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Parasitologia resumo

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FACULDADE SUDOESTE PAULISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DE VIDA E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DOS 
PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS 
 
 
 
 
 
2015 
PROFESSORA DOUTORA KARINA PONSONI 
ITAPETININGA 
MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 
BIOMEDICINA 
4º TERMO 
NOTURNO 
 
 
 
MARÍLIA RODRIGUES SILVA – RA: 010718 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DE VIDA E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DOS 
PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS 
 
 
 
 
 
ITAPETININGA 
2015
Trabalho apresentado à disciplina de 
Parasitologia, do curso de Biomedicina, 4º termo, 
período noturno, da Faculdade Sudoeste Paulista. 
 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Ponsoni 
3 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 
PROTOZOÁRIOS ........................................................................................... 5 
Giardia lamblia ............................................................................................. 5 
Entamoeba histolytica .................................................................................. 6 
HELMINTOS ................................................................................................... 8 
Trematoda - Schistosoma mansoni ............................................................. 8 
Cestoda – Taenia ...................................................................................... 11 
Ascaris lumbricoides .................................................................................. 12 
Ancylostoma duodenale e Necator americanus ......................................... 14 
Enterobius vermicularis ............................................................................. 15 
Trichomonas vaginalis ............................................................................... 17 
Strongyloides stercoralis ............................................................................ 18 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ................................................................ 19 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 22 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
Os parasitos intestinais, conhecidos como enteroparasitores, são assim 
denominados porque possuem como habitat o intestino grosso ou delgado do 
hospedeiro humano. Esse tipo de relação é sempre desarmônica, por gerar prejuízos 
ao hospedeiro, sendo ou não acompanhada de manifestações clínicas responsáveis 
pela identificação da presença de tal, o que na maioria das vezes só acontece com o 
desequilíbrio hospedeiro-parasito, onde fatores inerentes ao agressor acabam por se 
tornar maiores que os mecanismos de defesa do hospedeiro, caracterizando a doença 
parasitária. 
O número de casos chega a um terço da população de países 
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, por conta da precariedade no saneamento 
básico - principal motivo para a transmissão do agente infeccioso - pela precariedade 
do sistema de saúde pública e os aspectos socioeconômicos, que também permitem a 
disseminação de diversas doenças (ROSA, 2011). No mundo cerca de 3,5 bilhões de 
pessoas são hospedeiros assintomáticos de enteroparasitores e deles, 450 milhões já 
desenvolvem a doença, que é mais frequente em crianças pela falta de higiene e 
mecanismos de defesa menos eficazes (BELLOTO et al, 2011), podendo gerar a morte 
em imunodebilitados e causar desnutrição, diarreia e afetar o desenvolvimento físico e 
mental do hospedeiro. 
Tem-se como principais parasitores intestinais os Protozoários e Helmintos, 
que geram as protozooses e as helmintíases, respectivamente, sendo chamado de 
monoxênico o ciclo de vida dos animais que possuem apenas um hospedeiro para 
completar seu desenvolvimento e de heteroxênico o ciclo de vida daqueles com mais 
de um hospedeiro (NEVES, 2006). É importante a distinção do ciclo biológico de cada 
espécie para possibilitar o pedido de diagnostico laboratorial adequado de acordo com 
a suspeita, sabendo-se que não existe um método capaz de detectar todas as doenças 
causadas por enteroparasitores já que cada animal tem peso e sobrevida diferente, mas 
os mais abrangentes e utilizados rotineiramente são os métodos de sedimentação 
espontânea e os métodos de centrifugação, já que os demais são mais específicos 
(FERREIRA, 1996; NEVES, 2005; REY, 2011). 
 
5 
 
PROTOZOÁRIOS 
Giardia lamblia 
São flagelados e pertencem a família Hexamitidae, ordem Diplonadida, classe 
Zoomastigophora, subfilo Mastigophora e filo Sarcomastigophora, sendo mais frequente 
em locais com climas temperados e zonas tropicais, por isso a alta incidência no Brasil. 
É muito conhecido por ser a causa mais frequente de diarreia em crianças menores de 
5 anos e pessoas com baixa quantidade de anticorpos no sangue, o que as torna mais 
suscetíveis a infecções. 
O trofozoíto, fase ativa do parasito, pode medir 20 µm x 10 µm e tem 
cariossoma em posição central em seus dois núcleos, que ficam próximos aos corpos 
medianos e ao disco ventral, caracterizando bem sua estrutura ao visualiza-lo 
juntamente de seus quatro pares de flagelos. No estado infeccioso, chamado de cisto, 
mede 12 µm x 8 µm, tem fibrilas e pode ter de 2 a 4 núcleos, podendo conservar a 
vitalidade do parasito na água por dois meses ou mais. 
O ciclo biológico deste parasito é monoxênico direto, ou seja, só necessita de 
um hospedeiro para completa-lo, no caso o ser humano, que adquire o cisto do 
protozoário via oral. Ao chegar a luz estomacal, pelo contato com enzimas digestivas no 
meio ácido existente, inicia-se o desencistamento e a colonização se dá no duodeno e 
jejuno pelos trofozoítos. Essa região é a mais atingida pela parasitose, já que também 
é onde ocorre a multiplicação dos trofozoítas através da divisão binária longitudinal, 
originando novos trofozoítas que migrarão até o intestino grosso, onde o pH e a 
concentração de enzimas e sais desencadeia o mecanismo de encistamento, para que 
o cisto seja eliminado nas fezes e complete o ciclo (MALTEZ, 2002; NEVES, 2005). 
Resumidamente, tem-se o ciclo de vida da Giardia lamblia esquematizado a seguir. 
 
