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dir garantias fund claudia 2005

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Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 1 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
I Semestre de 2005 
 
Direito - Mackenzie 
 
 
SUMÁRIO 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E 
CIDADANIA .............................................2 
Quanto aos direitos do CIDADÃO .................2 
DIREITOS DE PRIMEIRA, SEGUNDA E 
TERCEIRA GERAÇÃO 
(modernamente, de QUARTA 
Geração)..................................................5 
DIREITO – IGUALDADE ..................................5 
DIREITO À VIDA ..............................................7 
DIREITO À PROPRIEDADE ............................8 
DIREITOS POLÍTICOS.....................................9 
SOBERANIA DA REPRESENTAÇÃO...........10 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ..................10 
1) DIREITO DE PETIÇÃO ..............................10 
2) DIREITO A CERTIDÕES............................10 
3) HABEAS CORPUS ....................................11 
4) MANDADO DE SEGURANÇA...................11 
Cairão na PROVA estes REMÉDIOS 
CONSTITUCIONAIS 
CERTAMENTE!!!...................................11 
5) MANDADO DE INJUNÇÃO .......................12 
6) HABEAS DATA..........................................12 
7) AÇÃO POPULAR.......................................12 
 
 
 
================================== 
FURLANI TRADUÇÕES 
Traduções juramentadas em todas as línguas 
 
Fernando Furlani 
Tel.: (11) 9770-6800 
furlani.tradutor@gmail.com 
 
================================== 
 
 
 
1ª aula: dia 17/02/2005 
 
O programa foi reformulado. Os professores agora 
precisam apresentar seus programas e planos de aula, 
semana a semana. A professora vai entregar à Beth 
Schön, representante de classe. 
 
Esta disciplina é diferente das demais. Como esta 
disciplina trata essencialmente de valores, as discussões 
tendem a ser muito acaloradas. Veremos as linhas de 
estudo, os documentos importantes. Hoje, o nosso 
modelo é a CF de 1988. 
 
Veremos somente o "principal": direitos à vida, 
propriedade, etc.; e a parte mais prática de direitos 
humanos: os remédios constitucionais (mandado de 
segurança, ação popular, habeas corpus, etc.). O método 
continua o mesmo: a professora selecionou alguns textos, 
que estão no xérox. Um deles é a questão sobre as 
crianças que nascem sem cérebro, diretamente 
relacionada à nossa matéria. 
 
Hoje em dia, as organizações e ONGs em geral vêm 
substituindo cada vez mais o papel do Estado, que se 
afasta. Entretanto, os conceitos contidos na doutrina não 
se coadunam com a realidade. FLAVIA PIOVESAN: 
procurar tudo o que for dela, pois ela é "a" profissional de 
destaque na nossa matéria. Titular da cadeira de Direitos 
Humanos da PUC. Escreve artigos e críticas sobre o 
tema. 
 
BIBLIOGRAFIA: 
"Direitos Fundamentais". Alexandre Morais - Secretário 
de Justiça. Alexandre cita jurisprudência em seu manual. 
"Manual de Direitos Humanos Fundamentais", de Manoel 
Gonçalves Ferreira Filho: é muito didático e conciso. 
 
Avaliação: todos fazem um trabalho, em grupos 
pequenos, e os melhores serão apresentados à sala. 
 
Prova de fim de semestre: 70% será uma dissertação. 
30% de respostas rápidas, V ou F. Exemplo: teremos de 
relacionar cidadania, globalização, soberania, numa 
mesma dissertação. Exemplo de temas desta matéria: 
FEBEM, aborto, fome no Brasil, MST, a violência numa 
sociedade democrática, manipulação do discurso político 
para as massas, etc. EUTANÁSIA - tema típico de prova. 
Se a prova intermediária for indispensável, 30% serão de 
responder/completar, e 70% de perguntas objetivas. 
 
Nossa matéria trata do quê? Sempre existiram direitos 
humanos? 
 
Temos essencialmente dois paradigmas no nosso direito: 
jusnaturalismo e positivismo. Jusnaturalismo: é uma visão 
naturalista dos direitos que o homem teria. Exemplo: 
Aristóteles, "todo amor tem direito ao exemplo mais puro". 
Toda essa concepção é incorporada ao direito romano. 
Este volume de informações sobre o que é e o que não é 
"natural", é cristianizada, pois Roma se torna cristã, e o 
direito passou a ser ditado pela Igreja. Portanto, SIM: 
fala-se de "direitos humanos" desde a Antiguidade. Até 
chegarmos aos Contratualistas, que afirmam que alguns 
direitos são fundamentais. 
 
O conceito de o que vem a ser direito "inalienável, 
intransferível, etc.", vai mudando com as transformações 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 2 
histórico-sociais. Exemplo: num futuro não distante, 
poderemos ter: "Todo ser humano tem direito a uma 
única clonagem". 
 
Aula do dia 3/03/2005 
 
A professora Claudia nos deu um retorno sobre a nossa 
primeira aula, em que ela pediu aos alunos que 
colocassem suas opiniões sobre o que viria a ser "direitos 
humanos" e "direitos fundamentais". 
 
Temos uma visão do direito que, essencialmente, até o 
período liberal, orientados pelo direito jusnaturalista, e 
depois pela natureza da proteção divina, e, por último, 
teríamos direitos que são assegurados por um "pacto 
social" - que vai resultar na idéia de CONSTITUIÇÃO que 
temos até hoje. Isso resulta no estudo do direito orientado 
"ao que é FUNDAMENTAL ao ser humano". Teremos um 
conjunto de VALORES, conjunto esse considerado 
essencial para o ser humano. 
 
O Estado serve para "TODOS". De fato, nunca foi, 
realmente, para todos. Veremos que a doutrina falará 
muito de direitos "fundamentais", e não "humanos". 
São "fundamentais", porque cabe ao Estado 
preservar. Refere-se àquilo que foi positivado, colocado 
por escrito como "fundamental", e que o Estado deverá 
proteger. 
 
Que documentos conseguimos lembrar que asseguram 
direitos fundamentais? 
 
- A Magna Carta - o que ela tem de essencial? Pela 
história do Robin Hood: furtava dos ricos para dar aos 
pobres. João Sem Terra começou tributar 
excessivamente as terras dos nobres. Estes nobres 
fazem um pacto com o monarca. É um pacto com um 
estamento com a monarquia, do ano 1215. Esse pacto 
vai assegurar alguns direitos, e a Magna Carta se torna 
um símbolo dos direitos fundamentais. 
 
Começamos a desenvolver a idéia de que é necessário 
colocar POR ESCRITO os direitos essenciais, que são 
exercidos frente a quem usurpa esses direitos: o 
ESTADO. Ao longo da história temos alguns documentos 
importantes para o estudo dos direitos fundamentais. 
 
Depois da Magna Carta, temos as LIBERDADES 
PÚBLICAS. Locke dizia que temos a liberdade garantida 
pelo Estado. Rousseau: somente se pode garantir a 
liberdade mediante o Estado. Neste período, chamam-se 
LIBERDADES PÚBLICAS: são válidos PARA TODOS. 
Mas realmente tais direitos eram para todos? Não. A 
Magna Carta era para apenas um grupo, um estamento. 
Não existe o sentido de "universalidade" de direitos. 
 
Temos a Manifestação de Virginia, a Bill of Rights, a 
Constituição Americana, a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, todos esses, pré-Século XIX, que 
asseguram direitos frente ao Estado - ao Poder Político. 
Mas são direitos que pertencem, no máximo, a um 
estamento, ou à idéia de indivíduo frente ao Estado e, por 
outro lado, o indivíduo que faz parte do PODER 
POLÍTICO. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E CIDADANIA: são a 
mesma coisa; a Declaração dos Direitos do Homem e 
do Cidadão de 1789 veio separar tais conceitos pela 
primeira vez, sendo, pois um documento de suma 
importância para o estudo do direito constitucional e dos 
direitos humanos. 
 
