Buscar

14330 IOB livro direito processual civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

sumário
01 Normas fundamentais do
processo civil 4 10 Recursos 67
03 Tutelas Provisórias 22
05 Teoria Geral das Provas 33
07 Cumprimento de Sentença 47
08 Procedimentos Especiais 53
09 Processo de Execução 61
02 18Atos Processuais
04 25Processo de Conhecimento
06 42Sentença e Coisa Julgada
G 76gabarito
54
Aliás, existe, hoje, uma tendência mundial de adoção dos métodos alternati-
vos de solução de conflitos.
Há, no próprio NCPC, uma mudança na estrutura do rito: a princípio há 
a tentativa de acordo, e só depois desta tentativa de conciliação inicial, 
onde nem mesmo há a necessidade da presença de um advogado, é que 
o processo prossegue com a defesa técnica. Cria-se, aliás, as funções de 
mediador e conciliador.
O NCPC trouxe uma série de soluções para os problemas atuais, mas, obviamen-
te, não será, sozinho, a solução para todos os problemas do Poder Judiciário.
PRINCÍPIOS E REGRAS
O início do estudo de uma disciplina em geral passa pelo estudo dos princí-
pios que a norteiam. Como fonte de direito que são, os princípios são a base 
que norteia aquele ramo do direito.
Utilizando as mesmas ideias do prof. Freddie Didier, vamos chamar este es-
tudo inicial de Direito Processual Fundamental, que pode ser divido entre 
princípios e regras. Isto porque o NCPC trouxe algumas normatizações que 
são principiológicas mas que foram colocadas como regras processuais.
Quanto aos princípios, temos:
• Princípio do Devido Processo Legal: divide-se em devido 
processo legal formal (garantias processuais) e devido processo legal 
substancial (observância da razoabilidade, proporcionalidade nas 
relações jurídicas).
• Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: previsto no art. 
8º do CPC, lembrando que dignidade da pessoa humana é cláusu-
la aberta: O julgador deve resguardar e promover a dignidade da 
pessoa humana.
INTRODUÇÃO AO NOVO CPC
O NCPC surgiu por conta de críticas comuns ao “antigo” Código de Pro-
cesso civil, quais sejam, a morosidade, o excesso de recursos, as formali-
dades exageradas.
Partido do princípio que o processo é meio e não fim, a morosidade e o for-
malismo já vinha sendo muito criticado pela doutrina. O NCPC tenta mudar 
esta dinâmica e gerar um grau de confiabilidade maio no Poder Judiciário.
Os problemas podem ser listados nas seguintes perguntas:
• Por que a morosidade?
• Há recursos demais ou processos demais?
• Os agentes estão despreparados?
• Quais motivos levam o indivíduo a se lançar em juízo ou nele permanecer?
O problema da morosidade não é apenas legislativo e nem apenas estrutural.
Tratam-se de problemas que vem sido resolvidos aos poucos, e a mudança 
legislativa é um dos caminhos.
Elevou-se o Direito à Duração Razoável do Processo a garantia constitucional, 
e o NCPC privilegiou a agilidade em detrimento da forma. Abriu-se espaço para 
o ativismo judicial e fomentou-se os meios amigáveis de solução de conflitos.
Normas fundamentais do
processo civil
ue01
76
• Regra da Instauração do Processo por Iniciativa da Parte e 
do Desenvolvimento por Impulso Oficial: são princípios agora 
tratados pelo CPC como regras no art. 2º (sequer o inventário pode 
iniciar de ofício).
Dica: Há exceções como conflito de competência, cumprimento 
de sentenças que não sejam de pagar.
• Regra da Obediência à Ordem de Conclusão: art. 12, CPC 
- Deve-se respeitar a ordem de chegada dos autos para decisão judi-
cial. Deve haver uma lista para consulta pública.
Dica: Há exceções no §2º (decisões urgentes, sentenças proferi-
das em audiência, etc.).
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Em um breve histórico de como chegou-se à jurisdição, podemos ver a se-
guinte linha de raciocínio:
Autotutela → Autocomposição (submissão, desistência e transação) → Jurisdição
A jurisdição é, em termos simples, a nomeação de alguém para resolver um 
conflito. Ela pode assumir três papéis:
• Poder: a jurisdição gera um poder de império, no qual as deci-
sões, quando não acolhidas espontaneamente, são impostas para 
gerar eficácia;
• Função (dever): expressa os encargos que têm os órgãos estatais 
de promover a pacificação de todos os conflitos, quer interindividu-
ais, quer difusos ou coletivos, mediante a realização do direito justo, 
pelo processo;
• Princípios do Contraditório e Ampla Defesa: garantia de ma-
nifestação prévia às decisões. É direito de ambas as partes.
Importante: 
as Tutelas de Urgência, de Evidência, entre outras, podem ser de-
feridas sem oitiva da parte contrária, se preenchidos os requisitos.
• Princípio da Publicidade: Os atos serão públicos, salvo limita-
ções legais (art. 93, IX da CF).
Atenção: o art. 189 do CPC traz as exceções.
Dica: Nos processos eletrônicos, o CNJ exige a publicidade na in-
ternet dos “dados básicos do processo”
• Princípio da Duração Razoável do Processo: art. 5º, LXVIII 
da CF + art. 4º do CPC. As partes têm direito de obter em prazo razo-
ável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
• Princípio da Eficiência e Princípio da Efetividade: art. 8º, 
CPC - eficiência é a obtenção de um resultado com o menor custo 
(esforço) possível. Art.4º, CPC - o devido processo só se realiza quan-
do a atividade satisfativa (cumprimento da sentença) se exaure.
• Princípio da Boa-fé Processual e Princípio da Cooperação: 
art. 5º, CPC - Aquele que de qualquer forma participa do processo 
deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6º, CPC - Todos os 
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva 
• Princípio do Respeito ao Autorregramento da Vontade 
Processual: é o respeito à vontade das partes litigantes, quando sua 
vontade objetivar a solução do litígio. Privilegia a liberdade proces-
sual (ex.: adiamento de audiências, renúncia à convenção arbitral, 
acordo sobre ônus da prova, etc.).
98
a) da especialização.
b) da improrrogabilidade da jurisdição.
c) da indeclinabilidade da jurisdição.
d) do juiz natural.
COMPETÊNCIA INTERNA E MODIFICAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA
O NCPC traz, em alguns artigos, a regulamentação da fixação da competên-
cia dentro do território nacional, especialmente os arts. 43 e 53.
