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REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 3.2 Refratários monolíticos (não formados) 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS 3.2.3 CONCRETOS PROJETÁVEIS 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3.2.5 ADITIVOS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Os refratários monolíticos surgiram devido a necessidade de novas tecnologias na indústria siderúrgica. Visou-se: - redução de custos - aumento de produtividade - novas tecnologias na produção de aços limpos A produção de tijolos refratários foi sendo substituída pelos revestimentos monolíticos: - aumento da produção de concretos refratários, concretos projetáveis - mecanização e automação do trabalho 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Tundish (distribuidor) 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Os refratários monolíticos são produzidos por mistura controlada de agregados secos sem a necessidade de moldagem prévia, prensagem, queima e outros. Os materiais monolíticos apresentam normalmente custos menores devido a ausência de tais etapas em seu processo de produção. Outras vantagens: Redução do tempo de aplicação, Redução da quantidade de mão de obra empregada, Processos muitas vezes automatizados Possibilidade de reparos em equipamentos ainda aquecidos Inexistência de juntas = menor desgaste 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Resumidamente a formulação segue: SECO: - mistura de material refratário granulado - cimento hidráulico à base de aluminatos de cálcio. argila ou caolim calcinados, silimanita, bauxita, alumina + ÁGUA Não é uma composição muito diferente de um tijolo refratário Principal diferença FASE LIGANTE: Tijolo: sinterização Monolíticos: cimento Importância do inerte (partículas refratárias): refratariedade e estabilidade estrutural em temperaturas elevadas 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Refratários monolíticos não apresentam forma física definida, e são eles: São exemplos os: Concretos, Massas de socar, Massas plásticos, Argamassas, Etc. São fornecidos em baldes, caixas, sacos, etc. Concretos refratários: são aqueles materiais que apresentam pega hidráulica e constituídos, de um modo geral, de chamota, aditivos, e cimento hidráulico aluminoso. Podem ser aplicados por vazamento (com ou sem vibração), por projeção ou socagem. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Massas de socar: são constituídas de chamota, argila e ligantes. A pega pode ser cerâmica ou química, conforme a natureza do ligante. A aplicação pode ser feita manualmente ou com marteletes pneumáticos. Plásticos refratários (massas plásticas): são semelhantes as massas de socar, diferenciando-se destas na sua trabalhabilidade. Sua aplicação é menos trabalhosa por serem “mais moles”. Cimentos e argamassas refratárias: são materiais utilizados como agentes ligantes no assentamento de materiais refratários formados na construção de alvenarias refratárias. A aplicação pode ser feita por colher ou imersão. Moldagem 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Socagem Bombeamento Projeção a seco Vibração Instalação rápida Auto-fluxo Moldados Não moldados Vantagens - de alta densidade - não afetados na instalação - RM a erosão excelente - sem pós-secagem e cura Desvantagens - fissuras e lascas por choque térmico - custo de instalação elevado - estruturas pesadas e espessas Desvantagens - necessitam de pós secagem ou cura - qualidade depende do instalador - pré-aquecer antes do uso Vantagens - não exigem juntas - ajustável a geometria - boa resistência ao C.T. - material bom para reparos - aplicados por enchimento, projeção, socagem. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Refratários moldáveis (castable): Fabricação: O material é misturado com um líquido (normalmente água), pode ser vibrado, derramado, bombeado ou pneumaticamente arremessado para dar a forma final. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Refratários Moldáveis (castable): Moldáveis Regulares: são hidraulicamente ligados contendo cimento, no entanto não contém defloculante. Moldáveis Defloculados: Devem possuir dois requisitos: 1. Pelo menos um agente defloculante. 2. Pelo menos 2% em peso de partículas ultrafinas (< 1µm) Moldáveis Quimicamente Ligados: Contém um ou mais agentes químicos ligantes. Depois da adição de um líquido (usualmente água), e intensiva mistura, o processo de cura ocorre. 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS Refratários Moldáveis: Classificação ASTM 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS Refratários Moldáveis: Combinação de pré misturas de: Grãos Refratários (Agregados) Componentes da matriz Agentes ligantes Aditivos 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Normalmente permitem aplicações até 1850 °C Agente ligante: O mais comum é o Aluminato de Cálcio. (CaO·Al2O3) Refratários podem ser: ÁCIDOS Agregados de alumina e aluminosilicatos + cimento BÁSICOS Usam outros ligantes. Correspondem a 20 % dos moldáveis vendidos atualmente. 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS AGREGADOS: Constituem o “esqueleto” e são a maior parte da formulação (40 a 80% da formulação). Tamanhos variam entre 20 mm e 300 µm (50 Mesh). Ampla variedade de agregados disponíveis. Usa-se um ou uma combinação de agregados diferentes. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS AGREGADOS: 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Para melhorar propriedades como isolamento térmico ou densidade, se faz um balanço entre agregados leves e densos. 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS MODIFICADORES E ENCHIMENTOS: 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Enchimentos (fillers) ou modificadores podem ser adicionados com vários tamanhos de partículas com diferentes funções. Podem ser apenas frações mais finas dos próprios minerais usados como agregados. Muitos outros modificadores são rotineiramente adicionados para aplicações específicas 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS MICRO-SÍLICA - ingrediente obrigatório em concretos: alumina ou sílico-aluminosos - uso: melhora o escoamento - controle de distribuição de tamanhos das partículas: escoamento melhora, a porosidade diminui, podendo desenvolver concreto vibrável e auto-escoante sílica tende a reagir e formar ligações fortes. Acima de 1200ºC, o concreto amolece e perde resistência devido a fusão com o CaO do cimento. Se a adição de micro-sílica ultrapassar um determinado nível, e o teor de cimento for diminuído, ao invés de formar fase líquida, forma mulita e a RM aumenta acima de 1300ºC. -funciona também como retardador de pega (por dificultar a hidratação dos aluminatos de cálcio (p.ex. Forma gelenite hidratada C2ASH8) 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS MODIFICADORES E ENCHIMENTOS: AGENTES LIGANTES: 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Principais agentes ligantes: Sistemas alumino silicatos Cimentos de aluminato de cálcio Agentes ligantes especiais não cimentos. Alumina hidratável, Argila, Géis de sílica e alumina. Agentes de ligação química: Fosfato de alumínio, Ácido fosfórico, Silicatos alcalinos. *Obs.: Sistemas refratários básicos normalmente são baseados nos agentes de ligação química. 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS ADITIVOS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS São usados para: Modificar a reologia e fluidez do refratário moldável, Controlar a velocidade da pega (acelerando ou retrasando) Reduzir a água utilizada, Controlar o pH, Controlar o comportamento na armazenagem. 