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DIREITO PROCESSUAL PENAL II DOS PROCEDIM

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II
DOS PROCEDIMENTOS DO TRIBUNAL DO JURI
INTRODUÇÃO
A instituição do Júri, grande polemica possui sobre a mesma quanto a sua preservação ou não, não só na legislação brasileira, mas também em outros países, existindo posicionamentos dos mais diversos, sejam eles contrários ou favoráveis a instituição acima mencionada.
Trata-se de um sistema jurídico em que há participação popular dando contornos democráticos ao processo penal.
A participação popular dos julgamentos de crimes de maior potencial ofensivo é o instrumento utilizado desde os primórdios na Grécia sendo contemplado em diversos países de 1º Mundo, como Austrália, Canadá, E.UA, França, Itália, dentre outros. Para conhecimento outros paises em tempos recentes vem retornando o sistema jurídico do júri como a Espanha em 1995, a Rússia existindo inclusive na atualidade a discussão no Japão a fim de instaurá-lo novamente como procedimento.
POSICIONAMENTOS CONTRÁRIOS E FAVORÁVEIS AO JURI
2.1) FAVORÁVEIS
Os doutrinadores de paises que admitem o tribunal do júri utilizam alguns dos argumentos abaixo transcritos, para mantê-lo ou re-inserir o procedimento do júri. Vejamos:
O júri não está em extinção, muito pelo contrário, vem se expandindo em vários países.
Traz uma garantia á liberdade individual e ao regime democrático.
O julgamento é melhor quando feito por 07 pessoas distintas.
Dá maior legitimidade ao Estado e a Justiça, haja vista que quem é o julgador é próprio povo.
O julgamento feito pelo júri não se atém á frieza do texto legal, mas sim de acordo com a consciência de cada um dos jurados, havendo desta forma maior sensibilidade do julgamento.
No júri há um julgamento além do fato, pois na verdade se está julgando também o homem.
A maior aproximação da sociedade para com a justiça.
2.2) DESFAVORÁVEIS
Não há fundamentação na decisão do júri.
Julgamento é feito em segredo.
Falta de experiência e conhecimento jurídico por parte dos jurados.
Imprevisibilidade quantos aos resultados do julgamento.
Influencia da mídia no veredicto.
Decisões são tomadas em face da persuasão do operador do direito perante os jurados e não na razão.
Constancia de erro no momento de votar por parte dos jurados.
Grande quantidade de decisões absurdas, onde há uma freqüência na absolvição.
Possibilidade dos jurados de serem intimidados, dentre outros.
Estes são apenas alguns dos argumentos favoráveis e desfavoráveis ao tribunal do júri.
FUNDAMENTOS DO TRIBUNAL DO JÚRI
Conforme dito acima muita divergência existe quanto ao Júri, não sendo diferente no que diz respeito à origem do mesmo em nosso país, no Brasil, atualmente, a constituição de 1988 assegura o tribunal popular do júri nos crimes doloso contra vida. Art. 5º, XXXVIII da CRFB/88.
Desde a constituição de 1828 (constituição do império), já havia previsão do tribunal popular que tinha competência para julgar crimes praticados contra bens jurídicos relevantes, em especial os contra a vida, a única constituição brasileira que não veio a prever o tribunal popular foi a de 1937. Conforme dito acima, a constituição de 88 preveu o tribunal popular como um direito e garantia fundamental do cidadão.
PRINCIPIOS CONSTITUICIONAIS ATINENTES AO TRIBUNAL DO JURI.
Tais princípios se encontram elencados no art. 5º, XXXVIII da CF 88, sendo eles:
1º) A Plenitude de Defesa: mais do que reconhecer a ampla defesa, tal principio traz uma concepção mais abrangente sendo ela não só a de ter uma defesa ampla, mas a possibilidade do acusado participar da escolha de jurados que comporão o conselho de sentença, este conselho de Juizes Populares vem a ser integrados por classe sociais diversas, bem como face o reconhecimento por parte do Juiz Presidente de que no caso o Réu possa estar indefeso, este Juiz venha a dissolver o conselho de sentença e nomear outro defensor, marcando outro julgamento.
2º) Sigilo das Votações: a votação realizada pelos jurados será feita em sala especial denominada sala secreta, conforme Art. 485 do CPP, em que os jurados recebem cédulas de papel contendo palavras SIM e NÃO e estes de forma secretamente vêm a apresentar os votos em uma urna. Tal princípio tem por fim salvaguardar a pessoa do jurado, evitando desta forma possíveis intimidações em face do mesmo.