Figura 1. Esquema do ciclo de vida da Giardia lamblia 
6 
 
 
Ao se aderir às microvilosidades do intestino delgado, através do seu disco 
ventral, lesiona a mucosa e causa inflamação, que impede a absorção de nutrientes no 
local e gera um volume excessivo de gordura nas fezes, chamado de esteatorreia 
(MALTEZ, 2002). Também causa perda de peso, irritabilidade, náuseas e vomito, mas 
na maioria das vezes é assintomático, liberando cistos nas fezes por um longo período 
de tempo. Tal protozoose é também chamada de “doença dos viajantes” por ser comum 
a transmissão para turistas que visitam locais com saneamento inadequado, visto que 
o contágio se dá por agua e alimentos contaminados com fezes carregadoras de cistos 
ou pelo mecanismo mão - boca, em locais onde a higiene é precária. 
O diagnóstico laboratorial dependerá da forma em que as fezes se encontram, 
sendo utilizado os métodos Direto ou Hematoxilina férrica para fezes liquefeitas e o 
método de Faust ou até mesmo testes imunológicos para fezes sólidas. 
 
Entamoeba histolytica 
São as amebas, pertencentes a família Entamoebidae, ordem Aemoebida, 
classe Lobozia, superclasse Rhizopoda, subfilo Sarcodina e filo Sarcomastigophora, 
sendo a mais estudada por ser uma importante causa de morbimortalidade no humano 
(NEVES, 2005). Assim como a Giardia lamblia, sua alta incidência em regiões tropicais 
se une ao fato de existirem condições sanitárias precárias nesses locais, o que contribui 
para adisseminação (DOURADO, 2006; SILVA, 2005). 
Possui quatro fases, sendo elas: trofozoíto, pré - cisto, cisto e metacisto. O 
trofozoíto se diferencia de outras espécies de amebas por conter o citoplasma divido 
em endoplasma e ectoplasma, com o primeiro granular e o segundo claro e hialino, pode 
chegar até 60 de tamanho e possui o cariossoma pequeno e central no núcleo. A fase 
pré – cisto é intermediária entre trofozoíto e cisto, tendo forma mais oval e menor que o 
trofozoíto. O cisto da Entamoeba histolytica contém quatro núcleos, é esférico ou oval e 
pode chegar até 20 µm de tamanho com a presença de corpo cromatóide. A fase 
metacisto é a que emerge do cisto e dá origem ao trofozoíto, sendo multinucleada. 
O ciclo biológico é monoxênico, onde o hospedeiro humano adquire o parasita 
via oral através da ingestão de cistos, que passam pela barreira gástrica no estomago, 
onde ocorre o desencistamento e a saída do metacisto, dando origem a oito trofozoítos 
após sofrer diversas divisões binárias, e chegam a luz intestinal. Seu habitat é o intestino 
7 
 
grosso, onde o trofozoíta invade a submucosa intestinal e provoca ulcerações por se 
multiplicar de forma exacerbante através de divisão binária, se alimentando de hemácias 
por fagocitose, ou seja, é hematófago. Após passar por processos de desidratação e 
liberação de substâncias, o trofozoíto se desenvolve a pré – cisto, se tornando cisto 
assim que ocorre a secreção da membrana cística, e dependendo da existência de 
diarreia ou não, tem-se a eliminação do trofozoíta ou do cisto nas fezes, 
respectivamente (NEVES, 2005). A amebíase, doença causada pela Entamoeba 
histolytica, pode se desenvolver também de forma extra intestinal, se aderindo ao 
fígado, ao pleuro pulmonar, ao cérebro e até mesmo a pele (DOURADO, 2006). 
Resumidamente, tem-se o ciclo de vida da Entamoeba histolytica esquematizado a 
seguir. 
 
Figura 2. Esquema do ciclo de vida da Entamoeba histolytica. 
 
A amebíase se divide em sintomática e não sintomática, se sendo a segunda 
responsável por 80% dos casos e só pode ser identificada com o encontro de cistos no 
exame de fezes. O tipo sintomático tem subdivisões, mas generalizadamente as 
principais manifestações clínicas se dão por crises diarreicas, fortes dores na região 
abdominal, perfurações no intestino, graves desidratações e ocorrência de muco e 
sangue nas fezes (DOURADO, 2006). 
 Para realizar o diagnóstico laboratorial é importante visualizar se as fezes estão 
liquefeitas ou sólidas, utilizando o método de centrifugo-flutuação ou sedimentação 
espontânea no primeiro caso e a técnica de hematoxilina férrica no segundo caso. As 
técnicas imunológicas são utilizadas especialmente para casos extra intestinais pois o 
exame parasitológico pode ser negativo. 
8 
 
HELMINTOS 
Com espécies de vida livre e também parasitária, são chamados de triblásticos 
por possuírem um terceiro folheto embrionário, o mesoderma, fato que os reúne no 
grupo Bilateria, de animais com simetria bilateral, importantíssima para o início da 
cefalização. Os Anelídeos são chamados de celomados porque são animais triblásticos 
que possuem celoma, uma cavidade que serve de espaço para as vísceras, já os 
animais que não possuem essa cavidade são chamados de acelomados, como os 
Platelmintos, e os que possuem uma cavidade, mas sem o revestimento característico, 
são chamados de pseudocelomados, como os Nematelmintos, sendo esse o principal 
fator que os diferencia. O cladograma abaixo mostra a ordem evolutiva desses animais. 
 