Trata-se de uma “declaração”. Declaram-se direitos, para 
serem recordados. Declaração presume “preexistência”: 
estes direitos declarados são os que derivam da 
NATUREZA HUMANA; sendo, portanto, NATURAIS. 
[Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos humanos 
fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] 
 
Quanto aos direitos do CIDADÃO: estes direitosdo 
cidadão, de fato são PODERES. São a expressão 
moderna da “liberdade dos antigos”, ou seja, são meios 
de participação no exercício do Poder Público. 
Incluem-se aqui os direitos de participar da “vontade 
geral” (Art. 6º) ou de escolher representantes que o 
façam, de consentir no imposto (Art. 14), de controlar o 
dispêndio do dinheiro público (Art. 14), de pedir contas da 
atuação de agente público (Art. 15). 
 
Esse rol de direitos tem um caráter essencialmente 
NEGATIVO, ou seja: é uma afirmação de que o Estado 
não intervém nesses direitos que são meus, como 
INDIVÍDUO. Eu tenho a liberdade de expressão, de ir e 
vir, minha vida não pode ser tirada pelo Poder, se eu for 
preso por qualquer motivo eu tenho o habeas corpus. Aí é 
que está a idéia de INDIVÍDUO (independentemente da 
comunidade). São DIREITOS INDIVIDUAIS. 
 
De caráter NEGATIVO, por quê? O Estado não intervém 
para invadir a privacidade e a segurança do indivíduo. Os 
direitos à vida, liberdade, propriedade: são suficientes? 
Se pensarmos como "indivíduo", sim, são suficientes. Daí 
derivam todos os outros incisos. 
 
O que acontece durante o Séc. XIX? A Revolução 
Industrial, que enseja o quê? Continua suficiente o rol de 
direitos acima? Não. O direito é "meu" e "nosso". 
Exemplo: a mulher não tinha direito de ter um trabalho 
assalariado. A partir da Rev. Industrial, o Estado não 
deve somente se AFASTAR para garantir direitos, e sim 
ele deve INTERVIR para GARANTIR direitos. 
 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 3 
Veio a crítica marxista, mostrando que aqueles direitos, 
assegurados somente no papel, não adiantavam muito. 
Acabou ocorrendo uma reformulação nos direitos 
fundamentais, que era o princípio de um outro processo, 
na virada do Séc. XIX para o Séc. XX, onde o papel do 
Estado de assegurar direitos se transforma. 
 
É uma ótica estamental, e depois uma ótica individual 
NEGATIVA - o Estado não interfere. Mais tarde, tais 
direitos assegurados pelo Estado dizem respeito ao 
aspecto COLETIVO. Depois da virada do Séc. XX temos 
uma série de movimentos importantes para o estudo e a 
concepção do que são os direitos fundamentais do ser 
humano. 
 
A partir daí, além do COLETIVO, os direitos individuais 
começam a ser respeitados. Começa-se a falar em 
DIREITOS SOCIAIS. Não é mais o "indivíduo" o detentor 
de direitos, e sim A SOCIEDADE passa a ser detentora 
de direitos. Que documentos asseguram esses direitos à 
sociedade? A Constituição. Principalmente a 
Constituição Mexicana e a Alemã, de Weimar em 1917. 
Apesar de a sociedade ter tais direitos assegurados, o 
Estado não tem condições de assegurá-los a todos. 
 
Até as duas primeiras constituições SOCIAIS acima, a 
afirmação era ESTATAL: dentro das fronteiras do próprio 
Estado, e não para a HUMANIDADE INTEIRA. 
 
- Direitos FUNDAMENTAIS: 
 - Assegurados pelo Estado, e também positivados. 
 
- Direitos HUMANOS: 
 - Essenciais a todos ser humano 
 - Valores de cada povo, mais amplos 
 
Os textos da Flavia Piovesan tratam da relatividade dos 
direitos humanos. Até a II Guerra Mundial, há uma 
preservação de direitos humanos que pertenciam a cada 
povo - respeitando o aspecto CULTURAL. 
 
Depois da II Guerra: há uma tendência a se demonstrar 
que existem direitos que são UNIVERSALMENTE 
ACEITOS, dando início a uma nova etapa da concepção 
dos direitos humanos. Não é só o Estado que deve 
assegurá-los; eles devem ser assegurados 
UNIVERSALMENTE. 
 
A discussão, ainda sem solução, é: até que ponto os 
aspectos culturais devem ser respeitados? Após a II 
Guerra mundial, existe toda uma mudança do que é 
universal e do que não é. 
 
Leitura Importante: a Primeira Declaração Universal dos 
Direitos Humanos: baixar pela Internet. É de 1948. O 
Brasil é membro-fundador da ONU. É o primeiro 
documento de caráter UNIVERSAL, que afirma que 
TODOS NÓS temos direitos, independentemente do 
nosso aspecto cultural. Houve abstenção do Bloco 
Soviético, que violava muitos desses princípios, por 
exemplo pela exploração do trabalho do homem. Essa 
declaração foi assinada em Paris. Roosevelt atentou para 
o fato de que fosse adotado o nome direitos HUMANOS, 
pois originalmente estava diretos "do HOMEM". 
 
Internacionalmente falando: os direitos são assegurados 
pelos vários tribunais internacionais. Um sistema de 
"proteção internacional" está adquirindo forma desde 
1948, numa evolução histórica, contrapondo-se àquela 
proteção que cada Estado tratava de assegurar aos seus 
tutelados nacionais. 
 
Agora, a sociedade passa a discutir valores que são 
considerados universais. Trata-se de uma 
"UNIVERSALIDADE PROGRESSIVA DOS DIREITOS 
HUMANOS", com declarações de caráter universal. 
 
E a Declaração Universal da ONU? Juridicamente 
falando? Tem CARÁTER EXCLUSIVAMENTE DE 
"RECOMENDAÇÃO”. Não tem sanção. Não gera 
nenhuma obrigação aos Estados. E aí, o que se faz, com 
essa "força de recomendação”? Primeiramente: positivar 
tal resolução. É somente em 1988 que a CF incorpora o 
conteúdo daquela recomendação. 
 
São celebrados, paralelamente, depois da Declaração 
dos Direitos Humanos, vários pactos bilaterais, ou 
multilaterais. Evolui com a criação de tribunais 
supraestatais. Mesmo assim, não é fácil. O professor 
Cançado Trindade, da USP, Presidente do Tribunal de 
Costa Rica, de Proteção aos Direitos Humanos para a 
América Latina: ele afirma que o Estado acaba sendo o 
maior viola dor dos direitos humanos, e ainda não temos 
um direito PROCESSUAL que instrumentalize a demanda 
pela violação de direitos humanos num tribunal 
internacional. A decisão que acaba prevalecendo é a do 
Estado, de jurisdição interna, e não internacional. 
 
A Emenda 45 da CF: "passou batido" uma alteração do 
Artigo 5º da CF. Que alteração foi essa? O inciso 78 do 
Art. 5º. O Parágrafo 3 foi modificado no sentido de 
colocar a assinatura e a aprovação de tratados 
internacionais na área de direitos humanos, com valor de 
EMENDA à CF. Na prática, significa: na teoria dualista de 
incorporação de normas internacionais, entra com valor 
de NORMA ORDINÁRIA, e não de "emenda 
constitucional". Com a Emenda 45, "atropelamos" o que 
estava vigente até então, suscitando dois problemas: 
 
1 - Art. 5º: mesmo para acrescentar direitos, é ou não é 
mais uma "cláusula pétrea"? 
2 - Em se tratando de questões ambientais, ao se falar de 
pactos e tratados internacionais sobre meio ambiente, 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 4 
eles são incorporados com valor de "emenda" à CF. Não 
vai para o Supremo, STJ, etc. 
 
Temos um sistema progressivo de transformação de 
direitos, que necessita de um instrumento 
PROCESSUAL. Ainda não temos um denominador 
comum, exceto as decisões tomadas pela ONU. 
 