Há um sigilo tanto no que diz respeito ao voto, quanto no que diz respeito ao local do voto, ambos os sigilos acima demonstrados, seja por meio da Sala Secreta (local do voto), seja por meio das cédulas de papel colocadas em urnas (o voto em si), na sala secreta a presença apenas de pessoas indispensáveis a este ato processual, sendo eles: o Juiz de Direito, jurados, Membros do MP, Advogados e Auxiliares de Justiça, conforme preconiza o Art. 485 do CPP.
A título de ilustração o Parágrafo 1º do citado artigo, descreve que na ausência de sala especial em uma comarca o Juiz determinará a retirada do público, permanecendo apenas as pessoas indispensáveis.
Grande preocupação quanto ao sigilo do voto, também se encontra no Art. 483 em seus parágrafos 1º e 2º, dados pela nova redação advinda com a lei 11.689/08, justamente para se evitar o conhecimento de uma possível votação unânime dos jurados. Tal princípio do tribunal popular apresenta-se como uma exceção ao principio constitucional da publicidade dos atos processuais, previsto no Art. 93, IX da CF/88 (vide artigo 5º LX da CF).
3º) Soberania Dos Veredictos: A soberania dos veredictos diz respeito ao julgamento do fato (elementos que integram o crime), onde uma vez decididos pelos jurados não poderá haver modificação destes julgamentos dos fatos seja pelo Juiz Togado, seja pelo tribunal em um eventual recurso. A soberania do veredicto não importa em que haja um novo julgamento, ou seja, haverá um novo júri quando houver um julgamento por parte dos jurados completamente contrário à prova dos autos (deverá haver uma apelação com escopo de anular o julgamento e mandar o acusado a um novo júri).
Não há como mudar a decisão dos jurados quanto à materialidade do crime, a autoria, qualificadoras, dentre outras, uma vez que são questões fáticas recaindo sobre elas o principio da soberania dos veredictos.
Tal princípio, contudo não é absoluto sendo possível a absolvição do réu que tenha sido condenado injustamente pelo júri por meio de uma ação de revisão criminal a ser julgada pelo tribunal de justiça.
4º) A Competência Para Julgamento De Crimes Dolosos Contra A Vida: Tal competência mínima do júri não pode ser retirada por legislação infraconstitucional.
Conforme dito acima tal competência é mínima, havendo, portanto a possibilidade do legislador vir a ampliar a competência do tribunal do júri incluindo desta forma outras condutas delitivas a serem julgadas por esse tribunal.
São crimes dolosos contra vida:
Homicídio Doloso em todas as suas formas (simples, privilegiada ou qualificada).
Induzir, instigar ou auxiliar o suicídio.
Infanticídio
Aborto em todas as suas modalidades
Os Crimes acima serão julgados pelo tribunal do júri tanto na forma consumada quanto na forma tentada.
Observação deve ser feita quanto a sumula 603 do STF.
A própria constituição federal prevê exceções quanto a competência do tribunal do júri, tem-se como exemplo quando o autor dos fatos gozar do foro por prerrogativa de função.
A REFORMA OCORRIDA NO PROCEDIMINTO DO TRIBUNAL DO JURI
Muito se discutiu quanto a reforma trazida ao procedimento do tribunal do júri pela lei 11689/2008 de 9 de junho de 2008.
A doutrina discuti dizendo que pouca, ou quase nada foi alterada, tendo sido na verdade apenas mais um caso de “inflação legislativa”, conforme questionado pelo processualista Mougenot.
Poucas foram as alterações que vieram a trazer maior celeridade processual ao procedimento em questão.
PROCEDIMENTO BIFÁSICO
Trata-se de um rito escalonado, isto é bifásico, composto por duas etapas (fases) completamentedistintas uma da outra; sendo elas: fase preliminar (preparatória) e uma fase definitiva.
A primeira fase chamada de judicium accusationis, juízo de admissibilidade, sumário de culpa; sendo esta fase muito parecida com o do procedimento comum ordinário.
