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Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 1 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS I Semestre de 2005 Direito - Mackenzie SUMÁRIO DIREITOS FUNDAMENTAIS E CIDADANIA .............................................2 Quanto aos direitos do CIDADÃO .................2 DIREITOS DE PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA GERAÇÃO (modernamente, de QUARTA Geração)..................................................5 DIREITO – IGUALDADE ..................................5 DIREITO À VIDA ..............................................7 DIREITO À PROPRIEDADE ............................8 DIREITOS POLÍTICOS.....................................9 SOBERANIA DA REPRESENTAÇÃO...........10 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ..................10 1) DIREITO DE PETIÇÃO ..............................10 2) DIREITO A CERTIDÕES............................10 3) HABEAS CORPUS ....................................11 4) MANDADO DE SEGURANÇA...................11 Cairão na PROVA estes REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS CERTAMENTE!!!...................................11 5) MANDADO DE INJUNÇÃO .......................12 6) HABEAS DATA..........................................12 7) AÇÃO POPULAR.......................................12 ================================== FURLANI TRADUÇÕES Traduções juramentadas em todas as línguas Fernando Furlani Tel.: (11) 9770-6800 furlani.tradutor@gmail.com ================================== 1ª aula: dia 17/02/2005 O programa foi reformulado. Os professores agora precisam apresentar seus programas e planos de aula, semana a semana. A professora vai entregar à Beth Schön, representante de classe. Esta disciplina é diferente das demais. Como esta disciplina trata essencialmente de valores, as discussões tendem a ser muito acaloradas. Veremos as linhas de estudo, os documentos importantes. Hoje, o nosso modelo é a CF de 1988. Veremos somente o "principal": direitos à vida, propriedade, etc.; e a parte mais prática de direitos humanos: os remédios constitucionais (mandado de segurança, ação popular, habeas corpus, etc.). O método continua o mesmo: a professora selecionou alguns textos, que estão no xérox. Um deles é a questão sobre as crianças que nascem sem cérebro, diretamente relacionada à nossa matéria. Hoje em dia, as organizações e ONGs em geral vêm substituindo cada vez mais o papel do Estado, que se afasta. Entretanto, os conceitos contidos na doutrina não se coadunam com a realidade. FLAVIA PIOVESAN: procurar tudo o que for dela, pois ela é "a" profissional de destaque na nossa matéria. Titular da cadeira de Direitos Humanos da PUC. Escreve artigos e críticas sobre o tema. BIBLIOGRAFIA: "Direitos Fundamentais". Alexandre Morais - Secretário de Justiça. Alexandre cita jurisprudência em seu manual. "Manual de Direitos Humanos Fundamentais", de Manoel Gonçalves Ferreira Filho: é muito didático e conciso. Avaliação: todos fazem um trabalho, em grupos pequenos, e os melhores serão apresentados à sala. Prova de fim de semestre: 70% será uma dissertação. 30% de respostas rápidas, V ou F. Exemplo: teremos de relacionar cidadania, globalização, soberania, numa mesma dissertação. Exemplo de temas desta matéria: FEBEM, aborto, fome no Brasil, MST, a violência numa sociedade democrática, manipulação do discurso político para as massas, etc. EUTANÁSIA - tema típico de prova. Se a prova intermediária for indispensável, 30% serão de responder/completar, e 70% de perguntas objetivas. Nossa matéria trata do quê? Sempre existiram direitos humanos? Temos essencialmente dois paradigmas no nosso direito: jusnaturalismo e positivismo. Jusnaturalismo: é uma visão naturalista dos direitos que o homem teria. Exemplo: Aristóteles, "todo amor tem direito ao exemplo mais puro". Toda essa concepção é incorporada ao direito romano. Este volume de informações sobre o que é e o que não é "natural", é cristianizada, pois Roma se torna cristã, e o direito passou a ser ditado pela Igreja. Portanto, SIM: fala-se de "direitos humanos" desde a Antiguidade. Até chegarmos aos Contratualistas, que afirmam que alguns direitos são