Os Platelmintos são conhecidos como vermes chatos por possuírem o corpo 
achatado dorsoventralmente e estão divididos em quatro classes, sendo duas delas 
importantes parasitas. Não possuem nenhuma outra cavidade além do tubo digestivo e 
o transporte de substâncias é feito por difusão em pequenas distancias, justificando o 
fato de serem sempre achatados ou muito pequenos (CORGOSINHO, 2010). 
 
Trematoda - Schistosoma mansoni 
A classe Trematoda é de grande importância médico-veterinária, pois nela 
encontra-se o, agente etiológico da esquistossomose, uma grande endemia tropical. Os 
vermes dessa classe possuem o corpo não segmentado, ventosa e, como outras 
classes dos Platelmintos, tem a epiderme modificada chamada de tegumento, uma 
estrutura caracterizada por várias camadas, fornecendo uma barreira mais eficiente 
contra as defesas do hospedeiro. 
9 
 
S. mansoni ocorre na África, América do Sul e Antilhas, condicionada 
geograficamente pelo habitat de algumas espécies de moluscos de água doce, que são 
os hospedeiros intermediários desse parasito e, no Brasil, existem mais de seis milhões 
de indivíduos infectados (REY, 2011). A espécie diferencia-se por possuir sexos 
separados e dimorfismo sexual, principalmente, sendo a fêmea maior (de 1,2 a 1,6 cm), 
de corpo cilíndrico e mais fino, com coloração acinzentada pela ocorrência de enzimas 
digestivas de sangue em seu tubo digestivo, e o macho com comprimento de 0,6 a 1,4 
cm e de cor branca, com duas ventosas, sendo uma oral e a outra chamada de 
acetábulo, ambas menores nas fêmeas (NEVES, 2005). 
A deposição de ovos chega a até 300 por dia, com a expectativa de vida do 
ovo maduro, com o miracídio (embrião), de aproximadamente 20 dias e a eclosão 
sempre acontece fora do hospedeiro, onde os ovos se mantém vivos por até cinco dias 
em fezes sólidas e um dia em fezes liquefeitas. O miracídio invade o molusco e começa 
uma remodelação estrutural, até passar à fase larvária chamada de esporocisto 
primário, que se diferenciará em esporocisto secundário e depois em cercarias, que 
serão eliminadas pelo moluscos após a quarta semana de infestação, pela ação da 
temperatura. Ao penetrar no hospedeiro definitivo, o ser humano, a cercaria se 
transforma em esquistossômulo, podendo adentrar em vasos sanguíneos e chegar a 
circulação se não for destruído por mecanismos de defesa do homem dentro de 3 dias, 
facilitando a ida do parasito ao coração e aos pulmões, onde aumentará de tamanho e 
terá uma fase muito ativa, proporcionando a migração até o sistema hepático, onde 
acontecerá o amadurecimento sexual dos machos e o acasalamento, permitindo que a 
fêmea desloque-se até seu habitat definitivo, o intestino grosso, onde depositará seus 
ovos nos vasos mais estreitos da mucosa e submucosa. Da submucosa, os ovos 
chegarão a luz intestinal e serão eliminados juntamente com as fezes e, ao atingirem a 
água, liberarão o miracídio, por conta do aumento da temperatura, luz intensa e 
oxigenação. Existem estudos que comprovam a liberação de substâncias pelo molusco 
que atraem os miracídios, se deslocando pela parte mais superficial da água, e ao 
penetrarem no molusco o ciclo biológico recomeça (MALTEZ, 2002; NEVES, 2005; 
REY, 2011). O esquema abaixo demonstra o ciclo resumidamente: 
10 
 
 
Figura 3. Esquema do ciclo de vida do S. mansoni. 
 
O desenvolvimento da doença se dá em uma fase inicial ou aguda e uma fase 
crônica, sendo a primeira caracterizada por manifestações cutâneas, febre irregular, 
cefaleia, prostração, náuseas e cólicas precedendo a evacuação, podendo acompanhar 
muco e manchas de sangue. Depois da fase aguda, os sintomas regridem e a maioria 
dos pacientes fica assintomático por longos períodos e, muitas vezes, só voltam por 
uma reexposição com aumento da carga parasitária, causando sintomas vagos como 
perda de apetite, tenesmo, crises de diarreia alternadas com crises de constipação, dor 
abdominal, depressão ou irritabilidade nervosa (REY, 2011). 
O diagnóstico da esquistossomose mansonica se dá pela pesquisa de locais 
de zonas endêmicas em que o paciente possa ter estado seguido da palpação do de 
um fígadoou baço aumentado, levando ao diagnostico laboratorial que detectara a 
presença de ovos nas fezes ou tecidos ou a realização de provas imunológicas. O 
exame parasitológico ainda é o mais utilizado rotineiramente, pois os ovos de S. 
mansoni são grandes e de fácil visualização na microscopia comum, sendo os métodos 
de Lutz, de Stoll para a contagem de ovos e de Kato os mais utilizados para essa 
doença. Outros métodos parasitológicos utilizados são a eclosão de miracídios e a 
biopsia retal. Os métodos imunológicos não são muito utilizados porque podem 
identificar a presença de anticorpos específicos durante muito tempo e até mesmo 
depois da cura medicamentosa ou espontânea, não servindo para a detecção da 
eficácia de determinado medicamento ou tratamento proposto, tão pouco para a 
detecção da doença. 
11 
 
