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MANUAL04 Tecelagem

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Manual Técnico
Têxtil e Vestuário
Manual Técnico
tecelagem
#04
Têxtil e Vestuário
Elaboração
Escola SENAI “Francisco Matarazzo” 
http://www.sp.senai.br/textil
Diretor
Marcelo Costa
Conteúdo técnico
Francisco Carlos Cuccato 
Revisão técnica
Paulo Sérgio Salvi
Revisão de texto
Edilberto Barbosa
Projeto gráfico 
Marilia Freitas Firmino
Presidente
Paulo Skaf
Diretor Regional
Walter Vicioni Gonçalves
Diretor Técnico
Ricardo Figueiredo Terra
Gerente Regional
Adelmo Belizário
 O conhecimento na área têxtil é de 
fundamental importância para os profissionais 
que fazem parte da indústria da moda, tanto no 
entendimento de conceitos como dos próprios 
materiais têxteis. Para melhores escolhas de 
compra ou novos desenvolvimentos, a informação 
e a formação são primordiais. 
 Pensando nisso, a cada edição do SENAI 
MIX DESIGN, são apresentados manuais técnicos, 
desenvolvidos por profissionais da Escola SENAI 
Francisco Matarazzo, que complementam o 
caderno do setor de Vestuário e propõem uma 
melhor compreensão das etapas da cadeia 
têxtil e do vestuário. O quarto manual aborda a 
Tecelagem.
manual técnico
Têxtil e Vestuário
2 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Consum
idores
Vendas eletrônicas
Vendas por catálogo
Vendas físico
Exportação
Linha lar
Cama, mesa e banho
Beneficiamento Confecção
Tecidos planos e malhas
* Fibras e
filamentos
Fiação
Fios fiados com fibras
Químicas
Fibras/filamentos
artificiais e sintéticos
Malharia
Tecidos de malha
Tecelagem
Tecidos planos
Vestuário
Roupas e acessórios
Técnicos
Sacaria, encerados, fraldas,
correias, automotivos, etc.
Naturais
Fibras vegetais e pelos
Aviamentos
Fitas, zíperes, linhas de
costura, etiquetas, etc.
Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção Desenvolvido pela ABIT - Associação Brasileira da Indústrial Têxtil e de Confecção
Escolas técnicas e universidades
* Máquinas e equipamentos
*Insumos químicos
Intermediação Financeira e Seguros
Serviços Prestados às Empresas
Transporte, Armazenamento e Correios
Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana
*Segmento de fornecedores
Centros de pesquisa e desenvolvimento
Manual Técnico • Tecelagem 3
Consum
idores
Vendas eletrônicas
Vendas por catálogo
Vendas físico
Exportação
Linha lar
Cama, mesa e banho
Beneficiamento Confecção
Tecidos planos e malhas
* Fibras e
filamentos
Fiação
Fios fiados com fibras
Químicas
Fibras/filamentos
artificiais e sintéticos
Malharia
Tecidos de malha
Tecelagem
Tecidos planos
Vestuário
Roupas e acessórios
Técnicos
Sacaria, encerados, fraldas,
correias, automotivos, etc.
Naturais
Fibras vegetais e pelos
Aviamentos
Fitas, zíperes, linhas de
costura, etiquetas, etc.
Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção Desenvolvido pela ABIT - Associação Brasileira da Indústrial Têxtil e de Confecção
Escolas técnicas e universidades
* Máquinas e equipamentos
*Insumos químicos
Intermediação Financeira e Seguros
Serviços Prestados às Empresas
Transporte, Armazenamento e Correios
Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana
*Segmento de fornecedores
Centros de pesquisa e desenvolvimento
4 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Sem a menor sombra de dúvida, a Tecelagem é reconhecida como uma das 
formas de artesanato mais antigas dentro da evolução humana.
Há cerca de 12.000 anos, na Era Neolítica, os primeiros homens iniciaram aqui-
lo que conhecemos como o “princípio da tecelagem”, que nada mais era do que 
cruzar galhos e ramos para a construção de utensílios, escudos, cestas.
Quando o homem acaba por obter algo mais próximo de um fio, ele acaba por 
adaptar a ideia anterior, e começa a produzir os primeiros tecidos rústicos.
