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Resumo Direito Processual Civil

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Aula 00
Direito Processual Civil p/ DPU 2016 - Analista Técnico Administrativo
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
00000000000 - DEMO
 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 00 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 65 
 
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 
 
Pessoal, depois de tanta volta e reviravolta no concurso do DPU, tudo indica que 
agora é pra valer! O certame ficou suspenso por seis meses e, oficialmente, foi reaberto 
no dia 9 de novembro. 
A seleção visa a preencher 143 vagas. Para o cargo de analista técnico 
administrativo é exigida formação em qualquer curso superior, e a remuneração é de R$ 
5.266, 18. 
A expectativa é de que seja chamado um número muito superior ao indicado para 
preencher as vagas, pois se trata do primeiro concurso para analista técnico 
administrativo da Defensoria Pública da União. 
As provas de conhecimento específico terão peso 3, de um concurso que não tem 
prova discursiva. Portanto, a matéria de DIREITO PROCESSUAL CIVIL é uma das mais 
relevantes para a sua aprovação, porque compõe o grupo de conhecimentos 
específicos. 
O segredo da sua aprovação está na atenção a essas novidades. A cobrança de 
Direito Processual Civil para um cargo de Analista Técnico não é frequente e seu estudo é 
o diferencial. 
Os candidatos dessa área, normalmente, nunca estudaram a disciplina e a 
negligenciam, preferem tentar a sorte na hora da prova ou simplesmente deixar essa 
parte da prova em branco. Temem arriscar-se a marcar um item errado e serem 
apenados por isso. O risco de fato existe. Vejam este ponto do edital: 
³8.11.5 Para os cargos de nível superior, a nota em cada item da prova objetiva de 
conhecimentos específicos, feita com base nas marcações da folha de respostas, será 
igual a: 1/8 ponto, caso a resposta do candidato esteja em concordância com o 
gabarito oficial definitivo da prova; 1/8 ponto negativo, caso a resposta do candidato 
AULA 00: JURISDIÇÃO 
00000000000
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 00 
 
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esteja em discordância com o gabarito oficial definitivo das provas; 0,00, caso não haja 
marcação ou haja marcação dupla (C e E).´ 
Mas, uma coisa que a experiência ensina é que, em concursos muito concorridos, 
passa quem se dedica a todas as disciplinas de modo proporcional à cobrança. Assim, se 
uma disciplina tem peso três numa prova, ela não pode ser levada pelo arbítrio da sorte, 
ela exige dedicação e uma pontuação que agregue à sua aprovação. 
Ainda que não se utilize do nosso material, não deixe de dedicar-se a essa matéria. 
Podem enviar-me um e-mail que terei prazer em apoiá-los com aquilo que tenham dúvida 
sobre a matéria. 
Bons estudos e vamos em frente! 
 
¾ Apresentação do curso 
Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar este desafio com 
vocês. Faremos um curso de teoria e exercícios voltado para o concurso do 
DENFENSORIA PÙBLICA DA UNIÃO. 
Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem 
excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: marcadores de 
texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da aula, bem como ao final. 
As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas (elaboradas pelo 
próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para resolução de questões no grau 
de complexidade que ao Cespe/Cebraspe tem atribuído aos certames mais concorridos. 
O curso visa a preparar os candidatos para o cargo de Analista Técnico 
Administrativo. Iremos trabalhar todo o conteúdo de Direito Processual Civil exigido no 
edital do concurso, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores. 
 
 
 
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
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¾ Sobre o Prof. Gabriel Borges 
O Professor Gabriel Borges é Consultor Legislativo do Senado Federal; pós-
graduado em Direito e Relações Internacionais; e leciona a matéria de Direito 
Processual Civil para concursos desde 2010. Até tornar-se Consultor, foi aprovado em 
vários concursos públicos. 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 
9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá 
outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos. 
 
 
 
¾ Vamos ao nosso cronograma 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 Da jurisdição. Disponível 
Aula 1 Da ação. 12/11 
¾ Atenção! 
Este curso está de acordo com o Código de Processo Civil em vigor. A despeito de 
inserimos comentários sobre o Novo CPC ± Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 ± 
durante as aulas, nosso foco será a Lei que atualmente está sendo aplicada e que 
será objeto de nossa prova. Lembramos que o Novo CPC terá de cumprir um ano 
de vacation legis, para somente então entrar em vigor. 
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Aula 2 Princípios de Direito Processual Civil 17/11 
Aula 3 
Defensoria Pública no processo civil. Mandado de 
Segurança (Lei 3 nº 12.016/2009). Ação Civil Pública (Lei 
nº 7.347/1985). Execução Fiscal (Lei nº 6.830/1980). 
Juizados Especiais Cíveis (Lei nº 9.099/1990). Juizados 
Especiais Federais (Lei nº 10.259/2001). 
17/11 
Aula 4 Questões recentes do Cespe ou no formato Cespe 30/11 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 03 
2. Cronograma 04 
3. Capítulo I: Jurisdição 
Introdução 
1. Equivalentes Jurisdicionais 
1.1. Classificação 
1.1.1 Jurisdição voluntária versus jurisdição contenciosa 
1.1.2. Classificação dos procedimentos de jurisdição voluntária 
1.2. Escopos da jurisdição 
1.3. Princípios inerentes à jurisdição 
1.3.1. Investidura 
1.3.2. Territorialidade 
1.3.3. Indelegabilidade 
1.3.4. Inevitabilidade 
1.3.5. Inafastabilidade 
1.3.6. Juiz Natural 
1.4. Características06 
4. Resumo 39 
5. Questões comentadas 42 
6. Lista das questões apresentadas 58 
7. Gabarito 64 
8. Bibliografia 65 
 
 
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CAPÍTULO I: DA JURISDIÇÂO 
 
São quatro os institutos que estruturam o processo civil, a saber: a jurisdição, a 
ação, a defesa e o processo. Eles são elementos nucleares para a ciência processual, 
pois possuem uma relação direta ou indiretamente com as demais normas. 
 
