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Vantagens e desvantagens da aplicação da tecnologia RFID na automação de uma biblioteca de uma Universidade Federal - Eva F. Soares e outros

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VII SEPRONE “A Engenharia de Produção frente ao novo contexto de 
desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?” 
Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012 
 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA 
RFID NA AUTOMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DE UMA UNIVERSIDADE 
FEDERAL 
 
 Eva Falcão soares (UFERSA) - eva_falcao@yahoo.com.br 
 Emanuely Paskally Medeiros Sousa (UFERSA) - paskallymedeiros@yahoo.com.br 
Rommel Amaral Benjamim (UFERSA) - rommelab@hotmail.com 
 André Pedro Fernandes Neto (UFERSA) - andrepedro@ufersa.edu.br 
 
Resumo: A criação de um ambiente que atenda aos padrões de bibliotecas universitárias exige que 
a mesma caminhe em direção à realidade de um mundo eletrônico. O avanço tecnológico traz 
consigo sistemas que facilitam o acesso dos usuários aos serviços e produtos oferecidos pelas 
bibliotecas. Diante do processo de reforma na qual se encontra a biblioteca Orlando Teixeira, 
localizada no campus leste da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFESA), a proposta do 
artigo consiste em implementar um sistema RFID (Identificação por radio frequência) a fim de 
convergir com os objetivos da universidade, cujo foco esta na modernização do espaço físico com o 
intuito de proporcionar maior conforto e comodidade aos seus usuários. 
Palavras Chave: Biblioteca; Automação;RFID; 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A crescente busca por tecnologia é uma característica marcante na atualidade, visto que o mercado 
exige um continuo avanço, a fim de acompanhar as tendências emergentes. Nos últimos anos 
observa-se que as bibliotecas sofreram um impacto significativo destas novas tecnologias de 
informação e comunicação, no cotidiano de suas atividades. 
Sua concepção histórica de depósitos de livros vem mudando no sentido de tornar-se uma 
instituição voltada à disseminação de informações. 
Dentre as tecnologias que surgem para este setor, existem aquelas altamente promissoras que 
auxiliam na criação de sistemas que facilitam o acesso dos usuários aos serviços e produtos 
oferecidos pela biblioteca. 
RFID (Radio Frequency Identification) ou Identificação por Rádio Frequência é um termo que 
descreve qualquer sistema de identificação automática através de sinais de rádio ou variações no 
campo magnético para a comunicação e armazenamento (GLOVER; BHATT, 2007). 
A proliferação desta tecnologia e sua aplicação bem sucedida atraíram a atenção de muitas 
bibliotecas em todo o mundo, as quais começaram a explorar soluções RFID no intuito de 
automatizar e agilizar suas diversas atividades e oferecer novos serviços, entre eles: o auto-
empréstimo e a auto-devolução; inventários mais ágeis; e uma maior segurança contra furtos 
(CHING; TAI, 2009; VIERA et al, 2007). 
Embora recente no setor bibliotecário, a tecnologia RFID tem sido utilizada por outros setores há 
mais de 20 anos. No decorrer deste trabalho será descrito os seus princípios, bem como os 
elementos que a compõe e a proposta de sua aplicação na biblioteca de uma universidade federal, 
localizada no semiárido nordestino. 
2. CARACTERIZAÇÃO DA BIBLIOTECA 
O estudo foi desenvolvido na Biblioteca Orlando Teixeira, situada no Campus Leste da 
Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), na cidade de Mossoró/RN. Atende aos alunos 
VII SEPRONE “A Engenharia de Produção frente ao novo contexto de 
desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?” 
Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012 
 
