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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE INFORMAÇÃO EDUCATIVA E RECURSOS EDUCACIONAIS por ELIANE LOPES BALMAS Orientador Professor Nelsom José Veiga Magalhães, P. Hd. Rio de Janeiro Dezembro/2006 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE INFORMAÇÃO EDUCATIVA E RECURSOS EDUCACIONAIS Monografia apresentada como exigência do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior, sob a orientação do professor Nelsom José Veiga Magalhães. Rio de Janeiro Dezembro/2006 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo privilégio de concluir esta especialização. Aos meus irmãos Victor Hugo, Valeria e Solange, aos amigos que me incentivaram direta e indiretamente. Aos meus amados Pastores Josué, Anívea e irmãos da minha amada igreja - Projeto Vida Nova do Tauá que sempre estiveram orando por mim e incentivando nesta etapa. Ao Professor Nelsom Magalhães pela dedicação, competência, carinho e paciência em todos os momentos da orientação deste trabalho. DEDICATÓRIA Dedico esta monografia à minha mãe Hilda e ao meu esposo Paulo César, que sempre me apoiaram e incentivaram nesta caminhada, nos momentos da ausência sempre foram pacientes e amigos. “O coração do sábio adquire prudência; e o ouvido dos sábios busca o conhecimento.” (Provérbios 18:15) RESUMO Neste trabalho descrevemos a história do livro, como surgiu, quais foram os suportes utilizados na época, do antigo Egito, desde as placas de argila, passando pelo papiro e rolos de pergaminho, e dos manuscritos medievais até a descoberta da imprensa por Gutenberg. Destacamos a importância da sociedade da informação, onde incluímos a função educativa da universidade e da biblioteca universitária cumprindo e desempenhando sua função social de apoio e auxílio dentro do processo educacional através de sua competência. Comentamos a forma de usar os diversos recursos da informação impressos e eletrônicos, em busca da necessidade de cada pessoa, docente e discente, nas diversas áreas do conhecimento através de diferentes bases de dados. Destacamos, dentro do contexto pesquisatório inicialmente proposto, devido à complexidade e variedade de tais bases com o surgimento da internet, somente algumas destas diferentes áreas. Citamos alguns exemplos de recursos e meios disponíveis para ilustrar o presente trabalho e mostrar o quanto é fascinante quando aprendemos a manuseá-los e utilizá-los corretamente. Dentro deste contexto, no auxílio ao usuário, delineamos a elaboração do material instrucional para desenvolvimento de cultura específica, onde incluímos o papel do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e citando o modelo de programa de apoio utilizado em uma instituição de ensino superior. SUMÁRIO Pág. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 8 I. A HISTÓRIA DO LIVRO.............................................................................................. 10 1.1.Papiro...................................................................................................................... 12 1.2. Pergaminho............................................................................................................ 16 II. RECURSOS INFORMACIONAIS DE AUXÍLIO AO CORPO DISCENTE E DOCENTE................................................................................................................... 18 2.1. Bireme.................................................................................................................... 20 2.2. Sistema Braille Virtual......................................................................................... 23 2.3. Portal da Capes...................................................................................................... 25 2.4.Portal da Pesquisa - DOTLIB............................................................................... 26 2.5. O que é Protocolo Z-3950...................................................................................... 28 2.6. Sociedade da Informação...................................................................................... 28 2.7. Competência em Informação................................................................................ 31 III. ELABORAÇÃO DE MATERIAL INSTRUCIONAL PARA DESENVOLVIMENTO DE CULTURA ESPECÍFICA E AUXÍLIO AO USUÁRIO..................................... 34 3.1. ENADE - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes............................ 36 3.2.Programa “Complemente sua formação geral”............................................... 37 CONCLUSÃO............................................................................................................ 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 44 ANEXOS........................................................................................................................ 46 8 INTRODUÇÃO O trabalho que estará sendo apresentado surgiu do interesse em difundir a necessidade em reconhecer a importância de como a informação, no contexto educacional, é veiculada e utilizada. Por termos a formação na área de Biblioteconomia e Documentação e atuarmos dentro de uma biblioteca universitária, percebemos a dificuldade encontrada pelos usuários na utilização dessa informação através dos recursos colocados à sua disposição. Abordamos o relacionamento do aluno e também do professor com o bibliotecário, tendo em vista a diversidade de assuntos em diferentes áreas do conhecimento, para termos uma maior facilidade em sua busca e dessa forma obtermos melhores resultados. O desejo de unir este relacionamento entre bibliotecário e professor para se obter mais entrosamento, onde suas dificuldades, seus objetivos e reais interesses poderão desenvolver um melhor trabalho, onde o professor irá aprender utilizar melhor a informação educativa como ferramenta para acessar e obter tais informações foi o interesse em escrever sobre tal assunto. Pelo fascínio que gira em torno de como surgiu o livro e como chegou até nós, fiz uma abordagem histórica sobre o mesmo. Por outro lado era necessário mostrar a biblioteca como um recurso informacional interativo nos dias de hoje dentro do processo educacional, onde o professor passa a interagir com o bibliotecário e utilizá-la como uma ferramenta deste processo. Com o surgimento de novas tecnologias no processo de comunicação faz-se necessário mudar a prática profissional visando à utilização de tais ferramentas. O gerenciamento dessas tecnologias de informação e comunicação exige do profissional ouso estratégico das mesmas para a sua produção e divulgação. A metodologia utilizada nesta pesquisa tem como base a pesquisa bibliográfica, a de periódicos e a eletrônica. Esta monografia foi dividida em três partes, para que pudesse descrever os assuntos mais relevantes dentro do tema. O primeiro capítulo descreve a história do livro, desde o seu surgimento até os dias atuais. São esclarecidas as formas existentes do livro, desde o Oriente Antigo sob a 9 forma de placas de argila, papiro, pergaminho e finalmente a forma impressa em papel a qual é utilizada nos dias atuais. O capítulo dois oferece um panorama sobre a “Sociedade da Informação”, onde abordamos a universidade e a biblioteca sendo instituições sociais voltadas para o atendimento das necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral. A biblioteca universitária, a qual é dada ênfase neste trabalho, tem um papel importante em auxiliar e apoiar no processo educacional diante dos múltiplos recursos oferecidos pelas novas tecnologias, a qual podemos chamar este processo de “Competência Informacional”. Foi destacado o exemplo de algumas bases de dados diferentes para ilustrar o assunto abordado, como: BIREME, Portal da CAPES; SENABRAILLE (Braille) e Portal da Pesquisa da Dotlib. No terceiro capítulo utilizei a descrição do ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – sendo uma forma de exemplificar a elaboração de material instrucional para desenvolvimento de cultura específica e auxílio ao usuário.Neste capítulo é dado o exemplo dos “clippings” elaborados pelo Sistema de Bibliotecas da UniverCidade para exemplificar como o bibliotecário pode estar trabalhando junto com os professores e obtendo resultados satisfatórios na realização do ENADE por parte dos alunos. Nas conclusões tecemos algumas considerações que julgamos importantes e que fazem destacar ao longo dos capítulos apresentados. CAPÍTULO I Neste capítulo abordaremos um histórico a respeito da história do livro, como surgiu, e quais foram os suportes utilizados na época do antigo Egito, desde as placas de argila, passando pelo papiro e rolos de pergaminho, dos manuscritos medievais até a descoberta da imprensa por Gutenberg. 10 Utilizamos para construir o texto da pesquisa o seguinte autor principal referenciado: José Barboza Mello no livro “Síntese Histórica do Livro”, da editora Leitura (1972).Será utilizado também o livro “A Palavra Escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca”, de Wilson Martins (2001), da editora Ática e o livro do autor Albert Labarre cujo título é “História do Livro”, da editora Cultrix (1981). 