Regras básicas:
1. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens 
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu 
(atenção às exceções dos parágrafos do art. 46, por exemplo, réu 
em local incerto, etc).
2. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competen-
te o foro de situação da coisa.
3. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o compe-
tente para o inventário, a partilha, etc., ainda que o óbito tenha 
ocorrido em outro país.
4. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu 
último domicílio.
5. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicí-
lio de seu representante ou assistente.
6. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que 
seja autora a União, Estados e DF.
Competência absoluta é a competência determinada em razão da matéria, da 
pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes.
• Atividade: a jurisdição é, ainda, um conjunto complexo e dinâmico 
de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função 
por meio do princípio de legalidade.
O exercício da jurisdição obedece, então, algumas garantias (princípios):
• Devido processo legal e Contraditório;
• Juiz natural (vedação a tribunais de exceção);
• Indelegabilidade;
• Indeclinabilidade (inafastabilidade);
• Inevitabilidade.
Competência é a “...quantidade de jurisdição, cujo exercício é atribuído a 
cada órgão”, ou seja, a “medida da jurisdição”.
No que tange aos limites da jurisdição nacional, importa a leitura do arts. 21e 23 do NCPC.
Quanto ao tema da Cooperação Internacional, trata-se de regulamentação 
sobre cooperação do Judiciário Brasileiro e de outros países, nos termos de 
tratados internacionais. Importante a leitura do art. 27.
Já o auxílio direto é cabível quando a medida não decorrer diretamente de 
decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de 
delibação no Brasil.
Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio di-
reto servirá para obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento 
jurídico e sobre processos , etc
 O art. 5o, XXXVII da Constituição Federal dispõe que “não haverá 
 juízo ou tribunal de exceção”. Esse dispositivo consagra, em relação 
à jurisdição, o princípio:
EXERCÍCIO
01
1110
Capacidade para ser parte é a possibilidade de o sujeito apresentar-se em 
juízo, como demandante ou demandado. Essa espécie de capacidade liga-se 
à existência de personalidade civil.
Há casos em que a legislação atribui capacidade para ser parte a determina-
dos entes despersonalizados (ex.: condomínio, espólio).
Capacidade processual tem a ver com a possibilidade de a parte praticar atos 
do processo sem o acompanhamento de outra pessoa. Tem capacidade pro-
cessual aquele que puder agir sozinho em juízo, realizando atos processuais 
de forma autônoma, sem o apoio de assistente ou representante legal. Não 
tem capacidade processual, por exemplo, o recém-nascido
Capacidade postulatória é a aptidão para requerer perante os órgãos estatais 
investidos da jurisdição. Em regra, essa espécie de capacidade é privativa do 
advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do 
Brasil (EOAB, art. 1º).
Essa regra do “jus postulandi” também comporta exceções, pois há casos em 
que a lei reconhece capacidade postulatória para a própria parte, tal qual 
ocorre na ação de “habeas corpus”.
São deveres das partes
• - Agir com lealdade e boa-fé;
• - Não praticar atos protelatórios;
• - Cumprir as decisões judiciais;
• - Prestar informações, etc.
A litigância de má-fé pode acarretar dever de indenizar por perdas e danos, 
além de multa de 1 a 10% sobre o valor da causa (ou até 10 s.m. quando o 
valor da causa for irrisório). Mas pode haver multa de até 20% se o ato for 
atentatório à dignidade da justiça.
O tema das despesas, honorários e multas está previsto no art. 85 do NCPC, 
que fixa valores para honorários contra a Fazenda Pública (não existia no 
Na competência relativa, as partes podem modificar a competência em razão 
do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de 
direitos e obrigações.
O art. 53 traz também regras de competência, sendo necessária a leitura 
atenta de seus dispositivos.
A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência.
Reputam-se conexas as ações quando lhes for comum o pedido ou a causa 
de pedir.
A continência ocorre quando houver identidade quanto às partes e à causa de 
pedir, mas o pedido de uma ação, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Dica: O juiz pode declarar nulidade da cláusula de eleição de foro 
e declinar da competência ex officio antes da citação. Após, cabe 
ao interessado arguir.
A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar 
de contestação.
Dica: A incompetência absoluta é matéria de ordem pública e a 
incompetência relativa não.
Uma novidade do Código é a cooperação Nacional. Agora há previsão legal 
de que juízes devem cooperar entre si, ainda que atuem em comarcas e ór-
gãos jurisdicionais diferentes, praticando atos, prestando informações, etc.
SUJEITOS DO PROCESSO - PARTES E 
PROCURADORES
As expressões “capacidade para ser parte”, “capacidade processual” e “capa-
cidade postulatória” possuem semelhanças gramaticais, porém, são institutos
completamente diferentes.
1312
Simples ou comum: a decisão não tem que ser uniforme.
Quanto às intervenções de terceiros, importa, a princípio saber que a oposição não 
é mais uma forma de intervenção de terceiros porque passou a ser um incidente.
A assistência está prevista no art. 119: Pendendo causa entre 2 (duas) ou 
mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja 
favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
O procedimento básico é pedir para integrar a lide. Não havendo impugna-
ção, o assistente passa a fazê-lo.
Subdivide-se em:
a) Assistência Simples: O assistente simples atuará como auxiliar da par-
te principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus 
processuais que o assistido. Havendo revelia do assistido, o assistente atua 
como substituto processual.
b) Assistência Litisconsorcial: Considera-se litisconsorte da parte prin-
cipal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele 
e o adversário do assistido.
A denunciação da lide é o modo de instaurar uma lide secundária entre a 
parte e terceiro.
Cabe para alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi 
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam; e ao que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a 
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
O chamamento ao processo serve para que o réu convoque alguém para 
integrar a lide consigo. Dirige-se ao afiançado, na ação em que o fiador for 
réu, aos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; e aos 
demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum.
CPC/1973). A novidade, neste tema, e a possibilidade de fixação de honorá-
rios sucumbenciais recursais.
A gratuidade de justiça agora vem prevista expressamente na lei processual (art. 
98) e faculta ao juiz exigir prova da hipossuficiência financeira do requerente.
A impugnação ao deferimento do pedido não corre mais em apenso, mas nos 
próprios autos, devendo ser protocolada a petição em 15 dias.
Quanto aos procuradores, a previsão está no art. 103 e a novidade é que se 
o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração deverá conter o 
nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e 
endereço completo.