 
de graduação e pós-graduação como também a toda comunidade mossoroense, tendo como objetivo 
principal suprir as necessidades informacionais do seu público acadêmico. Seu funcionamento se dá 
de segunda a sexta, das 07h00min às 22h00min, e aos sábados das 08h00min às 12h00min, no 
pavimento inferior. No pavimento superior, de segunda a domingo, 24 horas. 
Sua missão é fornecer suporte informacional para os diversos segmentos da Universidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, contribuindo assim com o desenvolvimento da qualidade do 
ensino, pesquisa e extensão. 
A biblioteca Orlando Teixeira utiliza o sistema eBiblio online, que permite o gerenciamento de 
informação técnico cientifica, integrando bases de dados cadastrais bibliográficos por meio de 
armazenamento, atualização, indexação e recuperação de informação. Trata-se de um sistema para 
automação de bibliotecas desenvolvido em ambiente WEB. O sistema eBiblio fornece controle do 
cadastro de usuários, bem como o controle da circulação do material bibliográfico de acordo as 
regras da instituição e ainda oferece consultas ao acervo por título, autor e assunto. 
Oferece ainda à comunidade acadêmica diversos serviços, dos quais se podem citar os mais 
importantes: 
Serviços Prestados 
Bases de Dados Exposições Solicitação de ISBN 
Consulta em catálogo on-
line 
Levantamento 
bibliográfico 
Orientação 
bibliográfica 
Elaboração de fichas 
catalográficas 
Mini cursos Palestras 
Empréstimo/Devolução e 
Renovação 
Normalização dos TCCs Pesquisa Local 
Bases de Dados Solicitação de ISBN Reserva on-line 
Quadro 1 – Serviços Prestados pela Biblioteca 
Fonte: Autores (2011) 
O serviço de empréstimo de livros somente pode ser efetuado pelo usuário, sendo este, 
intransferível. A devolução poderá ser efetuada pelo próprio usuário ou por terceiro, informando-se 
o nome completo e a matrícula do usuário responsável pelo empréstimo. O ato de renovação 
implicará na presença do usuário. 
Atualmente seu acervo é composto por 139.350 volumes, entre livros e material monográfico. O 
setor de periódicos da Biblioteca é composto por revistas nacionais e internacionais, com títulos 
recebidos através de compra, doação e permuta, atualmente o setor de periódicos conta com 71 
títulos correntes. 
Possui o suporte do PORTAL DE PERIÓDICOS da CAPES que oferece acesso a 126 Bases de 
Dados, que vão desde textos referências a textos completos de artigos de mais de 15 mil títulos 
(entre revistas científicas nacionais e estrangeiras), são bases de dados com resumos de documentos 
em todas as áreas do conhecimento. O discente ou docente também tem acesso ao cadastramento no 
programa de comutação entre bibliotecas (COMUT). 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
3.1. Automação de Bibliotecas 
Para o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, automação de bibliotecas são as 
diferentes utilizações dadas a equipamentos de processamento eletrônico de dados em atividades 
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desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?” 
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ligadas à administração em bibliotecas, centros de administração, serviços de informação e órgãos 
similares. Essas atividades incluem a seleção e aquisição de material bibliográfico, catalogação, 
recuperação de referências, serviços de empréstimos, edição de boletins de notificação corrente e 
outros instrumentos de disseminação de informações, além de tarefas de natureza financeira ou 
contábil. Entende-se, então, por automação de bibliotecas a utilização de tecnologias da informação 
(informática) nas rotinas e serviços de uma biblioteca. 
Segundo Silva (2000), a cada dia torna-se quase que impossível para as bibliotecas, realizarem um 
atendimento aos seus usuários compatível com as necessidades informacionais que eles necessitam 
se não houver, além de bases de dados, Internet, entre outras tecnologias da informação e um 
sistema de gerenciamento de bibliotecas, comumente chamado de softwares para automação de 
bibliotecas. 
Figueiredo (1998), ao analisara situação da automação nas bibliotecas universitárias, identificou, 
entre outros aspectos, que o maior benefício com a implantação do processo de informatização é a 
rapidez, agilidade e eficiência no atendimento e prestação de serviços, isto é, a otimização das 
atividades não só com relação aos usuários, como também no que diz respeito ao controle e 
formação do acervo, levantamentos bibliográficos, catalogação, empréstimos, comutação, 
reclamação de obras em atraso e processamento técnico. 
3.2. RFID 
Radio Frequency Identification ou a sigla RFID definem a identificação por radiofreqüência. O 
principio desta tecnologia esta baseado na utilização da freqüência de rádio para captura dos dados 
a partir de uma etiqueta. As etiquetas ou tags como são 
conhecidas, é utilizada a indução por rádio freqüência para realizar a leitura das informações 
contidas na tag, diferem dos códigos de barras que são lidos por um feixe de luz (CAVINATO, 
2005). 
Esta tecnologia consiste basicamente da utilização de uma etiqueta plana, adesiva, de dimensões 
reduzidas, contendo um micro-chip em conjunto com sensores especiais e dispositivos que 
possibilitam a codificação e leitura dos dados contidos na mesma. O micro-chip contido na etiqueta 
permite armazenar inúmeros campos de informação nesta e ainda apagar esta informação e 
armazenar novos campos. Com isto tem-se um infinito campo de aplicações e soluções integradas 
numa única tecnologia. Tudo isto é feito sem contato físico de nenhuma espécie, não apresentando 
o inconveniente do código de barra que precisa ser lido individualmente e está sujeito a depredações 
ou danos. No caso da etiqueta de RFID ela pode ser inserida no interior de um livro e mesmo assim 
será lida sem nenhum problema. A única limitação tecnológica é quanto a itens metálicos, que 
podem vir a bloquear os sinais de rádio impossibilitando a leitura. 
A tecnologia RFID apresenta características peculiares que nenhuma outra oferece. Por exemplo, 
leitura simultânea de até 30 itens num período de um segundo. Com isto pode-se realizar 
inventários de milhares de itens, diretamente das estantes em questões de minutos, utilizando um 
leitor de RFID manual (NOGUEIRA, 2002). Também pode-se controlar o processo de devolução 
do itens emprestados, passando os livros por uma esteira rolante com leitora de RFID acoplada, 
como as esteiras de caixas de supermercado que leem os códigos de barras. 
A RFID não é simplesmente um substituto do código de barras, é uma tecnologia de transformação 
que pode ajudar a reduzir desperdício, limitar roubos, gerir inventários, simplificar a logística e até 
aumentar a produtividade (BERNARDO, 2004). 
A maioria das aplicações atuais em bibliotecas restringe-se, por enquanto, a inventários. Contudo, já 
é possível pensar em uma instituição que utilize o RFID em seu acervo, no controle de acesso de 
funcionários e usuários em todo o campus, no acesso de veículos ao seu estacionamento, nos seus 
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desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?” 
Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012 
 
