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Apostila de Fitopatologia

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Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Agropecuária
Fitopatologia
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
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Sumário 
 
Fitopatologia 03 
1. Generalidades Sobre Fitopatologia 03 
2. Objetivos da Fitopatologia 04 
3. Historia da Fitopatologia 05 
3.1. Período Místico 05 
3.2. Período da Predisposição 06 
3.3. Período Etiológico 06 
3.4. Período Ecológico 07 
3.5. Período Atual 07 
4. Fitopatologia no Brasil 08 
5. Características Gerais de Fitopatologia 09 
5.1. Fungos 09 
5.1.1. Estruturas 09 
5.1.2. Reprodução 11 
5.1.3. Metabolismo 16 
5.1.4. Classificação 18 
5.1.4.1. Divisão Zygomycota 18 
5.1.4.2. Divisão Ascomycota 18 
5.1.4.3. Divisão Basidiomycota 18 
5.1.4.4. Divisão Deuteromycota 19 
5.2. Bactérias 19 
5.2.1. Sintomatologia e Diagnose Preliminar 20 
5.2.1.1. Classificação dos Sintomas 20 
5.2.2. Sintomas das Bactérias Fitopatogênico 20 
5.3. Fitonematodeo 24 
5.3.1. Anatomia e Morfologia dos Nematoides 25 
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5.3.2. Biologia Geral 31 
5.3.3. Ecologia 33 
5.3.4. Problemas com Nematoide 34 
6. Introdução a Microscopia 43 
6.1. Partes do Microscópio 44 
6.1.1. Mecânicas 44 
6.1.2. Óticas 46 
6.2. Aumento de um Microscópio 48 
6.2.1. Focalização de Microscópio 48 
6.2.2. Cuidados com Microscópio 49 
6.2.3. Uso do Microscópio 50 
7. Literatura Consultada 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FITOPATOLOGIA 
1. GENERALIDADES SOBRE FITOPATOLOGIA 
Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos = 
doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que estuda: 
 os organismos e as condições ambientais que causam doenças em 
plantas; 
 os mecanismos pelos quais esses fatores produzem doenças em plantas; 
 a interação entre agentes causando doenças e a planta doente; 
 os métodos de prevenção ou controle de doenças, visando diminuir os 
danos causadas por estas. 
Portanto, Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas, 
abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, 
etiologia, epidemiologia, até o seu controle. 
No inicio, a Fitopatologia era uma ciência ligada diretamente à Botânica, 
tornando-se uma disciplina autônoma somente no século passado. Embora 
autônoma, a Fitopatologia usa os conhecimentos básicos e técnicas de 
Botânica, Microbiologia, Micologia, Bacteriologia, Virologia, 
Nematologia, Anatomia Vegetal, Fisiologia Vegetal, Ecologia, Bioquímica, 
Genética, Biologia Molecular, Engenharia Genética, Horticultura, Solos, 
Química, Física, Meteorologia, Estatística e vários outros ramos da 
ciência. 
 
 
 
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2. OBJETIVOS DA FITOPATOLOGIA 
De acordo com ZAMBOLIM e CHAVES (1983), a Fitopatologia é 
uma ciência cujo campo de estudo abrange quatro objetivos: 
1.Estudar as causas das doenças de plantas, de natureza biótica 
(organismos vivos)e abióticas (condições adversas do meio ambiente); 
2 . E s t u d a r o s m e c a n i s m o s p e l o q u a l o s f i t o p a t ó g e n o s 
d e s e n v o l v e m o p r o c e s s o d o e n ç a ; 
3.Estudar as interações entre agentes causais e as plantas doentes; 
4.Desenvolver métodos de controle de doenças das plantas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. HISTORIA DA FITOPATOLOGIA 
 Embora a Fi topatologia , como ciência , se ja re la t ivamente 
nova, as doenças das p lantas são conhecidas desde há 
mui to , pois , desde que o homem passou a v iver em 
sociedade, assentando a base de sua alimentação nos produtos 
agrícolas, o problema da escassez dos alimentos intimamente 
relacionado com a ocorrência de doenças, teve sempre grande 
importância e mereceu a atenção de historiadores de várias épocas. 
Na Bíblia, encontramos, talvez, as referências mais antigas a doenças de 
plantas, sempre atribuídas a causas místicas. Geralmente apresentadas 
como castigo divino (GALLI e CARVALHO,1978). Para f ins 
d idát icos , pode -se d iv id i r o es tudo das doenças das p lantas 
em vár ios períodos distintos. 
 
3.1. Período Místico 
 Período compreendido entre a mais remota antiguidade e o início do 
século XIX. Neste per íodo devido à ausência de uma 
expl icação racional para as doenças das plantas, o homem em 
sua ignorância, tendia a atribuí-las à causas místicas, embora sejam 
encontradas muitas referências a condições climáticas como causa primária 
das doenças (GALLI e CARVALHO, 1978). J á n o f i n a l d o 
p e r í o d o m í s t i c o , a l g u n s b o t â n i c o s a p r e s e n t a v a m 
d e s c r i ç õ e s minuciosas das doenças , com base na sua 
s in tomatologia . Ao mesmo tempo, a lguns micologistas 
chamavam atenção para a associação entre planta doente e fungo. 
Durante todo esse per íodo, houve um predomínio acentuado 
das teor ias da geração espontânea (BERGAMIN FILHO e 
KIMATI, 1995). 
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3.2. Período da Predisposição 
 Teve início no começo do século XIX, quando já era evidente a 
associação entre fungos e plantas doentes. Em 1807 Prevóst, na França 
publicou um trabalho em que mostrava ser o fungo, Tilletia tritici, o 
responsável pela cárie do trigo. Embora o trabalho de Prevóst tivesse 
sido bem aceito, suas teorias não eram estendidas para outras 
doenças, sendo a cárie do trigo considerada uma exceção, pois, 
nos demais c a s o s , o s f u n g o s , a c r e d i t a v a - s e , a p a r e c i a m 
p o r g e r a ç ã o e s p o n t â n e a . N e s t e p e r í o d o os micologistas, 
passaram a catalogar fungos em associação com plantas doentes. E 
outros descreveram muitos parasitas importantes, como os Uredinales, 
Ustilaginales, Erysiphales e outros fungos. Em 1853 Anton De Bary 
conseguiu provas científicas de que a requeima da batata era causada 
pelo fungo Phytophthora infestans (BERGAMIN FILHO e 
KIMATI,1995). 
 
3.3. Período Etiológico 
 Os trabalhos de Julius Kuhn e DeBary deram início a 
este período. Em 1860 Pasteur destrói a teoria da geração 
espontânea. Robert Koch, em 1881,estabelece seus postulados. Ante 
tantos eventos importantes , a Fi topatologia marca notáveis 
progressos , in ic iando-se como ciência . A maior par te das 
doençasimportantes são descr i tas nesse período, como os 
oídios, os míldios, as ferrugens, os carvões que foram estudados 
com detalhes. Em 1876 Burril relata a primeira bacteriose sobre 
pereira; Mayer, em 1886,trabalhando na Holanda verifica o caráter 
infeccioso das viroses. Igualmente, data desse período o 
aparecimento do primeiro fungicida, a calda bordalesa, descoberta por 
Millardetem 1882 (BERGAMIN FILHO e KIMATI, 1995). 
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3.4. Período Ecológico 
 Depois de um período em que os fitopatologistas catalogaram as 
principais doenças e seus agentes, teve início o chamado período 
ecológico, no qual se reconhece a importância do meio ambiente na 
manifestação da doença. Nesta época, foram conduzidos estudos 
minuciosos sobre os mais variados fatores do meio, como climáticos, 
edáficos, nutricionais, estacionais e outros. As doenças das plantas 
passaram a ser vistas, então nesse período, como resultantes da 
interação entre planta, o meio e o patógeno. Ao mesmo tempo, 
in ic ia ram-se pesquisas sobre res is tência e p redisposição das 
espécies vegetais aos d i ferente s patógenos , bem como os 
es tudos cor rela tos sobre genét ica e melhoramento. Dentro 
dessa fase, apareceram os primeiros conceitos sobre variabilidade 
dos patógenos. Também nessa época, apareceram os fungicidas mercuriais 
orgânicos para o t ra tamento de semen tes e , mais tarde , em 1934 
os fungicidas orgânicos do grupo dos tiocarbamatos 
(BERGAMIN FILHO e KIMATI, 1995). 
 