Nesta fase, que se inicia com o recebimento da denuncia (com sua rejeição ou recebimento), logo em seguida o réu será citado para apresentar defesa preliminar – alegações escritas preliminares), e depois a audiência de instrução e julgamento (AIJ) com a oitiva da vitima/ofendido se possível, testemunhas de acusação, testemunhas de defesa, esclarecimento dos peritos, acareações, reconhecimentos, diligências (se necessárias) e interrogatório do acusado (s). Posteriormente vem a sentença que pode ser a de pronuncia, momento em que será encaminhado o processo para a segunda e última fase.
A segunda fase chamada de judicium causae, que se inicia com a preclusão da decisão de pronuncia, e termina com a sentença após votação do questionário.
Ambas as fases serão estudadas oportunamente mais para frente.
7)“JUDICIUM ACCUSATIONIS” – PRIMEIRA FASE
Conforme informado acima o procedimento dos crimes dolosos contra a vida iniciam-se com o recebimento da denuncia, que é a peça inicial acusatória.
Recebida a denuncia o juiz determinará a citação do acusado para apresentar reposta a acusação (defesa preliminar), em conformidade com o artigo 406 do CPP.
Aberto o prazo de 10 dias para apresentar a defesa preliminar, que é considerada imprescindível, onde uma vez o acusado não apresentando no prazo legal será nomeado defensor para o mesmo (vide artigo 408 do CPP).
Nesta defesa preliminar poderá o réu argüir todo tipo de preliminar e exceções conforme redação do artigo 407 do CPP e artigo 406 §3º também do CPP.
Apresentará documentos e pleiteará provas a serem produzidas, dentre elas as testemunhas de defesa em número máximo de 08 (oito).
Após a defesa preliminar abre-se vista o MP, com prazo de 05 dias para se manifestar a respeito desta defesa preliminar (artigo 409 do CPP).
Em seguida será marcada a audiência de instrução e julgamento, em conformidade com o artigo 411 do CPP.
Procede-se aos debates orais e prolação da sentença tudo como preceituado no artigo acima descrito.
Prazo de encerramento do procedimento é de 90 dias (artigo 412 do CPP).
Das decisões a serem dadas ao final do juízo de admissibilidade, encontram-se elencadas nos artigos 413 a 421 do CPP, sendo elas: decisão de pronúncia, impronúncia absolvição sumária e desclassificação.
Da decisão de pronúncia:
Caso o juiz se convença da existência do crime e de indícios de autoria delitiva, dará os motivos pelos quais o reconhece, pronunciando o réu.
Nota-se que se fala em indícios suficientes de autoria, sendo mais do que mero indicio. Portanto, basta que se reconheça a presença de indícios sobre a responsabilidade do acusado na ação delitiva, para que o juiz pronuncie o réu, fazendo-o encaminhar o feito ao tribunal do Júri.
Salienta-se que nesta fase, caso o juiz possua dúvida, deverá ele pronunciar o réu, remetendo-o ao plenário, vigorando, portanto, a máxima do in dúbio pro societate.
A decisão de pronuncia encontra-se no artigo 413 do CPP, onde se vê o seguinte: 
“o juiz fundamentadamente, pronunciará o acusado,se o convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.”
A decisão de pronúncia é uma decisão interlocutória mista, ou seja, encerra apenas uma fase do procedimento, fazendo-se remeter o feito à fase do plenário.
Nesta decisão, como diz o artigo 413, §1º do CPP, deverá o juiz indicar os dispositivos legais em que achar incurso o réu, apresentando os elementos do tipo, qualificadoras, causas especiais de aumento de pena.
Deve ainda dizer se o crime foi tentado ou consumado; contudo o juiz não deve dizer sobre as causas de diminuição, nem sobre agravantes e atenuantes, nem a possível concurso de crimes., tudo conforme prevê o §1º do artigo acima.
Ver também o que preceitua o artigo 413 em seus §§ 2º e 3º no que tange a fiança crime e liberdade provisória, em caso de réu preso, e possível decretação de prisão no caso de réu solto.
Observação importante a ser feita diz respeito ao teor desta decisão proferida pelo juiz ao final do judicium accusationis. Nesta decisão o juiz não deve se aprofundar nas provas, onde ao pronunciar deve apenas trazer um juízo de suspeita, e não um juízo de certeza, pois se nesta decisão ele trouxer firmeza quanto a analise do fato, acabará por violara a clausula do devido processo legal, e assim trazer nulidade ao feito.
