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RESUMO ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

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DECISÕES DE PRIMEIRA FASE DO RITO DO JÚRI:
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP)
Aspectos gerais:
Tribunal do Júri – art. 5º, XXXVIII, CF: o Tribunal do Júri possui competência Constitucional para julgamento dos crimes dolosos contra a vida (alínea “d”).
Conceito: consiste em um julgamento antecipado da lide, semelhante ao previsto no procedimento comum ordinário, no qual o magistrado julgará improcedente o fato imputado ao acusado, isto é, absolverá o acusado encerrando a 1ª fase do procedimento do Tribunal do Júri (iudicium accusationis) e o próprio processo, desde que presente uma das hipóteses previstas no art. 415 do CPP.
Reforma de 2008: houve a ampliação das hipóteses do art. 415 do CPP (antes havia a possibilidade de absolvição sumária apenas para excludentes de ilicitude e excludentes de culpabilidade).
Hipóteses legais (incisos do art. 415, CPP):
provada a inexistência do fato (I) – o fato imputado ao acusado não existiu;
provado não ser o réu autor ou partícipe do fato (II) – o juiz fica plenamente convencido de que o acusado não é autor e nem partícipe do fato;
o fato não constituir infração penal (III) – o fato imputado ao acusado é atípico, material ou formalmente, isto é, não houve efetiva lesão ou ameaça ao bem jurídico tutelado ou o fato não se adequa à norma;
demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime / excludentes da ilicitude e excludentes da culpabilidade (IV) – caso o acusado tenha realizado a conduta acobertado por uma excludente de ilicitude (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de um direito) ou excludente de culpabilidade (coação moral irresistível, obediência hierárquica ou inexigibilidade de conduta diversa);
inimputabilidade do art. 26 do CP, se for a única tese defensiva (Parágrafo único) – haverá absolvição sumária por inimputabilidade (absolvição sumária imprópria que resulta na imposição de medida de segurança) apenas se esta for a única tese defensiva, uma vez que, neste caso, o máximo que o acusado conseguirá em Plenário do Júri será a absolvição por inimputabilidade. 
Importante salientar que tal previsão está motivada na possibilidade de o acusado conseguir uma decisão que lhe seja mais favorável, isto é, caso haja alguma outra tese defensiva, por exemplo, legítima defesa e a inimputabilidade, é possível que o acusado seja absolvido em Plenário do Júri pela excludente de ilicitude, hipótese em que a decisão lhe será mais favorável por não haver a imposição de medida de segurança.
Juízo de certeza e in dubio pro societate: para que o acusado seja absolvido sumariamente é necessário que o magistrado não tenha dúvidas acerca da existência de alguma das hipóteses previstas no art. 415 do CPP, exigindo-se a existência de prova cabal.
Neste momento, a dúvida acerca da existência de alguma das hipóteses autorizadoras da absolvição sumária não poderá beneficiar o réu (in dubio pro reo). Assim, havendo dúvida, não poderá o juiz absolver sumariamente o acusado (in dubio pro societate), devendo observar os requisitos para que decida pela pronúncia ou impronúncia.
Excepcionalidade: tendo em vista que, em princípio, a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida foi constitucionalmente atribuída ao Tribunal do Júri, para que haja a absolvição sumária do acusado exige-se a expressa previsão legal (SOMENTE se presente alguma das hipóteses do art. 415 do CPP) e o firme convencimento do julgador (decorrente da existência de prova indiscutível), que decidirá mediante ampla fundamentação.
Infrações conexas: a absolvição sumária recai apenas sobre o crime doloso contra a vida, não devendo repercutir nas infrações conexas. Assim, nos termos do art. 81, Parágrafo único do CPP, caso haja absolvição sumária em relação ao crime doloso contra a vida, excluindo a competência do Tribunal do Júri, a infração conexa será remetida para julgamento pelo juízo competente, seguindo as regras do art. 78 do CPP.
Natureza jurídica e coisa julgada: é uma decisão de mérito, que encerra o iudicium accusationis (1ª. Fase do rito do Júri) e põe fim ao processo. Desta forma, faz coisa julgada formal e material.
Recurso (art. 416, CPP): a decisão poderá ser impugnada por apelação.
REFLEXÃO: Constitucionalidade? Ou inconstitucionalidade (subtração da competência Constitucional do Tribunal do Júri)?
Considerando que o Conselho de Sentença é integrado por juízes leigos, que não têm conhecimento do Direito e das leis, bem como são, muitas vezes, convencidos em Plenário pelo drama e emoção, o legislador possibilitou que o juiz togado, responsável pela instrução preliminar e que possui conhecimento técnico, aprecie previamente questões ligadas à efetiva existência de crime doloso contra a vida. Surge na doutrina a discussão acerca da Constitucionalidade de tal previsão.
Parte da doutrina afirma ser inconstitucional por haver supressão da competência Constitucional atribuída ao Tribunal do Júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida, especialmente quanto às hipóteses dos incisos I e II, que dizem respeito a matéria de fato. Adotando tal posição, caso o acusado tenha sido absolvido sumariamente, haverá nulidade na decisão.
De outro lado, outra parte da doutrina afirma que a previsão é constitucional, uma vez que a competência do Tribunal do Júri requer que haja (1) crime (2) doloso (3) contra a vida, ou seja, não há que se falar em competência do Júri se sequer ocorreu um crime, ou caso tenha ocorrido um crime não seja ele doloso ou contra a vida humana. Ainda, seria uma forma de resguardar o acusado da falta de técnica dos jurados.

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