Ainda não foi possível saber a data exata em que os nossos ancestrais subs-
tituíram as peles de animais por esta nova estrutura, que permitia um melhor 
campo de proteção para a pele, além de permitir um melhor movimento dos 
braços e pernas. Escavações arqueológicas têm encontrado material feito de 
fibras fiadas e entrelaçadas, e o exemplo mais antigo, e que mais se asse-
melha ao tecido conhecido por nós, é de 4.600 e 3.200 a. C., descoberto na 
Europa, em particular na Dinamarca.
Outro ponto importante: também se descobriram estruturas têxteis na Amé-
rica do Sul, no Peru, e apresentam uma data mais antiga ainda do que as 
descobertas europeias.
Breve história 
da Tecelagem
Manual Técnico • Tecelagem 5
Pu
bl
ic
 D
om
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- 
Pe
ar
so
n 
Sc
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or
es
m
an
A ideia de fazer esta nova e revolucionária estrutura surgiu, com certeza, em 
cada um dos vários núcleos de seres humanos espalhados em todos os con-
tinentes, tornando-se uma ideia coletiva de criação.
Esta ideia de construção de tecido nos leva a imaginar como deverá ter sido 
o primeiro tear, máquina responsável por produzir o tecido plano, já que pro-
vavelmente foi construído a partir de um tronco de madeira, que, por sua vez, 
sustentava vários fios pendurados, paralelos entre si, e tensionados, onde 
outro fio fazia o trabalho de cruzamento entre os fios, criando o tecido.
Aos gregos é atribuída a transferência desta estrutura, da posição anterior, 
vertical, para a posição horizontal; e aos egípcios a fixação dos fios de urdu-
me em dois galhos, a fim de poderem ser separados, de modo a facilitar o 
cruzamento dos fios.
6 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Entende-se por tecido plano toda estrutura formada a partir do 
cruzamento de dois conjuntos de fios:
• Conjunto de fios dispostos no sentido longitudinal do 
tecido, conhecido por “urdume”.
• Conjunto de fios dispostos no sentido transversal 
(perpendicular ao urdume), conhecido por “trama”.
Esses conjuntos de fios deverão formar um ângulo de 90º. 
O tecido plano apresenta como características principais:
• boa uniformidade;
• baixa elasticidade;
• estrutura com maior rigidez;
• ótima estabilidade dimensional.
Tecidos planos
Definição
Trama90º
U
rd
um
e
A
nd
re
ss
a 
C
am
pi
de
li
Manual Técnico • Tecelagem 7
quantidade de fios em um espaço 
tão diminuto?
Como exemplo, vamos interpretar o 
que seria um lençol de 142 fios.
1) O primeiro passo é transformar a 
largura do lençol, que neste exem-
plo é de 160 cm, em polegadas: 
 01 polegada ________ 2,54 cm 
 x ________ 160 cm (1,60m)
 x = 62,99 ≃ 63 polegadas
2) Com o auxílio da lente conta fios, 
fazer a contagem de fios/cm e tra-
mas/cm no lençol, que neste exem-
plo será de:
• 32 fios/cm (urdume);
• 24 tramas/cm. 
 
3) Para encontrar a “unidade de fios” 
do urdume deve-se aplicar a fórmula 
abaixo:
32 fios x 160 (largura acabada em cm) 
 63 (largura em polegada)
4) Agora repita o cálculo para en-
contrar a “unidade de fios”da trama:
24 fios x 160 (largura acabada em cm) 
 63 (largura em polegada)
5) No final, some os dois valores:
• Urdume = 81,26 fios 
• Trama = 60,95 fios
Como sempre teremos fios em urdu-
me e em trama na formação do teci-
do plano, será necessário criar uma 
forma de saber como se conta ou 
mesmo se calcula esta quantidade 
de fios. O nome para este conceito 
é densidade.
Para exemplificar, considere-se uma 
área pré-demarcada de 1 cm x 1 cm. 
Quanto maior a quantidade de fios 
de urdume e de trama inseridos nes-
te espaço, maior será a densidade. 
As densidades dos fios de urdume e 
trama, que compõem o tecido, vão 
influenciar no seu peso; para isso da-
mos o nome de gramatura.
