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11 TEORIA DA EXCEÇÃO , RESPOSTA DO REU E REVELIA

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1 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
TEORIA DA EXCEÇÃO, RESPOSTA DO RÉU E REVELIA (NCPC) 
PROCESSO CIVIL 
Curso de Direito Processual Civil de Fredie Didier (2016) 
 
 TEORIA DA EXCEÇÃO 
 
- ‘Exceção’ está para o réu assim como ‘ação’ está para o autor. Aplicando as 3 acepções de ação já 
vistas, teremos os 3 sentidos de exceção: 
 
PRÉ-PROCESSUAL EXCEÇÃO = DIREITO ABSTRATO DE DEFESA. Sentido estático. 
É um conjunto de garantias (contestar, produzir provas, recorrer, direito a uma decisão 
de mérito etc). O réu tem direito a um procedimento adequado. 
PROCESSUAL EXCEÇÃO = EXERCÍCIO DO DIREITO ABSTRATO DE DEFESA EM PROCESSO JUDICIAL 
(DEFESA CONCRETAMENTE EXERCIDA). Ato de defender-se, qualquer que seja a 
defesa. Sentido dinâmico. É essa acepção que será trabalhada nesse capítulo. 
MATERIAL 
(EXCEÇÃO 
SUBSTANCIAL) 
EXCEÇÃO SUBSTANCIAL = CONTRADIREITO DO RÉU EM FACE DO AUTOR. 
É um direito que se exercita contra o exercício de um outro direito, não negando-o, 
mas neutralizando ou extinguindo sua eficácia. Trata-se de uma espécie de defesa pela 
qual o réu exerce um direito, uma situação jurídica ativa, cuja peculiaridade é 
exatamente ser exercida contra a afirmação de um direito pelo autor. 
Tema afeto ao direito material. 
a) Exceção de contrato não cumprido (ao alegar o não cumprimento da prestação 
enquanto não houver o cumprimento pela outra parte, não se está negando o seu 
direito, mas apenas neutralizando-o). 
b) Prescrição (não se nega a existência da dívida, mas extingue-se a sua exigibilidade); 
c) Benefício de ordem do fiador (o fiador executado não nega o direito do exequente, 
apenas neutraliza sua pretensão ao exercer seu direito de ver os bens do devedor 
penhorados antes dos seus); 
d) Direito de retenção (não se nega que a outra parte tenha direito sobre a coisa, 
apenas se retém a coisa enquanto a outra parte não realiza a indenização pelas 
benfeitorias). 
e) Compensação (embora não seja unânime seu enquadramento como exceção 
substancial, Didier entende que a alegação do direito à compensação extingue a 
situação jurídica afirmada pelo autor). 
A exceção substancial NÃO se exercita por reconvenção: reconvenção não é um 
contradireito, é um direito exercitado como defesa. O mesmo se aplica ao pedido 
contraposto. 
Usucapião em defesa NÃO é exceção substancial: se eu alego usucapião em defesa, eu 
estou negando que o autor não tem direito, porque o proprietário sou eu. 
A exceção substancial, em regra, precisa ser exercida pelo réu, não podendo ser 
conhecida ex officio pelo juiz. Exceção: prescrição. 
 
 ESPÉCIES DE DEFESA 
 
DEFESA DE MÉRITO DEFESA DE ADMISSIBILIDADE 
Volta-se contra a pretensão deduzida em juízo pelo 
autor. Obs.: pode ter por objeto uma questão 
processual (ação rescisória, embargos à execução). 
Tem por objeto os pressupostos processuais. O réu 
questiona a viabilidade da apreciação do mérito. 
 
 
2 
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 MARTINA CORREIA 
OBJEÇÕES EXCEÇÕES EM SENTIDO ESTRITO 
Alegação de defesa que PODE SER CONHECIDA EX 
OFFICIO pelo juiz. Exemplos: decadência legal, 
causas de nulidade absoluta do negócio jurídico, 
questões relacionadas à admissibilidade. 
A alegação de defesa que, para ser conhecida, 
precisa ter sido arguida pelo interessado. NÃO 
PODEM SER CONHECIDAS EX OFFICIO. 
 
 
EXCEÇÃO DILATÓRIA EXCEÇÃO PEREMPTÓRIA 
Dilata no tempo o exercício de determinada 
pretensão. Exemplo: nulidade de citação, conexão, 
direito de retenção etc. 
Fulmina o exercício da pretensão. Exemplos: 
pagamento, decadência, prescrição, carência de 
ação, litispendência etc. 
 
DEFESA DIRETA DEFESA INDIRETA 
O réu NÃO TRAZ FATO NOVO ao processo, negando 
a existência dos fatos jurídicos constitutivos do 
direito do autor ou as consequências jurídicas que o 
autor pretende retirar dos fatos que aduz. Como 
não há fato novo, não há necessidade de réplica 
após a contestação. 
O réu traz FATO NOVO ao processo, o qual impede, 
modifica ou extingue o direito do autor. 
Há necessidade de réplica após a contestação, 
oportunidade em que o autor se manifestará sobre o 
fato novo. 
 
EXCEÇÃO INTERNA EXCEÇÃO INSTRUMENTAL 
Pode ser formulada no bojo dos autos em que está 
sendo demandado o réu. 
Implica processamento autônomo, com autuação 
própria. Exemplo: alegação de suspeição e 
impedimento do juiz. 
 
 RESPOSTA DO RÉU 
 
- Resposta do réu é uma designação genérica (qualquer manifestação que o réu faça sobre a demanda). 
Não confundir resposta do réu (gênero) com defesa ou contestação (espécie). 
- A resposta do réu tem lugar após a audiência preliminar de conciliação ou mediação, quando esta 
frustra seus objetivos ou quando não é o caso de sua designação. 
 
 CONTESTAÇÃO 
 
- É através da contestação que o réu apresenta sua defesa. 
- Prazo de 15 DIAS, contados a partir (art. 335): 
 
Da audiência de conciliação ou de 
mediação, ou da última sessão de 
conciliação, quando qualquer 
parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver 
autocomposição. 
Do protocolo do pedido de cancelamento da 
audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando a audiência 
não for realizada pelo desinteresse expresso 
de ambas as partes na conciliação (art. 334, 
§4º, I). 
Prevista no art. 231, de 
acordo com o modo 
como foi feita a 
citação, nos demais 
casos. 
 
 
- Se houver litisconsórcio passivo e um dos litisconsortes manifestar desinteresse na realização da 
audiência preliminar (art. 334, §6º), o termo inicial será, para cada um dos réus, a data de 
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, §1º). 
 
3 
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 MARTINA CORREIA 
- Quando a audiência preliminar não for realizada em virtude da não admissão de autocomposição 
(art. 334, §4º), havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não 
citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência 
(art. 335, §2º). 
- A contestação pode ser indeferida. Exemplo: contestação intempestiva ou falta de comprovação da 
regularidade da representação processual da parte (como a falta de documentos que comprovem a 
aptidão do sócio para atuar em nome da sociedade). 
- Se o réu apresenta a contestação sem advogado, o juiz deve nomear um advogado dativo para 
ratificar a peça de defesa. O mesmo se aplica ao caso do incapaz que constituiu advogado e 
apresenta contestação, embora não tenha representante (cabe ao juiz nomear um curador especial). 
- Se a contestação for intempestiva e estiver acompanhada de documentos, embora a peça possa ser 
desentranhada, se for o caso, os documentos permanecem nos autos, pois o réu revel tem direito à 
produção de provas (súmula 231 do STF: o revel, em processo cível, pode produzir provas desde que 
compareça em tempo oportuno). 
- O art. 336 traz a REGRA DA EVENTUALIDADE OU DA CONCENTRAÇÃO DA DEFESA: 
 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões 
de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
 
- Assim, o réu tem o ônus de alegar tudo quanto puder, sob pena de preclusão. Para isso, poderá 
cumular defesas (cumulação própria ou imprópria). Na imprópria, o réu pode formular defesas 
incompatíveis entre si, mas deve ser limitada pela boa-fé. Exemplo: se o réu afirma que a mercadoria 
entregue possui vícios, é impossível negar a sua entrega; o réu pode alegar que pagou e, na 
eventualidade, que a dívida está prescrita. 
- O art. 337 traz um rol de QUESTÕES QUE DEVEM SER ALEGADAS ANTES DA DISCUSSÃO DO MÉRITO: 
 
1) Inexistênciaou nulidade da citação; 
2) Incompetência absoluta e relativa*; 
3) Incorreção do valor da causa; 
4) Inépcia da petição inicial; 
5) Perempção; 
6) Litispendência; 
7) Coisa julgada; 
8) Conexão; 
9) Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
10) Convenção de arbitragem*; 
11) Ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
12) Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
13) Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
* APENAS A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM E A INCOMPETÊNCIA RELATIVA NÃO PODEM SER 
CONHECIDAS DE OFÍCIO (art. 337, §5º). 
- Didier faz uma crítica à intepretação literal do art. 337. O dispositivo, se interpretado literalmente, 
parte da premissa teórica de primazia das questões de admissibilidade em relação às questões de 
mérito. Contudo, a primazia deve ser do mérito. A falta de um requisito de admissibilidade que visa 
proteger o réu pode ser ignorada, por exemplo, se o órgão julgador puder julgar improcedente a 
demanda. Até mesmo porque o julgamento de improcedência pode ser mais interessante ao réu do 
que a extinção sem resolução do mérito. Assim, a falta de um requisito de validade somente pode 
gerar a invalidade do procedimento se houver prejuízo ao interesse protegido pela exigência formal 
que foi desrespeitada. 
 
1) Inexistência ou nulidade de citação  no máximo, o réu conseguirá a renovação do prazo para a 
apresentação de sua resposta (defesa dilatória). 
 
2) Incompetência absoluta ou relativa  não existe mais a diferença do CPC-73 (a incompetência 
relativa era alegada em instrumento distinto da contestação). Agora, relativa e absoluta serão 
alegadas na contestação. Vale lembrar que a relativa não pode ser conhecida de ofício. 
 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser 
protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da 
causa, preferencialmente por meio eletrônico. 
§1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio 
de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o 
juízo da causa. 
§2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a 
contestação ou a carta precatória será considerado prevento. 
§3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de 
conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. 
§4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de 
conciliação ou de mediação. 
 
- Essa contestação é apta para adiar a audiência preliminar. A contestação não equivale ao pedido de 
cancelamento da audiência, que o réu poderia ter formulado, pois é possível que ele tenha interesse 
na autocomposição, mas apenas não aceita que a audiência preliminar se realize no foro que ele, réu, 
alega ser incompetente. 
- Note que caso o réu seja vitorioso na alegação de incompetência, este será, a princípio, o juízo 
competente para o processamento da causa (prevenção). Todavia, é possível que o réu indique como 
competente outro juízo, distinto daquele do seu domicílio. 
 
5 
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 MARTINA CORREIA 
3) Incorreção do valor da causa  no CPC-73, era alegada em peça distinta. O art. 292 apresenta os 
critérios legais para a fixação do valor da causa. Se o réu não impugnar o valor da causa neste 
momento, haverá preclusão. 
- A decisão do juiz sobre essa alegação do réu é impugnável apenas por ocasião da apelação ou das 
contrarrazões (art. 1009, §1º). 
 
4) Inépcia da petição inicial  se o réu silenciar sobre este ponto, significa que ele conseguiu defender-
se do que foi pedido e que a petição inicial não é inepta. 
 
5) Perempção, litispendência e coisa julgada  são requisitos processuais negativos (não podem 
existir para que o processo se instaure regularmente). 
 
Art. 337 §1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação 
anteriormente ajuizada. 
§2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e 
o mesmo pedido. 
§3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 
§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em 
julgado. 
 
6) Conexão e continência  estudados no capítulo de competência. 
 
7) Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização  defeitos relacionados à 
capacidade processual. 
 
8) Convenção de arbitragem  é cláusula negocial firmada por pessoas capazes envolvendo direitos 
disponíveis. Não pode ser conhecida de ofício, quer se trate de cláusula compromissória, quer se trate 
de compromisso arbitral. 
 
Art. 337, §6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma 
prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
- A decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem é impugnável por agravo de 
instrumento (art. 1015, III). Porém, a decisão que acolhe a alegação é uma sentença (art. 203, §1º), 
impugnável por apelação. 
- Enunciado 49 do FPPC: a competência do juízo estatal deverá ser analisada previamente à alegação 
de convenção de arbitragem. Observar a regra da Kompetenzkompetenz: é do juízo arbitral a 
competência para examinar a sua própria competência. A regra é um impedimento a priori à cognição 
do juízo estatal, na pendência do processo arbitral. Assim, caso o procedimento arbitral tenha sido 
 
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 MARTINA CORREIA 
instaurado antes da propositura da ação, o juiz estatal, ao receber a alegação de convenção de 
arbitragem, suspenderá o processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre sua própria 
competência. Se o procedimento arbitral não houver sido instaurado, o juiz decidirá a questão. Se o 
procedimento arbitral for instaurado depois do ajuizamento da demanda perante o Poder Judiciário, 
mas antes da decisão do juiz a respeito da questão, o processo jurisdicional estatal também deverá ser 
suspenso, por idêntica razão. 
- A existência de convenção de arbitragem é fato que pode ser reconhecido pelo juízo arbitral, no caso 
em que o processo arbitral é anterior ao processo estatal, ou superveniente, mas antes da decisão do 
juiz estatal, ou pelo próprio órgão jurisdicional estatal, no caso de ainda não haver processo arbitral 
pendente. Assim, a extinção do processo jurisdicional estatal pode decorrer de uma decisão do juiz 
da causa ou como efeito anexo da decisão do juízo arbitral sobre a sua própria competência. 
 
9) Ausência de legitimidade ou de interesse processual  atenção às regras sobre a ilegitimidade 
passiva, aplicáveis a qualquer procedimento: 
 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo 
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para 
substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os 
honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre 3% e 5% do valor da causa 
ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, §8º. 
 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação 
jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas 
processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
§1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 dias, à alteração da petiçãoinicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§2º No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como 
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
 
10) Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar  são exemplos: 
a) Não pagamento de honorários advocatícios de processo extinto sem resolução de mérito, 
quando o autor intente a mesma ação (art. 486, §2º); 
b) Não pagamento das custas processuais (art. 290); 
c) Não realização do depósito obrigatório na ação rescisória (art. 968, II); 
d) Não apresentação da caução pro expensis prevista no art. 83. 
 
11) Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça  o NCPC não exige mais peça avulsa. 
 
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 MARTINA CORREIA 
- Se a gratuidade da justiça for concedida após a petição inicial, o pedido de revogação será formulado 
por petição simples, no prazo de 15 dias (art. 100). 
- A decisão que acolhe o pedido de revogação é impugnável por agravo de instrumento (art. 101 e 
1015, V). 
- A arguição de impedimento ou suspeição do juiz, membro do MP ou auxiliar da justiça deve ser 
arguida em peça distinta da contestação (será analisada no próximo resumo). 
- O art. 342 elenca DEFESAS QUE PODEM SER ALEGADAS APÓS A CONTESTAÇÃO: 
 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: 
I - Relativas a direito ou a fato 
superveniente; 
II - Competir ao juiz 
conhecer delas de ofício; 
(objeções) 
 
III - Por expressa autorização legal, puderem 
ser formuladas em qualquer tempo e grau 
de jurisdição. 
 
- Nesses casos, entende-se que a contestação pode ser aditada para acrescentar as defesas que podem 
ser alegadas após o prazo de resposta do réu. 
- Assim como o demandante deve formular sua petição inicial de modo claro e determinado, o 
demandado tem o ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA: 
 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da 
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu 
respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver 
acompanhada de instrumento 
que a lei considerar da substância 
do ato; 
III - estiverem em contradição 
com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao 
advogado dativo e ao curador especial. 
 
- O curador especial e o advogado dativo, na maioria das vezes, não têm acesso imediato ao réu, o 
que permite a elaboração de uma defesa genérica. 
- Didier entende que a defesa genérica por parte do defensor público pode tornar-se fator de 
desequilíbrio processual injustificado: a incidência da regra deveria pressupor a dificuldade concreta 
de comunicação entre representante judicial e o réu, que pode não existir no caso. 
- A FAZENDA PÚBLICA SUBMETE-SE AO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA. 
 
 RECONVENÇÃO 
 
- É a demanda formulada pelo réu, contra o autor, no mesmo processo em que está sendo demandado. 
É um incidente processual que amplia objetivamente o processo (demanda nova em processo 
existente). Ação e reconvenção são PROCESSADAS SIMULTANEAMENTE. 
 
 
 
 
8 
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 MARTINA CORREIA 
 REQUISITOS DA RECONVENÇÃO 
1) Requisitos da petição inicial, inerentes a qualquer demanda. 
2) Existência de uma CAUSA PENDENTE. 
3) Deve ser apresentada NO MESMO PRAZO DA CONTESTAÇÃO E NA MESMA PEÇA em que ela é 
apresentada. Contudo, o réu pode reconvir independentemente de contestar, se assim preferir 
(art. 343, §6º). 
4) O juiz da causa principal deve ser competente em razão da matéria e da pessoa para julgar a causa. Se 
não o for, não haverá remessa dos autos a juízo distinto, pois a reconvenção exige uma causa pendente. 
5) Deve haver compatibilidade entre o procedimento da causa principal e o procedimento da reconvenção. 
Se o procedimento especial se converte em ordinário após o prazo de defesa, cabe reconvenção. 
É o caso da reconvenção em ação monitória e ação possessória. SÚMULA 292 DO STJ: A RECONVENÇÃO É 
CABÍVEL NA AÇÃO MONITÓRIA, APÓS A CONVERSÃO DO PROCEDIMENTO EM ORDINÁRIO. 
6) A reconvenção deve ser conexa à ação principal ou a alguma dos fundamentos de defesa. 
Basta a afinidade de questões. 
7) Deve haver interesse processual. QUANDO O EFEITO PRÁTICO ALMEJADO PELA RECONVENÇÃO PUDER 
SER ALCANÇADO COM A CONTESTAÇÃO, NÃO HAVERÁ INTERESSE PARA RECONVIR. 
- Exemplo 1: não cabe reconvenção para alegação de exceção substancial, pois com a simples defesa o 
demandado pode exercer o contradireito. 
- Exemplo 2: na ação declaratória (dúplice), o réu não pode reconvir para pedir a declaração contrária, 
para isso deve apenas defender-se. A súmula 258 do STF (“é admissível reconvenção em ação 
declaratória”) deve ser interpretada assim: o réu não pode reconvir para pedir a negação do pedido do 
autor, mas pode reconvir para formular outra pretensão. 
- Enunciado 45 do FPPC: para se que considere proposta a reconvenção, não há necessidade de uso desse 
nomen iuris, ou dedução de um capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar inequivocamente o 
pedido de tutela jurisdicional qualitativa ou quantitativamente maior que a simples improcedência da 
demanda inicial. 
8) Deve ser cabível. A reconvenção é VEDADA NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS (art. 31 da Lei 9.099/95) e no 
PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA O EXERCÍDIO DO DIREITO DE RESPOSTA OU RETIFICAÇÃO DO OFENDIDO 
(art. 5º, §2º, II, da Lei 13.188/2015). 
9) Deve haver o pagamento de despesas processuais, quando devidos. 
Na Justiça Federal, não é devido o pagamento de custas para reconvir. 
 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão 
própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
§1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para 
apresentar resposta no prazo de 15 dias. 
§2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito 
não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. 
§3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 
§4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
§5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em 
face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na 
qualidade de substituto processual. 
§6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. 
 
 
9 
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 MARTINA CORREIA 
- A reconvenção deve ser proposta pelo réu (reconvinte) na mesma peça da contestação (prazo de 15 
dias). Em seguida, o autor da ação principal (reconvindo) será intimado, na pessoa de seu advogado, 
para apresentar resposta (à reconvenção) no prazo de 15 DIAS. 
- No CPC-73, a reconvenção era apresentada em peça autônoma (formalismo desnecessário). 
- Na resposta (à reconvenção), o reconvindo poderá denunciar a lide ou proceder ao chamamento ao 
processo. 
- É possível a reconvenção da reconvenção, salvo na ação monitória (art. 702, §6º). 
 
- Embora a ação principal e a reconvenção devam ser JULGADAS NA MESMA SENTENÇA, são 
AUTÔNOMAS. É possível que a ação principal não tenha o mérito apreciado por algum motivo e a 
reconvenção prossiga normalmente (§2º). Contudo, se ambas forem julgadas, serão julgadas na 
mesma sentença. 
- A decisão que indefere liminarmente a petição inicial da reconvenção ou a julga liminarmente 
improcedente não extingue o processo (decisão interlocutória, agravável). 
- A reconvenção deveser dirigida contra o autor, mas pode ser dirigida contra o autor E terceiro em 
litisconsórcio necessário, unitário ou simples (§3º). É possível a ampliação subjetiva do processo, 
contando que autor e terceiro sejam litisconsortes necessários. É que se o réu propusesse uma ação 
autônoma em face do terceiro, haveria a reunião de causas, em razão da conexão. 
- A reconvenção também pode ser proposta pelo réu E um terceiro contra o autor, em litisconsórcio 
facultativo unitário ativo (§3º). O terceiro colegitimado atuaria, a rigor, como assistente litisconsorcial 
do réu reconvinte. O litisconsórcio, nesse caso, não pode simples por uma razão: se o terceiro 
formulasse uma demanda própria, distinta da demanda reconvencional proposta pelo réu, estaria 
escolhendo o juízo perante o qual essa demanda seria processado, em burla ao princípio do juiz 
natural. 
- O réu pode reconvir em face do substituto processual, desde que a reconvenção se dirija ao autor 
(substituto), mas seja fundada em pretensão que tenha em face do substituído (§5º). 
 
PEDIDO CONTRAPOSTO RECONVENÇÃO 
Podem ser formulados pelo réu na mesma peça em que apresente a sua defesa. 
Demanda com limitação cognitiva: nos JEC e 
procedimento sumário, por exemplo, deve ficar 
restrito aos fatos da causa. Na ação possessória, 
admite-se apenas o pedido de indenização. 
Ampla cognição. Pode ter variada natureza: basta 
que seja conexa com a ação principal ou com os 
fundamentos da defesa (art. 315). É uma demanda 
ampla, sem restrição. 
 
 REVELIA 
 
- Revelia é a NÃO APRESENTAÇÃO TEMPESTIVA DA CONTESTAÇÃO. Não confundir a revelia (fato 
jurídico) com os seus efeitos. 
 
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Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras 
as alegações de fato formuladas pelo autor. 
 
EFEITOS DA REVELIA 
EFEITO MATERIAL: 
presunção de 
veracidade das 
alegações de fato feitas 
pelo demandante 
(art. 344). 
Os prazos contra o réu 
revel que não tenha 
advogado fluem a partir 
da publicação da 
decisão (art. 346). 
EFEITO PROCESSUAL: 
preclusão em desfavor 
do réu do poder de 
alegar algumas matérias 
de defesa (ressalvadas as 
matérias do art. 342). 
Possibilidade de 
julgamento antecipado 
do mérito, caso se 
produza o efeito 
material (art. 355, II). 
 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável 
à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos. 
 
- Quanto ao inciso I, o efeito só é afastado em relação ao fato comum contestado. 
- Se não houver o mínimo de verossimilhança e de prova para lastrear a postulação, não haverá o efeito 
material. A revelia não acarreta a procedência automática dos pedidos iniciais. 
- Didier cita outras duas situações em que a revelia não produz confissão ficta: 
a) Quando a citação houver sido ficta (por edital ou com hora certa) ou o réu revel tiver preso, 
será nomeado um curador especial para promover a defesa (art. 72, II, c/c art 341, par. único). 
b) Quando terceiro houver ingressado no processo como assistente do revel, hipótese em que 
será considerado seu substituto processual (art. 121, parágrafo único). 
- A revelia é ineficaz quanto às matérias que podem ser alegadas após a contestação (art. 342). 
- Mesmo que o réu seja revel, o autor não pode aditar ou alterar a causa de pedir, salvo promovendo 
nova citação do réu, a qual reabrirá o prazo de 15 dias para resposta (art. 329, II). 
 
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de 
publicação do ato decisório no órgão oficial. 
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado 
em que se encontrar. 
 
- Atenção: a dispensa de intimação só se aplica ao réu revel sem patrono nos autos. Se o réu aparece 
(com patrono nos autos) mas não contesta tempestivamente, será revel, mas o advogado deverá ser 
intimado dos atos ulteriores. Exemplo: o réu compareceu à audiência preliminar com seu advogado, 
mas não apresentou a contestação. 
 
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- Se o réu revel decidir intervir no processo, passará a ser intimado dos atos que forem praticados e 
poderá produzir provas. Logo, se o réu apresentar contestação intempestiva, não poderá deixar de 
ser intimado, mas poderá ocorrer o efeito material da revelia. 
- É possível ao réu revel ajuizar ação rescisória por erro de fato, se a sentença considerar existente fato 
que não ocorreu ou inexistente fato que tenha ocorrido. 
- Se houver revelia, não se poderá estender a coisa julgada à resolução da questão prejudicial 
incidental (art. 503, §1º, II), pois não terá havido contraditório suficiente. 
- É possível haver revelia na reconvenção. Ocorre que se o reconvindo (autor na ação principal) for 
revel na reconvenção, haverá a apreciação de fatos comuns (regra da comunhão da prova) e o juiz não 
poderá presumir existentes fatos que foram considerados não ocorridos por conta da instrução 
probatória ocorrida na ação originária.

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