1.1. A história do livro Este objeto que o Oriente antigo conservava sob a forma de placas de argila; que os gregos e romanos desenrolavam sob os seus olhos; que a Idade Média acorrentava às estantes; que os nossos antepassados pegavam nas mãos e que podemos agora meter no bolso – O livro – assumiu tal importância na expressão do pensamento e na conservação de todo o conhecimento que merece um estudo particular. O livro tem conseguido outras formas além do códice, e a descoberta de Gutenberg não foi senão um avatar na sua longa história. Para o definir podemos citar três noções cuja conjunção é necessária: suporte da escrita, difusão e conservação de um texto, e maneabilidade. O livro é, a princípio, suporte da escrita; assim as placas de argila sumérias, os papiros egípcios, os rolos da antiga Roma, os manuscritos medievais, os nossos impressos assim como os microfilmes podem ser considerados livros, malgrado a grande variedade de suportes e formas. A idéia de livro está também associada à da edição, isto é, ao desejo de difusão de um texto e de sua conservação; é assim que ele se distingue de todos os escritos privados, da carta notarial que se classifica geralmente como documentos de arquivo. Enfim, o livro tem de ser manejável, apesar de nem todos os suportes de escrita o serem; numerosos textos foram gravados na pedra. Foi durante muito tempo o principal, mesmo o único meio de difusão e conservação do conhecimento, por isso participa profundamente na história da civilização e da cultura. O livro está ligado à escrita, mas não à linguagem e ao pensamento. Se a escrita constituiu durante muito tempo o principal meio de fixação da linguagem e de 11 conservação do pensamento, o desenvolvimento atual das técnicas audiovisuais faz-nos lembrar que existem outros. Lembremos apenas que foram entre os LX e IV milênios, antes da nossa era, que a escrita se constituiu.Pode-se considerar como um passo preliminar a arte rupestre dos homens da época glaciária, na qual a imagem se torna pouco a pouco símbolo através da esquematização. Depois da imagem-símbolo evolui; da pictografia nascem todos os velhos sistemas de escrita: cuneiformes sumérios, depois mesopotâmios, hieróglifos egípcios, creto-minóicos, hititas, caracteres chineses; é o estádio dos ideogramas, onde as representações já não surgem apenas objetos, mas também idéias abstratas. Numa etapa posterior, a escrita aproxima-se pouco a pouco da linguagem, para chegar aos sinais fonéticos, que são símbolos de sons; inicialmente existem os sistemas onde cada som corresponde a um símbolo (nas Índias, por exemplo), depois sistemas silábicos, por fim escritas consonânticas, que se desenvolvem através do Oriente Médio para chegarem ao alfabeto na Fenícia, talvez desde o século XVI ou XV a.C. No século IX a.C. os gregos adotam o alfabeto fenício, acrescentam-lhes as vogais e dispõem a escrita da esquerda para a direita; é deste alfabeto que são oriundos o alfabeto latino e os alfabetos modernos. O aparecimento do livro está ligado aos suportes da escrita. O mais antigo parece ser a pedra, desde as pictografias rupestres até as estelas e inscrições do antigo Oriente e da Antiguidade clássica. Foi sem dúvida a madeira o primeiro suporte dos verdadeiros livros.As palavras que designam livros em grego, “biblos”, e em latim, “líber”, tinham no seu sentido primário o significado de casca de árvore, e o caráter que ainda designa livro em chinês figura – o sob a forma de tabuinha de madeira ou bambu. Outro suporte antigo do livro, a argila, é utilizada na Mesopotâmia desde o III milênio antes da nossa era; traçavam-se os caracteres em placas de argila ainda moles e úmidas, por meio de um instrumento triangular; é por isso que a escrita dos sumérios e dos assírios apresenta forma de cunha (escrita cuneiforme), coziam-se em seguida estas placas no forno, para as endurecer. Conservamos muito mais de documentos em argila do que em madeira.Encontrou-se em Nippur, na Suméria, placas que remontam ao III milênio; 22.000 placas datando do século VII a.C. foram descobertas em Nínive, onde constituíam a biblioteca e os arquivos dos reis assírios. Sabe-se que existiam outras 12 bibliotecas importantes entre os sumérios, os babilônios e os assírios. A fabricação de livros estava organizada; os templos da Babilônia e de Nínive já possuíam oficinas de copistas. Os tecidos também serviram de suporte da escrita, principalmente a seda, na qual os chineses escreviam com a ajuda de um pincel, e a tela, segundo indicações dadas por escritores latinos. Enfim, materiais muito diversos foram igualmente usados nos tempos antigos; os chineses utilizaram o osso, as carapaças e o bronze; os semitas e os gregos gravavam também breves textos em conchas ou fragmentos de cerâmica – os “óstraca”; citemos ainda as folhas de palmeira que, secas e untadas com óleo, foram usadas durante séculos, principalmente nas Índias, ou matérias duras como a ardósia, os tijolos,o marfim, o osso e metais diversos. Mas os principais suportes do livro antigo eram o papiro e o pergaminho. (Labarre, Albert. História do livro, 1981). No Oriente Médio conhecido hoje como o Iraque.É no ano 650 a.C. dentro das muralhas muito altas da cidade de Nínive (perto de onde hoje é o Mossul). Ali, existia o palácio do rei Assurbanipal (governante da Assíria, do Egito e de Babilônia), onde existiam os escribas (copistas) escrevendo em tabuinha de barro úmido, traduziam documentos de língua estrangeira para o idioma assírio. Estes documentos depois de tratados eram guardados em forma de tabuinha nessa biblioteca, a maioria das informações eram religiosas, leis, história, medicina e transações comerciais. Existiam outras grandes bibliotecas antes da biblioteca de Assurbanipal em Nínive, a qual acredita-se ser a mais antiga (século VII a.C.) como a de Alexandre (Alexandria) tendo sido a mais famosa, pois possuía de 40 a 60 mil manuscritos em rolos de papiro, chegando a possuir 700 mil volumes, sua fama é reconhecida pela grande quantidade de documentos e também aos três grandes incêndios ocorridos. As bibliotecas de mosteiros onde se guardavam os manuscritos da Bíblia foram surgindo por toda a Europa até os dias de hoje, em todas as partes do mundo. 1.2. Papiro O papiro é uma planta que cresce nas margens do rio Nilo e nos pântanos do seu delta. Existiam várias qualidades de papiro, desde o hierático, reservado aos livros 13 sagrados, até ao emporético, papiro grosseiro, que servia para a embalagem. Para escrever usavam-se hastes de caniço talhadas em viés ou em ponta (calamos), depois mais tarde a pena, geralmente de pássaro. A tinta era fabricada com o negro e fumo ou carvão de madeira, adicionado de água e goma com líquido de choco; existia também uma tinta vermelha a base de sais minerais. Os papiros mais antigos datam do III milênio. O papiro permaneceu o suporte essencial do livro no Egito e difundiu-se no mundo grego e no império romano. Muito antes de ter sido utilizado como elemento importante para a escrita, em sua evolução e desenvolvimento posterior, depois das pedras, da argila e dos metais, foi utilizado de diversas maneiras. Apesar de ser oriundo do Egito, vinha também do Líbano e da Síria, mas foi no rio Nilo, devido as suas águas estagnadas, era onde suas raízes muito longas, mediam às vezes, seis ou sete metros. Suas raízes chegavam a seis centímetros, equivalente ao da haste, de onde seria feito o papel. O papiro antes de ser usado no fabrico do papel, servia de alimento para as povoações pobres vizinhas das margens do Nilo. Das fibras das raízes faziam-se cordas muito resistentes usadas nas embarcações. Dele também se obtinha uma deliciosa bebida, através do cozimento de suas raízes e conhecida como suco de papiro açucarado. Também servia para tecidos (das raízes), para roupas de pessoas pobres, e a fabricação de sandálias, e até de canoas, feitas com o caule trançado da planta. Depois de ser utilizado de forma variada, durante milênios, egípcios e gregos começaram a utilizá-lo, também, para a fabricação de papel. Havia no Líbano, nos arredores de Biblos, uma grande extensão de terra pantanosa, coberta por uma planta do mesmo nome da cidade, a qual os gregos acharam muito semelhante ao papiro. Quando o papiro passou a ser matéria-prima do papel, naquela época insubstituível para o livro ou documentos, Biblos foi o nome original de livro, no Líbano. Os gregos traduziram Biblos por Biblion, elenco referente a livro, biblioteca, bibliografia, biblioteconomia. Plínio deixou, igualmente,uma descrição histórica da maneira pela qual o papiro era preparado: 14 Divide-se com uma agulha a haste do papiro, cuja grossura é mais ou menos a de um braço, em folhas bem delgadas, mas tão largas quanto possível.A melhor folha é a do interior do tronco e assim sucessivamente, na ordem das camadas superpostas. Moldam-se as diferentes espécies sobre uma mesa umedecida com água do Nilo. Esse líquido turvo exerce o papel de cola. Sobre essa mesa inclinada colam-se primeiramente as folhas em todo o comprimento do papiro, aparando-as apenas em cada extremidade, e em seguida colocam-se transversalmente outras camadas em forma de trama. A seguir, prensa-se o conjunto, obtendo-se uma folha que é secada ao sol. As folhas são reunidas entre