Cestoda – Taenia 
Pertence a ordem Cyclophyllidea, classe Cestoidea, família Teniidae e gênero 
Taenia, caracterizada por vermes grandes achatados em forma de fita, com duas 
espécies parasitárias do homem: T. solium de 1,5 a 4 metros e T. saginata de 4 a 12 
metros até 25 metros, ambas tem coloração branca ou amarelada e aspecto leitoso com 
superfície lisa. Possuem o órgão de fixação chamado de escólex, uma dilatação na 
extremidade do animal com quatro ventosas e ganchos rígidos, seguido por um corpo 
segmentado em proglotes, independentes sexualmente entre si, levando em conta o 
hermafroditismo, que possuem o sentido de crescimento contrário ao escólex (REY, 
2011). 
As duas espécies possuem ovos esféricos com 30 a 40 mm de diâmetro e, 
muitas vezes, ocorre a presença deles nas fezes dos pacientes pela separação das 
proglotes, que deixa uma cicatriz permitindo a saída. Os ovos são ingeridos pelo 
hospedeiro intermediário (bovino ou suíno) e eclodem em seu interior, ganhando a 
corrente sanguínea, que os leva até a musculatura esquelética ou cardíaca, local de 
desenvolvimento do animal, podendo ser visível os cisticercos após duas semanas e se 
degenerando algumas semanas depois, calcificando, em sua maioria, em nove meses 
(NEVES, 2005). A infecção humana se dá com o consumo da carne do animal crua ou 
mal cozida, liberando cisticercos no tubo digestivo, onde se fixa através do escólex e 
inicia seu desenvolvimento. O ser humano, hospedeiro definitivo, começa a liberar 
proglotes nas fezes após 60 dias de infecção, quando o animal já tem metros de 
comprimento, reiniciando o ciclo com a ingestão das proglotes pelo hospedeiro 
intermediário. Existem três tipos de infecção por tênias, podendo ser heteroinfecção 
(ingestão acidental dos ovos), autoinfecção externa (pessoa com teníase tem maus 
hábitos sanitários e acaba ingerindo os ovos do próprio parasita) e a autoinfecção 
interna (movimentos antiperistálticos, provocados por diversos motivos, promovem a 
ação retrógrada das proglotes grávidas ao estomago, onde eclodem por ação do suco 
gástrico) (COELHO, 1999; PFUETZENREITER & ÁVILA-PIRES, 2000). O ciclo 
biológico está exemplificado no esquema a seguir. 
12 
 
 
Figura 4. Esquema do ciclo de vida da tenia. 
 
Os principais sintomas provocados pelas duas espécies são dor abdominal, 
náusea, fraqueza, perda de peso, aumento da fome, cefaleia, constipação intestinal e 
prurido anal, mas a espécie T. solium pode ter o homem como hospedeiro intermediário 
por engano, gerando a cisticercose humana, doença onde os ovos de tênias calcificam 
em locais como olhos, sistema nervoso, musculatura, pele, entre outros, causando 
fenômenos compressivos, obstrutivos e inflamatórios, sendo considerado mais grave 
que a própria teníase (PFUETZENREITER & ÁVILA-PIRES, 2000; REY, 2011). 
Para diagnosticar a infecção por tênia são utilizadas as técnicas de pesquisa 
de proglotes, pesquisa de ovos nas fezes e pesquisa de ovos com fita adesiva, ambos 
parasitológicos, já que o imunodiagnóstico não é satisfatório. 
Os Nematelmintos, como dito anteriormente, são chamados de 
pseudocelomados porque possuem uma cavidade revestida parcialmente de 
mesoderme, o terceiro folheto embrionário, ocorrendo a formação da boca 
primeiramente o que caracteriza como animais protostômicos. São invertebrados 
cilíndricos alongados e com dimorfismo sexual, sendo o macho menor que a fêmea e 
com uma curvatura acentuada na extremidade posterior corporal, com reprodução 
sexuada para garantir a variedade da espécie. 
 
Ascaris lumbricoides 
Pertencente ao filo Aschelminthes, classe Nematoda, ordem Ascaridida, família 
Ascarididae, e espécie Ascaris lumbricoides. É o maior nematódeo que parasita o ser 
humano, podendo a femea chegar até 40 cm e o macho 30 cm, também é o parasita 
mais frequente na população, principalmente a de baixa renda e que não possui 
13 
 