LITISCONSÓRCIO, INTERVENÇÃO DE 
TERCEIROS
Classificação dos litisconsórcios:
a) Quanto à formação:
Necessário: é aquele obrigatoriamente formado, seja porque alguma dis-
posição de lei assim o imponha, seja porque a natureza da relação de direito 
material torne impossível o tratamento da situação litigiosa, sem a presença 
de todos os interessados no processo, formando litisconsórcio, caso em que 
ele se torna indispensável.
Facultativo: é aquele formado por opção do autor, que podia ingressar com 
ação autônoma em relação aos seus litisconsortes, ou ainda podia mover 
ação em face de um réu, mas move em face de todos, a exemplo dos devedo-
res solidários.
b) Quanto à uniformidade da decisão
Unitário: a decisão tem que ser uniforme, para todos os que no pólo do 
processo figurem como litisconsortes. Ex. Ação de Anulação de Casamento.
02
1514
Por fim, temos ainda do incidente do julgamento das demandas repetitivas. 
A questão problema são as demandas em massa
Quanto ao procedimento, o pedido de instauração do incidente será dirigido 
ao presidente de tribunal pelo juiz ou relator; pelas partes; pelo Ministério 
Público ou pela Defensoria Pública. O julgamento dar-se-á na forma do regi-
mento interno de cada Tribunal.
Admitido o incidente, o relator: suspenderá os processos pendentes; poderá 
requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita o processo originário; 
intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 
(quinze) dias.Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: a todos os processos que 
versem sobre idêntica questão de direito ou aos casos futuros que versem 
idêntica questão de direito.
O JUIZ E OS AUXILIARES DA JUSTIÇA (ATOS 
DOS JUIZ E DO ESCRIVÃO)
Com relação aos poderes, deveres e responsabilidade do juiz, o NCPC está 
um pouco mais rígido.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste 
Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da 
justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, man-
damentais ou subrogatórias necessárias para assegurar o cum-
primento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por 
objeto prestação pecuniária;
INCIDENTES DO NOVO CPC
O primeiro instituto que vamos estudar é o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica.
O NCPC conta com um capítulo autônomo para disciplinar a aplicação do 
instituto no art. 133:
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurí-
dica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, 
quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica ob-
servará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconside-
ração inversa da personalidade jurídica.
O incidente, então, tem seu procedimento cabível em qualquer fase do pro-
cesso de conhecimento, no cumprimento de sentença, e na execução. Pode 
ser requerido pela parte ou pelo MP e o sócio será citado pra defender-se em 
15 dias e o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
O resultado visado é a ineficácia das alienações eventualmente realizadas 
em fraude.
Quanto ao amicus curiae, segundo incidente previsto no NCPC, numa tradu-
-ção livre, significa “amigo da corte”.
É uma possibilidade de o juiz solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade 
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação, com o objetivo de 
favorecer o julgamento da lide.
Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a interven-
ção, definir os poderes do amicus curiae.
1716
São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determina-
das pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, 
o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o 
tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o con-
tabilista e o regulador de avarias.
Os pronunciamentos do Juiz são sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
• Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com funda-
mento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução.
• Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de nature-
za decisória que não se enquadre no § 1º.
• Despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados 
no processo. 
Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial que:
I. se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato norma-
tivo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II. empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso;
III. invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; (...) não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo;
IV. se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que 
o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
V. deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece-
dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distin-
ção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferen-
cialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção 
dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de 
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, 
força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal 
das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em 
que não incidirá a pena de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o sa-
neamento de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais re-
petitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na 
medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 
5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 
8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a 
propositura da ação coletiva respectiva.
Quanto aos impedimento, é vedado ao juiz exercer suas funções, nas hipóte-
ses do art. 144. As suspeição estão nas hipóteses do art. 145.
A suspeição e o impedimento serão alegados no prazo de 15 dias por simples 
petição. Só haverá “apenso” se o juiz não concordar com as razões do requerente.
Ele mandará autuar em apartado enviando ao Tribunal. O efeito suspensivo 
depende de deferimento pelo relator.
Há uma nova situação de proibição de atuação quando houver parentesco 
entre dois juízes que atuariam no processo.
As regras de suspeição e impedimento aplicam-se aos demais sujeitos impar-
ciais do processo, mas o procedimento correrá em separado, sem suspender 
o processo.
1918
Atos Processuais
ue02
FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS 
PROCESSUAIS
Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realiza-
dos de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Trata-se de chancela ao princípio da instrumentalidade das formas, que já 
era aplicado anteriormente à previsão legal.
Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às 
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajus-
tá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, 
faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo (art. 190). 
Este é o chamado princípio do autorregramento processual.
No art. 193, temos as normas sobre a prática eletrônica de atos processuais.
Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de 
forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e vali-
dados por meio eletrônico, na forma da lei.
A própria audiência de instrução e julgamento conta agora com a possibili-
dade de gravação de áudio e vídeo.
Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) 
horas mas “A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer 
horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo”.
Quando ao lugar dos atos processuais, estes serão realizados ordinariamente 
na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferên-
cia, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo 
interessado e acolhido pelo juiz. No que tange aos prazos e a contagem 
destes, o NCPC trouxe importantes mudanças.
Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei e será con-
siderado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou 
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias com-
preendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, 
de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou 
tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 
(dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
COMUNICAÇÃO E NULIDADES DOS ATOS 
PROCESSUAIS
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado 
para integrar a relação processual.
Art. 246. A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer 
em cartório;
2120
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Para citação por hora certa exige-se que o oficial de justiça tenha tentado 
encontrar o réu por 2 vezes (e não 3, como antes).
A citação ficta é apenas uma situação jurídica, não se trata de que o réu efe-
tivamente sabe da existência do processo. A citação por hora certa também 
é considerada uma citação ficta: qualquer pessoa receberá o mandato, e a 
citação é considerada feita, ainda que o citando nunca chegue a ter conheci-
mento da ação que contra ele corre.
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do 
processo. É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da 
outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício 
de intimação e do aviso de recebimento.
As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na 
forma da lei.
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure ape-
nas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registra-
da na Ordem dos Advogados do Brasil.
Quanto ao tema de nulidades, quando a lei prescrever determinada forma 
sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte 
que lhe deu causa.
A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que cou-
ber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão (salvo quando for nulidade 
que deva ser reconhecida de ofício pelo juiz).
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO 
PROCESSO
A princípio, importa entender que processo é uma figura abstrata, que se re-
presenta como um meio para a obtenção de um resultado de direito material. 
Já o procedimento é o meio pelo qual o processo se realiza.