3.5. Período Atual 
 Durante as décadas de 40 e 50, muitas pesquisas básicas foram 
conduzidas sobre a fisiologia de fungos, sobre a fisiologia de plantas, sobre 
o progresso da doença em condições de campo e , com o 
progresso da f i s io logia , da microbiologia , da bioquímica e da 
bioestatística, fatos foram relacionados e novas teorias foram estabelecidas 
sobre a interação entre planta e patógeno e a sua resultante, a 
doença, tanto em condições controladas como naturais. Os t rabalhos 
p ionei ros de Gaumann, Walker , Ludwig e out ros sobre 
toxinas , enzimas e demais metaból i tos tóxicos , abr i ram 
novas perspect ivas para a c iência da Fi topatologia . Ao 
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mesmo tempo, as contr ibuições advindas do es tudo das 
condições ecológicas eram cada vez menores, indicando claramente a 
necessidade da formulação de novos princípios e idéias, que 
permitissem uma revitalização dos conceitos (GALLI e 
CARVALHO, 1978).T a l s e d e u c o m a p u b l i c a ç ã o , e m 1 9 4 6 , 
d o l i v r o P f l a n z l i c h e I n f e k t i o n s l e h r e (traduzido para o inglês, 
em 1950, com o título Principles of plant infection), de autoria de Ernest 
Gaumann. Neste livro, novas idéias e princípios são apresentados, 
iniciando-se duas novas abordagens dentro da Fitopatologia, 
abordagens que perduram até hoje e coexistem e m h a r m o n i a : a 
a b o r d a g e m f i s i o l ó g i c a , n a q u a l a s d o e n ç a s d e p l a n t a s 
p a s s a m a s e r encaradas com base nas relações fisiológicas, 
dinâmicas, entre a planta e o patógeno e a abordagem 
epidemiológica , baseada numa visão hol ís t ica de como a 
doença c resce no campo (BERGAMIN FILHO e KIMATI). 
 
4. FITOPATOLOGIA NO BRASIL 
 
A his tór ia in ic ia l da Fi topatologia no Bras i l es tá l igada em 
sua maior par te a cientistas estrangeiros que vieram ao país e 
estudaram problemas espécies de patologia r e l a c i o n a d o s c o m 
a s p l a n t a s q u e , n o s é c u l o X I X e i n í c i o d o s é c u l o X X , 
e r a m d e importância para a nossa agricultura como cana-de-
açúcar, cafeeiro, videira, coqueiro e outras (PUTTEMANS, 1936; 
FIDALGO, 1968; COSTA, 1975).PUTTEMANS (1936), um dos 
nossos primeiros fitopatologistas, menciona como trabalho 
pioneiro, feito com doenças de plantas no Brasil, o realizado pelo 
alemão F. M. Draenert, que estudou uma bacteriose da cana-de-açúcar na 
Bahia. Só no final do século XIX, com a criação das primeiras 
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Escolas de Agronomia no Bras i l , aqui se in ic iou a formação 
de p rof iss ionais com conhecimento em doenças de plantas 
(CUPERTINO, 1993). 
 
5. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE FITOPATOGENOS 
Taxonomicamente são classificados em Domínio, Reino, Filo, Classe, 
Ordem, Família, Gênero e Espécie. 
 
5.1. Fungos 
Organismos pertencentes ao Domínio Eukarya, Reino Mycota, 
eucarióticos, unicelulares ou filamentosos, aclorofilados, crista 
mitocondrial plana, heterotróficos (nutrição adsortiva), com reprodução 
assexual e sexual, constituído de parede celular com presença de quitina ou 
quitasina, e com ausência de flagelos em todos os estádios de seu ciclo de 
vida. 
5.1.1. Estrutura 
 Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando 
colônias de dois tipos:leveduriformes; filamentosas. 
 As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por 
microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e 
reprodutivas. 
 As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou 
pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos 
multicelulares em forma de tubo—as hifas. 
As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. 
Possuem hifas septadas os fungos das Divisões Ascomycota, 
Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das 
Divisões Mastigomycota e Zygomycota. 
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Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se 
desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento 
de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio 
vegetativo. O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio 
de cultivo é o micélio aéreo. 
Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de 
frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo. 
Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, 
segundo sua origem, em externos e internos, sexuados e assexuados. 
Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de 
reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio 
vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células 
fúngicas são autônomas. 
Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os: 
blastoconídios, artroconídios e clamidoconídios. 
Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas 
leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. Às vezes, os 
blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as 
pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio. 
 
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Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos 
retangulares. São encontrados nos fungos do gênero Geotrichum, 
em Coccidioides immitis e em dermatófitos. 
 
Os clamidoconídios têm função de resistência,semelhante a dos esporos 
bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, 
com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua 
localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em 
condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e 
temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico. 
 
Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios 
ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo 
conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o 
aparecimento de condições adequadas para sua germinação. São 
encontrados em espécies de fungos das Divisões Ascomycota, 
Basidiomycota e Deuteromycota. 
5.1.2. Reprodução 
Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais. 
Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro 
modalidades: 
 1) fragmentação de artroconídios; 
 2) fissão de células somáticas; 
 3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe; 
 4) produção de conídios. 
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Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; 
são produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprie 
micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células 
conidiogênicas. 
Os conídios podem ser hialinos ou pigmenntados, geralmente escuros - os 
feoconídios; apresentar formas diferentes— esféricos, fusiformes, 
cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de 
uma só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se 
isolados ou agrupados. 
As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao 
micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os 
conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do 
conidióforo, que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é 
muito frequente, nascem em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste 
caso são chamados de conídios sésseis, como no Trichophyton rubrum. 
O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem 
diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado 
de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos. 
No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias 
sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula 
que é uma dilatação na extremidade do conidióforo. 
 
Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma 
vesícula. 
Nos penicílios falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se 
ramificam dando a aparência de pincel. Como no aspergilo, os conídios 
formam cadeias que se distribuem sobre as fiálides. 
Quando um fungo filamentoso forma conídios de tamanhos diferentes, o 
maior será designado como macroconídio e o menor microconídio. 
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Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado 
picnídio, dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus 
conídios—os picnidioconidios. Essa estrutura é encontrada 
na Pyrenochaeta romeroi, agente de eumicetoma. 
 
Corte transversal de um picnídio mostrando conídios. 
Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos, 
por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como 
esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são 
liberados. 
 
Reprodução assexuada interna. 
 
Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com 
caráter de sexualidade. O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se 
com o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto. 
Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos 
haplóides, alguns dos quais se recombinarão, geneticamente. 
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Reprodução sexuada. 
 Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se 
formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os 
ascos podem ser simples, como em leveduras dos 
gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou 
cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester 
contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos. 
 Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio 
e apotécio. 
 O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada 
por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo 
cada um oito ascosporos. 
 O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os 
ascos nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada, 
exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii. 
 O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se 
localizam os ascos. 
 