Quer se ressaltar neste ponto que esta decisão é meramente interlocutória, ou seja apenas põem fim a uma parte do procedimento, fazendo com que o réu seja encaminhado ao plenário.
Como se expressa o doutrinador Mugenot: “...uma vez que sua decisão tem caráter interlocutório e sua parte final tem natureza meramente classificatória e provisória, não podendo ultrapassar os limites do artigo 413 do CPP.”
Outra observação a ser feita diz respeito a quem deve ser intimado da decisão de pronúncia, sendo elas as pessoas do acusado, do defensor nomeado, membro do MP (intimação pessoal); já no caso de defensor constituído,querelante e o assistente da acusação serão intimados por meio de diário oficial. VIDE ARTIGO 420 DO CPP.
Terceira observação é quanto ao recurso cabível da decisão de pronúncia: é o recurso em sentido estrito (artigo 581, IV do CPP).
A jurisprudência diz que esta decisão não produz coisa julgada, haja vista encerrar apenas um juízo de admissibilidade de imputação penal.
Da decisão de impronúncia:
A decisão de impronúncia se encontra no artigo 414 do CPP, sendo que esta ocorrerá quando o juiz não tiver o convencimento da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria, julgando, desta forma, improcedente a denúncia.
Esta decisão é uma decisão terminativa, uma vez que, conforme dito acima, julga improcedente a pretensão acusatória do Estado acusador em fazer levar o réu a julgamento pelo tribunal do júri.
Salienta-se que esta decisão não vem a analisar o mérito da causa, desta forma, nada impede que, surgindo novas provas e ainda não tenha ocorrido uma causa de extinção da punibilidade, seja instaurado um novo processo; tudo conforme artigo 414, parágrafo único.
Nesta decisão não se está julgando a pretensão punitiva do estado acusação, mas está ocorrendo sim uma absolvição de instância.
Surgindo novas provas nada impede que o MP ofereça nova denuncia
O Recurso cabível contra a decisão de impronúncia é a apelação (artigo 416 do CPP).
C) da decisão de absolvição sumária
Neste caso, a decisão proferida acaba por julgar o mérito da ação penal, sendo desta forma um julgamento antecipado.
A decisão em estudo acaba por decidir que a denúncia é improcedente, trazendo força de coisa julgada material, impedindo, desta forma que seja uma nova demanda iniciada.
Esta decisão além de encerrar a primeira fase, impede que o réu seja encaminhada para a segunda fase (do plenário), haja vista ter sido o réu absolvido sumariamente.
Antes de reforma procedimental deste rito do tribunal do júri pela lei 11.689/08, somente se poderia falar em absolvição sumária quando ficasse comprovada que o fato em julgamento fora praticado sob uma das hipótese de excludente de ilicitude ou em situação de inimputabilidade do acusado (doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado e no caso de embriaguez não voluntária).
Com a reforma, trazida pela lei acima mencionada, o procedimento do júri, no que tange a absolvição sumária ocorrerá nas hipóteses do artigo 415 do CPP, sendo adotadas as seguintes possibilidades de reconhecimento da absolvição sumária:
Provada a inexistência do fato;
Comprovação de não ser o acusado o autor ou participe do fato: é a prova da negativa de autoria ou participação;
O fato não constituir uma infração penal: onde fica demonstrado que apesardo fato ter ocorrido, o mesmo não constitui crime. Como por exemplo, esta sendo acusado pelo crime de aborto (em tese criminoso), mas durante a fase do judicium accusationis fica comprovado que o aborto foi espontâneo;
Comprovada uma causa de insenção de pena ou de exclusão do crime, ou seja a presença de uma excludente de ilicitude ou de culpabilidade
Da decisão que absolve sumariamente cabe recurso de oficio, na verdade reexame necessários, com previsão do artigo 575, inciso II do CPP.
Vide artigo 416 do CPP.
da decisão de desclassificação:
Esta desclassificação ocorrerá quando for dada uma nova classificação jurídica ao fato, sendo que esta nova classificação ocorrerá para uma infração penal que não seja de competência constitucional do tribunal do júri.
Portanto, ao término da primeira fase do procedimento do júri, no judicium accusationis, o juiz singular ao se convencer que o fato em julgamento não se trata de um crime doloso contra a vida, fará a remessa do mesmo para o juiz competente. 
