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sumário 01 Normas fundamentais do processo civil 4 10 Recursos 67 03 Tutelas Provisórias 22 05 Teoria Geral das Provas 33 07 Cumprimento de Sentença 47 08 Procedimentos Especiais 53 09 Processo de Execução 61 02 18Atos Processuais 04 25Processo de Conhecimento 06 42Sentença e Coisa Julgada G 76gabarito 54 Aliás, existe, hoje, uma tendência mundial de adoção dos métodos alternati- vos de solução de conflitos. Há, no próprio NCPC, uma mudança na estrutura do rito: a princípio há a tentativa de acordo, e só depois desta tentativa de conciliação inicial, onde nem mesmo há a necessidade da presença de um advogado, é que o processo prossegue com a defesa técnica. Cria-se, aliás, as funções de mediador e conciliador. O NCPC trouxe uma série de soluções para os problemas atuais, mas, obviamen- te, não será, sozinho, a solução para todos os problemas do Poder Judiciário. PRINCÍPIOS E REGRAS O início do estudo de uma disciplina em geral passa pelo estudo dos princí- pios que a norteiam. Como fonte de direito que são, os princípios são a base que norteia aquele ramo do direito. Utilizando as mesmas ideias do prof. Freddie Didier, vamos chamar este es- tudo inicial de Direito Processual Fundamental, que pode ser divido entre princípios e regras. Isto porque o NCPC trouxe algumas normatizações que são principiológicas mas que foram colocadas como regras processuais. Quanto aos princípios, temos: • Princípio do Devido Processo Legal: divide-se em devido processo legal formal (garantias processuais) e devido processo legal substancial (observância da razoabilidade, proporcionalidade nas relações jurídicas). • Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: previsto no art. 8º do CPC, lembrando que dignidade da pessoa humana é cláusu- la aberta: O julgador deve resguardar e promover a dignidade da pessoa humana. INTRODUÇÃO AO NOVO CPC O NCPC surgiu por conta de críticas comuns ao “antigo” Código de Pro- cesso civil, quais sejam, a morosidade, o excesso de recursos, as formali- dades exageradas. Partido do princípio que o processo é meio e não fim, a morosidade e o for- malismo já vinha sendo muito criticado pela doutrina. O NCPC tenta mudar esta dinâmica e gerar um grau de confiabilidade maio no Poder Judiciário. Os problemas podem ser listados nas seguintes perguntas: • Por que a morosidade? • Há recursos demais ou processos demais? • Os agentes estão despreparados? • Quais motivos levam o indivíduo a se lançar em juízo ou nele permanecer? O problema da morosidade não é apenas legislativo e nem apenas estrutural. Tratam-se de problemas que vem sido resolvidos aos poucos, e a mudança legislativa é um dos caminhos. Elevou-se o Direito à Duração Razoável do Processo a garantia constitucional, e o NCPC privilegiou a agilidade em detrimento da forma. Abriu-se espaço para o ativismo judicial e fomentou-se os meios amigáveis de solução de conflitos. Normas fundamentais do processo civil ue01 76 • Regra da Instauração do Processo por Iniciativa da Parte e do Desenvolvimento por Impulso Oficial: são princípios agora tratados pelo CPC como regras no art. 2º (sequer o inventário pode iniciar de ofício). Dica: Há exceções como conflito de competência, cumprimento de sentenças que não sejam de pagar. • Regra da Obediência à Ordem de Conclusão: art. 12, CPC - Deve-se respeitar a ordem de chegada dos autos para decisão judi- cial. Deve haver uma lista para consulta pública. Dica: Há exceções no §2º (decisões urgentes, sentenças proferi- das em audiência, etc.). JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA Em um breve histórico de como chegou-se à jurisdição, podemos ver a se- guinte linha de raciocínio: Autotutela → Autocomposição (submissão, desistência e transação) → Jurisdição A jurisdição é, em termos simples, a nomeação de alguém para resolver um conflito. Ela pode assumir três papéis: • Poder: a jurisdição gera um poder de império, no qual as deci- sões, quando não acolhidas espontaneamente, são impostas para gerar eficácia; • Função (dever): expressa os encargos que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de todos os conflitos, quer interindividu- ais, quer difusos ou coletivos, mediante a realização do direito justo, pelo processo; • Princípios do Contraditório e Ampla Defesa: garantia de ma- nifestação prévia às decisões. É direito de ambas as partes. Importante: as Tutelas de Urgência, de Evidência, entre outras, podem ser de- feridas sem oitiva da parte contrária, se preenchidos os requisitos. • Princípio da Publicidade: Os atos serão públicos, salvo limita- ções legais (art. 93, IX da CF). Atenção: o art. 189 do CPC traz as exceções. Dica: Nos processos eletrônicos, o CNJ exige a publicidade na in- ternet dos “dados básicos do processo” • Princípio da Duração Razoável do Processo: art. 5º, LXVIII da CF + art. 4º do CPC. As partes têm direito de obter em prazo razo- ável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. • Princípio da Eficiência e Princípio da Efetividade: art. 8º, CPC - eficiência é a obtenção de um resultado com o menor custo (esforço) possível. Art.4º, CPC - o devido processo só se realiza quan- do a atividade satisfativa (cumprimento da sentença) se exaure. • Princípio da Boa-fé Processual e Princípio da Cooperação: art. 5º, CPC - Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. Art. 6º, CPC - Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva • Princípio do Respeito ao Autorregramento da Vontade Processual: é o respeito à vontade das partes litigantes, quando sua vontade objetivar a solução do litígio. Privilegia a liberdade proces- sual (ex.: adiamento de audiências, renúncia à convenção arbitral, acordo sobre ônus da prova, etc.). 98 a) da especialização. b) da improrrogabilidade da jurisdição. c) da indeclinabilidade da jurisdição. d) do juiz natural. COMPETÊNCIA INTERNA E MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA O NCPC traz, em alguns artigos, a regulamentação da fixação da competên- cia dentro do território nacional, especialmente os arts. 43 e 53. Regras básicas: 1. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu (atenção às exceções dos parágrafos do art. 46, por exemplo, réu em local incerto, etc). 2. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competen- te o foro de situação da coisa. 3. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o compe- tente para o inventário, a partilha, etc., ainda que o óbito tenha ocorrido em outro país. 4. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio. 5. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicí- lio de seu representante ou assistente. 6. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União, Estados e DF. Competência absoluta é a competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. • Atividade: a jurisdição é, ainda, um conjunto complexo e dinâmico de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função por meio do princípio de legalidade. O exercício da jurisdição obedece, então, algumas garantias (princípios): • Devido processo legal e Contraditório; • Juiz natural (vedação a tribunais de exceção); • Indelegabilidade; • Indeclinabilidade (inafastabilidade); • Inevitabilidade. Competência é a “...quantidade de jurisdição, cujo exercício é atribuído a cada órgão”, ou seja, a “medida da jurisdição”. No que tange aos limites da jurisdição nacional, importa a leitura do arts. 21e 23 do NCPC. Quanto ao tema da Cooperação Internacional, trata-se de regulamentação sobre cooperação do Judiciário Brasileiro e de outros países, nos termos de tratados internacionais. Importante a leitura do art. 27. Já o auxílio direto é cabível quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio di- reto servirá para obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos , etc O art. 5o, XXXVII da Constituição Federal dispõe que “não haverá juízo ou tribunal de exceção”. Esse dispositivo consagra, em relação à jurisdição, o princípio: EXERCÍCIO 01 1110 Capacidade para ser parte é a possibilidade de o sujeito apresentar-se em juízo, como demandante ou demandado. Essa espécie de capacidade liga-se à existência de personalidade civil. Há casos em que a legislação atribui capacidade para ser parte a determina- dos entes despersonalizados (ex.: condomínio, espólio). Capacidade processual tem a ver com a possibilidade de a parte praticar atos do processo sem o acompanhamento de outra pessoa. Tem capacidade pro- cessual aquele que puder agir sozinho em juízo, realizando atos processuais de forma autônoma, sem o apoio de assistente ou representante legal. Não tem capacidade processual, por exemplo, o recém-nascido Capacidade postulatória é a aptidão para requerer perante os órgãos estatais investidos da jurisdição. Em regra, essa espécie de capacidade é privativa do advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, art. 1º). Essa regra do “jus postulandi” também comporta exceções, pois há casos em que a lei reconhece capacidade postulatória para a própria parte, tal qual ocorre na ação de “habeas corpus”. São deveres das partes • - Agir com lealdade e boa-fé; • - Não praticar atos protelatórios; • - Cumprir as decisões judiciais; • - Prestar informações, etc. A litigância de má-fé pode acarretar dever de indenizar por perdas e danos, além de multa de 1 a 10% sobre o valor da causa (ou até 10 s.m. quando o valor da causa for irrisório). Mas pode haver multa de até 20% se o ato for atentatório à dignidade da justiça. O tema das despesas, honorários e multas está previsto no art. 85 do NCPC, que fixa valores para honorários contra a Fazenda Pública (não existia no Na competência relativa, as partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. O art. 53 traz também regras de competência, sendo necessária a leitura atenta de seus dispositivos. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência. Reputam-se conexas as ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. A continência ocorre quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma ação, por ser mais amplo, abrange o das demais. Dica: O juiz pode declarar nulidade da cláusula de eleição de foro e declinar da competência ex officio antes da citação. Após, cabe ao interessado arguir. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. Dica: A incompetência absoluta é matéria de ordem pública e a incompetência relativa não. Uma novidade do Código é a cooperação Nacional. Agora há previsão legal de que juízes devem cooperar entre si, ainda que atuem em comarcas e ór- gãos jurisdicionais diferentes, praticando atos, prestando informações, etc. SUJEITOS DO PROCESSO - PARTES E PROCURADORES As expressões “capacidade para ser parte”, “capacidade processual” e “capa- cidade postulatória” possuem semelhanças gramaticais, porém, são institutos completamente diferentes. 1312 Simples ou comum: a decisão não tem que ser uniforme. Quanto às intervenções de terceiros, importa, a princípio saber que a oposição não é mais uma forma de intervenção de terceiros porque passou a ser um incidente. A assistência está prevista no art. 119: Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. O procedimento básico é pedir para integrar a lide. Não havendo impugna- ção, o assistente passa a fazê-lo. Subdivide-se em: a) Assistência Simples: O assistente simples atuará como auxiliar da par- te principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Havendo revelia do assistido, o assistente atua como substituto processual. b) Assistência Litisconsorcial: Considera-se litisconsorte da parte prin- cipal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. A denunciação da lide é o modo de instaurar uma lide secundária entre a parte e terceiro. Cabe para alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; e ao que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. O chamamento ao processo serve para que o réu convoque alguém para integrar a lide consigo. Dirige-se ao afiançado, na ação em que o fiador for réu, aos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; e aos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. CPC/1973). A novidade, neste tema, e a possibilidade de fixação de honorá- rios sucumbenciais recursais. A gratuidade de justiça agora vem prevista expressamente na lei processual (art. 98) e faculta ao juiz exigir prova da hipossuficiência financeira do requerente. A impugnação ao deferimento do pedido não corre mais em apenso, mas nos próprios autos, devendo ser protocolada a petição em 15 dias. Quanto aos procuradores, a previsão está no art. 103 e a novidade é que se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. LITISCONSÓRCIO, INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Classificação dos litisconsórcios: a) Quanto à formação: Necessário: é aquele obrigatoriamente formado, seja porque alguma dis- posição de lei assim o imponha, seja porque a natureza da relação de direito material torne impossível o tratamento da situação litigiosa, sem a presença de todos os interessados no processo, formando litisconsórcio, caso em que ele se torna indispensável. Facultativo: é aquele formado por opção do autor, que podia ingressar com ação autônoma em relação aos seus litisconsortes, ou ainda podia mover ação em face de um réu, mas move em face de todos, a exemplo dos devedo- res solidários. b) Quanto à uniformidade da decisão Unitário: a decisão tem que ser uniforme, para todos os que no pólo do processo figurem como litisconsortes. Ex. Ação de Anulação de Casamento. 02 1514 Por fim, temos ainda do incidente do julgamento das demandas repetitivas. A questão problema são as demandas em massa Quanto ao procedimento, o pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal pelo juiz ou relator; pelas partes; pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. O julgamento dar-se-á na forma do regi- mento interno de cada Tribunal. Admitido o incidente, o relator: suspenderá os processos pendentes; poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita o processo originário; intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada: a todos os processos que versem sobre idêntica questão de direito ou aos casos futuros que versem idêntica questão de direito. O JUIZ E OS AUXILIARES DA JUSTIÇA (ATOS DOS JUIZ E DO ESCRIVÃO) Com relação aos poderes, deveres e responsabilidade do juiz, o NCPC está um pouco mais rígido. Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento; II - velar pela duração razoável do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, man- damentais ou subrogatórias necessárias para assegurar o cum- primento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; INCIDENTES DO NOVO CPC O primeiro instituto que vamos estudar é o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O NCPC conta com um capítulo autônomo para disciplinar a aplicação do instituto no art. 133: Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurí- dica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica ob- servará os pressupostos previstos em lei. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconside- ração inversa da personalidade jurídica. O incidente, então, tem seu procedimento cabível em qualquer fase do pro- cesso de conhecimento, no cumprimento de sentença, e na execução. Pode ser requerido pela parte ou pelo MP e o sócio será citado pra defender-se em 15 dias e o incidente será resolvido por decisão interlocutória. O resultado visado é a ineficácia das alienações eventualmente realizadas em fraude. Quanto ao amicus curiae, segundo incidente previsto no NCPC, numa tradu- -ção livre, significa “amigo da corte”. É uma possibilidade de o juiz solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação, com o objetivo de favorecer o julgamento da lide. Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a interven- ção, definir os poderes do amicus curiae. 1716 São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determina- das pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o con- tabilista e o regulador de avarias. Os pronunciamentos do Juiz são sentenças, decisões interlocutórias e despachos. • Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com funda- mento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. • Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de nature- za decisória que não se enquadre no § 1º. • Despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial que: I. se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato norma- tivo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II. empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III. invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (...) não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo; IV. se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; V. deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece- dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distin- ção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferen- cialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o sa- neamento de outros vícios processuais; X - quando se deparar com diversas demandas individuais re- petitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. Quanto aos impedimento, é vedado ao juiz exercer suas funções, nas hipóte- ses do art. 144. As suspeição estão nas hipóteses do art. 145. A suspeição e o impedimento serão alegados no prazo de 15 dias por simples petição. Só haverá “apenso” se o juiz não concordar com as razões do requerente. Ele mandará autuar em apartado enviando ao Tribunal. O efeito suspensivo depende de deferimento pelo relator. Há uma nova situação de proibição de atuação quando houver parentesco entre dois juízes que atuariam no processo. As regras de suspeição e impedimento aplicam-se aos demais sujeitos impar- ciais do processo, mas o procedimento correrá em separado, sem suspender o processo. 1918 Atos Processuais ue02 FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realiza- dos de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. Trata-se de chancela ao princípio da instrumentalidade das formas, que já era aplicado anteriormente à previsão legal. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajus- tá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo (art. 190). Este é o chamado princípio do autorregramento processual. No art. 193, temos as normas sobre a prática eletrônica de atos processuais. Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e vali- dados por meio eletrônico, na forma da lei. A própria audiência de instrução e julgamento conta agora com a possibili- dade de gravação de áudio e vídeo. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas mas “A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo”. Quando ao lugar dos atos processuais, estes serão realizados ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferên- cia, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz. No que tange aos prazos e a contagem destes, o NCPC trouxe importantes mudanças. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei e será con- siderado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias com- preendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. COMUNICAÇÃO E NULIDADES DOS ATOS PROCESSUAIS Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. Art. 246. A citação será feita: I - pelo correio; II - por oficial de justiça; III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; 2120 IV - por edital; V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei. Para citação por hora certa exige-se que o oficial de justiça tenha tentado encontrar o réu por 2 vezes (e não 3, como antes). A citação ficta é apenas uma situação jurídica, não se trata de que o réu efe- tivamente sabe da existência do processo. A citação por hora certa também é considerada uma citação ficta: qualquer pessoa receberá o mandato, e a citação é considerada feita, ainda que o citando nunca chegue a ter conheci- mento da ação que contra ele corre. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo. É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure ape- nas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registra- da na Ordem dos Advogados do Brasil. Quanto ao tema de nulidades, quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que cou- ber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão (salvo quando for nulidade que deva ser reconhecida de ofício pelo juiz). FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO A princípio, importa entender que processo é uma figura abstrata, que se re- presenta como um meio para a obtenção de um resultado de direito material. Já o procedimento é o meio pelo qual o processo se realiza. O art. 312 trata-se do início do procedimento, da distribuição da ação: Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protoco- lada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos men- cionados no art. 240 (induzir litispendência, por exemplo) depois que for validamente citado. As hipóteses de suspensão estão descritas no art. 313:. Art. 313. Suspende-se o processo: I - pela morte ou pela perda da capacidade processual II - pela convenção das partes; III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; V - quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa; b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determina- do fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; VI - por motivo de força maior; (etc) VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; VIII - nos demais casos que este Código regula. A extinção vem tratada nos arts. 316 e seguintes: Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença. Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz de- verá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 2322 TUTELAS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA: GENERALIDADES Tendo em vista que a demora gera o perecimento de direitos, tem-se a possi- bilidades de se obter medidas urgentes dentro do processo civil. A princípio, importa lembrar que o CPC/73 tínhamos as antecipações de tu- tela (antecipação no todo ou em parte da tutela pretendida pelo autor quan- do presentes os requisitos; era inerente ao processo de conhecimento) e as providências de natureza cautelar (a pretensão do autor era imediata, mas serviria como base para outra pretensão propriamente dita). Ambos os institutos podiam ter caráter tão urgente que o juiz deferia a pre- tensão liminarmente, ou seja, no início do processo. No NCPC, o processo cautelar deixa de existir, mas as medidas de natureza cautelar continuam existentes. Houve uma adequação procedimental e todas as tutelas provisórias são classificadas em de urgência (risco de dano) ou de evidência (verossimilhança). A tutela provisória de urgência, que pode ser cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Se for incidental, inde- pende do pagamento de custas. Assim, as tutelas provisórias dividem-se em tutelas de urgência e tutelas de evidência. A Tutela de Urgência pode ser cautelar (para garantir resultado útil de outro processo) ou antecipada (para obter medida que impeça dano). Ambas podem ser concedidas de modo antecedente ou incidental. TUTELAS DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA: PROCEDIMENTOS A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que eviden- ciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Estes são os requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boniiuris e periculum in mora ou risco ao resultado útil do processo (medida eminentemente cautelar). Pode haver exigência de caução. A tutela de urgência pode ser antecipada ou cautelar. Na Tutela de Urgência Antecipada Antecedente a reversibilidade é requisi- to. Pode ser requerida de modo antecedente. Nesse caso, a petição inicial se limita a pedir a tutela, com aditamento da petição em 15 dias em caso de concessão, sob pena de extinção sem resolução de mérito. O réu será citado para audiência de conciliação e, só depois, apresen- tará contestação. Se não houver recurso pelo réu, a tutela torna-se estável e o processo extinto. Em até 2 anos o teor pode ser discutido em ação autônoma. No que tange à Tutela de Urgência Cautelar Antecedente, a petição inicial da ação que visa a tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O juiz pode aplicar a fungibilidade Tutelas Provisórias ue03 2524 O réu será citado para responder em 5 dias e o autor terá 30 dias para formu- lar o pedido principal nos mesmos autos. Já a Tutela de Evidência será concedida, independentemente da demonstra- ção de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I. ficar caracterizado o abuso do direito de defesa; II. as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen- talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetiti- vos ou em súmula vinculante; III. (...) IV. a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor PROCEDIMENTO COMUM: A PETIÇÃO INICIAL O NCPC traz apenas dois tipos de procedimentos: procedimento comum e procedimento de execução. Este último quase não foi alterado, tendo que vista que já tinha sido recentemente alterado. O NCPC, portanto, juntou o procedimento ordinário, sumário e sumaríssi- mo, e unificou em apenas um único procedimento, que tem como novidade a regra do autorregramento das partes. Veja-se: Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposi-ção em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos de- mais procedimentos especiais e ao processo de execução. O tema da petição inicial vem regulamentado no art. 319: Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pesso- as Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endere- ço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; Processo de Conhecimento ue04 2726 IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Observemos que as condições da ação no NCPC são apenas dois agora: legi- timidade de parte e interesse de agir. Não existe mais a condição chamada possibilidade jurídica do pedido. O art. 321 alterou o prazo de emenda da inicial. Na verdade, o NCPC unificou praticamente todos os prazos para 15 dias. É necessário que o juiz indique com precisão o que precisa ser emendado ou corrigido. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e ir- regularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, de- terminará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz inde- ferirá a petição inicial. Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de em- préstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contra- tuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incon- troverso do débito. O valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL E IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO São institutos diferentes. O primeiro refere-se à falta de requisitos e pode ex- tinguir o feito sem resolução de mérito. O segundo refere-se à improcedência do pedido em casos específicos. O CPC/73 trazia, no art. 285-A, a possibilidade do chamado julgamento li- minar de mérito, que era uma improcedência do pedido do autor sem nem mesmo o réu ser citado. Este instituto foi quase que reproduzido no NCPC. Quando um autor ajuiza uma demanda, estando em ordem a petição inicial, o réu será citado. Não estando em ordem, deve ser verificado se o vício da inicial é sanável ou não sanável. Sendo sanável, o autor será intimado para sanar. Não sanando, o processo será extinto, bem como será extinto se o vício for insanável. Este é o indeferimento da petição inicial. Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 (se o advogado estiver em causa própria, tem que cumprir requisitos específicos). Da decisão que indefere a petição inicial cabe apelação e o juiz pode se retra- tar em 5 dias. O art. 332, por sua vez, traz o julgamento de improcedência liminar do pedido. Neste caso, o julgamento é de mérito, de improcedência, proferido liminar- mente, e não há sequer a citação do réu. 2928 Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, in- dependentemente da citação do réu, julgará liminarmente im- procedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Su- perior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Su- perior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de deman- das repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Interposta apelação, o juiz pode se retratar em 5 dias AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. CONTESTAÇÃO O art. 285 do CPC/1973 encontra como correspondente no NCPC o art. 334, cuja redação determina que: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz desig- nará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessaria- mente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de orga- nização judiciária. A audiência não será realizada se ambas as partes manifestarem, expres- samente, desinteresse na composição consensual; ou quando não se ad- mitir a autocomposição. O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocompo- sição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. Havendo litisconsórcio, todos precisam manifestar desinteresse na auto- composição. O art. 335 traz as ações que do réu: Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no pra- zo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última ses- são de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de con- ciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; (...) Na contestação, o réu deve impugnar todos os fatos contra ele narrados. As preliminares de contestação, no novo CPC, abrangem todas as matérias de defesa que eram arguidas em incidentes como exceções de incompetência, impugnação ao valor da causa, etc. Entre as preliminares de contestação está a falta de condições da ação, mas no novo CPC, a possibilidade jurídica do pedido não é mais condição da ação. RECONVENÇÃO E REVELIA Todas as matérias de defesa que antes entravam como apensos processuais passaram, agora, a fazer parte da contestação, inclusive a reconvenção. A reconvenção é uma modalidade de resposta do réu que não constitui tecnicamen- te uma defesa. Trata-se na verdade de uma ação autônoma. O procedimento no CPC/73 era feito em petição separada e protocolada simultaneamente à contestação. 