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Diferentes tipos de ascos e ascocarpos. 
 
Basidiosporos 
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Os fungos que se reproduzem por ascosporos ou basidiosporos são fungos 
perfeitos. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da 
recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes 
fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que 
asseguram sue disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora 
reconhecida a forma sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos 
imperfeitos. Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe 
uma outra denominação. Por exemplo, o fungo 
leveduriforme, Cryptococcus neoformans, em sue fase perfeita é 
denominado Filobasidiella neoformans. 
A fase sexuada dos fungos é denominada te teleomórfica e a fase assexuada 
de anamórfica. 
A maior parte das leveduras se reproduzem assexuadamente por 
brotamento ou gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento, 
a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um 
núcleo após a divisão do núcleoda célula-mãe. Na fissão binária, a célula-
mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a 
que ocorre com as. bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas leve auras, 
como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados, 
ascosporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear, 
seguida de meiose. 
O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus. Consiste 
na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos 
haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e originam núcleos diplóides, 
heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação 
durante a mitose. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo 
parassexual é importante na evolução de alguns fungos. A tabela abaixo 
apresenta, de forma esquemática, os conceitos mencionados. 
 5.1.3. Metabolismo 
Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios 
obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras,aeróbias 
facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo 
na ausência deste elemento. 
 Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de 
reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução 
assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se 
efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio. 
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Em condições aeróbicas, a via da hexose monofosfato é a responsável por 
30% da glicó1ise. Sob condições anaeróbicas, a via clássica, usada pela 
maioria das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que resulta na formação 
de piruvato. 
 Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo 
de fermentação alcoó1ica de grande importância industrial, na fabricação 
de bebidas e na panificação. 
Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, 
proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o 
assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns 
substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos 
que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive 
materiais plásticos. 
Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, 
contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substâncias 
orgânicas, de preferência, são carboidratos simples como D-glicose e sais 
minerais como sulfatos e fosfatos. 
Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio 
são exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos 
requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em 
especial, vitaminas, como tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico 
etc. 
Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu 
desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com 
elevada concentração de sal. 
A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies 
psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em 
geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C. 
 Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja 
entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os 
fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as 
leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos 
fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 
6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, tais como 
geléias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato 
com o ar. 
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 Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são 
por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em 
geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento 
fungicida. 
 
5.1.4. Classificação 
Filos: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota. 
5.1.4.1. Divisão Zygomycota 
Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar 
estruturas como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela 
formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os 
esporangiosporos, no interior dos esporangios. 
 5.1.4.2. Divisão Ascomycota 
Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos 
corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em 
forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascosporos, 
esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. 
Algumas espécies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais 
se formam os ascos Conídios, propágulos assexuados. são também 
encontrados. 
5.1.4.3. Divisão Basidiomycota 
Compreende fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção 
de esporos sexuados, os basidiosporos, típicos de cada espécie. Conídios ou 
propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais 
importante se enquadra na classe Teliomycetes. 
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Principais estruturas de Basidiomycota. 
5.1.4.4. Divisão Deuteromycota 
 Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e 
por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. 
 
5.2. Bacterias 
São organismos microscópicos, unicelulares, que possuem parede celular. 
Elas não possuem núcleo verdadeiro como o de organismos superiores, 
separado do restante dos outros componentes celulares por uma membrana, 
e seu material genético, um DNA circular de fita simples, se localiza 
diretamente no citoplasma da célula. Além desse DNA, elas possuem os 
plasmídeos, DNA’s extra-cromossômicos, que controlam certas 
características exibidas por estes organismos como resistência à 
estreptomicina, cobre e a outros antibióticos. 
As bactérias fitopatogênicas estão distribuídas em vários gêneros, espécies 
e subespécies separadas entre si por características culturais, bioquímicas, 
fisiológicas e serológicas. Recentemente, o emprego de técnicas 
moleculares promoveu profundas mudanças na taxonomia das bactérias 
fitopatogênicas. Atualmente, são reconhecidos 26 gêneros de bactérias 
fitopatogênicas, sendo que representantes de muitos desses gêneros 
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(incluindo espécies, subespécies e patovares) já foram assinalados em 
nosso país. 
 
5.2.1. Sintomatologia e Diagnose Preliminar 
É a ciência que estuda os sintomas decorrentes das enfermidades dos 
vegetais. 
 
5.2.1.1. Classificação de Sintomas 
Na classificação dos sintomas podem ser utilizados os seguintes critérios: 
I – Localização dos Sintomas em relação ao agente etiológico 
 Sintoma Primário 
 Sintoma Secundário 
II – Alteração a nível celular (Sintomas Histológicos) 
 Granulose 
 Plasmólise 
 Vacuolose 
III – Alteração a nível da fisiologia da célula (Sintomas Fisiológicos) 
 Respiração 
 Transpiração 
 Síntese de Carbohidratos 
 Síntese de Enzimas 
 Síntese de Proteínas 
IV – Alteração a nível de anatomia ou forma do Orgão (Sintomas 
Morfológicos) 
Classificação Morfológica: 
- Sintomas Necróticos: São os sintomas que antecedem a morte ou a morte 
propriamente dita dos tecidos. 
• Plesionecrótico - Amarelecimento, Anasarca ou Encharcamento, Murcha, 
etc. 
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• Holonecrótico - Cancro, Canelura ou "Stem Pitting", Crestamento ou 
Requeima,―D amping Off‖ ou Tombamento, Escaldadura, Estria ou 
Listra, Fendilhamento ou Rachadura, Gomose, Mancha, Mumificação, 
Necrose Vascular, Perfuração, Podridão, Pústula, Resinose, Seca, Seca dos 
Ponteiros ou ―Die Back‖, etc 
- Sintomas Plásticos: Envolve um sub ou super-desenvolvimento dos 
tecidos. 
• Hipoplástico - Albinismo, Afilamento foliar, Clareamento de Nervura, 
Clorose, Enfezamento ou Nanismo, Mosaico, Mosqueado, Roseta, etc. 
•Hiperplástico – Bronzeamento, Calo Cicatricial, Enação, 
Encarquilhamento ou Encrespamento, Epinastia, Espessamento de 
Nervura,Fasciação, Galha, Superbrotamento, Verrugose, etc. 
 
5.2.2. Sintomas das Bactérias Fitopatogênicas 
Manchas e necroses: O tecido afetado inicialmente apresenta anasarca, 
evoluindo para morte e necrose. É o tipo de sintoma mais comum. 
Dependendo do tipo, as lesões em folhas recebem diversas denominações, 
como: mancha angular, quando as lesões foliares ficam delimitadas pelas 
nervuras; crestamento, quando atinge grande parte do limbo foliar; estrias 
ou riscas, que ocorrem em folhas com nervuras paralelas, como no caso de 
gramíneas; cancros, quando as lesões são necróticas e profundas. Algumas 
bactérias produzem toxinas, formando um halo amarelado ao redor das 
lesões. Nos ramos, flores e frutos os sintomas podem assemelhar-se aos 
observados nas folhas. 
 
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Hiperplasia e hipertrofia: se caracterizam pela multiplicação celular 
exagerada ou aumento no tamanho das células, resultante de desequilíbrio 
no sistema hormonal da planta, levando a um crescimento excessivo do 
órgão ou tecido afetado. Inclui a fasciação, que é a proliferação anormal de 
raízes e brotos, geralmente com achatamento e fusão das partes afetadas; 
galhas, que ocorrem na região do colo, em raízes e parte aérea e raízes em 
cabeleira. 
 