 
terminais de autoatendimento, na proteção de seu patrimônio, enfim as aplicações estão limitadas à 
própria imaginação. Este estudo se ateará a utilização do RFID para facilitar a identificação, 
empréstimo e devolução dos livros, visando assim atender a crescente demanda de alunos que 
ingressam na universidade a cada ano. 
3.3. Componentes de um Sistema RFID 
Um sistema RFID é formado pelos componentes: etiquetas RFID, antenas detectoras, 
leitor/gravador das etiquetas RFID, computador e software. (SATO, 2004; TAGSYS, 2005a; VTLS, 
2003; AYRE, 2005). 
 Etiquetas RFID: Uma etiqueta ou tag RFID é um pequeno objeto que contém chips de 
silício e antenas que lhe permite responder aos sinais de rádio enviados por uma base 
transmissora.Estão disponíveis em diversos formatos, tais como cartões, pastilhas, argolas e 
em materiais como plástico, vidro, epóxi, etc. os Tags tem duas categorias: Ativos e 
passivos. Os primeiros são alimentados por uma bateria interna e permitem processos de 
escrita e leitura. Os tags passivos são do tipo só leitura (read only), usados para curtas 
distâncias. Nestes, as capacidades de armazenamento variam entre 64bits e 8kilobits. 
 Antenas detectoras: A antena ativa o Tag, através de um sinal de rádio, para enviar/trocar 
informações (no processo de leitura ou escrita). As antenas são fabricadas em diversos 
tamanhos e formatos, possuindo configurações e características distintas, cada uma para um 
tipo de aplicação. 
 Leitor/Gravador: Quando a Tag passa pela área de cobertura da antena, o campo magnético 
é detectado pelo leitor, que decodifica os dados codificados na Tag, passando-os para um 
computador realizar o processamento. 
3.4. Aplicação da Tecnologia RFID em Bibliotecas 
Diversas bibliotecas no mundo todo têm implementado a tecnologia RFID para agilizar as diversas 
atividades das bibliotecas e fornecer novos serviços, entre eles: o auto empréstimo e a auto 
devolução de materiais, inventário mais ágil e segurança contra furtos. 
Segundo Boss (2007), a RFID é a mais recente tecnologia para ser utilizada em sistemas de 
bibliotecas para detecção de roubo, autoatendimento e gerenciamento em nível de item, de forma 
mais eficiente e com menos intervenção humana. 
Identificadores flexíveis e de baixo custo são inseridos nos itens do acervo de forma que fiquem 
ocultos, pois para serem detectados não precisam do contato direto, evitando assim problemas 
futuros com usuários mal intencionados. Para a implementação da funcionalidade antifurto, os 
identificadores reservam um bit de segurança para o EAS, cujos estados são (ativo=1, inativo=0), 
caso o EAS esteja ativo o item é detectado ao passar pelos portões de segurança. 
Com a utilização do RFID, os inventários são possivelmente realizados em horas ao invés de 
semanas como no caso do processo manual (SIRSIDYNIX;TAGSYS, 2006). 
Com a implementação de um inovado serviço oferecida pela tecnologia RFID, conhecida como 
serviço de autoatendimento, às bibliotecas podem oferecer melhores atendimentos e serviços extras 
como serviços 24h, sem adição de custos com horas extras de funcionários. 
4. ESTUDO DE CASO 
4.1. Descrição do Cenário 
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A Universidade Federal Rural do Semi - árido, no presente ano de 2011, superou a meta em oferta 
de vagas no ensino de graduação presencial estabelecida pelo Programa Reuni, que era de 1.440 
vagas, ofertando atualmente 2.030 vagas distribuídas igualmente entre o primeiro e o segundo 
semestre. Apresentando um número aproximado de 4500 alunos matriculados e distribuídos nos 23 
cursos ofertados pela instituição. Superou ainda a meta proposta pelo MEC, não apenas em oferta 
de vagas, mas também em número de cursos, que antes eram 19. Pretende-se ainda, ampliar o corpo 
de professores de 353 com dedicação exclusiva para 420 docentes. 
Com o intuito de atender esta demanda crescente de egressos na instituição, tanto de alunos como 
de professores e cursos, a biblioteca Orlando Teixeira passa pela primeira vez desde que foi 
inaugurada, há 22 anos, por um processo de recuperação e ampliação da parte física, bem como de 
seu atual acervo composto por 139.350 exemplares. 
A reforma contempla a parte externa com a recuperação da fachada e a construção de 
estacionamento na lateral, além de uma passarela que irá ligar a biblioteca ao restaurante 
universitário, facilitando o deslocamento dos estudantes que freqüentam diariamenteo 
estabelecimento, em média um número de 280 a 300 alunos desfrutam dos serviços oferecidos pela 
Orlando Teixeira. 
Com base no cenário descrito, este estudo visa convergir com o intuito da instituição em 
proporcionar um melhor ambiente bibliotecário aos seus usuários, bem como oferecer serviços além 
daqueles já disponíveis com maior eficiência e praticidade, modernizando as instalações e 
ampliando seu acervo bibliográfico. No desenvolvimento deste artigo será demonstrado, com base 
nas informações expostas anteriormente, as vantagens que a implantação da tecnologia RFID traria 
à referida Biblioteca, assim como as barreiras as quais esta estaria sujeita durante a aquisição. 
4.2. Exposição das Vantagens 
Diante de avaliações e realização de visitas ao estabelecimento, verificou-se que uma das principais 
falhas diz respeito à deficiência no atendimento, visto que os serviços de empréstimo, renovação e 