3130 A reconvenção, portanto, não é considerada uma forma de defesa. É uma ação da réu contra o autor, na mesmo processo em que o réu está sedo deman dado. É um contra-ataque da réu contra o autor. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. A reconvenção não tem seu uso indiscriminado: as causas de pedir devem ser conexas. Trata-se de ação do réu contra o autor, mas, ainda assim, o re- convindo (réu na reconvenção) não será citado, mas sim intimado na pessoa de seu advogado.A reconvenção continua sendo uma ação autônoma, e atualmente é expres- sa a possibilidade de a reconvenção gerar honorários advocatícios e verbas sucumbenciais. É permitida a ampliação subjetiva dos limites da lide pela reconvenção. Revelia é um ato-fato processual; consiste na não apresentação tempestiva da contestação. Ocorre em duas hipóteses: • quando o réu, citado, não aparece em juízo apresentando a sua resposta; • quando o réu comparece, mas não apresenta sua resposta tempestiva. O efeito material da revelia está no art. 344: Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e pre- sumirse-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Há efeitos processuais, como a preclusão, a não intimação do revel que não tenha patrono nos autos, etc PROVIDÊNCIAS DE SANEAMENTO E JULGAMENTO Conforme o Estado do Processo Após o prazo de resposta, com ou sem ela, o juiz tomará as seguintes atitudes de saneamento: • Verificar a ocorrência da revelia e seus efeitos; • Verificar se há necessidade de intimar o autor para formular réplica (prazo de 15 dias) • Sanar irregularidades processuais, caso possível. Após as providências preliminares, o juiz verificará a possibilidade de proferir sentença. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença (trata-se de resolver ou não o mérito se estive- rem presentes as hipóteses). Esta decisão gera a extinção do processo O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com reso- lução de mérito quando não houver necessidade de produção de outras provas ou o réu for revel, com efeitos materiais. Aqui temos o julgamento antecipado do mérito. Observe o que determina o art. 356 do NCPC: Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se incon- troverso ou estiver em condições de imediato julgamento, nos ter- mos do art. 355. 3332 Não havendo sentença nesse momento processual, o juiz proferirá a decisão saneadora que deve delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; designar, audiência de ins- trução e julgamento. As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consen- sual das questões de fato e de direito. TEORIA GERAL DAS PROVAS Um bom conceito de provas pode ser dado pela seguinte frase: “Prova é o meio hábil a demonstrar a existência de fato controvertido.” A prova, portanto, só pode ter como objeto um fato. Para fins processuais, a parte não pode ser compelida a provar a inexistência de algo. O art. 369 determina que: Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios le- gais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especifi- cados no CPC, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. O juiz poderá analisar a “licitude moral”, a moralidade do meio pelo qual a prova foi produzida, mesmo que não haja a previsão expressa da sua admis- são em processo civil. Admite-se agora, expressamente, a prova emprestada, observando-se o contraditório. A distribuição do ônus da prova está regulamentada no art. 373: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Teoria Geral das Provas ue05 3534 II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situa- ção em que a desincumbência do encargo pela parte seja impos- sível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocor- rer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de pode ser celebrada antes ou durante o processo. Este parágrafo único reflete a chamada distribuição dinâmica do ônus da prova, e é uma novidade no NCPC. No art. 374, basicamente reprodução da norma do Código anterior, temos: Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I - notórios; II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos no processo como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade Fatos notórios são aqueles de conhecimento de todos, ainda que regionalmente. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS E ATA NOTARIAL A produção antecipada de prova do NCPC não é mais uma ação cautelar, tendo em vista que as ações cautelares não existem mais. De toda forma, é possível que produza-se uma determinada prova com a fi- nalidade de entrar ou não entrar com uma ação, mas para garantir a certeza do conhecimento de determinado fato. Veja-se: Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos ca- sos em que: I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a auto- composição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. Quando ao procedimento, temos que na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. Outro assunto que também é novidade é a chamada ata notarial. A previsão está no art. 384: Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. 3736 Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gra- vados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial. Este tipo de prova vai ser bastante utilizada por conta de sons gravados em arquivos eletrônicos ou imagens. PROVAS EM ESPÉCIE: DEPOIMENTO PESSOAL E CONFISSÃO A parte tem o dever legal de proceder com boa-fé. Mas sabe-se que os fatos nem sempre têm uma só verdade. Assim, o depoimento pessoal, em tese, não tem nenhuma função se a parte está dizendo de fato a verdade. Contudo, quando está ocultando a verdade, há uma tendência de que fique nervosa diante do juiz, e acabe produzindo provas contrárias ao seu próprio interesse. Assim, pode-se dizer que o depoimento pessoal só é interessante quando conseguir tirar da parte a confissão. Depoimento pessoal consiste na declaração da parte, a pedido da parte con- trária ou por determinação do juiz, acerca de sua versão para os fatos. Em depoimento pode ocorrer a confissão, que consiste em admitir fato contrário ao seu interesse e favorável à parte contrária. A fundamentação legal está no art. 385: Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instru- ção e julgamento, sem prejuízo dopoder do juiz de ordená-lo de ofício. § 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimen- to pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena. Lembrar que autor e réu, embora tenham o dever de dizer a verdade, este dever não traz as mesmas consequências do que traz para as testemunhas, que, ao mentirem em juízos, cometem crume de falso testemunho. Lembrar ainda que não vige no direito processual civil o princípio do in du- bio pro reo: se a parte permanecer em silêncio quando tinha o dever de falar, lhe será aplicada a pena de confesso. Quanto à confissão, tem previsão nos arts. 3910 e seguintes do NCPC Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. § 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial. § 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal. Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA E PROVA DOCUMENTAL Observe a redação dos arts. 396 e 401: Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de ter- ceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias. O pedido de exibição deve conter os seguintes requisitos: I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa; II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa; III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária. 3938 Estes artigos trazem as ideias da exibição de documento ou coisa. O requerido pode se escusar do dever de exibir quando houver as hipóteses previstas em lei (p.ex. se a apresentação puder violar dever de honra). Se a recusa for injustificada, à parte litigante haverá pena de confissão; ao terceiro, haverá convocação para audiência especial e, se for o caso, busca e apreensão. Com relação à prova documental, importa, a princípio, saber que consiste na juntada aos autos de documentos hábeis a demonstrar os fatos. A produção desta prova é feita na inicial e na contestação, como regra. Documento público faz prova da sua formação e dos fatos que o agente públi- co presenciou (admite prova em contrário). Cópias fazem prova tanto quanto o original, até que sejam impugnadas. Eventual arguição de falsidade deve ser feita na contestação, na réplica ou em 15 dias da ciência do documento. Arguida a falsidade, o juiz ouvirá a parte que produziu o documento em 15 dias. Após, mandará fazer perícia, a menos que seja requerido o desentranhamento do documento. Os documentos eletrônicos vieram regulamentados no art. 439: Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo con- vencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da ve- rificação de sua autenticidade, na forma da lei. PROVA TESTEMUNHAL A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. Este é o artigo que inaugura o tema da prova testemunhas no NCPC. Trata-se do depoimento de terceiro não interessado e imparcial. É sempre admissível, e o juiz só pode indeferir sobre fatos já provados por documento ou confissão da parte; que só por documento ou por exame peri- cial puderem ser provados. Todos podem testemunhar, exceto os incapazes, impedidos ou suspeitos, es- pecificamente no rol do art. 447, cuja leitura reputamos importante: Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exce- to as incapazes, impedidas ou suspeitas. § 1º São incapazes: I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental; II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sen- tidos que lhes faltam. § 2º São impedidos: I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse públi- co ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; II - o que é parte na causa; III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o repre- sentante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. § 3º São suspeitos: I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; II - o que tiver interesse no litígio. 4140 § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das tes- temunhas menores, impedidas ou suspeitas. § 5º Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados indepen- dentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. O novo código reduziu o rol de suspeitos. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrola- da do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a inti- mação do juízo. Até 3 dias antes da audiência, o advogado deve demonstrar que intimou a testemunha, sob pena de preclusão caso ela não vá depor. Antes de iniciar, a testemunha será compromissada e advertida de que incorre em crime quando mente. O advogado contrário pode apresentar a contradita. O novo CPC aboliu o sistema de reperguntas. PROVA PERICIAL E INSPEÇÃO JUDICIAL Prova pericial é o exame de caráter técnico para o qual o juiz necessite de profissional especializado (até porque o juiz não tem conhecimento de todos os assuntos que lhe são levados para decidir). O procedimento está no art. 465: Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. § 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II - indicar assistente técnico; III - apresentar quesitos. § 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I - proposta de honorários; II - currículo, com comprovação de especialização; III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais. § 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95 O prazo de entrega do laudo é variável: o juiz indicará de acordo com o objeto e a complexidade da perícia. O assistente técnico é sempre parcial, vez que cada parte pode escolher/indicar o seu, arcando inclusive com seus honorários. As partes podem indicar um perito de confiança de ambas desde que sejam plenamente capazes e a causa possa ser resolvida por autocomposição. O prazo para manifestação sobre o laudo é de 15 dias. Sobre a inspeção judicial, cabe apontar que o juiz, de ofício ou a requeri- mento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencio- nando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa. 4342 SENTENÇA A definição de sentença evoluiu nos últimos 15 anos. Por muito tempo, sen- tença foi conceituada como o ato que poefim ao processo, mas este conceito foi paulatinamente abandonado, especialmente quando da adoção do pro- cesso sincrético. Sentença, no NCPC, é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com funda- mento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Pode ser sem ou com resolução do mérito ou com resolução de mérito (arts. 485 e 487) Importante ressaltar que a impossibilidade jurídica do pedido não é mais causa de extinção sem resolução de mérito. A doutrina classifica as sentenças levando em conta dois critérios: A. quanto à natureza: declaratórias, constitutivas, condenatórias, executiva lato sensu e mandamentais. B. quanto à forma de resolução: terminativas ou definitivas Os elementos (requisitos) da sentença destacam a necessidade de fundamentação: Sentença e Coisa Julgada ue06 Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação de ato normativo, sem explicar sua rela- ção com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo (etc) Na obrigação de fazer: o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela es- pecífica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. E na emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da decla- ração não emitida. COISA JULGADA A duração razoável do processo, prevista na CF e no NCPC, depende não apenas de um processo começar e terminar em tempo razoável, mas também em um processo que gere uma sentença efetiva e segura. 4544 Aparece, assim, o fenômeno processual chamado coisa julgada. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indis- cutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Este fenômeno ocorre pelo decurso do tempo. A sentença transitada em julgado dará início à próxima fase do processo. Quanto às espécies, a coisa julgada pode ser: • formal: torna imutáveis aspectos processuais; • material: torna imutáveis os direitos em litígio. Observe que uma classificação não exclui a outra: a coisa julgada inicialmen- te será formal e, posteriormente, será também material. Quanto aos limites, temos: • objetivos: a questão principal expressamente decidida; • subjetivos: as partes. A questão prejudicial faz coisa julgada se dela depender o mérito e se houver contraditório sobre ela. Importante o estudo sobre a chamada relativização da coisa julgada: nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide, sal- vo, por exemplo, se, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Uma sentença é ilíquida quando condena a pagar, mas não especifica o quan- to deve ser pago. A liquidação no NCPC foi bastante simplificada. Quando a sentença conde- nar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a re- querimento do credor ou do devedor. Observe o regramento legal: A liquidação pode ser (art. 509): I. por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencio- nado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II. pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Vejamos agora o procedimento: Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos eluci- dativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determi- nará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observan- do-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Es- pecial deste Código. Se a sentença ilíquida trouxer fato novo para a liquidação, será aplicado o contraditório no que tange à extensão do dano (abre-se prazo para que a parte conteste o fato novo). Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. 4746 A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-s em autos apartados no juízo de origem, ou seja, a liquidação pode ser provi- sória (antes do trânsito em julgado da decisão). CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: CONSIDERAÇÕES GERAIS A CF trouxe a determinação da duração razoável do processo. O NCPC, neste sentido, regulamentou esta determinação, preocupando-se não apenas com a duração em esteja determinada pela Constituição, o NCPC O regulamento está nos arts. 513 e seguintes: Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. O que vemos é que, já de início, o legislador equipara o processo de execução com o processo de conhecimento. Criou-se um procedimento equiparando a sentença a um título executivo, cujas regras vem do processo de execução, porque são to- dos atos coercitivos do Estado na intenção de fazer o réu cumprir este comando. Trata-se de uma fase processual cujos atos são executivos, já que parte-se de um título previsto no artigo 515 (sentenças condenatórias, homologações de acordos, etc). Para este dispositivo, vale o princípio da disponibilidade da execução: o cum- primento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. Cumprimento de Sentença ue07 4948 Considera-se realizada a intimação para cumprir a sentença quando o deve- dor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observa- do o disposto no parágrafo único do art. 274. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário. Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E DEFINITIVO DE SENTENÇA: OBRIGAÇÃO DE PAGAR Estudaremos o procedimento de cumprimento de sentença que condena em obrigação de pagar, dividindo este estudo em dois momentos: sentença não transitada em julgado (cumprimento provisório) e sentença transitada em julgado (cumprimento definitivo). Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: Em regra, a apelação (recurso contra a sentença) é recebida em seu efeito suspensivo. Mas o NCPC tem uma tendência I - corre por iniciativae responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; Embora o texto se refira a exequente e executado, repita-se que este não se trata de um processo de execução, mas sim de uma fase do processo de co- nhecimento. Vige aqui o princípio da disponibilidade: assim, pode o credor tramitar com o cumprimento de sentença provisório até a fase de expropria- ção, e depois “desacelere” este procedimento. II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modifi- cada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efei- to a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de proprie- dade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, ar- bitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. Este inciso tem referência àquela “desaceleração” mencionada acima: pode o credor satisfazer seu crédito ou esperar que seja a decisão tornada definitiva com o julgamento do recurso. Se optar pelo primeiro caminho, pode o juiz exigir que seja prestada caução para que seja garantido o ressarcimento dos prejuízos causados caso haja alteração da sentença que está provisoriamente sendo cumprida. Quanto ao procedimento, o cumprimento provisório da sentença será reque- rido por petição dirigida ao juízo competente acompanhada de cópia da deci- são exequenda; certidão de interposição do recurso não dotado de efeito sus- pensivo; procurações outorgadas pelas partes; decisão de habilitação, se for o caso; facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias. Sobre o cumprimento definitivo da obrigação de pagar, far-se-á a requeri- mento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. O não pagamento implica em multa de 10% + honorários de 10%. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia- -se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. A impugnação não tem efeito suspensivo, a menos que o juiz defira. 5150 CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA: ALIMENTOS Há uma diferença procedimental no tocante à obrigação de pagar alimentos. Esta situação era controversa no Código de 1973, e o NCPC trouxe a regula- mentação justamente para acabar com esta controvérsia. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação ali- mentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos (alimentos provi- sionais), o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou jus- tificar a impossibilidade de efetuá-lo. Estas disposições já estavam regula- mentadas no CPC antigo. Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial (novidade do NCPC) na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das presta- ções vencidas e vincendas. Em resumo: o devedor, a pedido do credor, será intimado. Se não pagar, provar que já pagou ou justificar, ficará preso, não se eximindo da dívida em atraso. O novo CPC acabou com a discussão que por muitos anos questionou quais débitos poderiam acarretar a prisão do devedor em virtude de seu caráter alimentar. Veja-se, a propósito, o seguinte dispositivo: Art. 528. (...) § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimen- tante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. O credor pode abrir mão do rito da prisão e seguir pelo cumprimento de obrigação de pagar normalmente. Quando às demais parcelas vencidas (do quarto mês para trás), busca-se a execução da mesma forma que se busca em qualquer outra dívida, tendo em vista que a dívida perde o caráter alimentar. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER, ENTREGAR COISA Quando a obrigação é de pagar, o procedimento, em resumo é “pague, sob pena de penhora”. Entretanto, nas sentenças executivas lato sensu condenam à obrigação di- versa da de pagar. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efe- tivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente (busca, multa e apreensão, etc) O que acontece é que, em regra, a própria sentença dirá “faça, sob pena de....” Regra geral, arbitra-se uma multa, denominada de astreintes. Não cumprida a sentença e não paga a multa, esta (a multa) será cobrada de acordo com o procedimento de cumprimento de sentença sob pena de penhora. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sen- tença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. Este é o disposto no art. 538, que traz também as seguintes regras em seus parágrafos: 5352 Art. 538. (...) § 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhe- cimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. § 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fa- zer ou de não fazer. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E AÇÃO DE EXIGIR CONTAS Consignação em pagamento é medida para que o devedor requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida. É cabível quando o credor está em mora. Não cabe esta ação para depositar valores que u devedor não considera devi- dos. A ideia é o pagamento. Existe a consignação extrajudicial de valores, quando os mesmos podem ser depositados em estabelecimento bancário oficial, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. O procedimento passa a ser judicial em caso de recusa expressa do credor em receber diretamente no banco. A recusa, que deve ser por escrito, faz gerar o direito de propor, dentro de 1 mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hi- pótese do art. 539, § 3o; Procedimentos Especiais ue08 5554 II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; II - foi justa a recusa; III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV - o depósito não é integral. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e conde- nará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios, o mesmo que acontecerá se o credor receber e der quitação. A ação de exigir contas é uma adaptação da cautelar de prestaçãode contas. É cabível quando alguém tem o direito de tomar conhecimento de determi- nadas contas, e quando alguém tem o dever de apresentá-las. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosse- guindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro. A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. Assim, se o réu, citado para prestar as contas, se negar a prestá-las ou prestá- -las erroneamente, o autor apresentará as contas, e estas não poderão mais ser impugnadas pelo réu, constituindo título executivo judicial em favor do credor. AÇÕES POSSESSÓRIAS Antes do estudo das ações possessórias é importante relembrar de algumas características do direito material acerca do direito das coisas. A turbação é a ameaça à posse, enquanto o esbulho é a efetiva perda da posse. Estas são as causas que dão início a ações possessórias. Com relação ao procedimento, cabe relembrar que quanto a eles aplica-se a fungibilidade: a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal corres- pondente àquela cujos pressupostos estejam provados. É necessário, contu- do, que o autor preencha todos os requisitos da possessória “errada”. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos; indenização dos frutos. Pode o autor requerer, ainda, imposição de me- dida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho; cumprir-se a tutela provisória ou final. Trata-se da possibilidade da cumulação de pedidos. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Aqui, tratamos do caráter dúplice das ações possessórias. Denomina-se posse nova aquela compreendida dentro do prazo de ano e dia. Neste prazo, o procedimento é o de manutenção ou reintegração de posse. Passado este prazo (posse velha) o procedimento será o comum. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE O CPC/1973 não trazia a regulamentação desta ação, mas esse tipo de ação já era bastante comum. Ele seguia o procedimento comum. 5756 Tendo em vista que é uma novidade no NCPC e que trata de situação bastante comum na vida das pessoas, é importante uma atenção especial a esta ação. Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto: I - a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em relação ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de reti- rada ou recesso; e II - a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exer- ceu o d reito de retirada ou recesso; ou III - somente a resolução ou a apuração de haveres. A legitimidade ativa é do espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não ingressar na sociedade; dos sucessores, após concluída a par- tilha do sócio falecido; da sociedade, se os sócios sobreviventes não admi- tirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade; do sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso; da sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial; ou o sócio excluído. Quanto ao procedimento: a inicial será instruída com o contrato social con- solidado. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação. Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum. A sentença fará a apuração de haveres e determinará a forma de pagamento nos termos do contrato social ou Código Civil. A situação de dissolução de sociedade merece destaque porque atualmente há regulamentação da dissolução quando um sócio falece. É uma situação que vai ocorrer em geral nas sociedades limitadas. INVENTÁRIO E PARTILHA Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial. Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser fei- tos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requri- mento de parte. Em âmbito judicial, os atos são os que seguem: • O juiz nomeará inventariante; • O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cin- co) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função; • Dentro de 20 (vinte) dias contados da data em que prestou o com- promisso, o inventariante fará as primeiras declarações • Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver testamento; • Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório e pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, para que se manifestem sobre as primeiras declarações • Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis; • Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos autos certidão ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Públi- ca, o juiz julgará por sentença a partilha; • Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos 5958 EMBARGOS DE TERCEIRO É o método que uma pessoa tem para se defender do risco de constrição de um bem seu por razões de um processo de que não é parte. O cabimento é para quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. Cabem os embargos de terceiro para o possuidor. A legitimidade ativa vem nos incisos art. 674, § 2º: I. o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação; II. o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III. quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsi- deração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV. o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, dos atos expropriatórios respectivos. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conheci- mento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco)
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