 
 
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Murcha: ocorre por obstrução dos feixes vasculares, devido à invasão e/ou 
colonização pelas bactérias fitopatogênicas, impedindo ou dificultando o 
transporte de água e nutrientes. A infecção vascular nem sempre resulta em 
murcha aparente, podendo causar nanismo e/ou clorose. 
 
Murcha bacteriana 
Podridão mole: resulta em maceração de tecidos, devido à produção, pela 
bactéria, de enzimas que degradam as substâncias pécticas da lamela média 
e da parede celular. Este tipo de sintoma é muito importante também 
durante o armazenamento, no caso de bulbos e rizomas. 
Entretanto, a identificação de fitobacterioses não deve ser baseada apenas 
na sintomatologia apresentada pelo hospedeiro, visto que diversos agentes 
como vírus, fungos, nematóides, insetos ou mesmo desequilíbrios 
nutricionais ou fitotoxidez, podem causar sintomas semelhantes. Além 
disso, é importante ressaltar que diferentes gêneros e espécies bacterianas 
podem incitar sintomas similares e que uma mesma bactéria pode provocar 
mais de um tipo de sintoma. Por isto torna-se necessário, muitas vezes, a 
realização de exames ou testes laboratoriais para a confirmação do agente 
causal. 
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5.3.Fitonematoides 
Os nematóides constituem um diverso grupo dos invertebrados, abundantes 
como parasitas ou na forma de vida livre no solo, em ambientes aquáticos 
ou marinhos. Segundo Barker (1998), existe mais de 15.000 espécies 
descritas, representando somente uma pequena porção dentro do filo 
Nematoda. Cerca de 26% dos gêneros descritos habitam o solo sob 
diferentes grupos funcionais, bacterívoros, fungívoros, onívoros, 
predadores ou fitoparasitas. A umidade do solo, a umidade relativa e os 
fatores ambientais afetam diretamente a sobrevivência dos nematóides. Os 
nematóides possuem variadas formas de adaptação a mudanças que 
ocorrem no ambiente causadas por diversos fatores, entre os quais o 
manejo dos cultivos, estresse climático, época de plantio, fisiologia das 
plantas e melhoramento genético (BLAKELY et al. 2002). 
A importância dos nematóides para a agricultura não se restringe apenas às 
perdas que alguns deles causam na produção agrícola. Os nematóides de 
vida livre, que se alimentam de bactérias e fungos, têm um papel 
importantíssimo na decomposição de matéria orgânica, essencial para a 
melhoria das condições edáficas e, por conseqüência, da produtividade das 
culturas. Nematóides parasitas de insetos também apresentam importante 
função controladora de pragas agrícolas. 
 
5.3.1. Anatomia e Morfologia dos Nematoides 
Os fitonematoides são organismos alongados, não-segmentados, 
geralmente de tamanho microscópico, de organização bastante complexa e 
que se alimentam em células vegetais vivas. Machos e fêmeas são, em 
geral, morfologicamente semelhantes, exceto pelos órgãos de reprodução, 
porém há casos em que as fêmeas se avolumam enormemente, como nos 
gêneros Meloidogyge, Heterodera e Tylenchulus. O comprimento está na 
faixa de 0,3 a 3,0 mm e o diâmentro, de 15 a 50 micrometros. O corpo é 
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formado por uma parede externa que delimita uma cavidade interna, cheia 
de um fluido sob pressão, onde estão imersos os diversos órgãos (esôfago, 
intestino, ovário ou testículo). 
 
Diagrama ilustrando a morfologia da fêmea e da cauda de um macho de 
nematoide fitoparasita típico. (de thihode, 1989) 
 
 
 
 
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Parede do corpo – é formada por uma cutícula, hipoderme e células 
musculares. 
Pseudoceloma – É preenchido pelo fluido pseudocelômico, altamente 
complexo em sua natureza, e que se encontra sobre pressão, formando 
como que um esqueleto hidrostático. Tecidos fibrosos e grandes células 
(pseudocelomócitos ) estão presentes. 
Aparelho digestivo – a abertura oral é rodeada por lábios, geralmente 6 ou 
menos. A cavidade bucal em fitonematoide é estilete. Este órgão é 
alongado e oco, com função de perfurar células e retirar nutrientes de 
plantas. O mais comum possui parte Antero cônica e uma haste cilíndrica 
eu termina em três nódulos basais, onde se prendem músculos que 
permitem sua livre movimentação.( Figura A ) 
Esofago - órgão de bombeamento muscular e glandular (Figura A ) 
Procorpo – região anterior e alongada do esôfago, que liga a cavidade 
bucal ou estilete ao metacorpo. 
Metacorpo ou bulbo mediano – estrutura esferoidal, muscular, que 
funciona à semelhança de uma bomba de sucção e compreensão. Por meio 
de pulsação muito rápida, permite a injeção na planta de substancias 
produzidas pelo nematóide e a retirada dos alimentos para o se sustento. 
Ilmo – região delgada e curta do esôfago. 
Bulbo basal – porção terminal, onde estão alojadas três glândulas, uma 
dorsal e duas subventrais. 
O reto é um tubo curto e delgado, que conecta o intestino ao ânus, no caso 
das fêmeas, ou à cloaca nos machos. 
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Figura A – Regiões anteriores de nematóide. – nematóide para sita de 
planta, com estilete estomastostílio e esófago de três partes. ( de thihod 
1989) 
 
Aparelho respiratório e circulatório - O aparelho respiratório não existe, as 
trocas gasosas são realizadas através da cutícula. Parte das funções de um 
sistema circulatório é executada, nos nematóides, pelo fluido 
pseudocelômico. 
 
Sistema excretor – há dois tipos , glandular e o tubular, do tipo glandular, 
primitivo. Isto é, uma glândula, ou célula "renete‖ desenboca em um corpo 
lateral situado à superfície do nematóide. O sistema tubularé formado por 
tubos cegos, que se estendem no sentido do comprimento do nematóide e 
se abrem no poro excretor. 
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Sistema nervoso – constituído por uma região central, o anel nervoso, que 
fica ao redor do istmo do esôfago, e por ramificações nervosas que daí 
partem para as diversas partes do corpo. 
Órgãos sensoriais ligados a este sistema: 
As fibras nervosas podem penetrar através da cutícula, sendo modificadas 
em órgãos sensoriais especializados, existentes principalmente no fim das 
regiões anterior e posterior. 
Os principais órgãos sensoriais são: 
1. Papilas labiais - em torno da abertura oral dos nematóides. Função táctil. 
2. Papilas genitais - órgãos suplementares dos machos. Podem estar nas 
cutículaS ou nas asas causais e tem função táctil e provavelmente auxiliam 
durante a cópula. 
3. Deirídios - são pares de papilas, localizados lateralmente nas 
proximidades do anel nervoso. Função táctil. 
4. Anfídios - pares de órgãos localizados na região cefálica. 
5. Fasmídios - pares de órgãos sensoriais lateriais, presentes na região 
posterior de muitos Secernentea. Função quimioreceptora. 
Sistema reprodutivo – na maioria das espécies de nematóide, os sexos são 
separados e as fêmeas são facilmente distinguíveis dos machos, quando se 
observa ao microscópio. Além das caracterizas genitas óbvias ( presença de 
vulva nas fêmeas e espícula nos machos, por exemplo),os machos são 
geralmente menores do que as fêmeas. 
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Sistema reprodutivo de fitonematódes. A – macho; B – fêmea. 
 