devolução de livros são realizados por funcionários do setor, devendo estes, realizar a identificação 
do aluno no sistema e proceder o cadastro da operação. 
Inserida neste contexto, a tecnologia RFID possibilita a utilização de sistemas de auto- atendimento 
e sistemas automatizados de classificação na devolução de materiais do acervo da biblioteca 
(VIERA et al, 2007; SCHNEIDER, 2003). 
 O autoatendimento auxilia o gerenciamento do acervo bibliográfico onde o usuário pode realizar 
seu próprio empréstimo, dinamizando a circulação do acervo, oferecendo ainda total segurança do 
acesso global. Também é facilitado o acesso dos usuários aos serviços e produtos da biblioteca, 
agilizando o atendimento, evitando filas, bem como poupando tempo dos bibliotecários que poderão 
assim dispensar maior atenção a outras atividades de importância dentro da Instituição. 
Checkpoint (2006) coloca que “agilização do atendimento aos usuários diminuindo as filas para 
empréstimo ou devolução de materiais, além de dar liberdade para que realizem tarefas de 
autoatendimento melhora a satisfação dos usuários em relação aos serviços da biblioteca”. 
 O principal objetivo hoje, para as bibliotecas adotarem RFID é a necessidade de aumentar a 
eficiência e reduzir os custos. A automação e o autoatendimento podem ajudar as bibliotecas de 
todos os tamanhos alcançarem estes objetivos. A tecnologia também pode melhorar a circulação e 
controle de estoque, o que ajuda a realocar recursos humanos e financeiros. Isto significa que as 
bibliotecas podem aliviar os seus funcionários da rotina de trabalho e de tarefas operacionais. 
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Além da operação de aut-atendimento bastante facilitada com a utilização da tecnologia RFID, 
outra grande vantagem que deve-se atribuir à adoção deste sistema é a possibilidade de realização 
de inventários de milhares de itens, utilizando um leitor de RFID manual. 
Partindo do pressuposto que todos os saldos foram validados na entrada do estoque, bastaria uma 
verificação completa do estoque através da radiofreqüência para levantar todos os itens presentes 
fisicamente na área, bem como sua localização. A incorporação de um leitor RFID a um coletor 
portátil de dados (leitor manual) viabiliza a implementação de soluções voltadas ao rastreamento 
dos livros ao longo de uma biblioteca, com a imediata captura e transmissão de dados. É possível 
não só atualizar o inventário, mas também identificar itens que estão fora de ordem ou em locais 
incorretos (BOSS, 2007). 
Segundo SIRSIDYNIX. TAGSYS (2006), os inventários da biblioteca podem ser feitos em poucas 
horas, e não em semanas como no processo manual. A bibliotecária simplesmente caminha no 
corredor perto das prateleiras de livros para registrar os livros existentes com um leitor RFID 
portátil. SCHNEIDER (2003) afirma que esse procedimento garante agilidade no processamento 
técnico de novos itens incorporados ao acervo. 
Outra vantagem que merece destaque no tocante a utilização da tecnologia RFID em bibliotecas diz 
respeito a possibilidade de reutilização da etiqueta (tag), segundo KOYLE (2005), a aplicabilidade 
da tecnologia RFID em bibliotecas é melhor do que no varejo, pois os itens vão e voltam muitas 
vezes reduzindo significativamente o custo de aquisição de novos identificadores. Devido ao fato 
das etiquetas (tags) serem colocadas no interior dos livros, estas ficam protegidas e menos expostas 
a degradações, contribuindo para o prolongamento de sua vida útil. BOSS (2007) afirma ainda que 
a necessidade de substituição das tags vem com a quantidade de sua utilização, o que variam em 
cerca de 100.000 transações, possibilitando desta forma, a redução do número de etiquetas a serem 
adquiridas. 
Diante destas vantagens aqui descritas, as etiquetas RFID possuem ainda múltiplas funções, de 
acordo com SAN FRANCISCO PUBLICO LIBRARY...2005; AYRE, 2005) além de permitirem a 
identificação individual dos itens do acervo, permitem implementar funções de segurança contra 
furtos mais efetivos que as tiras magnéticas utilizadas na atualidade. 
O sistema RFID incorpora a funcionalidade antifurto reservando um bit de segurança na própria 
etiqueta RFID cujos estados (1=ativo, 0=inativo) podem ser detectados nos portões de detecção 
antifurto RFID na saída da biblioteca, substituindo, dessa forma, as tarjas magnéticas atualmente 
utilizadas. 
4.3. Exposição das Desvantagens da Tecnologia RFID 
A principal desvantagem da adoção da tecnologia RFID 
é o alto investimento inicial para implantar a sua infraestrutura. Se comparada com a tecnologia 
dominante, a tecnologia de código de barras, utilizada na biblioteca, o custo da tecnologia RFID é 
bem superior. Além do que já há uma infraestrutura que opera com código de barras. Enquanto os 
leitores/codificadores RFID (hardwares) e os sensores de porta usados para ler a informação 
normalmente custam cerca de R$ 3.114,00 a R$ 5.449,5 reais cada, que não representam um valor 
alto no projeto, já as etiquetas (tags) custam R$ 0,623 a R$ 1,1768 cada. Serão necessários quatro 
leitores portáteis (handheld), um para cada funcionário responsável pelo empréstimo/renovação ou 
devolução, o custo dos leitores está descrito na tabela a seguir: 
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Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012 
 