si, colocando-se em primeiro lugar as melhores e assim sucessivamente. A reunião dessas folhas forma um scapus (mão)... As desigualdades, os defeitos do papiro, são polidos com um dente ou com uma concha, sem o que os caracteres poderiam desaparecer. Polido, ele é mais brilhante, mas não pega a tinta satisfatoriamente.Depois de juntá-lo com cola de farinha ou com miolo de pão cozido, de forma a ter o menos possível camadas secas interpostas, e de torná-lo mais macio que o próprio linho, adelgaça-se-o com um malho, põe-se nova camada de cola, desfazem-se as dobras que se formaram e bate-se-o de novo com o malho. (Martins, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 2001, p.61-62) Os papiros para a escrita eram conservados em rolos de quinze a dezoito metros.O papiro constituía monopólio de Estado. Em Roma, o papiro do Oriente sofria novas manipulações, como o Fênio, para melhorar a qualidade, e ali os rolos eram vendidos em cilindros de madeira, chamados umbilicus, que serviam de base para nova operação, depois de usados. Gregos e romanos, na Antiguidade, foram grandes comerciantes de papiro, e utilizavam os portos de Alexandria e do vale do Nilo para exportá-lo para a Europa. No fim do século X, o papiro desapareceu, como indústria, no Egito. A partir desse século, os hebreus concentraram em suas mãos o cultivo, e o respectivo comércio. O papiro também foi cultivado no Lago Tiberíades, na Síria, e nas águas do Eufrates. Posteriormente, a indústria do papiro passou para a Sicília, continuando o seu comércio com a Europa até a introdução do papel propriamente dito, no século XIII. O governo italiano interessou-se pelo plantio do papiro para a fabricação e impressão do dinheiro. Os povos cultos da Antiguidade escreviam somente numa face do papiro, mas às vezes faziam anotações no verso. 15 Os principais museus do mundo, e muitas bibliotecas da Europa possuem papiros egípcios escritos, porque a produção era abundante, e puderam resistir ao tempo. Os livros em papiro podem ser encontrados nas Bibliotecas de Roma, Turim, Nápoles, Florença, Paris, Londres, Oxford, Dublin, Berlim, Munique, Leipzig, Hamburgo, Lilá, Viena, Estrasburgo, Moscou, Genebra, Leyden, e algumas cidades dos Estados Unidos, além, naturalmente, de Alexandria, Cairo e Gaza. Em Oxford conserva-se um códice papíreo copta, do século V ou VI, chamado “Papiro Bruciano”, cujo argumento foi publicado em 1891, por Amèlineau, e no ano seguinte por Schmitdt. Convém a obra em que se expõem as doutrinas ofíticas. Os papiros greco-egípcios podem classificar-se, segundo o período histórico a que pertenceu, assim: 1- Do período ptolemaico (do século III a.C. até a redução do Egito a província romana); 2- Do período romano (que compreende todo o tempo da dominação de Roma); e 3- Do período bizantino (da queda do Império Romano até a invasão árabe). Compreendem quase dez séculos, que explicam sua grande importância. (Martins, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca; 2001.) Lenormant diz que determinados papiros antigos, como os do Museu de Turim, onde se encontra o que é considerado como o mais perfeito documentoe também há um catálogo de personagens míticos e históricos, que reinaram no Egito depois dos tempos fabulosos. Foi escrito no tempo de Ramsés II (XIX dinastia).Cita também o papiro conservado no Museu Britânico, crônica da expulsão dos Reis Pastores, um livro religioso chamado Ritual Funerário, que foi revista, no tempo da Dinastia XXVI, apesar de sua Antiguidade remontar às primeiras. Cita por fim, um fragmento de carta geográfica do tempo de Sati I, que existe no Museu de Turim, e outros papiros do Museu Britânico, entre eles o que trata das penalidades no exercício das armas, escrito no período das grandes guerras da dinastia de Ramsés II, em forma de versículos, como na Bíblia. 16 A leitura e a interpretação dos papiros é, freqüentemente, dificílima, devido à irregularidade da escrita e as incorreções gramaticais. Ainda lembramos da deterioração provocada pelo tempo, os danos produzidos pelo calor e pelo manuseio constante dos pesquisadores. Há certa quantidade dos papiros na antiga língua egípcia, muitos em latim, grego, e também bilíngües em grego e latim. (Mello, José Barboza. Síntese histórica do livro; 1972.) 1.3. Pergaminho O couro e a pele de diversos animais são também suportes antigos da escrita, tanto no Oriente como entre os gregos, mas o pergaminho é absolutamente outra coisa. As peles eram lavadas, secas, estiradas, estendidas no chão, com o pêlo para cima, cobertas com cal viva no lado da carne; depois se pelava o lado do pêlo, empilhavam-se as peles num barril cheio de cal; por fim, lavavam-se consoante o corte pretendido. O pergaminho era simultaneamente um material mais sólido e mais flexível que o papiro, e permitia que se raspasse e apagasse. Muito antes da indústria de pergaminho ter florescido em Pérgamo, nos anos 187 e 158 a.C. fundada pelo rei Eumenes II, esta pele já havia sido usada, desde a mais remota Antiguidade, pelo homem primitivo, conforme assinala Plínio, em sua História Natural. Naquela época o pergaminho não tinha a utilidade de quando foi industrializado em Pérgamo. O seu desenvolvimento foi conseqüência da necessidade de substituir o papiro como material de escrita, pois não mais satisfazia as exigências da evolução do livro, que abandonava o rolo pelo códex. No início o uso era pequeno, mas com o passar do tempo houve um aumento de sua utilização para o uso da escrita, chegando até a escassez. Diante dessa interdição, que iria paralisar o trabalho dos copistas ou escribas, contratado para atender as encomendas da Biblioteca do reino, foi que Eumenes II resolveu dedicar-se à fabricação de pergaminho, que em pouco tempo chegava à industrialização. 17 Os mais antigos monumentos em pergaminho, atualmente existentes, datam do III século de nossa era: são uma “República”, de Cícero, e um “Virgílio”, ambos da Biblioteca Vaticana. Do IV ao XVI séculos, Maurice Prou afirma que o pergaminho foi o material mais empregado na escrita; na França, do século IX ao XII séculos, é apenas o pergaminho que se emprega nos livros e atos. O pergaminho foi sempre material de preço elevado.Essa circunstância explicaria, segundo os autores, o fenômeno dos “palimpsestos”, isto é, manuscritos em que o texto primitivo foi raspado, a fim de servir novamente para a escrita (“palimpsesto” significa “raspado de novo”). É a mesma necessidade de economizar pergaminho que dará nascimento ao que hoje constitui a tortura dos paleógrafos, isto é, o sistema de abreviações da Idade Média. Da mesma forma, as informações sobre o preço do pergaminho, embora dificilmente avaliável em moeda atual, demonstram que era elevadíssimo em comparação com os de outros bens de consumo. O pergaminho foi escrito, como o papiro, de um lado só, até que se descobriu ser perfeitamente possível fazê-lo nas duas faces. Enquanto a escrita era realizada apenas no reto, o pergaminho era enrolado, como o papiro, constituindo o “volumen”. A escrita no reto e no verso vai dar nascimento ao “códex”, isto é, ao antepassado imediato do livro.Com ele revoluciona-se o aspecto da matéria escrita e o das bibliotecas. “Códex”, na definição de Rouveyre, “é o nome dado aos manuscritos cujas folhas eram reunidas entre si pelo dorso e recobertas de uma capa semelhante a das encadernações modernas. É na realidade o livro quadrado e chato, tal como ainda hoje o possuímos”. A Idade Média, chamada a era do obscurantismo ou a noite de milênios, foi, realmente a idade da acumulação do saber, porque o longo processo da cultura,imortalizado no livro,se teve origem bem antes da nossa era,foi nela que alcançou o seu fundamento,e culminou com a presença do Renascimento, a maior revolução da humanidade, até então.Foi na Idade Média que o pergaminho, o elemento precioso para intensificar a circulação do livro, transformou Paris no mercado mais importante da Europa. (Mello, José Barboza. Síntese histórica do livro; 1972, p. 95) 18 Precisamos respeitar a importância da preservação e restauração dos materiais manuscritos e impressos ao longo de cada período da história até chegarmos ao livro no formato que o temos hoje, pois tudo isso serve de base para pesquisas e desenvolvimento da tecnologia e os diversos recursos que temos disponíveis em meios eletrônicos atualmente. CAPÍTULO II Neste capítulo oferecemos um panorama sobre a Sociedade da Informação e o processo da Competência Informacional onde ambos destacam a biblioteca e a universidade sendo instituições voltadas para o atendimento das necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral. Destacamos o exemplo de algumas bases de dados diferentes para ilustrar o assunto abordado. Falamos ainda sobre a importância do relacionamento entre o professor e o bibliotecário para que juntos possam participar de forma ativa na produção e divulgação da informação. Utilizamos para construir o texto da pesquisa, o seguinte autor principal referenciado: Waldomiro Vergueiro no livro “Qualidade em serviços de informação da editora Arte & Ciência” (2002), como também o autor Denis Grogan no livro “A Prática do Serviço de Referência da editora Briquet de Lemos” (1995). O livro “Gestão Estratégica da Informação e Inteligência Competitiva”, da autora Elizabeth Braz Pereira Gomes, da editora Saraiva (2005) também foi utilizado, como também o da autora Bernadete Campello com o livro “Biblioteca Escolar: temas para uma prática pedagógica”, da editora Autêntica (2002). 