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10. GÂNGLIO ESTRELADO. Joel Alves, Cirurgião-dentista. 9 MAIO 2017. Caros Colegas. Conta-se que a cidade Cartago, a joia do norte da África, era inexpugnável. Vários reis durante séculos tentaram tomá-la, sem sucesso. Certo dia o imperador romano Júlio César chegou aos portões de Cartago e a tomou. Foi perguntado ao rei de Cartago como isso pôde acontecer? O rei deu quatro desculpas: 1. Júlio César nos pegou despreparados; 2. Júlio César pagou os seus soldados com sal (salário); 3. Júlio César deu bônus aos seus soldados e por último; 4. Júlio César utilizou linhas de intendência. Perguntaram a Júlio César como ele tomou Cartago? "Veni, vidi, vici" (Vim, vi, venci!). Ao vencedor as frases de efeito e o deleite do Sistema Nervoso Autonômico Parassimpático (SNAP); Ao perdedor cabe o ônus da explicação e a passagem à condição de escravo significando mais tempo com o Sistema Nervoso Autonômico Simpático (SNAS) ativado. Para chegar à face, as fibras simpáticas oriundas das vértebras T1-T3 sobem pelo pescoço e passam pelo gânglio estrelado. O gânglio estrelado é então o portão de entrada para a conquista da modulação simpática na face, antes inexpugnável. O gânglio estrelado possui forma de estrela, formado pela fusão do gânglio cervical inferior com o primeiro gânglio torácico. Anatomicamente, é encontrado anterolateralmente ao corpo de C7, lateralmente ao músculo escaleno anterior, anteriormente à artéria subclávia e posteriormente à fáscia pré-vertebral. O professor Mathias Dosch em seu ATLAS ILUSTRATIVO DE LAS TÉCNICAS DE LA TERAPIA NEURAL CON ANESTÉSICOS LOCALES - 1980, afirma que o bloqueio do gânglio estrelado com procaína a 0,7%, na modulação da resposta simpática, mostra grande potencial no tratamento de afecções de cabeça, pescoço, ombros, braços, pulmões e coração: edema cerebral; espasmos vasculares intracranianos; da epilepsia traumática; paralisia facial; edema de face pós erisipela; certas formas de dor de cabeça e migrânia; glaucoma; herpes zoster oftálmico; enfermidades degenerativas da mácula; otite média crônica; perda súbita de audição; zumbidos nos ouvidos; rinites vasomotoras; infecções crônicas dos seios paranasais; hipertireoidismo; angina séptica; migrânia cervical; síndrome ombro-braço; síndrome dos escalenos; artrose deformante; artrite capsular; anquilosamento articular pós traumático; braquialgias; neuralgias do plexo braquial; dores fantasma; distrofia de Sudeck; epicondilite; tendinopatias; edema linfático pós amputação de mama; problemas circulatórios; asma brônquica; tuberculose pulmonar; pneumonia; pleurite; herpes zoster; embolia e edema pulmonar; angina de peito; infarto; fibrilação ventricular; taquicardia paroxística; Síndrome de Raynaud; Hiperidrose etc. Um efeito adverso potencialmente comum é a ocorrência de síndrome de Horner, causada pela propagação de anestésico pelo tronco simpático cervical, e rouquidão, causada pelo bloqueio do nervo laríngeo recorrente. Os principais sinais e sintomas da síndrome de Horner são: Ptose parcial da pálpebra superior; Miose; Enoftalmia: afundamento do olho; Anidrose: transpiração diminuída em um dos lados da face. Evita-se a atuação bilateral no gânglio pelo risco de bloqueio dos nervos frênicos, que pode implicar em paralisia bilateral do músculo diafragma e intercorrências ventilatórias. O Prof. Bruce H. Lipton em seu livro: A BIOLOGIA DA CRENÇA - 2007 ensina que um grande percentual das enfermidades se avoluma quando diante de conflitos não resolvidos e do estresse da vida moderna, passa-se mais tempo do que seria necessário com o SNAS ativado. Isto nos leva a pensar sobre o quanto o SNAS influencia em doenças de caráter inflamatório na boca. Com o acesso ao gânglio estrelado, aos gânglios esfenopalatinos e submandibulares podemos modular a resposta inflamatória até mesmo em periodontites agressivas, além do tratamento periodontal convencional. Consegue-se diminuição dos parâmetros clínicos inflamatórios e muito melhor prognóstico em dentes antes dados como perdidos. Ponto para a Terapia Neural Odontológica.
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