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Cauda de um macho de um nematóide 
 
 
Fêmea de um namatoide 
5.3.2.Biologia Geral 
Ciclo de vida 
O ciclo de vida começa com o ovo, no qual se forma um nematóide juvenil, 
forma jovem que não apresenta sistema reprodutivo maduro. O primeiro 
juvenil que aparece no ovo é fruto do desenvolvimento do embrião e é 
chamado de juvenil de 1º estádio, ou J1. Esse juvenil cresce e sua cutícula é 
substituída por uma cutícula maior, que permitirá a continuidade de 
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crescimento do corpo. Esta troca de cutícula recebe o nome de ecdise. A 
parte cônica do estilete também e substituída na ecdise. 
Após a 1ª ecdise, forma-se o juvenil de 2º estádio (J2), que com ajuda do 
estilete, perfura a casca do ovo e eclode. Eclosão é o termo usado para a 
saída do juvenil de dentro do ovo. Eclodir significa vir à luz, por tanto é o 
juvenil que eclode, e não o ovo. O juveil de 2º estádio se locomove no solo 
em busca de uma planta hospedeira para infectá-la. Do 2º estádio, o 
nematóide ainda passa por mais três ecdises, resultando nos juvenis de 3º e 
4º estádios e, finalmente, nos adultos(machos e fêmeas). Em alguns 
nematóides, como no Pratylenchulus spp., sd ecdices ocorrem no solo e 
todos os estádio juvenis e os adultos, machos e fêmeas, podem migrar 
livres no solo, penetrar as rízes e migrar dentro delas, se alimentando e 
causando lesões. A duração do ciclo de vida dos nematóides, de ovo a ovo, 
é muito variavel, mas, para a maioria dos fitonematoides, é de 2-4 semanas, 
dependendo da temperatura, como é apresentado: 
 
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Reprodução 
Os nematóides fitoparasitas podem se reproduzir por fertilização cruzada 
(anfiximia) ou partenogênese. Em um grande numero de espécies os 
machos são comus, em número igual ou menor do que o de fêmeas. È 
comum o caso de machos serem raros ou mesmo inexistentes, e então a 
reprodução se processa por partenogênese onde , não ocorre a fertilização 
dos óvulos. Tanto a patenogenese quanto a anfiximixia podem ocorrer 
dentro de um mesmo gênero de nematóides, como em pratylenchus e 
Helicotylenchus. Em Radopholus similis a anfimixia predomina, mas 
populações partenogenéticas são eventualmente predomina observadas. 
O número de ovos produzidos varia com a espécie e as condições 
ambientais. As fêmeas de Meloidogyne, por exemplo, produzem uma 
média de 500 ovos produzidos por espécies ectoparasiticas que depositam 
os ovos. 
Alimentação 
Os fitonematoides dependem do tecido de plantas para seu crescimento, 
desenvolvimento e reprodução, sendo considerados, portanto, como 
parasitas obrigatórios. Esta associação obrigatória com as plantas evoluiu 
com adaptações dos sistema digestivo do nematóide, incluindo o 
desenvolvimento de o estilete e um crescimento de mudanças fisiológicas 
das glândulas esofagianas. 
 
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Tipos de parasitismo 
Ectoparasitas- apenas o estilete é introduzido nos tecidos da planta, 
ficando o nematóide com o corpo do lado de fora. 
Endoparasitas- são capazes de introduzir todo o corpo nos órgão 
parasitados. 
Semi-endoparasitas- penetram parcialmente a planta 
Dormência 
Os fitonematoides são parasitas obrigatórios, por isso, na ausência de 
plantas hospedeiras, começa a haver um declínio da população. O mesmo 
acontece quando as condições ambientais lhes são desfavoráveis. Contudo, 
muitas espécies são capazes de prolongar a vida por um longo período, 
através do fenômeno da dormência. 
5.3.3.Ecologia 
Os Fitonematoides passam pelo menos parte de sua vida no solo, no 
entanto algumas características dos solos são importantes na sobrevivência 
dos nematóides, como: 
Temperatura – faixa ótima vai de 15 a 30ºC; inativos em temperaturas de 5 
a 15º C e de 30 a 40º C. Abaixo ou acima desses limites , as temperaturas 
podem ser letais, dependendo do tempo de exposição deles. 
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Umidade – solos secos ou saturados são sempre desfavoráveis. Eles vivem 
no filme de água qie envolvem as partículas de solo. Admite-se os 
nematóides se encontram numa faixa de 40% a 60% da capacidade de 
campo. 
Textura – solos muitos argilosos dificultam a movimentação dos 
nematóides e também encharcam mais facilmente; solos arenosos, são bem 
drenados, mais por isso, tem grandes oscilações no teor médio de umidade. 
Observações no campo tem mostrado, contudo, que os prejuízos são 
maiores em culturas estabelecidas em solos mais arenosos. 
5.3.4. Problemas com Nematoide 
BANANA 
Radopholus similis essa é a espécie mais importante para a cultura. Foi 
descoberta no Brasil em 1959 pelo Dr. Jair Carvalho do Instituto Biológico 
(Carvalho, 1959) a partir de mudas oriundas do litoral de São Paulo. Mais 
de 40 anos após esse relato, ainda há ampla disseminação do parasito para 
outras regiões produtoras. É um nematóide endoparasito migrador, ou seja, 
penetra nas raízes da bananeira e migra pelos tecidos radiculares, podendo 
chegar até o rizoma. O ato de migrar internamente nas raízes ocasiona a 
desintegração dos tecidos, formando cavidades. Daí o nome comum donematóide. Os tecidos necrosados, inicialmente de coloração parda e, após 
a colonização de fungos: enegrecidos, podem coalescer originando extensas 
necroses. Essa destruição do sistema radicular favorece o tombamento das 
plantas sob ventos fortes ou pelo peso do cacho. Esses são sintomas 
indicativos do ataque dessa espécie. Com a 
evolução desse processo, o parasito pode voltar ao solo a procura de novas 
plantas hospedeiras ou permanecer em pedaços de rizoma no campo. Sem 
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alimento ele pode sobreviver pouco menos do que seis meses com reservas 
de seu próprio organismo. À temperatura de 24 º C, o ciclo biológico se 
completa em 21 dias. Pode haver variação nesse período em decorrência de 
fatores ligados às plantas hospedeiras ou ao meio. 
 
Radopholus similis 
 
 
CITROS 
Geralmente as plantas atacadas por Tylenchulus semipenetrans apresentam 
redução do vigor e pouca resistência à seca. As raízes infectadas 
apresentam-se ligeiramente engrossadas e com aspecto sujo. A 
suscetibilidade do porta-enxerto, densidade populacional, idade e sanidade 
das plantas são importantes para determinar as perdas causadas por T. 
semipenetrans. A apresentação de sintomas na parte aérea geralmente só 
ocorre muito tardiamente e está relacionada com a população de 
nematóides presentes nas raízes. Dependendo das condições locais, plantas 
infectadas podem suportar mais que 1500 fêmeas por grama de raízes 
frescas, sem exibir sintoma severo de declínio. Geralmente, as plantas 
infectadas apresentam redução no tamanho das folhas, 10 % menores que 
folhas normais, massa radicular reduzida em, pelo menos, 30% e, redução 
de 20% na produção. Tylenchulus semipenetrans pode sobreviver no solo 
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na ausência de hospedeiro por um período de nove anos, e pode sobreviver 
a condições de temperatura elevada, como 45°C durante algumas horas. 
 