A partir da próxima aula, veremos como esse sistema foi 
incorporado na CF brasileira, quais os instrumentos que 
temos, pois, AINDA, nossa proteção é INTERNA, sendo 
os benefícios dados pela CF. 
 
Aula do dia 10/3/2005 
 
Flavio - MONITOR DE D.G.F. da Professora Claudia 
Costa 
E-mail: fhdconstitucional@hotmail.com 
Ele estuda à noite, na sala 2 - térreo 
 
- D.U.D.H. - 1948 
- Proteção Internacional 
- CF 1988 - Proteção Jurisdicional 
- Direitos 1, 2, 3 gerações 
- Quarta Geração?? 
- - CF: Transformadora 
 
(Embora o Estado seja o "Grande" violador de direitos) 
 
I - Direitos Individuais - Artigo 5º 
II - Direitos Coletivos - Artigo 5º 
III - Direitos Sociais - Art. 6º e 193 e seguintes 
IV - Direitos de Nacionalidade - Art. 12 
V - Direitos Políticos - Art. 14 ao 17 
 
===================== 
 
Depois da ONU, há um grande movimento para a 
construção dos direitos humanos. A grande dificuldade é: 
se existem direitos humanos que são de fatoUNIVERSAIS; e se o nosso sistema de direitos humanos 
NÃO TEM UMA FORÇA, tendo apenas a natureza de 
RECOMENDAÇÃO. 
 
Além de aderir aos Tratados, é necessário que os 
Estados incorporem nas suas Constituições a garantia 
dos direitos humanos. A ONU tem um papel muito 
importante na tentativa de estabelecer direitos humanos 
UNIVERSAIS, apesar das idiossincrasias sócio-culturais 
de cada Estado. 
 
A Emenda 45 da CF brasileira significa um 
ROMPIMENTO com o que havia até então nesse 
assunto, no sentido de que a partir dessa Emenda os 
tratados internacionais TÊM VALOR DE EMENDA À 
CONSTITUIÇÃO. É uma GRANDE inovação, 
indubitavelmente. Entretanto, aqui temos alguns 
problemas: o questionamento dos problemas ambientais 
e as questões envolvendo a soberania da Amazônia 
podem vir à tona no futuro. 
 
Devemos nos lembrar que na luta pela consagração dos 
direitos humanos, em nome dessa luta já foram 
cometidos crimes de aniquilamento total de populações 
inteiras. Nesse campo, portanto, há progressos e 
retrocessos, como em todo o direito. 
 
A grande dificuldade é: NOS NÃO TEMOS UM DIREITO 
PROCESSUAL INTERNACIONAL, e a maneira de 
veicular uma demanda num tribunal internacional, passa 
... [a professora descontinuou seu raciocínio para "puxar 
a orelha" dos cornos que estavam conversando lá no 
fundo da sala, atrapalhando a maioria dos colegas. 
Infelizmente ela não colocou ninguém para fora.] 
 
Qual é o critério para sabermos se a cláusula é ou não 
pétrea? No Artigo 60, Parágrafo 4 da CF, onde estão 
CLÁUSULAS PÉTREAS EXPLÍCITAS. Explícitas são 
aquelas que o Constituinte originário disse: fizemos a 
Constituição, e nesta parte aqui, neste conteúdo, 
ninguém mexe! Quais cláusulas IMPLÍCITAS nas quais 
não se mexe? Não se mexe na DIVISÃO FUNCIONAL 
DO PODER: EXECUTIVO, LEGISLATIVO E 
JUDICIÁRIO. Não se toca também na nossa lista de 
direitos. 
 
Porém, a discussão é: CLÁUSULA PÉTREA, na nossa 
CF, fala SOMENTE de DIREITO "INDIVIDUAL". Nem de 
direito "coletivo" a CF fala. 
 
DIREITO COLETIVO: direitos típicos do uso individual, 
mas é exercido com outras pessoas; é exercido 
coletivamente. 
DIREITO INDIVIDUAL: é exercido individualmente. 
DIREITOS SOCIAIS: educação, moradia, lazer, meio 
ambiente, consumo, etc. 
 
O Direito Coletivo é IDENTIFICÁVEL; o Direito Social 
NÃO É identificável. Os DIREITOS DIFUSOS E SOCIAIS 
são Cláusulas Pétreas IMPLÍCITAS. 
 
Art. 60, inciso 4: não será nem mesmo objeto de 
"deliberação”; "PROPOSTA". Voto "secreto", "direto", 
"universal" e "periódico". Não falou em "obrigatório". 
Portanto, o papel do Supremo é sempre fundamental na 
hermenêutica é necessário. A "separação dos poderes". 
Os "direitos e garantias INDIVIDUAIS". Nem os 
"coletivos" foram colocados na CF. 
 
Estamos diante de uma reforma trabalhista, além da 
previdenciária. Isso diz respeito a direitos SOCIAIS. 
 
A incorporação desses direitos é fundamental, porque o 
Estado costuma ser o grande VIOLADOR. Não temos um 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 5 
direito processual que viabilize a demanda. Tanto mais 
violador de direitos sociais. Isso deve ser inserido na CF 
por meio de normas PROGRAMÁTICAS, e não de 
normas de aplicação imediata. 
 
A questão é: se há uma proteção internacional e o Estado 
é o grande violador, a CF vai repetir a classificação que 
está colocada na própria Declaração, aumenta o rol, a 
emenda 45 é uma inovação, e a CF brasileira é 
essencialmente JURISDICIONAL. Ou seja: a professora 
nos prende na sala e não nos deixa sair. O que faremos? 
Alguém vai pular a janela e vai entrar com um pedido de 
habeas corpus. 
A Vivi está no maior amasso na frente do Mackenzie, e o 
policial tenta impedi-los. Pode? Depende do amasso. Se 
for presa, alguém pode solicitar, até numa folha de papel 
higiênico, um habeas corpus para autorizar a soltura dela, 
porque ela não estava fazendo nada demais. A proteção 
que ela tem é essencialmente JURISDICIONAL. 
 
Lembremos: no controle de constitucionalidade temos 
alguns instrumentos. O Brasil não colocou o RECURSO 
DE AMPARO, que é um recurso de proteção dos direitos 
fundamentais, usado para reclamar do órgão que vier a 
desrespeitar o direito de alguém, permitindo recorrer 
diretamente à ultima instância. 
 
O recurso de amparo foi inovação das constituições 
ESPANHOLA E PORTUGUESA. É um mecanismo rápido 
e eficiente de proteção, que não colocamos na CF de 
1988. Cabe então a ADPF: AÇÃO DIRETA DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL. 
 
O primeiro caso da criança anencéfala foi objeto de uma 
AÇÃO DIRETA DE PRECEITO FUNDAMENTAL. Isso 
"fere a dignidade da pessoa humana", ferindo assim todo 
o rol dos direitos fundamentais. Hoje em dia, a grande 
violação de direitos humanos, no mundo, é de ordem 
ECONÔMICA. 
 
Considerando que a ADPF é para ser utilizada quando 
não há outra forma de proteger os direitos humanos como 
a erradicação da pobreza, ... 
 
O Rol de Agentes da ADPF é limitado, pois é um rol que 
precisa ser especificado no texto constitucional. ADPF: 
Artigos 102, 103 e 104 da CF. 
 
DIREITOS DE PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA 
GERAÇÃO (modernamente, de QUARTA Geração) 
 
Pela primeira vez na nossa história constitucional, temos 
a incorporação de direitos da primeira, segunda e terceira 
geração. 
 
PRIMEIRA GERAÇÃO: são liberdades frente ao Poder 
do Estado - Direitos Individuais: direito à vida, à 
propriedade, e o Estado não intervém. 
 
SEGUNDA GERAÇÃO: pensada a partir da 
transformação do Estado do Séc. XIX ao Séc. XX. Nessa 
passagem, tivemos a constituição de Weimar e do 
México, e mais tarde as primeiras que nelas se 
inspiraram: a Constituição espanhola. São os direitos 
ECONÔMICOS E CULTURAIS: educação, saúde, lazer. 
É preciso igualar capital a trabalho. É a primeira vez que 
se prega a igualação de capital e trabalho. 
 
