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04.DIREITO CIVIL SUCESSÕES

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1 
DIREITO CIVIL - Sucessões 
PROF: FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 
 
Também é chamado de sucessão indireta ou por estirpe. 
Em regra, os herdeiros mais próximos excluem os mais remotos, assim, se o sujeito morre e 
deixa filhos, só eles herdam, os netos não. 
O direito de representação é uma exceção a esta regra. 
No direito de representação, o herdeiro de grau inferior, isto é, mais remoto, concorre à 
herança com o herdeiro de grau superior, isto é, mais próximo. 
 
Exemplo de direito de representação: Paulo morre e deixa dois filhos, filho A, vivo, e filho B, 
pré-morto, antes de Paulo. B, tem dois filhos, B1 e B2, netos de Paulo. Como se divide a herança: 
1. metade para o filho A; 
2. metade para os dois filhos de B, sendo 1/4 para B1 e 1/4 para B 2. 
 
Temos, assim, os seguintes personagens: 
- Paulo, que morreu, é o autor da herança. 
- Filho B, que morreu antes de Paulo, é o representado. 
- B1 e B2, filhos de B, são os herdeiros representantes. 
 
Temos, então, herdeiros de grau inferior, os netos, concorrendo à herança com herdeiros de 
grau superior, o filho A. Os netos vão herdar junto com o filho A. Este é o direito de representação, 
que só existe na sucessão legítima, e se baseia na vontade presumida do de cujus. 
 
Na sucessão testamentária não existe o direito de representação. Se o sujeito faz um 
testamento e nomeia dois herdeiros, A e B, e B morre antes do testador, neste caso o filho de 
herdeiro testamentário (premoriente) não herda por representação. 
 
Só há direito de representação: se o representado for premoriente, isto é, tenha morrido 
antes do autor da herança; ou se for comoriente, isto é, tenha morrido junto com o autor da 
herança; ou então for indigno, ausente ou deserdado. 
 
Na deserdação, existem duas correntes no que tange ao direito de representação, que serão 
abordadas em momento oportuno. 
 
Na renúncia não há direito de representação. Se o sujeito morre e deixa dois filhos, A e B. 
Filho B, que está vivo, renuncia à herança. Os filhos do renunciante não herdarão por 
representação. 
 
Para que haja o direito de representação, o representado deve ser descendente ou irmão do 
autor da herança. Exemplo, Paulo morre e deixa os filhos A e B (descendentes), sendo o filho B 
morto antes dele. Os filhos de B herdarão por representação. O representado, premoriente, deve 
ser descendente ou irmão do autor da herança. 
 
Outro exemplo: João da Silva morre sem deixar filhos. Deixou vivo um neto, A e o neto B, 
morto antes dele. O neto B, morto, tinha um filho, que herdará por representação. Assim, metade 
da herança vai para o neto vivo e a outra metade vai para o filho do neto morto. 
 
Também há direito de representação quando o representado é irmão do autor da herança. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL - Sucessões 
PROF: FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
Exemplo: o sujeito morre e deixa como herdeiros dois irmãos vivos, A e B, e um irmão morto, C. Os 
filhos do irmão morto herdam por representação. A herança vai ser dividida em três: 1/3 para A, 
1/3 para B e 1/3 para os filhos de C. 
 
Se o sujeito morre e deixa como herdeiros primos, só os vivos herdarão. Exemplo, sujeito 
morre e deixa como herdeiros os primos A e B vivos, e C, já morto. A herança se divide entre os 
primos A e B. Filho de primo morto não herda por representação. 
 
Outro exemplo: sujeito morre e deixa dois sobrinhos vivos, A e B, e C, morto, que tem um 
filho. Herdarão A e B, filho de sobrinho não herda por representação. 
 
Na representação, o representado deve ser descendente do autor da herança ou irmão do 
autor da herança. 
 
Outro requisito para que haja direito de representação é que o representante seja 
descendente do representado. 
 
Por exemplo, voltando ao exemplo de Paulo, acima, metade da herança fica para o filho A e a 
outra metade para B1 e B2. Os representantes, B1 e B2, são descendentes (filhos) de B. O 
representante, ou seja, aquele que vai herdar, deve ser descendente do representado, isto é, 
aquele que não vai herdar porque já morreu. 
 
No caso de irmãos: se o sujeito morrer e deixar dois irmãos vivos, A e B e um morto, C. O 
irmão C, por sua vez, tinha um filho C1, também morto, que tem um filho, C2. Como se divide a 
herança? A herança só se divide entre o irmão A e o irmão B. Neto de irmão não herda por 
representação. Só herda por representação filho de irmão morto. Essa questão sempre cai. 
 
Se no exemplo acima, o filho C1 estivesse vivo, aí sim haveria direito de representação, 
ficando a herança dividida assim: 1/3 para o irmão A, 1/3 para o irmão B e 1/3 para o filho de C, C1. 
 
No tocante ao descendente do autor da herança: o sujeito morre e deixa o filho A vivo e o 
filho B, que morreu há muito tempo. Esse filho B tinha um filho, B1, também morto, e B1 tinha um 
filho vivo, B2. O sujeito que morreu deixou um filho vivo e um bisneto. Metade da herança vai para 
o filho A, vivo e a outra metade para seu bisneto, B2. 
 