 
 
COCO 
Anel Vermelho do Coquiro esta doença provoca a morte da planta em 
apenas poucos meses. Geralmente, os coqueiros de 3 a 7 anos são os mais 
suscetíveis e morrem 3 a 4 meses após o aparecimento dos sintomas. As 
perdas têm sido calculadas entre 20 a 98% em vários países da América 
Central. 
A doença foi observada pela primeira vez em Trinidad, em 1905. O 
nematóide tem como vetor o besouro Rhynchophorus palmarum e 
possivelmente um outro besouro, Dynamis borassi, também lhe serve de 
vetor. 
O anel vermelho do coqueiro tem sido registrado no Neotrópico, a partir do 
México, passando pela América Central, até América do Sul e área do 
Caribe. No Brasil, a doença está presente nos estados de Alagoas, Bahia, 
Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, 
São Paulo e Sergipe. 
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Danos: Os sintomas típicos da doença são a queda prematura dos frutos, 
murcha das inflorescências, amarelecimento, bronzeado, morte progressiva 
e queda das folhas, ficando o estipe nu e ereto durante muito tempo. O 
amarelecimento dos folíolos começa pelo ápice e avança para o ráquis, o 
qual sofre também seca descendente progressiva até a base do pecíolo. As 
folhas debilitadas ou mortas quebram-se com freqüência próximo à base do 
pecíolo, ficando penduradas no estipe. Os pecíolos sofrem descoloração 
amarela a vermelho-amarronzado da base até aproximadamente uns 60 cm 
em direção ao ápice. 
Controle: Não há variedades ou cultivares de coco com algum tipo de 
resistência a Bursaphelenchus cocophilus. Medidas fitossanitárias 
direcionadas à redução das populações do besouro vetor e do número das 
fontes de inóculo são os métodos mais usados nas tentativas de controle da 
doença. Quando são observados os primeiros sintomas, as plantas devem 
ser cortadas e destruídas pelo fogo ou cortadas em pequenos pedaços e 
tratadas com inseticidas; o solo também deve ser tratado com cal para sua 
desinfecção e deixado livre de vegetação por um tempo não determinado. 
 
Anel Vermelho do coqueiro 
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ABACAXI 
Dentre os nematoides que ataca, a cultura do abacaxi no Brasil, destacam-
se Meloidogyne incognita, Pratylenchus brachyurus e Rotylenchulus 
reniformis. Nematóides causam perdas de até 45% da produção do abacaxi 
e amédia mundial está em 13,7%. As plantas atacadas apresentam 
raquitismo, clorose, redução do sistema radicular e falta de resposta à 
adubação. O controle químico e a rotação de culturas são os métodos mais 
utilizados para o controle de nematóides. 
GOIABA 
Atualmente o nematóide-das-galhas, Meloidogyne mayaguensis, é um dos 
principais fatores limitantes à produção e à qualidade dos frutos da 
goiabeira em várias partes do mundo. A constatação, em 2006, pela 
primeira vez no Estado do Espírito Santo dessa espécie de nematóide em 
pomares comerciais de goiabeiras da cv. Paluma traz grande preocupação à 
sustentabilidade dessa cultura, uma vez que o nematóide compromete as 
funções do sistema radicular (absorção e translocação), além da resposta 
inadequada às práticas de adubação. Outro agravante da presença do 
nematóide é a inexistência, até ao momento, de medidas eficazes de 
controle, o que vem reduzindo a vida útil dos pomares infestados no País. 
Essas características, aliadas ao amplo número de hospedeiros e 
sua dispersão nacional, já presente em mais de oito estados, estão trazendo 
uma grande preocupação aos técnicos e produtores envolvidos no 
agronegócio goiaba. 
Os sintomas geralmente observados nas plantas infectadas são o 
bronzeamentodas bordas das folhas, a coloração verde-pálida a amarelada 
das folhas e a perda de vigor da copa com o desfolhamento e declínio da 
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planta. Os frutos perdem sua aparência superficial lisa e brilhante ficando 
abaixo do padrão comercial. Solos altamente infestados levam a goiabeira à 
morte. 
 
Perda de vigor da copa e declínio da goiabeira cv. Paluma. 
NEMATOIDE DAS GALHAS (Meloidogyne spp.) 
Nematóides do gênero são tidos como os mais importantes porque têm uma 
distribuição geográfica ampla, apresentam uma enorme gama de 
hospedeiros e causam grandes danos às culturas. 
Em 1855, Berkeley classificou o nematóide das galhas como sendo 
Heterodera radicicola. Jebert, em 1877 no Rio de Janeiro, associou a 
presença de galhas em raízes de cafeeiro (Coffea arabica L.) ao declínio da 
cultura, e Göeldi em 1887, classificou o nematóide das galhas como sendo 
M. exigua Göeldi. Esta foi a primeira vez que o nematóide das galhas foi 
chamado de Meloidogyne, mas esse gênero não foi imediatamente aceito 
pela comunidade científica (FREITAS; OLIVEIRA; FERRAZ, 2001). Em 
1949, Chitwood fez uma revisão completa e classificou as quatro principais 
espécies de Meloidogyne (M. incognita, M. javanica, M. arenaria, M. 
hapla), separando-as pelas marcas cuticulares na região perineal. A partir 
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daí, os nematóides das galhas foram conhecidos mundialmente como 
gênero Meloidogyne. Desde então, mais de 80 espécies desse gênero já 
foram descritas (MOURA, 2005b). Este nematóide é encontrado nas mais 
importantes regiões do brasil, causando grandes perdas e chegando a ser 
fator limitante de cultivo. 
 
Principais sintomas –A doença causada pelas espécies de nematóides deste 
gênero é dita "meloidoginose". Os sintomas na planta resultam de murcha 
nas horas mais quentes do dia, declínio, queda de folhas e sintomas de 
deficiência mineral. Nas raízes, que se desvitalizam e param de crescer, as 
galhas e rachaduras são visíveis. Às vezes há formação de raízes laterais 
curtas, mas a formação das galhas, de tamanhos variáveis, constitui-se no 
aspecto mais visível. As lavouras apresentam manchas ovais, as reboleiras 
e as plantas apresentam-se raquíticas. 
 
Raiz com sintoma de meloidogynose. 
 