TERCEIRA GERAÇÃO: os mais interessantes, pois aqui 
encontraremos, por exemplo: DIREITOS DE 
FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE. Existe uma 
declaração africana em que se fala de DIREITO DE 
SOLIDARIEDADE. Aos poucos, essa expressão vem 
sendo consolidada. São DIREITOS DE 
AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, À PAZ, AO 
DESENVOLVIMENTO, E À COMUNICAÇÃO. Por quê? 
Porque precisamos da fraternidade, solidariedade e da 
cooperação entre os povos para que tais direitos possam 
ser verificados. Exemplo: se não reconhecemos a 
Palestina ou os curdos, não adianta. 
 
Opinião da professora Claudia: tal expressão é 
"lamentável", preferindo a denominação de 3 Geração. 
Tem cheiro de coisa "caritativa", e talvez com um toque 
de hipocrisia. 
 
QUARTA GERAÇÃO (oficialmente, são só TRÊS 
gerações): Os de quarta geração já vêm sendo 
incorporados a algumas constituições: inseminação 
artificial, inclusão digital, comunicação virtual, 
clonagem e pesquisas com células-tronco, morte 
assistida (podem vir a ser). 
 
Exemplo da Professora Claudia: em 1992, na Espanha 
havia um colega do doutoramento dela cuja tese foi sobre 
"Desenvolvimento Sustentável", que se apoiou 
basicamente em um único autor. Hoje em dia, o assunto 
já adquiriu grande projeção global e ele é Presidente de 
uma associação sobre o assunto, dando palestras no 
mundo todo sobre desenvolvimento sustentável. 
 
Existem algumas práticas, ditas "culturais", mas a 
extirpação do clitóris é "mutilação”. Trabalho escravo 
também não é cultural, e sim violação dos direitos 
humanos. Próxima aula: estudar a diferença entre 
garantias GERAIS e garantias CONSTITUCIONAIS. 
 
Aula do dia 17/3/2005 
 
CF - Artigo 5 
 
DIREITO – IGUALDADE 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 6 
Comando do Art. 56 
 
Caput - Capítulo I - Direitos e Deveres Individuais e 
Coletivos: parâmetros para a aplicação dos direitos. Porque "DEVERES"? A primeira coisa que foi colocada no 
Art. 5º é o requisito de IGUALDADE PERANTE A LEI. 
 
Igualdade FORMAL: a declaração do texto constitucional 
é FORMAL, substancial. Ela não é ABSOLUTA: não 
temos IGUALDADE de fato. Mas "pretendemos" tê-la. 
"IGUALDADE SUBSTANCIAL, OU REAL, NÃO EXISTE"; 
portanto, o texto constitucional é de caráter FORMAL, é 
uma série de "direitos sociais", e normas "programáticas" 
para a implementação daqueles direitos, que visam pelo 
menos caminhar na construção de um direito que leve a 
alguma igualdade - IGUALDADE FORMAL PERANTE A 
LEI. 
 
Na Rev. Francesa, com a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, tivemos a afirmação da 
IGUALDADE. Tal afirmação tinha uma bandeira: a 
derrubada de uma sociedade estamental. A afirmação do 
direito de igualdade, é a afirmação de UM DIREITO À 
IGUALDADE "INDIVIDUAL" - que acabou marcando todo 
o Séc. XIX, e início do Séc. XX. 
 
Depois, acabou chegando à igualdade coletiva: grupos de 
trabalhadores com tratamento igual ao de outro grupo de 
trabalhadores. 
 
Exemplo: na Suíça, as mães têm direito a 15 dias de 
folga na maternidade, e o pai tem uma licença 
paternidade de quatro meses. A mãe tem, no caso de 
gêmeos, direito a licença de dois anos, com direito a 
trabalhar apenas metade da carga horária normal. 
 
Concluindo: SOMOS IGUAIS APENAS "PERANTE A 
LEI". 
 
Quem são os destinatários do direito de igualdade na 
constituição? Como esta no "caput" do artigo, significa 
que é um COMANDO. Para quem? ESTA PERGUNTA 
CAI EM PROVA. RESPOSTA: alguns autores dizem que 
tal comando é dirigido ao LEGISLADOR, porque ele 
deve elaborar todas as demais normas à luz da 
constituição. O comando é para o LEGISLADOR, para o 
intérprete, e para o APLICADOR do direito. Mas, além 
disso, é também para os PARTICULARES. Mas: há 
divergências na doutrina, e esta visão da professora Dra. 
Claudia é minoritária. 
 
Não basta o legislador apenas fazer leis imbuídas desse 
espírito. Os comandos sobre isonomia/tratamento 
igualitário/ princípio de igualdade contido na CF tem um 
INTERESSE PÚBLICO por trás, que é altamente limitador 
da AUTONOMIA DA VONTADE. 
 
EXEMPLO: tenho uma casa no Guarujá, e, ao receber 
um coreano candidato a inquilino, recuso-me a alugar a 
casa, só porque ele é coreano. NÃO POSSO FAZER 
ISSO! Fere o princípio de igualdade da CF. Na nossa 
pasta de xérox tem um material sobre cotas - dos EUA. 
 
AÇÕES AFIRMATIVAS DO ESTADO: temos diversos 
exemplos, além do exemplo das cotas. Exemplo: não 
adianta estabelecer - por lei - que os cinemas destinem 
5% dos assentos aos portadores de deficiência física; 
isso não basta. Deve-se prever os assentos especiais, os 
acessos, sanitários, etc. 
 
Em SP, dentre os afro-descendentes, quem é o MAIS 
EXCLUÍDO? É a MULHER NEGRA. 
 
Por ser um COMANDO DA CF, mais do que um direito, 
ele se torna um PRINCÍPIO. Mas isso se aplica, em 
termos de igualdade, apenas no que está no Artigo 5 ou 
em tudo? Em TUDO. Essa transformação de direito em 
PRINCÍPIO afeta TODO o texto constitucional. É o 
princípio MAIS VASTO DE TODOS. 
 
Comentários adicionais sobre o caput do Art. 5: No 
exemplo do coreano, ele é apenas "descendente", tem 
traços orientais, e mesmo assim é discriminado. A CF diz: 
brasileiros e nacionalizados. O direito está POSITIVADO. 
É DIREITO MATERIAL. 
 
E quanto a algum estrangeiro que estiver aqui no Brasil? 
Devemos ver a questão como os PRINCÍPIOS se 
estendendo a TODOS. Devemos ter uma interpretação 
sistemática da CF, já que tal COMANDO está na nossa 
LEI MAIOR, LEI FUNDAMENTAL. É um comando para 
TODA A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. Isso afeta pessoas 
físicas nacionais ou estrangeiras, e também pessoas 
jurídicas estrangeiras. 
 
O Supremo Tribunal Federal, ao redigir uma norma, esta 
adquire peso de lei, já que ele está se pronunciando 
sobre uma matéria de ordem constitucional. Não precisa 
de uma "lei" para certos casos, bastando um 
pronunciamento do STF. Voto do Ministro Velloso, sobre 
direito de greve. 
 
Independentemente do que dissesse o nosso texto 
constitucional, temos várias leis complementares sobre 
diversas questões. Não é tão fácil interpretar o direito 
constitucional. 
 
No texto constitucional, existe "direitos e deveres, 
individuais e coletivos". Uma questão muito interessante é 
o que devemos entender por DEVERES. Que deveres 
são estes? Por que deveres? Os deveres são individuais 
ou coletivos? NÃO, NÃO. A CF é um "pacto". Portanto, 
para que/para quem é aquele dever? É PARA O 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 7 
ESTADO, que tem o DEVER de preservar aquela lista de 
direitos. 
 
Colocar esse Capítulo na CF não foi tão fácil assim. Mas 
quem não tem uma lista de direitos aos cidadãos e 
deveres do Estado, não é Estado. 
 