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS Refratários Moldáveis: COMPOSIÇÃO TÍPICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.2 REFRATÁRIOS MOLDÁVEIS Composição de concretos refratários clássicos: - 15 a 25% de cimento de alumina (agente ligante) - 65 a 85% de granulado no sistema Al2O3-SiO2 (agregados) - 2 a 4%frações granulométricas de tamanho máximo inferior a 8mm (modificadores ou enchimentos) - necessidade: 10 a 15% de água para a colocação Quantidade elevada de água pode originar: - segregação durante o enchimento - elevada porosidade - levando a uma baixa resistência mecânica 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Desenvolvimento de concretos refratários: - diminuição do teor de cimento: - concretos auto-escoantes, - reparação por projeção Microenchedores (densificadores) - mistura refratária: pó de sílica (micro-sílica, fumo de sílica, sílica amorfa), alumina ultra-fina, Cr2O3, ZrO2, TiO2, SiC, carbono, minerais argilosos - Granulometria: 0,1 a 5 m - Função: trabalhabilidade, endurecimento do concreto: força coesiva dos pós ultra-finos e o endurecimento do cimento, leva a pega com teor de água reduzida Utilização de menos água, visando aplicações mais exigentes. Sugere-se a substituição do cimento por componentes finos (microenchedores) 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Relação entre a resistência do concreto seco e o teor de água utilizado. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Efeito da distribuição de partículas: - diminuição da porosidade final - aumenta a capacidade de escoamento do concreto: relação empírica entre a distribuição de tamanho e a capacidade de escoamento 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Avaliação do grau de escoamento de um concreto: CONE (ASTM C860) enche-se um cone truncado invertido com concreto e mede-se o diâmetro atingido pelo material algum tempo depois de ter sido retirado do cone 100 mm D, após 30 s, sem vibração PRÁTICA INDUSTRIAL: se o diâmetro inicial da base do cone for 100mm, um espalhamento de pelo menos 150mm, após 30 s, permite a colocação em obra sem vibração; um espalhamento de 200mm permite a instalação por bombeamento. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Avaliação do grau de escoamento de um concreto: - teste do cone e do tubo em U importante para concretos auto-escoantes TUBO EM U utilizam-se dois tubos com 60mm de diâmetro ligados entre si horizontalmente, e a avaliação é obtida pela altura atingida numa das pernas do U, pelo concreto alimentado pela outra perna Um concreto convencional não consegue subir a segunda perna do U, enquanto que um auto-escoante enche ambas uniformemente. 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS Concretos de baixo cimento: - densidade de empacotamento maximizada - baixa porosidade - elevada densidade - elevada resistência mecânica a quente - resistência a erosão, corrosão e choque térmico melhoradas Problemas de revestimentos de concretos: - alterações mineralógicas e microestruturais • propriedades são função da temperatura e do tempo • composição química não prediz o desempenho nas condições de serviço • importante: conhecer distribuição de fases e composição mineralógica, para prever propriedades 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.3 CONCRETOS REFRATÁRIOS 3.2.3 CONCRETOS PROJETÁVEIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Conceito básico da técnica bombear o concreto até o local de aplicação Saída da tubulação acopla-se um dispositivo (bocal de projeção) com ar comprimido (alta pressão), para acelerar o concreto jato de “spray” Resultado elevada taxa de instalação e eficiente compactação do material. Dificuldades ligadas à projeção fixação do material sobre a superfície. i) evitar que o concreto escorra sobre a região em que foi instalado: a fluidez deve ser rapidamente reduzida quando atinge a superfície. uso de aceleradores de pega adicionados no bocal de projeção: o silicato de sódio e o sulfato de alumínio, provocam a redução da resistência mecânica do concreto. ii) evitar a perda por rebote, que ocorre quando o concreto não adere na superfície, desperdício (30 %) combinar características positivas de adesão e plasticidade, permitindo a formação de uma massa homogênea e coesa. Conclusão projeção a úmido possui a complexidade do bombeamento acrescida de: i) aceleração da massa e introdução dos aditivos no bocal de projeção; ii) adesão e consolidação do material na superfície. 