A densidade dos fios deurdume é 
denominada por fios/cm, já a densi-
dade de fios de trama é denominada 
por tramas/cm ou batidas/cm. Vale 
lembrar que também podemos ter as 
densidades expressas em polegadas.
Tornou-se bastante usual em alguns 
segmentos de comercialização de 
produtos têxteis o termo “quanti-
dade de fios”. É muito comum ou-
virmos, até mesmo como um apelo 
de venda, que alguns produtos são 
apresentados como: lençol com 500 
fios. Mas será possível colocar esta 
= 81,26
= 60,95
≃ 142 fios]
8 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Mas também existe uma razão técnica para que este número 
de “fios”, à medida que for aumentando, acabe por agregar va-
lor de venda ao produto final. À proporção que este número de 
fios no produto for aumentando (ainda utilizando como exem-
plo o lençol), será necessário que o título do fio, utilizado em 
urdume e trama, também tenha uma melhora significativa na 
sua qualidade.
Isso ocorre porque somente com um fio mais fino será possí-
vel aumentar as densidades no espaço de 1 cm x 1 cm.
Para obter fios mais finos, que é a mesma coisa que dizer “tí-
tulos elevado” (em se tratando de algodão, título em unidade 
Ne), a matéria-prima deverá apresentar fibras mais longas e de 
melhor qualidade, por exemplo, utilizando um algodão egípcio 
ou algodão Pima.
Obtido um fio de excelente qualidade, é possível construir um 
tecido com densidade superior, ocupando melhor os espaços 
entre os fios, melhorando o aspecto do lençol.
O próximo passo é no setor do Beneficiamento, responsável por 
incorporar, ao tecido, tudo o que for possível para melhorar ain-
da mais o produto final.
Manual Técnico • Tecelagem 9
Peso
Gramas/metro quadrado (g/m²)
Gramas/metro linear (g/m linear)
O peso de um tecido pode ser calculado de duas formas:
É o valor encontrado dentro de 01 metro x 01 metro do tecido. 
Vai-se obter este valor em urdume e em trama, e a soma dos 
dois valores determina a classificação do tecido quanto a sua 
gramatura, conforme abaixo:
Podemos obter o valor de g/m2 através da fórmula:
Este cálculo é utilizado basicamente para a obtenção do con-
sumo de matéria-prima do tecido, uma vez que se vai utilizar 
o valor de g/m2 (urdume e trama) e multiplicar pelo valor da 
largura do tecido (valor em metro).
Até 135 g/m2 TECIDO LEVE
De 136 até 270 g/m2 TECIDO MÉDIO
Acima de 270 g/m2 TECIDO PESADO
+ % Contração Urdume
+ % Contração Trama
 Fios/cm x 100 cm x K
Título Urdume (Ne)
Tramas/cm x 100 cm x K
Título Trama (Ne)
g/m2 Urdume =
g/m2 Trama =
g/m linear = g/m2 Total x largura do tecido (m)
g/m2 Total = g/m2 Urdume + g/m2 Trama
]
]
[
[
10 
Classificação
Te
ci
do
s 
pl
an
os
Tecidos
Simples
Ligamentos
fundamentais
Tela
Canelê
Sarja Derivada
Fantasia
Epingline
Dupla face
Tela
Sarja
Reps
Sarja Múltipla
Ampliado
Graufê
Múltiplos
Veludos
Royal
Brocado
Gaze
Sarja
Cetim
Panamá
Sarja Diagonal
Múltiplo
Crepe
Piquê
Felpa
Gorgurão
Matelassê
Jacquard
Cetim
Derivados
diretos dos 
fundamentais
Derivados
indiretos
Tecidos compostos
Tecidos mistos
Tecidos especiais
Tecidos artísticos
Manual Técnico • Tecelagem 11
O tecido plano é formado em uma 
máquina conhecida por tear. Para sua 
formação, é necessário que ocorram 
três movimentos operacionais:
1) Abertura da cala: Os fios de urdu-
me, uma vez acondicionados no rolo 
de urdume, necessitam estar parale-
los entre si, com a mesma tensão e 
com o mesmo comprimento. Estas 
três condições são obtidas durante o 
processo de urdição.