Cabe ressaltar que nesta decisão o juiz não poderá dar definição jurídica de qual crime foi o praticado, mas apenas deve se ater a dizer que o fato não é um crime contra a vida.
A desclassificação apresenta uma natureza de decisão interlocutória modificadora de competência, estando prevista no artigo 419 do CPP.
Antes do processo ser encaminhado para aquele juiz para qual foi declinado, ou setor de distribuição, torna-se necessário aguardar o decurso do prazo para recurso, uma vez que é possível o recurso em sentido estrito da decisão que desclassifica
8) A ORGANIZAÇÃO DO JURI
	A fim de darmos inicio ao estudo do procedimento em si, devemos primeiro esclarecer como será organizado o formará o júri.
A existência de listas:
A seleção dos jurados será feita por meio de listas, como preceitua o artigo 425 do CPP.
Primeiro será formada uma lista anual em conformidade com o artigo acima de acordo com o número da população de cada cidade.
Depois será feita uma lista para cada sessão, onde será feito um sorteio com os nomes das pessoas previamente alistadas, formando-se o corpo de jurados da reunião para a qual serão convocados para o Tribunal do Júri.
Por fim será formada a lista definitiva que forma o conselho de sentença.
Fazer a leitura do artigo 425 e 426 do CPP.
Dos jurados:
Caráter obrigatório - Primeiro deve-se dizer que o serviço de jurado é obrigatório, conforme se vê no artigo 436 caput do CPP, devendo-se esclarecer quais são os requisitos para ser jurado, sendo eles: 
Ser cidadão maior de 18 anos – novidade trazida pela reforma processual ocorrida em junho de 2008, já que o legislador baixou a idade do serviço do júri de 21 anos para 18 anos;
Ser pessoa de notória idoneidade (muito criticado pela doutrina tal requisito, uma vez que não é possível que uma pessoa de 18 anos tenha notória idoneidade, haja vista estar iniciando a sua vida);
Ser alfabetizado
Possuir saúde física e mental para a função
Observação deve ser feita quanto à alteração da idade, baixando para 18 anos, uma vez que pode trazer um risco para a constituição do conselho de sentença por demais jovem, composto por pessoas sem experiência de vida, com pouco contato com os problemas da vida e do mundo.
Recusa ao serviço do jurado: se encontra nos artigo 438 e 436 §2º do CPP.
Direitos dos jurados ( artigo 439, 440 e 441 do CPP).
Não comparecimento do jurado (artigo 442 e 443 do CPP)
Dispensa do jurado (artigo 444 do CPP)
Isenção do serviço de jurado (artigo 437 do CPP)
Proibições e impedimentos 
		As mesmas previstas para o juiz togado (artigo 252, 253 e 254 do CPP)
		Artigo 448 I a VI do CPP
		Artigo 449 do CPP
9) Do judicium causae: segunda fase do tribunal do júri
introdução
Tendo sido o acusado pronunciado ao final da primeira fase do tribunal do júri, será o mesmo remetido a esta segunda fase que ocorrerá a partir do momento da preclusão da pronúncia, ou seja, com a certidão dessa decisão, precluiu tanto para o MP quanto para a defesa, haja vista a ausência de recurso.
Torna-se necessário ressaltar que caso processo possua dois ou mais acusados o ideal é que todos sejam julgados em um único júri, contudo a exceção pode ocorrer tendo então cada acusado ser julgado por um júri em separado, este fato pode acontecer em razão de diversas causas, toma-se como exemplo no caso de dois acusados serem pronunciados, mas apenas um deles recorrer da decisão de pronúncia para este então o processo prosseguirá sendo submetido ao júri, enquanto o outro não até a decisão do recurso.
Da decisão de pronúncia, será o réu preso, intimado pessoalmente já o réu solto será intimado por edital, previa o CPP anterior a alteração da lei 11.689/08 a existência denominada libelo que era a petição inicial que dava inicio à segunda fase do júri, fixando a amplitude da acusação, onde também eram arroladas as testemunhas pelas partes, contudo a lei acima explicitada veio a retirar (suprimir) o libelo. O libelo era um peça que já trazia dentro das regras legais uma divisão do relato dos fatos parte a parte passando pelo fato principal qualificadoras causas de aumento e se houvesse circunstâncias agravantes, desta forma com o libelo havia o desmembramento fático delimitando a acusação a fim de torna-la mais compreensível para os jurados, bem como servir de parâmetro para a elaboração dos quesitos.