19 2.1. Recursos informacionais de auxílio ao corpo discente e docente Uma das finalidades da biblioteca é o apoio ao pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão, por isso o desempenho eficaz de seus produtos e serviços é fundamental no processo de transferência e democratização da informação, a fim de possibilitar o apoio necessário à produção de novos conhecimentos. O serviço da pesquisa em base de dados referencial, textual e numérica é uma prática muito utilizada em bibliotecas. Estas bases, na sua maioria, contêm informações atualizadas, pois além de referenciarem periódicos, estão disponíveis em linha, tornando o processo muito dinâmico. Atualmente, o volume de informações cresce a uma grande velocidade, fazendo com que haja uma certa dificuldade em organizar e disponibilizar todas estas informações. Existe a necessidade de se difundir rapidamente o maior volume possível de informações em cada área. As bases de dados são um importante meio de disseminar esse conhecimento gerado. Com a ampliação das fontes de referência e a inserção das novas tecnologiasda telemática (telecomunicações e informática) na produção e disseminação destas fontes, ampliou-se a utilização dos novos suportes para armazenamento e distribuição da informação referencial. O bibliotecário precisa conhecer e dominar as tecnologias e aperfeiçoar suas estratégias de localização, seleção, busca e disseminação da informação. GROGAN (1995) diz que pesquisas mostram que os usuários têm dificuldades em elaborar estratégias de pesquisa. Essa realidade, aliada ao medo que o usuário tem de expor suas dificuldades, idéias e dúvidas, criam barreiras para que ele tenha condições de realizar uma pesquisa satisfatória, com a ajuda do bibliotecário de referência. A satisfação/insatisfação do usuário depende muito da postura assumida pela biblioteca. O usuário necessita de uma busca efetiva de informações atualizadas em um 20 espaço de tempo, cada vez mais curtas.Portanto a postura do bibliotecário deve também acompanhar as mudanças e evolução dos seus usuários. A real satisfação do usuário depende da preocupação em planejar adequadamente os produtos/serviços das unidades de informação, pois “o desempenho eficaz das bibliotecas através da otimização organizacional é fator decisivo para a satisfação da demanda dos usuários e democratização da informação”. VASCONCELLOS (1994, P.12) Dentro deste contexto iremos ver algumas bases de dados de diferentes áreas do conhecimento e a diversidade de opções que temos através delas para auxiliar os usuários. 2.1.BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde: Gerência de gestão de informação em Ciências da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde A BIREME é um centro especializado da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), estabelecido no Brasil desde 1967, em colaboração com o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. A BIREME tem como missão contribuir para o desenvolvimento da saúde nos países da América Latina e do Caribe, promovendo o uso da informação científica- técnica em saúde. Com essa missão, a BIREME tem como principais fundamentos que dá origem e suporte à sua existência, o acesso à informação científica-técnica em saúde a qual é essencial para o desenvolvimento da saúde. Procura mostrar a necessidade de desenvolver a capacidade dos países da América Latina e do Caribe, de operar as fontes de informação científica-técnica em saúde de forma cooperativa e eficiente, promovendo o uso e respondendo às demandas de informação em saúde dos governos, 21 dos sistemas de saúde, das instituições de ensino e investigação, dos profissionais de saúde e do público em geral. Ela tem como objetivo, além daqueles que lhe são atribuídos através da resolução dos Corpos Diretivos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a promoção da cooperação técnica em informação científica-técnica em saúde, com os países e entre os países da América Latina e do Caribe (denominada REGIÃO), com o intuito de desenvolver os meios e as capacidades para proporcionar acesso eqüitativo à informação científica-técnica em saúde, relevante e atualizada e de forma rápida, eficiente e com custos adequados. Por tudo isso, tem a responsabilidade de promover a construção, o desenvolvimento e a operação descentralizada da Biblioteca Virtual em Saúde (denominada BVS), a qual é uma base do conhecimento científica-técnica em saúde, registrado, organizado e armazenado em formato eletrônico nos países da REGIÃO, disponível de forma universal em Internet e de forma compatível com as principais fontes de informação internacionais. Outro compromisso da BIREME é desenvolver o Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (denominado SISTEMA), levando-se em conta a integração e a participação ativa e cooperativa de instituições, unidades de instituições, bibliotecas, centros de documentação e agentes que são produtores, intermediários e usuários de informação científica-técnica em saúde nos países da REGIÃO para a construção, desenvolvimento e operação da Biblioteca Virtual em Saúde O SISTEMA é implantado a nível nacional através de redes ou sistemas nacionais de informação em ciências da saúde, desenvolvendo no Brasil através da Rede Brasileira de Informação em Ciências da Saúde, que opera de forma descentralizada e na qual, os integrantes assumem diferentes níveis de participação em atividades cooperativas.Através da BVS, a BIREME cria, aperfeiçoa e dissemina as mais variadas fontes de informação científica-técnica em formato eletrônico e outros suportes com o objetivo de atender às necessidades de publicação, preservação, acesso e uso de informação dos governos, dos sistemas de saúde, das instituições de ensino e investigação, dos profissionais da saúde e do público em geral. 22 Outra atribuição da BIREME é a de coordenar, operar e promover o controle bibliográfico, a divulgação, a avaliação e o melhoramento da literatura científica-técnica publicada em papel e em formato eletrônico nos países da REGIÃO, a qual deverá ser indexada nas bases de dados do Sistema LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), que incluem a base de dados nacionais que representam a memória da literatura científica-técnica dos países e as bases de dados especializadas, produzidas e operadas pela OPAS e pelos países. É sua responsabilidade também implantar um acesso amplo, rápido e cooperativo à literatura científica internacional, publicada em papel ou em formato eletrônico, desta forma estimulando o desenvolvimento e uso compartilhado de coleções de literatura científica- técnica através das redes e associações de bibliotecas e centros de documentação nos países da REGIÃO. Através da BVS, promove também a pesquisa, o desenvolvimento e a disseminação de fontes de informação científica-técnica para atender às demandas de informação das comunidades específicas de usuários, como são, por exemplo, as autoridades, políticos, legisladores e administradores de saúde, pesquisadores, professores e estudantes, médicos e paramédicos, agentes comunitários, meios de comunicação e o público em geral. Com isso, realizam o controle de referência dos produtores, usuários e atividades relacionadas com saúde da REGIÃO através da operação descentralizada, na BVS, de diretórios atualizados de instituições, especialistas, cursos, eventos, grupos de interesse, etc. Através da BVS, as bases de dados factuais e numéricas produzidas e operadas em Internet pelos sistemas nacionais de informação em saúde são disseminadas. Dizemos que uma base de dados é factual e numérica quando armazenam informações estatísticas, numéricas, séries cronológicas, outro tipo de informação numérica ou alfanumérica.Através também da BVS é disseminado sites em Internet operados pelos países da REGIÃO que contenham informação científica-técnica em saúde. Dentro da área de saúde existe o vocabulário controlado chamado Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que coordena o desenvolvimento e atualização da terminologia relacionada com as ciências da saúde, a qual deve ser organizada e disseminada em português, espanhol e inglês. 23 Também é responsabilidade e compromisso da BIREME, pesquisar, desenvolver, manter e disseminar instrumentos metodológicos baseados em tecnologias de informação avançadas e apropriados às condições dos países da REGIÃO, visando à operação descentralizada e eqüitativa de fontes de informação na BVS, integrando as bibliotecas e centros de documentação emsaúde dos países da REGIÃO na operação destas bibliotecas virtuais, incluindo a disponibilização de seus produtos e serviços de informação para as comunidades não conectadas à Internet. Com a importante função de contribuir para o desenvolvimento de recursos humanos nos países da REGIÃO, a nível gerencial e técnico, com o intuito de dominar as tecnologias e metodologias estratégicas para proporcionar o a acesso à informação em saúde, promovendo intercâmbio de experiências e iniciativas internacionais em informação científica-técnica em saúde entre os integrantes do SISTEMA, os produtores e os usuários da BVS, desenvolvendo assim atividades cooperativas. 