Uma vez urdidos e acondicionados, 
é necessário proporcionar as condi-
ções para que ocorra o processo de 
tecimento.
Os fios de urdume necessitam estar, 
todos eles, um por um, inseridos em 
um arame de metal, com um orifício 
central, conhecido por liço.
A formação do 
tecido plano
É neste orifício que os fios serão pas-
sados, de acordo com uma sequência 
predeterminada, sempre salientando 
que esta operação, cujo nome é re-
meteção, deverá ser feita fio por fio.
Os liços, por sua vez, estão afixados 
em armações de metal, conhecidas 
por quadro de liço.
Liços
Preparação para a urdição
12 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
Uma vez completado o trabalho de 
remeteção, o rolo de urdume e os 
quadros de liço seguirão para o tear, 
e, tudo devidamente instalado, po-
de-se começar a produzir o tecido. 
Conforme mencionado, a formação 
do tecido é através do cruzamen-
to dos fios de urdume com os fios 
de trama. Faz-se necessária uma 
programação do desenho (padrão) 
que se deseja produzir. Esta pro-
gramação poderá ocorrer em tea-
res cujo movimento dos quadros de 
liço ocorra por excêntricos, ou por 
maquinetas (Ratier ou Jacquard).A 
cada comando, de acordo com o pa-
drão a ser produzido, alguns quadros 
de liço são acionados. Este aciona-
mento faz que os quadros de liço se 
desloquem em sentido vertical, e as-
sim estes quadros acabam por criar 
uma abertura entre os fios; aqueles 
que não se movimentaram e aqueles 
que se movimentaram. Esta abertura 
vai receber o nome de “cala”.
2) Inserção da trama: Com a cala 
aberta, faz-se a inserção da trama, 
que pode ser por: lançadeira (muito 
pouco utilizada), projétil, haste (rígida 
e flexível), jato de ar e jato de água.
3) Encostamento da trama no re-
mate: Uma vez inserida a trama, ela 
deverá ser encostada nas outras tra-
mas que já foram inseridas, forman-
do assim o tecido.
Estes três movimentos, conhecidos 
por movimentos primários, são os 
responsáveis pela formação do teci-
do, não importa se for um tear manu-
al, ou um tear de última geração.
Ainda em relação ao movimento de 
abertura da cala, quanto maior for o 
recurso de quantidade de quadros 
de liço, maior será a variedade de 
padrões a serem produzidos, sen-
do que dentro de uma evolução de 
abertura de cala, o ponto máximo 
será o jacquard.
Já o movimento de inserção de tra-
ma está diretamente relacionado 
com velocidade, uma vez que quanto 
mais leve for o mecanismo condutor 
da trama dentro da cala, maior será a 
velocidade de inserção. 
Na verdade, estas duas caracterís-
ticas técnicas definem muito bem o 
modelo de tear, e qual modelo é o 
mais indicado para o tipo de tecido 
que se deseja produzir.
Manual Técnico • Tecelagem 13
O sistema de abertura da cala, vai 
definir o grau de desenvolvimento de 
“padrões” que se pretende produzir, 
indo de padrões mais simples, que 
apresentam um sistema de abertu-
ra de cala por excêntricos, passando 
por padrões mais elaborados, teares 
que possuam maquinetas Ratier, e 
chegando ao mais alto grau de de-
senvolvimento de padrões, que são 
os teares Jacquard.
Em 1804, na cidade francesa de Lyon, 
o mecânico Joseph-Marie Jacquard 
apresentou uma maquineta progra-
mável, permitindo evoluções indivi-
duais dos fios de urdume, e dessa for-
ma revolucionou todo o processo de 
fabricação dos tecidos.
Já em relação ao sistema de Inser-
ção de trama. Tudo começou com 
a lançadeira voadora, desenvolvida 
por John Kay, em 1733. Com esse 
invento, foi possível fazer teares com 
maior largura utilizando o mesmo 
número de tecelões, ou seja, ocorreu 
o dobro da produção, sem aumento 
da mão de obra. Esse invento au-
mentou também o consumo de fios, 
obrigando a Fiação a desenvolver 
máquinas mais velozes para atender 
a demanda da Tecelagem; na verda-
de, trata-se da primeira Revolução 
Industrial, e, a partir deste momen-
to histórico, a Tecelagem começou a 
perseguir sempre a meta de produzir 
em grandes velocidades.
Tear com inserção da trama por jato de ar
14 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
A evolução dos teares ainda passa 
por Edmund Cartwright (1785), res-
ponsável por construira primeira ver-
são de um tear mecânico, com ener-
gia gerada a partir do vapor. Já o ame-
ricano Northrop (1895) transforma o 
tear em uma máquina automática.
O sistema de inserção de trama ain-
da era feito através da lançadeira. Al-
gumas tentativas sobre a mudança 
na forma de inserir a trama ocorre-
ram, mas nada era colocado em prá-
tica dentro das Tecelagens. Somente 
entre os anos de 1953 e 1954, uma 
empresa suíça lança um novo con-
ceito de inserção de trama, feito por 
projétil e, a partir deste momento, 
podemos verificar um aumento sig-
nificativo na velocidade dos teares. 
Temos ainda, como modelos de in-
Padronagem 
em tecido plano
A padronagem dentro da tecelagem 
tem por objetivo estudar e compre-
ender como se forma a estrutura dos 
tecidos, ou seja, como ocorre e em 
qual ordem os fios de urdume e de 
trama se cruzam. Este cruzamento 
vai receber o nome de ligamento.
O ligamento é o modo de cruzamento 
dos elementos urdume e trama, se-
guindo uma ordem estabelecida e que 
se repetirá em toda a extensão do te-
cido. A quantidade de ligamentos que 
serção de trama, os teares por Haste 
(Flexível e Rígida), Teares por Jato de 
Ar e por Jato de Água. 
Tear Jacquard com inserção da trama por hastes 
Manual Técnico • Tecelagem 15
Ligamentos 
fundamentais
podem ser aplicados nos vários tipos 
de tecido é praticamente infinita.
Podemos classificar os tecidos consi-
derando os ligamentos que formam:
• Tecidos Simples: tecidos forma-
dos por apenas dois elementos 
que se cruzam, segundo o liga-
mento fundamental ou derivado. 
É neste grupo que podemos en-
contrar os tecidos de alfaiataria, 
moda, cama e comodites. 
• Tecidos Compostos: São tecidos 
constituídos por mais que dois 
elementos. Pertencem a este 
grupo os tecidos dupla face e te-
cido múltiplo.
• Tecidos Mistos: São tecidos ob-
tidos pela combinação dos dois 
primeiros tipos. Fazem parte os 
tecidos pique e brocado.
• Tecidos Especiais: Aqui na ver-
dade são tecidos que, para sua 
produção, são necessários teares 
com recursos mecânicos espe-
ciais, como os tecidos de veludo 
e de felpa.
O que denominamos como sendo li-
gamentos fundamentais, na verdade 
trata-se de uma colocação simplis-
ta, já que esses ligamentos recebem 
esse nome em virtude de serem os 
mais empregados na construção dos 
tecidos produzidos desde o início da 
Tecelagem.
Os ligamentos fundamentais são:
• Tela ou tafetá;
• Sarja simples;
• Cetim ou raso.
O quadro a seguir (na pág. 16) apre-
senta algumas comparações entre os 
três ligamentos fundamentais.
• Tecidos Artísticos: São os teci-
dos que apresentam também a 
necessidade de teares com re-
cursos apropriados, e que vão 
permitir efeitos de desenho, 
como ocorre no Jacquard. 
16 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
• Ligamento Tela ou Tafetá: entre os 
ligamentos fundamentais, o liga-
mento tela é o mais simples, mas 
com certeza também o mais ver-
sátil. Sua estrutura pode ser encon-
trada em tecidos como lonas, trico-
lines, popelines, etc. É o ligamento 
que possibilita o maior número de 
cruzamentos entre os fios de urdu-
me e de trama, produzindo assim 
um tecido que apresenta o mesmo 
aspecto nos seus dois lados, sendo 
formado por 50% de urdume e 50% 
de trama.