 
 
Figura 1 – Custo dos Leitores. 
Fonte: Autoria Própria 
Atribuindo um valor de R$1,21 reais para cada etiqueta, obtido através da média entre os valores de 
mercado mostrados anteriormente, para que seja possível realizar a etiquetagem do acervo da 
biblioteca sob estudo, composto por 139.350 volumes, sendo 32.518 livros, seria necessário um 
investimento no valor de R$ 168.613,5 reais para a etiquetagem apenas dos livros, que apresentam 
maior rotatividade que o material monográfico e periódicos. 
Atualmente, a biblioteca recebe uma média diária de 280 a 300 alunos, sendo o número máximo de 
livros que podem ser emprestados é de cinco livros por aluno. Supondo que cada aluno tome em 
média três livros emprestados. Por ano, serão realizados em média 347.550 emprestimos, 
renovações ou devoluções, o que custaria cerca de R$ 384.235,5 reais por ano, R$320.196,625 reais 
por mês. Entende-se, portanto, que o custo da etiquetagem seria facilmente absorvido em um mês 
de uso das mesmas no setor, sem levar em consideração que as mesmas podem ser reutilizadas 
centenas de vezes. 
A Universidade disponibiliza recursos na ordem de R$ 200 mil para aquisição de novos livros no 
corrente ano de 2011, sabe-se que os livros apresentam umaalta variação se preço, para fins de 
facilitar o cálculo, atribuiu-se o valor de R$ 65,00 reais por livro. Tendo-se, assim, a aquisição de 
3077 exemplares e um gasto de R$ 3723,08 reais para cada etiqueta e R$ 242,17 reais pela mão-de-
obra, totalizando R$ 3965,25 reais. Todos esses dados, estão melhor descritos na abaixo. 
 