3.2.3 CONCRETOS PROJETÁVEIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS CONTROLE DO TAMANHO DE PARTÍCULAS: Refratários densos usam cerca de 8 a 15 % de água e geram uma porosidade de 22 a 30% (queimado) Importância do dimensionamento do tamanho de partículas: O dimensionamento adequado dos tamanhos de partículas em massas projetáveis avançadas é utilizado principalmente para reduzir a quantidade de água necessária, assim como: Dar propriedades reológicas adequadas, Minimizar a porosidade, Maximizar o contato entre partículas melhorando a ligação, Otimizar as propriedades mecânicas 3.2.3 CONCRETOS PROJETÁVEIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Controle do tamanho de partículas O controle do tamanho de partículas pode ser feito de duas formas: 3.2.3 CONCRETOS PROJETÁVEIS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS (gap sizing) Misturando 2, 3 ou 4 misturas de agregados com tamanhos estreitamente graduados, para a obtenção de melhor empacotamento. -> baixo fluxo -> requer intensa vibração para colocação -> minimiza adição de água (tipicamente de 3,5 a 5%) -> minimiza porosidade pós queima (10 – 15%) (continuous sizing) Usando sistemas de tamanhos contínuos de partículas: -> Reologia muito boa -> Relativamente baixo conteúdo de água -> Boa compactação 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Mecanismos de ligação: Existem 4 tipos de ligações: Ligação hidráulica com montagem e endurecimento hidráulico a temperatura ambiente. Ligação cerâmica com endurecimento pela sinterização durante a queima. Ligação química (orgânica/inorgânica - inorgânica), com endurecimento por reação química (não hidráulica) em temperatura ambiente ou temperatura menor que da ligação cerâmica. Ligação orgânica com ligação ou endurecimento em baixas ou altas temperaturas. Obviamente, em muitos casos, ocorre mais de um tipo de ligação. Ex.: materiais socados com ligante de fosfatos (ligações química e cerâmica) cimentos de reparo de aluminatos de cálcio (ligações hidráulica e cerâmica) 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Mecanismos de ligação: => Refratários monolíticos precisam endurecer a temperatura ambiente. Água ou outros agentes catalisadores ativam as ligações. Depois da pega, um aquecimento controlado se faz necessário para a desidratação do refratário antes de ser posto em serviço. Normalmente utiliza-se como ligante: Alumina e alumino silicatos ligados com cimento de aluminato de cálcio (CAC). Outros agentes ligantes: Alumina hidratável, (finamente moída) Sílica coloidal, Gel casting – Reações de polimerização endurecem o composto antes da ligação cerâmica. Menores problemas quanto à desidratação (água não fica quimicamente aderida) Cimentos base de aluminato de cálcio (calcium aluminate cements - CAC) - fases mineralógicas: CA (CaO.Al2O3) CA2 (CaO.2Al2O3) C12A7 (12CaO.7Al2O3) -A (Al2O3) Características dos componentes mineralógicos dos cimentos refratários 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA Comp. Química (% peso) P.F. (ºC) Densidade Sistema Mineral CaO Al2O3 (g/cm3) Cristalino CA 35,4 64,6 1605 2,98 monoclínico CA2 21,5 78,5 1750 2,91 monoclínico C12A7 48,5 51,5 1455 2,69 cúbico 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Diferença entre CAC e cimento Portland 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Cimento Portland: Alto CaO Principais constituintes (C2S e C3S ) CAC: Alta alumina Baixos CaO e SiO2 Maior ponto de fusão Fases mineralógicas: CA fase mais abundante e ativa, do ponto de vista da hidratação fase que mais influencia as propriedades do produto refratário confere a resistência mecânica inicial do concreto CA2 na presença dos outros aluminatos, reage mais lentamente responsável pela resistência mecânica final C12A7 por ser mais reativo com a água, acelera a pega no concreto -A praticamente um inerte IMPORTANTE: a hidratação não depende exclusivamente da composição do cimento, pois os mesmos aluminatos isolados, ou combinados entre si, cristalinos ou amorfos, tem comportamento diferente quanto a hidratação. 