O art. 312 trata-se do início do procedimento, da distribuição da ação:
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protoco-
lada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos men-
cionados no art. 240 (induzir litispendência, por exemplo) depois que for
validamente citado.
As hipóteses de suspensão estão descritas no art. 313:.
Art. 313. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual
II - pela convenção das partes;
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determina-
do fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI - por motivo de força maior; (etc)
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes 
e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula.
A extinção vem tratada nos arts. 316 e seguintes:
Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz de-
verá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
2322
TUTELAS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA: 
GENERALIDADES
Tendo em vista que a demora gera o perecimento de direitos, tem-se a possi-
bilidades de se obter medidas urgentes dentro do processo civil.
A princípio, importa lembrar que o CPC/73 tínhamos as antecipações de tu-
tela (antecipação no todo ou em parte da tutela pretendida pelo autor quan-
do presentes os requisitos; era inerente ao processo de conhecimento) e as 
providências de natureza cautelar (a pretensão do autor era imediata, mas 
serviria como base para outra pretensão propriamente dita).
Ambos os institutos podiam ter caráter tão urgente que o juiz deferia a pre-
tensão liminarmente, ou seja, no início do processo.
No NCPC, o processo cautelar deixa de existir, mas as medidas de natureza 
cautelar continuam existentes. Houve uma adequação procedimental e todas 
as tutelas provisórias são classificadas em de urgência (risco de dano) ou de 
evidência (verossimilhança).
A tutela provisória de urgência, que pode ser cautelar ou antecipada, pode 
ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Se for incidental, inde-
pende do pagamento de custas.
Assim, as tutelas provisórias dividem-se em tutelas de urgência e tutelas de evidência.
A Tutela de Urgência pode ser cautelar (para garantir resultado útil de outro 
processo) ou antecipada (para obter medida que impeça dano). 
Ambas podem ser concedidas de modo antecedente ou incidental.
TUTELAS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA: 
PROCEDIMENTOS
A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que eviden-
ciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo. Estes são os requisitos para a concessão da tutela de urgência: 
fumus boniiuris e periculum in mora ou risco ao resultado útil do processo 
(medida eminentemente cautelar). Pode haver exigência de caução.
A tutela de urgência pode ser antecipada ou cautelar.
Na Tutela de Urgência Antecipada Antecedente a reversibilidade é requisi-
to. Pode ser requerida de modo antecedente. Nesse caso, a petição inicial 
se limita a pedir a tutela, com aditamento da petição em 15 dias em caso de 
concessão, sob pena de extinção sem resolução de mérito.
O réu será citado para audiência de conciliação e, só depois, apresen-
tará contestação.
Se não houver recurso pelo réu, a tutela torna-se estável e o processo extinto. 
Em até 2 anos o teor pode ser discutido em ação autônoma.
No que tange à Tutela de Urgência Cautelar Antecedente, a petição inicial da 
ação que visa a tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu 
fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
O juiz pode aplicar a fungibilidade
Tutelas Provisórias
ue03
2524
O réu será citado para responder em 5 dias e o autor terá 30 dias para formu-
lar o pedido principal nos mesmos autos.
Já a Tutela de Evidência será concedida, independentemente da demonstra- 
ção de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I. ficar caracterizado o abuso do direito de defesa;
II. as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen-
talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetiti-
vos ou em súmula vinculante;
III. (...)
IV. a petição inicial for instruída com prova documental suficiente 
dos fatos constitutivos do direito do autor
PROCEDIMENTO COMUM: A PETIÇÃO INICIAL
O NCPC traz apenas dois tipos de procedimentos: procedimento comum e 
procedimento de execução. Este último quase não foi alterado, tendo que 
vista que já tinha sido recentemente alterado.
O NCPC, portanto, juntou o procedimento ordinário, sumário e sumaríssi-
mo, e unificou em apenas um único procedimento, que tem como novidade a 
regra do autorregramento das partes.
Veja-se:
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposi-ção em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos de-
mais procedimentos especiais e ao processo de execução.
O tema da petição inicial vem regulamentado no art. 319:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pesso-
as Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endere-
ço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
Processo de Conhecimento
ue04
2726
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação.
Observemos que as condições da ação no NCPC são apenas dois agora: legi-
timidade de parte e interesse de agir. Não existe mais a condição chamada 
possibilidade jurídica do pedido.
O art. 321 alterou o prazo de emenda da inicial. Na verdade, o NCPC unificou 
praticamente todos os prazos para 15 dias. É necessário que o juiz indique 
com precisão o que precisa ser emendado ou corrigido.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche 
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e ir-
regularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, de-
terminará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende 
ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido 
ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz inde-
ferirá a petição inicial.
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de em-
préstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob 
pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contra-
tuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incon-
troverso do débito.
O valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL E 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
São institutos diferentes. O primeiro refere-se à falta de requisitos e pode ex-
tinguir o feito sem resolução de mérito. O segundo refere-se à improcedência 
do pedido em casos específicos.
O CPC/73 trazia, no art. 285-A, a possibilidade do chamado julgamento li-
minar de mérito, que era uma improcedência do pedido do autor sem nem 
mesmo o réu ser citado. Este instituto foi quase que reproduzido no NCPC.
Quando um autor ajuiza uma demanda, estando em ordem a petição inicial, 
o réu será citado. Não estando em ordem, deve ser verificado se o vício da 
inicial é sanável ou não sanável.
Sendo sanável, o autor será intimado para sanar. Não sanando, o processo 
será extinto, bem como será extinto se o vício for insanável.
Este é o indeferimento da petição inicial.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 (se o advogado 
estiver em causa própria, tem que cumprir requisitos específicos).
Da decisão que indefere a petição inicial cabe apelação e o juiz pode se retra-
tar em 5 dias.
O art. 332, por sua vez, traz o julgamento de improcedência liminar do pedido.
Neste caso, o julgamento é de mérito, de improcedência, proferido liminar-
mente, e não há sequer a citação do réu.
2928
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, in-
dependentemente da citação do réu, julgará liminarmente im-
procedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Su-
perior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Su-
perior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de deman-
das repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente 
o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou 
de prescrição.
Interposta apelação, o juiz pode se retratar em 5 dias
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO
O art. 285 do CPC/1973 encontra como correspondente no NCPC o art. 334, 
cuja redação determina que:
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e 
não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz desig-
nará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo 
menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessaria-
mente na audiência de conciliação ou de mediação, observando 
o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de orga-
nização judiciária.