fundamentais. O conceito de o que vem a ser direito "inalienável, intransferível, etc.", vai mudando com as transformações Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 2 histórico-sociais. Exemplo: num futuro não distante, poderemos ter: "Todo ser humano tem direito a uma única clonagem". Aula do dia 3/03/2005 A professora Claudia nos deu um retorno sobre a nossa primeira aula, em que ela pediu aos alunos que colocassem suas opiniões sobre o que viria a ser "direitos humanos" e "direitos fundamentais". Temos uma visão do direito que, essencialmente, até o período liberal, orientados pelo direito jusnaturalista, e depois pela natureza da proteção divina, e, por último, teríamos direitos que são assegurados por um "pacto social" - que vai resultar na idéia de CONSTITUIÇÃO que temos até hoje. Isso resulta no estudo do direito orientado "ao que é FUNDAMENTAL ao ser humano". Teremos um conjunto de VALORES, conjunto esse considerado essencial para o ser humano. O Estado serve para "TODOS". De fato, nunca foi, realmente, para todos. Veremos que a doutrina falará muito de direitos "fundamentais", e não "humanos". São "fundamentais", porque cabe ao Estado preservar. Refere-se àquilo que foi positivado, colocado por escrito como "fundamental", e que o Estado deverá proteger. Que documentos conseguimos lembrar que asseguram direitos fundamentais? - A Magna Carta - o que ela tem de essencial? Pela história do Robin Hood: furtava dos ricos para dar aos pobres. João Sem Terra começou tributar excessivamente as terras dos nobres. Estes nobres fazem um pacto com o monarca. É um pacto com um estamento com a monarquia, do ano 1215. Esse pacto vai assegurar alguns direitos, e a Magna Carta se torna um símbolo dos direitos fundamentais. Começamos a desenvolver a idéia de que é necessário colocar POR ESCRITO os direitos essenciais, que são exercidos frente a quem usurpa esses direitos: o ESTADO. Ao longo da história temos alguns documentos importantes para o estudo dos direitos fundamentais. Depois da Magna Carta, temos as LIBERDADES PÚBLICAS. Locke dizia que temos a liberdade garantida pelo Estado. Rousseau: somente se pode garantir a liberdade mediante o Estado. Neste período, chamam-se LIBERDADES PÚBLICAS: são válidos PARA TODOS. Mas realmente tais direitos eram para todos? Não. A Magna Carta era para apenas um grupo, um estamento. Não existe o sentido de "universalidade" de direitos. Temos a Manifestação de Virginia, a Bill of Rights, a Constituição Americana, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, todos esses, pré-Século XIX, que asseguram direitos frente ao Estado - ao Poder Político. Mas são direitos que pertencem, no máximo, a um estamento, ou à idéia de indivíduo frente ao Estado e, por outro lado, o indivíduo que faz parte do PODER POLÍTICO. DIREITOS FUNDAMENTAIS E CIDADANIA: são a mesma coisa; a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 veio separar tais conceitos pela primeira vez, sendo, pois um documento de suma importância para o estudo do direito constitucional e dos direitos humanos. Trata-se de uma “declaração”. Declaram-se direitos, para serem recordados. Declaração presume “preexistência”: estes direitos declarados são os que derivam da NATUREZA HUMANA; sendo, portanto, NATURAIS. [Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] Quanto aos direitos do CIDADÃO: estes direitosdo cidadão, de fato são PODERES. São a expressão moderna da “liberdade dos antigos”, ou seja, são meios de participação no exercício do Poder Público. Incluem-se aqui os direitos de participar da “vontade geral” (Art. 6º) ou de escolher representantes que o façam, de consentir no imposto (Art. 14), de controlar o dispêndio do dinheiro público (Art. 14), de pedir contas da atuação de agente público (Art. 15). Esse rol de direitos tem um caráter essencialmente NEGATIVO, ou seja: é uma afirmação de que o Estado não intervém nesses direitos que são meus, como INDIVÍDUO. Eu tenho a liberdade de expressão, de ir e vir, minha vida não pode ser tirada pelo Poder, se eu for preso por qualquer motivo eu tenho o habeas corpus. Aí é que está a idéia de INDIVÍDUO (independentemente da comunidade). São DIREITOS INDIVIDUAIS. De caráter NEGATIVO, por quê? O Estado não intervém para invadir a privacidade e a segurança do indivíduo. Os direitos à vida, liberdade, propriedade: são suficientes? Se pensarmos como "indivíduo", sim, são suficientes. Daí derivam todos os outros incisos. O que acontece durante o Séc. XIX? A Revolução Industrial, que enseja o quê? Continua suficiente o rol de direitos acima? Não. O direito é "meu" e "nosso". Exemplo: a mulher não tinha direito de ter um trabalho assalariado. A partir da Rev. Industrial, o Estado não deve somente se AFASTAR para garantir direitos, e sim ele deve INTERVIR para GARANTIR direitos. Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 3 Veio a crítica marxista, mostrando que aqueles direitos, assegurados somente no papel, não adiantavam muito. Acabou ocorrendo uma reformulação nos direitos fundamentais, que era o princípio de um outro processo, na virada do Séc. XIX para o Séc. XX, onde o papel do Estado de assegurar direitos se transforma. É uma ótica estamental, e depois uma ótica individual NEGATIVA - o Estado não interfere. Mais tarde, tais direitos assegurados pelo Estado dizem respeito ao aspecto COLETIVO. Depois da virada do Séc. XX temos uma série de movimentos importantes para o estudo e a concepção do que são os direitos fundamentais do ser humano. A partir daí, além do COLETIVO, os direitos individuais começam a ser respeitados. Começa-se a falar em DIREITOS SOCIAIS. Não é mais o "indivíduo" o detentor de direitos, e sim A SOCIEDADE passa a ser detentora de direitos. Que documentos asseguram esses direitos à sociedade? A Constituição. Principalmente a Constituição Mexicana e a Alemã, de Weimar em 1917. Apesar de a sociedade ter tais direitos assegurados, o Estado não tem condições de assegurá-los a todos. Até as duas primeiras constituições SOCIAIS acima, a afirmação era ESTATAL: dentro das fronteiras do próprio Estado, e não para a HUMANIDADE INTEIRA. - Direitos FUNDAMENTAIS: - Assegurados pelo Estado, e também positivados. - Direitos HUMANOS: - Essenciais a todos ser humano - Valores de cada povo, mais amplos Os textos da Flavia Piovesan tratam da relatividade dos direitos humanos. Até a II Guerra Mundial, há uma preservação de direitos humanos que pertenciam a cada povo - respeitando o aspecto CULTURAL. Depois da II Guerra: há uma tendência a se demonstrar que existem direitos que são UNIVERSALMENTE ACEITOS, dando início a uma nova etapa da concepção dos direitos humanos. Não é só o Estado que deve assegurá-los; eles devem ser assegurados UNIVERSALMENTE. A discussão, ainda sem solução, é: até que ponto os aspectos culturais devem ser respeitados? Após a II Guerra mundial, existe toda uma mudança do que é universal e do que não é. Leitura Importante: a Primeira Declaração Universal dos Direitos Humanos: baixar pela Internet. É de 1948. O Brasil é membro-fundador da ONU. É o primeiro documento de caráter UNIVERSAL, que afirma que TODOS NÓS temos direitos, independentemente do nosso aspecto cultural. Houve abstenção do Bloco Soviético, que violava muitos desses princípios, por exemplo pela exploração do trabalho do homem. Essa declaração foi assinada em Paris. Roosevelt atentou para o fato de que fosse adotado o nome direitos HUMANOS, pois originalmente estava diretos "do HOMEM". Internacionalmente falando: os direitos são assegurados pelos vários tribunais internacionais. Um sistema de "proteção internacional" está adquirindo forma desde 1948, numa evolução histórica, contrapondo-se àquela proteção que cada Estado tratava de assegurar aos seus tutelados nacionais. Agora, a sociedade passa a discutir valores que são considerados universais. Trata-se de uma "UNIVERSALIDADE PROGRESSIVA DOS DIREITOS HUMANOS", com declarações de caráter universal. E a Declaração Universal da ONU? Juridicamente falando? Tem CARÁTER EXCLUSIVAMENTE DE "RECOMENDAÇÃO”. Não tem sanção. Não gera nenhuma obrigação aos Estados. E aí, o que se faz, com essa "força de recomendação”? Primeiramente: positivar tal resolução. É somente em 1988 que a CF incorpora o conteúdo daquela recomendação. São celebrados, paralelamente, depois da Declaração dos Direitos Humanos, vários pactos bilaterais, ou multilaterais. Evolui com a criação de tribunais supraestatais. Mesmo assim, não é fácil. O professor Cançado Trindade, da USP, Presidente do Tribunal de Costa Rica, de Proteção aos Direitos Humanos para a América Latina: ele afirma que o Estado acaba sendo o maior viola dor dos direitos humanos, e ainda não temos um direito PROCESSUAL que instrumentalize a demanda pela violação de direitos humanos num tribunal internacional. A decisão que acaba prevalecendo é a do Estado, de jurisdição interna, e não internacional. A Emenda 45 da CF: "passou batido" uma alteração do Artigo 5º da CF. Que alteração foi essa? O inciso 78 do Art. 5º. O Parágrafo 3 foi modificado no sentido de colocar a assinatura e a aprovação de tratados internacionais na área de direitos humanos, com valor de EMENDA à CF. Na prática, significa: na teoria dualista de incorporação de normas internacionais, entra com valor de NORMA ORDINÁRIA, e não de "emenda constitucional". Com a Emenda 45, "atropelamos" o que estava vigente até então, suscitando dois problemas: 1 - Art. 5º: mesmo para acrescentar direitos, é ou não é mais uma "cláusula pétrea"? 2 - Em se tratando de questões ambientais, ao se falar de pactos e tratados internacionais sobre meio ambiente, Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 4 eles são incorporados com valor de "emenda" à CF. Não vai para o Supremo, STJ, etc. Temos um sistema progressivo de transformação de direitos, que necessita de um instrumento PROCESSUAL. Ainda não temos um denominador comum, exceto as decisões tomadas pela ONU. A partir da próxima aula, veremos como esse sistema foi incorporado na CF brasileira, quais os instrumentos que temos, pois, AINDA, nossa proteção é INTERNA, sendo os benefícios dados pela CF. Aula do dia 10/3/2005 Flavio - MONITOR DE D.G.F. da Professora Claudia Costa E-mail: fhdconstitucional@hotmail.com Ele estuda à noite, na sala 2 - térreo - D.U.D.H. - 1948 - Proteção Internacional - CF 1988 - Proteção Jurisdicional - Direitos 1, 2, 3 gerações - Quarta Geração?? - - CF: Transformadora (Embora o Estado seja o "Grande" violador de direitos) I - Direitos Individuais - Artigo 5º II - Direitos Coletivos - Artigo 5º III - Direitos Sociais - Art. 6º e 193 e seguintes IV - Direitos de Nacionalidade - Art. 12 V - Direitos Políticos - Art. 14 ao 17 ===================== Depois da ONU, há um grande movimento para a construção dos direitos humanos. A grande dificuldade é: se existem direitos humanos que são de fatoUNIVERSAIS; e se o nosso sistema de direitos humanos NÃO TEM UMA FORÇA, tendo apenas a natureza de RECOMENDAÇÃO. Além de aderir aos Tratados, é necessário que os Estados incorporem nas suas Constituições a garantia dos direitos humanos. A ONU tem um papel muito importante na tentativa de estabelecer direitos humanos UNIVERSAIS, apesar das idiossincrasias sócio-culturais de cada Estado. A Emenda 45 da CF brasileira significa um ROMPIMENTO com o que havia até então nesse assunto, no sentido de que a partir dessa Emenda os tratados internacionais TÊM VALOR DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO. É uma GRANDE inovação, indubitavelmente. Entretanto, aqui temos alguns problemas: o questionamento dos problemas ambientais e as questões envolvendo a soberania da Amazônia podem vir à tona no futuro. Devemos nos lembrar que na luta pela consagração dos direitos humanos, em nome dessa luta já foram cometidos crimes de aniquilamento total de populações inteiras. Nesse campo, portanto, há progressos e retrocessos, como em todo o direito. A grande dificuldade é: NOS NÃO TEMOS UM DIREITO PROCESSUAL INTERNACIONAL, e a maneira de veicular uma demanda num tribunal internacional, passa ... [a professora descontinuou seu raciocínio para "puxar a orelha" dos cornos que estavam conversando lá no fundo da sala, atrapalhando a maioria dos colegas. Infelizmente ela não colocou ninguém para fora.] Qual é o critério para sabermos se a cláusula é ou não pétrea? No Artigo 60, Parágrafo 4 da CF, onde estão CLÁUSULAS PÉTREAS EXPLÍCITAS. Explícitas são aquelas que o Constituinte originário disse: fizemos a Constituição, e nesta parte aqui, neste conteúdo, ninguém mexe! Quais cláusulas IMPLÍCITAS nas quais não se mexe? Não se mexe na DIVISÃO FUNCIONAL DO PODER: EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO. Não se toca também na nossa lista de direitos. Porém, a discussão é: CLÁUSULA PÉTREA, na nossa CF, fala SOMENTE de DIREITO "INDIVIDUAL". Nem de direito "coletivo" a CF fala. DIREITO COLETIVO: direitos típicos do uso individual, mas é exercido com outras pessoas; é exercido coletivamente. DIREITO INDIVIDUAL: é exercido individualmente. DIREITOS SOCIAIS: educação, moradia, lazer, meio ambiente, consumo, etc. O Direito Coletivo é IDENTIFICÁVEL; o Direito Social NÃO É identificável. Os DIREITOS DIFUSOS E SOCIAIS são Cláusulas Pétreas IMPLÍCITAS. Art. 60, inciso 4: não será nem mesmo objeto de "deliberação”; "PROPOSTA". Voto "secreto", "direto", "universal" e "periódico". Não falou em "obrigatório". Portanto, o papel do Supremo é sempre fundamental na hermenêutica é necessário. A "separação dos poderes". Os "direitos e garantias INDIVIDUAIS". Nem os "coletivos" foram colocados na CF. Estamos diante de uma reforma trabalhista, além da previdenciária. Isso diz respeito a direitos SOCIAIS. A incorporação desses direitos é fundamental, porque o Estado costuma ser o grande VIOLADOR. Não temos um Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 5 direito processual que viabilize a demanda. Tanto mais violador de direitos sociais. Isso deve ser inserido na CF por meio de normas PROGRAMÁTICAS, e não de normas de aplicação imediata. A questão é: se há uma proteção internacional e o Estado é o grande violador, a CF vai repetir a classificação que está colocada na própria Declaração, aumenta o rol, a emenda 45 é uma inovação, e a CF brasileira é essencialmente JURISDICIONAL. Ou seja: a professora nos prende na sala e não nos deixa sair. O que faremos? Alguém vai pular a janela e vai entrar com um pedido de habeas corpus. A Vivi está no maior amasso na frente do Mackenzie, e o policial tenta impedi-los. Pode? Depende do amasso. Se for presa, alguém pode solicitar, até numa folha de papel higiênico, um habeas corpus para autorizar a soltura dela, porque ela não estava fazendo nada demais. A proteção que ela tem é essencialmente JURISDICIONAL. Lembremos: no controle de constitucionalidade temos alguns instrumentos. O Brasil não colocou o RECURSO DE AMPARO, que é um recurso de proteção dos direitos fundamentais, usado para reclamar do órgão que vier a desrespeitar o direito de alguém, permitindo recorrer diretamente à ultima instância. O recurso de amparo foi inovação das constituições ESPANHOLA E PORTUGUESA. É um mecanismo rápido e eficiente de proteção, que não colocamos na CF de 1988. Cabe então a ADPF: AÇÃO DIRETA DE PRECEITO FUNDAMENTAL. O primeiro caso da criança anencéfala foi objeto de uma AÇÃO DIRETA DE PRECEITO FUNDAMENTAL. Isso "fere a dignidade da pessoa humana", ferindo assim todo o rol dos direitos fundamentais. Hoje em dia, a grande violação de direitos humanos, no mundo, é de ordem ECONÔMICA. Considerando que a ADPF é para ser utilizada quando não há outra forma de proteger os direitos humanos como a erradicação da pobreza, ... O Rol de Agentes da ADPF é limitado, pois é um rol que precisa ser especificado no texto constitucional. ADPF: Artigos 102, 103 e 104 da CF. DIREITOS DE PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA GERAÇÃO (modernamente, de QUARTA Geração) Pela primeira vez na nossa história constitucional, temos a incorporação de direitos da primeira, segunda e terceira geração. PRIMEIRA GERAÇÃO: são liberdades frente ao Poder do Estado - Direitos Individuais: direito à vida, à propriedade, e o Estado não intervém. SEGUNDA GERAÇÃO: pensada a partir da transformação do Estado do Séc. XIX ao Séc. XX. Nessa passagem, tivemos a constituição de Weimar e do México, e mais tarde as primeiras que nelas se inspiraram: a Constituição espanhola. São os direitos ECONÔMICOS E CULTURAIS: educação, saúde, lazer. É preciso igualar capital a trabalho. É a primeira vez que se prega a igualação de capital e trabalho. TERCEIRA GERAÇÃO: os mais interessantes, pois aqui encontraremos, por exemplo: DIREITOS DE FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE. Existe uma declaração africana em que se fala de DIREITO DE SOLIDARIEDADE. Aos poucos, essa expressão vem sendo