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Resumo das reações de hidratação: 60 H 6 CAH10 6 CA: - 27 H 33 H 3 C2AH8 + 3AH3 - 9 H 2 C3AH6 + 4 AH3 78 H 6 CAH10 + 6AH3 6 CA2: - 27 H 51 H 3 C2AH8 + 9AH3 - 9 H 2 C3AH6 + 14 AH3 60 H 2 CAH10 + 5 C2AH8 C12A7: - 9 H 51 H 3 C2AH8 + 9AH3 - 18 H 4 C3AH6 + 3 AH3 IMPORTANTE: transformação das fases metaestáveis CAH10 e C2AH8 no hidrato cúbico estável C3AH6 ocorre com a liberação de água e redução de volume. PORTANTO: embora a densidade dos hidratos aumente, o processo de conversão do cimento acompanha a liberação de água e aumento da porosidade 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Obs.: Estas reações são exotérmicas. Resumo das reações de hidratação: 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS CA + H C3AH6 + AH3 + calor C3AH6 é a fase estável quando a cura ocorre em temperaturas > 35 °C. Temperatura normalmente alcançada devido às reações exotérmicas Basicamente, CA converte-se em C3AH6 segundo a reação abaixo Quando não se é atingida a temperatura, ocorre maior formação dos hidratos metaestáveis (CAH10 e AHx (gel) (T< 24 °C)) e C2AH8 + AHx +AH3 (24°C a 35°C) que com o tempo se convertem em C3AH6 com diminuição de volume, o que pode diminuir a qualidade da ligação. Comp. Química (% peso) Densidade Sistema Hidrato CaO Al2O3 H2O (g/cm3) Cristalino CAH10 16,6 30,2 53,2 1,72 hexagonal C2AH8 31,3 28,5 40,2 1,95 hexagonal C3AH6 44,4 27,0 28,6 2,52 cúbico AH3 - 65,4 34,6 2,42 hexagonal 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Relação água/cimento - perda de resistência mecânica que acompanha a conversão de alguns cimentos pode ser devida ao aumento da porosidade mudança de estrutura cristalina CAH10 formação de agulhas prismáticas hexagonal C2AH8 cristaliza em placas hexagonais C3AH6 pode formar pequenos cristais quase esféricos AH3 pode cristalizar em plaquetas ou agulhas finas, e enquanto gel é amorfa alterações cristalográficas criam tensões internas, fragilizando o material BAIXAS QUANTIDADES DE ÁGUA: FORMAM CRISTAIS PEQUENOS, COM MELHOR EMPACOTAMENTO E POROS MENORES; QUANTIDADES MAIORES DE ÁGUA PRODUZEM CRISTAIS DE MAIOR TAMANHO. Desidratação: 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS 210 °C até 370 °C com picos em 230°C para AH3 e 315 °C para C3AH6 Quando aquecidas, as fases hidratadas sofrem desidratação em um range de temperaturas. Aquecimento muito rápido pode gerar explosões de bolhas de vapor no interior do refratário Cimentos muito densos, podem complicar o processo de aquecimento pela baixa permeabilidade Solução: Adição de fibras orgânicas ou sintéticas que queimam em temperaturas < 200°C Ligantes químicos Ácido fosfórico (H3PO4) ou fosfato de monoalumínio (MAP) Reacionam com: MgO Cimento de aluminato de cálcio Formando: MgHPO4 ou Mg(H2PO4)2 Ca(H2PO4)2 e 3CaO*Al2O3*6H2O 3.2.4 QUÍMICA DA LIGAÇÃO HIDRÁULICA 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Perdem a água quimicamente aderida aproximadamente a 200 °C Aliado ao uso de ácido fosfórico está o uso de fosfatos alcalinos como de sódio, de magnésio ou de cálcio. Função dos aditivos: - em baixas temperaturas: melhorar condições de molhabilidade e de escoamento (defloculação) controlar o tempo de pega e endurecimento (aceleradores/retardadores de pega) - em altas temperaturas: favorecer a sinterização Trabalhabilidade em obra: depende das propriedades das partículas mais finas (distribuição); com o uso de defloculantes adequados, as partículas finas podem preencher quase todo o espaço entre os grãos refratários, aumentando a densificação e a resistência mecânica do concreto. 3.2.5 ADITIVOS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS Exemplo do uso de aditivos: RETARDADORES ACELERADORES - álcool isopropílico, - cloreto de lítio, - gluconato de sódio, - cloreto de cálcio. - ácido bórico - micro-sílica ADITIVOS DEFLOCULANTES AFETAM A VISCOSIDADE DA MISTURA - polifosfatos de sódio, - silicatos de alumínio, AÇÃO ATRAVÉS DO POTENCIAL ZETA DAS - silico-fosfatos de alumínio, PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO, - lignosulfonatos 3.2.5 ADITIVOS 3. TIPOS DE REFRATÁRIOS 3.2 REVESTIMENTOS MONOLÍTICOS
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