• Ligamento Sarja Simples: a sarja sim-
ples apresenta como principal carac-
terística a formação de diagonais (es-
trias), formadas pelo cruzamento dos 
fios de urdume com os fios de trama. 
Essas diagonais podem ser desenvol-
vidas para a direita como para a es-
querda. O deslocamento utilizado para 
a sua construção será sempre igual a 
“1”, formando um ângulo de 45°. A 
sarja simples apresenta dois lados dis-
tintos, um lado acentuando o efeito do 
urdume, lado mais visível da diagonal, 
e o outro lado acentuando a trama.
Ligamentos
fundamentais
Fios/cm
Estabilidade 
Dimensional
Alongamento Resistência Ponto
TELA Pouco Rígido Menor Maior Mais pontos de ligação
SARJA Muito Maleável Maior Menor
Menor que a tela, mais 
que o cetim
CETIM Muito Muito maleável Maior Menor
01 ponto de ligação 
por fio de urdume e 
trama
Ligamento Tela ou Tafetá Ligamento Sarja Simples
Manual Técnico • Tecelagem 17
• Ligamento Cetim ou Raso: sem dú-
vida, dos três ligamentos fundamen-
tais o Cetim é o de maior complexi-
dade na sua construção. 
Podemos até dizer que, para ser con-
siderado Cetim, é necessário que: 
- a sua menor representação, ou ra-
pport, seja sempre quadrada (mes-
mo número de fios de urdume e de 
trama); 
- o deslocamento dentro de sua ar-
mação sempre deverá ser constante; 
- só poderá haver um único ponto de 
ligação em cada fio de urdume e de 
trama.
Isso ocorre porque o cetim permite 
vários deslocamentos dentro de um 
único padrão, aumentando assim de 
forma considerável uma variedade 
dentro da mesma base.
O cetim vai apresentar em um dos 
lados (lado do urdume) um aspecto 
de brilho e maciez inconfundível, e 
no lado do avesso (lado da trama), 
um aspecto que se sobrepõe intei-
ramente ao outro, toque áspero, e 
ausência de brilho.
É o ligamento mais utilizado nos te-
cidos Jacquard, pela particularidade 
de várias opções de deslocamento, 
com alta flutuação dos fios de ur-
dume, sendo necessário o aumento 
considerável da densidade, particu-
larmente no urdume.
Outro aspecto interessante sobre 
este ligamento é que o Cetim tende 
a apresentar um certo esgarçamen-
to maior, se comparado com os ou-
tros dois ligamentos fundamentais, 
daí a necessidade também de se 
estabelecer na sua construção um 
grau maior de densidades.
Ligamento Cetim ou Raso
18 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
NOME 
COMERCIAL CARACTERÍSTICAS DO TECIDO
ADAMASCADO
Tecido com fundo fosco e desenhos acetinados, muito empregado em tapeçarias e 
decoração.
ALPACA
Pode ser um tecido feito com fio de Lã de Alpaca, muito caro, ou então, um tecido 
ordinário de Acetato utilizado em forro.
ANARRUGA
Tecido leve, em geral de Algodão, com secções enrugadas ao lado de outras planas, 
formando desenhos listrados ou xadrezes.
CAMBRAIA
Também chamado de “Batista”, trata-se de um tecido fino, quase transparente, feito a 
partir de Linho e/ou Algodão.
BRIM
Tecido feito em construção de Sarja, muito semelhante ao Jeans, porém, no caso do 
Brim, vamos encontrar um tingimento em uma só cor. Empregado em uniformes, 
decoração, sempre onde se faz necessário um tecido mais resistente. Sua matéria-prima 
basicamente é o algodão.
BROCADO
Tecido Jacquard, feito em Seda, com desenhos em alto-relevo, realçados com fios de ouro 
ou prata.
O nome comercial de um determinado tecido plano está vinculado a alguns 
aspectos, tais como:
• o tipo do ligamento empregado;
• a matéria-prima utilizada;
• os títulos dos fios de urdume e fios trama empregados;
• a gramatura por metro quadrado do tecido.
As características dos tecidos que serão apresentados no quadro abaixo têm 
como base de informação sempre a sua origem de construção, evidentemente 
que em alguns casos algumas alterações - em função do momento histórico, 
recursos de produção e obtenção de novas fibras têxteis – podem, nos dias 
atuais, apresentar algumas alterações, mas, em se tratando de aspecto visual, 
este deverá ser respeitado.
