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Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................... 03 
 
UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO .................................................................................................... 06 
 
UNIDADE 3 – O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO 
CONTEXTO CAPITAL-TRABALHO ..................................................................... 24 
 
UNIDADE 4 – ACIDENTES .................................................................................. 26 
 
UNIDADE 5 – RISCOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES LABORAIS ................. 33 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 34 
 
ANEXO ................................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
 
Bem-vindos ao curso! 
A Saúde e a Segurança do e no Trabalho caracterizam-se pela adoção de 
estratégias que levam os trabalhadores a desenvolverem atitudes conscientes para 
o trabalho seguro durante a realização de suas atribuições. Visa, ainda, implantar 
preceitos e valores de segurança, no esforço de integrá-los à qualidade do trabalho 
e do meio ambiente, à produção e ao controle de custos das empresas (SENAC, 
2006). 
Os Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho das organizações exigem a 
formação de profissionais adequadamente preparados para a busca da qualidade, 
pressupondo a melhoria das condições dos ambientes de trabalho a fim de reduzir 
os níveis de risco e de proporcionar proteção aos trabalhadores, o que acarreta o 
aumento da produtividade e da competitividade das organizações. 
O Brasil, lamentavelmente, ainda é destaque em número de acidentes de 
trabalho e incidência de doenças ocupacionais, conforme indicam as estatísticas, 
estando sistematicamente entre os países que mais registram acidentes de trabalho 
no mundo. Essa posição poderia ser ainda pior se todos os acidentes ocorridos 
fossem registrados e se o universo de trabalhadores abrangidos pelas estatísticas 
não estivesse aquém da força real de trabalho existente no País. 
O Anuário Estatístico da Previdência Social publicado em 2005 apresentou o 
seguinte quadro evolutivo dos acidentes de trabalho de 1996 a 2004. 
 
 
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Fonte: www.previdenciasocial.gov.br/estatisticas 
 
Dos 458.956 acidentes acontecidos no Brasil em 2004, 17.778 ocorreram na 
região Norte; 44.401 no Nordeste; 107.213 no Sul; 29.722 no Centro-Oeste e 
259.842 no Sudeste, sendo que destes 170.036 foram em São Paulo. 
Constata-se, assim, a necessidade cada vez maior da formação de 
profissionais em nível técnico e superior, possibilitando o exercício de suas 
atividades, de acordo com as normas legais, para responder às exigências 
decorrentes das formas de gestão, de novas técnicas e tecnologias e da 
globalização nas relações econômicas, o que vêm transformando a sociedade e a 
organização do trabalho. Estas práticas exigem desses profissionais a atuação em 
equipes multiprofissionais, com criatividade e flexibilidade, atendendo a diferentes 
situações em diversos tipos de organizações, permanentemente sintonizados com 
as transformações tecnológicas e socioculturais (SENAC, 2006). 
Nesta apostila veremos sobre a evolução da Engenharia de Segurança do 
Trabalho que envolve seus aspectos econômicos, políticos e sociais bem como a 
 
 
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história do prevencionismo; o papel das entidades públicas e privadas; assim como 
o papel do engenheiro de segurança do trabalho no contexto capital-trabalho. 
Noções introdutórias sobre acidentes, fator pessoal de insegurança, ato inseguro, 
classificação, causas dos acidentes, consequências, a lesão pessoal, o prejuízo 
material, agentes e fontes de lesão também fazem parte do arcabouço. Finalizamos 
com a apresentação dos riscos das principais atividades laborais. 
Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores 
e temas introdutórios à engenharia de segurança no trabalho e tomamos o cuidado 
de disponibilizar ao final da mesma, várias referências bibliográficas que podem 
complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que vierem a surgir. 
Desejamos bons estudos a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
A história situa as pessoas no tempo e no espaço, leva a reflexões sobre a 
evolução da vida, dos acontecimentos, como chegamos aqui e quais as perspectivas 
podemos reservar para o futuro, portanto, vamos conhecer um pouco da história do 
trabalho, dos acidentes e as relações de segurança no trabalho. O foco, na 
realidade, centra-se na história do prevencionismo que decorre de aspectos 
econômicos, políticos e sociais. 
 
2.1 Aspectos econômicos, políticos e sociais 
Relações de trabalho na sociedade primitiva 
Devido às inter-relações entre homem e trabalho, torna-se imprescindível 
discorrer sobre sua história. 
A disciplina segurança no trabalho foi concebida para prevenir os acidentes 
que atingem direta e indiretamente o trabalhador, por meio da segregação ou 
eliminação dos riscos gerados pelas condições dos locais de trabalho e pelas 
tecnologias empregadas, de modo a promover, continuamente, medidas para 
prevenção de acidentes, doenças e otimização das condições e do meio ambiente 
de trabalho. 
Por meio do trabalho, o homem atendeu e continua atendendo às suas 
necessidades bio-psico-sociais e construindo os bens que sustentam as bases da 
vida material em suas dimensões econômica, política, social, religiosa e cultural. 
Nos tempos mais remotos, o trabalho humano era restrito a tarefas que 
tinham como finalidade assegurar, essencialmente, a proteção do grupo e sua 
sobrevivência, desta forma, a caça e a pesca eram as atividades preponderantes. A 
vida era marcadapelo nomadismo e pela transumância, ou seja, o homem primitivo 
não vivia fixado num local determinado. Por evidenciar um espírito eminentemente 
gregário, detectou-se no homem primitivo os indícios da presença de uma noção, 
mesmo que muito rústica, de segurança e proteção coletiva (BRASIL, 2002). 
 
 
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De acordo com Oliveira (2000), a transumância foi o fenômeno que 
possibilitou ao homem passar de caçador, nômade, para uma outra fase, intitulada 
coletora, passando a se valer de outras fontes de alimentos, como tubérculos, frutos 
silvestres e leguminosas. 
O fato do homem primitivo se abrigar em cavernas ou no cume das 
montanhas, buscando um modo de proteção contra as intempéries, animais de 
grande porte e até mesmo de inimigos, merece destaque neste início de curso, pois 
revela comportamentos em busca de medidas de proteção coletiva, como requisito 
básico para a própria sobrevivência e do grupo (BRASIL, 2002). 
Como esses grupos se abrigavam em cavernas próximas a cursos d’água, 
sementes e raízes presentes nos restos de alimentos jogados à terra começavam a 
se reproduzir e, por conseguinte, a lhes proporcionar uma outra fonte de alimento, 
nascendo dessa experiência a agricultura. 
Com a evolução da agricultura, criaram-se as bases necessárias a uma nova 
experiência de vida – o pastoreio. Através das atividades relacionadas com o 
pastoreio, o homem passou a dispor de animais não somente como fonte de 
alimento, mas também como meio de tração. A agricultura permitiu o aumento 
populacional do homem e o tornou sedentário, isto é, fixado em uma base territorial 
onde se encontram as terras cultivadas e as primeiras edificações, onde se 
formaram as primeiras cidades, nações e impérios. Por este novo paradigma, o 
homem é liberado da transumância penosa, abrindo caminho à agropecuária 
(BRASIL, 2002). 
A agropecuária marcou um dos estágios mais significativos da evolução 
humana, não só porque facilitou ao homem a obtenção dos meios necessários à 
vida, como a alimentação e a habitação, mas, principalmente, por ter lhe 
proporcionado um dos primeiros modelos de organização e economia que vai 
estimular a produção de excedentes. 
No entendimento de Oliveira (2000), quando o homem passou a produzir 
mais do que era necessário ao consumo diário e desenvolveu a ideia de guardar 
esse excedente para consumo posterior, nasceram as trocas e a noção de posse. 
Por meio das trocas, o intercâmbio entre povos diferentes tornou-se possível. A 
 
 
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noção de propriedade, a princípio grupal, depois privada, mudou radicalmente os 
paradigmas da vida humana. 
O advento da propriedade privada levou o homem a construir uma outra 
forma de vida calcada na organização e no controle. A família monogâmica e o 
Estado, que surgiram em virtude dessa mudança, passaram a dar sustentação a 
esse novo estilo de vida. Da propriedade privada ao escravismo foi apenas uma 
questão de tempo (BRASIL, 2002). 
Das lutas travadas contra seus inimigos, emerge naturalmente no homem a 
necessidade de se proteger, portanto, ele começa a adotar as primeiras medidas de 
proteção individual e coletiva. Cave (1986 apud BRASIL, 2002) afirma que a forma 
mais antiga de proteção individual adotada pelos nossos ancestrais foi o “escudo”. O 
homem primitivo sabia que entre ele e o perigo havia a necessidade de se antepor 
uma barreira para sua defesa. Foi bastante natural também pensar que essa 
barreira pudesse ser carregada pelo homem de um local para outro. 
Em seguida, o homem adota também o capacete para proteção da cabeça 
nas lutas contra seus inimigos e, mais tarde, em estádios mais avançados da 
história, os guerreiros adotam armaduras de metal, composta por elmo, couraça e 
cota de malha. Associadas a essas práticas nasciam também os inconvenientes e 
até os primeiros casos de rejeição ao uso (BRASIL, 2002). 
Quando o homem se conscientizou de que a riqueza acumulada era oriunda 
da terra e de braços que a cultivavam, começou a poupar da morte os vencidos de 
guerra e a transformá-los em produtores de excedentes – os escravos – que, a 
princípio, produtores de bens, em pouco tempo vieram a se transformar em um 
deles, sendo transacionados como qualquer outro bem de consumo. É importante 
destacar que o rebaixamento de cidadão à condição de escravo, segundo costumes 
e normas adotadas por civilizações na Idade Antiga e no período medieval, podia se 
dar por questões políticas e até mesmo pelo inadimplemento de uma dívida. Na 
condição de escravo nenhum tipo de direito ou defesa, nem mesmo religiosa, era 
assegurado ao indivíduo. Ao escravo só restava ser produtivo e leal ao seu dono. A 
única preocupação de seu dono era a de evitar que ele adoecesse ou tivesse morte 
 
 
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prematura, pois assim deixaria de explorá-lo ao máximo de sua resistência física 
(OLIVEIRA, 2000). 
A partir deste período e em decorrência do novo contexto vivenciado pelo 
grupo humano, compreende-se o desinteresse e a inexistência de registros 
históricos relacionados com a segurança do trabalhador, uma vez que os trabalhos 
mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos. Além disto, na 
cultura greco-romana, o trabalho se relacionava em sua origem filosófica ao 
rebaixamento humano, porque ligava o indivíduo à matéria, daí ser também 
sinônimo de castração, de sofrimento, humilhação, expiação e de afastamento dos 
deuses (BRASIL, 2002). 
Para se ter uma dimensão mais clara do descaso com os registros sobre as 
questões ligadas à proteção do trabalhador à época, mesmo Hipócrates (460-375 
a.C. apud MENDES, 1996), no momento em que descreve com particular agudeza o 
quadro clínico da intoxicação saturnina, encontrado em um trabalhador mineiro, 
omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação no seu clássico “Ares, Águas 
e Lugares”. Inúmeros ensinamentos são dedicados às relações entre ambiente – 
incluindo clima, topografia, qualidade da água e mesmo organização política e 
saúde, sem haver qualquer menção às condições em que o trabalho era realizado. 
Ramazzini (2000) cita a preocupação de Lucrécio em Roma, um século 
antes do início da Era Cristã, já perguntando a respeito dos cavadores das minas: 
“Não viste ou ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta 
vida pela frente?”. O mesmo ocorre com Plínio, o Velho (23 a 79 d.C. apud 
MENDES, 1996), autor da obra De História Naturalis, que, após visitar alguns locais 
de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto 
dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. 
Mendes (1996) menciona a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do 
rosto, à guisa de máscaras rústicas, panos ou membranas de bexiga de carneiro 
para atenuar a inalação de poeiras. 
Na Europa, do ponto de vista do trabalho, especificamente do trabalho 
manual, a transformação do escravismo em feudalismo mudou pouco a vida das 
pessoas. Os escravos e os trabalhadores romanos, com o feudalismo, 
 
 
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transformaram-se em servos de gleba, tão miseráveis quanto antes. O único ganho 
foi o de não serem mais vendidos como mercadoria qualquer, ficando, porém, 
vinculados ao senhor feudal (BRASIL, 2002). 
Os primeiros registros de casos de acidentes e doenças e os seus 
respectivos nexos com o trabalho ocorreram na Idade Média e foram efetuados por 
médicos que atendiam pacientes nas corporações de ofícios. Hunter (apud 
NOGUEIRA, 1981) afirma que, em 1556, Georg Bauer, mais conhecido pelo seu 
nome latino de Georgii Agricolae, publica o livro De Re Metallica, onde eram 
relatados estudos sobre os diversos problemas relacionados à extração de minérios 
argentíferos e auríferos e sua fundição. 
Conforme as observações de Agricolae, em algumas regiões extrativas, “as 
mulheres chegavam a casar sete vezes, roubadas que eram de seus maridos, pela 
morte prematura encontrada na ocupação que exerciam”. O próprio Agricolae já 
sabia como estes problemas poderiam ser evitados. Não se tratava de uma questão 
médica e sim de um problema de natureza tecnológica, decorrente do processo de 
trabalho utilizado, cuja modificação, acrescida da introdução de meios para melhorar 
a ventilação no interior das minas, poderia, como medida profilática, proteger os 
trabalhadores da inalação de poeiras nocivas. 
O mesmo Hunter (apud NOGUEIRA, 1981) assinala também a publicação, 
no ano de 1567, da primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença, 
de autoria de Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido 
pelo nome de Paracelso. Seu autor nasceu e viveu durante muitos anos em um 
centro da Boêmia, sendo numerosas as suas observações relacionando métodos de 
trabalho ou substâncias manuseadas e doenças, destacando-se, por exemplo, que, 
em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doença 
profissional, a despeito de sua importância, ali se encontram assinalados. Estes 
trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um século e 
não tiveram qualquer influência sobre a segurança ou a saúde do trabalhador 
(BRASIL, 2002). 
Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição de um livro 
que iria ter notável repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra De Morbis 
 
 
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Artificum Diatriba – as doenças dos trabalhadores – de autoria do médico italiano 
Bernardino Ramazzini, mais tarde justamente cognominado o “Pai da Medicina do 
Trabalho”. Neste famoso tratado, o autor descreve uma série de mais de 50 doenças 
relacionadas a profissões diversas. Às perguntas hipocráticas fundamentais na 
anamnese médica, propõe Ramazzini que se acrescente mais uma: “Qual é a sua 
ocupação?” De acordo com o autor, tal pergunta é considerada oportuna e é mesmo 
necessário lembrar ao médico que trata um homem do povo, que dela se vale para 
chegar às causas ocasionais do mal, a qual nunca é posta em prática, ainda que o 
médico a conheça. Entretanto, se a houvesse observado, poderia obter uma cura 
mais feliz (RAMAZZINI, 2000). 
Brasil (2002) ressalta que a importância do trabalho de Ramazzini não pôde 
ser devidamente avaliada na época. Realmente, ainda predominavam as 
corporações de ofício, com número de trabalhadores relativamente pequeno e um 
sistema de trabalho muito peculiar. Os casos de doenças profissionais eram poucos, 
assim, não obstante as corporações não raro disporem de médicos que deviam 
atender seus membros, tais profissionais praticamente ignoraram o trabalho de 
Ramazzini, cuja importância só seria reconhecida quase um século mais tarde. 
 
Revolução Industrial e acidentes do trabalho 
Os impactos da Revolução Industrial ocorrida na Europa, notadamente na 
Inglaterra, França e Alemanha, principalmente sobre a vida e a saúde das pessoas, 
têm sido objeto de importantes estudos. Historiadores sociais, cientistas políticos, 
economistas e outros têm enfocado este período da história, principalmente de 1760 
a 1850, com detalhes descritivos e analíticos extremamente minuciosos e 
perspicazes, até porque o fenômeno, em sua natureza, tem se repetido em outras 
regiões e épocas, sem que as lições mais duras e cruéis tivessem sido aprendidas. 
Hunter (apud MENDES, 1996), afirma que toda a sorte de acidentes graves, 
mutilantes e fatais, além de intoxicações agudas e outros agravos à saúde, atingiram 
os trabalhadores, incluindo crianças de cinco, seis ou sete anos e mulheres, 
preferidos que eram – crianças e mulheres – pela possibilidade de lhes serem pagos 
salários mais baixos. 
 
 
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Nogueira (1981) enfatiza que a Revolução Industrial foi um marco inicial da 
moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira 
máquina de fiar. Até então, a fiação e tecelagem de tecidos tinham constituído uma 
atividade doméstica tradicional, com uma produção apenas suficiente para atender 
às necessidades do próprio lar e com um pequeno excesso que era vendido, a preço 
elevado, em regiões onde estas atividades não eram desenvolvidas. O advento das 
máquinas, que fiavam em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, tornou 
possível uma produção de tecidos em níveis, até então, não imaginados. 
Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora 
dono dos seus meios de produção. O custo relativamente elevado das máquinas, 
porém, não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las, desta forma, essas máquinas 
eram adquiridas pelos detentores do capital, antevendo as possibilidades 
econômicas dos altos níveis de produção. A burguesia necessitava empregar 
pessoas para fazer as máquinas funcionarem, surgiram, assim, as primeiras 
manufaturas, fábricas de tecidos, e com elas, uma marcante dicotomia entre o 
capital e o trabalho (BRASIL, 2002). 
As primeiras máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz 
para acioná-las e esta foi encontrada na energia hidráulica. As primeiras fábricas 
foram instaladas em antigos moinhos. A localização não permitia uma expansão 
adequada da nascente indústria, que era obrigada a instalar-se apenas junto a 
cursos d’água. A invenção da máquina a vapor e seu aperfeiçoamento no ano de 
1760 por Scott James Watt, permitiram a instalação de fábricas em outros lugares 
mais favoráveis ao comércio. Naturalmente as grandes cidades, onde existia 
abundante mão-de-obra com salários aviltados, foram escolhidas como locais 
favoritos para o funcionamento das indústrias. Huberman (1976) destaca que a 
introdução da máquina a vapor do Sr. Watt era tão importante para os ingleses que, 
“no ano de 1800, essas máquinas se encontravam em uso em 30 minas de carvão, 
22 minas de cobre, 28 fundições, 17 cervejarias e 8 usinas de algodão”. 
Galpões, estábulos e velhos armazéns, eram rapidamente transformados em 
fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de 
fiação e tecelagem. Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de qualidade de 
 
 
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vida e as famílias com numerosa quantidade de filhos, garantiam um suprimento 
fácil de mão-de-obra com míseros salários, sendo aceitos, como trabalhadores, não 
só homens, mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições 
quanto ao estado de saúde e desenvolvimento físico. 
Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas 
arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis e, 
posteriormente, revendidas a cinco libras por cabeça aos empregadores que, 
ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão-de-obra barata, se 
comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias 
(NOGUEIRA, 1981). 
A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída principalmente por 
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. O 
número de acidentes do trabalho era aterrorizante, provocados por máquinas sem 
qualquer tipo de proteção e movidas por engrenagens e correias expostas, sendo 
que as mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes. 
Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças 
iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da 
noite. Em muitos casos o trabalho continuava mesmo durante a noite em fábricas 
precariamente iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram 
executadas em ambientes fechados, com ventilação extremamente escassa. Os 
ruídos provocados pelas máquinas primitivas atingiam limites altíssimos, tornando 
impossível até mesmo a audição de ordens e comandos, o que muito contribuía para 
aumentar o número de acidentes (BRASIL, 2002). 
Não é, pois, de estranhar-se, que doenças de toda a ordem se alastrassem 
entre os trabalhadores, especialmente entre as crianças, doenças tanto de origem 
não ocupacional (principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era 
chamado de febre das fábricas), quanto de origem ocupacional, cujo número 
aumentava à medida que se abriam novas fábricas e novas atividades industriais 
eram iniciadas (MENDES, 1996). 
As primeiras medidas de proteção ao trabalhador, adotadas nas fábricas 
inglesas, eram de natureza estritamente médica. Nascia uma preocupação 
 
 
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direcionada à higiene pessoal nos locais de trabalho, por conseguinte, também 
relacionada com a saúde dos trabalhadores. 
Inexistiam relatos sobre iniciativas destinadas à segurança no trabalho, 
entendida como medidas de natureza educativa, técnica ou legal, voltadas para 
melhoria do ambiente de trabalho, proteção coletiva e individual, segregação ou 
eliminação de fontes de riscos de acidentes, proteção e otimização de máquinas, 
ferramentas e equipamentos (BRASIL, 2002). 
No início do século XIX, na Inglaterra, a dramática situação dos 
trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião pública e, por essa razão, 
criou-se no Parlamento britânico, sob a direção de Sir Robert Peel, uma comissão 
de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que, em 1802, fosse aprovada 
a primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, 
que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, 
obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e 
tornava obrigatória a ventilação destas. Tal lei não resolvia senão parcela mínima do 
problema e assim foi seguida de leis complementares surgidas em 1819, em geral, 
pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores. 
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se 
mostravam péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, Robert Dernham, 
proprietário de uma indústria têxtil inglesa, que se sentia perturbado diante das 
péssimas condições de trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert 
Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de 
proteger a saúde dos mesmos. Baker vinha já há bastante tempo se interessando 
pelo estudo do problema da saúde dos trabalhadores. Conhecedor que era da obra 
de Ramazzini dedicava grande parte de seu tempo a visitar fábricas e a tomar 
conhecimento das relações entre trabalho e doença, o que levou o governo 
britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor Médico de Fábricas (BRASIL, 
2002). 
Diante do pedido do empregador inglês, Baker aconselhou-o: 
 
 
 
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Coloque no interior de sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de 
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a 
fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira 
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele 
verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de 
causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. 
Dessa forma você poderá dizer meu médico é a minha defesa, pois a ele 
dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das 
condições físicas dos meus operários. Se algum deles vier a sofrer qualquer 
alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado. 
 
 
 Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo (OLIVEIRA, 
1998). 
A iniciativa daquele empregador, movida até pelo temor de ser 
responsabilizado pelos infortúnios laborais, veio mostrar a necessidade urgente de 
medidas de proteção aos trabalhadores, pelo que, em 1831, uma comissão 
parlamentar de inquérito, elaborou um cuidadoso relatório, concluído do seguinte 
modo: 
Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens 
e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, 
degradados na sua qualidade humana, cada um deles era a clara evidência 
de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o 
homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em 
suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade 
dos fortes (MENDES, 1996). 
 
O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, no 
ano de 1833, foi baixado na Inglaterra o Factory Act 1833, que deve ser considerada 
como a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao 
trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força 
hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia 
as horas de trabalho destes a 12hs por dia e 69 por semana; as fábricas precisavam 
ter escolas, que deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 
anos; a idade mínima para o trabalho era de nove anos, e um médico devia atestar 
que o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade cronológica 
(NOGUEIRA, 1981). 
O grande desenvolvimento industrial da Grã-Bretanha levou ao 
estabelecimento de uma série de medidas legislativas, destacando-se a criação do 
 
 
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Factory Inspectorate, primeiro órgãodo Ministério do Trabalho britânico, com função 
de proceder ao exame médico pré-admissional, ao exame médico periódico, ao 
estudo de casos de doenças causadas por agentes químicos potencialmente 
perigosos e à notificação e investigação de doenças profissionais, especialmente em 
fábricas pequenas, que não dispunham de serviço médico próprio (BRASIL, 2002). 
Observada por Oliveira (1988), a expansão da Revolução Industrial no resto 
da Europa resultou, também, no aparecimento progressivo dos serviços médicos de 
empresa industrial em diversos países, sendo que em alguns deles, foi dada tal 
importância a esses serviços que sua existência deixou de ser voluntária, como de 
princípio na Grã-Bretanha, para tornar-se de imediato obrigatória. 
Nos Estados Unidos, a despeito da industrialização ter-se desenvolvido de 
forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os serviços médicos 
nas empresas permaneceram praticamente desconhecidos, não dando os 
empregadores nenhuma atenção especial aos problemas de saúde dos seus 
trabalhadores. No entanto, o aparecimento, no início do século XX, da legislação 
sobre indenizações em casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a 
estabelecerem os primeiros serviços médicos de empresa industrial naquele país, 
com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações, através de cuidado 
adequado dos casos de acidentes e doenças profissionais. Desses relatos se 
conclui que, mesmo na Europa e nos Estados Unidos, a conscientização dos 
empregadores precisava ser impulsionada pela coerção da lei, pois continuava 
inexistindo, salvo raríssimas exceções, interesse em preservar a saúde ou a vida 
dos trabalhadores (BRASIL, 2002). 
No final do século XIX, no dia 15 de maio de 1891, a Encíclica do Papa Leão 
XIII, De Rerum Novarum, conclama os povos no sentido da justiça social, 
influenciando legisladores e estadistas para o avanço da proteção social. A Encíclica 
mencionada, no Capítulo 22, asseverou ser absolutamente necessário 
aplicar a força e autoridade das leis, dentre outros casos, contra os patrões 
que esmagam os trabalhadores sob o peso de ônus iníquos, ou desonram, 
neles, a pessoa humana, por condições indignas e degradantes ou, ainda, 
que atentam contra a saúde destes por um trabalho desproporcionado com 
a sua idade e sexo. 
 
 
 
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Mais adiante, no capítulo 27 desta mesma Encíclica, a censura contra os 
abusos dos empregadores é clara: 
Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer 
pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A 
atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não 
podem ultrapassar (apud OLIVEIRA, 1998). 
 
Proteção ao trabalhador no mundo contemporâneo 
No período que coincide com a Primeira Guerra Mundial, manifestações e 
reivindicações ocorridas em diversos congressos de trabalhadores levaram à 
Conferência da Paz de 1919, organizada pela Sociedade das Nações, a criar, pelo 
Tratado de Versalhes, a Organização Internacional do Trabalho – OIT. Esta 
organização foi criada com o propósito de dar às questões trabalhistas um 
tratamento uniformizado, com fundamento na justiça social. O preâmbulo da 
constituição da OIT enfatiza que “existem condições de trabalho que implicam para 
grande número de indivíduos misérias e privações, e que o descontentamento que 
daí decorre põe em perigo a paz e harmonia universais.” (SUSSEKIND, 1994). 
Já na primeira reunião da OIT, no ano de 1919, foram aprovadas seis 
convenções, com visíveis propósitos de proteger à saúde e integridade física dos 
trabalhadores, tratando de limitação da jornada de trabalho, desemprego, proteção à 
maternidade, trabalho noturno das mulheres, idade mínima para admissão de 
crianças e o trabalho noturno dos menores. 
O eco dessas convenções, posteriormente, levou representantes da 
Organização Internacional do Trabalho – OIT – e da Organização Mundial da Saúde 
– OMS – a se reunirem para deliberar e estudar com maior ênfase o assunto. Em 
1950, a Comissão Conjunta OIT/OMS sobre saúde ocupacional estabeleceu, de 
forma muito ampla, os objetivos da saúde ocupacional. Em junho de 1953, a 
Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios, elaborando a 
Recomendação n° 97, sobre a Proteção à Saúde dos Trabalhadores em Locais de 
Trabalho, e insistiu com os Estados-membros, no sentido de que os mesmos 
incrementassem a criação de serviços médicos nos locais de trabalho. Em junho de 
1959, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho, reunida em Genebra, Suíça, 
 
 
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estabeleceu a sua Recomendação n° 112, que tomou o nome de “Recomendação 
para os Serviços de Saúde Ocupacional” (BRASIL, 2002). 
 
 
2.2 A história do prevencionismo 
 
Enquanto o termo Prevenção significa trabalhar as causas de um acidente 
acontecido, visando criar mecanismos e procedimentos que impossibilitem o 
acontecimento de novos e futuros acidentes vinculados às causas do anterior, 
prevencionismo por sua vez, significa o estudo dos ambientes de trabalho e 
comportamento humano respectivos de cada atividade, tendo como objetivo, a 
eliminação da potencialidade de acontecimento de incidentes e acidentes, ou seja, 
colocar em prática a expressão que preceitua a profissão do Especialista em Higiene 
e Segurança do Trabalho: “o desafio é impedir que o suor de um trabalhador se 
transforme em sangue”. 
O prevencionismo em seu mais amplo sentido evoluiu de uma maneira 
crescente, englobando um número cada vez maior de fatores e atividades, desde as 
precoces ações de reparação de danos (lesões) até uma conceituação bastante 
ampla, onde se buscou a prevenção de todas as situações geradoras de efeitos 
indesejados ao trabalho. 
De todo modo, embora as abordagens modernas assemelham-se em seus 
objetivos de controle e prevenção de danos, elas diferem em aspectos básicos, 
existindo algumas correntes que explicam tais diferenças. 
Enquanto uma corrente, como é o caso do Controle de Danos e do Controle 
Total de Perdas, baseados em aspectos administrativos da prevenção e aliados às 
técnicas tradicionais e outras mais recentes, enfatizam a ação administrativa de 
controle, a outra corrente procura dar um enfoque mais técnico da infortunística, 
buscando para problemas técnicos, soluções técnicas. 
Esta última corrente é o que foi denominado de Engenharia de Segurança 
de Sistemas, sendo uma metodologia para o reconhecimento, avaliação e controle 
dos riscos ocupacionais, com ferramentas fornecidas pelos diversos ramos da 
 
 
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engenharia e oferecendo novas técnicas e ações para preservação dos recursos 
humanos e materiais dos sistemas de produção. 
Ao se analisar mais a fundo as abordagens de Controle de Danos e Controle 
Total de Perdas de Bird e Fletcher (1974 apud ALBERTON, 1996), respectivamente, 
chega-se a conclusão que os mesmos estão baseados unicamente em práticas 
administrativas, carecendo de estudos e soluções técnicas, como o é exigido pelos 
problemas inerentes à Prevençãode Perdas na Segurança do Trabalho. 
A mentalidade de dar um enfoque técnico à Engenharia de Segurança 
fundamentou-se em 1972 pelos trabalhos de um especialista em Segurança de 
Sistemas, o engenheiro Willie Hammer. Seus trabalhos foram embasados nas 
técnicas utilizadas na força aérea e nos programas espaciais norte-americanos onde 
atuava. 
Foi da reunião destas técnicas, que sem dúvida oferecem valiosos subsídios 
na preservação dos recursos humanos e materiais dos sistemas de produção, que 
nasceu a Engenharia de Segurança de Sistemas. 
Desta forma, a grande maioria das técnicas hoje empregadas na Engenharia 
de Segurança surgiram ligadas ao campo aeroespacial, vindas dos norte-
americanos, o que é bastante lógico devido a necessidade imprescindível de 
segurança total em uma área onde não podem ser admitidos riscos. Estas técnicas, 
inicialmente desenvolvidas e dirigidas ao campo aeroespacial, automotivo, militar 
(indústria de mísseis) e de apoio, puderam ser levadas a outras áreas, com 
adaptações, podendo ter grandes e significativas aplicações em situações da vida 
em geral. 
As técnicas de Segurança de Sistemas começaram a tomar forma ainda na 
década de 60, sendo criadas e apresentadas paulatinamente ao prevencionismo na 
década de 70. Desde esta época um leque de diferentes técnicas vem buscando sua 
infiltração, sendo utilizadas como uma ferramenta eficaz no combate à infortunística, 
embora ainda hoje, passadas mais de três décadas, existe pouca literatura à 
respeito, principalmente quanto a sua aplicação na prevenção do dia-a-dia ou na 
adapatação destas para aplicação nas empresas, projetos e segurança em geral. 
 
 
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Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), a Engenharia de Segurança de 
Sistemas foi introduzida na América Latina pelo engenheiro Hernán Henriquez 
Bastias, sob a denominação de Engenharia de Prevenção de Perdas, e pode ser 
definida como 
uma ciência que se utiliza de todos os recursos que a engenharia oferece, 
preocupando-se em detectar toda a probabilidade de incidentes críticos que 
possam inibir ou degradar um sistema de produção, com o objetivo de 
identificar esses incidentes críticos, controlar ou minimizar sua ocorrência e 
seus possíveis efeitos. 
 
 
2.3 A participação das entidades públicas e privadas 
 
Em se tratando da área de Segurança do Trabalho, abaixo temos os órgãos e 
suas competências: 
À Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) compete: 
I - formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do 
trabalho portuário, priorizando o estabelecimento de política de combate ao trabalho 
forçado e infantil, bem como a todas as formas de trabalho degradante; II - formular 
e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde do 
trabalhador; III - participar, em conjunto com as demais Secretarias, da elaboração 
de programas especiais de proteção ao trabalho; (...) VIII - formular e propor as 
diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da 
inspeção do trabalho; IX - promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no 
âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento; (...) XI - acompanhar 
o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo 
Governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à OIT, nos 
assuntos de sua área de competência; (...) XIII - baixar normas relacionadas com a 
sua área de competência. 
Ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) Subordinado a 
SIT, cabe: 
I - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes e normas de atuação da 
área de segurança e saúde no trabalho; II - planejar, supervisionar, orientar, 
coordenar e controlar a execução das atividades relacionadas com a inspeção dos 
 
 
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ambientes e condições de trabalho; III - planejar, coordenar e orientar a execução do 
Programa de Alimentação do Trabalhador e da Campanha Nacional de Prevenção 
de Acidentes do Trabalho; IV - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e 
controlar as ações e atividades de inspeção do trabalho na área de segurança e 
saúde; V - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes para o 
aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho, 
na área de segurança e saúde; (...) VII - supervisionar, no âmbito de sua 
competência, a remessa da legislação e atos administrativos de interesse da 
fiscalização do trabalho às Delegacias Regionais do Trabalho. 
As Delegacias Regionais do Trabalho: 
Tem como objetivo principal coordenar e controlar, na área de sua jurisdição, 
a execução das atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção 
das condições ambientais de trabalho e a orientação ao trabalhador. 
A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – 
FUNDACENTRO tem como objetivo: 
Produzir e difundir conhecimento sobre Segurança e Saúde no Trabalho e 
Meio Ambiente, para fomentar, entre os parceiros sociais, a incorporação do tema 
na elaboração e gestão de políticas que visem o desenvolvimento sustentável com 
crescimento econômico, promoção da equidade social e proteção do meio ambiente. 
Pode-se dizer que esta fundação é o braço técnico do Ministério do Trabalho 
e Emprego com atribuições bastante definidas no campo da pesquisa e 
assessoramento técnico. 
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(INMETRO): 
É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho 
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado 
interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). 
 
 
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O INMETRO tem como missão prover confiança à sociedade brasileira nas 
medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, 
promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a 
competitividade do País. 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT: 
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o 
órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária 
ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. 
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro 
Nacional de Normalização através da Resolução nº 07 do CONMETRO, de 
24.08.1992. 
São objetivos da normalização: 
 Economia – proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e 
procedimentos; 
 Comunicação – proporcionar meios mais eficientes na troca de informação 
entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações 
comerciais e de serviços; 
 Segurança – proteger a vida humana e a saúde; 
 Proteção do Consumidor – prover a sociedade de meios eficazes para aferir a 
qualidade dos produtos; 
 Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais – evitar a existência de 
regulamentosconflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, 
facilitando assim, o intercâmbio comercial (ABNT, 2012). 
 
Encontramos na Norma Regulamentadora NR 4 - SERVIÇOS 
ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO 
TRABALHO as especificações em seus mínimos detalhes do papel das empresas, 
quer sejam públicas ou privadas. 
 
 
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As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta 
e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão, obrigatoriamente, 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, 
com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no 
local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT nº 33, de 27 de outubro de 1983). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 – O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO NO CONTEXTO CAPITAL-TRABALHO 
 
 
3.1 O papel e as responsabilidades do Engenheiro de segurança do trabalho 
 
De uma maneira normativa e prescritiva, os Engenheiros de segurança são 
especialistas que têm como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes e doenças 
dentro da empresa. Externos às situações de trabalho, agem sobre as máquinas e 
sistemas (projeto de sistemas de proteção), sobre os trabalhadores (treinamentos) e 
sobre as normas e procedimentos. 
As responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, enquanto 
integrante do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – 
SESMT, também estão estabelecidas na Norma Regulamentadora nº 4, dentre as 
quais destacam-se: 
 aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança do trabalho ao 
ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e 
equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde 
do trabalhador; 
 colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas 
instalações físicas e tecnológicas da empresa; 
 responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do 
disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus 
estabelecimentos; 
 promover a realização de atividades de conscientização, educação e 
orientação dos trabalhadores; 
 esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e 
doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; 
 analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes e 
doenças ocupacionais ocorridos na empresa ou estabelecimento. 
 
 
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3.2 O contexto capital-trabalho 
Se tomarmos como parâmetro a crise econômica que vem se tornando 
crescente em vários países, podemos considerar que o momento é de muita 
reflexão e ponderação, e para o Engenheiro de Segurança do Trabalho é momento 
de perceber que sua atuação vai além das normas e prescrições da profissão. O 
ambiente de trabalho está sofrendo pressões, existem casos específicos que ele 
precisa ficar atento, pois nesses momentos de crise, as relações entre capital e 
trabalho acabam ficando discrepantes e, muitas vezes, insatisfatórias para ambos os 
lados. Amenizar conflitos deve ser, então, uma das habilidades a ser desenvolvida 
por esse profissional. 
Embora pareça, ao contrário de outras engenharias, a Engenharia de 
Segurança do Trabalho não é uma ciência exata. Sobre ela existem vários olhares. 
Ela relaciona um leque abrangente de ideias multifuncionais, com diversos setores. 
Lida com pessoas, com equipamentos, com gerenciamento, com liderança e acaba 
por ser um elo entre empregados e empregadores, devendo ser coerente e 
equilibrado em suas ações e atitudes. 
Enfim, as organizações empresariais, por meio de seu Engenheiro de 
Segurança, têm como responsabilidade integrar o cuidado para com a saúde e a 
segurança do trabalhador com a preservação do meio ambiente. Este profissional, 
portanto, precisa estar sempre se atualizando, observando as várias perspectivas, 
os horizontes que vão surgindo, sem esquecer a importância de equilibrar as 
relações entre o capital e o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – ACIDENTES 
 
 
O paradigma cultural predominante no Brasil em relação à SST baseia-se na 
visão de que o sistema técnico é confiável e o ser humano constitui o elo frágil da 
corrente. As falhas humanas são consideradas decorrentes de fatores individuais e 
do desrespeito às normas prescritas, fruto de decisões “conscientes” dos 
trabalhadores. Nesse contexto, as medidas adotadas quase sempre se resumem a 
punições e a “treinamentos” (BRASIL, 2010). 
A realidade brasileira em SST é extremamente heterogênea. Gera desde 
eventos adversos de diagnóstico evidente até situações complexas que demandam 
estudos aprofundados. Em situações de incidência elevada de acidentes do 
trabalho, geralmente os problemas são identificados com relativa facilidade. Nesses 
casos, o desrespeito à legislação é flagrante e as ações de prevenção são óbvias. 
Em sistemas com baixa incidência de acidentes, sua ocorrência depende da 
combinação de múltiplos fatores que, por não se apresentarem de forma explícita na 
situação de trabalho habitual, dificilmente são identificados por meio das avaliações 
de segurança clássicas (BRASIL, 2010). 
Muitas são as definições de acidente, e variam segundo o enfoque que pode 
ser legal, prevencionista, ocupacional, estatístico, previdenciário, entre outros, como 
veremos nesta introdução ao curso de Engenharia de Segurança do Trabalho. 
 
4.1 Conceituação e classificação 
ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto, 
ferimentos, danos, perdas humanas e/ou materiais. Um acidente pode mudar 
totalmente a rotina e a vida de uma pessoa, modificar sua razão de viver ou colocar 
em risco seus negócios e propriedades (UNESP, 2010). Ao contrário do que muitas 
pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem da falta de sorte. 
Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e pesquisas 
visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir seus 
 
 
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efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos 
conglomerados industriais (UNESP, 2010). 
Sob o ponto de vista dos especialistas em Segurança, os acidentes são 
causados por fatores conhecidos, previsíveis e controláveis. Milhares podem ser as 
causas de um simples acidente, entretanto, todas elas podem ser agrupadas em 
duascategorias: 
 Condição Insegura; 
 Ato Inseguro. 
Outras definições importantes que balizam todo o conteúdo são: 
EVENTO ADVERSO – qualquer ocorrência de natureza indesejável 
relacionada direta ou indiretamente ao trabalho, incluindo: 
ACIDENTE DE TRABALHO: ocorrência geralmente não planejada que resulta 
em dano à saúde ou integridade física de trabalhadores ou de indivíduos do público. 
Exemplo: andaime cai sobre a perna de um trabalhador que sofre fratura da 
tíbia. 
INCIDENTE: ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou 
integridade física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. 
Exemplo: andaime cai próximo a um trabalhador que consegue sair a tempo e 
não sofre lesão. 
CIRCUNSTÂNCIA INDESEJADA: condição, ou um conjunto de condições, 
com potencial de gerar acidentes ou incidentes. 
Exemplo: trabalhar em andaime fixado inadequadamente (instável). 
TRABALHADOR – pessoa que tenha qualquer tipo de relação de trabalho 
com as empresas envolvidas no evento, independentemente da relação de 
emprego. 
INDIVÍDUO DO PÚBLICO – pessoa que não sendo trabalhador sofra os 
efeitos de eventos adversos originados em processos de produção ou de trabalho, 
tais como visitantes, transeuntes e vizinhos. 
 
 
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PERIGO – fonte ou situação com potencial para provocar danos. 
RISCO – exposição de pessoas a perigos. O risco pode ser dimensionado em 
função da probabilidade e da gravidade do dano possível. 
 
4.2 Causas de acidentes: fator pessoal, ato inseguro 
As pessoas reconhecem com maior facilidade as condições inseguras, que 
os atos inseguros. Por exemplo, um indivíduo ao abalroar o veículo que vai a sua 
frente, facilmente atribuirá a causa do acidente a: defeito nos freios; parada brusca 
do veículo dianteiro; pista molhada, entre outros. Este mesmo indivíduo terá muita 
dificuldade em admitir que a causa foi um ato inseguro decorrente de não ter 
mantido a mínima distância necessária, em relação ao veículo da frente, para uma 
parada de emergência. 
Estatisticamente sabe-se que os atos inseguros são responsáveis por mais 
de 90% dos acidentes das mais diversas naturezas. Uma condição insegura 
normalmente é o resultado do ato inseguro de alguém ao longo do 
desencadeamento do acidente. 
A implosão parcial de um shopping center, devido ao vazamento de GLP1, é 
o resultado de uma condição insegura criada pelo ato inseguro daqueles que não 
deram tratamento técnico adequado ao projeto e ao local. 
O ato inseguro normalmente decorre de situações tais como: 
 Excesso de confiança; 
 Agir sem ter conhecimento específico do que está fazendo; 
 Não valorizar medidas ou dispositivos de prevenção de acidentes; 
 Exceder limites de máquinas, veículos ou do corpo humano; 
 Uso de veículos para fins de demonstração e não transporte; 
 Imprudência e negligencia; 
 
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 Gás Liquefeito de petróleo – uma mistura de gases de hidrocarbonetos geralmente usados como 
combustível. 
 
 
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 Improvisações. 
No Brasil, os acidentes nas rodovias são causadores de milhares de mortos 
e feridos vindo a seguir os acidentes na construção civil e na indústria. 
Nos países desenvolvidos, medidas preventivas e de segurança de caráter 
individual ou coletivo são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao 
passo que nos países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou 
ignoradas. Em alguns destes países a legislação apresenta alguns absurdos como 
compensação monetária pela exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), 
fazendo com que empregados e empregadores concentrem suas atenções no custo 
da exposição e não na eliminação da mesma (ST, 2006). 
Estes conceitos apresentados não só parecem como realmente podemos 
considerar como primários, mas infelizmente a maior parcela da população não se 
preocupa com a segurança como deveria, daí as estatísticas manterem-se altas, 
necessitando de uma política e programas de educação para a segurança nos vários 
tipos de trabalho. 
São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo 
relacionados abaixo os mais básicos e simples de seguir. 
1. Reconhecer suas limitações 
Não tente realizar um trabalho para o qual você não está qualificado. A falta 
de conhecimentos e o jeitinho podem trazer consequências lamentáveis. Seu corpo 
também tem limitações, ele só pode alcançar até determinada altura e levantar 
determinado peso. 
2. Ler os manuais antes de operar algo 
Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e para quê e 
dentro de que limites foi projetado para atuar. Os manuais não foram feitos para 
serem usados só em caso de dúvidas e sim permitir a correta utilização de 
determinado dispositivo. 
3. Usar ferramentas apropriadas 
 
 
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Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de utilização. As 
ferramentas e máquinas têm uma maneira inesperada e violenta de protestarem 
quando ao seu uso inadequado. 
4. Usar o método apropriado 
Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar determinada 
tarefa, trabalho ou atividade. 
5. Seguir regulamentos, sinalizações e instruções 
Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare, pode indicar que 
naquele local muitas pessoas já se acidentaram. 
6. Usar bom senso e moderação 
Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo consistente e 
progressivo permitirá atingir os objetivos a médio e longo prazo. 
7. Valorizar sua vida e a dos outros 
Haja e pense como ser humano que é, não permita que o instinto prevaleça. 
 
4.3 Condições ambientais de segurança 
Quanto às condições de ambiente de segurança podemos definir como a 
condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência; 
incluindo a atmosfera do local de trabalho até as instalações, equipamentos, 
substâncias e métodos de trabalho empregados. 
Na identificação das causas do acidente é importante evitar a aplicação do 
raciocínio imediato, devendo ser levados em consideração fatores complementares 
de identificação das causas de acidentes. Tais causas têm a sua importância no 
processo de análise, como, por exemplo, a não existência de Equipamento de 
Proteção Individual (EPI), mas não são suficientes para impedir novas ocorrências 
semelhantes. 
Para a clara visualização deve-se sempre perguntar o “por quê”, ou seja, por 
que o empregado deixou de usar o EPI disponível? Liderança Inadequada? 
Engenharia Inadequada? 
 
 
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É indispensável também a apuração das “causas gerenciais”, como a “falta de 
controle” – inexistência de padrões ou procedimentos, como ventilação inadequada, 
empilhamento inadequado e proteção coletiva inadequada ou inexistente.4.4 Consequências do acidente 
Dentre as consequências dos eventos adversos que levam aos acidentes 
temos os tipos: 
 Fatal – morte ocorrida em virtude de eventos adversos relacionados ao 
trabalho; 
 Grave – amputações ou esmagamentos, perda de visão, lesão ou doença que 
leve a perda permanente de funções orgânicas (por exemplo: 
pneumoconioses fibrogênicas, perdas auditivas), fraturas que necessitem de 
intervenção cirúrgica ou que tenham elevado risco de causar incapacidade 
permanente, queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% da 
superfície corporal ou outros agravos que resultem em incapacidade para as 
atividades habituais por mais de 30 dias. 
 Moderado – agravos à saúde que não se enquadrem nas classificações 
anteriores e que a pessoa afetada fique incapaz de executar seu trabalho 
normal durante três a trinta dias. 
 Leve – todas as outras lesões ou doenças nas quais a pessoa acidentada 
fique incapaz de executar seu trabalho por menos de três dias. 
 Prejuízos – dano a uma propriedade, instalação, máquina, equipamento, 
meio-ambiente ou perdas na produção. 
 
4.5 Lesão pessoal e prejuízo material 
O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta 
uma lesão pessoal ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão 
traumática) ou mediata (doença profissional). Assim, caracteriza-se a lesão quando 
a integridade física ou a saúde são atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se 
pela existência do risco. 
 
 
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A lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos 
prejudiciais mentais, neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições do 
trabalho. Quanto ao prejuízo material este é decorrente de danos materiais, perda 
de tempo e outros ônus resultantes de acidente do trabalho, inclusive danos ao 
meio ambiente (NBR 14280) 
AGENTE DA LESÃO – É o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o 
causador da lesão. 
A FONTE DA LESÃO – É o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a 
lesão. Pode ser uma coisa, substância, energia ou movimento do corpo que 
diretamente provocou a lesão. 
Torna-se importante estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesionada 
e o objeto ou movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura, etc.) e sua 
localização que permite, muitas vezes, identificar a fonte da lesão e indicar, também, 
certas frequências em relação a alguns fatores de insegurança para os 
procedimentos necessárias à sua futura prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – RISCOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES 
LABORAIS 
 
 
Os riscos ocupacionais afetam diretamente a Saúde do Trabalhador, 
expondo-o a adoecimentos e acidentes de trabalho. A portaria nº 25 (29/12/1994) 
classifica os principais riscos ocupacionais em: 
 riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e 
substâncias compostas ou produtos químicos em geral); 
 riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos); 
 riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e 
transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido 
de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e 
noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, 
arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, 
ferramentas inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou 
explosão, entre outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico 
ou acedentes); 
 riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor) (BRASIL, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIAS BÁSICAS 
 
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa (org.). Legislação de Segurança e Medicina do 
Trabalho. 2 ed rev atual e ampl. São Paulo: Método, 2008. 
 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Declaração da OIT sobre 
os princípios e direitos fundamentais no trabalho, 86ª. Sessão, Genebra, junho de 
1998. Disponível em: 
<www.oitbrasil.org.br/.../declaracao_da_oit_sobre_principio_direitos_fundamentais.p
df > 
 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
 
 
 
