro 2001.
JACÓ-VILELA, Ana Maria. Os primórdios da psicologia jurídica. In: BRITO, Leila Maria Torraca de (Org.). Temas de Psicologia Jurídica. Rio de Janeiro: Relumé Dumará, 1999.
Saiba mais
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica
25
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Questões éticas;
A elaboração de laudos e pareceres. 
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
AULA 1: HISTÓRIA DA PSICOLOGIA JURÍDICA
Psicologia jurídica

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes