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Aglomerado da Serra

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Aglomerado da Serra
ORIGEM 
O Aglomerado da Serra é uma favela que fica na zona centro-sul de Belo Horizonte, na encosta da Serra do Curral, ela ocupa uma área de aproximadamente 1.495.579 m2, e é classificada como a 2ª maior do Brasil, formada por seis vilas: Marçola (também conhecida como favela Cabeça de Porco), Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Aparecida (conhecida como favela do Pau-Comeu), Nossa Senhora da Conceição, Cafezal e Novo São Lucas. A população local, a imprensa e alguns estudos sobre o Aglomerado identificam 11 vilas como componentes desse espaço, entre elas a vila Fazendinha e a vila Antena. Essas são denominações não-oficiais criadas pela população local para se diferenciarem de espaços marginalizados pela cidade como a favela do Cafezal ou a Pau-Comeu conhecidas como lugares de muita violência e criminalidade. 
 Localização da região metropolitana de Belo Horizonte e posicionamento preliminar do Aglomerado da Serra. FONTE: adaptado do Google Mapas.
 Localização do Aglomerado da Serra (em vermelho) na cidade de Belo Horizonte - Fonte: adaptado do google Earth.
Vilas (em vermelho) que compõem o Aglomerado da Serra - Fonte: adaptado do google Earth. 
Segundo dados da URBEL, o Aglomerado começou a se formar há cerca de 50 anos, sendo a Vila Aparecida a mais antiga ocupação (51 anos) e o Novo São Lucas, a mais recente (19 anos). Em todas as vilas – exceto a Novo São Lucas, onde o terreno ainda não foi identificado – 80% do terreno é estadual e 20% pertence a particulares.
Existe no local aproximadamente cinco postos de saúde atendendo as necessidades da comunidade, sendo o Centro de Saúde Nossa Senhora da Conceição o maior deles, situado ao lado das rádios 98 FM e Favela. A favela é mundialmente conhecida pois funcionou durante vários anos como rádio pirata, servindo de inspiração para o filme homônimo do cineasta mineiro Helvécio Ratton.
Algumas das entradas das vilas são: a 1ª pela Avenida do Contorno, a 2 ª pelas Ruas do Ouro e Capivari, a 3 ª pela Avenida Mem de Sá, e a 4 º pela Rua Nossa Senhora de Fátima. Do lado da primeira vila fica estabelecido o local chamado "Del Rey", um local de encontro onde as noites se ouve som e pagode. Localiza-se também o campo de futebol Bola de Ouro, onde muitos jogos são efetuados. Abaixo do "Del Rey" está a chamada Chácara, parte do aglomerado que divide estas duas regiões, e é considerada a área mais violenta da Serra, pois é palco de frequentes tiroteios, com morte de abundantes jovens, numa guerra sem fim entre traficantes.
Becos apertados são cenário de confrontos, sendo mais conhecido e temido pelos moradores o beco Dona Alvina, que é o maior do aglomerado, sendo administrado pela facção do "Del Rey", do alto do morro que controla a entrada e a saída dos moradores desta parte da favela, deixando acuados os moradores, que buscam se amparo em outra parte da favela, nos becos da rua Sacramento,  igualmente controlado por eles .
Os dados sobre a população desse aglomerado são abundantemente divergentes: segundo a URBEL a população total do Aglomerado é de 37.641 habitantes; o Distrito Sanitário Centro-Sul trabalha com o total de 38.025 hab.; a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social estima a população do local em 45.920 hab.; a imprensa, como o jornal Folha de São Paulo, o Estado de Minas e também a Rádio Favela sempre apontam uma população de 160.000 habitantes.
A Vila Nossa Senhora de Fátima, onde se instalou a Rádio Favela, apresenta exclusivamente 10% de saneamento básico, 48% estão providos por coleta de lixo, a água encanada está disponível somente para cerca de 70% da população, quase não existe pavimentação nas ruas, a comunidade sofre frequentes ameaças de deslizamento e inundação na época das chuvas e está distante de ter seus problemas de urbanização, saúde, educação, segurança, etc., minimamente resolvidos.
VILA VIVA
Vila Viva - Aglomerado da Serra.
As primeiras intervenções nas favelas de Belo Horizonte apareceram a partir de uma carência de estancar o descompasso que havia entre o crescimento industrial da chamada zona urbana e os espaços ocupados pelas classes populares. É relevante destacar que o movimento inicial não iniciou por parte dos governos, mas de manifestações populares, como a da União dos Moradores do Bairro Santa Efigênia, os moradores do bairro Floresta e do bairro Lagoinha, em procura de progresso nas condições de vida. Todavia, não havia um empenho de melhoria de tais lugares ocupados pelas categorias populares, mas o que se desejava era o controle da expansão de tais classes, que ameaçam a “cidade moderna”. Nessa esperança, diversas ações de contenção foram elaboradas como modo de manter a higiene e a ordem requeridas no centro da cidade. 