saneamento básico adequado. A fêmea é mais robusta e o macho possui a extremidade 
posterior voltada para a face ventral, onde ficam dois espículos utilizados para a cópula 
e ambos tem três lábios fortes localizados na extremidade anterior (NEVES, 2005). 
Os ovos de A. lumbricoides são ovais e possuem uma membrana mamilonada 
formada de mucopolissacarideos, quando férteis, e são mais alongados quando 
inférteis, podendo contaminar o ser humano quando possuem a larva em seu interior. O 
ciclo biológico monoxênico é caracterizado por um único hospedeiro, que ao ingerir os 
ovos com a larva promove a diferenciação da mesma até chegar ao estágio L3 que 
eclode no intestino delgado e atravessa seu epitélio, podendo chegar ao coração, fígado 
ou pulmões através do sistema porta. Se estiver nos pulmões, tem a chance de subir 
pela faringe e ser expelido por expectoração e/ou deglutido, fixando-se no intestino 
delgado para atingir a maturidade sexual, ou seja, tornam-se vermes adultos e liberam 
ovos que saem nas fezes do hospedeiro, que, ao chegar no ambiente, transformam-se 
em férteis e reiniciam o ciclo. A infecção é leve, dependendo da carga parasitária e dos 
mecanismos de defesa do hospedeiro, não observando-se alterações sintomáticas pela 
presença de larvas e vermes em pequenas quantidades, mas em infecções maciças as 
larvas podem causar lesões hepáticas e pulmonares e, os vermes, causam subnutrição 
pelo consumo de proteínas, carboidratos e vitaminas e irritação da mucosa ou obstrução 
intestinal (NEVES, 2005; REY, 2011). As localizações ectópicas geram lesões 
estomacais, pancreatite aguda e abcesso hepático. O ciclo biológico está 
esquematizado a seguir. 
 
Figura 5. Esquema do ciclo de vida do Ascaris lumbricoides. 
 
14 
 
O diagnóstico laboratorial imunológico não é satisfatório no geral, o que torna 
o parasitológico mais recomendado e utilizado. As técnicas utilizadas diariamente são 
Sedimentação espontânea e a técnica de Kato-Katz, recomendada pela OMS para 
estimar o grau de parasitismo. 
 
Ancylostoma duodenale e Necator americanus 
Ambas espécies são agentes infecciosos da Ancilostomose, doença também 
conhecida por amarelão ou mal-da-terra e que tem ocorrência em regiões tropicais e 
temperadas, atingindo a faixa etária de 6 a 15 anos e idosos. Os vermes apresentam 
coloração branca, são cilíndricos, os machos são menores e possuem a extremidade 
posterior expandida para formar a bolsa copuladora, já as fêmeas são bem maiores e 
sua extremidade posterior é afilada. Ancylostoma duodenale apresenta dois pares de 
dentes ventrais e Necator americanos duas lâminas cortantes, ambos utilizados para 
fixação do animal em suas cápsulas bucais profundas (REY, 2011). 
Ambas espécies possuem ovos com formato oval e 40 x 60 µm de tamanho, 
habitam as porções mais altas do intestino delgado em infecções brandas e podem 
atingir o íleo e o ceco em infecções pesadas, tem o ciclo biológico monoxênico e 
patogeniaiguais, portando o que difere os dois agentes infecciosos é que N. americanus 
pode ser transmitido por penetração cutânea/ mucosa e A. duodenale, além da 
penetração cutânea/mucosa, também pode ser transmitido via digestiva com a ingestão 
de alimentos contaminados. A fêmea libera ovos nas fezes, após a cópula, que 
contaminam o ambiente ao se tornarem embrionados, o que não significa que já são 
infectantes, pois a larva passa por um processo de três etapas para que possa penetrar 
ativamente no hospedeiro através da pele, por exemplo. Assim que adentra o 
hospedeiro, chega a circulação sanguínea e/ou linfática que a leva até órgãos vitais 
como coração e pulmões, onde subirá pela árvore brônquica atingindo a faringe, 
podendo ser expectorado ou deglutido, se fixando ao intestino para chegar a fase adulta 
(COELHO, 2001; NEVES, 2005; REY, 2011). A via oral de transmissão segue a mesma 
linha descrita anteriormente após ser deglutido, e o ciclo biológico está esquematizado 
abaixo. 
15 
 
 
Figura 6. Esquema do ciclo de vida do Ancylostoma duodenale/ Necator americanus. 
As principais manifestações da doença são lesões no intestino, anemia e 
hipoproteinemia, por conta da fixação do animal e de seus hábitos alimentares, podendo 
também apresentar problemas hepáticos, achatamento das microvilosidades, e, 
consequentemente, redução da absorção intestinal (REY, 2011). 
O diagnóstico laboratorial se dá por exames parasitológicos através das 
técnicas de Sedimentação espontânea de Holfman, Sedimentação por centrifugação, 
Flutuação de Willis e Centrífugo-flutuação de Faust, não utilizando métodos 
imunológicos com frequência. 
 
Enterobius vermicularis 
É um pequeno nematoide pertencente ao reino Animalia, filo Aschelminthes, a 
classe Nematoda, ordem Oxiurida e família Oxyuridae, com hábito parasitário 
exclusivamente humano e com maior incidência em países desenvolvidos e locais de 
climas temperados, ao contrário das outras helmintíases (NEVES, 2005; REY, 2011). 
A fêmea também é maior que o macho, chegando a 1 cm de comprimento, com 
as extremidades finas e o macho pode ter até 5 mm com a extremidade posterior 
enrolada ventralmente, sendo que ambos possuem uma coloração branca com estrias 
transversais bem características, que ajudam a identificar o animal juntamente com as 
duas expansões vesiculosas presentes na extremidade anterior. Os ovos de E. 
vermicularis também são bem característicos por se apresentarem achatados de um 
lado e medindo cerca de 60 µm de comprimento por 30 µm de largura, com a larva em 
seu interior que se torna infectante para o homem ao chegar em seu 5° estágio de 
desenvolvimento, em um ambiente aeróbio (COELHO, 1999; NEVES, 2005). 
Seu ciclo de vida se inicia com a ingestão dos ovos em seu estágio infectante, 
que eclodirá no intestino delgado liberando as larvas capazes de se alimentar e crescer, 
tornando-se adultas enquanto vão até seu habitat, o ceco. Após a fecundação, a fêmea 
16 
 