Com a reforma do procedimento do júri, sendo desta forma o mesmo sido simplificada, suprimindo-se o libelo, passando então a pronúncia a servir, justamente como parâmetro de todo o desenrolar da segunda fase do júri, inclusive para a elaboração dos quesitos (que também foram simplificados). A presença do contra-libelo, ou seja, da resposta ao libelo crime acusatório por parte da defesa também tinha previsão anterior ao procedimento sendo uma faculdade, também com a reforma, tal peça foi suprimida, sendo a mesma substituída pelo requerimento de oitiva das testemunhas por parte da defesa, que poderá ainda pleitear diligencias e acostar documentos, tudo isso no prazo de 05 dias, sendo que a apresentação deste requerimento é mera faculdade.
Conforme preceitua o art. 421 do CPP, preclusa a decisão de pronúncia os autos serão encaminhados ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri, logo em seguida determinara o mesmo a intimação do MP ou do querelante bem como do defensor para que em 05 dias ofereça um rol de testemunhas, no máximo 05 que irão depor no plenário, podendo ainda ser juntado documentos e ser requerida diligencias.
Já o art. 423 do CPP, nos instrui no sentido de que o Juiz devera deliberar sobre as provas requeridas a serem produzidas ou exibidas no plenário e com isso sanar qualquer nulidade ou esclarecer fatos de interesse, tomando logo em seguida a conduta de elaborar um relatório sucinto e ordenando a inclusão do processo em pauta de reunião do tribunal do júri.
Deve-se observar o que preceitua o art. 424 do CPP
2) Do Desaforamento:
Previsto no art. 427 e 428 do CPP, tal instituto tem por natureza deslocar a competência dos processos dos crimes dolosos contra a vida para uma comarca mais próxima, possui caráter excepcional e necessidade de preenchimento de um dos pressupostos previsto em lei, seu procedimento se dará nas formas dos artigos acima mencionados.
3) Da organização da pauta do Júri (arts. 429 a 431 do CPP):
Em comarcas onde haja uma grande quantidade de julgamentos pelo júri a serem realizadas alguns julgamentos terão preferências conforme estipulados no art. 429 do CPP onde dentre estes terá a preferência o julgamento dos acusados que se encontram presos e assim por diante conforme incisos do referido artigo.
Caso exista interesse de haver assessoramento à acusação este deverá requerer sua habilitação no prazo de até 05 dias, conforme art. 430 do CPP.
4)Do sorteio e convocação dos jurados (arts. 432 a 435 do CPP):
Da formação da reunião periódica (compostapor 25 jurados)
5)Da instalação da sessão do Júri:
Até o momento do inicio da sessão deverá o juiz: analisar sobre os pedidos de isenção e dispensa dos jurados, bem como de adiamentos consignando tudo em ata, logo após serem adotadas as medidas previstas no artigo 454 a 462 do CPP.
Conforme preceitua o art. 463 do CPP, no dia e hora designados para reunião do Júri presente o órgão do MP, o Juiz Presidente considerará instalada a sessão, anunciando o processo que será submetido a julgamento desde que tenham comparecido pelo menos 15 jurados, o oficial de justiça logo em seguida apregoará as partes.
Caso não haja a presença dos 15 jurados procederá ao sorteio dos suplentes quantos forem necessários, designando nova data para a sessão do júri, art. 464 do CPP, onde tudo será consignado em ata, conforme art. 465 do CPP.
Observações devem ser feitas quanto:
Não comparecimento do órgão do MP Art. 455 do CPP.
Não comparecimento do defensor art. 456 do CPP.
Não comparecimento do réu art. 457 do CPP
Não comparecimento da testemunha art. 458 ao 461 do CPP
Antes da constituição do conselho de sentença as testemunhas de acusação e defesa serão separadas e recolhidas em local de onde não se poderão ouvir os debates e depoimentos umas das outras.
Logo em seguida o juiz informará aos jurados a cerca das hipóteses de suspeição, impedimento e incompatibilidade do art. 448 e 449 do CPP, serão ainda advertidos antes do sorteio para a formação do conselho de sentença de que os mesmos uma vez sorteados não poderão se comunicar entre si, nem manifestar sua opinião quanto ao processo; desta forma iniciará um sorteio do conselho de sentença onde o juiz ao verificar que as cédulas se encontram na urna relativa aos jurados presentes sendo então sorteados sete dentre os jurados com o nome nas urnas para a formação do conselho de sentença.