A audiência não será realizada se ambas as partes manifestarem, expres-
samente, desinteresse na composição consensual; ou quando não se ad-
mitir a autocomposição.
O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocompo-
sição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de 
antecedência, contados da data da audiência.
Havendo litisconsórcio, todos precisam manifestar desinteresse na auto-
composição. O art. 335 traz as ações que do réu:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no pra-
zo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última ses-
são de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de con-
ciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
(...)
Na contestação, o réu deve impugnar todos os fatos contra ele narrados.
As preliminares de contestação, no novo CPC, abrangem todas as matérias 
de defesa que eram arguidas em incidentes como exceções de incompetência, 
impugnação ao valor da causa, etc.
Entre as preliminares de contestação está a falta de condições da ação, mas 
no novo CPC, a possibilidade jurídica do pedido não é mais condição da ação.
RECONVENÇÃO E REVELIA
Todas as matérias de defesa que antes entravam como apensos processuais 
passaram, agora, a fazer parte da contestação, inclusive a reconvenção.
A reconvenção é uma modalidade de resposta do réu que não constitui tecnicamen-
te uma defesa. Trata-se na verdade de uma ação autônoma. O procedimento no 
CPC/73 era feito em petição separada e protocolada simultaneamente à contestação.
3130
A reconvenção, portanto, não é considerada uma forma de defesa. É uma 
ação da réu contra o autor, na mesmo processo em que o réu está sedo deman 
dado. É um contra-ataque da réu contra o autor.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para 
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou 
com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu 
advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que 
impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do 
processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
A reconvenção não tem seu uso indiscriminado: as causas de pedir devem 
ser conexas. Trata-se de ação do réu contra o autor, mas, ainda assim, o re-
convindo (réu na reconvenção) não será citado, mas sim intimado na pessoa 
de seu advogado.A reconvenção continua sendo uma ação autônoma, e atualmente é expres-
sa a possibilidade de a reconvenção gerar honorários advocatícios e verbas 
sucumbenciais.
É permitida a ampliação subjetiva dos limites da lide pela reconvenção.
Revelia é um ato-fato processual; consiste na não apresentação tempestiva 
da contestação. Ocorre em duas hipóteses:
• quando o réu, citado, não aparece em juízo apresentando a sua resposta;
• quando o réu comparece, mas não apresenta sua resposta tempestiva.
O efeito material da revelia está no art. 344:
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e pre-
sumirse-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Há efeitos processuais, como a preclusão, a não intimação do revel que não 
tenha patrono nos autos, etc
PROVIDÊNCIAS DE SANEAMENTO E 
JULGAMENTO Conforme o Estado do 
Processo
Após o prazo de resposta, com ou sem ela, o juiz tomará as seguintes atitudes 
de saneamento:
• Verificar a ocorrência da revelia e seus efeitos;
• Verificar se há necessidade de intimar o autor para formular réplica 
(prazo de 15 dias)
• Sanar irregularidades processuais, caso possível.
Após as providências preliminares, o juiz verificará a possibilidade de 
proferir sentença.
Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e 
III, o juiz proferirá sentença (trata-se de resolver ou não o mérito se estive-
rem presentes as hipóteses). Esta decisão gera a extinção do processo
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com reso-
lução de mérito quando não houver necessidade de produção de outras 
provas ou o réu for revel, com efeitos materiais. Aqui temos o julgamento 
antecipado do mérito.
Observe o que determina o art. 356 do NCPC:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou 
mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incon-
troverso ou estiver em condições de imediato julgamento, nos ter-
mos do art. 355.
3332
Não havendo sentença nesse momento processual, o juiz proferirá a decisão 
saneadora que deve delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a 
atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definir a 
distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; delimitar as questões 
de direito relevantes para a decisão do mérito; designar, audiência de ins-
trução e julgamento.
As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consen-
sual das questões de fato e de direito.
TEORIA GERAL DAS PROVAS
Um bom conceito de provas pode ser dado pela seguinte frase: “Prova é o 
meio hábil a demonstrar a existência de fato controvertido.”
A prova, portanto, só pode ter como objeto um fato. Para fins processuais, a 
parte não pode ser compelida a provar a inexistência de algo.
O art. 369 determina que:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios le-
gais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especifi-
cados no CPC, para provar a verdade dos fatos em que se funda 
o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
O juiz poderá analisar a “licitude moral”, a moralidade do meio pelo qual a 
prova foi produzida, mesmo que não haja a previsão expressa da sua admis-
são em processo civil.
Admite-se agora, expressamente, a prova emprestada, observando-se 
o contraditório.
A distribuição do ônus da prova está regulamentada no art. 373:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Teoria Geral das Provas
ue05
3534
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade 
de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade 
de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir 
o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade 
de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situa-
ção em que a desincumbência do encargo pela parte seja impos-
sível ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocor-
rer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Este parágrafo único reflete a chamada distribuição dinâmica do ônus da 
prova, e é uma novidade no NCPC.
No art. 374, basicamente reprodução da norma do Código anterior, temos:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade
Fatos notórios são aqueles de conhecimento de todos, ainda que 
regionalmente.
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS E ATA 
NOTARIAL
A produção antecipada de prova do NCPC não é mais uma ação cautelar, 
tendo em vista que as ações cautelares não existem mais.
De toda forma, é possível que produza-se uma determinada prova com a fi-
nalidade de entrar ou não entrar com uma ação, mas para garantir a certeza 
do conhecimento de determinado fato.
Veja-se:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos ca-
sos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou 
muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a auto-
composição ou outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o 
ajuizamento de ação.
Quando ao procedimento, temos que na petição, o requerente apresentará as 
razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará 
com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que 
indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Outro assunto que também é novidade é a chamada ata notarial. A previsão 
está no art. 384:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem 
ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, 
mediante ata lavrada por tabelião.
3736
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gra-
vados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Este tipo de prova vai ser bastante utilizada por conta de sons gravados em 
arquivos eletrônicos ou imagens.
PROVAS EM ESPÉCIE: DEPOIMENTO PESSOAL 
E CONFISSÃO
A parte tem o dever legal de proceder com boa-fé. Mas sabe-se que os fatos 
nem sempre têm uma só verdade.
Assim, o depoimento pessoal, em tese, não tem nenhuma função se a parte 
está dizendo de fato a verdade. Contudo, quando está ocultando a verdade, 
há uma tendência de que fique nervosa diante do juiz, e acabe produzindo 
provas contrárias ao seu próprio interesse.