Aula do dia 31/3/2005 
 
 
 
DIREITO À VIDA 
 
Artigo 5º da CF 
 
A professora falou sobre aquela mulher norte-americana, 
Terri Schiavo, cujo tubo de alimentação foi desligado, 
depois de 15 anos, a pedido do marido mas contra a 
vontade dos pais dela. 
 
Art. 5º da CF: 
- Existência 
- Integridade 
- Privacidade 
 
 Isto é "vida digna", que vai do Título I ao Art. 10, III. 
 
Artigo 5º da CF 
- Existência: limite da existência física 
- Integridade: física, moral e intelectual 
- Privacidade 
 
Vida digna 
Título I, art 1º III 
 
Existência: quando começa e quando termina? A 
Constituição protege os direitos, mas não estabelece um 
limite para o que se considera um limite ou um fim. A 
única proibição expressa na CF é a pena de morte, que 
pode acontecer somente em caso de guerra, art. 84, XIX / 
art. 5º, XLVII 
 
A CF não prevê aborto ou eutanásia; ela deixou as 
proibições para a legislação ordinária. 
 
“Caso arquivado”: morte assistida, e não eutanásia. 
 
Essência do federalismo: modelo americano 
 
Discussão pós-constituição 
A pena de morte foi abolida na Proclamação da 
República, mas volta no Estado Novo e com o AI5 (68) 
 
E quanto à integridade? 
É proibida qualquer forma de tortura 
Art 5º, XLIX, XLI 
 
ADPF: argüição por descumprimento de preceitos 
fundamentais 
 
Art. 5º, caput: PF ou PJ 
 
Direito de 4º geração: reprodução assistida 
 
O direito à vida tem uma conotação religiosa 
 
Habermans: teoria da ação comunicativa dos povos 
 
Direito à propriedade: a dignidade da pessoa humana 
está relacionada com esta. Não é mais a liberdade 
individual. É a base de todo processo revolucionário. 
Locke: afirma. Rosseau: nega. A grande questão é a 
função social da propriedade prevista na CF de 46. Tem 
limitação, e esta é a sua função social. Jango: reforma 
agrária. 
 
O limite constitucional é que afeta todas as formas de 
propriedade 
IPTU + baixo ou + alto 
 
Pornografia / limitação 
As limitações são analisadas em leis específicas 
 
======================= 
 
TRABALHO DA PROFESSORA CLAUDIA: 
 
A ser entregue daqui a DUAS SEMANAS, tendo de 5 a 
20 paginas, citar propriamente a bibliografia, incluindo 
Internet, desde que cite. 
 
Temas do trabalho: 
 - Vida, liberdade, igualdade e propriedade. 
 
Grupos de 4 alunos 
 
======================= 
 
Dignidade da pessoa humana é fundamento do Estado, e 
inclui a "morte digna". A CF protege os direitos das 
pessoas; ela não estabelece limites com relação a início e 
fim. A única limitação expressa é sobre a pena de morte - 
Art. 84 - XIX. E Art. 5, XLVII. Obs.: não trata sobre aborto 
e eutanásia - proibição pelo CP, e não pela CF. 
 
- Consumo x avanço tecnológico x aumento da 
expectativa de vida. 
- morte assistida (indução à morte) 
 
Caso Terri Schiavo: crise dos EUA - modelo 
FEDERALISTA x independência do poder Judiciário 
estabelecido pela CF - centralização de poder no poder 
executivo. 
 
Matéria de Direitos e GarantiasFundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 8 
Se não levássemos em consideração a legislação em 
vigor nos diversos países, a professora Claudia tem a 
seguinte opinião pessoal sobre o caso Schiavo 
(perguntado por Furlani): todo ser humano deveria ter o 
direito de decidir (previamente, claro) sobre sua própria 
morte assistida em caso de morte cerebral. 
 
- Abortos permitidos em hospitais públicos. 
- Estupro: preservação da dignidade humana da mãe, 
acima do direito à vida do feto. 
 
O caput do Art. 5º da CF serve também PARA PESSOAS 
JURÍDICAS, não só para pessoas físicas. Quando se 
fala, por exemplo, a respeito dos e-mails enviados por 
funcionários de empresas, e o respectivo rastreamento 
desses e-mails pelas empresas. 
 
Na prova, numa questão que peça para falarmos sobre a 
limitação à vida, não é para fazer uma linda dissertação 
apenas sobre a eutanásia e o aborto... É muito mais 
amplo, e deve incluir tudo o que foi dado em aula. 
 
CLONAGEM E CÉLULAS-TRONCO: é um assunto que 
diz respeito ao direito a CESSÃO DA VIDA. Isso suscita 
até um debate anterior: o da inseminação artificial, que é 
um direito de quarta geração, definido pela ONU, assim 
como a inclusão digital. Às vezes, o que é considerado 
"vida" em uma sociedade, não é considerado em outra 
sociedade. 
 
A grande dificuldade dos direitos humanos, é a 
"universalidade" dos direitos fundamentais. É muito útil 
aos alunos ler o autor Habermas, que é alemão, e está 
vivo; é um grande defensor do direito público. 
 
DIREITO À PROPRIEDADE 
 
Isto vem desde a Revolução Francesa e sua tríade. A 
dignidade da pessoa humana deve-se relacionar também 
com o direito à propriedade. Mas, essa "propriedade" não 
é mais aquela propriedade INDIVIDUAL que o rei retirava 
dos outros. É a base de todo o processo revolucionário, 
explicado por Locke na sua teoria. Não tem nada mais 
estudado, pelo Direito, do que o direito à propriedade. 
Mas, colocar esse direito à propriedade no Art. 5º, tem 
sim a conotação LIBERAL da Rev. Francesa, mas vai 
além. A grande questão é: FUNÇÃO SOCIAL!!! 
 
Ao falarmos de FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, 
tem gente que acha que é só "propriedade rural", mas 
não é. Ela estava prevista na CF de 1946 porque faz 
parte da passagem para o Estado Democrático de Direito, 
pelo qual os direitos sociais estão acima dos direitos 
individuais. Sempre cai em prova, na forma de 
dissertação: o direito à vida, propriedade, liberdade. 
 
A GRANDE LIMITAÇÃO DESSE DIREITO À 
PROPRIEDADE É JUSTAMENTE A FUNÇÃO SOCIAL 
DA PROPRIEDADE, que também já foi problema antes 
da Guerra Civil Espanhola, pois estava em sua CF de 
1932. 
 
Função SOCIAL da PROPRIEDADE é uma limitação e 
um comando constitucional, que afeta toda a estrutura do 
direito à propriedade: de TODO TIPO de propriedade. A 
CF prevê é uma limitação que seja um "norte" para todos 
os tipos de propriedade. Exemplo: a função social é 
alegada quando é interpretada pelo JUDICIÁRIO. No 
caso da propriedade urbana, o IPTU diz respeito à 
FUNÇÃO SOCIAL. 
 
Ao colocarmos limitações à propriedade intelectual 
veiculada na Internet: a Juliana resolveu fazer sites 
"pornôs", para ganhar dinheiro. Pornografia "infantil" não 
pode. E a outra, pode? Essas limitações são dadas por 
leis específicas. Vai ter de ser analisado em cada caso 
concreto. 
 