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Conteúdos diversos. Disponível 
em: http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=931 
ALBERTON, Anete. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na 
seleção de alternativas de investimentos em segurança. Florianópolis: UFSC, 1996. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14.280. 
Cadastro de Acidentes de Trabalho. Disponível em: 
http://xa.yimg.com/kq/groups/1217392/917403278/name/NBR-14.280 
BARREIROS, D. Gestão da segurança e saúde no trabalho: estudo de um modelo 
sistêmico para as organizações do setor mineral. 2002. Tese (Doutorado em 
engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. 
BENITE, A. G., Sistemas de Segurança e Saúde no Trabalho para Empresas 
Construtoras. 2004. Dissertação (mestrado em engenharia) - Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. 
BRASIL, Luiz Augusto Damasceno. Segurança no trabalho em cursos de nível 
técnico da educação profissional. Brasília: UCB, 2002 (Dissertação de Mestrado). 
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre 
as condições para a promoção, proteção, e recuperação da saúde, a organização e 
o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília 
(DF): Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde; 1990 
BRASIL. NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO. Disponível em: 
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130D26E7A5C0B97/nr_04.p
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BSI (BRITISH STANDARDS INSTITUTION). Guia para sistemas de gestão de 
segurança e saúde ocupacional - British Standard 8800:1996. Londres, 1996. 
COSTA, Maria Carolina Maggiotti. A gestão da segurança e saúde no trabalho: a 
experiência do arranjo produtivo local do setor metal-mecânico da região paulista do 
grande ABC. São Paulo: Centro Universitário SENAC, 2006 (dissertação de 
mestrado). 
COUTO, Hudson de Araújo; ANGIOLETTI, Giandomenico. Os 10 mandamentos para 
implantar um sistema de gerenciamento de segurança eficaz, consistente e 
compatível com a coplexidade dos tempos atuais. Informativo 69. Disponível em: 
<http://www.ergoltda.com.br/index.htm> Acesso em: 18 ago. 2010. 
D`AZEVEDO, Rita Teixeira. Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho 
– A nova versão da Norma OHSAS 18001 (2007 VS. 1999). Disponível em: 
<http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=7&cid=20781&bl=1&viewall=true> 
DE CICCO, Francesco, FANTAZZINI, Mario Luiz. Avaliação de riscos. RevistaProteção - Suplemento especial n.5, Novo Hamburgo, n.31, julho, 1994. 
DE CICCO, Francesco. A OHSAS 18001 e a certificação de sistemas de gestão da 
segurança e saúde no trabalho. Disponível em: 
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FUNDACENTRO. Institucional. Disponível em: 
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HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 11 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 
1976. 
INMETRO. O que é o INMETRO. Disponível em: 
http://www.inmetro.gov.br/inmetro/oque.asp 
MENDES, René (Org.). Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1996. 
NOGUEIRA, Diogo Pupo. Introdução à Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho - 
Histórico. In: Curso de Engenharia do Trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 1981. 
 
OLIVEIRA, João Cândido de. Do Tripalium ao Trabalho. In: LIMA, Dalva Aparecida 
(Org.). Educação, segurança e saúde do trabalhador. São Paulo: Social Democracia 
Sindical, 2000. 
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo. Proteção jurídica à saúde do trabalhador. 2ª ed. São 
Paulo: LTr, 1998. 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Declaração da OIT sobre 
os princípios e direitos fundamentais no trabalho, 86ª. Sessão, Genebra, junho de 
1998. Disponível em: 
 
 
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ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Diretrizes Sobre 
Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – Programa de Saúde no 
Trabalho. Genebra – Brasília, 2002. 
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Trivelato. 1 ed. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e 
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RAMAZZINI, Bernardino. As doenças dos trabalhadores. Tradução de Raimundo 
Estrêla. 3 ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2000. 
SEGURANÇA NO TRABALHO. Princípios de segurança que já salvaram vidas 
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Acesso em: 23 ago. 2010. 
SEGURANÇA NO TRABALHO. Segurança no trabalho (2006). Disponível em: 
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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC – SP. 
Segurança no trabalho (2006). Disponível em: <www.sp.senac.br> 
SILVA, Ricardo Alexandre Santana da. Implantação de sistema de gestão de 
segurança e saúde no trabalho, baseado na OHSAS 18000 (2008). Disponível em: 
<http://www.webartigos.com/> Acesso em: 23 ago. 2010. 
SIT. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Quem é quem. Disponível em: 
http://www2.mte.gov.br/institucional/quem_e_quem_sit.asp 
SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT. São Paulo: LTr, 1994. 
UNESP. Curso Cipa. Disponível em: 
<http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/artigos/1_acidentes.htm> Acesso em: 17 jul. 
2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
 
DECLARAÇÃO DA OIT SOBRE OS PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS 
NO TRABALHO 
 
Considerando que a criação da OIT procede da convicção de que a justiça 
social é essencial para garantir uma paz universal e permanente; 
Considerando que o crescimento econômico é essencial, mas insuficiente, 
para assegurar a equidade, o progresso social e a erradicação da pobreza, o que 
confirma a necessidade de que a OIT promova políticas sociais sólidas, a justiça e 
instituições democráticas; 
Considerando, portanto, que a OIT deve hoje, mais do que nunca, mobilizar 
o conjunto de seus meios de ação normativa, de cooperação técnica e de 
investigação em todos os âmbitos de sua competência, e em particular no âmbito do 
emprego, a formação profissional e as condições de trabalho, a fim de que no 
âmbito de uma estratégia global de desenvolvimento econômico e social, as políticas 
econômicas e sociais se reforcem mutuamente com vistas à criação de um 
desenvolvimento sustentável de ampla base; 
Considerando que a OIT deveria prestar especial atenção aos problemas de 
pessoas com necessidades sociais especiais, em particular os desempregados e os 
trabalhadores migrantes, mobilizar e estimular os esforços nacionais, regionais e 
internacionais encaminhados à solução de seus problemas, e promover políticas 
eficazes destinadas à criação de emprego; 
Considerando que, com o objetivo de manter o vínculo entre progresso 
social e crescimento econômico, a garantia dos princípios e direitos fundamentais no 
trabalho reveste uma importância e um significado especiais ao assegurar aos 
próprios interessados a possibilidade de reivindicar livremente e em igualdade de 
oportunidades uma participação justa nas riquezas cuja criação têm contribuído, 
assim como a de desenvolver plenamente seu potencial humano; 
 
 
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Considerando que a OIT é a organização internacional com mandato 
constitucional e o órgão competente para estabelecer Normas Internacionais do 
Trabalho e ocupar-se das mesmas, e que goza de apoio e reconhecimento 
universais na promoção dos direitos fundamentais no trabalho como expressão de 
seus princípios constitucionais; 
Considerando que numa situação de crescente interdependência econômica 
urge reafirmar a permanência dos princípios e direitos fundamentais inscritos na 
Constituição da Organização, assim como promover sua aplicação universal. 
A Conferência Internacional do Trabalho, 
1. Lembra: 
a) que no momento de incorporar-se livremente à OIT, todos os Membros 
aceitaram os princípios e direitos enunciados em sua Constituição e na Declaração 
de Filadélfia, e se comprometeram a esforçar-se por alcançar os objetivos gerais da 
Organização na medida de suas possibilidades e atendendo a suas condições 
específicas; 
b) que esses princípios e direitos têm sido expressados e desenvolvidos sob 
a forma de direitos e obrigações específicos em convenções que foram 
reconhecidas como fundamentais dentro e fora da Organização. 
2. Declara que todos os Membros, ainda que não tenham ratificado as 
convenções aludidas, têm um compromisso derivado do fato de pertencer à 
Organização de respeitar, promover e tornar realidade, de boa fé e de conformidade 
com a Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto 
dessas convenções, isto é: 
a) a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação 
coletiva; 
b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; 
c) a abolição efetiva do trabalho infantil; e, 
d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação. 
 
 
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3. Reconhece a obrigação da Organização de ajudar a seus Membros, em 
resposta às necessidades que tenham sido estabelecidas e expressadas, a alcançar 
esses objetivos fazendo pleno uso de seus recursos constitucionais, de 
funcionamento e orçamentários, incluída a mobilização de recursos e apoio

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