Assim, pode-se dizer que o depoimento pessoal só é interessante quando 
conseguir tirar da parte a confissão.
Depoimento pessoal consiste na declaração da parte, a pedido da parte con-
trária ou por determinação do juiz, acerca de sua versão para os fatos. Em 
depoimento pode ocorrer a confissão, que consiste em admitir fato contrário 
ao seu interesse e favorável à parte contrária.
A fundamentação legal está no art. 385:
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra 
parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instru-
ção e julgamento, sem prejuízo dopoder do juiz de ordená-lo de 
ofício.
§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimen-
to pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, 
comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
Lembrar que autor e réu, embora tenham o dever de dizer a verdade, este 
dever não traz as mesmas consequências do que traz para as testemunhas, 
que, ao mentirem em juízos, cometem crume de falso testemunho.
Lembrar ainda que não vige no direito processual civil o princípio do in du-
bio pro reo: se a parte permanecer em silêncio quando tinha o dever de falar, 
lhe será aplicada a pena de confesso.
Quanto à confissão, tem previsão nos arts. 3910 e seguintes do NCPC
Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou 
por representante com poder especial.
§ 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só 
terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA E 
PROVA DOCUMENTAL
Observe a redação dos arts. 396 e 401:
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou 
coisa que se encontre em seu poder.
Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de ter-
ceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 
(quinze) dias.
O pedido de exibição deve conter os seguintes requisitos:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento 
ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam 
com o documento ou com a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que 
o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
3938
Estes artigos trazem as ideias da exibição de documento ou coisa.
O requerido pode se escusar do dever de exibir quando houver as hipóteses 
previstas em lei (p.ex. se a apresentação puder violar dever de honra).
Se a recusa for injustificada, à parte litigante haverá pena de confissão; ao 
terceiro, haverá convocação para audiência especial e, se for o caso, busca e 
apreensão.
Com relação à prova documental, importa, a princípio, saber que consiste na 
juntada aos autos de documentos hábeis a demonstrar os fatos.
A produção desta prova é feita na inicial e na contestação, como regra.
Documento público faz prova da sua formação e dos fatos que o agente públi-
co presenciou (admite prova em contrário). Cópias fazem prova tanto quanto 
o original, até que sejam impugnadas.
Eventual arguição de falsidade deve ser feita na contestação, na réplica ou 
em 15 dias da ciência do documento. Arguida a falsidade, o juiz ouvirá a parte 
que produziu o documento em 15 dias. Após, mandará fazer perícia, a menos 
que seja requerido o desentranhamento do documento.
Os documentos eletrônicos vieram regulamentados no art. 439:
Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo con-
vencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da ve-
rificação de sua autenticidade, na forma da lei.
PROVA TESTEMUNHAL
A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
Este é o artigo que inaugura o tema da prova testemunhas no NCPC.
Trata-se do depoimento de terceiro não interessado e imparcial.
É sempre admissível, e o juiz só pode indeferir sobre fatos já provados por 
documento ou confissão da parte; que só por documento ou por exame peri-
cial puderem ser provados.
Todos podem testemunhar, exceto os incapazes, impedidos ou suspeitos, es-
pecificamente no rol do art. 447, cuja leitura reputamos importante:
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exce-
to as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes:
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, 
ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, 
ao tempo em que deve depor,
não está habilitado a transmitir as percepções;
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sen-
tidos que lhes faltam.
§ 2º São impedidos:
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em 
qualquer
grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse públi-
co ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se 
puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária 
ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o repre-
sentante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que 
assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
4140
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das tes-
temunhas menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados indepen-
dentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que 
possam merecer.
O novo código reduziu o rol de suspeitos.
Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrola-
da do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a inti-
mação do juízo. Até 3 dias antes da audiência, o advogado deve demonstrar 
que intimou a testemunha, sob pena de preclusão caso ela não vá depor.
Antes de iniciar, a testemunha será compromissada e advertida de que incorre 
em crime quando mente. O advogado contrário pode apresentar a contradita.
O novo CPC aboliu o sistema de reperguntas.
PROVA PERICIAL E INSPEÇÃO JUDICIAL
Prova pericial é o exame de caráter técnico para o qual o juiz necessite de 
profissional especializado (até porque o juiz não tem conhecimento de todos 
os assuntos que lhe são levados para decidir).
O procedimento está no art. 465:
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia 
e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da 
intimação do despacho de nomeação do perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I - proposta de honorários;
II - currículo, com comprovação de especialização;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, 
para onde serão dirigidas as intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, 
querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, 
após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para 
os fins do art. 95
O prazo de entrega do laudo é variável: o juiz indicará de acordo com o objeto e 
a complexidade da perícia. O assistente técnico é sempre parcial, vez que cada 
parte pode escolher/indicar o seu, arcando inclusive com seus honorários.
As partes podem indicar um perito de confiança de ambas desde que sejam 
plenamente capazes e a causa possa ser resolvida por autocomposição.
O prazo para manifestação sobre o laudo é de 15 dias.
Sobre a inspeção judicial, cabe apontar que o juiz, de ofício ou a requeri-
mento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas 
ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencio-
nando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
4342
SENTENÇA
A definição de sentença evoluiu nos últimos 15 anos. Por muito tempo, sen-
tença foi conceituada como o ato que poefim ao processo, mas este conceito 
foi paulatinamente abandonado, especialmente quando da adoção do pro-
cesso sincrético.
Sentença, no NCPC, é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com funda-
mento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, 
bem como extingue a execução.
Pode ser sem ou com resolução do mérito ou com resolução de mérito 
(arts. 485 e 487)
Importante ressaltar que a impossibilidade jurídica do pedido não é mais 
causa de extinção sem resolução de mérito.
A doutrina classifica as sentenças levando em conta dois critérios:
A. quanto à natureza: declaratórias, constitutivas, condenatórias, 
executiva lato sensu e mandamentais.
B. quanto à forma de resolução: terminativas ou definitivas
Os elementos (requisitos) da sentença destacam a necessidade de fundamentação:
Sentença e Coisa Julgada
ue06
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação 
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das 
principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato 
e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais 
que as partes lhe submeterem
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação de ato normativo, sem explicar sua rela-
ção com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer 
outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo (etc)
Na obrigação de fazer: o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela es-
pecífica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela 
pelo resultado prático equivalente.
Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela 
específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
E na emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o 
pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da decla-
ração não emitida.