2.2.Sistema Braille Virtual Diante de uma variedade de bases de dados, uma que me chamou a atenção foi a do Sistema Braille, pois nela é indicado o projeto de transmissão de conhecimentos e proposta de aprendizagem do Braille, via internet, que é um curso on-line, aberto, público e gratuito, destinado à difusão e ensino do sistema para pessoas que vêem, baseado em animações gráficas, como o projeto da Faculdade de Educação da USP, o site deve ser visitado e difundido pela sociedade de um modo geral : www.braillevirtual.fe.usp.br. O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas.Foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier. Atualmente o sistema utilizado em todo o mundo é o mesmo que Louis Braille desenvolveu em 1837. 24 O cego enfrenta a dificuldade de não encontrar com facilidade pessoas que conhecem e dominam o sistema, dificultando sua comunicação escrita. Nesta base de dados a proposta é justamente esta, onde as pessoas que vêem poderão rapidamente aprender o sistema e estabelecer uma comunicação mais completa com os deficientes visuais a partir do método disponibilizado, tendo acesso ao curso, sua metodologia, o sistema e muitas outras novidades. A Profª Antonieta Kanso, uma entusiasta da matemática, criou uma proposta de aprendizagem em Braille, um meio de aprender álgebra e conhecimentos matemáticos com a BRAIMATECA. É um recurso de sua patente e criação que utiliza materiais simples e tecnologia artesanal, podendo se tornar um meio acessível para crianças e jovens cegos aprenderem dentro de um processo educativo inclusivo. Podemos ter mais informações sobre este trabalho através do endereço: antokanso@hotmail.com Há ainda um outro site para informações sobre softwares, leitores de tela, ampliadores, leitores de texto, software para celular e palm top, impressoras Braille, linhas Braille, máquinas Braille, relógios Braille, relógios falantes, binas falantes, e outros recursos de tecnologia de ponta dedicadas para deficientes visuais, vale a pena entrar no site sugerido, verificar e difundir a proposta de patrocínio para máquinas Braille para crianças cegas de baixa renda, visando seu processo de alfabetização. O site é: www.laramara.org.br; Outro site que difunde livros falados é: www.fundacaodorina.org.br. Mediante a necessidade de um acesso socializado, democrático e que abre os caminhos para um maior acesso à informação, garantindo os direitos à comunicação, através da Internet para todos os cidadãos e cidadãs brasileiros, existe o site de Acessibilidade Brasil, onde há diversos sites que já foram avaliados e ajudam e aprimoram a acessibilidade de sites governamentais e outros, o endereço é: www.acessobrasil.org.br Algo que me chamou a atenção dentro da questão de acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais foi a atitude do Centro Universitário SENAC- Campus Santo Amaro, Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823, São Paulo, SP; pela atitude de respeito e promoção de condições de acessibilidade para as pessoas cegas. A biblioteca, que é considerada uma das maiores da América Latina, com seis mil metros 25 quadrados de área e mais de cem mil itens, onde se garante o acesso por rampas e elevadores. Há ainda neste local o ESPAÇO BRAILLE, que oferece treinamento completo em informática para pessoas com deficiência visual. O site para acesso é: www.sp.senac.br/ensinosuperior. 2.3. PORTAL DA CAPES A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) desempenha um papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todo o país dentro do campo da educação, ciência e tecnologia.Com o compromisso de apoiar ações inovadoras, sempre buscando aperfeiçoar a formação acadêmica, desenvolvimento da graduação, ensino e pesquisa no Brasil sendo uma instituição comprometida, séria e cumprindo o seu papel de aperfeiçoar cada vez mais o nível do nosso país. Foi criada em 1951, com o objetivo de assegurar a existência de pessoal especializado em qualidade e quantidade para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados, visando o desenvolvimento do país. Nesse período o nosso país estava passando por um momento histórico, início do governo de Getúlio Vargas, com o objetivo de se ter uma nação desenvolvida e independente na industrialização, surge a necessidade de se formar especialistas e pesquisadores nas mais diversas áreas do conhecimento. Parte dos documentos e bases de dados presentes no portal de periódicos da CAPES/MEC, que é restrito a 163 instituições brasileiras com ensino de pós-graduação, pode ser livremente acessada a partir de fevereiro de 2006.Isto foi anunciado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo o ministro, um dos objetivos da iniciativa é integrar a política de concessão de bolsas de pós-graduação com as engenharias e a política industrial, tecnológica e de comércio exterior (Pitce). O livre acesso ao portal de periódicos da Capes poderá melhorar ainda mais o posicionamento do país no ranking da produção científica internacional. O Brasil responde hoje por 1,8% da produção internacional de conhecimento, em comparação ao percentual de 1,5% registrado em 2002. O portal hoje é respeitado como um instrumento importante da produção científica. O número de 26 periódicos na área de engenharia aumentou em 232%. Durante os últimos cinco anos, aumentou o número de periódicos e de acessos, em 2000 eram 1.800 publicações disponíveis e 9.000 acessos diários, sendo que em 2005 esses volumes passaram para 9.500 publicações disponíveis e 80 mil acessos diários. As faculdades, universidades privadas, escolas técnicas, instituições de ensino e pesquisa, secretarias estaduais e municipais de educação, ciência e tecnologia, meio ambiente e saúde, professores e estudantes de pós-graduação passam a ter livre acesso a 1.050 publicações nacionais e internacionais. Através do portal, é possível acessar bases de dados de instituições brasileiras e estrangeiras, em diferentes áreas, como a Embrapa, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e dos escritórios de patentes da União Européia e dos EUA.O portal de acesso livre de periódicos da Capes está disponível para todo cidadão que tiver acesso à rede mundial de computadores. O endereço do site é: www.acessolivre.capes.gov.br O portal de acesso livre da CAPES disponibiliza periódicos com textos completos, bases de dados referenciais com resumos, teses e dissertações, estatísticas e outras publicações de acesso gratuito na Internet selecionados pelo nível acadêmico de importantes instituições científicas, profissionais, órgãos do governo e internacionais. 2.4. Portal daPesquisa – DOTLIB Com o objetivo de facilitar o acesso às bases de dados das principais editoras internacionais, a Dotlib Informação Profissional criou o Portal da Pesquisa. O serviço permite pesquisar sobre vários assuntos, em diferentes fontes ao mesmo tempo, ou também pesquisar direto nas revistas e periódicos mais importantes em cada área. Para facilitar e se ter uma melhor busca através desta ferramenta elaboraram um manual com instruções baseadas nos navegadores Netscape ou Internet Explorer. O acesso ao Portal da Pesquisa só pode ser realizado através de instituições e usuários cadastrados.Na hora de acessar o Portal o nome da instituição aparecerá na 27 página principal em formato de link e em seguida estará autorizado a acessá-la. O Portal da Pesquisa não é uma base de dados não é um programa e sim uma publicação específica com artigos em “abstracts” (resumos) e “full texts” (textos completos). Para acessá-lo fora da instituição é necessário conectar-se usando usuário e senha e ter esta permissão por parte da instituição, a qual é o seu IP (Internet Probable) que significa a sua identidade. O primeiro acesso no qual o usuário tem contacto é com o modo “Pesquisa Simplificada”, onde se tem acesso a várias bases de dados em uma única busca, essas bases por sua vez estão agrupadas por áreas onde se escolhe a área de interesse na opção “área a pesquisar”, digitar as palavras de sua escolha em “termos da busca” e clicar em “pesquisar”.