migra até o reto, geralmente no período noturno pela diminuição da temperatura corporal 
nessa região, e lá descarregam seus ovos, que se aderem facilmente à região perineal, 
causando prurido anal que ajuda a disseminação dos ovos e transmissão da doença 
para novos hospedeiros. Após a ovoposição, a fêmea morre em pouco tempo e acredita-
se que o macho sobrevive somente por uma cópula com a fêmea, tendo o tempo de 
vida curto. O ciclo se inicia novamente quando os ovos chegam ao ambiente através 
das fezes ou até mesmo por descolamento da pele de um humano infectado, sendo 
ingeridos por outro hospedeiro (REY, 2011). O ciclo de vida está esquematizado a 
seguir. 
 
Figura 7. Esquema do ciclo de vida do Enterobius vermicularis. 
 
O principal sintoma da enterobíase, doença causada pela presença do 
Enterobius vermicularis, é o prurido na região perineal, que é intenso, gerando 
escoriações na pele e infecções por outros microrganismos na região vaginal, no caso 
das mulheres. Por se proceder no período noturno, as perturbações do sono causam 
sintomas secundários como irritabilidade, mas as fezes acompanhadas de muco e 
sangue ocorrem por conta da fixação do animal no intestino e seu hábito alimentar 
euritrófico (COELHO, 1999). 
O método mais usado para o diagnóstico da enterobíase é o mesmo usado 
para a teníase, pois os exames de fezes, mesmo acompanhados de métodos de 
enriquecimento, só revelam 10% dos casos positivos. 
 
17 
 
Trichomonas vaginalis 
Causador da tricomoníase, uma das principais DSTs, é um parasita flagelado 
anaeróbio facultativo pertencente do Filo Sarcomastigophora, subfilo Mastigophora, 
ordem Trichomonadida, família Trichomonadidae e gênero Trichomonas. Atualmente é 
responsável por um terço das infecções vaginais em mulheres e, por ser sexualmente 
transmissível, o tratamento é realizado por ambos os parceiros sexuais na mesma 
dosagem (NEVES, 2005). 
Seu habitat é a vagina ou uretra masculina, onde promove corrimento 
esbranquiçado ou esverdeado, aumento na frequência da micção e prurido, sendo o 
homem o vetor de transmissão, portando pode ser assintomático, mas também pode 
causar a infertilidade por impedir a mobilidade do espermatozoide. Este parasita não 
possui a forma cística, somente o trofozoíto, que se fixa às células epiteliais através dos 
flagelos, se alimentando dos açúcares em anaerobiose e produzindo ácidos que irritam 
a mucosa vaginal. O ciclo de vida possui apenas o hospedeiro humano, sendo que ele 
também serve de vetor para outra infecção, visto que o trofozoíta que se localiza na 
uretra masculina é transmitido para a vagina feminina, onde se multiplica por fissão 
binária longitudinal e pode novamente ser transmitido para o homem, caso não ocorra 
o tratamento (FEITTOSA & CONSOLARO, 2005; NEVES, 2005; REY, 2011). 
 
Figura 8. Esquema do ciclo de vida do Trichomonas vaginalis. 
 
O diagnóstico da vaginite por T. vaginalis é feito identificando o parasito na 
secreção vaginal e a técnica empregada consiste na coleta de um pouco de secreção 
vaginal, recolhida preferivelmente com pipeta grossa e após colocação do especulo. A 
secreção é misturada com soro fisiológico em uma lâmina, que é levada ao microscópio 
comum. Nos homens, uma preparação a fresco também é feita no sedimento urinário, 
mas a cultura é o método mais sensível de diagnóstico e existem, atualmente, kits 
comerciais específicos para esse parasito. 
 
18 
 
Strongyloides stercoralis 
Pertencente ao reino Animalia, filo Aschelminthes, classe Nematoda, ordem 
Rhabditorida e família Strongyloididae, é o agente etiológico da estrongiloidíase, doença 
que tem maior ocorrência em regiões tropicais e subtropicais, dependendo basicamente 
da situação socioeconômica do local. Existem fêmeas e machos, mas a morfologia de 
ambos é diferente de acordo com o modo de vida em que se encontram, podendo 
descrever a fêmea parasita como um animal com corpo cilíndrico com extremidade 
anterior arredondada e posterior afilada; o macho de vida livre com aspecto fusiforme 
com extremidade anterior arredondada e posterior curvada dorsoventralmente e a 
fêmea de vida livre com o corpo estriações e uma cutícula fina e transparente (NEVES, 
2005; PIRES, 1993). É um parasita que possui dois tipos de larvas, o rabditoide e o 
filarioide, sendo o segundo maior e infectante e a principal diferença entre eles é o tipo 
de esôfago, se tornando responsável pela existência de dois tipos de ciclo biológico. 
O primeiro tipo de ciclo de vida é o direto, onde larvas rabditoides que são 
eliminadas nas fezes se tornam filarióides, ou seja, infectantes, e são capazes de 
adentrar ao hospedeiro humano diretamente. O segundo tipo de ciclo é o indireto,onde 
a larva rabditoide eliminada nas fezes se transformam em machos e fêmeas no solo, 
chamados de animais de vida livre, local da cópula e deposição dos ovos que eclodem, 
liberando a larva infectante que encontra o humano através do contato com a pele 
(PIRES, 1993; REY, 2011). Essa transmissão cutânea ocorre mais pelo hábito de andar 
descalço, pelo contato com o solo contaminado por fezes com o parasito ou via oral pela 
ingestão de água e alimentos contaminados. A seguir está esquematizado os ciclos de 
vida do Strongyloides stercoralis. 
 