COISA JULGADA
A duração razoável do processo, prevista na CF e no NCPC, depende não 
apenas de um processo começar e terminar em tempo razoável, mas também 
em um processo que gere uma sentença efetiva e segura. 
4544
Aparece, assim, o fenômeno processual chamado coisa julgada.
Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indis-
cutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Este fenômeno ocorre pelo decurso do tempo.
A sentença transitada em julgado dará início à próxima fase do processo.
Quanto às espécies, a coisa julgada pode ser:
• formal: torna imutáveis aspectos processuais;
• material: torna imutáveis os direitos em litígio.
Observe que uma classificação não exclui a outra: a coisa julgada inicialmen-
te será formal e, posteriormente, será também material.
Quanto aos limites, temos:
• objetivos: a questão principal expressamente decidida;
• subjetivos: as partes.
A questão prejudicial faz coisa julgada se dela depender o mérito e se houver
contraditório sobre ela.
Importante o estudo sobre a chamada relativização da coisa julgada: nenhum 
juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, sal-
vo, por exemplo, se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio 
modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir 
a revisão do que foi estatuído na sentença.
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Uma sentença é ilíquida quando condena a pagar, mas não especifica o quan-
to deve ser pago.
A liquidação no NCPC foi bastante simplificada. Quando a sentença conde-
nar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a re-
querimento do credor ou do devedor.
Observe o regramento legal:
A liquidação pode ser (art. 509):
I. por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencio-
nado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II. pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar 
e provar fato novo.
Vejamos agora o procedimento:
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as 
partes para a apresentação de pareceres ou documentos eluci-
dativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, 
nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento 
da prova pericial.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determi-
nará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da 
sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, 
apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observan-
do-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Es-
pecial deste Código.
Se a sentença ilíquida trouxer fato novo para a liquidação, será aplicado o 
contraditório no que tange à extensão do dano (abre-se prazo para que a 
parte conteste o fato novo).
Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor 
poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
4746
A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-s 
em autos apartados no juízo de origem, ou seja, a liquidação pode ser provi-
sória (antes do trânsito em julgado da decisão).
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: 
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A CF trouxe a determinação da duração razoável do processo. O NCPC, neste 
sentido, regulamentou esta determinação, preocupando-se não apenas com 
a duração em esteja determinada pela Constituição, o NCPC
O regulamento está nos arts. 513 e seguintes:
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras 
deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza 
da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
O que vemos é que, já de início, o legislador equipara o processo de execução com 
o processo de conhecimento. Criou-se um procedimento equiparando a sentença 
a um título executivo, cujas regras vem do processo de execução, porque são to-
dos atos coercitivos do Estado na intenção de fazer o réu cumprir este comando.
Trata-se de uma fase processual cujos atos são executivos, já que parte-se de 
um título previsto no artigo 515 (sentenças condenatórias, homologações de 
acordos, etc).
Para este dispositivo, vale o princípio da disponibilidade da execução: o cum-
primento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou
definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
Cumprimento de Sentença
ue07
4948
Considera-se realizada a intimação para cumprir a sentença quando o deve-
dor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observa-
do o disposto no parágrafo único do art. 274.
A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto depois 
de transcorrido o prazo para pagamento voluntário. Para efetivar o protesto, 
incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E DEFINITIVO DE 
SENTENÇA: OBRIGAÇÃO DE PAGAR
Estudaremos o procedimento de cumprimento de sentença que condena em 
obrigação de pagar, dividindo este estudo em dois momentos: sentença não 
transitada em julgado (cumprimento provisório) e sentença transitada em 
julgado (cumprimento definitivo).
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada 
por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da 
mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao 
seguinte regime:
Em regra, a apelação (recurso contra a sentença) é recebida em seu efeito 
suspensivo. Mas o NCPC tem uma tendência
I - corre por iniciativae responsabilidade do exequente, que se 
obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o 
executado haja sofrido;
Embora o texto se refira a exequente e executado, repita-se que este não se 
trata de um processo de execução, mas sim de uma fase do processo de co-
nhecimento. Vige aqui o princípio da disponibilidade: assim, pode o credor 
tramitar com o cumprimento de sentença provisório até a fase de expropria-
ção, e depois “desacelere” este procedimento.
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a 
sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado 
anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modifi-
cada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efei-
to a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos 
que importem transferência de posse ou alienação de proprie-
dade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave 
dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, ar-
bitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
Este inciso tem referência àquela “desaceleração” mencionada acima: pode o 
credor satisfazer seu crédito ou esperar que seja a decisão tornada definitiva 
com o julgamento do recurso. Se optar pelo primeiro caminho, pode o juiz 
exigir que seja prestada caução para que seja garantido o ressarcimento dos 
prejuízos causados caso haja alteração da sentença que está provisoriamente 
sendo cumprida.
Quanto ao procedimento, o cumprimento provisório da sentença será reque-
rido por petição dirigida ao juízo competente acompanhada de cópia da deci-
são exequenda; certidão de interposição do recurso não dotado de efeito sus-
pensivo; procurações outorgadas pelas partes; decisão de habilitação, se for 
o caso; facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias.
Sobre o cumprimento definitivo da obrigação de pagar, far-se-á a requeri-
mento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no 
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. O não pagamento 
implica em multa de 10% + honorários de 10%.
Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-
-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de 
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
A impugnação não tem efeito suspensivo, a menos que o juiz defira.
5150
CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA: 
ALIMENTOS
Há uma diferença procedimental no tocante à obrigação de pagar alimentos. 
Esta situação era controversa no Código de 1973, e o NCPC trouxe a regula-
mentação justamente para acabar com esta controvérsia.
No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação ali-
mentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos (alimentos provi-
sionais), o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado 
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou jus-
tificar a impossibilidade de efetuá-lo. Estas disposições já estavam regula-
mentadas no CPC antigo.
Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, 
além de mandar protestar o pronunciamento judicial (novidade do NCPC) na 
forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das presta-
ções vencidas e vincendas.
Em resumo: o devedor, a pedido do credor, será intimado. Se não pagar, provar 
que já pagou ou justificar, ficará preso, não se eximindo da dívida em atraso.
O novo CPC acabou com a discussão que por muitos anos questionou quais 
débitos poderiam acarretar a prisão do devedor em virtude de seu caráter 
alimentar.
Veja-se, a propósito, o seguinte dispositivo:
Art. 528.
(...) § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimen-
tante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao 
ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
O credor pode abrir mão do rito da prisão e seguir pelo cumprimento de 
obrigação de pagar normalmente.