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Ciclo de Vida 
O ciclo de vida de Meloidogyne spp. começa com o ovo, cujo interior sofre 
várias mudanças durante o desenvolvimento embrionário até culminar na 
formação do juvenil do primeiro estádio, ou J1. O J1 sofre uma ecdise e se 
torna J2 ainda dentro do ovo. O J2 perfura o ovo com o estilete, rompendo 
a casca e segue um gradiente de concentração de exsudatos radiculares 
(gradientes de pH e moléculas da superfície celular) que orienta o 
movimento até chegar à raiz onde penetra na região da zona de 
alongamento celular, logo atrás da coifa. Esta zona apresenta alto 
metabolismo por estar em diferenciação celular e, portanto, produz bastante 
exsudatos. As células possuem pouca quitina, suberina e celulose 
depositada em suas paredes e, por isso, são mais facilmente penetradas pelo 
J2 que migra para o tecido vascular e inicia a alimentação introduzindo 
substâncias nas células da planta, que irão alterá-las morfológica e 
fisiologicamente. Neste instante, o J2 adquire uma forma alargada 
tornando-se sedentário. Estas células especializadas da raiz, recebem o 
nome de células gigantes (AGRIOS, 2005; FREITAS; OLIVEIRA; 
FERRAZ, 2001). 
As alterações causadas pelos nematóides não se restringem as células 
gigantes, isto é, as células do córtex se multiplicam desordenadamente e a 
raiz engrossa, formando um tumor que recebe o nome de galha. As 
mudanças celulares resultam em aumento da concentração de aminoácidos, 
proteínas, RNA e DNA nas células gigantes; em aumento de exsudatos 
radiculares, minerais, lipídios, hormônio de crescimento, respiração e 
transpiração, seguido por um decréscimo de açúcares e celulose. Com a 
formação das células gigantes, ocorre também obstrução física dos vasos 
condutores de água e minerais, o que resulta em sintomas de murcha 
prematura e de deficiência de nutrientes, além do subdesenvolvimento da 
planta. Em seguida, o J2 sofre três ecdises, passando a J3, J4 e forma adulta 
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fêmea ou macho. Quando o macho é formado, ele readquire a forma 
alongada, rompe a cutícula e abandona a raiz. O macho não se alimenta 
mais e, na maioria das espécies de Meloidogyne, não tem papel na 
reprodução, que é parternogenética. Quando a fêmea é formada, continua a 
engrossar até ficar quase esférica, completa o amadurecimento e inicia a 
postura de ovos em massa gelatinosa depositada do lado de fora do corpo. 
Geralmente a massa de ovos fica na superfície da galha e contém cerca de 
500 ovos. Os J2 eclodem e penetram na mesma raiz ou em raízes vizinhas. 
A duração do ciclo de vida depende principalmente da temperatura 
podendo variar de duas a quatro semanas (FREITAS; OLIVEIRA; 
FERRAZ, 2001). 
 
 
 
 
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IDENTIFICAÇÃO DE RAÇAS 
As muitas espécies de Meloidogyne são diferentes em forma e medida. O 
caráter mais comumente usado para a identificação de espécies é o corte 
perineal (ou configuração perineal). A fêmea é extraída da raiz na região da 
galha com o auxilio de um bisturi ou estilete, colocada sobre uma gota de 
ácido lático 45%; seu pescoço é cortado, o conteúdo do corpo retirado e a 
cutícula cortada ao redor da região parineal. O corte perienal é, então, 
transferido para uma gota de glicerina sobre uma lamina de vidro para a 
observação ao microscópio ótico. A região da cauda da fêmea, que engloba 
o ânus e a vulva, possui marcas cuticulares características de cada espécie. 
Deve-se cortar esta região de aproximadamente 20 fêmeas de uma 
população e observar ao microscópio ótico para identificação. 
 
6. INTRODUÇÃO A MICROSCOPIA 
 
Não se sabe exatamente quem inventou o microscópio, porém sabe-se 
muito bem que depois dessa invenção, lá pelo início do século XVII, nossa 
percepção do mundo ficou muito diferente. Muitos atribuem a invenção 
deste instrumento a Galileu, porém foi Leeuwenhoek quem realmente 
aperfeiçoou o instrumento e o utilizou na observação de seres vivos. 
Dotados de apenas uma lente de vidro, os primeiros microscópios 
permitiam aumentos de até 300 vezes com razoável nitidez. E todo um 
mundo que se encontrava invisível aos nossos olhos, se descortinou. Com 
este instrumento muito simples, Leeuwenhoek estudou os glóbulos 
vermelhos do sangue e constatou a existência dos espermatozóides. Este 
cientista também desvendou o extraordinário mundo dos micróbios (ou 
seja, seres microscópicos), hoje mais conhecidos como microrganismos. O 
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microscópio simples de Leeuwenhoek foi aprimorado por Hooke, 
ganhando mais uma lente. Deste modo, foram obtidos aumentos ainda 
maiores. Os microscópios óticos modernos são descendentes sofisticados 
do microscópio composto de Hooke e muito mais poderosos do que os 
pequenos instrumentos usados pelos cientistas no início do século XVII. 
Eles são dotados de dois sistemas de lentes de cristal (oculares e objetivas) 
que produzem ampliações de imagem que vão em geral de 100 a 1000 
vezes, deste modo revelando detalhes, até então invisíveis para nossa visão. 
 
6.1. Partes do Microscópio 
6.1.1. Mecânicas 
a)Pé: é fe i to de l igas de metais pesados para impedir que o 
aparelho tombe. 
b)Estativo: haste ou suporte que se articula c o m o p é , s u s t e n t a o 
t u b o , a p l a t i n a , o condensador, o aparelho e os mecanismos 
macromicrométricos. 
c)Platina ou mesa: de forma redonda ou retangular, é fixa, móvel 
ou giratória no plano hor izontal ou então aprese nta uma par te 
inferior fixa ao estativo e outra superior, desl i z a n t e . A s 
p l a t i n a s f i x a s g e r a l m e n t e compensam sua 
Imobi l idade por meio de peças deslizantes, chamadas "cherriot". 
Entre as garras do último se encaixa a l â m i n a c o m o m a t e r i a l a 
s e r e s t u d a d o : pode ser deslocado para frente, para trás, à 
d i r e i t a o u e s q u e r d a , s e m p r e n o m e s m o plano, por meio de 
cremalheiras laterais. No cent ro há uma aber tura para a passagem 
dos raios luminosos, coletados pelo espelho, e dirigidos pelo 
condensador e o diafragma s o b r e a p r e p a r a ç ã o e n t r e 
l â m i n a e a lamínula,projetando daí através do tubo e da ocular até a 
retina do observador. 
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d)Tubo: no microscópio monocular o tubo representa um ci l indro 
metál ico , com um e n c a i x e p o s t e r i o r , d a p r e c i s ã o p a r a 
s u a adaptação a outro encaixe, porém de corte investido na 
cremalheira. 
e)Dispositivos macro e micrométrico: entre o tubo e o estativo há uma peça 
deslizante em sentido vertical,acionada por dois tipos de "botões" os 
"macrométricos" e "micro-métricos". Com o mecanismo macrométrico 
obtém-se focalização ótica grosseira da peça a ser examinada, enquanto 
que, com o dispositivo micrométrico obtém-se deslocamentos do tubo 
até de dois milésimos de milímetro ou menos ainda, dando desta 
forma nitidez à imagem. 
f)Revólver : é colocado na extremidade inferior do tubo nos modelos mais 
antigos ou dos dispositivos macro e micro-métricos nos instrumentos 
modernos de tubo bipartido. É munido de 3 ou 4 vãos circulares, providos 
de matrizes para roscas. Nestas matrizes se enroscam as 3 ou 4 
objetivas, sempre na ordem de seu aumento progressivo. Basta, então, 
durante os trabalhos microscópicos, fazer girar mecanismos de câmbio de 
objetivas ou revólver em um só sentido, para obter-se aumentos sucessivos 
ou vice-versa, já focalizados, pelo menos, macrometricamente. 
 