Figura 9. Esquema do ciclo de vida do Strongyloides stercoralis. (A) Ciclo biológico indireto e (B) 
Ciclo biológico direto. 
19 
 
 
O habitat desse parasita é o intestino delgado, por isso as principais 
manifestações clínicas da fase crônica são ligadas a fixação dos animais na mucosa 
intestinal, citando como exemplo dor abdominal, diarreias e má absorção de nutrientes. 
A fase aguda se dá pela ação de entrada da larva no ser humano, sendo primeiramente 
lesões cutâneas e, após, problemas respiratórios (COELHO, 2001; NEVES, 2005). 
Para o diagnostico laboratorial são utilizados métodos de hidro e termotropismo 
das larvas como o método de Rugai e também métodos imunológicos, mas que 
precisam da confirmação pelo encontro das larvas para determinar positividade. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Lutz/ Hoffman/ Pons e Janer: É uma técnica de sedimentação espontânea da 
matéria fecal diluída em agua, para concentrar os ovos dos helmintos. É necessário 
desfazes as fezes em água e coá-las com gaze antes de completar seu volume com 
agua, fazendo com que os ovos se depositem no fundo, possibilitando a coleta desse 
sedimento com pipeta de Pasteur para que seja observado em microscópio comum. 
Pode-se detectar se a infecção é ativa por encontrar ovos ainda vivos e a amostra usada 
é bem maior que em outras técnicas, o que torna o método recomendado para a rotina. 
Stoll para a contagem de ovos: Consiste na diluição da amostra fecal, em um 
frasco de Stoll, deixando agir por uma hora ou mais e agitar novamente em seguida, 
tornando o material fecal diluído em 1 para 15. É pipetado 0,15 mL da amostra e 
colocado em lamina para que a contagem possa ser feita ao microscópio convencional, 
sempre respeitando a técnica de contagem e multiplicando o valor de ovos por 100 para 
que se tenha a média por mililitro ou por grama de fezes. 
De Kato-Katz: É o método mais utilizado, sendo quanti-qualitativo por identificar 
a presença ou não e a quantidade ovos presentes. É utilizado principalmente para ovos 
de S. mansoni e outras geo-helmintoses, não possibilitando a observação de cistos de 
protozoários ou outros parasitas, também não permite saber se o ovos estão vivos por 
apagar a estrutura do mesmo. A técnica se dá pela clarificação de uma pequena 
amostra fecal por uma mistura de glicerina e agua que impregna lamínulas recortadas 
em celofane molhável após contato por uma ou duas horas, facilitando a visualização 
dos ovos. 
20 
 
Eclosão de miracídios: Usado somente para identificação de S. mansoni. A 
amostra fecal é lavada várias vezes com solução salina isotônica e colocada em tubo 
com agua filtrada. Depois de minutos ou horas, os miracídios que eclodiram dos ovos 
poderão ser vistos a olho nu ou por uma lente simples, graças a sua movimentação na 
agua, dispensando o uso de microscópio. Só é positivo quando estiverem vivos e 
ovipondo, bastando um único miracídio para determinar positividade, estando sempre 
associado a outras técnicas. 
Biopsia retal: Somente em situações especiais. Retira-se com pinça de biópsia 
fragmentos da mucosa intestinal em diferentes pontos das válvulas de Houston. Depois 
de lavados, fragmentos são comprimidos entre laminas de microscopia e examinados 
ao microscópio. Da pra ver ovos imaturos ou maduros, vivos ou mortos, e eventualmente 
a reação granulomatosa que os envolve. Mas não é recomendado por ser invasivo 
demais e doloroso. 
Reação periovular: Utiliza-se o soro do paciente para avaliar a formação de 
precipitado hialino, globoso ou alongado ao redor da casca dos ovos, se existirem. A 
prova é especifica para cada espécie de schistosoma e para a fase ovular, não 
identificando cercarias ou vermes adultos e sua sensibilidade aumenta quando 
associada a técnica de imunofluorescência. 
Reação cercariana: Se ocorrer a formação de uma membrana transparente em 
torno da larva duas horas depois de incubar o soro do paciente, o resultado é positivo. 
Essa prova não mata o parasito e nem atrapalha sua movimentação, mas é necessário 
a existência de parasitos vivos para sua realização e torna-se negativa assim que ocorre 
a cura medicamentosa ou espontânea. 
Imunofluorescência: Utiliza-se qualquer fase do parasito como antígeno e se 
dá por cortes de tecidos ou usando soro do paciente, colhido em papel filtro. Se forma 
um complexo antígeno-anticorpo que é marcado com isotiocianato de fluoresceína e a 
leitura é feita com um microscópio com luz fluorescente, mas o método é pouco utilizado 
por ser muito complexo e por requerer equipamento especializado para tal. 
ELISA: O soro do paciente é colocado em placas de poliestireno e ocorre a 
formação de complexos imunes, revelados por uma antiglobulina ligada a uma enzima 
que gera uma reação colorida ao juntar-se ao substrato adequado. Assim como outras 
técnicas imunológicas, é pouco utilizada por necessitar de equipamento e material muito 
específico e de alto custo. 
21 
 