Quando às demais parcelas vencidas (do quarto mês para trás), busca-se a 
execução da mesma forma que se busca em qualquer outra dívida, tendo em 
vista que a dívida perde o caráter alimentar.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: OBRIGAÇÃO 
DE FAZER, NÃO FAZER, ENTREGAR COISA
Quando a obrigação é de pagar, o procedimento, em resumo é “pague, sob 
pena de penhora”.
Entretanto, nas sentenças executivas lato sensu condenam à obrigação di-
versa da de pagar.
No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de 
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efe-
tivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático 
equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente 
(busca, multa e apreensão, etc)
O que acontece é que, em regra, a própria sentença dirá “faça, sob pena de....”
Regra geral, arbitra-se uma multa, denominada de astreintes. Não cumprida 
a sentença e não paga a multa, esta (a multa) será cobrada de acordo com o 
procedimento de cumprimento de sentença sob pena de penhora.
Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sen-
tença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na 
posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. 
Este é o disposto no art. 538, que traz também as seguintes regras em 
seus parágrafos:
5352
Art. 538.
(...)
§ 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhe-
cimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, 
sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na 
contestação, na fase de conhecimento.
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que 
couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fa-
zer ou de não fazer.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E 
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Consignação em pagamento é medida para que o devedor requerer, com 
efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. É cabível 
quando o credor está em mora.
Não cabe esta ação para depositar valores que u devedor não considera devi-
dos. A ideia é o pagamento.
Existe a consignação extrajudicial de valores, quando os mesmos podem ser 
depositados em estabelecimento bancário oficial, cientificando-se o credor 
por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a 
manifestação de recusa.
O procedimento passa a ser judicial em caso de recusa expressa do credor em 
receber diretamente no banco.
A recusa, que deve ser por escrito, faz gerar o direito de propor, dentro de 1 mês, a 
ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no 
prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hi-
pótese do art. 539, § 3o;
Procedimentos Especiais
ue08
5554
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II - foi justa a recusa;
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV - o depósito não é integral.
Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e conde-
nará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios, o mesmo que 
acontecerá se o credor receber e der quitação.
A ação de exigir contas é uma adaptação da cautelar de prestaçãode contas.
É cabível quando alguém tem o direito de tomar conhecimento de determi-
nadas contas, e quando alguém tem o dever de apresentá-las.
Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação 
do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias.
Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosse-
guindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.
A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no 
prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor 
apresentar. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.
Assim, se o réu, citado para prestar as contas, se negar a prestá-las ou prestá-
-las erroneamente, o autor apresentará as contas, e estas não poderão mais ser 
impugnadas pelo réu, constituindo título executivo judicial em favor do credor.
AÇÕES POSSESSÓRIAS
Antes do estudo das ações possessórias é importante relembrar de algumas 
características do direito material acerca do direito das coisas.
A turbação é a ameaça à posse, enquanto o esbulho é a efetiva perda da posse. 
Estas são as causas que dão início a ações possessórias.
Com relação ao procedimento, cabe relembrar que quanto a eles aplica-se a 
fungibilidade: a propositura de uma ação possessória em vez de outra não 
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal corres-
pondente àquela cujos pressupostos estejam provados. É necessário, contu-
do, que o autor preencha todos os requisitos da possessória “errada”.
É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e 
danos; indenização dos frutos. Pode o autor requerer, ainda, imposição de me-
dida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho; cumprir-se 
a tutela provisória ou final. Trata-se da possibilidade da cumulação de pedidos.
É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes 
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Aqui, tratamos do caráter 
dúplice das ações possessórias.
Denomina-se posse nova aquela compreendida dentro do prazo de ano e dia. 
Neste prazo, o procedimento é o de manutenção ou reintegração de posse. 
Passado este prazo (posse velha) o procedimento será o comum.
Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir 
o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração. 
Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, 
o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, 
querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE
O CPC/1973 não trazia a regulamentação desta ação, mas esse tipo de ação já 
era bastante comum. Ele seguia o procedimento comum.
5756
Tendo em vista que é uma novidade no NCPC e que trata de situação bastante 
comum na vida das pessoas, é importante uma atenção especial a esta ação.
Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto:
I - a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em 
relação ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de reti-
rada ou recesso; e
II - a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exer-
ceu o d reito de retirada ou recesso; ou
III - somente a resolução ou a apuração de haveres.
A legitimidade ativa é do espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos 
sucessores não ingressar na sociedade; dos sucessores, após concluída a par-
tilha do sócio falecido; da sociedade, se os sócios sobreviventes não admi-
tirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade; do 
sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso; da sociedade, nos casos 
em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial; ou o sócio excluído.
Quanto ao procedimento: a inicial será instruída com o contrato social con-
solidado. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) 
dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação.
Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum. A sentença 
fará a apuração de haveres e determinará a forma de pagamento nos termos 
do contrato social ou Código Civil.
A situação de dissolução de sociedade merece destaque porque atualmente 
há regulamentação da dissolução quando um sócio falece. É uma situação 
que vai ocorrer em geral nas sociedades limitadas.
INVENTÁRIO E PARTILHA
Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial.
Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser fei-
tos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer 
ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em 
instituições financeiras.
O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) 
meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses 
subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requri-
mento de parte.
Em âmbito judicial, os atos são os que seguem:
• O juiz nomeará inventariante;
• O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cin-
co) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função;
• Dentro de 20 (vinte) dias contados da data em que prestou o com-
promisso, o inventariante fará as primeiras declarações
• Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos 
do inventário e da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros 
e os legatários e intimar a Fazenda Pública, o Ministério Público, se 
houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver 
testamento;
• Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo 
prazo comum de 15 (quinze) dias, para que se manifestem sobre as 
primeiras declarações
• Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo 
do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis;
• Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos autos 
certidão ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Públi-
ca, o juiz julgará por sentença a partilha;
• Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de 
adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta 
de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes 
aos bens e às rendas por ele abrangidos
5958
EMBARGOS DE TERCEIRO
É o método que uma pessoa tem para se defender do risco de constrição de 
um bem seu por razões de um processo de que não é parte.
O cabimento é para quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou 
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito 
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.
Cabem os embargos de terceiro para o possuidor.
A legitimidade ativa vem nos incisos art. 674, § 2º:
I. o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens 
próprios ou de sua meação;
II. o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que 
declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III. quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsi-
deração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV. o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do 
objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, 
dos atos expropriatórios respectivos.
Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conheci-
mento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento 
de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco)

Outros materiais