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6.1.2. Óticas 
a)Oculares: são encaixadas nas extremidades superiores do tubo. 
Podem ser retiradas e substituídas facilmente segundo a necessidade 
do momento. É importante saber que as oculares ampliam apenas a imagem 
formada pela objetiva. Não tornam mais nítidas as estruturas do objeto a ser 
estudado. Seria ilógico, portanto, empregarem-se nos trabalhos 
microscópicos objetivas de pouco aumento próprio e oculares de 
grande poder de ampl iação . Também não se pode aconselhar 
o uso s imul tâneo de objetivas e oculares de forte aumento. O 
campo visual seria pouco nítido nas estruturas das células. Por 
exemplo, se apresentariam ―apagadas‖, quase não haveria 
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luminosidade e o campo ótico seria mínimo. No estudo geral das 
células ou dos tecidos e no controle dos processos de coloração e 
diferenciação dos cortes são suficientes oculares com aumento próprio 
pequeno ou médio. Há, assim, satisfatória nitidez das estruturas, campo 
visual grande – bem uniformemente iluminado – e poupança de nossa vida. 
Na escolha das oculares para um microscópio há um princípio importante a 
observar: é que as qualidades óticas das mesmas somente atingem seu grau 
máximo de aproveitamento quando estão combinadas com as objetivas 
certas. 
 b)Objetivas: são sistemas óticos, construídos com 4 a 6 ou mais lentes 
superpostas. Além de fornecerem uma imagem ampliada de um objeto 
qualquer, procuram corrigir também os defeitos cromáticos dos 
raios luminosos e de ―esfericidade‖. 
c)Condensador com diafragma: o condensador está colocado por baixo da 
platina. Sua função é fornecer bastante luz. Para tanto é provido de 
um sistema de lentes convergentes, que concentram e jogam o 
maior número de feixes luminosos pela lente frontal da objetiva. É 
indispensável quando se empregam grandes aumentos . O 
condensador , ideal izado por Abee e aperfeiçoado cada vez 
mais , permi te ao pesquisador obter a iluminação desejável para 
cada caso. Há condensadores para o "campo claro" econtrastes de 
fases para campo escuro.No campo claro a lente frontal é geralmente 
"desviável", o que permite iluminarem-se rapidamente grandescampos 
claros, quando os trabalhos são executados com aumentos pequenos.Todos 
os condensadores para o campo claro e contrastes de fases estão equipados 
com um diafragma do sistema íris, cuja abertura é regulável para perfeito 
ajuste a cada caso. Além disso, há uma cremalheira,que permite o 
afastamento total do diafragma.Fecha-se o diafragma, quando se usa 
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objetivas de pouco aumento, para eliminar os raios laterais. Abre-se o 
diafragma na medida em que se vão aumentando as ampliações. 
d)Espelho: é encaixado por baixo do condensador, num vão do pé do 
microscópio. É redondo e articula-se entre duas laterais. Uma de suas faces 
é plana e a outra côncava. A primeira colhe e projeta os raios paralelos e 
divergente se a segunda os convergentes. O espelho côncavo é usado nas 
ampliações pequenas; o plano, juntamente com o condensador, nas grandes 
e nas imersões. 
6.2. Aumento de um Microscópio 
É calculado através da multiplicação do aumento da ocular pelo aumento 
da objetiva. 
6.2.1. Focalização de um Microscópio 
Objetivas e distancias focais: 
a) procurar a objetiva de menor aumento. 
b) acertar a iluminação do microscópio de acordo coma objetiva a ser 
usada. 
c) olhando por fora da ocular, ir movendo o canhão para baixo por meio 
do parafuso macrométrico até que objetiva se aproxime o mais 
possível da lâmina sem tocar nela. 
d)olhando agora a t ravés da ocular , g i rar o parafuso 
macrométrico em sentido inverso (elevando o canhão) até perceber o foco 
(enxergar alguma coisa).e) dar nitidez à imagem com o parafuso 
micrométrico. 
 
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6.2.2. Cuidados com o Microscópio 
a) Nunca forçá-lo. Todas as conecções devem funcionar suavemente. Caso 
contrário, chame o professor; 
b) As lentes da objetiva nunca devem tocar a lâmina. Portanto, nunca 
focalizar abaixando o canhão com o parafuso macrométrico olhando para a 
ocular; 
c) Não tocar as lentes. Se estiverem sujas, limpe-as com algodão ou com 
pano que serão fornecidos; 
d) Limpar sempre a objetiva de imersão após o uso. Se o óleo está 
endurecido, pode aplicar um pouco de xilol sobre o algodão. Cuidado, pois 
um excesso de xilol pode dissolver o cimento das lentes; 
e) Não esquecer a lâmina no microscópio após o uso; 
f) Manter a platina sempre limpa e seca. Limpa-la com o guardanapo 
apropriado. 
g) Não inclinar o microscópio, pois neste curso quase todas as técnicas 
empregadas exigem que a lâmina seja examinada sempre na posição 
horizontal; 
h) Quando o microscópio não estiver em uso, deverá ser guardado coberto 
ou em sua caixa; 
i) Habitue-se não deixar a fonte de luz acesa quando não estiver utilizando 
o microscópio. 
 
 
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6.2.3. Uso do Microscópio 
a) Com a amostra a ser examinada sempre na parte superior, colocar a 
lâmina sobre a platina, tomando o cuidado de que a parte a ser examinada 
esteja bem no centro; 
b) Ajustar a iluminação de forma a que passe maior quantidade possível de 
luz através da amostra; 
c) Colocar a objetiva de menor aumento e abaixar o canhão utilizando o 
parafuso micrométrico até que a lente esteja cerca de 0,5 cm da lâmina. 
Nunca efetuar esta operação olhando pela ocular; 
d) Olhar pela ocular e levantarlevemente o canhão até obter uma 
focalização grosseira. Se não conseguir, repetir a operação; 
e) Após focalizar grosseiramente, utilizar o parafuso micrométrico para 
uma focalização fina; 
f) Acertar a quantidade de luz, movimentando o diafragma. A iluminação 
deve ser adequada, nem fraca nem excessiva. Nunca movimentar o 
condensador para baixo para diminuir a quantidade de luz. O condensador 
deve estar sempre em posição elevada; 
g) Se necessário um aumento maior, girar o revolver para utilizar a objetiva 
de aumento 45X. Reajustar a focalização com o parafuso micrométrico e a 
iluminação com o diafragma. 
h) Para utilizar a objetiva 100X, é necessária a colocação de uma gota de 
óleo sobre a lâmina depois da perfeita focalização com as objetivas de 
aumento 10X e 45X. Observando lateralmente, girar o revolver até 
encaixar a objetiva de aumento 100X, ficando esta imersa no óleo e sem 
que a lente toque na lâmina. Nunca tentar focalizar diretamente com as 
objetivas de maior aumento. 
 
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Preparação da lamina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. LITERATURA CONSULTADA 
 
ABREU JÚNIOR, E. coord. Práticas Alternativas de controle de Pragas e 
doenças. Campinas, EMOPI, 1998. 115 p. 
BURG, INÊS CLAUDETE; MAYER,PAULO HENRIQUE. Alternativas 
ecológicas para prevenção de pragas e doenças. 30º Ed. Francisco Beltrão, 
PR: GRAFIT- Gráfica e Editora, 2006. 
GALLI, FERNANDO (org.). Manual de Fitopatologia: princípios e 
conceitos.vol.I. 2ª edição. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1978. 
GALLI, FERNANDO (org.). Manual de Fitopatologia: doenças das plantas 
cultivadas .vol.II. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1980. 
PENTEADO, S. R. Defensivos Alternativos e Naturais para a agricultura 
saudável. Campinas-SP. Ed. Grafimagem , 1999,79p. 
ZAMBERLAM, JURANDIR. Agricultura Ecológica: preservação do 
pequeno agricultor e do meio ambiente. Petrópolis,RJ:vozes, 2001. 
http://www.agrolink.com.br/agricultura/problemas/busca/citros/tylenchulus
-semipenetrans.html 
http://www.ufrgs.br/agrofitossan/AGR04002/nematoda.htm#Morfo-
Anatomia(UFRGS) 
http://www.cpatsa.embrapa.br/cpatsa/imprensa/noticias/pesquisador-alerta-
para-ocorrencia-de-nematoide-em-coqueiros-no-submedio-do-vale-do-sao-
francisco 
http://www.incaper.es.gov.br/servicos/images/Nematoide_das_GalhasdaGo
iabeira.pdf 
Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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