Reação intradérmica: Ao se injetar intradermicamente extratos do verme, 
ocorre uma reação do tipo histamínica em até 20 minutos, sendo considerada positiva 
com a formação de pápula com bordas irregulares e que ultrapasse 1 cm de diâmetro. 
O teste persiste positivo em pacientes já curados e pode sensibilizar um paciente que 
era negativo anteriormente. 
Pesquisa de proglotes: A técnica mais utilizada é a tamisação. O bolo fecal é 
desmanchado na água e depois passado em uma peneira com malha fina para retê-las. 
Pesquisa de ovos nas fezes: Pode se utilizar de qualquer técnica corrente, mas 
o resultado negativo não exclui a possibilidade de infecção, sendo necessário a 
utilização de técnicas combinadas. 
Pesquisa de ovos com fita adesiva/ Método de Graham: É considerada a 
melhor técnica para a detecção de teníase e enterobíase. Utiliza-se celofane colante 
transparente na região perineal e depois deposita a fita em lâmina de microscopia para 
observá-la no microscópio. 
Método de Rugai: Utilizado para a detecção de larvas por hidro e 
termotropismo. A técnica se dá pela colocação de uma amostra de fezes, envolta por 
gaze, em uma vidraria com água a 45°, o que provocará a migração das larvas para o 
fundo do recipiente, podendo ser retiradas com pipeta e observada usando uma lupa. 
Imunodiagnóstico: Apenas o teste de hemaglutinação indireta e 
imunofluorescência indireta pode ser útil para teníase. A hemaglutinação indireta ou 
passiva se dá pela detecção de anticorpos específicos que, quando presentes nas 
hemácias, provocarão a aglutinação da amostra. O teste de imunofluorescência indireta 
ou teste de dupla camada se dá pela deposição de anticorpos específicos não 
fluorescentes em lamina com antígenos previamente fixados e, em seguida, a colocação 
de anticorpos fluorescentes, permitindo um maior grau de fluorescência no teste. 
Método direto: É utilizado em fezes liquefeitas para a observação da 
movimentação dos trofozoítos de protozoários. É colocada sobre a amostra uma 
solução de lugol, em seguida é preparado uma lâmina e levado ao microscópio comum 
para a observação em aumento de 100 e 400 x. 
Hematoxilina férrica: Técnica utilizada para observar as estruturasdo 
trofozoítos. As fezes são filtradas usando gaze dobrada em quatro após terem sido 
conservadas em Schaudinn ou SAF. Cerca de 2 ml são transferidos para um tubo e 
centrifugados por um minuto a 1.500 rpm, desprezando o sobrenadante que se forma e 
22 
 
acrescentando solução salina a 0,85%, homogeneizando e centrifugando novamente 
até obter um sobrenadante límpido. O sobrenadante é desprezado e, ao sedimento, 
acrescentado duas gotas de soro humano inativado, misturando bem e fazendo um 
esfregaço fino em lamínula em seguida. A lamínula ainda úmida é colocada em placa 
de Petri, voltada para baixo, com fixador por 10 minutos e em seguida passada nas 
outras placas contendo diferentes reagentes: a) álcool 70% por 2 minutos; b) álcool 70% 
iodado por 5 minutos; c) álcool 70% por 2 minutos; d) lavar em água destilada por 1 
minuto; e) alúmen de ferro 2,5% por 10 minutos; f) lavar em água destilada por 1 minuto; 
g) hematoxilina 0,5% por 5 minutos; h) lavar em água destilada por 5 minutos; i) alúmen 
de ferro 2,5%; j) lavar em água destilada por 1 minuto; k) álcool 70% por 2 minutos; l) 
álcool 80% por 2 minutos; m) álcool 95% por 2 minutos; n) álcool absoluto por 2 minutos; 
o) álcool-salicilato por 2 minutos; p) salicilato de metila por 2 minutos. Finalmente a 
lâmina é montada com bálsamo-do-canadá ou em resina sintética com o esfregaço 
voltado para baixo, deixar secar e examinar com objetiva de imersão. 
Método de Faust/ Centrífugo-flutuação: Muito utilizado para a pesquisa de 
cistos de protozoários e ovos de helmintos. Se dá pela dissolução de 5 gramas de fezes 
em 10 mL de água e filtração em gaze dobrada em quatro, levando em seguida para a 
centrifuga por 2 minutos a 1500 rpm. O sobrenadante é desprezado e o processo 
repetido até que o sobrenadante fique claro, permitindo a adição de 10 mL de sulfato de 
Zinco (ZnSO2) a 33%, levando novamente a centrifuga por 2 minutos a 1500 rpm. A 
película superficial é retirada com alça de platina e colocada em lamina com solução de 
lugol para a observação em microscópio comum. 
Método de Willis/ Flutuação espontânea: Utilizada para amostra de fezes 
sólidas. São dissolvidos 5 gramas de fezes em solução saturada de NaCl e filtrado em 
gaze dobrada em quatro no frasco de Borrel, completando o volume com solução 
saturada de NaCl. Após a formação do menisco na borda do frasco, é colocado sobre 
as bordas a lâmina por 5 minutos, observada ao microscópio após escorrer o excesso 
presente nela. É usado rotineiramente para a pesquisa de ovos leves dos helmintos. 
 
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