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MATERIAL DIDÁTICO INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO U N I V E R S I DA D E CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................... 03 UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................................... 06 UNIDADE 3 – O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO CONTEXTO CAPITAL-TRABALHO ..................................................................... 24 UNIDADE 4 – ACIDENTES .................................................................................. 26 UNIDADE 5 – RISCOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES LABORAIS ................. 33 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 34 ANEXO ................................................................................................................ 37 Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Bem-vindos ao curso! A Saúde e a Segurança do e no Trabalho caracterizam-se pela adoção de estratégias que levam os trabalhadores a desenvolverem atitudes conscientes para o trabalho seguro durante a realização de suas atribuições. Visa, ainda, implantar preceitos e valores de segurança, no esforço de integrá-los à qualidade do trabalho e do meio ambiente, à produção e ao controle de custos das empresas (SENAC, 2006). Os Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho das organizações exigem a formação de profissionais adequadamente preparados para a busca da qualidade, pressupondo a melhoria das condições dos ambientes de trabalho a fim de reduzir os níveis de risco e de proporcionar proteção aos trabalhadores, o que acarreta o aumento da produtividade e da competitividade das organizações. O Brasil, lamentavelmente, ainda é destaque em número de acidentes de trabalho e incidência de doenças ocupacionais, conforme indicam as estatísticas, estando sistematicamente entre os países que mais registram acidentes de trabalho no mundo. Essa posição poderia ser ainda pior se todos os acidentes ocorridos fossem registrados e se o universo de trabalhadores abrangidos pelas estatísticas não estivesse aquém da força real de trabalho existente no País. O Anuário Estatístico da Previdência Social publicado em 2005 apresentou o seguinte quadro evolutivo dos acidentes de trabalho de 1996 a 2004. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 4 Fonte: www.previdenciasocial.gov.br/estatisticas Dos 458.956 acidentes acontecidos no Brasil em 2004, 17.778 ocorreram na região Norte; 44.401 no Nordeste; 107.213 no Sul; 29.722 no Centro-Oeste e 259.842 no Sudeste, sendo que destes 170.036 foram em São Paulo. Constata-se, assim, a necessidade cada vez maior da formação de profissionais em nível técnico e superior, possibilitando o exercício de suas atividades, de acordo com as normas legais, para responder às exigências decorrentes das formas de gestão, de novas técnicas e tecnologias e da globalização nas relações econômicas, o que vêm transformando a sociedade e a organização do trabalho. Estas práticas exigem desses profissionais a atuação em equipes multiprofissionais, com criatividade e flexibilidade, atendendo a diferentes situações em diversos tipos de organizações, permanentemente sintonizados com as transformações tecnológicas e socioculturais (SENAC, 2006). Nesta apostila veremos sobre a evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho que envolve seus aspectos econômicos, políticos e sociais bem como a Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 5 história do prevencionismo; o papel das entidades públicas e privadas; assim como o papel do engenheiro de segurança do trabalho no contexto capital-trabalho. Noções introdutórias sobre acidentes, fator pessoal de insegurança, ato inseguro, classificação, causas dos acidentes, consequências, a lesão pessoal, o prejuízo material, agentes e fontes de lesão também fazem parte do arcabouço. Finalizamos com a apresentação dos riscos das principais atividades laborais. Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores e temas introdutórios à engenharia de segurança no trabalho e tomamos o cuidado de disponibilizar ao final da mesma, várias referências bibliográficas que podem complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que vierem a surgir. Desejamos bons estudos a todos! Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 6 UNIDADE 2 – EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO A história situa as pessoas no tempo e no espaço, leva a reflexões sobre a evolução da vida, dos acontecimentos, como chegamos aqui e quais as perspectivas podemos reservar para o futuro, portanto, vamos conhecer um pouco da história do trabalho, dos acidentes e as relações de segurança no trabalho. O foco, na realidade, centra-se na história do prevencionismo que decorre de aspectos econômicos, políticos e sociais. 2.1 Aspectos econômicos, políticos e sociais Relações de trabalho na sociedade primitiva Devido às inter-relações entre homem e trabalho, torna-se imprescindível discorrer sobre sua história. A disciplina segurança no trabalho foi concebida para prevenir os acidentes que atingem direta e indiretamente o trabalhador, por meio da segregação ou eliminação dos riscos gerados pelas condições dos locais de trabalho e pelas tecnologias empregadas, de modo a promover, continuamente, medidas para prevenção de acidentes, doenças e otimização das condições e do meio ambiente de trabalho. Por meio do trabalho, o homem atendeu e continua atendendo às suas necessidades bio-psico-sociais e construindo os bens que sustentam as bases da vida material em suas dimensões econômica, política, social, religiosa e cultural. Nos tempos mais remotos, o trabalho humano era restrito a tarefas que tinham como finalidade assegurar, essencialmente, a proteção do grupo e sua sobrevivência, desta forma, a caça e a pesca eram as atividades preponderantes. A vida era marcadapelo nomadismo e pela transumância, ou seja, o homem primitivo não vivia fixado num local determinado. Por evidenciar um espírito eminentemente gregário, detectou-se no homem primitivo os indícios da presença de uma noção, mesmo que muito rústica, de segurança e proteção coletiva (BRASIL, 2002). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 7 De acordo com Oliveira (2000), a transumância foi o fenômeno que possibilitou ao homem passar de caçador, nômade, para uma outra fase, intitulada coletora, passando a se valer de outras fontes de alimentos, como tubérculos, frutos silvestres e leguminosas. O fato do homem primitivo se abrigar em cavernas ou no cume das montanhas, buscando um modo de proteção contra as intempéries, animais de grande porte e até mesmo de inimigos, merece destaque neste início de curso, pois revela comportamentos em busca de medidas de proteção coletiva, como requisito básico para a própria sobrevivência e do grupo (BRASIL, 2002). Como esses grupos se abrigavam em cavernas próximas a cursos d’água, sementes e raízes presentes nos restos de alimentos jogados à terra começavam a se reproduzir e, por conseguinte, a lhes proporcionar uma outra fonte de alimento, nascendo dessa experiência a agricultura. Com a evolução da agricultura, criaram-se as bases necessárias a uma nova experiência de vida – o pastoreio. Através das atividades relacionadas com o pastoreio, o homem passou a dispor de animais não somente como fonte de alimento, mas também como meio de tração. A agricultura permitiu o aumento populacional do homem e o tornou sedentário, isto é, fixado em uma base territorial onde se encontram as terras cultivadas e as primeiras edificações, onde se formaram as primeiras cidades, nações e impérios. Por este novo paradigma, o homem é liberado da transumância penosa, abrindo caminho à agropecuária (BRASIL, 2002). A agropecuária marcou um dos estágios mais significativos da evolução humana, não só porque facilitou ao homem a obtenção dos meios necessários à vida, como a alimentação e a habitação, mas, principalmente, por ter lhe proporcionado um dos primeiros modelos de organização e economia que vai estimular a produção de excedentes. No entendimento de Oliveira (2000), quando o homem passou a produzir mais do que era necessário ao consumo diário e desenvolveu a ideia de guardar esse excedente para consumo posterior, nasceram as trocas e a noção de posse. Por meio das trocas, o intercâmbio entre povos diferentes tornou-se possível. A Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 8 noção de propriedade, a princípio grupal, depois privada, mudou radicalmente os paradigmas da vida humana. O advento da propriedade privada levou o homem a construir uma outra forma de vida calcada na organização e no controle. A família monogâmica e o Estado, que surgiram em virtude dessa mudança, passaram a dar sustentação a esse novo estilo de vida. Da propriedade privada ao escravismo foi apenas uma questão de tempo (BRASIL, 2002). Das lutas travadas contra seus inimigos, emerge naturalmente no homem a necessidade de se proteger, portanto, ele começa a adotar as primeiras medidas de proteção individual e coletiva. Cave (1986 apud BRASIL, 2002) afirma que a forma mais antiga de proteção individual adotada pelos nossos ancestrais foi o “escudo”. O homem primitivo sabia que entre ele e o perigo havia a necessidade de se antepor uma barreira para sua defesa. Foi bastante natural também pensar que essa barreira pudesse ser carregada pelo homem de um local para outro. Em seguida, o homem adota também o capacete para proteção da cabeça nas lutas contra seus inimigos e, mais tarde, em estádios mais avançados da história, os guerreiros adotam armaduras de metal, composta por elmo, couraça e cota de malha. Associadas a essas práticas nasciam também os inconvenientes e até os primeiros casos de rejeição ao uso (BRASIL, 2002). Quando o homem se conscientizou de que a riqueza acumulada era oriunda da terra e de braços que a cultivavam, começou a poupar da morte os vencidos de guerra e a transformá-los em produtores de excedentes – os escravos – que, a princípio, produtores de bens, em pouco tempo vieram a se transformar em um deles, sendo transacionados como qualquer outro bem de consumo. É importante destacar que o rebaixamento de cidadão à condição de escravo, segundo costumes e normas adotadas por civilizações na Idade Antiga e no período medieval, podia se dar por questões políticas e até mesmo pelo inadimplemento de uma dívida. Na condição de escravo nenhum tipo de direito ou defesa, nem mesmo religiosa, era assegurado ao indivíduo. Ao escravo só restava ser produtivo e leal ao seu dono. A única preocupação de seu dono era a de evitar que ele adoecesse ou tivesse morte Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 9 prematura, pois assim deixaria de explorá-lo ao máximo de sua resistência física (OLIVEIRA, 2000). A partir deste período e em decorrência do novo contexto vivenciado pelo grupo humano, compreende-se o desinteresse e a inexistência de registros históricos relacionados com a segurança do trabalhador, uma vez que os trabalhos mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos. Além disto, na cultura greco-romana, o trabalho se relacionava em sua origem filosófica ao rebaixamento humano, porque ligava o indivíduo à matéria, daí ser também sinônimo de castração, de sofrimento, humilhação, expiação e de afastamento dos deuses (BRASIL, 2002). Para se ter uma dimensão mais clara do descaso com os registros sobre as questões ligadas à proteção do trabalhador à época, mesmo Hipócrates (460-375 a.C. apud MENDES, 1996), no momento em que descreve com particular agudeza o quadro clínico da intoxicação saturnina, encontrado em um trabalhador mineiro, omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação no seu clássico “Ares, Águas e Lugares”. Inúmeros ensinamentos são dedicados às relações entre ambiente – incluindo clima, topografia, qualidade da água e mesmo organização política e saúde, sem haver qualquer menção às condições em que o trabalho era realizado. Ramazzini (2000) cita a preocupação de Lucrécio em Roma, um século antes do início da Era Cristã, já perguntando a respeito dos cavadores das minas: “Não viste ou ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta vida pela frente?”. O mesmo ocorre com Plínio, o Velho (23 a 79 d.C. apud MENDES, 1996), autor da obra De História Naturalis, que, após visitar alguns locais de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. Mendes (1996) menciona a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras rústicas, panos ou membranas de bexiga de carneiro para atenuar a inalação de poeiras. Na Europa, do ponto de vista do trabalho, especificamente do trabalho manual, a transformação do escravismo em feudalismo mudou pouco a vida das pessoas. Os escravos e os trabalhadores romanos, com o feudalismo, Site: www.ucamprominas.com.bre-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 10 transformaram-se em servos de gleba, tão miseráveis quanto antes. O único ganho foi o de não serem mais vendidos como mercadoria qualquer, ficando, porém, vinculados ao senhor feudal (BRASIL, 2002). Os primeiros registros de casos de acidentes e doenças e os seus respectivos nexos com o trabalho ocorreram na Idade Média e foram efetuados por médicos que atendiam pacientes nas corporações de ofícios. Hunter (apud NOGUEIRA, 1981) afirma que, em 1556, Georg Bauer, mais conhecido pelo seu nome latino de Georgii Agricolae, publica o livro De Re Metallica, onde eram relatados estudos sobre os diversos problemas relacionados à extração de minérios argentíferos e auríferos e sua fundição. Conforme as observações de Agricolae, em algumas regiões extrativas, “as mulheres chegavam a casar sete vezes, roubadas que eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na ocupação que exerciam”. O próprio Agricolae já sabia como estes problemas poderiam ser evitados. Não se tratava de uma questão médica e sim de um problema de natureza tecnológica, decorrente do processo de trabalho utilizado, cuja modificação, acrescida da introdução de meios para melhorar a ventilação no interior das minas, poderia, como medida profilática, proteger os trabalhadores da inalação de poeiras nocivas. O mesmo Hunter (apud NOGUEIRA, 1981) assinala também a publicação, no ano de 1567, da primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença, de autoria de Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido pelo nome de Paracelso. Seu autor nasceu e viveu durante muitos anos em um centro da Boêmia, sendo numerosas as suas observações relacionando métodos de trabalho ou substâncias manuseadas e doenças, destacando-se, por exemplo, que, em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doença profissional, a despeito de sua importância, ali se encontram assinalados. Estes trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um século e não tiveram qualquer influência sobre a segurança ou a saúde do trabalhador (BRASIL, 2002). Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição de um livro que iria ter notável repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra De Morbis Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 11 Artificum Diatriba – as doenças dos trabalhadores – de autoria do médico italiano Bernardino Ramazzini, mais tarde justamente cognominado o “Pai da Medicina do Trabalho”. Neste famoso tratado, o autor descreve uma série de mais de 50 doenças relacionadas a profissões diversas. Às perguntas hipocráticas fundamentais na anamnese médica, propõe Ramazzini que se acrescente mais uma: “Qual é a sua ocupação?” De acordo com o autor, tal pergunta é considerada oportuna e é mesmo necessário lembrar ao médico que trata um homem do povo, que dela se vale para chegar às causas ocasionais do mal, a qual nunca é posta em prática, ainda que o médico a conheça. Entretanto, se a houvesse observado, poderia obter uma cura mais feliz (RAMAZZINI, 2000). Brasil (2002) ressalta que a importância do trabalho de Ramazzini não pôde ser devidamente avaliada na época. Realmente, ainda predominavam as corporações de ofício, com número de trabalhadores relativamente pequeno e um sistema de trabalho muito peculiar. Os casos de doenças profissionais eram poucos, assim, não obstante as corporações não raro disporem de médicos que deviam atender seus membros, tais profissionais praticamente ignoraram o trabalho de Ramazzini, cuja importância só seria reconhecida quase um século mais tarde. Revolução Industrial e acidentes do trabalho Os impactos da Revolução Industrial ocorrida na Europa, notadamente na Inglaterra, França e Alemanha, principalmente sobre a vida e a saúde das pessoas, têm sido objeto de importantes estudos. Historiadores sociais, cientistas políticos, economistas e outros têm enfocado este período da história, principalmente de 1760 a 1850, com detalhes descritivos e analíticos extremamente minuciosos e perspicazes, até porque o fenômeno, em sua natureza, tem se repetido em outras regiões e épocas, sem que as lições mais duras e cruéis tivessem sido aprendidas. Hunter (apud MENDES, 1996), afirma que toda a sorte de acidentes graves, mutilantes e fatais, além de intoxicações agudas e outros agravos à saúde, atingiram os trabalhadores, incluindo crianças de cinco, seis ou sete anos e mulheres, preferidos que eram – crianças e mulheres – pela possibilidade de lhes serem pagos salários mais baixos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 12 Nogueira (1981) enfatiza que a Revolução Industrial foi um marco inicial da moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar. Até então, a fiação e tecelagem de tecidos tinham constituído uma atividade doméstica tradicional, com uma produção apenas suficiente para atender às necessidades do próprio lar e com um pequeno excesso que era vendido, a preço elevado, em regiões onde estas atividades não eram desenvolvidas. O advento das máquinas, que fiavam em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, tornou possível uma produção de tecidos em níveis, até então, não imaginados. Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora dono dos seus meios de produção. O custo relativamente elevado das máquinas, porém, não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las, desta forma, essas máquinas eram adquiridas pelos detentores do capital, antevendo as possibilidades econômicas dos altos níveis de produção. A burguesia necessitava empregar pessoas para fazer as máquinas funcionarem, surgiram, assim, as primeiras manufaturas, fábricas de tecidos, e com elas, uma marcante dicotomia entre o capital e o trabalho (BRASIL, 2002). As primeiras máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz para acioná-las e esta foi encontrada na energia hidráulica. As primeiras fábricas foram instaladas em antigos moinhos. A localização não permitia uma expansão adequada da nascente indústria, que era obrigada a instalar-se apenas junto a cursos d’água. A invenção da máquina a vapor e seu aperfeiçoamento no ano de 1760 por Scott James Watt, permitiram a instalação de fábricas em outros lugares mais favoráveis ao comércio. Naturalmente as grandes cidades, onde existia abundante mão-de-obra com salários aviltados, foram escolhidas como locais favoritos para o funcionamento das indústrias. Huberman (1976) destaca que a introdução da máquina a vapor do Sr. Watt era tão importante para os ingleses que, “no ano de 1800, essas máquinas se encontravam em uso em 30 minas de carvão, 22 minas de cobre, 28 fundições, 17 cervejarias e 8 usinas de algodão”. Galpões, estábulos e velhos armazéns, eram rapidamente transformados em fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de fiação e tecelagem. Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de qualidade de Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.brTelefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 13 vida e as famílias com numerosa quantidade de filhos, garantiam um suprimento fácil de mão-de-obra com míseros salários, sendo aceitos, como trabalhadores, não só homens, mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde e desenvolvimento físico. Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis e, posteriormente, revendidas a cinco libras por cabeça aos empregadores que, ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão-de-obra barata, se comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias (NOGUEIRA, 1981). A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída principalmente por crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. O número de acidentes do trabalho era aterrorizante, provocados por máquinas sem qualquer tipo de proteção e movidas por engrenagens e correias expostas, sendo que as mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes. Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da noite. Em muitos casos o trabalho continuava mesmo durante a noite em fábricas precariamente iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram executadas em ambientes fechados, com ventilação extremamente escassa. Os ruídos provocados pelas máquinas primitivas atingiam limites altíssimos, tornando impossível até mesmo a audição de ordens e comandos, o que muito contribuía para aumentar o número de acidentes (BRASIL, 2002). Não é, pois, de estranhar-se, que doenças de toda a ordem se alastrassem entre os trabalhadores, especialmente entre as crianças, doenças tanto de origem não ocupacional (principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era chamado de febre das fábricas), quanto de origem ocupacional, cujo número aumentava à medida que se abriam novas fábricas e novas atividades industriais eram iniciadas (MENDES, 1996). As primeiras medidas de proteção ao trabalhador, adotadas nas fábricas inglesas, eram de natureza estritamente médica. Nascia uma preocupação Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 14 direcionada à higiene pessoal nos locais de trabalho, por conseguinte, também relacionada com a saúde dos trabalhadores. Inexistiam relatos sobre iniciativas destinadas à segurança no trabalho, entendida como medidas de natureza educativa, técnica ou legal, voltadas para melhoria do ambiente de trabalho, proteção coletiva e individual, segregação ou eliminação de fontes de riscos de acidentes, proteção e otimização de máquinas, ferramentas e equipamentos (BRASIL, 2002). No início do século XIX, na Inglaterra, a dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião pública e, por essa razão, criou-se no Parlamento britânico, sob a direção de Sir Robert Peel, uma comissão de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que, em 1802, fosse aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornava obrigatória a ventilação destas. Tal lei não resolvia senão parcela mínima do problema e assim foi seguida de leis complementares surgidas em 1819, em geral, pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores. Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se mostravam péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, Robert Dernham, proprietário de uma indústria têxtil inglesa, que se sentia perturbado diante das péssimas condições de trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de proteger a saúde dos mesmos. Baker vinha já há bastante tempo se interessando pelo estudo do problema da saúde dos trabalhadores. Conhecedor que era da obra de Ramazzini dedicava grande parte de seu tempo a visitar fábricas e a tomar conhecimento das relações entre trabalho e doença, o que levou o governo britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor Médico de Fábricas (BRASIL, 2002). Diante do pedido do empregador inglês, Baker aconselhou-o: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 15 Coloque no interior de sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários. Se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado. Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo (OLIVEIRA, 1998). A iniciativa daquele empregador, movida até pelo temor de ser responsabilizado pelos infortúnios laborais, veio mostrar a necessidade urgente de medidas de proteção aos trabalhadores, pelo que, em 1831, uma comissão parlamentar de inquérito, elaborou um cuidadoso relatório, concluído do seguinte modo: Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana, cada um deles era a clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes (MENDES, 1996). O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, no ano de 1833, foi baixado na Inglaterra o Factory Act 1833, que deve ser considerada como a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes a 12hs por dia e 69 por semana; as fábricas precisavam ter escolas, que deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de nove anos, e um médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade cronológica (NOGUEIRA, 1981). O grande desenvolvimento industrial da Grã-Bretanha levou ao estabelecimento de uma série de medidas legislativas, destacando-se a criação do Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 16 Factory Inspectorate, primeiro órgãodo Ministério do Trabalho britânico, com função de proceder ao exame médico pré-admissional, ao exame médico periódico, ao estudo de casos de doenças causadas por agentes químicos potencialmente perigosos e à notificação e investigação de doenças profissionais, especialmente em fábricas pequenas, que não dispunham de serviço médico próprio (BRASIL, 2002). Observada por Oliveira (1988), a expansão da Revolução Industrial no resto da Europa resultou, também, no aparecimento progressivo dos serviços médicos de empresa industrial em diversos países, sendo que em alguns deles, foi dada tal importância a esses serviços que sua existência deixou de ser voluntária, como de princípio na Grã-Bretanha, para tornar-se de imediato obrigatória. Nos Estados Unidos, a despeito da industrialização ter-se desenvolvido de forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os serviços médicos nas empresas permaneceram praticamente desconhecidos, não dando os empregadores nenhuma atenção especial aos problemas de saúde dos seus trabalhadores. No entanto, o aparecimento, no início do século XX, da legislação sobre indenizações em casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a estabelecerem os primeiros serviços médicos de empresa industrial naquele país, com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações, através de cuidado adequado dos casos de acidentes e doenças profissionais. Desses relatos se conclui que, mesmo na Europa e nos Estados Unidos, a conscientização dos empregadores precisava ser impulsionada pela coerção da lei, pois continuava inexistindo, salvo raríssimas exceções, interesse em preservar a saúde ou a vida dos trabalhadores (BRASIL, 2002). No final do século XIX, no dia 15 de maio de 1891, a Encíclica do Papa Leão XIII, De Rerum Novarum, conclama os povos no sentido da justiça social, influenciando legisladores e estadistas para o avanço da proteção social. A Encíclica mencionada, no Capítulo 22, asseverou ser absolutamente necessário aplicar a força e autoridade das leis, dentre outros casos, contra os patrões que esmagam os trabalhadores sob o peso de ônus iníquos, ou desonram, neles, a pessoa humana, por condições indignas e degradantes ou, ainda, que atentam contra a saúde destes por um trabalho desproporcionado com a sua idade e sexo. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 17 Mais adiante, no capítulo 27 desta mesma Encíclica, a censura contra os abusos dos empregadores é clara: Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não podem ultrapassar (apud OLIVEIRA, 1998). Proteção ao trabalhador no mundo contemporâneo No período que coincide com a Primeira Guerra Mundial, manifestações e reivindicações ocorridas em diversos congressos de trabalhadores levaram à Conferência da Paz de 1919, organizada pela Sociedade das Nações, a criar, pelo Tratado de Versalhes, a Organização Internacional do Trabalho – OIT. Esta organização foi criada com o propósito de dar às questões trabalhistas um tratamento uniformizado, com fundamento na justiça social. O preâmbulo da constituição da OIT enfatiza que “existem condições de trabalho que implicam para grande número de indivíduos misérias e privações, e que o descontentamento que daí decorre põe em perigo a paz e harmonia universais.” (SUSSEKIND, 1994). Já na primeira reunião da OIT, no ano de 1919, foram aprovadas seis convenções, com visíveis propósitos de proteger à saúde e integridade física dos trabalhadores, tratando de limitação da jornada de trabalho, desemprego, proteção à maternidade, trabalho noturno das mulheres, idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno dos menores. O eco dessas convenções, posteriormente, levou representantes da Organização Internacional do Trabalho – OIT – e da Organização Mundial da Saúde – OMS – a se reunirem para deliberar e estudar com maior ênfase o assunto. Em 1950, a Comissão Conjunta OIT/OMS sobre saúde ocupacional estabeleceu, de forma muito ampla, os objetivos da saúde ocupacional. Em junho de 1953, a Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios, elaborando a Recomendação n° 97, sobre a Proteção à Saúde dos Trabalhadores em Locais de Trabalho, e insistiu com os Estados-membros, no sentido de que os mesmos incrementassem a criação de serviços médicos nos locais de trabalho. Em junho de 1959, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho, reunida em Genebra, Suíça, Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 18 estabeleceu a sua Recomendação n° 112, que tomou o nome de “Recomendação para os Serviços de Saúde Ocupacional” (BRASIL, 2002). 2.2 A história do prevencionismo Enquanto o termo Prevenção significa trabalhar as causas de um acidente acontecido, visando criar mecanismos e procedimentos que impossibilitem o acontecimento de novos e futuros acidentes vinculados às causas do anterior, prevencionismo por sua vez, significa o estudo dos ambientes de trabalho e comportamento humano respectivos de cada atividade, tendo como objetivo, a eliminação da potencialidade de acontecimento de incidentes e acidentes, ou seja, colocar em prática a expressão que preceitua a profissão do Especialista em Higiene e Segurança do Trabalho: “o desafio é impedir que o suor de um trabalhador se transforme em sangue”. O prevencionismo em seu mais amplo sentido evoluiu de uma maneira crescente, englobando um número cada vez maior de fatores e atividades, desde as precoces ações de reparação de danos (lesões) até uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a prevenção de todas as situações geradoras de efeitos indesejados ao trabalho. De todo modo, embora as abordagens modernas assemelham-se em seus objetivos de controle e prevenção de danos, elas diferem em aspectos básicos, existindo algumas correntes que explicam tais diferenças. Enquanto uma corrente, como é o caso do Controle de Danos e do Controle Total de Perdas, baseados em aspectos administrativos da prevenção e aliados às técnicas tradicionais e outras mais recentes, enfatizam a ação administrativa de controle, a outra corrente procura dar um enfoque mais técnico da infortunística, buscando para problemas técnicos, soluções técnicas. Esta última corrente é o que foi denominado de Engenharia de Segurança de Sistemas, sendo uma metodologia para o reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais, com ferramentas fornecidas pelos diversos ramos da Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 19 engenharia e oferecendo novas técnicas e ações para preservação dos recursos humanos e materiais dos sistemas de produção. Ao se analisar mais a fundo as abordagens de Controle de Danos e Controle Total de Perdas de Bird e Fletcher (1974 apud ALBERTON, 1996), respectivamente, chega-se a conclusão que os mesmos estão baseados unicamente em práticas administrativas, carecendo de estudos e soluções técnicas, como o é exigido pelos problemas inerentes à Prevençãode Perdas na Segurança do Trabalho. A mentalidade de dar um enfoque técnico à Engenharia de Segurança fundamentou-se em 1972 pelos trabalhos de um especialista em Segurança de Sistemas, o engenheiro Willie Hammer. Seus trabalhos foram embasados nas técnicas utilizadas na força aérea e nos programas espaciais norte-americanos onde atuava. Foi da reunião destas técnicas, que sem dúvida oferecem valiosos subsídios na preservação dos recursos humanos e materiais dos sistemas de produção, que nasceu a Engenharia de Segurança de Sistemas. Desta forma, a grande maioria das técnicas hoje empregadas na Engenharia de Segurança surgiram ligadas ao campo aeroespacial, vindas dos norte- americanos, o que é bastante lógico devido a necessidade imprescindível de segurança total em uma área onde não podem ser admitidos riscos. Estas técnicas, inicialmente desenvolvidas e dirigidas ao campo aeroespacial, automotivo, militar (indústria de mísseis) e de apoio, puderam ser levadas a outras áreas, com adaptações, podendo ter grandes e significativas aplicações em situações da vida em geral. As técnicas de Segurança de Sistemas começaram a tomar forma ainda na década de 60, sendo criadas e apresentadas paulatinamente ao prevencionismo na década de 70. Desde esta época um leque de diferentes técnicas vem buscando sua infiltração, sendo utilizadas como uma ferramenta eficaz no combate à infortunística, embora ainda hoje, passadas mais de três décadas, existe pouca literatura à respeito, principalmente quanto a sua aplicação na prevenção do dia-a-dia ou na adapatação destas para aplicação nas empresas, projetos e segurança em geral. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 20 Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), a Engenharia de Segurança de Sistemas foi introduzida na América Latina pelo engenheiro Hernán Henriquez Bastias, sob a denominação de Engenharia de Prevenção de Perdas, e pode ser definida como uma ciência que se utiliza de todos os recursos que a engenharia oferece, preocupando-se em detectar toda a probabilidade de incidentes críticos que possam inibir ou degradar um sistema de produção, com o objetivo de identificar esses incidentes críticos, controlar ou minimizar sua ocorrência e seus possíveis efeitos. 2.3 A participação das entidades públicas e privadas Em se tratando da área de Segurança do Trabalho, abaixo temos os órgãos e suas competências: À Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) compete: I - formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, inclusive do trabalho portuário, priorizando o estabelecimento de política de combate ao trabalho forçado e infantil, bem como a todas as formas de trabalho degradante; II - formular e propor as diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde do trabalhador; III - participar, em conjunto com as demais Secretarias, da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho; (...) VIII - formular e propor as diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho; IX - promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento; (...) XI - acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo Governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à OIT, nos assuntos de sua área de competência; (...) XIII - baixar normas relacionadas com a sua área de competência. Ao Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) Subordinado a SIT, cabe: I - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes e normas de atuação da área de segurança e saúde no trabalho; II - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar a execução das atividades relacionadas com a inspeção dos Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 21 ambientes e condições de trabalho; III - planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador e da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; IV - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e controlar as ações e atividades de inspeção do trabalho na área de segurança e saúde; V - subsidiar a formulação e proposição das diretrizes para o aperfeiçoamento técnico-profissional e gerência do pessoal da inspeção do trabalho, na área de segurança e saúde; (...) VII - supervisionar, no âmbito de sua competência, a remessa da legislação e atos administrativos de interesse da fiscalização do trabalho às Delegacias Regionais do Trabalho. As Delegacias Regionais do Trabalho: Tem como objetivo principal coordenar e controlar, na área de sua jurisdição, a execução das atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de trabalho e a orientação ao trabalhador. A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO tem como objetivo: Produzir e difundir conhecimento sobre Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente, para fomentar, entre os parceiros sociais, a incorporação do tema na elaboração e gestão de políticas que visem o desenvolvimento sustentável com crescimento econômico, promoção da equidade social e proteção do meio ambiente. Pode-se dizer que esta fundação é o braço técnico do Ministério do Trabalho e Emprego com atribuições bastante definidas no campo da pesquisa e assessoramento técnico. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO): É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 22 O INMETRO tem como missão prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT: Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da Resolução nº 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. São objetivos da normalização: Economia – proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos; Comunicação – proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços; Segurança – proteger a vida humana e a saúde; Proteção do Consumidor – prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos; Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais – evitar a existência de regulamentosconflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial (ABNT, 2012). Encontramos na Norma Regulamentadora NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO as especificações em seus mínimos detalhes do papel das empresas, quer sejam públicas ou privadas. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 23 As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (Alterado pela Portaria SSMT nº 33, de 27 de outubro de 1983). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 24 UNIDADE 3 – O ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO CONTEXTO CAPITAL-TRABALHO 3.1 O papel e as responsabilidades do Engenheiro de segurança do trabalho De uma maneira normativa e prescritiva, os Engenheiros de segurança são especialistas que têm como objetivo prevenir a ocorrência de acidentes e doenças dentro da empresa. Externos às situações de trabalho, agem sobre as máquinas e sistemas (projeto de sistemas de proteção), sobre os trabalhadores (treinamentos) e sobre as normas e procedimentos. As responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, enquanto integrante do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, também estão estabelecidas na Norma Regulamentadora nº 4, dentre as quais destacam-se: aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa; responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores; esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os em favor da prevenção; analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes e doenças ocupacionais ocorridos na empresa ou estabelecimento. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 25 3.2 O contexto capital-trabalho Se tomarmos como parâmetro a crise econômica que vem se tornando crescente em vários países, podemos considerar que o momento é de muita reflexão e ponderação, e para o Engenheiro de Segurança do Trabalho é momento de perceber que sua atuação vai além das normas e prescrições da profissão. O ambiente de trabalho está sofrendo pressões, existem casos específicos que ele precisa ficar atento, pois nesses momentos de crise, as relações entre capital e trabalho acabam ficando discrepantes e, muitas vezes, insatisfatórias para ambos os lados. Amenizar conflitos deve ser, então, uma das habilidades a ser desenvolvida por esse profissional. Embora pareça, ao contrário de outras engenharias, a Engenharia de Segurança do Trabalho não é uma ciência exata. Sobre ela existem vários olhares. Ela relaciona um leque abrangente de ideias multifuncionais, com diversos setores. Lida com pessoas, com equipamentos, com gerenciamento, com liderança e acaba por ser um elo entre empregados e empregadores, devendo ser coerente e equilibrado em suas ações e atitudes. Enfim, as organizações empresariais, por meio de seu Engenheiro de Segurança, têm como responsabilidade integrar o cuidado para com a saúde e a segurança do trabalhador com a preservação do meio ambiente. Este profissional, portanto, precisa estar sempre se atualizando, observando as várias perspectivas, os horizontes que vão surgindo, sem esquecer a importância de equilibrar as relações entre o capital e o trabalho. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 26 UNIDADE 4 – ACIDENTES O paradigma cultural predominante no Brasil em relação à SST baseia-se na visão de que o sistema técnico é confiável e o ser humano constitui o elo frágil da corrente. As falhas humanas são consideradas decorrentes de fatores individuais e do desrespeito às normas prescritas, fruto de decisões “conscientes” dos trabalhadores. Nesse contexto, as medidas adotadas quase sempre se resumem a punições e a “treinamentos” (BRASIL, 2010). A realidade brasileira em SST é extremamente heterogênea. Gera desde eventos adversos de diagnóstico evidente até situações complexas que demandam estudos aprofundados. Em situações de incidência elevada de acidentes do trabalho, geralmente os problemas são identificados com relativa facilidade. Nesses casos, o desrespeito à legislação é flagrante e as ações de prevenção são óbvias. Em sistemas com baixa incidência de acidentes, sua ocorrência depende da combinação de múltiplos fatores que, por não se apresentarem de forma explícita na situação de trabalho habitual, dificilmente são identificados por meio das avaliações de segurança clássicas (BRASIL, 2010). Muitas são as definições de acidente, e variam segundo o enfoque que pode ser legal, prevencionista, ocupacional, estatístico, previdenciário, entre outros, como veremos nesta introdução ao curso de Engenharia de Segurança do Trabalho. 4.1 Conceituação e classificação ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos, perdas humanas e/ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa, modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades (UNESP, 2010). Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir seus Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 27 efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos conglomerados industriais (UNESP, 2010). Sob o ponto de vista dos especialistas em Segurança, os acidentes são causados por fatores conhecidos, previsíveis e controláveis. Milhares podem ser as causas de um simples acidente, entretanto, todas elas podem ser agrupadas em duascategorias: Condição Insegura; Ato Inseguro. Outras definições importantes que balizam todo o conteúdo são: EVENTO ADVERSO – qualquer ocorrência de natureza indesejável relacionada direta ou indiretamente ao trabalho, incluindo: ACIDENTE DE TRABALHO: ocorrência geralmente não planejada que resulta em dano à saúde ou integridade física de trabalhadores ou de indivíduos do público. Exemplo: andaime cai sobre a perna de um trabalhador que sofre fratura da tíbia. INCIDENTE: ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou integridade física de pessoas tinha potencial para causar tais agravos. Exemplo: andaime cai próximo a um trabalhador que consegue sair a tempo e não sofre lesão. CIRCUNSTÂNCIA INDESEJADA: condição, ou um conjunto de condições, com potencial de gerar acidentes ou incidentes. Exemplo: trabalhar em andaime fixado inadequadamente (instável). TRABALHADOR – pessoa que tenha qualquer tipo de relação de trabalho com as empresas envolvidas no evento, independentemente da relação de emprego. INDIVÍDUO DO PÚBLICO – pessoa que não sendo trabalhador sofra os efeitos de eventos adversos originados em processos de produção ou de trabalho, tais como visitantes, transeuntes e vizinhos. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 28 PERIGO – fonte ou situação com potencial para provocar danos. RISCO – exposição de pessoas a perigos. O risco pode ser dimensionado em função da probabilidade e da gravidade do dano possível. 4.2 Causas de acidentes: fator pessoal, ato inseguro As pessoas reconhecem com maior facilidade as condições inseguras, que os atos inseguros. Por exemplo, um indivíduo ao abalroar o veículo que vai a sua frente, facilmente atribuirá a causa do acidente a: defeito nos freios; parada brusca do veículo dianteiro; pista molhada, entre outros. Este mesmo indivíduo terá muita dificuldade em admitir que a causa foi um ato inseguro decorrente de não ter mantido a mínima distância necessária, em relação ao veículo da frente, para uma parada de emergência. Estatisticamente sabe-se que os atos inseguros são responsáveis por mais de 90% dos acidentes das mais diversas naturezas. Uma condição insegura normalmente é o resultado do ato inseguro de alguém ao longo do desencadeamento do acidente. A implosão parcial de um shopping center, devido ao vazamento de GLP1, é o resultado de uma condição insegura criada pelo ato inseguro daqueles que não deram tratamento técnico adequado ao projeto e ao local. O ato inseguro normalmente decorre de situações tais como: Excesso de confiança; Agir sem ter conhecimento específico do que está fazendo; Não valorizar medidas ou dispositivos de prevenção de acidentes; Exceder limites de máquinas, veículos ou do corpo humano; Uso de veículos para fins de demonstração e não transporte; Imprudência e negligencia; 1 Gás Liquefeito de petróleo – uma mistura de gases de hidrocarbonetos geralmente usados como combustível. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 29 Improvisações. No Brasil, os acidentes nas rodovias são causadores de milhares de mortos e feridos vindo a seguir os acidentes na construção civil e na indústria. Nos países desenvolvidos, medidas preventivas e de segurança de caráter individual ou coletivo são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns destes países a legislação apresenta alguns absurdos como compensação monetária pela exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e empregadores concentrem suas atenções no custo da exposição e não na eliminação da mesma (ST, 2006). Estes conceitos apresentados não só parecem como realmente podemos considerar como primários, mas infelizmente a maior parcela da população não se preocupa com a segurança como deveria, daí as estatísticas manterem-se altas, necessitando de uma política e programas de educação para a segurança nos vários tipos de trabalho. São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo relacionados abaixo os mais básicos e simples de seguir. 1. Reconhecer suas limitações Não tente realizar um trabalho para o qual você não está qualificado. A falta de conhecimentos e o jeitinho podem trazer consequências lamentáveis. Seu corpo também tem limitações, ele só pode alcançar até determinada altura e levantar determinado peso. 2. Ler os manuais antes de operar algo Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e para quê e dentro de que limites foi projetado para atuar. Os manuais não foram feitos para serem usados só em caso de dúvidas e sim permitir a correta utilização de determinado dispositivo. 3. Usar ferramentas apropriadas Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 30 Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de utilização. As ferramentas e máquinas têm uma maneira inesperada e violenta de protestarem quando ao seu uso inadequado. 4. Usar o método apropriado Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar determinada tarefa, trabalho ou atividade. 5. Seguir regulamentos, sinalizações e instruções Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare, pode indicar que naquele local muitas pessoas já se acidentaram. 6. Usar bom senso e moderação Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo consistente e progressivo permitirá atingir os objetivos a médio e longo prazo. 7. Valorizar sua vida e a dos outros Haja e pense como ser humano que é, não permita que o instinto prevaleça. 4.3 Condições ambientais de segurança Quanto às condições de ambiente de segurança podemos definir como a condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência; incluindo a atmosfera do local de trabalho até as instalações, equipamentos, substâncias e métodos de trabalho empregados. Na identificação das causas do acidente é importante evitar a aplicação do raciocínio imediato, devendo ser levados em consideração fatores complementares de identificação das causas de acidentes. Tais causas têm a sua importância no processo de análise, como, por exemplo, a não existência de Equipamento de Proteção Individual (EPI), mas não são suficientes para impedir novas ocorrências semelhantes. Para a clara visualização deve-se sempre perguntar o “por quê”, ou seja, por que o empregado deixou de usar o EPI disponível? Liderança Inadequada? Engenharia Inadequada? Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 31 É indispensável também a apuração das “causas gerenciais”, como a “falta de controle” – inexistência de padrões ou procedimentos, como ventilação inadequada, empilhamento inadequado e proteção coletiva inadequada ou inexistente.4.4 Consequências do acidente Dentre as consequências dos eventos adversos que levam aos acidentes temos os tipos: Fatal – morte ocorrida em virtude de eventos adversos relacionados ao trabalho; Grave – amputações ou esmagamentos, perda de visão, lesão ou doença que leve a perda permanente de funções orgânicas (por exemplo: pneumoconioses fibrogênicas, perdas auditivas), fraturas que necessitem de intervenção cirúrgica ou que tenham elevado risco de causar incapacidade permanente, queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% da superfície corporal ou outros agravos que resultem em incapacidade para as atividades habituais por mais de 30 dias. Moderado – agravos à saúde que não se enquadrem nas classificações anteriores e que a pessoa afetada fique incapaz de executar seu trabalho normal durante três a trinta dias. Leve – todas as outras lesões ou doenças nas quais a pessoa acidentada fique incapaz de executar seu trabalho por menos de três dias. Prejuízos – dano a uma propriedade, instalação, máquina, equipamento, meio-ambiente ou perdas na produção. 4.5 Lesão pessoal e prejuízo material O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal ou dano material. Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença profissional). Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde são atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se pela existência do risco. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 32 A lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos prejudiciais mentais, neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições do trabalho. Quanto ao prejuízo material este é decorrente de danos materiais, perda de tempo e outros ônus resultantes de acidente do trabalho, inclusive danos ao meio ambiente (NBR 14280) AGENTE DA LESÃO – É o local, o ambiente, o ato, enfim, o que possa ser o causador da lesão. A FONTE DA LESÃO – É o objeto que, agindo sobre o organismo, provocou a lesão. Pode ser uma coisa, substância, energia ou movimento do corpo que diretamente provocou a lesão. Torna-se importante estabelecer como foi o contato entre a pessoa lesionada e o objeto ou movimento que a provocou (queimadura, corte, fratura, etc.) e sua localização que permite, muitas vezes, identificar a fonte da lesão e indicar, também, certas frequências em relação a alguns fatores de insegurança para os procedimentos necessárias à sua futura prevenção. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 33 UNIDADE 5 – RISCOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES LABORAIS Os riscos ocupacionais afetam diretamente a Saúde do Trabalhador, expondo-o a adoecimentos e acidentes de trabalho. A portaria nº 25 (29/12/1994) classifica os principais riscos ocupacionais em: riscos químicos (poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos em geral); riscos biológicos (vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos); riscos ergonômicos e de acidentes (esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, entre outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico ou acedentes); riscos físicos (ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, pressões anormais, umidade e calor) (BRASIL, 2004). Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 34 REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BÁSICAS GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa (org.). Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. 2 ed rev atual e ampl. São Paulo: Método, 2008. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Declaração da OIT sobre os princípios e direitos fundamentais no trabalho, 86ª. Sessão, Genebra, junho de 1998. Disponível em: <www.oitbrasil.org.br/.../declaracao_da_oit_sobre_principio_direitos_fundamentais.p df > REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Conteúdos diversos. Disponível em: http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=931 ALBERTON, Anete. Uma metodologia para auxiliar no gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de investimentos em segurança. Florianópolis: UFSC, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14.280. Cadastro de Acidentes de Trabalho. Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/1217392/917403278/name/NBR-14.280 BARREIROS, D. Gestão da segurança e saúde no trabalho: estudo de um modelo sistêmico para as organizações do setor mineral. 2002. Tese (Doutorado em engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. BENITE, A. G., Sistemas de Segurança e Saúde no Trabalho para Empresas Construtoras. 2004. Dissertação (mestrado em engenharia) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. BRASIL, Luiz Augusto Damasceno. Segurança no trabalho em cursos de nível técnico da educação profissional. Brasília: UCB, 2002 (Dissertação de Mestrado). BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção, e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília (DF): Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde; 1990 BRASIL. NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130D26E7A5C0B97/nr_04.p df Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 35 BSI (BRITISH STANDARDS INSTITUTION). Guia para sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional - British Standard 8800:1996. Londres, 1996. COSTA, Maria Carolina Maggiotti. A gestão da segurança e saúde no trabalho: a experiência do arranjo produtivo local do setor metal-mecânico da região paulista do grande ABC. São Paulo: Centro Universitário SENAC, 2006 (dissertação de mestrado). COUTO, Hudson de Araújo; ANGIOLETTI, Giandomenico. Os 10 mandamentos para implantar um sistema de gerenciamento de segurança eficaz, consistente e compatível com a coplexidade dos tempos atuais. Informativo 69. Disponível em: <http://www.ergoltda.com.br/index.htm> Acesso em: 18 ago. 2010. D`AZEVEDO, Rita Teixeira. Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho – A nova versão da Norma OHSAS 18001 (2007 VS. 1999). Disponível em: <http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=7&cid=20781&bl=1&viewall=true> DE CICCO, Francesco, FANTAZZINI, Mario Luiz. Avaliação de riscos. RevistaProteção - Suplemento especial n.5, Novo Hamburgo, n.31, julho, 1994. DE CICCO, Francesco. A OHSAS 18001 e a certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www.qsp.org.br/ohsas18001.shtml > FUNDACENTRO. Institucional. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=ERCA&C=1&menuAberto=1 HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. 11 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. INMETRO. O que é o INMETRO. 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Disponível em: Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 36 <www.oitbrasil.org.br/.../declaracao_da_oit_sobre_principio_direitos_fundamentais.p df > ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Diretrizes Sobre Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho – Programa de Saúde no Trabalho. Genebra – Brasília, 2002. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Diretrizes sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. Tradução de Gilmar da Cunha Trivelato. 1 ed. São Paulo: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, 2005. RAMAZZINI, Bernardino. As doenças dos trabalhadores. Tradução de Raimundo Estrêla. 3 ed. São Paulo: FUNDACENTRO, 2000. SEGURANÇA NO TRABALHO. Princípios de segurança que já salvaram vidas (2006). Disponível em: <http://clubedasegurancadotrabalho.blogspot.com/2006/05> Acesso em: 23 ago. 2010. SEGURANÇA NO TRABALHO. Segurança no trabalho (2006). Disponível em: <http://clubedasegurancadotrabalho.blogspot.com/2006/05> SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC – SP. Segurança no trabalho (2006). Disponível em: <www.sp.senac.br> SILVA, Ricardo Alexandre Santana da. Implantação de sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho, baseado na OHSAS 18000 (2008). Disponível em: <http://www.webartigos.com/> Acesso em: 23 ago. 2010. SIT. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Quem é quem. Disponível em: http://www2.mte.gov.br/institucional/quem_e_quem_sit.asp SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT. São Paulo: LTr, 1994. UNESP. Curso Cipa. Disponível em: <http://www.bauru.unesp.br/curso_cipa/artigos/1_acidentes.htm> Acesso em: 17 jul. 2010. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 37 ANEXOS DECLARAÇÃO DA OIT SOBRE OS PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS NO TRABALHO Considerando que a criação da OIT procede da convicção de que a justiça social é essencial para garantir uma paz universal e permanente; Considerando que o crescimento econômico é essencial, mas insuficiente, para assegurar a equidade, o progresso social e a erradicação da pobreza, o que confirma a necessidade de que a OIT promova políticas sociais sólidas, a justiça e instituições democráticas; Considerando, portanto, que a OIT deve hoje, mais do que nunca, mobilizar o conjunto de seus meios de ação normativa, de cooperação técnica e de investigação em todos os âmbitos de sua competência, e em particular no âmbito do emprego, a formação profissional e as condições de trabalho, a fim de que no âmbito de uma estratégia global de desenvolvimento econômico e social, as políticas econômicas e sociais se reforcem mutuamente com vistas à criação de um desenvolvimento sustentável de ampla base; Considerando que a OIT deveria prestar especial atenção aos problemas de pessoas com necessidades sociais especiais, em particular os desempregados e os trabalhadores migrantes, mobilizar e estimular os esforços nacionais, regionais e internacionais encaminhados à solução de seus problemas, e promover políticas eficazes destinadas à criação de emprego; Considerando que, com o objetivo de manter o vínculo entre progresso social e crescimento econômico, a garantia dos princípios e direitos fundamentais no trabalho reveste uma importância e um significado especiais ao assegurar aos próprios interessados a possibilidade de reivindicar livremente e em igualdade de oportunidades uma participação justa nas riquezas cuja criação têm contribuído, assim como a de desenvolver plenamente seu potencial humano; Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 38 Considerando que a OIT é a organização internacional com mandato constitucional e o órgão competente para estabelecer Normas Internacionais do Trabalho e ocupar-se das mesmas, e que goza de apoio e reconhecimento universais na promoção dos direitos fundamentais no trabalho como expressão de seus princípios constitucionais; Considerando que numa situação de crescente interdependência econômica urge reafirmar a permanência dos princípios e direitos fundamentais inscritos na Constituição da Organização, assim como promover sua aplicação universal. A Conferência Internacional do Trabalho, 1. Lembra: a) que no momento de incorporar-se livremente à OIT, todos os Membros aceitaram os princípios e direitos enunciados em sua Constituição e na Declaração de Filadélfia, e se comprometeram a esforçar-se por alcançar os objetivos gerais da Organização na medida de suas possibilidades e atendendo a suas condições específicas; b) que esses princípios e direitos têm sido expressados e desenvolvidos sob a forma de direitos e obrigações específicos em convenções que foram reconhecidas como fundamentais dentro e fora da Organização. 2. Declara que todos os Membros, ainda que não tenham ratificado as convenções aludidas, têm um compromisso derivado do fato de pertencer à Organização de respeitar, promover e tornar realidade, de boa fé e de conformidade com a Constituição, os princípios relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas convenções, isto é: a) a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório; c) a abolição efetiva do trabalho infantil; e, d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação. Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 39 3. Reconhece a obrigação da Organização de ajudar a seus Membros, em resposta às necessidades que tenham sido estabelecidas e expressadas, a alcançar esses objetivos fazendo pleno uso de seus recursos constitucionais, de funcionamento e orçamentários, incluída a mobilização de recursos e apoio
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