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Figura 2 - Tabela dos Custos de Implantação das Tags na biblioteca 
Fonte: Autoria Própria 
Recomenda-se que se use a etiqueta RFID somente para produtos de alto valor agregado, porém 
apesar de os livros não apresentarem este alto valor, possuem uma alta rotatividade, por exemplo, 
digamos que um livro seja emprestado 180 vezes em um mês, o custo de uma etiqueta será diluído 
por esse valor, no caso ficará, R$ 0,01 centavos. Uma regra utilizada para calcular a viabilidade da 
utilização das etiquetas é que o seu custo não deve ultrapassar 1% do preço final do item. No caso, 
anteriormente exposto, o custo da etiqueta foi de R$ 0,01 centavos, coincidência ou não, 1% de seu 
valor total, ou seja, o uso da etiqueta se torna viável e, além disso, o custo da etiqueta RFID tem 
caído bastante com o aumento de sua demanda. 
Deve-se avaliar a durabilidade do equipamento comprado, já que itens de qualidade inferior 
poderão ser facilmente danificados pelos alunos ou condições adversas. O custo de troca e 
manutenção pode ser mais alto do que a diferença de equipamento de boa qualidade. 
O software representa um dos principais custos da implantação da tecnologia, podendo variar de 
algumas centenas de milhares de reais até milhões. Como qualquer investimento em TI, deve-se ter 
muito cuidado na escolha do fornecedor para evitar grandes dores de cabeça no futuro. Pode ser 
necessária uma forte mudança ou atualização dos sistemas existentes em toda a cadeia de 
suprimento. 
Há diversos custos envolvidos com a implementação do software. Por exemplo, a integração com os 
outros softwares existentes. Destacou-se o custo inicial de aquisição do software, instalação e 
configuração, manutenção e suporte, pode-se supor um aumento anual de 10% com manutenção e 
suporte, já que tanto o acervo quanto o número de estudantes e professores irá crescer e, portanto, 
haverá uma demanda maior por funcionalidade e capacidade da biblioteca. A figura a seguir lista 
todos os custos relativos de software que devem ser levados em conta, totalizando R$ 35.995,00 
reais mais um custo anual de R$469,50 reais com manutenção e suporte. 
 