JURISDIÇÃO 
 
AÇÃO 
 
DEFESA 
 
PROCESSO 
É uma atividade típica do 
Estado, em que o juiz 
busca pacificar os litígios, 
aplicando, ao caso 
concreto, normas legais. 
Direito de iniciar, 
participar e obter, do 
Poder Judiciário, 
uma resposta ao 
processo. 
Direito de 
resposta ± 
ampla defesa e 
contraditório. 
Encadeamento 
de atos que visa 
um fim ± resposta 
judicial ao pedido 
formulado. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não havia um 
Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos próprios 
interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade vencia a disputa. A 
solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por instrumentos parciais. 
A partir da consolidação do Estado, passou a existir um poder central para a 
solução dos conflitos, o poder estatal. Ao poder judiciário, não participante do litígio, 
portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, em regra abstrata, em busca da 
pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado poder jurisdicional. 
Percebam, então, que a consolidação de um poder central veio acompanhada de 
um sistema que desse segurança jurídica à sua população, sob risco de o poder central 
ser mera peça de manobra de forças preponderantes. 
São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) e 2) a instituição de 
um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. Imaginem a existência de uma 
sociedade onde não há segurança jurídica, onde não se sabe ao certo como garantir a 
propriedade sobre seus bens e a justeza no conflito com seus pares... Esse cenário 
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impediria os indivíduos de buscarem prosperidade porque estariam voltados, a todo 
momento, para questões de segurança. A jurisdição veio dar ao Estado a legitimidade 
para agir em nome do interesse público e ao jurisdicionado a segurança jurídica para 
prosperar. 
Em seu conceito tradicional, jurisdição é o poder de resolver um conflito entre as 
partes, substituindo a vontade delas pela da lei. Ela tem como característica a 
substitutividade, que consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao solucionar a 
lide, estaria substituindo a vontade das partes, proibindo a elas de estarem, em regra, 
fazendo valer a justiça do mais forte. No entanto, não é somente quando há conflito entre 
as partes que o poder estatal atua, nem é sempre que há substituição da vontade das 
partes. 
Na concepção moderna, jurisdição é a atuação estatal ao caso concreto; uma 
atuação com caráter de definitividade ± diz respeito à imutabilidade da sentença, que faz 
coisa julgada material ±, objetivando a pacificação social. 
Assim, a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio dos seus 
representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que não pôde ser dirimida 
no plano extrajudicial, revelando a necessidade da intervenção do estado para que a 
pendenga estabelecida seja solucionada. 
De modo sucinto, Marcus Vinícius R. Gonçalves define Jurisdição como a: 
³Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em 
caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos´��
(Direito Processual Civil Esquematizado). 
Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se restringe a dizer 
o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito (juris-satisfação). 
Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado apenas diga o caminho a ser trilhado, 
espera-se que o poder estatal faça o direito ser efetivamente aplicado. Por isso, o Estado-
juiz, por meio do seu poder jurisdicional, tem a capacidade de impor suas decisões. É um 
poder coativo. 
Dúvida: Qual dos três poderes, da clássica divisão montesquiana, é responsável 
pela jurisdição? Ela é atribuída ao poder judiciário como função típica, mas também a 
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outros poderes, como função atípica. Exemplo: processo de impeachment, que pode ser 
conduzido pelo legislativo, ou das sindicâncias, pelo poder executivo. 
³$�MXULVGLomR�p�IXQomR�DWULEXtGD�D�WHUFHLUR�LPSDUFLDO��D��GH�UHDOL]DU�R�
Direito de modo imperativo (b) e criativo (c), 
reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas (d) 
concretamente deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle 
externo (f) e com aptidão para tornar-VH� LQGLVFXWtYHO� �J��´� (Curso de 
Direito Processual Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie, pág. 83) 
Esse conceito moderno apresentado por Didier deve ser analisado, pois está de 
acordo com a realidade das transformações por que passou o Estado. Vejamos cada 
elemento elencado no conceito. 
a) Terceiro imparcial: na solução da lide utiliza-se a técnica de 
heterocomposição ± o conflito é solucionado por um agente exterior à 
relação conflituosa original. Os sujeitos do processo submetem a terceiro seu 
conflito, em busca de solução. Chiovenda chama essa heterocomposição de 
substutividade, sendo esta a característica que diferencia jurisdição das outras 
funções estatais. 
Ok! E o que é substutividade? Bem pessoal, como falamos há pouco a 
substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao solucionar a lide, 
está substituindo a vontade das partes, já que elas estariam proibidas de, em regra, fazer 
valer a justiça do mais forte (característica do conceito de jurisdição tradicional). 
 
(TJ ES 2011) Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, julgue o 
item seguinte. 
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a 
vontade privada por uma atividade pública. 
a) Certo 
b) Errado 
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Gabarito: Certo 
 