Aula do dia 14/4/2004 
FALTEI 
(Matéria gentilmente cedida pela aluna Cláudia 
Ribeiro) 
 
Garantia ao direito de propriedade, direito liberal, de 
cunho individual, preservado pela uma ordem maior 
→princípio da ordem econômica – art. 170. A função 
social é o que diferencia a Constituição de 1988. 
Todos os tipos de propriedade têm proteção. O objetivo 
do Art. 5º é mostrar que não se trata mais só de 
propriedade urbana, imobiliária, de fábricas. 
Existem várias menções de proteção ao direito de 
propriedade. A nossa Constituição é transformadora, pois 
a partir dela se modificou a concepção de propriedade. 
No direito civil propriedade é o uso, gozo, disposição de 
bens, sempre de acordo com o texto constitucional. O 
direito de propriedade não fica sob exclusividade do 
direito civil, mas também do direito penal, tributário, 
administrativo. 
Tendo a Constituição por ponto fundamental, há limites 
ao direito de propriedade que são de caráter privado. 
Exemplo: normas de vizinhança. Existem limitações de 
caráter público, administrativo, urbanístico (para 
construção civil). Existe a preferência de alienação de um 
bem, à servidão, desapropriação. O latifúndio produtivo 
pode ser desapropriado mesmo sendo produtivo, com 
relação ao MST, reforma agrária. Pode ser desapropriado 
para uma rodovia, interesse público justificável com justa 
e prévia indenização. 
 
Direito de propriedade 
Art. 5º - Constituição liberal 
XXIII – função social 
 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 9 
Princípio da ordem econômica – art 170 
- direito individual 
- art. 5º, XXIV a XXX, 170 II e III, 173, 177, 178, 182, 183, 
184, 185, 186, 191, 222 
 
A constituição diz que temos que garantir a função social 
da propriedade. Inclusive a reforma agrária é baseada na 
função social da propriedade. O constituinte não definiu 
função social da propriedade, ao prever de forma aberta, 
traz um limite constitucional para toda a estrutura de 
propriedade. A função social mostra a transformação do 
direito de propriedade, afeta o direito de propriedade. Na 
diferença caso a caso, a preocupação do constituinte foi 
dar direitos ao proprietário. 
 
 
Aula do dia 5/5/2005 
 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
Direitos políticos dizem respeito a uma outra proteção do 
indivíduo que ainda não vimos. Por que estamos falando 
deste tipo de proteção? O primeiro rol de direitos que já 
vimos partem do princípio de que são uma proteção 
CONTRA O ESTADO: uma não-intromissão do Estado. 
 
Já os direitos políticos dizem respeito a uma PROTEÇÃO 
DA INTERVENÇÃO DO ESTADO. E tudo isto deve ser 
pensado juntamente com outra proteção dos direitos do 
indivíduo. Por que falamos de "direitos políticos"? É uma 
proteção do indivíduo relativa à sua NECESSÁRIA 
PARTICIPAÇÃO NAS TOMADAS DE DECISÃO, E DO 
PRÓPRIO RUMO, DO ESTADO. 
 
É o direito que os indivíduos têm de participar na "polis", 
desde a Grécia. Mas estes direitos, até o início da Idade 
Moderna, estiveram restritos a uma pequena parcela da 
população. Esses grupos de pessoas detinham direitos 
de participação devido à sua origem, à sua condição 
econômica, ou em virtude de algum título outorgado pelos 
governantes (caso dos condes, barões, reis). 
 
Essa restrição à participação política fica com o clero e a 
nobreza: os dois estamentos que compõem a política do 
Estado Moderno, que se torna absolutista, e fica mantido 
o caráter restrito da participação política. Antes de Jean 
Bodin não se falava em Estado, por isso tais direitos de 
participação ficam restritos ao clero e à nobreza até a 
Revolução. 
 
Sem a representação, do Parlamento, não deveria haver 
a possibilidade de cobrança de tributos. Uma vez que 
"todos são iguais", como cidadãos, é necessário garantir 
a participação política do indivíduo, e portanto do seu 
papel na tomada de decisão do Estado - e para isso é 
necessário colocar tal questão na Constituição. 
 
É por meio da REPRESENTATIVIDADE que constituímos 
um poder específico para que o Poder Constituinte possa 
redigir a Carta Magna. Esse processo, que desencadeia a 
idéia de representatividade como um DIREITO 
FUNDAMENTAL para a participação política, é 
importante mas NÃO ESGOTA a participação política do 
indivíduo. Fica ela concentrada em alguns, que exercem 
tais direitos mais do que outros. 
 
Num segundo momento, a BURGUESIA passa ter 
direitos políticos, por via da representatividade- pelo 
VOTO CENSITÁRIO, ou seja: a partir do que se ganha, 
era possível participar. Num momento seguinte, o poder 
político é exercido pela VONTADE POPULAR, que 
continua, entretanto, sendo restrita. 
 
Agora, vamos definir quem é o detentor de direitos 
políticos. Temos, nos Artigos 12 a 14, a ATRIBUIÇÃO de 
direitos políticos. Quem possui, hoje, DIREITOS 
POLÍTICOS? 
 
Quem é "POVO"? Existem várias conotações. É uma 
acepção restrita aos DETENTORES DE DIREITOS 
POLÍTICOS. "Povo" é o conjunto de CIDADÃOS do 
Estado. E o que é "cidadão" do Estado? É um conceito 
jurídico. Eles preenchem uma condição indispensável: ter 
NACIONALIDADE, que se adquire por TRÊS formas: 
nascimento, vínculo de sangue, e naturalização. A 
nacionalidade é um fundamento para a aquisição de 
direitos políticos, mas não é o único. 
 
É necessário que todos os requisitos estejam 
devidamente previstos no texto condicional. Eles podem 
ser atribuídos de forma ativa e de forma passiva. Está na 
CF: "facultativamente". Além do fator etário, há a 
condição dos soldados das Forças Armadas, que não 
podem exercer direitos políticos enquanto estiverem 
servindo às Forças Armadas. 
 
Forma passiva: possibilidade de ELEGIBILIDADE. Via de 
regra, TODOS podem ser elegíveis. A CF coloca a 
restrição de idade e sobre a descompatibilização com o 
cargo público que ocuparem, até seis meses. Os 
analfabetos não podem ser eleitos. 
 
A PERDA dos direitos políticos se dá apenas com a 
perda da NACIONALIDADE, declarada em sentença do 
STF - Supremo Tribunal Federal. Ninguém PERDE a 
nacionalidade; o que se perde são os DIREITOS 
POLÍTICOS. 
 
Pode ocorrer de alguém, ao casar com um estrangeiro, 
ser obrigado a RENUNCIAR à sua nacionalidade original. 
A suspensão dos direitos políticos fica em vigor somente 
por determinado prazo, depois do qual o cidadão retoma 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 10 
tais direitos. No direito internacional existem disposições 
para não deixar nenhum indivíduo SEM nacionalidade. 
 
Exemplo do Tribunal de Direitos Humanos de 
Estrasburgo, acerca do avanço do sistema internacional 
de direitos humanos, em que uma iraniana casada com 
uma alemão, ao se separar, foi obrigada a sair da 
Alemanha, perdendo seu visto alemão do passaporte. Foi 
apelando e apelando, mas até a mais alta corte da 
Alemanha manteve a decisão, sendo rejeitada apenas 
pela Corte da União Européia. 
 
Como não pode haver criança apátrida, atribui-se 
nacionalidade de onde quer que seja. Opinião da 
professora: "cláusula pétrea" fala no próprio direito à 
participação pelo voto - Art. 60, Parágrafo 4: voto secreto, 
direto, ... 
 
SOBERANIA DA REPRESENTAÇÃO: 
Questão do Poder CONSTITUINTE: o grande perigo da 
teoria do poder constituinte foi transformar a 
representação da soberania, em "SOBERANIA DA 
REPRESENTAÇÃO". A teoria do Poder Constituinte foi a 
fórmula mais interessante para resolver o "problema" da 
representação. Logo nas primeiras constituições o 
problema veio à tona: assim que empossado, o 
representante se distancia de suas promessas e trata de 
defender seus próprios interesses. Com o "abuso" das 
emendas constitucionais, ocorre justamente a "soberania 
da representação". 
 
Mecanismos de "correção” desses processos contra a 
soberania da representação: PLEBISCITO e 
REFERENDO. Sua aplicação é extremamente difícil: no 
mínimo um milhão de eleitores, distribuídos por CINCO 
Estados da Federação. 
 
O conceito de cidadania é um conceito jurídico-político 
muito restrito, que vem sendo usado de forma 
indiscriminada. O conceito "cidadania" vem sendo usado 
impropriamente. Cidadania, propriamente, é fazer USO e 
GOZO DOS DIREITOS POLÍTICOS. Qual é o grande 
problema disso? É que os cidadãos, normalmente, NÃO 
SABEM QUAIS SÃO SEUS DIREITOS POLÍTICOS, nem 
como exercê-los. 
 
Sem a liberdade de expressão e a garantia de liberdade 
de expressão, será quase impossível saber dos direitos 
políticos. É por isso que a cidadania vem se convertendo, 
praticamente, em SINÔNIMO DE "DIREITOS 
HUMANOS". Não existirá participação política efetiva se 
as pessoas não tiverem consciência dos seus direitos 
políticos. 
 
Pergunta de prova - dissertação: "O que é 
cidadania?" 
 
CONCEITO DE DIREITOS POLÍTICOS extraído do livro 
do Alexandre de Morais, fornecido pela Maria Sousa e 
Michele Souza, da Turma 4ºS: 
É o conjunto de regras que disciplinam as 
formas de atuação da soberania popular conforme 
preleciona o caput do art. 14 da Constituição Federal. 
São direitos públicos subjetivos que investem o indivíduo 
no status activae civitatis, permitindo-lhe o exercício 
concreto da liberdade de participação nos negócios 
políticos do Estado, de maneira a conferir os atributos da 
cidadania. – ““... prerrogativas, atributos, faculdades ou 
poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de 
seu país, intervenção direta ou indireta, mais ou menos 
ampla, segundo a intensidade do gozo desses direitos. 
São o Jus civitatis, os direitos cívicos, que se referem ao 
Poder Público, que autorizam o cidadão ativo a participar 
na formação ou exercício da autoridade nacional, a 
exercer o direito de vontade ou eleitor, o direito de 
deputado ou senador, a ocupar cargos políticos e a 
manifestar suas opiniões sobre o governo do Estado. 
Tais normas constituem um desdobramento do 
princípio democrático inscrito no Art. 1º, Parágrafo Único 
da CF, que afirma todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente. 
 
Dia 13/5/2005 
Não houve aula 
 
Aula do dia 19/5/2005 
 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Esta expressão designa os “direitos-garantia” que servem 
de instrumento para a efetivação da tutela, ou proteção, 
dos direitos fundamentais. Essa proteção é confiada 
essencialmente ao Judiciário. A CF de 1988 prevê em 
seu Artigo 5º , incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, 
LXXIII, além da ação civil pública no Art. 129, III para 
proteger o meio ambiente. 
 
1) DIREITO DE PETIÇÃO (nos moldes do exercício feito 
pelo Prof. Peixoto, e que não deu em nada: não tivemos 
resposta): 
Este, é um remédio “NÃO JUDICIAL”: Art. 5º, inciso 
XXXIV. Consiste no poder de dirigir a uma autoridade um 
pedido de providências, ou de intervenção, em defesa de 
seus direitos ou de interesses, sejam próprios ou 
coletivos. 
 - Mandado de Segurança 
 - Ação por crime de responsabilidade 
 
2) DIREITO A CERTIDÕES 
 Todos precisamos de certidões para garantir os 
processos judiciais, para tomar posse de cargos públicos, 
etc. 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 11 
 E se houver negação à expedição de uma certidão? 
Cabe, mais uma vez, MANDADO DE SEGURANÇA. É 
outro direito consagrado na nossa Constituição. 
 
 O mandado de segurança é uma "garantia da garantia" 
da resposta do poder público, e é muito "esquecido" pelas 
pessoas, que se acostumaram a simplesmente não ter 
resposta do poder público. 
 
3) HABEAS CORPUS 
 Art. 5º, inciso LXVVIII da CF. Protege exclusivamente a 
liberdade de locomoção: o direito de ir e vir (e ficar). 
 Para que serve? Essa expressão significa "corpo livre". 
Esse corpo livre significa a impossibilidade de "retenção” 
do indivíduo, de "coação” do indivíduo. O habeas corpus 
fazia as vezes da exigência da liberdade do indivíduo 
frente ao poder público. A origem da consagração do 
habeas corpus é britânico: a Magna Carta de 1815, que 
era um limite ao poder do rei, nos moldes do feudalismo. 
O rei, além de tributar as terras dos NOBRES, também 
estava mandando prender por falta de pagamento dessas 
"dívidas" dos tributos. O Amendment Act de 1679: 
grandes piratas que queriam as terras dos espanhóis. 
Assim,o habeas corpus visava "evitar prisões em 
ultramar". A partir de 1891, quase TUDO no Brasil é 
CÓPIA do Modelo Americano: a bandeira, "estados 
unidos", estrelinhas, "federativa" e até o habeas 
corpus. 
 
Existem duas alternativas, ou antes ou depois da prisão: 
 
 - Preventivo: ante a possibilidade de prisão do PC 
Farias, impetra-se um habeas corpus para evitar essa 
prisão. O h.c. Preventivo é usado para EVITAR o direito à 
locomoção e à liberdade individual. Obviamente, pode 
haver ABUSO no uso deste instituto, e caberá à 
autoridade judicial averiguar no caso concreto se haverá 
ou não algum abuso. 
 O habeas corpus, na sua origem, tinha uma aplicação 
muito mais ampla do que o é hoje. Exemplo interessante 
da professora: ela fez parte do primeiro Dia do Pendura 
em Brasília, em 1985. Como os alunos tinham muito 
medo, eles chamaram a imprensa, todos fizeram um 
discurso elogiando o restaurante, com um habeas corpus 
no carro. Não ocorreu nada, mas foi uma experiência 
bem-sucedida. Outro exemplo: um paciente que fica 
RETIDO em um hospital porque o paciente não podia 
pagar a conta. Cabe habeas corpus? NÃO É CASO DE 
HABEAS CORPUS: É "CÁRCERE PRIVADO", e cabe 
Boletim de Ocorrência, prisão do diretor do hospital, etc. 
 
 - Suspensivo/repressivo: 
 
4) MANDADO DE SEGURANÇA 
 
 O Mandado de Segurança entra em 1934 no 
ordenamento jurídico brasileiro, cuja CF incorpora os 
direitos sociais e o mandado de segurança. É uma 
criação brasileira. Atualmente está previsto no Art. 5º, 
inciso LXIX. 
 Hoje, o mandado de segurança serve exclusivamente 
para garantia de DIREITO LÍQUIDO E CERTO. O que é 
isso? São direitos "certos", que não precisam provar 
nada. São os direitos que já estão lá no texto 
constitucional. Exemplo: concurso público - costuma ser 
alvo de mandado de segurança. Por quê? O edital do 
concurso diz: idade - 18 anos. A pessoa fez a prova com 
17, e completa 18 no dia da posse. O edital não 
especificou nada a respeito, e o nome daquele candidato 
que seria aprovado não foi chamado; o equívoco foi do 
Edital, que não especificou O DIA para se ter 18 anos 
completos, se no dia da prova ou no dia da posse. 
 Após o Estatuo do Idoso, é provável que haja muitos 
mandados de segurança. Os concursos costumam 
DISPOR LIMITE DE IDADE, MAS ISSO É 
INCONSTITUCIONAL; portanto, surgirão muitos 
mandados de segurança. É violação de direito líquido e 
certo previsto na CF. 
 
Cairão na PROVA estes REMÉDIOS 
CONSTITUCIONAIS CERTAMENTE!!! 
 
O mandado de segurança pode ser INDIVIDUAL ou 
COLETIVO (CF, Art. 5º, inciso LXX). A partir de 1988, 
este instituto vem coletivamente também. Significa que a 
OAB pode entrar com mandado de segurança. Na 
elaboração da CF de 1988, houve um embate entre 
Sarney e o Poder Constituinte, sobre se seria 4 ou 5 anos 
de mandato presidencial. O interessante foi que o Antonio 
Carlos Magalhães foi à TV, sem nenhum nexo, fazer uma 
tentativa de desmoralizar o instituto do mandado de 
segurança coletivo. [Nota do Furlani: o Prof. Manoel 
Gonçalves Ferreira Filho afirma em sua obra que “o texto 
constitucional trata um instituto novo, desconhecido da 
doutrina, como se fosse algo com que todos tivessem 
convívio. ... o preceito citado não diz a que vem o 
instituto, cuida apenas da legitimação para a sua 
impetração.”] 
 