É importante digitar todos os termos em inglês, exceto os nomes científicos e termos que forem pesquisados em bases de dados latino-americanas.Há a opção de usar o tradutor, para auxiliar na tradução para a língua portuguesa em resumo ou texto completo. Para que a pesquisa seja mais específica devem-se utilizar os termos “and”, “or” e “not” para acrescentar ou excluir palavras. Após esta etapa tem-se o resultado das bases de dados em forma de link e avançando nas próximas páginas pode-se localizar o registro de onde vem a informação obtida.Neste campo da pesquisa simplificada podemos pesquisar através do título, autor, publicação, resumo, texto completo e idioma. Se escolhermos a opção de registros completos, basta clicarmos em “texto completo” e termos o texto na íntegra. Há ainda a opção para se recuperar um registro, ele salva os registros em formato texto, ou de acordo com a preferência pode-se também imprimir, isto se dará através do navegador de internet que está sendo utilizado, ou enviar os registros selecionados para o endereço de e-mail no campo “destinatário”. É importante saber que as imagens que aparecem no texto não podem ser visualizadas na opção “Pesquisa Simplificada”, pois para se ter à possibilidade de pesquisar em várias áreas simultaneamente tem-se que ter o protocolo Z-3950, o acesso às imagens só será possível na opção “Pesquisa Avançada”. Se o usuário preferir utilizar a opção “bases de dados”, “revistas” e “livros” no menu de pesquisa. Quando clicamos em bases de dados, escolhemos uma área que nos 28 interessa diante das opções que são geradas em “área a pesquisar”, sendo que cada base possui uma interface própria como o “thesaurus” (lista de termos específicos sobre determinado assunto) juntamente com uma espécie de filtragem para delimitar a pesquisa e com isso ficar mais específica. Podemos pesquisar por ano de publicação, por texto completo, resumo, título tendo acesso também a imagens e gráficos. Assim, seguindo estas etapas teremos realizado a pesquisa e em seguida, encerrarmos. 2.5-O que é o Protocolo Z – 3950? Z-3950 é um protocolo de comunicação entre computadores desenhados para permitir pesquisa e recuperação de informação – documentos com textos completos, dados bibliográficos, imagens, multimeios, em redes de computadores distribuídos. Baseado em arquitetura cliente/servidor e operando sobre a rede Internet, o protocolo permite um número crescente de aplicações. E como esse ambiente é muito dinâmico, no qual o protocolo é aplicado, é preciso que a norma seja constantemente analisada e atualizada para proporcionar as mudanças de que os criadores, provedores e usuários de informação necessitam (Moen, 1995). Este protocolo foi desenvolvido a partir da necessidade de um mecanismo que estabelecesse a comunicação entre sistemas de computadores, com isso a NISO (The National Information Standards Organization) estabeleceu um comitê para elaborar um sistema de interoperacionalização de diferentes sistemas de computação com diferentes sistemas operacionais, equipamentos, formas de pesquisa, sistema de gerenciamento de bases de dados, permitindo a recuperação de informação. Os estudos começaram na década de 70 e foram sendo aperfeiçoados até o ano de 1995. 2.6- Sociedade da informação A universidade e a biblioteca são instituições sociais voltadas para o atendimento das necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral, contudo, na sociedade do conhecimento, a biblioteca universitária passa por um momento crucial no que se refere ao seu papel de auxílio e apoio ao processo educacional. Isto se deve, 29 principalmente, aos múltiplos recursos que as novas tecnologias oferecem para atuar no processo educacional. Com o surgimento da internet, a instantaneidade, a efemeridade, a complexidade e a rapidez com que as informações processam e veiculam na rede, dificulta o controle e a qualidade da informação. Isto provoca profundas alterações nos procedimentos de produção, transmissão e uso do conhecimento. Em artigo onde busca contextualizar o Programa Sociedade da Informação no Brasil, Legey (apud Espírito Santo, 2005) sustentam que a geração de conhecimento é um processo que se alimenta de aprendizados, resultantes de experiências e interações, como de informações classificadas, processadas e analisadas, que geram um tipo novo de saber. Isto passa necessariamente pela questão do acesso e uso de informação, o que exige uma ampla circulação e disseminação/comunicação de informação e, conseqüentemente, requer que as bibliotecas revejam seus procedimentos atuais de gerenciamento. Nesta ótica, o modelo tradicional que caracteriza a biblioteca universitária está se tornando insuficiente para atender a demanda. Assim, a sobrevivência da biblioteca e de suas atividades de apoio ao ensino e a pesquisa dependem de uma postura estratégica do administrador da informação, o que implica na percepção, avaliação e adoção de perspectivas diferenciadas para a administração no panorama atual. Podemos dizer aqui que a capacidade de gerar, tratar e transmitir informação com qualidade é a primeira etapa de uma cadeia de produção, que se completa com sua aplicação no processo de agregação de valor a produtos e serviços educacionais. Isto exige um processo de interação constante entre o corpo acadêmico e a biblioteca universitária, pois estes são os principais recursos informacionais que a universidade dispõe para tal fim. Segundo (DECIGI, apud Espírito Santo 2005), designam-se recursos informacionais/educacionais ao conjunto de ações, procedimentos e/ou elementos englobados nas atividades de produção, organização, acesso, comunicação e uso da informação. Uma das práticas bastante significativas neste conjunto é a gestão da informação. 30 O termo gestão da informação significa “(...) o planejamento, a construção organização, a direção, o treinamento e o controle associados com a informação”. Pode agregar tanto a informação, ela mesma, quanto os recursos relacionados, tais como pessoas, equipamentos, recursos financeiros e tecnologia. (DECIGI, apud Espírito Santo 2005).Segundo Gonzalez de Gómez (1999),é de responsabilidade da gestão da informação “(...) o planejamento, a instrumentalização, a atribuição de recursos e competências, o acompanhamento e a avaliação das ações de informação e de seus desdobramentos em sistemas, serviços e produtos”. Visto dessa maneira, podemos equiparar a gestão da informação nas bibliotecas com a gestão de recursos informacionais, sendo a própria biblioteca o recurso informacional e o objeto da gestão que contemple um contexto universitário, onde bibliotecários e professores possam participar de forma ativa e igualitária na produção e divulgação da informação. No ciclo de comunicação da informação, as bibliotecas têm um papel fundamental.A elas cabem, neste ciclo, os papéis de coleta, registro, estocagem e disseminação de informações. Entretanto, a complexidade de armazenamento e a dificuldade do controle bibliográfico são um dos muitos efeitos do binômio das novas tecnologias x produção científica. O impacto das novas tecnologias no processo de comunicação provoca a reordenação dos processos de produção e distribuição de conteúdos, o que requer mudanças nas práticas profissionais com vistas à sua utilização, através de controle bibliográfico, organização e difusão de informações. Este processo nos permite ver a importância da interação entre o corpo acadêmico e o bibliotecário. Entre os principais benefícios da Internet estão: dar acesso a páginas de informação localizada em qualquer lugar do mundo, permitindo o envio e o recebimento de mensagens e arquivos; possui características de aplicabilidade, integração e colaboração, que possibilitam a redução de tempo e espaço, facilitando a forma de aquisição, interpretação e ação sob a informação. O uso da internet e de suas aplicações representou a adoção de inovações para as organizações em diversas situações. Nas organizações educacionais, o seu uso se intensifica a cada dia, fornecendo produtos e serviços de caráter acadêmico, não só à comunidade acadêmica, mas também, ao mercado, permitindo criar, um canal de 31 comunicação dos processos acadêmicos com a comunidade (interna e externa), determinando assim as novas regras do cenário educacional. A diversificação dessas ferramentas e suportes informacionais comprova a importância da informação na contribuição do ensino e no processo crescente de produção, acesso e disponibilidade da informação.Dentro desta realidade é importante visualizar que o gerenciamento dessas tecnologias de informação e comunicação absorve um processo que contempla o uso estratégico da informação em ambiente digital para diversas finalidades. Na área de biblioteconomia não é diferente. A atual realidade requer profissionais com maior domínio em ferramentas de gestão de serviços de informação, desde sua pesquisa, seu tratamento e, principalmente, sua disseminação aos usuários, cada vez mais exigentes e apressados na obtenção de informações pontuais e relevantes, ou seja, a informações exclusivas, eficientes e direcionadas à sua necessidade. Para Vergueiro & Carvalho (2000), as bibliotecas universitárias precisam criar, definir e/ou reestruturar as práticas de trabalhos e métodos gerenciais que passem a responder de maneira rápida e eficiente às demandas da sociedade na qual estão inseridas, bem como às características e necessidades específicas de usuários. (Broady- Preston & Preston, 1999) 2.7-Competência em Informação A ciência da informação parece ter emergido como campo científico a partir da necessidade de socializar a informação científica e tecnológica. Nesse sentido, estamos estudando este processo de comunicação entre os pesquisadores (usuários) e as estratégias possíveis, contribuindo para superá-los, contribuindo para fazer a informação 32 chegar em tempo hábil aos seus usuários. Entretanto, as atividades de informação científica e tecnológica se expandiram para além do campo científico e tecnológico, passando a interessar, também pelo estudo de problemas de comunicação da informação em todos