É importante não se confundir neutralidade com imparcialidade. Neutralidade é o 
mito que se sustenta na possibilidade de o juiz não ter vontade inconsciente; segundo a 
qual predominaria a vontade dos sujeitos processuais e não o interesse geral da justiça. 
A imparcialidade, por seu turno, determina que o magistrado não pode ter 
interesse na lide, bem como possui o dever de tratar as partes com igualdade, garantindo 
o contraditório em paridade de armas. 
b) Manifestação de Poder: a jurisdição coloca-se de modo imperativo, aplicando 
o direito a situações que são levadas ao Estado, ao órgão jurisdicional. 
c) Atividade criativa: ³cria-se a norma jurídica do caso concreto, bem como se 
FULD��PXLWDV�YH]HV��D�SUySULD�UHJUD�DEVWUDWD�TXH�GHYH�UHJXODU�R�FDVR�FRQFUHWR�´�
(Curso de Direito Processual Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie, pág. 86). As 
normas não são capazes de determinar todas as decisões dos Tribunais. Há 
necessidade de interpretação ou confirmação da consistência dos textos 
normativos quando aplicados ao caso concreto. Dessa forma, cabe aos 
Tribunais interpretar, construir e distinguir os casos para formulação da 
decisão. Eles exercem um papel singular na produção normativa. 
d) Técnica de tutela: a jurisdição é considerada uma importante técnica de 
tutela de direitos. A proteção jurídica deve contemplar todas as situações 
jurídicas. 
e) Situação jurídica concreta: a jurisdição atua em situações concretas. 
Exemplo: ameaça de lesão a direitos (em que se requer uma tutela inibitória). 
f) Impossibilidade de controle externo da função jurisdicional: uma das 
características da função jurisdicional é a capacidade de produzir a última 
decisão sobre o caso concreto deduzido em juízo: ao caso aplica-se o Direito 
sem que aja possibilidade de apreciação, controle de outro poder. A jurisdição 
é controlada, somente, pela própria jurisdição. 
g) Aptidão para tornar-se indiscutível: sabemos que a coisa julgada é uma 
situação jurídica referente às decisões jurisdicionais, exclusivamente. Só uma 
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decisão judicial pode vir a ser indiscutível e imutável pela coisa julgada 
material. No entanto, não podemos deduzir que somente haverá jurisdição se 
houver coisa julgada, pois esta é uma opção política do Estado. Há casos em 
que o legislador não retira das decisões a aptidão de submeter-se à coisa 
julgada, mas isso não aniquila a jurisdicionalidade das decisões. Ora, a coisa 
julgada é um elemento a posteriori da decisão e, portanto, não pode ser 
elemento ou característica de existir da decisão. É fato que somente a 
jurisdição possui a característica da definitividade ± diz respeito ao caráter de 
imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material (característica do 
conceito moderno de jurisdição). 
No intuito de preencher todas as possíveis formas de ser cobrado o conceito de 
jurisdição, vamos compreendê-lo de uma outra perspectiva. A doutrina diz que a 
jurisdição é o poder que o estado avocou para si de dizer o direito, de fazer justiça, em 
substituição aos particulares. Podemos, na realidade, dizer que a jurisdição é poder, 
função e atividade. É poder devido à capacidade de imposição das decisões às partes 
pelo Estado ± o poder decorre da potestade (força para impor sua decisão) do Estado 
exercida de maneira definitiva sobre as partes litigantes. Função por cumprir a finalidade 
de fazer valer a ordem jurídica em face de um conflito. Por último, é atividade por 
consistir em uma série de manifestações (atos) externas e ordenadas que resultam na 
declaração do direito e na concretização do que foi pleiteado. 
Atente-se para o fato de que o poder da jurisdição se subdivide em três espécies: 
o poder de decisão, o de coerção e o de documentação. No poder de decisão, o Estado-
juiz deve conhecer a pendenga judicial, colher provas e decidi-la. É o poder do Estado- 
juiz de analisar, verificar e decidir o litígio ± poder de decisão. O segundo [de coerção], diz 
respeito ao poder do Estado-juiz em impor à parte vencida o cumprimento da decisão por 
ele proferida. O poder de documentação, por sua vez, ocorre quando o Estado-juiz 
documenta os atos processuais. 
 
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(DPE BA) No Direito Processual Civil Brasileiro, a jurisdição compreende três 
poderes, que são o de 
a) decisão, o de coerção e o de documentação. 
b) coerção, o de documentação e o de exposição. 
c) documentação, o de exposição e o de disposição. 
d) exposição, o de disposição e o de decisão. 
e) disposição, o de decisão e o de coerção. 
Gabarito: A 
 
1. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS 
O Estado não detém exclusividade na solução de conflitos. Existem formas 
alternativas: autotutela, autocomposição, arbitragem. 
A autotutela (autodefesa) é a forma mais antiga de se resolver conflitos. Ocorre 
o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso da força da outra parte. 
Assim, a autotutela ocorre quando a própria parte busca afirmar seu interesse impondo-o 
à parte contrária. Podemos considerar que a autotutela, de certo modo, permite o 
exercício de coerção por um particular em defesa de seus interesses. Modernamente, 
tem-se buscado restringir as formas de exercício da autotutela, transferindo para o Estado 
as diversas formas de coerção. O Direito prevê casos excepcionais em que pode ser 
empregada: legítima defesa (art. 188, I, do CC), desforço imediato no esbulho (art. 1.210, 
parágrafo 1o do CC). A autotutela pode ser totalmente revista pelo poder judiciário. 
A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no conflito 
para chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas partes sem a 
intervenção de agentes externos no processo de pacificação da lide. A autocomposição 
ocorre quando há o despojamento unilateral em favor de outrem (da vontade por este 
almejada); quando há aceitação ou resignação de um dos sujeitos aos interesses do outro 
ou quando há concessão recíproca efetuada pelas partes. Em tese, não há de se falar em 
coerção dos indivíduos. 
As modalidades de autocomposição são três: renúncia, aceitação 
(resignação/submissão) e a transação. A renúncia ocorre quando o titular do direito, 
unilateralmente, dele de despoja em favor de outrem. A aceitação, por sua vez, ocorre 
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quando um dos sujeitos reconhece o direito do outro, passando a guiar-se pela plena 
consonância com este reconhecimento. Já a transação ocorre quando os sujeitos que se 
consideram titulares do direito pleiteado solucionam a lide por meio de concessões 
recíprocas. 
A arbitragem é uma técnica de solução de conflitos em que as partes buscam em 
uma terceira pessoa a solução do litígio. Dessa forma, a arbitragem ocorre quando a 
fixação da solução da lide entre as partes é entregue a um terceiro, denominado árbitro, 
em geral escolhido pelas partes. 
No direito brasileiro, a arbitragem somente pode se dirigir a acertamento de 
direitos patrimoniais disponíveis. É o que aduz o art. 1º da Lei 9.307/96 que regula a 
DUELWUDJHP��³DV�SHVVRDV�FDSD]HV�GH�FRQWUDWDU�SRGHUmR�YDOHU-se da arbitragem para dirimir 
OLWtJLRV�UHODWLYRV�D�GLUHLWRV�SDWULPRQLDLV�GLVSRQtYHLV�´ 
A arbitragem possui caráter voluntário podendo ser de direito ou de equidade, a 
critério das partes, que poderão escolher, livremente, as regras de direito que serão 
aplicadas, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. 
Igualmente, poderão as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos 
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. 
As partes interessadas podem, por exemplo, submeter a solução de seus litígios ao 
juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula 
compromissória e o compromisso arbitral. 
A cláusula compromissória (prévia e abstrata) é a convenção por meio da qual as 
partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam 
vir a surgir, relativamente a tal contrato. Deve ser estipulada por escrito, podendo estar 
inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente 
tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua 
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura 
ou visto especialmente para essa cláusula. 
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver 
inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da 
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cláusula compromissória. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das 
partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem 
e do contrato que contenha a cláusula compromissória. 
Já o compromisso arbitral (posterior e concreta) é o estabelecimento posterior ao 
conflito que esse será solucionado por meio da arbitragem. 
Art. 6º da Lei 9.307/96: Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a 
arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à 
arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante 
comprovação de recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o 
compromisso arbitral. 
O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial. O compromisso arbitral 
judicial celebra-se por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a 
demanda. O compromisso arbitral extrajudicial é celebrado por escrito particular, assinado 
por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
A mediação é uma conduta pela qual um terceiro coloca-se entre as partes e tenta 
conduzi-los à solução autocomposta. Didier DGX]�³WUDWDU-se de uma técnica para catalisar 
D�DXWRFRPSRVLomR´��&XUVR�GH�'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO��YRO�� ,��'LGLHU�-U���)UHGLH��SiJ����). 
Na mediação, diferentemente do que ocorre na conciliação, o foco não recai no conflito 
propriamente, mas se desloca para as causas desse conflito. 
A mediação surge como um instrumento de pacificação social, uma vez que há a 
perspectiva de solução da lide sem qualquer decisão impositiva e busca-se a preservação 
do interesse das partes litigantes. 
O mediador tem a função de conduzir, e não propor soluções ao conflito das partes 
como o conciliador faz. Os litigantes devem discutir as causas do conflito e chegar a uma 
solução. Assim, a função do mediador é de induzir as partes a chegar, por elas mesmas, 
j�VROXomR�GD�OLGH��³2 sentimento de capacidade que certamente será sentido pelas partes 
também é aspecto que torna a mediação uma forma alternativa de solução de conflitos 
EDVWDQWH� DWUDHQWH�´� �1HYHV�� 'DQLHO� $PRULP� $VVXPSomR�� SJ�� ��� 0DQXDO� GH� 'LUHLWR�
Processual Civil) 
 
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CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (Tabela com artigos do novo CPC) 
AUTOCOMPOSIÇÃO 
A solução negocial, além de ser um meio efetivo de resolução de conflitos, é um 
elemento de desenvolvimento da cidadania. As partes passam a ser protagonistas na 
solução do litígio. A autocomposição, assim, pode ser compreendida como um reforço do 
poder das partes em regular suas relações conflitantes. Vê-se, nestes meios de solução 
alternativos de conflito, um forte caráter democrático. 
A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça normatizou a mediação e 
a conciliação até a edição do Novo CPC, que dedica um capítulo inteiro a estes meios de 
solução de controvérsias. 
Dessa forma, pode-se dizer que o sistema brasileiro vem se estruturando no sentido 
de estimular a autocomposição. Vejamos o que diz o artigo 3º do Novo CPC. 
NCPC: 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
Mediação e conciliação são, igualmente, formas de solução de conflitos em que um 
terceiro intervém no processo conflituoso com o intuito de auxiliar as partes envolvidas a 
chegar à autocomposição. Aqui não cabe ao terceiro resolver a pendenga, como ocorre 
na arbitragem. Cabe a ele exercer um papel estimulante na solução negocial do litígio. 
Por isso, não estamos diante de uma espécie de heterocomposição, mas, sim, diante de 
exemplos de autocomposição, com a integração de um terceiro. 
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As duas formas são os principais exemplos de resolução alternativa de 
controvérsias. A diferença entre elas é sutil, mas a doutrina as considera técnicas distintas 
de autocomposição. 
O conciliador participa da negociação de modo mais ativo. Pode ele, inclusive, 
sugerir às partes soluções para a pendenga. É indicada, com mais frequência, na solução 
de conflitos em que as partes não tenham tido vínculo anterior. 
O mediador, por seu turno, já possui um papel mais amplo. Exerce um papel de 
comunicador das partes, um facilitador do diálogo. Auxilia os envolvidos a compreender 
as questões do conflito, para que possam chegar a soluções consensuais. É mais 
indicada quando já existe uma relação anterior entre as partes, como nas relações 
familiares e societárias. A mediação atinge êxito quando as partes atingem um resultando 
que gerem benefícios mútuos. 
NCPC: 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de 
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e 
mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e 
estimular a Neste sentido é importante ler o artigo 165 do Novo CPC. 
autocomposição. 
§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo 
tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a 
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes 
conciliem. 
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os 
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da 
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos. 
 
As duas modalidades podem ocorrer judicial ou extrajudicialmente. Judicialmente, o 
mediador e o conciliador serão auxiliares da justiça, o que implica dizer que a eles serão 
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aplicadas as regras relativas a este tipo de sujeito processual, inclusive no que tange às 
questões de impedimento e suspeição. 
A mediação e a conciliação podem ocorre em câmaras públicas, em câmaras 
privadas ou em ambientes mais informais, como nos escritórios de advocacia. 
NCPC: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e 
mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou 
de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional. 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras 
de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de 
conflitos no âmbito administrativo, tais como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de 
conciliação, no âmbito da administração pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e 
mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio 
de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às 
câmaras privadas de conciliação e mediação. 
 
Vejamos agora quem pode exercer o papel de mediador ou conciliador. Podem 
exercer essa função tanto funcionários públicos como profissionais liberais. 
NCPC: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação 
e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça 
ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional. 
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado 
por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho 
Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o 
mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro 
nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
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§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal 
remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o 
conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar 
da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o 
princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e 
mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o 
número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a 
matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal 
julgar relevantes. 
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente 
pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da 
população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das 
câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se 
advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que 
desempenhem suas funções. 
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e 
mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as 
disposições deste Capítulo. 
 
Quanto à remuneração ou não dessas atividades, o NCPC prevê tanto a 
remuneração como atuação voluntária. É importante destacar que a remuneração dessas 
atividades ajuda no aprimoramento e capacitação destes auxiliares de justiça. 
NCPC: 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador 
receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabelafixada pelo tribunal, 
conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, 
observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que 
deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de 
atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu 
credenciamento. 
 
Dúvida: Quem escolhe estes auxiliares? Consensualmente, as partes podem escolher o 
mediador e o conciliador e a câmara privada para a realização da autocomposição. Se a 
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escolha recair sobre um profissional não cadastrado no tribunal, deverá ser realizado o 
devido cadastro deste para que ele se habilite a participar. 
NCPC: 
Art. 168 do NCPC. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o 
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar 
cadastrado no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá 
distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva 
formação. 
§ 3° Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou 
conciliador. 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO 
A jurisdição é una e indivisível, mas é comum dividi-la para efeitos didáticos, 
quanto ao objeto, à hierarquia, ao órgão. Também é dividida em contenciosa e voluntária. 
Quanto ao objeto, a jurisdição pode ser civil ou penal. São de natureza civil todas 
as que não tenham caráter penal. Há doutrinadores que discordam da limitação a essas 
duas espécies e incluem as outras esferas jurisdicionais na classificação: trabalhista, 
penal militar, eleitoral. 
Quanto à hierarquia, classifica-se em inferior ou superior. Inferior é a que tem a 
chamada competência originária, ou seja, que recebe o processo primeiro; a superior tem 
atuação recursal. 
Relativamente ao órgão que a exerce, poderá ser especial e comum. Especial é 
definida pela Constituição Federal com base na matéria a ser tratada: Justiça Eleitoral, 
Justiça do Trabalho e Justiça Militar; sendo a comum todo o restante (daí, falar-se em 
competência residual). A Justiça Comum é composta pela Justiça Federal e pela Justiça 
Estadual. 
x JURISDIÇÃO: pode ser nacional ou internacional. Vejamos: 
x Jurisdição Comum 
Jurisdição Federal e Estadual. Dividem-se em 
jurisdição civil e penal. 
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Jurisdição Nacional: UNA 
 
Jurisdição Internacional 
 
x Jurisdição UNA: Adotada no Brasil: Poder Judiciário exerce a jurisdição com 
exclusividade (causas comuns e administrativas). As causas que envolvem o Estado 
são julgadas pelo Poder Judiciário. 
x Jurisdição DUAL: Adotada, por exemplo, na França. Tribunais Judiciários (causas 
comuns) e Tribunais Administrativos (causas administrativas). As causas que 
envolvem o Estado são julgadas pelo Poder Administrativo. 
 
A jurisdição também poderá ter natureza contenciosa ou voluntária. Essa é a 
única divisão abordada no CPC. Contenciosa é a rotineira; enquanto na voluntária não há, 
em tese, conflito de interesses (exemplo: homologação de acordo previamente firmado 
entre as partes). Nessa espécie, o interessado ou interessados buscam a prestação 
jurisdicional do Estado quando não podem alcançar seus objetivos sozinhos. 
 
(TJ ± CE 2011/ Adaptada) Sobre jurisdição e ação é correto dizer que: 
a) Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional 
apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de acordo com as regras 
de competência. 
COMENTÁRIOS: 
Jurisdição Especial 
Jurisdição trabalhista, eleitoral e militar. 
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 A questão está correta. Percebam que o princípio da aderência ligado ao princípio 
internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe os limites territoriais 
do País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz nacional. 
Gabarito: A 
 
(TST 2008) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da qual 
são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca 
desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser classificada em comum ou 
especial. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: A 
 
(TST 2008) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de 
jurisdição comum. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: B 
 
(TST 2008) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça 
comum é dividida em federal e estadual. 
a) Certo 
b) Errado 
Gabarito: A 
 
1.1.1. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA VERSUS JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
Art. 1° do CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos 
juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece. 
Como falamos, a jurisdição pode ser: contenciosa ou voluntária. Vejamos cada 
uma delas. 
Em regra, a jurisdição contenciosa decorre de processo judicial. Ela é marcada 
pelo litígio entre as partes, que, por sua vez, termina com a sentença de mérito. Sua 
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decisão pode ser, e comumente o é, traumática porque beneficia uma das partes 
somente, causando prejuízo à outra. 
A jurisdição voluntária, também conhecida como administrativa ou integrativa, é 
uma atividade estatal de integração e fiscalização. Em verdade, não é voluntária: há 
obrigatoriedade, em regra, de participação do Poder Judiciário para integrar as vontades 
e, dessa maneira, tornar apta a produção de seus efeitos. 
As garantias fundamentais do processo são aplicadas à jurisdição voluntária e 
tambémaos magistrados, que estão atrelados a dois elementos: 
a) Inquisitoriedade: o magistrado poderá decidir de modo contrário à vontade 
das partes. 
b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (art. 1.109 do CPC): não 
se observa na decisão a legalidade estrita. A sentença é baseada nos critérios de 
conveniência e oportunidade. O órgão jurisdicional tem ampla discricionariedade na 
condução e na decisão do processo em jurisdição voluntária. 
 
1.1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
1 ± Receptícios: a atividade judicial limita-se a registrar, documentar ou 
comunicar manifestações de vontade. Exemplo: notificações, protestos. 
2 ± Probatórios: a atividade jurisdicional limita-se à produção da prova. Exemplo: 
justificação. 
3 ± Declaratórios: o magistrado limita-se a declarar a existência ou inexistência 
de uma situação jurídica. Exemplo: da posse em nome do nascituro. 
4 ± Constitutivos: a criação, modificação ou extinção de uma situação jurídica 
dependem da concorrência da vontade do magistrado, por meio de autorizações, 
homologações, aprovações. Exemplo: interdição. 
5 ± Executórios: o magistrado deve exercer uma atividade prática que modifica o 
mundo exterior. Exemplo: alienações de coisas. 
6 ± Tutelares: a proteção de interesses de determinadas pessoas que se 
encontram em situação de desamparo é confiada ao Poder Judiciário ± poderá instaurar 
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os procedimentos ex officio. Exemplo: Nomeação de curadores. 
 
x Jurisdição voluntária como administração pública de interesses privados 
Na doutrina brasileira, discute-se se a questão de que a jurisdição voluntária não 
seria jurisdição, mas administração pública de interesses privados realizada pelo Poder 
Judiciário. Essa construção doutrinaria parte da premissa, como exposto no quadro 
 
Quanto à natureza da jurisdição voluntária, há divergência 
se ela é de administração pública de interesses privados ou se de 
atividade jurisdicional. 
a) Como administração pública ± linha que tem crescido 
na doutrina brasileira ± parte-se do pressuposto de que a 
jurisdição voluntária não é jurisdição, mas sim administração 
pública de interesse privado. 
Isso porque não existe lide a ser resolvida nem a 
possibilidade de substitutividade ± o magistrado insere-se entre as 
partes do negócio jurídico e não as substitui. Além disso, por não 
ocorrer a jurisdição, não se falaria em coisa julgada, mas em 
preclusão. 
b) Como atividade jurisdicional: a jurisdição voluntária 
tem natureza de atividade jurisdicional. Pode ocorrer relação 
conflituosa nessa modalidade de jurisdição. 
Os casos de jurisdição voluntária são conflituosos em 
potencial e, por isso, submetem-se ao poder judiciário. 
Vamos, logo abaixo, analisar um pouco mais sobre esse 
assunto: jurisdição voluntária como administração pública de 
interesses privados e jurisdição voluntária como atividade 
jurisdicional. 
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acima, de que a jurisdição voluntária, por não possuir lide a ser solucionada, não pode ser 
considerada jurisdição. 
Também não poderíamos falar em substitutividade uma das características da 
jurisdição, porque o juiz não substitui os sujeitos processuais, e, sim, insere-se entre os 
participantes do negócio jurídico. Desse modo, porque não há conflito, não existem 
sujeitos processuais, só meros interessados. 
Não havendo jurisdição, não haveria que se falar em ação nem em processo, mas 
em requerimento e procedimento. Igualmente, não existindo jurisdição, não há coisa 
julgada, mas preclusão. 
Essa corrente ainda fundamenta o seu pensamento no art. 1.111 do CPC: a 
sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem 
circunstâncias supervenientes. 
Diferenças doutrinárias acerca da jurisdição voluntária 
Ju
ri
sd
iç
ão
 v
o
lu
n
tá
ri
a 
 