Podem as partes, primeiro a defesa e depois o MP, à medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna e lidas pelo Juiz, recusar os jurados sorteados até três por cada uma das partes sem que haja justificação quanto ao motivo da recusa.
Ressalta-se que o sorteio dos sete jurados para a formação do conselho de sentença se dará nome por nome possibilitando as recusas que podem ser com ou sem justificativas e caso seja dado uma justificativa a parte que recusou deverá apresentar provas de sua alegação, as recusas sem justificativa se limitam a 03 para cada parte, já quanto às recusas justificadas não há limite.
Conseguindo se formar o conselho de sentença, com sete jurados, o juiz presidente levantar-se-á e com ele todos os presentes devendo os jurados prestar o compromisso que se encontra no art. 472 do CPP, posteriormente cada jurado receberá cópia da pronúncia na forma do parágrafo único do art. 473 do CPP.
6) Da instrução em plenário (artigos 473 a 481 do CPP)
Formado o conselho de sentença, dá-se lugar a instrução em plenário.
No passado iniciava-se esta fase por meio do ato de se apregoar e qualificar o réu, contudo com a nova lei (lei nº. 11.689/08), deixou de ser o interrogatório o primeiro ato instrutório a ser realizado, haja vista a inversão do rito, em que se acabou por dar maior ênfase ao direito da ampla defesa e contraditório (o interrogatório do réu é o ultimo ato antes de se iniciar os debates orais.
A instrução do plenário se iniciará na forma prevista no artigo 473 do CPP, quando o juiz presidente, o MP, o assistente, o querelante e o defensor do acusado irão tomar diretamente e de forma sucessiva a declaração do ofendido (se possível, é claro).
Após as declarações da vitima/ofendido, inicia-se a oitiva das testemunhas de acusação e depois da defesa, devendo-se ressaltar que os depoimentos deverão ser tomados de forma que uma testemunha não venha a ouvir o depoimento das outras.
Primeiro a testemunha de acusação, depois as testemunhas de defesa.
As partes deverão formular perguntas para as testemunhas na ordem pré-estabelecida no caput do artigo 473, ou seja: deverão ser formuladas as perguntas para as testemunhas nesta ordem: Juiz, MP, assistente, querelante e depois o defensor do acusado.
Contudo, conforme estabelecido no § 1º do artigo 473 do CPP, no caso das testemunhas de defesa esta ordem será alterada da seguinte forma: primeiro serão formuladas as perguntas pelo defensor do acusado para depois serem feitas as perguntas pelo MP, assistente e querelante.
Os jurados poderão formular perguntas, mas deverão ser feitas por intermédio do juiz presidente (§ 2º do artigo 473 do CPP).
Observação deve ser feita quanto a possibilidade dos jurados solicitarem o depoimento de pessoas citadas no decorrer da sessão do julgamento, mas que não foram arroladas, neste caso sendo necessário, poder[á ocorrer inclusive a suspensão do julgamento a fim de se conseguir identificar o paradeiro do depoente, até mesmo pode ocorrer o caso de dissolução do conselho de sentença (artigo 481 do CPP).
Atenção deve ser dada ao artigo 473 §3º do CPP, em que as partes os jurados poderão solicitar diligências, acareações, reconhecimentos, etc.
Ato continuo será feito o interrogatório do acusado nos moldes do procedimento comum, aliada as especificidades do que se encontra previsto no artigo 474 do CPP.
Dos debates:
Começa com a sustentação oral por parte da acusação, que terá uma hora e meia, podendo ser acrescida por mais uma hora se existir mais de um acusado.
Cabe ressaltar que os parâmetros (limites) da acusação oral se encontram nos termos da pronuncia (e ao mais o libelo acusatório, uma vez que este não mais existe).
Deve-se observar também que o MP em sustentação no plenário pode pleitear agravantes, e inclusive pedir menos do que estiver contido na pronuncia, até mesmo requerer absolvição.
Logo depois se manifestará o assistente.
Finda acusação falará a defesa (artigo 476 do CPP), no mesmo tempo dado para a acusação.
Após poderá ocorrer a replica por parte da acusação, pelo período de uma hora (o dobro se existir mais de um réu).