Para ilustrar: a primeira vez que se apresentou o tecido Pied de Poule, este 
fora produzido em fibra de lã, utilizando-se corantes naturais. Hoje há tecidos 
fabricados com outras fibras, porém, com a mesma aparência, e que têm o 
mesmo nome.
Nomes comerciais e construções
Manual Técnico • Tecelagem 19
CAMURÇA Tecido aveludado de lã feltrada, imitando o pelo de camurça.
CASHEMERE Tecido em estampa de medalhões, característica da região de mesmo nome na Índia.
CASIMIRA Tecido encorpado de Lã, usado em geral para vestuário masculino.
CHAMALOTTETecido onde se tem um efeito de ondas, também chamado de Moiré. Geralmente é feito 
com Seda, ou misturas que levam a Seda como matéria-prima.
CHAMBRAY Tecido construído em ligamento Tela, com o seu urdume tinto em índigo, e a trama tinta. 
CHENILLA Tecido feito a partir do fio que leva o mesmo nome, muito utilizado em colchas.
CHEVRON Padrão formando colunas em “V”, lembrando espinha de peixe. 
CHINTZ
Tecido em Algodão, que posteriormente é engomado, sendo o seu uso empregado em 
decoração.
CHITA
Tecido leve de Algodão, estampado com motivos miúdos e muito colorido. Feito em 
Algodão, de qualidade inferior. 
CORDUROY Uma das denominações do Veludo.
CREPE
Tecido com aspecto granulado e de toque áspero. Existem várias denominações que 
recebem o nome de crepe, como: 
- Crepe Chine: Feito a partir de fios de Seda, sendo que os fios de Urdume e Trama são 
dispostos intercalando as torções; 
- Crepe Georgette: Muito semelhante ao crepe chine, porém, neste caso, a distribuição 
dos fios é feita de dois em dois fios, sempre intercalando as torções; 
- Crepe Chanel: Também conhecido por “crepe patoux”. Trata-se de um crepe mais 
pesado, sendo construído com ligamento cetim.
DENIN
Geralmente o tecido se encontra na cor azul. Tecido de estrutura idêntica ao Brim, porém 
o urdume é tinto com o corante Índigo, sendo que na medida em que a roupa vai sendo 
lavada, ela desbota. 
DOUBLE FACE Tecido que permite a sua utilização nos dois lados. 
ENTRETELA
Também conhecido por “giro inglês”, que recebe um tratamento de goma, após sua 
construção. Pode ser utilizado em armações para vestuário, como tela para bordados.
ESCOSSÊS
Pode ser chamado de “tartan”. Trata-se de um tecido xadrez, que a princípio representa 
os clãs da Escócia e o País de Gales.
FELPA
Tecido que apresenta vários anéis em urdume, cujo emprego está voltado para linha de 
Banho principalmente. Pode ser chamado de atoalhado.
FELTRO
Tecido na maior parte das vezes feito a partir da lã, onde por processos físicos de 
Beneficiamento, apresenta uma superfície com as fibras emaranhadas.
FLANELA
Tecido que pode ter um dos lados (ou mesmo os dois) levemente aveludado. Feito em 
algodão, ou lã, muito utilizado em roupas de Inverno, ou meia-estação.
FAILE Tecido macio, utilizado em forros de roupas, geralmente feito em viscose ou acetato.
FUSTÃO
Tecido construído a partir do ligamento canele, sendo que um dos lados vai apresentar o 
efeito canelado, e o outro poderá ser lixado. Feito em Algodão basicamente.
20 SENAI MIX DESIGN • Têxtil e Vestuário
GORGURÃO Tecido encorpado, mais que o Fustão, utilizado em decoração. 
GRANITÉ
Tecido construído a partir de um passamento e ligamento especial que vai dar ao tecido 
um aspecto granulado.
MOUSSELINE
Pode ser chamado por “musselina” ou “musseline”. Trata-se de um tecido muito leve e 
transparente feito em seda.
ORGANDI
Tecido leve, feito em algodão, o qual recebe no final uma carga de goma, mantendo-o 
bem armado.
ORGANZA
Tecido fino, que utiliza uma trama simples, feita em geral de seda, muito semelhante ao 
organdi, porém mais armado e encorpado, e ligeiramente acetinado.
PANAMÁ
Ligamento derivado da Tela, usado geralmente dentro da linha masculina. Seu nome é 
oriundo da confecção dos famosos chapéus Panamá.
PERCAL Tecido para linha cama, que pode ser 100% Algodão, ou misturas de Poliéster e Algodão.
POPELINE
Tecido de Algodão, inferior à Tricoline, o qual apresenta uma densidade maior de trama 
que urdume. Voltado para Camisaria.
PRÍNCIPE DE 
GALES Tecido utilizado em vestuário masculino, formando um xadrez muito original.
RISCA DE GIZ Tecido em listras finas e claras, sempre em contraste, e com o fundo geralmente escuro.
SHANTUNG
Originalmente feito a partir de fios de seda, que apresentam a característica de pontos 
grossos, dando assim ao tecido um aspecto rústico. Hoje a Seda foi substituída pela 
Viscose.
TRICOLINE
Tecido de camisaria fina, muito superior à Popeline, sendo que o fio de urdume e trama 
deve ser de Penteado, e em Algodão.
TRICOTINE
Tecido semelhante à Gabardine, podendo ser de Lã, Algodão ou misto, dando um efeito 
muito acentuado na diagonal, quase deixando-a em posição vertical. Destinado ao 
vestuário masculino e feminino.
TUSSOR
Tecido leve, feito com uma variedade de fios de seda natural da Índia e da China. Essa 
variedade de Seda é conhecida por “Tussah”, a lagarta que produz essa Seda, a qual 
come somente as folhas do carvalho. O tecido, feito a partir dessa Seda, tem um aspecto 
grosseiro e de toque áspero.
TWEED
Tecido de Lã Cardada, de aspecto grosseiro e rústico. Os fios de trama são fantasia, tipo 
Botonê, com efeito multicor. Esse tecido é muito usado para paletós, mantôs, vestidos de 
inverno. 
VELUDO
É um tecido muito antigo, criado na Índia. Depois apareceu na Europa, após ter sido 
importado durante muito tempo. Entre os séc. XIV e XV, foi fabricado exclusivamente na 
Itália, onde se tornou famoso nas cidades de Veneza, Florença, Gênova e Milão. 
O veludo é um tecido que apresenta, no lado direito, um aspecto peludo, macio e 
brilhante; esses pelos são curtos, densos, e fazem parte da estrutura do tecido. Existem 
seis tipos principais de Veludo, conforme o processo de fabricação: Veludo Simples Peça 
(original); Veludo Dupla Peça; Veludo de Trama (Velours Trame/Velours D A´miens); 
Veludo de Lyon (Velours au Sabre); Pelúcia; Falsos Veludos.
Manual Técnico • Tecelagem 21
ARAÚJO, Mário de, MELO E CASTRO E. M. de. Manual de engenharia 
têxtil. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. 2 v. V.1.
RIBEIRO, Luiz Gonzaga. Introdução à Indústria Têxtil. SENAI/CETIQT, 
1984. V. 1. (fibra Têxtil e Fiação).
RODRIGUES, Luís Henrique. Tecnologia da tecelagem: tecnologia e 
qualidade na produção de tecidos planos. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 
1996. 268 p.
JUNKER, Paul. Manual para padronagem de tecidos planos. São Paulo: 
Brasiliense, 1988. 2 v.
ANDRADE FILHO, José Ferreira; SANTOS, Laércio Frazão dos. Introdução 
à indústria têxtil. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1987. V. 3. (Malharia, 
Acabamento e Confecção).
ABERLE, Carlos. Géneros de punto. Barcelona: Gustavo Gili, 1935. 339 p. 
(Enciclopédia de la indústria Textil, 3).
Referências
Escola SENAI “Francisco Matarazzo”
Faculdade de Tecnologia SENAI “Antoine Skaf” 
Rua Correia de Andrade, 232, Brás, São Paulo/SP
(11) 3312-3550 | www.sp.senai.br/textil
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