 
Doutrina majoritária (clássica) 
 
Doutrina minoritária (moderna) 
Não há jurisdição Há jurisdição 
Não existem partes no processo, 
meros interessados 
Há partes 
Não há ação nem processo, mas 
requerimento e procedimento 
Há processo 
Não faz coisa julgada, mas preclusão Há coisa julgada 
É uma atividade administrativa É uma atividade jurisdicional 
Não há substutividade; juiz é 
administrador 
Há substutividade: juiz é juiz 
 
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(TJ - ES 2011) A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta também 
denominada graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por 
juízes, cuja atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a 
jurisdição voluntária se caracterize pela administração de interesses privados pelos 
órgãos jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Correto. Percebam que a banca considerou correta a questão da ausência de 
litígio na jurisdição, um elemento que destacamos em nossa aula, mas que tem sido 
combatido pela doutrina moderna. No enunciado da questão, a jurisdição voluntária é 
também nomeada de administrativa, mais uma característica da doutrina clássica. 
 
(TRT 11ª Região 2012/ Adaptada) Sobre jurisdição, é correto afirmar: 
c) Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob um 
ponto de vista estritamente formal. 
COMENTÁRIOS: 
Correto. Entre as opções RIHUHFLGDV�SHOD�EDQFD��³D´�D�³H´���FRQVLGHURX-se correta 
D�OHWUD�³F´��TXH�FLWDPRV��'HVVH�PRGR��R�HQWHQGLPHQWR�GD�EDQFD��FOiVVLFR�H�PDMRULWiULR��p�
de que a jurisdição voluntária é jurisdição apenas em seu aspecto formal, já que 
relativamente ao conteúdo pode ser entendida como administração de interesses 
particulares pelo Poder Judiciário. 
A Teoria Revisionista, por seu turno, considera a Jurisdição Voluntária uma 
jurisdição propriamente dita, já que é possível a ocorrência da lide. 
Relativamente à existência da lide, o STJ já se pronunciou de acordo com esta 
teoria, afirmando que o litígio pode ou não estar presente na jurisdição administrativa, 
mas não é essencial para a propositura da ação. Sentido em que se manifestaram 
consagrados autores como Alexandre de Freitas Câmara e Fredie Didier. 
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É exemplo de jurisdição voluntária a separação consensual, já que o ato judicial 
irá conferir validade ao negócio jurídico que se realizar. Mas acidentalmente pode haver 
conflito na separação consensual; diz-se acidentalmente porque não é parte essencial do 
negócio jurídico. Percebam a diferença, na qualidade de voluntária, a jurisdição não tem 
como aspecto essencial a lide, mas é um possível elemento acidental, ou seja, que pode 
vir a ocorrer num dado momento; enquanto na qualidade de contenciosa, a lide está 
virtual/real e essencialmente ligada à jurisdição. 
Didier cita os casos de interdição e de retificação de registro como procedimentos 
de jurisdição voluntária que normalmente dão ensejo a controvérsias. De fato não são 
raros os casos em que surgem questões que devem ser solucionadas pelo magistrado, 
por exemplo, as divergências entre o pai e o menor que queira se emancipar (jurisdição 
voluntária com lide acidental). 
³É por isso que se impõe a citação dos possíveis interessados, que podem, 
de fato, não opor qualquer resistência, mas não estão impedidos de fazê-lo. São 
frequentes os casos em que, em pleno domínio da jurisdição voluntária, 
surgem verdadeiras questões a demandar juízo do magistrado.´��'LGLHU� 
Outra distinção que pode ser considerada entre Jurisdição Voluntária e 
Contenciosa refere-se, ainda, à pretensão. Nesse aspecto, vale destacar: pode haver 
processo sem lide, mas não há processo sem pretensão. O Juiz exerce a função 
jurisdicional quando provocado ± esta provocação é que chamamos de pretensão e, por 
meio dela, dá-se a integração da jurisdição voluntária ou da jurisdição contenciosa. 
Não se debrucem em demasia sobre estas contradições, pelo menos, não 
para o concurso. Como bem disse Leonardo Greco, ³Wodos esses critérios são imperfeitos, 
porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade tão heterogênea de procedimentos, 
nos quais sempre vamos encontrar o desmentido de um ou de outro desses FULWpULRV´� 
Leiam este elucidativo acórdão do STJ, em que grifamos os trechos mais 
importantes sobre a matéria: 
[...] não parece adequado afirmar categoricamente que na jurisdição 
voluntária não há bem litigioso e tampouco lide. 
A mais recente doutrina processualista tem ressaltado o equívoco em 
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se qualificar a chamada jurisdição administrativa de atividade não jurisdicional em razão da 
suposta ausência de lide. 
Afirma-se, modernamente, que a jurisdição voluntária não equivale 
a demanda sem lide. O litígio pode ou não verificar-se no seio da jurisdição administrativa: 
ele apenas não é essencial para a propositura da ação. 
[...] 
Para ilustrar a atenuação que se verifica na diferenciação entre a jurisdição voluntária e a 
jurisdição contenciosa, transcrevo trecho da obra de Leonardo Greco (GRECO, 
Leonardo. Jurisdição Voluntária Moderna. São Paulo: Editora Dialética, 2003, p. 23): 
Apesar das divergências de opinião, há algumas características que geralmente são 
apontadas pela doutrina para diferenciar a jurisdição contenciosa e a jurisdição voluntária. 
Na primeira haveria lide, na segunda não; na primeira haveria partes em posições 
subjetivas antagônicas, na segunda apenas um ou mais interessados concordantes em 
suas postulações; a primeira incidiria sobre situações fáticas preexistentes, enquanto a 
segunda teria caráter constitutivo; a primeira seria repressiva e a segunda preventiva; na 
primeira, a atividade judicial seria substitutiva da vontade das partes, na segunda os 
interessados dependeriam da concorrência da vontade estatal manifestada pelo juiz, sem a 
qual não poderiam isoladamente alcançar o efeito jurídico almejado; na primeira o juiz 
tutelaria direitos subjetivos, enquanto na segunda, meros interesses; na primeira, os 
procedimentos previstos em lei não seriam exaustivos, na segunda o juiz somente poderia 
atuar com expressa previsão legal; na primeira haveria formação da coisa julgada, na 
segunda não; na primeira o juiz estaria adstrito ao pedido do autor, enquanto na segunda o 
juiz poderia agir de ofício ou adotar providência diversa da que lhe fosse requerida. 
Todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma 
variedade tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o 
desmentido de um ou de outro desses critérios. 
 