consolidada. São DIREITOS DE AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, À PAZ, AO DESENVOLVIMENTO, E À COMUNICAÇÃO. Por quê? Porque precisamos da fraternidade, solidariedade e da cooperação entre os povos para que tais direitos possam ser verificados. Exemplo: se não reconhecemos a Palestina ou os curdos, não adianta. Opinião da professora Claudia: tal expressão é "lamentável", preferindo a denominação de 3 Geração. Tem cheiro de coisa "caritativa", e talvez com um toque de hipocrisia. QUARTA GERAÇÃO (oficialmente, são só TRÊS gerações): Os de quarta geração já vêm sendo incorporados a algumas constituições: inseminação artificial, inclusão digital, comunicação virtual, clonagem e pesquisas com células-tronco, morte assistida (podem vir a ser). Exemplo da Professora Claudia: em 1992, na Espanha havia um colega do doutoramento dela cuja tese foi sobre "Desenvolvimento Sustentável", que se apoiou basicamente em um único autor. Hoje em dia, o assunto já adquiriu grande projeção global e ele é Presidente de uma associação sobre o assunto, dando palestras no mundo todo sobre desenvolvimento sustentável. Existem algumas práticas, ditas "culturais", mas a extirpação do clitóris é "mutilação”. Trabalho escravo também não é cultural, e sim violação dos direitos humanos. Próxima aula: estudar a diferença entre garantias GERAIS e garantias CONSTITUCIONAIS. Aula do dia 17/3/2005 CF - Artigo 5 DIREITO – IGUALDADE Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 6 Comando do Art. 56 Caput - Capítulo I - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos: parâmetros para a aplicação dos direitos. Porque "DEVERES"? A primeira coisa que foi colocada no Art. 5º é o requisito de IGUALDADE PERANTE A LEI. Igualdade FORMAL: a declaração do texto constitucional é FORMAL, substancial. Ela não é ABSOLUTA: não temos IGUALDADE de fato. Mas "pretendemos" tê-la. "IGUALDADE SUBSTANCIAL, OU REAL, NÃO EXISTE"; portanto, o texto constitucional é de caráter FORMAL, é uma série de "direitos sociais", e normas "programáticas" para a implementação daqueles direitos, que visam pelo menos caminhar na construção de um direito que leve a alguma igualdade - IGUALDADE FORMAL PERANTE A LEI. Na Rev. Francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, tivemos a afirmação da IGUALDADE. Tal afirmação tinha uma bandeira: a derrubada de uma sociedade estamental. A afirmação do direito de igualdade, é a afirmação de UM DIREITO À IGUALDADE "INDIVIDUAL" - que acabou marcando todo o Séc. XIX, e início do Séc. XX. Depois, acabou chegando à igualdade coletiva: grupos de trabalhadores com tratamento igual ao de outro grupo de trabalhadores. Exemplo: na Suíça, as mães têm direito a 15 dias de folga na maternidade, e o pai tem uma licença paternidade de quatro meses. A mãe tem, no caso de gêmeos, direito a licença de dois anos, com direito a trabalhar apenas metade da carga horária normal. Concluindo: SOMOS IGUAIS APENAS "PERANTE A LEI". Quem são os destinatários do direito de igualdade na constituição? Como esta no "caput" do artigo, significa que é um COMANDO. Para quem? ESTA PERGUNTA CAI EM PROVA. RESPOSTA: alguns autores dizem que tal comando é dirigido ao LEGISLADOR, porque ele deve elaborar todas as demais normas à luz da constituição. O comando é para o LEGISLADOR, para o intérprete, e para o APLICADOR do direito. Mas, além disso, é também para os PARTICULARES. Mas: há divergências na doutrina, e esta visão da professora Dra. Claudia é minoritária. Não basta o legislador apenas fazer leis imbuídas desse espírito. Os comandos sobre isonomia/tratamento igualitário/ princípio de igualdade contido na CF tem um INTERESSE PÚBLICO por trás, que é altamente limitador da AUTONOMIA DA VONTADE. EXEMPLO: tenho uma casa no Guarujá, e, ao receber um coreano candidato a inquilino, recuso-me a alugar a casa, só porque ele é coreano. NÃO POSSO FAZER ISSO! Fere o princípio de igualdade da CF. Na nossa pasta de xérox tem um material sobre cotas - dos EUA. AÇÕES AFIRMATIVAS DO ESTADO: temos diversos exemplos, além do exemplo das cotas. Exemplo: não adianta estabelecer - por lei - que os cinemas destinem 5% dos assentos aos portadores de deficiência física; isso não basta. