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Criminologia para Delegado da Polícia Civil de Pernambuco 
Aula 2 
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Aula 2 
 
Criminologia para Delegado da Polícia Civil de Pernambuco 
Modelos Teóricos da Criminologia. Teorias Sociológicas. 
Professor Julio Ponte 
 
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Tópicos da Aula 
 
1. Apresentação ................................................................................... 2 
2. Modelos Teóricos da Criminologia ..................................................... 3 
3. Teorias Sociológicas ....................................................................... 13 
4. Lista das Questões Apresentadas ................................................... 43 
5. Gabarito ......................................................................................... 52 
 
1. Apresentação 
 
Olá, pessoal! 
 
Na nossa Aula 1 estudamos de forma pormenorizada os objetos da 
criminologia, quais sejam: o crime, o criminoso, a vítima e o controle social do 
delito. 
 
Vimos seus respectivos conceitos, sua evolução histórica, perspectivas de 
enfoques e as classificações doutrinárias, as quais as bancas de concursos mais 
abordam nas questões. 
 
Hoje abordaremos mais dois tópicos do edital: os Modelos Teóricos da 
Criminologia e as Teorias Sociológicas. Desta aula, será necessária a fixação 
(memorização, decoreba mesmo!) de diversos conceitos, inclusive dos 
principais representantes de cada tópico. 
 
 
 
Aula 2 – Modelos Teóricos da Criminologia. 
Teorias Sociológicas. 
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2. Modelos Teóricos da Criminologia 
2.1. Introdução 
 
As escolas penais, até final do século XVIII, empenhavam-se na busca de 
melhores definições sobre o crime e o criminoso. Face ao aprimoramento 
científico nesse período, especialmente nos ramos da Psicologia e da Sociologia, 
o homem passou a ser o foco dos estudos, sendo possível a análise dos vários 
tipos de comportamentos humanos, entre eles o delitivo. 
 
Surgimento das Escolas Criminológicas, cujo principal objeto era estudo 
do delinquente. 
 
Buscavam-se incessantemente explicações para elucidar os motivos pelos 
quais alguns indivíduos seriam mais predispostos que outros à perpetração de 
delitos. 
 
Manejo da interdisciplinariedade para realização dos estudos. Ciências 
como a Biologia, Psicologia, Sociologia, Psiquiatria, entre outras, foram a base 
das análises criminológicas e, a assim com o auxílio de estatísticas e 
observações, ajudaram a definir o método de pesquisa de cada período. 
 
Iniciaremos os estudos das Escolas Criminológicas acordo com sua 
evolução no tempo, apontando-se seus principais representantes e ideologias 
defendidas, sendo esses os principais tópicos abordados em questões de 
concursos, conforme veremos mais à frente. 
 
2.2. Escola Clássica 
 
A Escola Clássica, também chamada primeira escola, surgiu inspirada pelo 
Iluminismo italiano do século XVIII. 
 
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Os iluministas entendiam que os seres humanos detinham plenas 
condições de melhorar o mundo, mediante a introspecção, o livre exercício das 
capacidades e do engajamento político-social de todos. Tinham como 
pressuposto basilar o de que todos os seres humanos gozavam do livre arbítrio, 
de modo que cada um poderia escolher o caminho que desejasse seguir. 
 
Tal Escola teve como seu principal representante Cesare Boneasa, mais 
conhecido como Marquês de Beccaria. 
 
Nascido em Milão, referido teórico viveu entre os anos de 1738 e 1794. 
Inspirado pelo ideal de libertação e auto-responsabilidade do ser humano, 
Beccaria publicou a obra “Dos Delitos e das Penas”, em 1763. Em seus 
escritos, criticou severamente o sistema penal da época; insurgiu-se contra 
aberrações teóricas e abusos dos juízes, bem como denunciou as torturas, os 
suplícios, os julgamentos secretos e a desproporcionalidade das penas. Sua 
obra foi de grande importância para reforma daquele sistema. 
 
Discípulo do contratualismo de Rousseau, Beccaria sustentava que o 
sujeito, ao cometer um crime, estaria rompendo com o pacto social. Defendeu 
os direitos de primeira geração (individuais) e a intervenção mínima do Estado. 
Seu pensamento colaborou para formação de vários princípios básicos do 
Direito, tais como o princípio da legalidade, ao aduzir que apenas as leis podem 
indicar as penas de cada delito1”; o princípio da igualdade, ao afirmar que as 
vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente e entre todos 
os seus membros”2; o princípio da proporcionalidade, ao argumentar que 
“sendo a perda da liberdade uma pena em si, esta apenas deve preceder a 
condenação na exata medida em que a necessidade o exige3. 
 
O pensamento clássico apresentava as seguintes características: 
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1	
  BECCARIA,	
  Cesare.	
  Dos	
  Delitos	
  e	
  das	
  Penas.	
  São	
  Paulo:	
  Ed.	
  Martin	
  Claret,	
  2003.	
  P.20	
  
2	
  Ibidem,	
  p.15.	
  
3	
  Ibidem,	
  p.62.	
  
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! utilização do método abstrato e dedutivo (baseado no silogismo) de 
estudo; 
! a responsabilidade penal do criminoso baseava-se sempre na sua 
responsabilidade moral; 
! o livre arbítrio era qualidade inerente ao ser humano, razão pela qual o 
criminoso seria aquele indivíduo que teve a opção de escolher o 
caminho correto (do bem), mas fez uma opção diversa (pelo caminho 
do mal), razão pela qual poderia ser moralmente responsabilizado por 
suas escolhas equivocadas. 
 
Podemos citar, ainda, como adeptos do pensamento clássico, Francesco 
Carrara (com o clássico “Programa de direito criminal”), Filangieri, Carmignani, 
Romagnosi, Ortolan, Rossi, Pessina, dentre outros. 
 
2.3. Escola Positiva 
 
O positivismo criminológico surge em meados do século XIX, como crítica 
e alternativa à criminologia clássica então reinante. 
 
Para tal Escola todos os fenômenos (até mesmo o da criminalidade) 
poderiam ser entendidos, teorizados e comprovados experimentalmente. 
Abandonou-se o método abstrato-dedutivo dos clássicos. Tinha por fonte 
principal a observação dos fatos e a análise dos dados colhidos com vistas a se 
chegar uma conclusão. 
 
Todos estavam sujeitos à lei da causalidade (ato-efeito). Os atos 
humanoseram consequências internas ou externas, os quais independiam da 
vontade. 
 
A Escola de criminologia positivista italiana teve entre os seus grandes 
nomes as figuras de Lombroso e Ferri, além de Garófalo. Os dois primeiros 
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partiam exatamente de premissas basilares para definir o crime e o criminoso, 
embora o tenham feito sob perspectivas distintas: Lombroso defendia a 
“antropologia criminal”, Enrico Ferri defendia a “sociologia criminal”. 
 
Cesare Lombroso, considerado o pai da Criminologia em razão da grande 
contribuição para o avanço dessa ciência, publicou, em 1876, na cidade de 
Milão, a obra “O Homem Delinquente”. Sustentou a necessidade do estudo do 
delinqüente e não o delito. Apesar de levantar fatores biológicos e 
antropológicos como influenciadores das condutas ilícitas, admitia, porém, a 
influência social sobre o criminoso e considerava-o uma sub- espécie do homem 
– o delinquente nato. 
 
A contribuição principal de Lombroso para a Criminologia, no entanto, 
residiu no método empírico utilizado em suas investigações. Ao ter contato 
com inúmeros detentos e cadáveres, chegou à conclusão que certas 
características eram comuns. Determinou que a hereditariedade deveria ser 
levada em consideração. A pessoa não seria influenciada pelo meio, as 
influências externas em pouco iriam contribuir, pois a patologia criminosa já se 
encontrava nele, era questão de tempo até desencadear. Levou também em 
consideração o atavismo, o qual, conforme seu ponto de vista, caracterizaria o 
tipo criminoso. Para essa última conclusão, registre-se, contou com o estudo 
minucioso de vinte e cinco mil reclusos em prisões européias. 
 
Seu trabalho foi amplamente divulgado e ganhou diversos adeptos, 
inclusive no Brasil. No entanto, sua tese foi, aos poucos, rebatida e caindo em 
desuso. 
 
O autor determinou seis tipos de criminosos: delinquente nato, o louco 
moral, o epiléptico, o louco, o ocasional e o passional. 
 
Seguidor de Lombroso, Enrico Ferri, no entanto, não se ateve somente 
aos fatores biológicos ou antropológicos. Inovou com sua teoria sociológica 
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exatamente por apresentar fatores criminógenos definidos como antropológicos, 
físicos e sociais. 
 
No antropológico Ferri colocava os biológicos ou inerentes à estrutura do 
homem criminoso, distinguindo três subclasses: a constituição orgânica, a 
constituição psíquica e os caracteres pessoais. 
 
Na constituição orgânica entrava as anomalias do crânio, de cérebro, das 
vísceras, da sensibilidade reflexa e de todos os caracteres somáticos em geral. 
 
Na constituição psíquica incluíam-se as anomalias da inteligência, do 
sentimento e do senso moral. 
 
Nos caracteres pessoais, entravam as condições biológicas, ou biossociais, 
como a raça, idade, estado civil, a profissão, o domicílio, a classe social, a 
instrução a educação. 
 
Os fatores sociais compreendiam a densidade da população, a opinião 
pública, os costumes, a religião, condições da família, regime educativo, 
produção industrial, alcoolismo, as condições econômicas e políticas, a 
administração pública, a justiça, a polícia e, em geral a organização legislativa 
civil e penal. 
 
Ferri tornou-se conhecido por sua equilibrada teoria da criminalidade - 
equilibrada apesar de sua particular ênfase no sociológico - por seu ambicioso 
programa político criminal de substitutivos penais e por sua tipologia criminal, 
assumida pela Scuola Positiva. 
 
Garófalo, por seu turno, restou conhecido como um positivista moderado. 
Muito embora tenha considerado os valorosos estudos de Ferri e Lombroso, 
diferentemente destes, não fixou suas pesquisas somente sobre o delinqüente, 
e sim sobre o crime em si. 
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Negou a possibilidade de existência de um tipo criminoso somente com 
bases antropológicas. Reconheceu, porém, o significado e a relevância de 
determinados dados anatômicos, tais como o tamanho excessivo das 
mandíbulas ou o superior desenvolvimento da região occipital em relação a 
frontal. 
 
Previu quatro tipos de delinquentes: o assassino, o criminoso violento, o 
ladrão e o lascivo. 
 
Destacam-se como princípios básicos da escola positiva: 
 
! método positivo; 
! responsabilidade social; 
! o crime, como fenômeno natural e social; 
! a pena como meio social. 
 
2.4. Terza Scuola 
 
As Escolas Clássica e Positiva foram as únicas correntes do pensamento 
criminal que, em sua época, assumiram posições extremadas e bem diferentes 
filosoficamente. 
 
Depois delas apareceram outras correntes que procuraram conciliar seus 
preceitos. Dentre essas teorias ecléticas ou intermediárias, reuniram-se 
penalistas orientados por novas ideias, mas sem romper definitivamente com as 
orientações clássicas ou positivistas. 
 
A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel Carnevale, 
Bernardino Alimena e João Impallomeni, fixou os seguintes postulados 
criminológicos: 
 
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! distinção entre imputáveis e inimputáveis; 
! responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver 
a capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma 
medida de segurança); 
! crime como fenômeno social e individual; 
! pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social. 
 
2.5. Escola Técnico-Jurídica 
 
Escola Técnico-Jurídica caracterizou a Ciência Penal como autônoma, e o 
Direito Penal como uma “exposição sistemática dos princípios que regulam os 
conceitos de delito e de pena, e da consequente responsabilidade, desde um 
ponto de vista puramente jurídico. 
 
2.6. Escola Correcionalista 
 
Surgiu na Alemanha, em 1839, porém foi na Espanha onde encontrou 
seus principais seguidores. A grande marca desta corrente foi fixar a correção 
do delinqüente como fim único e exclusivo de pena. 
 
2.7. Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã 
 
Esta corrente foi também denominada Escola Sociológica Alemã, e teve 
como principais expoentes Franz von Lizst, Adolphe Prins e Von Hammel, 
criadores, aliás, da União Internacional de Direito Penal, em 1888. 
 
Von Lizst ampliou na conceituação das ciências penais a criminologia (com 
a explicação das causas do delito) e a penologia (causas e efeitos da pena). 
 
Os postulados da Escola de Política Criminal foram: 
 
! o método indutivo-experimental para a criminologia; 
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! a distinção entre imputáveise inimputáveis (pena para os normais e 
medida de segurança para os perigosos); 
! o crime como fenômeno humano-social e como fato jurídico; 
! a função finalística da pena – prevenção especial; 
! a eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta 
duração. 
 
2.8. Escola da Nova Defesa Social 
 
Surgiu após a Segunda Grande Guerra Mundial, em 1945, graças aos 
esforços intelectuais e lutas de Fillipo Gramatica. A princípio, este movimento 
foi denominado Defesa Social, tendo, em 1954, recebido o novo nome de Nova 
Defesa Social, cujos fundamentos estão inseridos no livro de Marc Ancel, 
denominado La Defense Sociale Nouvelle. 
 
Teve como principal característica a de apregoar que o delinquente deve 
ser educado para assumir sua responsabilidade para com a sociedade, a fim de 
possibilitar saudável convívio de todos. 
 
2.9. Escola Científica 
 
Com o passar dos anos, com os conflitos existentes entre escolas, a 
biologia, a psicologia e sociologia passaram a dar novos rumos aos estudos 
criminológicos. 
 
As teorias biológicas diferenciavam o homem delinqüente do não-
delinqüente. Procuravam encontrar no organismo do criminoso o motivo que lhe 
diferenciava dos demais seres humanos e lhe influenciava na prática de delitos. 
 
Os métodos de estudo da Criminologia Científica foram o Empirismo e o 
Interdisciplinaridade. 
 
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O Empirismo, como já visto na Aula 0, busca extrair o conhecimento a 
partir da experiência. Consubstancia-se na ciência do ser, na Criminologia. 
Portanto, contrapõe-se à ciência do dever ser, normativa, do Direito. 
 
No Método Interdisciplinar os saberes parciais se entrelaçam, integram-
se, conectam-se, articulam seus conteúdos. Há reciprocidade de intercâmbios, 
cooperação, interação, que permite o enriquecimento do conhecimento. 
 
Difere do multidisciplinar, vez que neste os saberes parciais trabalham 
se ladeiam, fornecendo diferentes informações sobre o tema 
 
A Escola Científica estudou o fenômeno criminal de modo 
interdisciplinar, por interconexão com a Biologia, Psicologia e Sociologia 
Criminal. 
 
As teorias biológicas - partem de uma abordagem naturalística da 
criminalidade – o campo de trabalho do criminólogo é voltado para as questões 
biológicas do indivíduo, como hereditariedade, predisposição para a 
agressividade, instintos, etc. 
 
Há duas teorias que se contrapõem: 
 
I. teoria da predisposição: 
 
! indica a aumentada suscetibilidade de um indivíduo para cometer 
crimes, de forma a indicar uma natural suscetibilidade para a 
perpetração da conduta delituosa; 
! algumas características da personalidade poderiam, dentre do conceito 
de predisposição, fomentar a conduta criminosa (ex.: agressividade, 
desvio de caráter, depressão, etc.); 
! características mentais podem se transformar em favorecedores 
(facilitadores) de determinada conduta – que fique claro que ser 
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facilitador não significa ser determinante; 
 
II. teoria do instinto: 
 
! Segundo tal teoria, as neurociências procuram as distorções em nível 
cerebral, dentro de um conceito de pulsão instintiva. 
 
Destacaram como investigadores da Biologia criminal Bertillon, na área de 
antropometria; Goring, na antropologia; Krestschermer, Sheldon e Cortés na 
biotipologia; Zayed, Sttaford e Yendall na neurofisiologia; e, Jeffery, na 
sociobiologia e bioquímica. 
 
Com a Psicologia Criminal se estudou o estado mental gerador da 
conduta delitiva, como também a gênese, desenvolvimento e suas variáveis. 
Destacaram-se como colaboradores Wundt, Kohlbert, Piaget, Levin entre 
outros. 
 
A psicanálise, fundada por Freud no início do século XX, destaca-se dentre 
as escolas mais influentes da psicologia. Teve por objeto a análise das 
anomalias de fundo nervoso, as quais poderiam contribuir para a ocorrência de 
delitos. 
 
Sigmund Freud foi um dos maiores estudiosos nesse âmbito. Suas obras 
e de seus seguidores trataram de crimes e criminosos, procurando dar uma 
interpretação para o comportamento criminoso, fixando preceitos relativos à 
terapia. 
 
Alexander Reik, Archorn, entre vários outros também se dedicaram a 
estudos da Psicanálise. Além disso, posteriormente, Adler, Jung e Fromm 
aprofundaram análises sobre essa ciência. 
 
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A Sociologia Criminal considera o delito um fenômeno social e seletivo, 
com relação direta a determinadas circunstâncias da vida em sociedade. Os 
mais destacados estudiosos da Sociologia Criminal foram Ferri, da Itália, Gabriel 
Tarde da França, e Liszt da Alemanha. 
 
Sobre tal vertente de estudo, dedicaremos um tópico próprio, dada a sua 
importância e índice de incidência nas provas de concursos. 
 
3. Teorias Sociológicas 
 
A Sociologia Criminal inicialmente confundiu-se com certos preceitos da 
antropologia criminal, vez que buscava a gênese delituosa nos fatores 
biológicos, em certas anomalias cranianas, na chamada ”disjunção” evolutiva. 
 
O próprio Lombroso, ao final de seus dias, admitiu que o crime não 
somente emergia das degenerações humanas, mas também de determinadas 
transformações sociais que afetavam os indivíduos, desajustando-os. 
 
No entanto, a moderna Sociologia Criminal apresenta seu enfoque nas 
teorias macrossiológicas, posto não se limitarem à análise do delito segundo 
uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos socais, mas sim a sociedade 
como um todo. 
 
Seu estudo encontra-se bipartido em dois grandes grupos, de cuja 
divisão leva-se em conta a forma pela qual os doutrinadores encaram a 
composição da sociedade, se consensual ou conflitiva. Surgem, assim: 
 
a) as “Teorias do consenso” (também conhecidas como teoria da 
integração ou funcionalistas); e, 
b) as “Teorias do conflito social”. 
 
Vejamos agora algumas premissas e concepções de cada uma delas. 
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3.1. Teorias do Consenso 
 
Para os adeptos dessas teorias a finalidade da sociedade só é atingida 
quando há um perfeito funcionamento de suas instituições, de modo que os 
indivíduos compartilhem os objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitando 
todas as normatizações impostas em dada época. 
 
Dentro deste grupo, podemos identificar algumas teorias, dentre as quais 
se destacam as seguintes: a Escola de Chicago; a Teoria da associação 
diferencial; a Teoria da anomia; e a Teoria da subcultura delinquente. 
 
3.1.1. A Escola de Chicago (1930) 
 
O processo de industrialização do século XX promoveu uma explosão 
demográfica na cidade de Chicago, transformando-a, já naquela época, em uma 
cidade cosmopolita. Tratava-se de um verdadeiro caldeirão de etnias,culturas e 
religiões aglomeradas em guetos, regiões, pois, marcadas pela desordem e 
conflito. Não bastasse a desordem típica desta nova grande cidade, também 
houve o êxodo rural, cidades com economias de estrutura agrícola perdiam 
população para os grandes centros industriais. 
 
Em função do crescimento desordenado da cidade de Chicago, que se 
expandiu do centro para a periferia (movimento circular centrífugo), inúmeros e 
graves problemas sociais, econômicos, culturais etc. criaram ambiente 
favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela ausência de 
mecanismos de controle social. 
 
Diante de tal cenário, vários estudiosos se ocuparam para entender a 
novel estrutura da cidade, bem como a conexão entre a sua estrutura e a 
criminalidade. 
 
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Investigações acerca do tema foram desenvolvidas pelo Departamento 
de Sociologia da Universidade de Chicago, iniciaram-se tímidas. Em 1910, com 
William I. Thomas. tem-se início pesquisas mais comprometidas, consolidando-
se, já nos anos de 1920, com os trabalhos desenvolvidos por Robert Park e 
Ernest Burgess, além de Clifford R. Shaw e Henry D. Mckay. 
 
Neste cenário desenvolveu-se a ideologia do mellting pot, no qual os 
elementos mais heterogêneos e conflitivos devem fundir-se para criar uma nova 
sociedade, um novo mundo para viver. Daí o porquê da Escola de Chicago 
constituir uma sociologia da cidade ou ecologia social da cidade, 
concentrando-se no estudo da distribuição das zonas de trabalho e residência, 
distribuição de serviços, estrutura dos lugares públicos e privados e na profusão 
de doenças. 
 
Esse interesse etiológico de marco social condicionou o objeto de 
investigação às condições sociais da população. Foram, para tanto, utilizados 
métodos empíricos, com recurso às técnicas estatística. 
 
William Thomas, por meio de pesquisas in loco e da utilização da 
metodologia estatística, agregou à Escola de Chicago o conceito fundamental de 
desorganização social, compreendido, segundo ele, como impossibilidade de 
definir modelos e padrões de condutas coletivas, decorrendo daí a ausência de 
limites para o indivíduo expressar suas inclinações. 
 
Ernest Park apropriou-se dos conceitos fundamentais da ecologia – teoria 
ecológica. Para ele, a cidade representava um organismo vivo, que, à sua 
semelhança, cresce, invade determinadas áreas, as domina e expulsa outras 
formas de vida existentes. Este processo, que os ecologistas descrevem como 
“invasão, dominação e sucessão”, foi transplantado por ele para explicar 
similarmente a história das Américas e a invasão, dominação e sucessão no 
território dos nativos americanos. 
 
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O processo de crescimento descrito por Park foi apropriado e 
sistematizado com Ernest Burgess, na famosa teoria das zonas concêntricas. 
Explicava ele que a cidade expande-se radialmente, de dentro para fora, em 
círculos concêntricos, descritos como zonas. 
 
 
A Zona I, também chamada de Loop, é o centro da cidade, o seu coração 
comercial, onde se situam os principais bancos e lojas. A Zona II, geralmente a 
parte mais antiga e degradada da cidade, forma a chamada zona de transição, 
essencialmente habitada pela população mais pobre, que não pode adquirir 
moradias melhores. A Zona III é formada pela população de trabalhadores que 
possui melhores condições financeiras e, por isto mesmo, afasta-se do 
deteriorado centro para moradias e apartamentos mais modestos. A Zona IV 
corresponde à chamada zona de residências, habitada pela classe média, e é 
integrada por melhores moradias. Finalmente, áreas mais afastadas e até fora 
das cidades (cidades satélite), ocupadas pelas classes altas constituem a Zona 
V. 
 
O grande mérito do trabalho desenvolvido por esta escola criminológica 
foi o de explorar a relação entre a ocupação do espaço urbano e a 
criminalidade. 
 
Dentre as contribuições da Escola de Chicago destacam-se as do campo 
metodológico associando a pesquisa a formulação de políticas criminais. No 
âmbito da metodologia instituíram a análise estatística evidenciando a 
distribuição espacial. Os estudos realizados apontavam para a necessidade de 
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mudanças efetivas nas condições econômicas e sociais das crianças (carreiras 
dos delinquentes). Evidenciaram também as demandas de melhorias sanitárias 
e manipulação do ambiente físico, considerando, inclusive, as oportunidades de 
realização dos delitos, como estratégias de prevenção que deveriam ser 
priorizadas em detrimento das repressivas. 
 
3.1.2. A teoria da associação diferencial (1924) 
 
Desenvolvida inicialmente pelo sociólogo Edwin Sutherland, procurou 
observar a criminalidade sob uma perspectiva distinta: não mais focada nos 
chamados crimes comuns (homicídios, furtos e estupros), mas sim num tipo de 
comportamento desviante que requeria conhecimento especializado e/ou 
habilidade, bem como a inclinação de alguns indivíduos para tirar proveito de 
oportunidades para usá-las de maneira desviante. 
 
Captou que este comportamento diferencial é aprendido e promovido 
dentro de grupos variados, que vão desde gangues urbanas até grandes grupos 
empresariais (onde há fraudes mercantis, sonegações fiscais ou utilização de 
informações privilegiadas de maneira indevida). Foi neste contexto, inclusive, 
que se cunhou a famosa expressão “White collar crimes” (crimes do colarinho 
branco), exatamente para designar os autores destes crimes diferenciados. 
 
Sutherland afirmava que o homem é capaz de aprender a conduta 
desviada e associar-se a ela. Ou seja, o indivíduo observa e copia aquele que se 
conseguiu alguma vantagem, mesmo que de maneira criminosa. 
 
Em suma, defendia que a complexidade dos crimes, aliada a seus efeitos 
difusos na sociedade, a tolerância das autoridades e à impunidade usual, 
gerariam as condições ideais para a delinquência do indivíduo. 
 
Para a teoria da associação diferencial, portanto, o crime não pode ser 
definido simplesmente como uma disfunção ou inadaptação das pessoas 
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pertencentes a certas classes sociais menos favorecidas. Sendo o crime um 
fenômeno social, é certo que se pode encontrá-lo em todos os seguimentos e 
classes. 
 
3.1.3. Teoria da anomia (1938) 
 
Segundo seus doutrinadores, cujos expoentes foram Emile Durkheim e 
Robert Merton, a anomia é uma situação social onde falta coesão e ordem, 
especialmente no tocante a normas e valores. 
 
Partem da ideia de que se uma norma é definida de maneira demasiado 
abstrata, subjetiva, ambígua, ou então se ela é arbitrária e de ocasião (feita 
para tutelar situações caóticas de momento), esta norma gerará o isolamento e 
a autonomiado indivíduo, a ponto inclusive das pessoas se identificarem muito 
mais com seus próprios interesses do que com os interesses coletivos, o que 
acaba resultando na situação de “falta (inobservância) de normas”. 
 
A própria ideia de bem e mal perde sentido dentro desta perspectiva, pois 
o indivíduo passa a defender valores bastante particulares destas duas facetas 
(ele preferirá o que é bom para ele, individualmente, independente de ser o 
melhor para a comunidade). Há um enfraquecimento na consciência coletiva do 
que é certo e do é errado, ao que se chama de fragilização do consciente 
coletivo. 
 
Em suma, entendem que o problema está no fato de que as normas não 
têm efetividade, e que esta ausência de regras para a regular as situações 
sociais gera os conflitos e os desvios. 
 
Mas encaram que o crime é um fenômeno normal e comum em toda a 
sociedade, mas que deixa de sê-lo quando ultrapassa os seus limites e passa a 
agredir a própria sociedade. Assim, até mesmo a punição seria saudável, pois 
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reafirma no consciente coletivo do que é certo e do que é errado, reafirma os 
valores que são caros à sociedade: família, propriedade, ética, etc. 
 
IMPORTANTE! 
 
Por esta teoria, o crime não é um fenômeno exclusivo de uma classe 
social. Ao contrário, pois qualquer um pode, diante deste enfraquecimento do 
coletivo e exacerbação do “eu” (individualismo), tornar-se um infrator da 
norma. 
 
A própria nomenclatura explica a situação: anomia, como o próprio nome 
quer dizer, é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado 
pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. 
 
3.1.4. Teoria da subcultura delinquente (1950) 
 
Foi inaugurada pelo sociólogo norte-americano Albert K. Cohen, com o 
lançamento do livro “Deliquent boys”. Sua teoria sustenta três ideias 
fundamentais: 
 
! o caráter pluralista e atomizado da ordem social; 
! a cobertura normativa da conduta desviada; 
! e a semelhança estrutural, em sua gênese, do comportamento 
regular e irregular. 
 
Assim, consagrava que “subcultura” não podia ser confundida com 
“contracultura”, pois os movimentos de subcultura reproduzem os valores 
tradicionais, mas com sinal invertido, com sinal negativo, sob o signo da 
intolerância com quem é diferente (como ocorreu com o movimento nazista); já 
a contracultura renega os valores tradicionais e propõe algo para ficar no seu 
lugar (como ocorreu com o movimento hippie). 
 
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Cohen observou o comportamento da juventude americana o final dos 
anos 1950 e constatou a frustração do “american dreams”, o sonho da 
prosperidade econômica. Ele percebeu que junto com essa frustração veio uma 
forte onda de segregação racial, de desagregação familiar e criminalidade. Tudo 
isso fez nascer novos padrões de comportamento, a partir das afinidades 
inerentes a cada grupo, e a violência firmou-se como marco característicos 
desde os grupos mais novos. As gangues (movimento de subcultura) surgiram 
então como uma reação à inacessibilidade aos bens da vida. 
 
3.2. Teorias do Conflito Social 
 
Diferente do que ocorria com as teorias do consenso, para os adeptos 
desta teoria do conflito, a coesão e a ordem na sociedade são fundadas na força 
e na coerção, na dominação de alguns e na sujeição de outros. 
 
Ou seja, ignora-se a existência de acordos em torno de valores de que 
depende o próprio estabelecimento da força. 
 
Dentro deste grupo, podemos identificar algumas teorias, dentre as 
quais se destacam: a Teoria do Labeling Approach e a Teoria Crítica. 
 
3.2.1. Labelling Approach (1960) 
 
Também conhecida como “Teoria do etiquetamento”, foi inicialmente 
firmada por Howard Becker e Erving Goffman, que entendiam que a 
criminalidade não devia ser lida como a qualidade de determinada conduta, mas 
sim como o resultado de um processo através do qual se atribui esta qualidade 
(um processo de estigmatização). Em outras palavras, criminoso é apenas um 
rótulo, uma etiqueta que a sociedade dá a alguém, e que por este é recebia e 
incorporada. 
 
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A teoria do “labelling approach” se insere no contexto das teorias do 
processo social, ao lado das teorias de aprendizagem social e de controle social. 
Para ela, o crime é uma função das interações psicosociais do indivíduo e dos 
diversos processos da sociedade. Ou seja, não lhes interessa as causas do 
desvio, mas sim os processos de criminalização que o gerara. 
 
É uma corrente criminológica próxima à criminologia radical de cunho 
marxista, mas sem compartilhar, ao menos necessariamente, o modelo de 
sociedade configurado por esta. 
 
Insere-se na dogmática como uma teoria crítica, pois desloca a atenção 
(antes focada no criminoso) para o sistema penal e suas interações, tomando 
este sistema como o autêntico fundamento do desvio. Por isso, inclusive, 
Alessandro Baratta a novo paradigma criminológico”. 
 
Fala-se de delito e delinquentes como consequência de um processo de 
incriminação que é levado a cabo por aqueles que exercem poder, e que é 
voltado contra aqueles que são menos favorecidos, que por não terem 
representação ou voz ativa, e que acabam sendo taxados de delinquentes. 
 
Mas vale também destacar que dentro do “labeling approach” coexiste 
duas perspectivas: uma radical e outra moderada. A tendência radical exacerba 
a função constitutiva ou criadora de criminalidade exercida pelo controle social: 
o crime é uma etiqueta que a polícia, os promotores e os juízes (instâncias do 
controle social formal) colocam sobre infrator, independente de sua conduta ou 
merecimento. Já para a tendência moderada, somente se pode asseverar que a 
justiça penal se integra na mecânica do controle social geral da conduta 
desviada. 
 
Também foram representantes desta teoria: Garfinkel, Erikson, Cicourel, 
Becker, Schur e Sack. 
 
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Em conclusão, os principais postulados e méritos do “labelling approach” 
foram os seguintes: 
 
! deslocar o problema criminal da ação para a repressão (entendiam 
que o problema não estava na conduta, mas sim na forma em que se 
punia a conduta); 
! a intervenção da justiça criminal gera ainda mais criminalidade, 
exatamente porque ela estigmatiza o desviante e impede que ele 
retorne à sociedade; 
! pessoas que sofrem com os mesmos estigmas tendem a agrupar-se 
para reagir a esse processo; 
! o controle social do crime é seletivo e discriminatório. 
 
IMPORTANTE! 
 
Veja então que a teoria do labelling approach dispõe-se a estudar, 
dentre outros aspectos do sistema punitivo, os mecanismos de reação social ao 
delito e a influência destes nareprodução da criminalidade. 
 
3.2.2. Teorias críticas (1970) 
 
Foi assim batizada exatamente por se opor rigorosamente aos 
postulados da criminologia clássica e positivista. Também conhecida como 
“teoria radical” (ou “nova criminologia”), foi fortemente influenciados pela 
doutrina marxista, exatamente porque entende que o processo de 
criminalização de determinadas condutas se relaciona com a disciplina da mão 
de obra no interesse do capital e com a contenção dos movimentos sociais. 
 
Defende que a construção do delito depende estritamente do modo de 
produção capitalista, e que a lei penal, ao seu turno, deriva e justifica esse 
modelo (é a famosa relação: cárcere e fábrica). 
 
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Para os críticos, o Direito não é verdadeira ciência, mas sim ideologia. 
Fortemente inspirada pelas construções de Michel Foucault, concebia que o 
Direito é apenas uma forma de dominação, do forte pelo fraco. 
 
Assim, acaba-se criminalizando uma série de condutas apenas para 
justificar o monopólio do Estado sobre a violência. 
 
Esta lógica foi especialmente defendida por consagrados autores como 
Georg Rusche e Otto Kirchheimer (“Punição e estrutura social”), Loïc Wacquant 
(“Punir os pobres” e “Prisões das misérias”), bem como por Dario Melossi e 
Massimo Pavarini (“Cárcere e fábrica”). 
 
3.2.3. Neorretribucionismo (lei e ordem; tolerância zero; broken 
windows) 
 
Uma vertente diferenciada surge nos Estados Unidos, com a 
denominação lei e ordem ou tolerância zero (zero tolerance), decorrente da 
teoria das “janelas quebradas” (broken windows theory ), inspirada pela escola 
de Chicago, dando um caráter “sagrado” aos espaços públicos. 
 
Alguns a denominam realismo de direita ou neorretribucionismo. 
 
Parte da premissa de que os pequenos delitos devem ser rechaçados, o 
que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu nascedouro), atuando como 
prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser tutelados e 
preservados. 
 
Alguns doutrinadores discordam dessa teoria, no sentido de que produz 
um elevado número de encarceramentos (nos EUA, em 2008, havia 2.319.258 
encarcerados e aproximadamente 5.000.000 pessoas beneficiadas com algum 
tipo de instituto processual, como sursis, liberdade condicional etc.). 
 
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Em 1982 foi publicada na revista The Atlantic Monthly uma teoria 
elaborada por dois criminólogos americanos, James Wilson e George Kelling, 
denominada Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory). 
 
Essa teoria parte da premissa de que existe uma relação de causalidade 
entre a desordem e a criminalidade. 
 
A teoria baseia-se num experimento realizado por Philip Zimbardo, 
psicólogo da Universidade de Stanford, com um automóvel deixado em um 
bairro de classe alta de Palo Alto (Califórnia) e outro deixado no Bronx (Nova 
York). No Bronx o veículo foi depenado em 30 minutos; em Palo Alto, o carro 
permaneceu intacto por uma semana. Porém, após o pesquisador quebrar uma 
das janelas, o carro foi completamente destroçado e saqueado por grupos de 
vândalos em poucas horas. 
 
Nesse sentido, caso se quebre uma janela de um prédio e ela não seja 
imediatamente consertada, os transeuntes pensarão que não existe autoridade 
responsável pela conservação da ordem naquela localidade. Logo todas as 
outras janelas serão quebradas. 
 
Assim, haverá a decadência daquele espaço urbano em pouco tempo, 
facilitando a permanência de marginais no lugar; criar-se-á, dessa forma, 
terreno propício para a criminalidade. 
 
A teoria das janelas quebradas (ou broken windows theory), 
desenvolvida nos EUA e aplicada em Nova York, quando Rudolph Giuliani era 
prefeito, por meio da Operação Tolerância Zero, reduziu consideravelmente os 
índices de criminalidade naquela cidade. 
 
O resultado da aplicação da broken windows theory foi a redução 
satisfatória da criminalidade em Nova York, que antigamente era conhecida 
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como a “Capital do Crime”. Hoje essa cidade é considerada a mais segura dos 
Estados Unidos. 
 
Uma das principais críticas a essa teoria está no fato de que, com a 
política de tolerância zero, houve o encarceramento em massa dos menos 
favorecidos (prostitutas, mendigos, sem-teto etc.). 
 
Na verdade a crítica não procede, porque a política criminal analisava a 
conduta do indivíduo, não a sua situação pessoal. 
 
Em 1990 o americano Wesley Skogan realizou uma pesquisa em várias 
cidades dos EUA que confirmou os fundamentos da teoria. A relação de 
causalidade existente entre desordem e criminalidade é muito maior do que a 
relação entre criminalidade e pobreza, desemprego, falta de moradia. 
 
O estudo foi de extrema importância para que fosse colocada em prática 
a política criminal de tolerância zero, implantada pelo chefe de polícia de Nova 
York, Willian Bratton, que combatia veementemente os vândalos no metrô. Do 
metrô para as ruas implantou-se uma teoria da lei e ordem, em que se agia 
contra os grupos de vândalos que lavavam os para-brisas de veículos e 
extorquiam dinheiro dos motoristas. Essa conduta era punida com serviços 
comunitários e não levava à prisão. Assim, as pessoas eram intimadas e muitas 
não cumpriam a determinação judicial, cujo descumprimento autorizava, então, 
a prisão. As prisões foram feitas às centenas, o que intimidava os demais, 
levando os nova-iorquinos a acabar em semanas com um temor de anos. 
 
Em Nova York, após a atuação de Rudolph Giuliani (prefeito) e de Willian 
Bratton (chefe de polícia) com a “zero tolerance”, os índices de criminalidade 
caíram 57% em geral e os casos de homicídios caíram 65%, o que é no mínimo 
elogiável. 
 
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Índices semelhantes foram obtidos em Los Angeles, Las Vegas e São 
Francisco, que, guardadas as devidas proporções, adotaram a “zero tolerance” 
em seus domínios, valendo ressaltar que Willian Bratton foi chefe de Polícia em 
Los Angeles por 7 anos, aposentando-se recentemente em outubro de 2009. 
 
3.2.4 Teorias Menos Relevantes 
 
Seguindo estas mesmas premissas da criminologia críticas, acabaram se 
destacam outras construções teóricas pós-positivas, como por exemplo: 
 
3.2.4.1. O Neorealismo de Jock Young (“A sociedade 
excludente”) 
 
Propugnava pela análise de novos aspectos como desemprego maciço, o 
contraste entre a riqueza e a pobreza, bem como o surgimento de novas 
vítimas até então invisíveis, como mulheres e crianças. Young propõe uma 
reação ao marxismo exacerbado, dizendo que nem tudo tem a ver com a 
relação econômica. 
 
3.2.4.2. O Minimalistas de Martin Sanches 
 
Propõem uma contração (redução) do sistema penal em certas áreas. 
Entendia quea criminalização de certas condutas não eram relevantes para a 
sociedade, lembrando ainda que o Direito penal deveria ser visto, nestes casos, 
como a última ratio. Por outro lado, também propôs uma maior efetividade do 
Direito penal em outras áreas, especialmente naquelas de interesse 
supraindividual. 
 
3.2.4.3 O Abolicionismos de Thomas Mathiesen 
 
Referido pensador fez uma crítica arrasadora ao sistema penal, aduzindo 
que ele não resolve nada, que não serve para nada, e que apenas gera maiores 
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problemas. Trouxe em primeira mão a ideia de que as pessoas saem da cadeia 
pior do que entraram, e que se a aplicação da pena ao infrator, visando a 
redução da criminalidade, é o fundamento da própria existência do Direito 
penal, este ramo do saber jurídico é falho e não cumpre sua missão oficial. 
Conclui sua tese aduzindo que, uma vez constatado que o Direito penal não 
cumpre sua missão, não há razão para sua existência, razão pela qual deve o 
mesmo ser abolido. 
 
Aqui encerramos a teoria da nossa aula. Vamos a alguns exercícios! 
 
 
01. (VUNESP/2014;PC-SP, Investigador de Polícia) Cesare 
Bonesana, Francesco Carrara e Giovanni Carmignani foram autores da 
corrente doutrinária da história da Criminologia denominada 
a) Escola Clássica. 
b) Terza Scuola Italiana. 
c) Escola Moderna Alemã. 
d) Escola Positiva. 
e) Escola de Chicago. 
 
Gabarito. A. A Escola Clássica, também chamada primeira escola, surgiu 
inspirada pelo Iluminismo italiano do século XVIII. 
Tinham como pressuposto basilar o de que todos os seres humanos 
gozavam do livre arbítrio, de modo que cada um poderia escolher o caminho 
que desejasse seguir. 
Tal Escola teve como seu principal representante Cesare Boneasa, mais 
conhecido como Marquês de Beccaria. Destacaram-se, outrossim, como 
adeptos do pensamento clássico, Francesco Carrara (com o clássico “Programa 
de direito criminal”), Filangieri, Carmignani, Romagnosi, Ortolan, Rossi, Pessina, 
dentre outros. 
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02. (VUNESP/2014; PC-SP; Médico Legista) O fundador da escola 
denominada “positivismo criminológico” e o teórico inspirador da 
Teoria da Anomia são, respectivamente, 
a) V. Lizt e Kardec. 
b) Carrara e Parsons. 
c) Beccaria e Ohlin. 
d) Feuerbach e Merton. 
e) Lombroso e Durkheim. 
 
Gabarito. E. Conforme estudado na Aula 2, a escola de criminologia 
positivista italiana teve entre os seus grandes nomes as figuras de Lombroso e 
Ferri, além de Garófalo. 
Já a Teoria da Anomia teve como expoentes Emile Durkheim e Robert 
Merton. 
 
03. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) Assinale a 
alternativa correta em relação a Enrico Ferri: 
 
a) Foi filósofo, sustentou que a criminologia é fruto da disparidade 
social; portanto, riqueza e pobreza estão ligadas ao crime. 
b) Foi escritor, criou a teoria da escola clássica da criminologia; 
utilizou o método lógico dedutível. 
c) Publicou o livro O Homem Delinquente em 1876, descrevendo o 
determinismo biológico como fonte da personalidade criminosa. 
d) Foi jurista, afirmou que o crime estava no homem e que se 
revelava como degeneração deste. 
e) Foi autor da obra Sociologia Criminal; para ele a criminalidade 
deriva de fenômenos antropológicos, físicos e sociais. 
 
Gabarito. E. Nessa questão, chamamos atenção para a importância de se 
associar as escolas e teorias estudadas aos representantes de cada uma deles. 
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Enrico Ferri foi o autor da obra "Sociologia Criminal", discípulo de César 
Lombroso e fez parte da Escola Positiva. Acreditava que os fenômenos 
criminais, aconteciam por razões biológicas, físicas e psicológicas, suas ideias 
criaram a segunda vertente da escola positivista "A fase sociológica". 
 
04. (VUNESP/2014; PC-SP; Delegado de Polícia) A obra “O 
homem delinquente”, publicada em 1876, foi escrita por 
a) Cesare Lombroso. 
b) Enrico Ferri. 
c) Rafael Garófalo. 
d) Cesare Bonesana. 
e) Adolphe Quetelet. 
 
Gabarito. A. Cesare Lombroso, considerado o pai da Criminologia em 
razão da grande contribuição para o avanço dessa ciência, publicou, em 1876, 
na cidade de Milão, a obra “O Homem Delinquente”. 
 
05. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) A explicação 
acerca das causas da conduta delitiva possui fundamentos biológicos, 
dentre outros. Assinale a alternativa que corresponde a uma das 
teorias biológicas da criminalidade. 
a) Teoria das Funções. 
b) Teoria Analítica. 
c) Estrutural–Funcionalismo. 
d) Teoria dos Instintos. 
e) Teoria do Consenso. 
 
 Gabarito D. As teorias biológicas da criminalidade partem de uma 
abordagem naturalística; o campo de trabalho do criminólogo é voltado para as 
questões biológicas do indivíduo, como hereditariedade, predisposição para a 
agressividade, instintos, etc. Duas teorias que se contrapõem: 
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I. teoria da predisposição: indica a aumentada suscetibilidade de um 
indivíduo cometer crimes. Algumas características da personalidade poderiam, 
dentre do conceito de predisposição, fomentar a conduta criminosa (ex.: 
agressividade, desvio de caráter, depressão, etc.). Características mentais 
podem se transformar em favorecedores (facilitadores) de determinada conduta 
– que fique claro que ser facilitador não significa ser determinante; 
II. teoria dos instintos: Segundo tal teoria, as neurociências procuram as 
distorções em nível cerebral, dentro de um conceito de pulsão instintiva. 
 
06. (CESPE/2013, DPF, Delegado Federal) Julgue o item a seguir, 
relacionados aos modelos teóricos da criminologia. 
O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o 
fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo 
positivista. 
 
Gabarito: Errado. Não é verdade que a pesquisa etiológica seja estranha 
às teorias sociológicas. Relembrando o termo: ETIOLOGIA – estudo da causa e 
origem de um determinado fenômeno. Amplamente utilizado pela Criminologia 
e pelas teorias sociológicas, em especial nos trabalhos apresentados por Merton 
e Parsons, a partir de Durkheim. A pesquisa etiológica orienta os estudos sobre 
as causas do crime ou do comportamento desviante. 
 
07. (ACAFE-2014; PC-SC; Prova: Delegado de Polícia). Quanto 
ao estatuto da disciplina Criminologia e sua relação com a Política 
criminal, é correto afirmar: 
a) A Criminologia desenvolvida com base no chamado 
“paradigma etiológico”, de matriz positivista, e a Política criminal 
dela decorrente, exerceram influência marcante sobre vários níveis 
do sistema penal brasileiro (legal, doutrinário), exceto na execução 
penal. 
b) A seletividade do sistema penal significa que a criminalização 
é desigualmente distribuída entre os váriosgrupos e classes sociais, 
apesar da prática de condutas legalmente definidas como crime 
ocorrer em todos eles e que a Lei, em princípio, é igual e geral para 
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todos, resultando a desigualdade no momento da seleção dos 
criminosos pela Polícia, Ministério Público e Justiça. 
c) A Criminologia desenvolvida com base no chamado 
“paradigma da reação ou controle social”, que origina a Criminologia 
crítica, estuda o sistema penal, incluindo a agência policial, como 
parte integrante de seu objeto, e conclui que a seletividade 
estigmatizante é a lógica estrutural de seu funcionamento. 
d) A obra “Dos delitos e das penas” (1764), de Cesar Beccaria, 
constitui a matriz mais autorizada do nascimento da Criminologia 
como uma disciplina autodenominada de “ciência” causal-explicativa 
da criminalidade. 
e) A Criminologia é uma disciplina complexa e plural, pois 
existem diferentes paradigmas e teorias criminológicas que, desde o 
século XVII, se desenvolvem no mundo ocidental, inclusive na 
América Latina e no Brasil. Seu objeto varia de acordo com os 
diferentes paradigmas. Entretanto, seu método experimental tem 
permanecido constante. 
	
  
Gabarito: C. 
Item A. ERRADO. O erro encontra-se na afirmação de que a escola 
positiva não tem como objeto de estudo a execução penal. 
Item B. ERRADO. O enunciado na letra B está correto, exceto na 
afirmação de que “a Lei, em princípio, é igual e geral para todos”, pois esta 
afirmação contraria a própria tese da seletividade, contemplada na primeira 
parte do enunciado. A seletividade do sistema penal não esta na seleção dos 
criminosos pela Polícia, Ministério Público e Justiça e sim de uma estrutura de 
exercício de poder de todos os sistemas penais. 
Item C. CERTO. 
Item D. A obra “Dos delitos e das penas” (1764), de Cesar Beccaria NÃO 
constitui a matriz MAIS AUTORIZADA do nascimento da Criminologia. 
Item E. ERRADO. O erro está na afirmação de que seu método 
experimental tem permanecido constante, o que não é verdade, pois tem 
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mudado de uma escola para outra. Segundo a criminologia moderna, seu 
método se baseia em um método empírico e interdisciplinar. 
 
08. (VUNESP/2014; PC-SP; Escrivão de Polícia) O método 
científico utilizado pela Criminologia é o método biológico e 
_______, como ciência empírica e ___________ que é. 
 
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente: 
a) experimental ... jurídica 
b) sociológico ... experimental 
c) físico ... social 
d) filosófico ... humana 
e) psicológico ... normativa 
 
Gabarito. B. De acordo com o famoso criminólogo chileno Israel Drapkin, 
a Criminologia efetivamente usa os métodos biológicos e sociológicos. E 
acresce: “A Criminologia usa o método experimental, naturalístico, indutivo, 
para o estudo do delinqüente, o que não basta para conhecer as causas da 
criminalidade. Por isso recorre aos métodos estatísticos, históricos e 
sociológicos”. 
 
09. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) Pode–se 
afirmar que o pensamento criminológico moderno é influenciado por 
uma visão de cunho funcionalista e uma de cunho argumentativo, que 
possuem, como exemplos, a Escola de Chicago e a Teoria Crítica, 
respectivamente. Essas visões também são conhecidas como teorias 
a) da ecologia criminal e do transtorno. 
b) do consenso e do conflito. 
c) do conhecimento e da pesquisa. 
d) da formação e da dedução. 
e) do estudo e da conclusão. 
 
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Gabarito. B. A questão requer do aluno conhecimentos sobre as teorias 
do consenso - também chamadas de teorias funcionais - e das teorias do 
conflito, também conhecidas por teorias argumentativas. 
Para os adeptos das teorias consensuais a finalidade da sociedade só é 
atingida quando há um perfeito funcionamento de suas instituições, de modo 
que os indivíduos compartilhem os objetivos comuns a todos os cidadãos, 
aceitando todas as normatizações impostas em dada época. Dentro desse 
grupo, podemos destacar a Escola de Chicago; a Teoria da associação 
diferencial; a Teoria da anomia; e a Teoria da subcultura delinquente. 
Diferente do que ocorria com as teorias do consenso, para os adeptos das 
teorias do conflito, a coesão e a ordem na sociedade são fundadas na força e na 
coerção, na dominação de alguns e na sujeição de outros. 
Dentro deste grupo, podemos identificar algumas teorias, dentre as quais 
se destacam: a Teoria do Labeling Approach e a Teoria Crítica. 
 
10. (FCC/2012; PGE/AL; Procurador do Estado) A avaliação do 
espaço urbano é especialmente importante para compreensão das 
ondas de distribuição geográfica e da correspondente produção 
das condutas desviantes. Este postulado é fundamental para 
compreensão da corrente de pensamento, conhecida na literatura 
criminológica, como 
a) teoria da anomia. 
b) escola de Chicago. 
c) teoria da associação diferencial. 
d) criminologia crítica. 
e) labelling approach. 
 
Gabarito: B. Consoante estudado, dentre as Teorias Sociológicas do 
Consenso encontramos a Escola de Chicago, a qual tem por objeto de estudo 
a conexão entre o crescimento desordenado daquela cidade e a criminalidade. 
Para a Escola de Chicago, a expansão da cidade de forma desordenada, gerou 
inúmeros e graves problemas sociais, econômicos, culturais etc. dando origem 
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a um ambiente favorável à instalação da criminalidade, ainda mais pela 
ausência de mecanismos de controle social. 
 
11. (VUNESP/2014; PC-SP; Médico Legista) São propostas da 
Escola de Chicago (“ecologia criminal”) para o controle da 
criminalidade: 
a) política de tolerância zero; criação de programas comunitários 
com intensificação das atividades recreativas; aumento das áreas 
verdes. 
b) prevalência do controle social formal sobre o informal; criação 
de comitês de apoios de pais e mães para a educação das crianças; 
melhoria das condições das residências e conservação física dos 
prédios. 
c) aumento das penas para o cometimento de delitos simples; 
criação de zonas de exclusão para isolamento das áreas mais 
perigosas; disseminação de atividades recreativas como escotismo e 
viagens culturais. 
d) mudança efetiva nas condições econômicas e sociais das 
crianças; reconstrução da “solidariedade social” por meio do 
fortalecimento das forças construtivas da sociedade (igrejas, escolas, 
associações de bairros); apoio estatal para redução e diminuição da 
pobreza e desemprego. 
e) controle individualizado, ou seja, controle específico e rígido 
sobre cada indivíduo; políticas uniformes em toda a cidade, diante do 
fracasso das estratégias “por vizinhança”; implantação de escolas e 
postos de saúde. 
 
Gabarito.D. Dentre as contribuições da Escola de Chicago destacam-se 
as do campo metodológico associando a pesquisa a formulação de políticas 
criminais. No âmbito da metodologia instituíram a análise estatística 
evidenciando a distribuição espacial. Os estudos realizados apontavam para a 
necessidade de mudanças efetivas nas condições econômicas e sociais das 
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crianças (carreiras dos delinquentes). Evidenciaram também as demandas de 
melhorias sanitárias e manipulação do ambiente físico, considerando inclusive 
as oportunidades de realização dos delitos, como estratégias de prevenção que 
deveriam ser priorizadas em detrimento das repressivas. 
 
12. (PC-SP/2012; PC-SP; Delegado de Polícia) O efeito 
criminógeno da grande cidade, valendo-se dos conceitos de 
desorganização e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos, é 
explicado pela 
 
a) Teoria do Criminoso Nato 
b) Teoria da Associação Diferencial 
c) Teoria da Anomia 
d) Teoria do Labelling Aproach 
e) Teoria Ecológica 
 
Gabarito: E. Questão interessante para recordarmos os conceitos das 
teorias discorridas nesta aula. Vejamos. 
a) Teoria do Criminoso Nato (Cesare Lombroso). Consoante essa 
teoria, os criminosos natos poderiam ser identificados por determinados 
traços físicos. 
b) Teoria da Associação Diferencial (Edwin H. Sutherland). Consoante 
essa teoria, o crime é um sintoma da desorganização social, ou seja, um 
choque cultural, se desenvolvendo através de um processo no qual o indivíduo 
se torna criminoso em contato com outras pessoas do mesmo meio, ocorrendo 
dessa forma, um processo onde a conduta criminal é algo que se aprende. 
c) Teoria da Anomia (Durkheim). A teoria da anomia (anomia = falta de 
norma) caracteriza-se pela sua natureza estrutural, pelo determinismo 
sociológico, pela aceitação do caráter normal e funcional do crime e pela adesão 
à ideia de consenso em torno de valores fundamentais para a sociedade. Para 
Durkheim a sociedade deerá encontrar meios de auto-proteção, e quando não 
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encontra a sociedade deve agir para que a falha do sistema seja corrigida e 
para que possa voltar ao normal o funcionamento da sociedade. 
d) Teoria do Labelling Aproach. Insere-se no rol das teorias do Processo 
Social. Também conhecida como Teoria do Etiquetamento, propões a 
compreender a delinquência não como fenômeno real, mas sim como fenômeno 
definitorial, atribuído contra os membros das classe sociais marginalizadas por 
aqueles que manejam o poder. Trata-se de uma explicação fatorial da 
criminalidade, já que esta, como se concebe no labelling approach, não existe: 
é um produto inventado. 
e) Teoria Ecológica. Explicada no enunciado da questão. 
 
13. (MPE-BA/2015; MPE-BA; Promotor de Justiça Substituto) 
Analise as seguintes assertivas acerca da criminologia: 
I – A criminologia tem como objeto de estudo o delito, o 
delinquente, a vítima e a interdisciplinaridade. 
II – A teoria da desorganização social defende que a interação 
frequente do sujeito com semelhantes que praticam atos delituosos 
faz com que o mesmo passe a praticar, também, atos delituosos. 
III – A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard Becker, 
defende que o sistema penal é seletivo quanto ao estabelecimento da 
população criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com 
maior ênfase apenas sobre determinadas camadas da população, 
geralmente camadas marginalizadas pela sociedade. 
IV – A vitimização secundária é levada a cabo no âmbito dos 
controles sociais, mediante o contato da vítima com o grupo familiar 
ou em seu meio ambiente social, como no trabalho, na escola, nas 
associações comunitárias, na igreja ou no convívio social. 
V – Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, indivíduo 
que seria predisposto à prática delituosa em razão de características 
antropológicas. Ferri fundamentava a responsabilidade penal na 
convivência social, afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo 
idealizou a teoria da seleção natural, segundo a qual os criminosos 
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irrecuperáveis deveriam ser afastados do convívio social pela 
deportação ou pela morte. 
Estão CORRETAS as assertivas: 
a) I e IV; 
b) I e V; 
c) II e III; 
d) II e IV; 
e) III e V. 
 
Gabarito E. 
Item I - ERRADO: São objetos de estudo: delito, delinquente, vítima e 
controle social. 
Item II – ERRADO. A teoria da desorganização social tenta esclarecer a 
perpetuação de um ciclo de criminalidade que afeta sempre a mesma classe 
de pessoas. A idéia defendida pela Teoria da Desorganização é de que ordem 
social, estabilidade e integração contribuem para o controle social e a 
conformidade com as leis, enquanto a desordem e a má integração 
conduzem ao crime e à delinqüência. Tal teoria propõe ainda que quanto 
menor a coesão e o sentimento de solidariedade entre o grupo, a 
comunidade ou a sociedade, maiores serão os índices de criminalidade. O 
item II trata da definição da Teoria da Imitação, do Frances Gabriel Terde. 
Tal teoria aduz que a interação com indivíduos que adotam determinado 
comportamento faz o interagido praticar o mesmo comportamento. 
Item III - CORRETO. A teoria do etiquetamento, idealizada por Howard 
Becker, defende que o sistema penal é seletivo quanto ao estabelecimento 
da população criminosa, proporcionando que a lei penal recaia com maior 
ênfase apenas sobre determinadas camadas da população, geralmente 
camadas marginalizadas pela sociedade. 
Item IV – ERRADO. A vitimização descrita pela assertiva é a terciária. 
A vitimização secundária é levada a cabo no âmbito dos controles sociais, 
mediante o contato da vítima com o grupo familiar ou em seu meio ambiente 
social, como no trabalho, na escola, nas associações comunitárias, na igreja 
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ou no convívio social. Já a vitimização primária é normalmente entendida 
como aquela provocada pelo cometimento do crime, a secundária ou 
sobrevitimização, entende-se aquela causada pelas instâncias formais de 
controle social, no decorrer do processo e a terciária é levada a cabo no 
âmbito dos controles sociais, mediante o contato da vítima com o grupo 
familiar ou em seu meio ambiente social, como no trabalho, na escola, nas 
associações comunitárias, na igreja ou no convívio social. 
Item V – CORRETO. Lombroso desenvolveu a teoria do criminoso nato, 
indivíduo que seria predisposto à prática delituosa em razão de 
características antropológicas. Ferri fundamentava a responsabilidade penal 
na convivência social, afastando a tese do livre arbítrio. Garofalo idealizou a 
teoria da seleção natural, segundo a qual os criminosos irrecuperáveis 
deveriam ser afastados do convívio social pela deportação ou pelamorte. 
 
14. (VUNESP/2015; PC-CE;Delegado de Polícia Civil de 1ª 
Classe) Sobre a teoria da “anomia”, é correto afirmar: 
 
a) é classificada como uma das “teorias de conflito” e teve, como 
autores, Erving Goffman e Howard Becker. 
b) foi desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland e 
deu origem à expressão white collar crimes. 
c) surgiu em 1890 com a escola de Chicago e teve o apoio de John 
Rockefeller. 
d) iniciou–se com as obras de Émile Durkheim e Robert King 
Merton, e significa ausência de lei. 
e) foi desenvolvida por Rudolph Giuliani, também conhecida como 
“Teoria da Tolerância Zero”. 
 
Gabarito. D. 
Item A. ERRADO. Trata-se de uma teoria consensual. 
Item B. ERRADO. Edwin Sutherland elaborou a Teoria da Associação 
Diferencia e não da Anomia. 
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Item C. ERRADO. Essa é a Escola de Chicago (Teoria Ecológica ou da 
Desorganização Social). 
Item D. CORRETA. 
Item E. A Teoria da Anomia foi elaborada por Émile Durkheim, e significa 
ausência de lei. O item “e” refere-se à Teoria das Janelas Quebradas, a qual foi 
criada pelos criminólogos americanos James Wilson e George Kelling. 
 
15. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) A teoria do 
labelling approach é uma das mais importantes teorias do conflito. 
Surgiu na década de 60 nos Estados Unidos da América e tem, como um 
de seus principais autores, Howard Becker. 
Essa teoria também é conhecida como teoria 
a) cultural ou de modismo. 
b) da associação diferencial ou white colar crimes. 
c) do estudo ou da pesquisa. 
d) do etiquetamento ou da rotulação. 
e) da anomia ou da subcultura delinquente. 
 
Gabarito. D. Vimos em nossos estudos sobre o tema, que a teoria do 
labelling approach, é também conhecida como “Teoria do etiquetamento”. Foi 
inicialmente firmada por Howard Becker e Erving Goffman, que entendiam que 
a criminalidade não devia ser lida como a qualidade de determinada conduta, 
mas sim como o resultado de um processo através do qual se atribui esta 
qualidade (um processo de estigmatização). Em outras palavras, criminoso é 
apenas um rótulo, uma etiqueta que a sociedade dá a alguém, e que por este é 
recebia e incorporada. 
 
16. (UFPR/2014; DPE/PR; Defensor Público) Em relação às 
distintas teorias criminológicas, a ideia de que o “desviante” é, na 
verdade, alguém a quem o rótulo social de criminoso foi aplicado com 
sucesso foi desenvolvida pela Teoria 
a) da anomia. 
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b) da associação diferencial. 
c) da subcultura delinquente. 
d) da ecologia criminal. 
e) da reação social ou Labelling Approach 
 
Gabarito. E. Também conhecida como “Teoria do etiquetamento”, foi 
inicialmente firmada por Howard Becker e Erving Goffman, que entendiam que 
a criminalidade não devia ser lida como a qualidade de determinada conduta, 
mas sim como o resultado de um processo através do qual se atribui esta 
qualidade (um processo de estigmatização). Em outras palavras, criminoso é 
apenas um rótulo, uma etiqueta que a sociedade dá a alguém, e que por este é 
recebia e incorporada. 
 
17. (VUNESP/2014; PC-SP; Médico Legista) A Reforma Penal de 
1984, que alterou integralmente a Parte Geral do Código Penal e editou 
a Lei de Execução Penal, especialmente em dispositivos como o 
cumprimento progressivo da pena privativa de liberdade, bem como a 
Lei n.º 9.714/98, que reformulou o sistema de penas alternativas, são 
exemplos concretos da aplicação da teoria sociológica da criminalidade 
conhecida como 
a) justiça restaurativa. 
b) gradient tendency. 
c) labbelling approach. 
d) teoria da anomia. 
f) terceira escola. 
 
Gabarito. C. Para a teoria Labbelling Aproach a prisão acaba causando 
um etiquetamento em torno do presidiário, e ao invés de servir como 
ressocializadora servirá como um malefício, vez que provoca um sentimento de 
aversão e preconceito na sociedade entorno do preso, dificultando assim a sua 
ressocialização. A reformulação do sistema de penas alternativas trouxe 
diversas possibilidades de condenação sem que houvesse o efetivo 
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encarceramento. Podemos extrair como exemplo a criação dos Juizados 
Especiais Criminais-JECRIM especializados na aplicação de penalidades 
alternativas ao condenado. 
 
18. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) A distinção 
entre imputáveis e inimputáveis, a responsabilidade moral baseada no 
determinismo, o crime como fenômeno social e individual e a pena com 
caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social, são características da 
a) Terza Scuola Italiana. 
b) Escola Moderna Alemã. 
c) Escola Positiva. 
d) Escola Clássica. 
e) Escola Tradicional 
 
Gabarito. A. O enunciado da questão traz os postulados criminológicos 
da Terza Scuola Italiana, tal como discorremos na Aula 2! 
Vale a pena relembrar os postulados criminológicos citados: 
! distinção entre imputáveis e inimputáveis; 
! responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a 
capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de 
segurança); 
! crime como fenômeno social e individual; 
! pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social. 
Teve como principais expoentes: Manuel Carnevale, Bernardino Alimena e 
João Impallomeni. 
 
19. (VUNESP/2014; PC-SP; Investigador de Polícia) A corrente do 
pensamento criminológico, que teve por precursor Filippo Gramatica e 
fundador Marc Ancel, a qual apregoa que o delinquente deve ser 
educado para assumir sua responsabilidade para com a sociedade, a 
fim de possibilitar saudável convívio de todos (pedagogia da 
responsabilidade), é denominada 
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a) Janelas Quebradas (Broken Windows). 
b) Escola Antropológica Criminal. 
c) Nova Defesa Social. 
d) Criminologia Crítica. 
e) Lei e Ordem. 
 
Gabarito. C. Surgida após Segunda Grande Guerra Mundial, em 1945, graças 
aos esforços intelectuais e lutas de Fillipo Gramatica, teve a Escola da Nova 
Defesa Social como principal característica a de apregoar que o delinquente 
deve ser educado para assumir sua responsabilidade para com a sociedade, a 
fim de possibilitar saudável convívio de todos. 
 
20. (VUNESP/2014; PC-SP; Escrivão de Polícia) A teoria do 
neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, também 
conhecida por “lei e ordem" ou “tolerância zero", é decorrente da teoria 
a) “positiva". 
b) “janelas quebradas". 
c) “clássica". 
d) “cidade limpa". 
e) “diferencial". 
 
Gabarito. B. Como estudado na Aula 2, uma vertente diferenciada dentre 
as teorias sociológicas críticas, surgiu nos Estados Unidos com a denominação 
lei e ordem ou tolerância zero (zero tolerance), ou, ainda, realismo de direita ou 
neorretribucionismo,

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