Havendo replica a defesa fará jus a treplica, pelo mesmo período.
Juiz presidente e jurados não podem se ausentar durante os debates.
O juiz presidente é quem disciplina o procedimento, inclusive no que diz respeito aos apartes.
Encerrado os debates o juiz presidente indagará aos jurados se eles se encontram aptos para julgar os fatos.
Da formulação de Quesitos:
Previsto nos arts. 482 a 491 do CPP fica estipulado em tais artigos que o questionário apresentado no artigo 482 e 483 nada mais é do que um conjunto de quesitos a serem respondidos pelos jurados no que tange ao crime em julgamento.
Deve-se esclarecer que os quesitos devem ser formulados em uma linguagem simples, não contendo ambigüidades, nem devem ser apresentados na forma de perguntas negativas (exemplo: o autor não veio a praticar tal conduta?).
Preceitua o artigo 482 §Único que estes quesitos deverão ser propostos com base nos termos da pronuncia ou de outra decisão posterior que julgar admissíveis a acusação.
A disposição dos quesitos encontra-se afixados no art. 483 do CPP devendo ser seguido essa disposição, quais seriam elas: a) materialidade; b) autoria ou participação; c) possível absolvição; d) causas de diminuição; e) circunstâncias qualificadoras ou causas de aumento de pena.
No parágrafo primeiro do art. 483, nos esclarece que se houver respostas negativa s de mais de 03 jurados aos quesitos “a” e “b” a votação estará encerrada e o acusado absolvido. No parágrafo segundo por sua vez, se as respostas aos mesmos quesitos acima, na mesma forma também, ou seja, mais de três se dando de forma afirmativa, será obrigatoriamente formulado outro quesito: “O jurado absolve o acusado?”.
Diante do parágrafo segundo do art. 483 ocorre-se a condenação do autor passando-se a dar continuidade ao julgamento argüindo aos jurados as causas de diminuição alegadas pela defesa, bem como das qualificadoras com causas de aumento de pena,conforme art. 483 §3º do CPP. Deve-se esclarece que caso o julgamento envolva um crime doloso contra a vida, também outro crime, primeiro se fará uma analise do crime doloso contra a vida, para depois serem julgados os crimes conexos (exemplo: crime de ocultação de cadáver).
Após a formulação dos quesitos conforme preceitua os arts. 484 e 485 o Juiz presidente, jurados, MP, assistentes, querelantes, defensor do acusado, oficial de justiça e escrivão, dirigir-se-ão a sala especial a fim de proceder a votação, nas observâncias do art. 485 §§1º e 2º.
A tomada dos votos ocorrera de quesito por quesito, onde o juiz distribuirá cédulas opacas, 07 delas com palavra sim e 07 com palavra não (Art. 486 do CPP). A fim de assegurar o sigilo das votações preceitua o art. 487 do CPP que o oficial de justiça recolhera em urna separadas as cédulas utilizadas no voto em uma urna e as não utilizadas em outra urna.
Já o art. 488 nos esclarece que a votação de cada quesito será reduzida a termo juntamente com a conferencia das cédulas. Ao final da votação o referente termo com todos os quesitos votados serão assinados pelo presidente pelos jurados e pelas partes. Art. 491 do CPP. Devendo esclarecer que a decisão do tribunal do júri se dá por meio da maioria dos votos.
A sentença:
Primeiro importante esclarecer que todas as ocorrências existentes deverão ser registradas em ata.
A Sentença a ser proferida no procedimento do tribunal do Júri poderá ser absolvição, de condenação ou de desclassificação do crime doloso.
A decisão do júri é uma decisão denominada subjetivamente complexa, uma vez que cabe ao Juiz presidente elaborar a sentença de acordo com a votação feita pelos jurados, devendo a sentença após sua confecção ser lida em plenário pelo Juiz, saindo as partes já intimadas e encerrando-se a sessão do julgamento.
A sentença do tribunal do Júri prevista no arts. 492 e 493 do CPP, devendo ter pór norte, no caso da condenação o que se encontra previsto nas alíneas do inciso I do art. 492 CPP, já no caso de absolvição se encontram nas alíneas do inciso II do mesmo artigo e no parágrafo segundo no caso da desclassificação.
Da ata dos trabalhos (Art. 494 ao 496 do CPP)
Das atribuições do Juiz Presidente (Art. 497 do CPP)

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