os níveis da sociedade.Neste caso, a informação científica e tecnológica propriamente dita juntou-se a outros tipos de informação tecnológica que representam relevantes insumos à produção de bens e serviços, tais como informações mercadológicas, legais, comerciais, gerenciais, estatísticas e outras. Desse modo, a comunicação da informação coloca-se como processo de troca de mensagens que possui valor econômico, político, social e cultural, representando a objetivação das idéias de racionalização e eficiência predominantes na visão de mundo da sociedade.Por um lado, a efetiva comunicação dessas informações para usuários potenciais na sociedade representa oportunidades de incremento à produção de bens e serviços, criando novas possibilidades de expansão e competitividade para as organizações. Por outro, sua comunicação representa um desafio para os profissionais da informação, aos quais caberia a responsabilidade social de definir estratégias para que a informação possa superar as barreiras que se colocam entre emissores e receptores, no processo de comunicação da informação. É desse desafio de comunicação, relacionamento entre o bibliotecário, alunos e professores que abordamos e percebemos a necessidade de se ter claro a importância da competência em informação. Dentro do que vem a ser competência em informação, destacamos a visão de alguns autores sobre o que vem a ser competência, tais como: Na concepção de Dudziak, a sociedade vem passando por profundas e rápidas alterações que têm se refletido nos mais variados setores. Nossa inserção nos processos de globalização, a proeminência da informática e das telecomunicações, assim como as mudanças que vêm ocorrendo na economia mundial mudaram os parâmetros profissionais que estamos subordinados. Isso tem afetado particularmente a educação, sugerindo a adoção de novos paradigmas educacionais mais adequados a essa nova realidade. Nesse sentido tem crescido a importância do aprendizado significativo, com ênfase na formação totalizante do indivíduo e sua capacitação para lidar com a incerteza e o volume grande de 33 informações disponibilizadas. Busca-se, mais do que nunca a construção do conhecimento enquanto processo.(Dudziak, 2000). Hatschbach afirma que “a influência da informação no mundo contemporâneo não pára de crescer. As ferramentas de acesso a ela se desenvolvem e diversificam não ocorrendo o mesmo com as competências necessárias para sua localização, processamento e utilização. Na educação constata-se a necessidade de um aprendizado contínuo, que desperte a capacidade de análise e auxilie o resgate da cidadania. O trabalho educativo torna-se protagonista de uma sociedade emancipadora e igualitária”.(Hatschbach, 2002). Competência em informação é usualmente descrita como a habilidade em localizar, organizar e utilizar a informação efetivamente para determinados objetivos. Isto é uma capacidade genérica, que ajuda as pessoas a tomarem decisões, resolverem problemas e realizarem pesquisas. A competência em informação também auxilia no sentido do indivíduo chamar para si a responsabilidade do aprendizado contínuo em áreas de interesse pessoal ou profissional.(Bruce, 1997). Belluzzo adota o conceito da Association for College and Research Libraries onde “a habilidade para reconhecer quando existe a necessidade de se buscar a informação, estar em condições de identificá-la, localizá-la e utilizá-la efetivamente para um objetivo específico determinado. É também denominada a alfabetização do século XXI. (Belluzzo, 2001) O cidadão da sociedade da informação sofrea intensificação da circulação de informações, que é a principal característica deste sistema social. A televisão a cabo, vídeo, internet, cd-rom, softwares diversificados, e-mail, chats, tv interativa, DVD são algumas dessas tecnologias que vieram ampliar o acesso à informação, integrando-se aos suportes tradicionais e, muitas vezes, incorporando-os e transformando-os. (Zenha, 2004) (Gould, 1985 citado em Freire, 1987), diz que dentro do sistema em que vivemos, o processo de transferência de tecnologia inclui necessariamente a comunicação da informação, uma vez que a tecnologia representa conhecimento científico, técnico, econômico e cultural que torna possível a concepção; planejamento, desenvolvimento, 34 produção e distribuição de bens e serviços, na sociedade em que vivemos. Esse conhecimento cresce e ganha vida quando é aplicado principalmente por meio de profissionais que tanto têm acesso a estoques de informação quanto conhecem os problemas, necessidades e limitações das pessoas (usuários), as quais esses estoques interessariam (professores e alunos). Assim, a importância dos profissionais da informação para o desenvolvimento das forças produtivas na sociedade contemporânea é decorrente do seu papel de mediador entre estoques e usuários de informação. E para isso, necessariamente, devem-se conhecer os receptores/usuários aos quais a informação se destina, bem como os meios de comunicação mais adequados para sua transmissão. Dentro desta perspectiva, cabe a nós, bibliotecários, sermos facilitadores da comunicação de informação e ferramentas, aproximando produtores/emissores e usuários/receptores da informação, de modo que os recursos disponíveis sejam utilizados por todos os que os recursos informacionais disponíveis sejam utilizados por todos aqueles que necessitam deles. (FREIRE, apud Starec 2005). Diante do que abordamos neste capítulo, podemos sentir que cada vez mais o bibliotecário precisa estar atualizado, atuante e dominando os recursos eletrônicos disponíveis que a cada dia é mais acelerado. Dentro dos exemplos que já foram citados é importante o profissional da informação estar continuamente em um processo de aprendizagem e utilização da mesma, localizando, avaliando e interpretando-os para auxiliarmos os usuários e atingirmos o objetivo proposto. CAPÍTULO III-ELABORAÇÃO DE MATERIAL INSTRUCIONAL PARA DESENVOLVIMENTO DE CULTURA ESPECÍFICA E AUXÍLIO AO USUÁRIO 35 Nesse capítulo falaremos do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), seus objetivos e como foi criado.Daremos ênfase ao trabalho realizado pelo Sistema de Bibliotecas de uma universidade para auxiliar os estudantes neste exame. As referências utilizadas foram sites da Internet e entrevista com a equipe que elaborou o “Programa Complemente sua Formação Geral”. Em 14 de abril de 2004, foi criada a lei nº 10.861, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES, com o objetivo de avaliar a nível nacional as instituições de ensino superior de educação superior, os cursos de graduação e o desempenho acadêmico de seus estudantes. O SINAES tem por objetivo, melhorar a qualidade de ensino superior, orientar e expandir a sua oferta, fazendo com que a instituição seja eficaz na parte acadêmica, social, tendo mais compromisso, responsabilidade social e desta forma valorizando a sua missão de promover os valores da democracia, autonomia e identidade enquanto instituição, respeitando a identidade e a diversidade de instituições e de cursos. O SINAES é formado por três partes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Ele avalia todos os aspectos pertinentes a estas três partes, que são: ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, desempenho dos alunos, a gestão da instituição, corpo docente, as instalações, etc. Ele tem outras formas de avaliação como a auto-avaliação, a avaliação externa – Enade – avaliação dos cursos de graduação e meios de captar informações como censo e cadastro. Todo este trabalho é realizado para se poder visualizar um panorama da qualidade dos cursos e instituições de ensino superior. A avaliação é coordenada e supervisionada pela CONAES – Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior e a operacionalização são feitas pelo INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas. Estes dados obtidos são utilizados pelas IES – Instituição de Educação Superior para avaliar a eficácia da instituição e daí traçar e orientar o governo, estudantes, pais de alunos e público em geral em relação à estrutura e realidade dos cursos e instituições. 36 3.2- ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes Como já vimos, o ENADE é um dos exames do SINAES para substituir o provão a partir de 2004. Todos estudantes do primeiro e último ano de cada curso.Antes o exame que era realizado era obrigatório a todos os estudantes no último ano da graduação, já o Enade avalia através de um sorteio a partir dos alunos inscritos nos cursos, sendo somente para os selecionados de caráter obrigatório, onde o não comparecimento acarreta na suspensão do recebimento do diploma. Agora o sistema passa a fazer a avaliação de três em três anos. O ENADE avalia de forma conjunta onde atribui uma nota à instituição levando em conta não só o desempenho do estudante, mas também a qualidade do curso e a estrutura que é oferecida por parte da instituição. Como foi citado anteriormente, o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, juntamente com uma comissão interna composta por diretores, professores, alunos e funcionários da faculdade irão avaliar o perfil e o compromisso da instituição com a sociedade. Neste ano de 2006, o ENADE vai avaliar 15 cursos: administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, música, formação de professores, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.O INEP está com a expectativa de inscrever 906.950 alunos, sendo 583.190 que estão ingressando e 323.760 que estão concluindo, este universo está distribuído entre 7.833 cursos. As provas serão realizadas no dia 12 de novembro em mais de mil municípios de todo o país. Os alunos que se formarem até o dia 18 de agosto e os que estão cursando atividades curriculares fora do Brasil ficarão dispensados do ENADE. O INEP é responsável em enviar para as universidades as instruções quanto ao cadastramento eletrônico dos alunos que foram selecionados, já os dirigentes das IES são os responsáveis em realizar as inscrições dos alunos e divulgar a lista de candidatos e os locais de prova. 37 Em 2004 e 2005 foram avaliadas as carreiras de: agronomia, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, terapia ocupacional e zootecnia, arquitetura e urbanismo, biologia, ciências sociais, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química. A seguir teremos todo um trabalho que foi desenvolvido através de pesquisa, elaborado através de “clippingns” para atender ao preparo dos alunos a qual são selecionados para realizarem tal exame (ENADE) com o objetivo de terem um bom aproveitamento por ambas as partes envolvidas neste processo de avaliação, este trabalho foi denominado pela diretora do Sistema de Bibliotecas da Univercidade de Programa “Complemente sua Formação Geral”. 3.3. Programa “Complemente sua formação geral” Segundo o relatoda Profª Fátima Raposo, diretora do Sistema de Bibliotecas - UNIVERCIDADE e Colégio Cidade, no intuito de atender exigência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, a Coordenação Acadêmica do curso de Pedagogia e a Direção Geral de Bibliotecas estabelecem metodologia para atender ao parágrafo 4 da Resolução 179, que versa sobre a formação geral do estudante. O produto a ser elaborado pelos alunos do curso (Pedagogia e Biologia) é um clipping (recortes de jornais) sobre os seguintes temas: sociodiversidade, multiculturismo e inclusão; exclusão e minorias; biodiversidade; ecologia; novos mapas sócios e geopolíticos; globalização; arte e filosofia; políticas públicas: educação, habitação, saúde e segurança; redes sociais e responsabilidade: setor público, privado, terceiro setor, relações interpessoais (respeitar, cuidar, considerar e conviver); vida urbana e rural; inclusão/exclusão digital; cidadania; violência; terrorismo; avanços tecnológicos; relações de trabalho. A metodologia a ser empregada resulta de técnicas de pesquisa bibliográfica da área de Biblioteconomia.Os jornais pesquisados têm seus sites abrigados na Internet. 38 O resultado das pesquisas será mostrado em painel a ser montado nas Unidades onde estarão expostas as referências bibliográficas dos temas pesquisados. O usuário que necessitar do material completo (full text) deverá procurar a Biblioteca de sua Unidade. Metodologia 1) Relacionar o tema da pesquisa. Por exemplo: políticas públicas; 2) Consultar os sites dos jornais em formato eletrônico; 2.1) Importante: a recuperação dos artigos será realizada única e exclusivamente em jornais disponíveis em meio eletrônico; 3) Utilizar os metaminers (dispositivos de busca e pesquisa que possibilitam recuperar os artigos de jornais referentes ao assunto escolhido). 3.1) Importante – os jornais oferecem os artigos mais recentes. Uma recuperação sobre determinado assunto feita de forma mais profunda certamente incorrerá em custo para o pesquisador; 4) Localizado o assunto o aluno deverá relacionar os seguintes dados: 4.1) Matéria assinada: autor, título do artigo, nome do jornal, local, data. Seguido de: disponível em: <endereço eletrônico do jornal>. Acesso em “colocar a data”; 4.2) Matéria não assinada: título da matéria, nome do jornal, local, data. Disponível em: <endereço eletrônico do jornal>. Acesso em “colocar a data”; 5) Estes dados descritos no item 4 (quatro) são necessários para que se elabore a “referência bibliográfica” (NBR 6023-ABNT) do artigo; 6) A referência bibliográfica deverá ser separada e relacionada por ordem alfabética dentro do tema proposto; 7) A relação dos temas terá o nome de “Complemente sua formação geral”; 8) A relação dos temas, contendo somente as referências bibliográficas ficará exposta num mural em local de destaque na Unidade; 9) A relação dos temas e as referências bibliográficas deverão ser encaminhadas para a Biblioteca; 10) A Biblioteca abrigará os textos completos dos temas referenciados os quais estarão disponibilizados aos usuários; 39 11) Os textos completos também deverão ficar com a Coordenação do curso; 12) A relação dos temas ficará disponível pelo prazo de uma semana e deverá ser atualizada até que o programa tenha seu final determinado pela Direção acadêmica do Curso de Pedagogia. Dentro do enfoque do Programa “Complemente sua Formação Geral”, destacamos o desempenho do trabalho do bibliotecário em parceria com os professores para atingir o objetivo principal de auxiliar o aluno no sucesso da realização do exame do ENADE. Ficamos satisfeitos, pois os resultados finais foram atingidos e satisfatórios por ambas as partes. É este relacionamento que gera o desenvolvimento e fortalecimento da difusão e utilização da informação adequadamente. CONCLUSÃO O presente trabalho serviu de incentivo para sentir quanto precisamos nos empenhar mais e nos aperfeiçoarmos no nosso trabalho, a fim de que cumpramos o papel fundamental de sermos facilitadores da informação para os usuários Para que a informação educativa cumpra a função de educar, a partir do momento que aprendemos a utilizar os recursos disponíveis para captar as informações que os usuários tanto precisam, estaremos cumprindo uma parte da nossa função e veremos a transformação. Para isso surge a presença do bibliotecário para ser um facilitador entre o professor e a informação para que este objetivo seja alcançado, onde o relacionamento de ambos é fundamental. Sabemos que quem possui informação tem um grande poder de transformar e mudar situações. Neste trabalho foi iniciado desde quando surgiu a informação escrita, através da linda história do livro desde o antigo Egito até os dias de hoje, passando por nossa sociedade que é permeada de informações, mas principalmente focando a biblioteca como uma instituição social voltada para atender e suprir as necessidades da sociedade em geral, sendo uma geradora e facilitadora para utilização 40 dos recursos informacionais disponíveis em diferentes formas e meios diante das novas tecnologias. Falar da informação educativa e dos recursos informacionais abrange o compromisso que temos como profissionais da informação onde foi exemplificado com o relacionamento entre o bibliotecário e o professor. Este relacionamento gera em nossas vidas a responsabilidade e certeza que podemos ajudar no processo de transformação da sociedade, pois a partir do momento que temos conhecimento e o aplicamos, há transformação de mentalidade e comportamento e isso gera mudanças para melhor. O início este trabalho começou com a parte histórica onde tudo se iniciou, a história fascinante do livro e de que forma chegou a nós. Mas o que nos fascina é que não paramos aí, houve mudanças, novas tecnologias de informação, novos recursos, acessos, disponibilidade para tal. O tempo foi passando e não só temos informação no papel, mas nos meios eletrônicos em infinitas formas. Para isso nos chamou a atenção de alguns conceitos como a acessibilidade documentária, onde o autor Antonio Miranda destaca a capacidade que as bibliotecas tem de selecionar, adquirir, organizar e prestar serviços a partir de uma coleção física de documentos, a qual é tradicional chamada de disponibilidade documentária, independente dos recursos financeiros de uma instituição, para isso o bibliotecário cumpre papel fundamental. Destaco a biblioteca como um recurso de informação interativo no processo de educação quando há o relacionamento do professor e bibliotecário para juntos construírem todo o processo da informação chegar até aos alunos e usuários. Outro conceito que destacamos é o da Competência Informacional, onde alguns autores destacam as habilidades ligadas ao uso da informação eletrônica, ressaltando a necessidade de educar os usuários e destacar a necessidade que as bibliotecas universitárias se preparassem para oferecer novas possibilidades de desenvolver nos usuários tais habilidades diante da interação com o ambiente digital. Destacamos a responsabilidade do bibliotecário como um catalisador das mudanças dentro da educação, onde é sempre comentado a função pedagógica da biblioteca de 41 repensar o nosso papel, de se trabalhar de forma cooperativa justamente contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento da função educativa. Na competência informacional surge a questão onde os bibliotecários têm que demonstrar efetivamente a sua capacidade de influenciar positivamente na educação e exemplifica com o serviço de referência, ampliando diretamente o nosso papel na sociedade
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