REsp 942.658-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 2.6.2011. 
x Sugiro que façamos, agora, a leitura dos artigos do CPC que tratam das 
disposições gerais da Jurisdição Voluntária e que são aplicados 
subsidiariamente às leis específicas. 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA 
Art. 1.103. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem a 
jurisdição voluntária as disposições constantes deste Capítulo. 
Art. 1.104. O procedimento terá início por provocação do interessado ou do Ministério 
Público, cabendo-lhes formular o pedido em requerimento dirigido ao juiz, devidamente 
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instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. 
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o 
Ministério Público. 
Art. 1.106. O prazo para responder é de 10 (dez) dias. 
Art. 1.107. Os interessados podem produzir as provas destinadas a demonstrar as suas 
alegações; mas ao juiz é lícito investigar livremente os fatos e ordenar de ofício a realização 
de quaisquer provas. 
Art. 1.108. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse. 
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a 
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que 
reputar mais conveniente ou oportuna. 
Art. 1.110. Da sentença caberá apelação. 
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se 
ocorrerem circunstâncias supervenientes. 
Art. 1.112. Processar-se-á na forma estabelecida neste Capítulo o pedido de: 
 I - emancipação; 
 II - sub-rogação; 
 III - alienação, arrendamento ou oneração de bens dotais, de menores, de 
órfãos e de interditos; 
 IV - alienação, locação e administração da coisa comum; 
 V - alienação de quinhão em coisa comum; 
 VI - extinção de usufruto e de fideicomisso. 
 
1.2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO 
O estudo da jurisdição pode ter em consideração os objetivosque persegue. 
Distinguindo-se em: escopo jurídico, social, educacional e político. 
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O escopo jurídico decorre da efetiva aplicação da vontade da lei, dando fim à lide. 
Já está vencido o entendimento de que esse seria o único objetivo da jurisdição 
(aplicação da lei; fim do conflito). 
No escopo social, pretende-se a pacificação social, de modo que se resolva a lide 
de caráter social. Nesse escopo, a jurisdição não tem como intenção fundamental a 
solução do conflito jurídico, mas a solução no plano fático, que traga a maior satisfação 
possível às partes. 
A transação consiste, assim, em excelente modo de alcançar esses objetivos, 
porque ocorre a partir da cessão mútua de interesses e tende a extinguir o conflito sem 
imposição severa a alguma das partes (solução do conflito (fático); satisfação das partes). 
O escopo educacional deriva da função de divulgar (ensinar) a todos os 
jurisdicionados, incluindo-se ± obviamente ± as partes envolvidas no processo, quais os 
seus direitos e deveres. É escopo bem amplo, que ganhou importância nos julgados 
contemporâneos, que se revestem de verdadeiro caráter didático. Os mais importantes 
julgamentos são acompanhados por meios de comunicação, que os tornam acessíveis a 
grande número de indivíduos (divulgação dos direitos e deveres de todos os 
jurisdicionados). 
O escopo político, por sua vez, prisma pelo bom funcionamento jurisdicional que 
eleva a credibilidade do Estado perante os indivíduos e, desse modo, estimula a 
participação democrática por meio do processo (estimula a participação democrática). 
 
1.3. PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO 
1.3.1. INVESTIDURA 
O Poder Judiciário possui um caráter inanimado e, por isso, necessita escolher 
pessoas para representar o Estado no exercício concreto da atividade jurisdicional. 
Investido do poder jurisdicional, o juiz (sujeito escolhido para ser o agente público 
representante do Estado), também chamado de Estado-Juiz, é o responsável pela 
solução da lide. 
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No Brasil, existem duas maneiras de obter a investidura: o concurso público (art. 
93, I, CF) e indicação do Poder Executivo (quinto constitucional ± art. 94 da CF). 
x Somente a autoridade investida de poder jurisdicional pode exercer a 
jurisdição. 
x Tanto a jurisdição civil, voluntária como a contenciosa é exercida pelos 
Juízes, em todo o território nacional ± a jurisdição é UNA. 
 
 
(Furnas) Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. Assim sobre jurisdição é correto 
afirmar que a jurisdição 
a) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional. 
b) civil é contenciosa e involuntária e é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional. 
c) civil é voluntária, exercida pelos juízes de paz, em todo o território nacional e 
internacional. 
d) militar, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes estaduais, em todo o 
território nacional. 
e) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território 
nacional e internacional. 
COMENTÁRIOS: 
Letra a é a correta. A jurisdição, seja contenciosa ou voluntária, é exercida pelos 
juízes. Os juízes são investidos de jurisdição para atuar em todo o território nacional 
conforme sua competência. 
O erro da letra B está em mencionar jurisdição involuntária, modalidade que não 
existe. 
Na letra C, o erro está em mencionar os juízes de paz como aqueles investidos de 
jurisdição. 
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 Erro da letra D: A jurisdição militar é da competência dos Juízes-Auditores, 
integrante da Justiça Militar da União (vide Lei nº 8.457, de 4 de setembro de 1992), não 
pelos juízes estaduais. 
Erro da letra E: Os juízes nacionais não têm jurisdição internacional. 
Gabarito: A 
Gabarito: D 
 
1.3.2. TERRITORIALIDADE 
A autoridade dos juízes será exercida nos limites territoriais do seu Estado. 
Assim, a jurisdição é exercida em um dado território (art. 107 e 230). 
Existem, no entanto, exceções ao princípio da territorialidade. Situações em que o 
juízo poderá praticar atos fora de sua comarca ou seção judiciária. Um exemplo é a 
citação pelo correio (art. 222, caput, CPC). 
x Esse princípio é uma forma de limitação do exercício da jurisdição. 
 