Em 1986, é criada a URBEL (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte), com o intuito de gerenciar o Pró- Favela e de aprovar urbanização, regularização e titulação fundiária das favelas na capital. A partir de 1994 difunde-se outra modalidade de intervenção nas principais capitais do país através de programas de alcance municipal e com aplicações significativas. Em BH, pioneiramente, entre 1993 e 1994 foi elaborado o Conselho Municipal de Habitação e acertada a política Municipal de Habitação Popular, que passou a constituir o plano diretor da cidade em 1996. A partir de então foram estabelecidas as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) com a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Município.
Em 2000, no governo do petista Fernando Pimentel, começa o projeto piloto do Programa Vila Viva (PVV). A concepção de tal Programa está em direção relacionada com o Plano Global Especifico de cada vila. Para o cumprimento do projeto há três etapas que devem ser seguidas: levantamento de dados, concepção de um diagnóstico integrado dos principais problemas da área em estudo e, por último, determinação das prioridades locais e das ações necessárias para acata-las. Capa do folheto do Programa Vila Viva, distribuído em março de 2011.
Fonte: Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, 2011.
 Capa do folheto do Programa Vila Viva, distribuído em junho de 2011.
Fonte: Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, 2011.
O Aglomerado da Serra foi o primeiro a receber intervenções do programa. A obra efetivada pelo programa Vila Viva nesta área baseia-se na construção de uma avenida que almeja unir o bairro Santa Efigênia ao bairro Serra. O programa além da alteração no sistema viário prevê a construção de cerca de 1500 unidades habitacionais para onde serão deslocadas as famílias removidas. O PGE desenvolvido para essa região apontava como pontos críticos o alto índice de violência, a precariedade dos sistemas de saúde e educação pública, a degradação ambiental e uma estrutura básica deficiente.
A primeira etapa das obras realizadas nessa região teve início em 2005 e foram concluídas em 2007. Foram construídos 48 apartamentos e parte da avenida. Na segunda etapa, final de 2007, foram entregues a população o complexo esportivo, mais 104 apartamentos e uma cooperativa de costureiras. Em maio de 2008 foram entregues mais 120 apartamentos. Até o seu término, o Vila Viva prevê a construção de cerca de 1 mil unidades habitacionais em várias áreas do Aglomerado. Para efetivação das obras a Prefeitura dispõe de 171,5 milhões de reais financiados pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social e pelo Governo Federal. Um fato relevante a ser acentuado a despeito das obras elaboradas na região, diz respeito à população, que segundo dados da URBEL, de todas as pessoas que foram ou serão deslocadas, 75% decidiram por ficar no próprio Aglomerado, os remanescentes optaram pela indenização.
Entretanto os resultados do programa, em sua totalidade não corresponderam aos propósitos desejados pela população. As principais críticas sobre o programa rodeiam em torno da “desfavelização forçada” (RIBEIRO,PIMENTA, 2008), ou seja, a prefeitura busca forçar ações que não assemelham às demandas da população, o que causa um incrível aborrecimento na população do aglomerado da serra, o que pode ser constatado na colocação de um dos moradores do aglomerado. “Para quem o acesso vai melhorar? Para os consumidores de droga que moram no asfalto?” (Fala do jovem de 16 anos morador do aglomerado da Serra.) Baseado em entrevistas, com os moradores do aglomerado da Serra, feitas pela pesquisadora Izabel Dias de Oliveira Melo, para sua dissertação em 2009, sobre o programa, é possível constatar a incongruência entre as intenções do governo e o desejo dos moradores, além de reconhecer outros interesses que abrangem a questão da habitação na capital mineira. O jovem ao se referir à primordial obra da prefeitura no aglomerado, a construção da Av. Cardoso, é possível compreender que a obra não foi uma solicitação coletiva dos moradores, assim como outras obras e intervenções que foram impostas pela prefeitura.
Toda a decepção dos moradores, do aglomerado da Serra e de outras favelas de Belo Horizonte, foi compreendida em um manifesto, elaborado por diversas organizações e movimentos populares de BH. A finalidade do manifesto, publicado em diversos blogs e sites, é expor o ponto de vista da população habitante nas favelas, descobrindo que o maior programa habitacional, abrangetemente anunciado pela prefeitura de Belo Horizonte “simplesmente ignora as graves consequências para as comunidades e famílias atingidas por esse programa de desfavelização forçada, claramente orientada à outros interesses [...] (Trecho do manifesto “ Programa Vila Viva ou Vila morta”, 2007)
Bibliografia:
PROGRAMA VILA VIVA: CONTRADIÇÕES E RESISTÊNCIAS NO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO DE UMA FAVELA EM BELO HORIZONTE disponível em: www.abrapso.org.br Acessado em 15/11/2014 as 15h00min 
Aglomerados, Vilas e Favelas. Disponível em: bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br Acessado em 15/11/2014 as 15h32min
URBEL disponível em: portalpbh.pbh.gov.br Acessado em 15/11/2014 as 18h00min
http://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/aglomerados-vilas-e-favelas-/
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=urbel&tax=8176&lang=pt_BR&pg=5580&taxp=0&&idConteudo=44491&chPlc=44491
http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/405.%20programa%20vila%20viva.pdf

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