Figura 3 - Custos com Software 
Fonte: Autoria Própria 
A aceitação da mudança cultural que ocorrerá com a utilização da tecnologia RFID é importante 
não só para o funcionamento do projeto, mas também para o seu máximo aproveitamento, afinal de 
que adianta estar de posse da tecnologia sem ter conhecimento de como usá-la. É importante 
também, a instalação de equipamentos de informática mais robustos, a utilização de computadores 
antigos com processadores lentos pode dificultar a utilização do software. É de extrema 
importância que o sistema RFID substitua o sistema existente, caso isso não aconteça, serão 
acumulados custos e complexidade da operação. 
Outro fator importante é o treinamento dos funcionários que iram lidar com a tecnologia RFID. 
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Essa tecnologia tem evoluído rapidamente nos últimos anos, portanto, assumindo-se que os leitores 
mudarão ao longo do tempo e propondo treinamento a cada dois anos. O software também continua 
evoluindo, assim treinamentos anuais serão necessários. Finalmente, existe um custo relacionado 
com a mudança de processo. Os funcionários deverão ser treinados de forma intensa no início da 
implementação. Esses custos são apresentados na figura a seguir: 
 
Figura 4 – Custos de Treinamento 
Fonte: Autoria Própria 
Na figura a seguir podem ser vistos os custos totais para a implementação da tecnologia RFID na 
biblioteca de uma univerisade federal: 
 