Existe uma medida, que é uma LIMINAR. Digamos que o 
juiz esteja julgando o mandado de segurança, mas a pilha 
de coisas para ele julgar está muito grande. Mas, dada a 
urgência da proteção de algum direito, o juiz pode dar a 
LIMINAR para que a possível lesão ao direito seja 
inviabilizada, desde que haja um de DOIS CRITÉRIOS: 1) 
o pedido é muito relevante, ou 2) o dano será irreparável 
se não for julgado dentro de certo prazo. 
 
Alerta da professora Claudia: como poderemos continuar 
avaliando a produção judicial por NÚMEROS? É só por 
"números"? Não é possível, pelo grau de complexidade 
social hoje em dia que é tamanho. Resta-nos ver em que 
dará o "Controle Externo da Magistratura". 
 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 12 
É bom os alunos acompanharem esta matéria, do 
chamado "Controle do Judiciário". Temos juízes, nas 
periferias, com 14.000 processos pendentes. O 
Boaventura de Souza Santos é um GRANDE 
PESQUISADOR, sério; aquela pesquisa encomendada 
pelo BID que saiu divulgada na mídia segundo a qual o 
número de juízes por habitante no Brasil estaria em um 
nível recomendado pela ONU, é totalmente questionável. 
 
5) MANDADO DE INJUNÇÃO: é uma garantia nova da 
CF de1988. Art. 5º, LXXI da CF. 
 Para que serve? Como temos, às vezes, "normas de 
eficácia limitada", este instituto vai garantir a aplicação 
das normas constitucionais. A CF 1988 tentou incorporar 
o que havia de mais moderno no mundo para "garantir as 
garantias" constitucionais. 
 O mandado de injunção não busca reparar uma 
ilegalidade ou uma lesão. É o contrário: é a falta de 
atuação do poder público que impede que eu exerça um 
direito contido na CF. É uma garantia INDIVIDUAL de 
cada cidadão. Exemplo de mandado de injunção: direito 
de greve dos servidores públicos. Aqui, temos o "controle 
de constitucionalidade", e também o "eu fiz greve, quero 
fazer greve". Aqui, demanda-se uma ação perante o 
SUPREMO para o controle. É MAIS do que um mandado 
de segurança. É uma ordem para FORÇAR o poder 
público a legislar para garantir meus direitos. 
 O Judiciário vai dizer: “Hei, Poder Legislativo, está 
faltando aqui a norma regulamentadora do direito de 
greve contido na nossa CF!”. Às vezes, falta apenas um 
Decreto regulamentar. 
 Pode-se usar um MANDADO DE INJUNÇÃO para 
garantir que o menino de 7 anos lá do interior de SP 
tenha garantida a sua vaga na escola pública. Devemos, 
TODOS, ESTUDAR MAIS O MANDADO DE INJUNÇÃO. 
 O que o Supremo faz? Quando se entra com mandado 
de injunção, dizendo que está faltando uma norma, ele 
diz: "para este caso, deve-se proceder assim e assado". 
O Supremo vai decidir no caso concreto, como se fosse o 
Legislativo. 
 O mandado de injunção é instrumento 
poderosíssimo!! Ele é pensado para direito individual, 
coletivo, político e social: direito à saúde, educação, 
moradia, trabalho, etc. 
 O mandado de injunção é dirigido DIRETAMENTE AO 
SUPREMO. 
 O direito não está contido EXCLUSIVAMENTE na lei. 
O Judiciário, portanto, é criado de direito! 
 PRAZO: a autoridade que deve legislar "deveria" se 
pronunciar em 30 DIAS!!! Mas NÃO EXISTE NENHUMA 
SANÇÃO! Ou seja, é um absurdo! Isso ensejaria uma 
pequena reforma processual. 
 
6) HABEAS DATA 
 É o DIREITO DE INFORMAÇÃO. Art. 5º, LXXII. É o 
direito que eu tenho de saber de MIM MESMO, no 
registro mantido a meu respeito, sobre a minha pessoa, 
pelo Poder Público. Porém, isso é PERSONALÍSSIMO. E 
se a pessoa foi torturada e morreu? O Supremo entende 
que os cônjuges podem corrigir essas informações. Hoje, 
o problema é com o sistema de proteção ao crédito. 
Podemos entrar com habeas data, para dizer: "eu paguei, 
tirem meu nome daí", mas o habeas data é demorado 
demais para isso. 
 Se pensarmos no que temos hoje de VIOLAÇÃO DE 
INTIMIDADE E PRIVACIDADE DOS NOSSOS DADOS, é 
muita violação. A professora ainda não descobriu como 
usar o habeas data nestes casos. 
 
7) AÇÃO POPULAR 
 É uma garantia instrumental em razão de tutelar pelo 
menos um direito fundamental: o DIREITO ao MEIO 
AMBIENTE ADEQUADO, bem como ao PATRIMÔNIO 
HISTÓRICO E CULTURAL. Art. 5º, LXXIII da CF. A tutela 
do meio ambiente é apenas um dos possíveis objetivos 
de uma ação popular. Pode ser proposta legitimamente 
por QUALQUER CIDADÃO (o nacional no gozo dos 
direitos políticos), qualquer membro do povo. Pela Lei 
4.717/1965 (Art. 11), é patente a natureza 
CONDENATÓRIA da ação popular, ou seja: a decisãoque der invalidade ao ato condenará a perdas e danos os 
responsáveis pela prática do ato e seus beneficiários. 
[Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos humanos 
fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] 
 
8) AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 Como a ação popular, a ação civil pública não é 
verdadeiramente uma garantia constitucional, mas faz as 
vezes de na hipótese consagrada no Art. 129, III: “Para a 
proteção do patrimônio público e social, do meio 
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. 
 A ação civil pública foi instituída pela Lei 7.347 de 
24/07/1985, e resolve, em parte, a questão da proteção 
dos interesses difusos e coletivos. A legitimidade para 
esta ação cabe ao MINISTÉRIO PÚBLICO, que atuará 
como FISCAL DA LEI e não como parte. A ação civil 
pública objetiva a indenização pelo dano causado, 
destinada à reconstituição dos bens lesados. Outro 
objeto: o cumprimento da obrigação de fazer ou de não 
fazer, o que será determinado pelo juiz, sob pena de 
multa diária. [in Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos 
humanos fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] 
 
 
Aula do dia 2/6/2004 
 
Prova de fim de semestre: 70% será uma dissertação. 
30% de respostas rápidas, V ou F. Exemplo: teremos de 
relacionar cidadania, globalização, soberania, numa 
mesma dissertação. Exemplo de temas desta matéria: 
FEBEM, aborto, fome no Brasil, MST, a violência numa 
sociedade democrática, manipulação do discurso político 
para as massas, etc. EUTANÁSIA - tema típico de prova. 
 
Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 13 
Bibliografia para a prova: 
- Alexandre Morais: “é o que há”. 
 
Para se aprofundar: 
- Flavia Piovesan: é a melhor 
- Fabio Konder Comparato 
 
Além disso, o livro do Manoel Gonçalves Ferreira Filho, 
Direitos Humanos Fundamentais, dá um bom panorama 
sobre os direitos fundamentais na CF brasileira, apesar 
de ser conciso demais. 
Recomendação do filme do "Quilo", que fala sobre os 
gastos públicos, direitos humanos, e substituição do 
Estado pelas ONGs. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FURLANI TRADUÇÕES 
Traduções juramentadas em todas as línguas 
 
Fernando Furlani 
Tel.: (11) 9770-6800 
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