1.3.3. INDELEGABILIDADE 
Deve ser analisado por meio de dois prismas, o externo, tendo a Constituição 
Federal atribuído a função jurisdicional ao Poder Judiciário, não pode delegar tal função a 
(Procurador Maricá-RJ) A jurisdição é entendida como o: 
a) poder do juiz em prolatar sentenças 
b) poder do juiz em efetivar pretensões 
c) poder do juiz em possibilitar a todos uma prestação jurisdicional 
d) poder-dever-atribuição do Estado em possibilitar a todos uma prestação 
jurisdicional 
e) poder do STF, na solução superior das demandas. 
COMENTÁRIOS: 
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Estado-juiz mais do que um poder, mas um dever, uma atribuição de prestar a tutela 
jurisdicional pleiteada. 
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competência atribuída a um órgão jurisdicional para analisar uma demanda não poderá 
ser delegada a outro. 
x O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Não é possível 
delegar o poder decisório a outro órgão, pois violaria a regra da competência e o princípio 
do juiz natural. No entanto, existem hipóteses de delegação a outros poderes judiciais, 
como o poder de execução das decisões. 
 
1.3.4. INEVITABILIDADE 
O princípio da inevitabilidade ocorre em dois momentos distintos. Primeiro, 
quando os sujeitos do processo sofrema vinculação obrigatória ao processo judicial, ou 
seja, uma vez integrantes da relação jurídica processual, os sujeitos não podem, 
independendo de concordância ou vontade, deixar de cumprir o chamado jurisdicional. 
Segundo, em consequência da integração obrigatória, os sujeitos ficam em um 
estado de sujeição ± suportam todos os efeitos da decisão judicial, mais uma vez, 
independentemente de gostar ou concordar com ela. 
x Devem as partes submeter-se à decisão do órgão jurisdicional. 
 
1.3.5. INAFASTABILIDADE 
De acordo com o inciso XXXV do art. 5o da CF, a lei não pode excluir da 
apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de direito. O acesso à ordem 
jurídica adequada não pode ser negado a quem tem justo direito ameaçado ou 
prejudicado. 
Esse princípio também pode ser analisado sob o aspecto da relação entre a 
jurisdição e a solução administrativa de conflitos. Nessa visão, o sujeito não é obrigado a 
utilizar os mecanismos administrativos antes de provocar o poder judiciário em razão de 
ameaça de lesão ou lesão ao direito. No entanto, há exceções, como: 
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x Nas questões desportivas: art. 217, § 1° da CF: O Poder Judiciário só 
admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
x O juiz não pode invocar a lacuna da lei e deixar de julgar o processo. 
x Não é necessário esgotar as vias administrativas para provocar o Poder 
Judiciário. O interessado pode procurar tanto a via administrativa como a judiciária. 
 
1.3.6. JUIZ NATURAL 
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao 
órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz ± a imparcialidade do 
magistrado. 
O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos sejam julgados 
pelo juízo competente, ou seja, que a competência constitucional preestabelecida seja 
cumprida. Já o segundo aspecto surge para garantir que o juiz responsável pelo 
julgamento da demanda seja imparcial. Trata-se da essencial exigência de imparcialidade 
que permite que o julgamento do processo seja justo. Em razão dessa segunda faceta, as 
leis processuais estabelecem as causas de impedimento e suspeição do magistrado. 
- Hipóteses de impedimento do Juiz: de que for parte; em que interveio como 
mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, 
ou prestou depoimento como testemunha; que conheceu em primeiro grau de 
jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; quando nele estiver postulando, 
como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou 
afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; quando cônjuge, parente, 
consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o 
terceiro grau; quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, 
parte na causa. 
- Hipóteses de suspeição do Juiz: amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das 
partes; alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de 
parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; herdeiro presuntivo, 
donatário ou empregador de alguma das partes; receber dádivas antes ou depois de 
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iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa. 
 
É uma cláusula do devido processo legal. Uma garantia fundamental implícita que 
se origina da conjugação dos seguintes dispositivos constitucionais: o dispositivo que 
proíbe o tribunal ou juízo de exceção é o que determina que ninguém poderá ser 
processado senão pela autoridade competente. Ele se caracteriza pelo aspecto formal, 
objetivo, substantivo e material. 
A determinação de um juízo não pode ocorrer post facto ou ad personam. Assim, 
os critérios para a sua determinação devem ser impessoais, objetivos e pré-
estabelecidos. 
A garantia do juiz natural advém dos princípios da imparcialidade e da 
independência atribuída aos magistrados. As garantias do juiz natural são respeitadas por 
meio das regras de distribuição ± critérios prévios, objetivos, gerais e aleatórios para a 
identificação do juízo responsável pela causa. O desrespeito ao princípio da distribuição 
implicará incompetência absoluta do juízo. 
Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, as regras 
por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais. 
Dúvida: Por que não há violação ao princípio do juiz natural nos casos citados? 
Porque nos três casos acima são situações em que as regras são gerais, abstratas e 
impessoais. 
 
- Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes: 
(...) XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
x Comentários: 
Aos Tribunais de exceção (juízo extraordinário) contrapõe-se o 
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juiz natural, pré-constituído pela Constituição Federal e por Lei. 
Em uma primeira acepção, o princípio do juiz natural apresenta 
duplo significado: 
1) Somente o juiz é o órgão investido de jurisdição; 
2) Impede a criação de Tribunais de Exceção e ad hoc, para 
o julgamento de causas penais e civis. 
Modernamente, porém, este princípio passa a englobar a 
proibição de subtrair o juiz competente. Assim, a garantia 
desdobra-se em três conceitos: 
1) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF; 
2) Ninguém pode ser julgado por tribunal constituído após a 
ocorrência do fato; 
3) Entre os juízes pré-constituídos vigora a ordem taxativa 
de competências que exclui qualquer alternativa deferida 
à discricionariedade de quem quer que seja. 
Vejamos: 
O tribunal (ou juízo) de exceção é aquele formado 
temporariamente para julgar: 
a) Um caso específico ± Tribunal ad hoc; 
b) Após o delito ter sido cometido designa o juízo ± ex post 
facto; 
c) Para um indivíduo específico ± ad personam. 
Exemplo de Tribunal de exceção: Tribunal de Nuremberg criado 
pelos aliados para julgar os nazistas pelos crimes cometidos na 
2° Guerra

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