Outro exemplo: se o sujeito morre e deixa um filho vivo. Havia outro filho morto há muito 
tempo, que não deixou filhos, mas tem uma mulher e sua mãe, vivas. Toda a herança vai para o 
filho vivo, pois só herda por representação descendente do representado. Esposa de filho não 
herda por representação. 
 
EFEITOS DA REPRESENTAÇÃO 
 
Os representantes herdam aquilo que o representado herdaria se estivesse vivo. 
Exemplo: sujeito morreu e deixou dois irmãos bilaterais, A e B. deixou também um irmão C, 
unilateral (só por parte de pai ou mãe), já morto há muito tempo. Este irmão deixou um filho, C1. A 
herança será dividida em 40% para A, 40% para B e 20% para C1, porque se C estivesse vivo, 
herdaria somente 20%. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL - Sucessões 
PROF: FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
 
Os irmãos unilaterais herdam somente metade do que herda um irmão bilateral. 
 
Os quinhões de quem herda por representação, não respondem pelas dívidas do 
representado, mas apenas pelas dívidas do autor da herança. Por exemplo, Paulo morreu e deixou 
filho A vivo e filho B, morto, com dois filhos, B1 e B2, que herdarão no lugar de B. O que B1 e B2 
herdarem, não responde pelas dívidas de B, representado. Isso se dá porque a herança nunca 
chegou a pertencer a B. 
 
Quem renuncia à herança de uma pessoa, pode representar essa pessoa na sucessão de 
outra. Por exemplo, filho renuncia à herança do pai; posteriormente, falecendo o avô, este filho 
poderá herdar representando seu pai. 
 
No direito de representação, o imposto causa mortis incide uma única vez, porque a 
herança é transmitida do autor da herança para o representante. O representado não chega a 
adquirir esta herança. No exemplo de Paulo, há transmissão deste para B1 e B2, porque o filho B já 
estava morto antes, nada herdou. A herança passa direto do autor da herança para os 
representantes. 
 
O representante deve colacionar as doações que o representado recebeu do autor da 
herança. Assim, os netos, quando herdam por representação, são obrigados a trazer à colação, 
ainda que não haja herdado estes bens, os bens doados ao pai pelo avô. No exemplo de Paulo, caso 
em vida ele tenha feito doações para o filho B, que morre. B1 e B2 deverão trazer à colação, ao 
inventário os bens doados por Paulo para B, pois toda doação feita por Paulo deve ser colacionada, 
isto é, descontada. Se em vida recebeu bens do autor da herança, ainda que B tenha gastado tudo e 
seus filhos não tenha usufruído destes bens, deverão ser colacionados. 
 
Não confundir direito de representação com sucessão por transmissão. A sucessão por 
transmissão ocorre na posmoriens, “morte depois”, portanto, quando o herdeiro morre após a 
abertura da sucessão. Por exemplo,Paulo morreu e deixou dois filhos vivos, A e B. Uma semana 
depois, morre B, isso é a pós-moriência. Nesta há duas transmissões, com incidência de imposto 
causa mortis, quando a herança passa por B e quando passar de B para seus filhos. Essa sucessão 
por transmissão existe tanto na sucessão legítima quanto na testamentária e beneficia qualquer 
tipo de herdeiro. 
 
Por exemplo, sujeito tem dois herdeiros testamentários, A e B. Um mês depois B morre. B já 
havia adquirido a herança, pelo princípio da saisine. Assim, os herdeiros de B adquirirão esta 
herança, quaisquer que sejam estes herdeiros, primos, colaterais etc. 
 
Na sucessão por transmissão, quem herda por transmissão responderá pela dívida do 
transmitente e pelas dívidas do autor da herança. Por exemplo, Paulo morreu e deixou vivos dois 
filhos, A e B. Uma semana depois morre B, que passa a herança recebida para seus filhos. Essa 
herança responderá pelas dívidas de B, transmitente, e pelas dívidas de Paulo, autor da herança, e 
há incidência de dois impostos. 
 
Assim, a sucessão por transmissão se dá na pós-moriência; de seu turno, o direito de 
representação se dá na premoriência, comoriência, indignidade ou deserdação. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL - Sucessões 
PROF: FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS 
 
O direito de representação só existe na sucessão legítima. Já a sucessão por transmissão 
existe na sucessão legítima e na testamentária. 
 
No direito de representação, o representado tem que ser descendente ou irmão do autor da 
herança. Já a sucessão por transmissão beneficia qualquer tipo de herdeiro, inclusive legatários. 
 
No direito de representação só há uma transmissão, só há um imposto causa mortis, pois a 
herança vai direto do autor da herança para o representante. Na sucessão por transmissão, há 
incidência do imposto por duas vezes. 
 
Quem herda por representação não responde por dívidas do representado, só responde por 
dívidas do autor da herança. Quem herda por transmissão responde pelas dívidas do autor da 
herança e do pós-moriente também, porque a herança chegou a pertencer a este.

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