Figura 5 – Custos Totais de RFID 
Fonte: Autoria Própria 
Pode-se concluir que, é necessário um alto investimento inicial para a implantação do RFID, no 
valor de R$ 228.515,23 reais, além dos custos com atualização de software e treinamento de 
funcionários ao longo dos anos, o que torna essa tecnologia desvantajosa, e principalmente se 
comparada com a tecnologia de código de barras, na qual a manutenção é extremamente barata, 
além da implantação de baixo custo. 
Outras desvantagens do uso da tecnologia RFID são eventuais problemas de desempenho do 
sistema que poderam vir a surgir devido a sua recente implantação. Também o impacto na saúde 
humana devido aos efeitos das frequências eletromagnéticas utilizadas na tecnologia RFID, porém 
os estudos sobre isso ainda são inconclusivos e as atuais evidências mostram que não há riscos a 
saúde humana. Problemas de privacidade, riscos associados com o uso inadequado do número 
identificador único das etiquetas RFID, o que introduz riscos de monitoramento do fluxo de 
empréstimos dos usuários. E ainda exige uma maior preocupação com questões de segurança da 
base de dados da biblioteca para evitar acessos autorizados. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante de tudo que foi colocado no decorrer desta pesquisa, admite-se que a tecnologia RFID 
permite o aumento da eficiência, reduz perdas, diminui a carga de trabalho dos funcionários da 
biblioteca e ajuda a melhorar os serviços nos processos em que se lida com grandes quantidades de 
usuários e materiais. 
Concluiu-se que a Identificação por radio freqüência nas bibliotecas está ganhando cada vez mais 
força e deve ser considerada uma excelente opção na hora de pensar na atualização da infra-
estrutura tecnológica de gestão eletrônica do acervo, principalmente em bibliotecas com grande 
volume de acervo, usuários e com restrições na possibilidade de expansão do quadro de 
funcionários. 
VII SEPRONE “A Engenharia de Produção frente ao novo contexto de 
desenvolvimento sustentável do Nordeste: coadjuvante ou protagonista?” 
Mossoró-RN, 26 a 29 de junho de 2012 
 
 
A pesquisa se limitou a demonstrar as vantagens na adoção desta tecnologia pela biblioteca da 
UFERSA, em contra partida foram expostos às barreiras inerentes à sua implantação, uma maior 
atenção foi dada aos custos envolvidos neste processo, a fim de evidenciar a viabilidade de uma 
futura aquisição. Apesar do alto custo da tecnologia RFID ser uma desvantagem em relação à 
tecnologia utilizada, a sua implantação é viável. 
Apesar da ciência do potencial deste novo sistema há ainda um longo caminho para ser percorrido, 
pois a Identificação por Radiofreqüência não é somente uma questão tecnológica, mas também uma 
questão de padronização mundial, e isto ainda encontra-se distante da realidade da instituição 
analisada. 
No entanto, no decorrer deste estudo verificou-se que este sistema já está sendo aplicado com 
sucesso principalmente nas bibliotecas dos países economicamente desenvolvidos, mas já ganha um 
progressivo espaço no cenário nacional onde pode-se destacar o caso da primeira biblioteca pública 
a usar a tecnologia RFID. A Biblioteca de São Paulo chega com conceitos inovadores em gestão de 
acervo. Resultado de uma parceria do estado de SP com o ministério da cultura, o edifício tem a 
capacidade para receber 800 pessoas por hora, e foi inspirada na biblioteca de Santiago, no Chile. 
REFERÊNCIAS 
 
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Prins. São Paulo; 2000. 
 
BOSS, R. W. RFID technology for libraries. 2007. CAVINATO, J. Supply chain logistics initiatives: research 
implications. International Journal 
 
CHEKPOINT SYSTEMS. Allen Public Library: a lasting relationship. 2006. 
 
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BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10. , 1998, Fortaleza.Anaiseletrônicos. 
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GLOVER, B.; BHATT, H. Fundamentos de RFID. 1ª Ed. Rio de Janeiro – RJ; Alta Books; 2007. 
GLOVER, B.; BHATT, H. RFID essentials: theory in practice. O’Reilly & Associates, 2007. 
NOGUEIRA FILHO, Cícero Casemiro da Costa. Tecnologia RFID aplicada à Logística. Rio de Janeiro, 2005.103 f. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 
2005. 
 
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SCHNEIDER, Karen G. RFID and libraries: both sides of the chip. RFID 19 nov. 
 
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http://www.tagsysrfid.com/html/medias/librairies/pdf/LIBRARY_With_Paper__Co-Branded__14022006.pdf>>. 
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VIERA, A. F. G.; VIERA, S. D. G. E VIERA, L. E. G. Tecnologia de identificação por rádio frequência: Fundamentos 
e aplicações em automação de bibliotecas. 2007. Disponível em: 
<http://www.webpages.uidaho.edu/~mbolin/shahid.htm>. Acesso em: 17 de junho 2011.

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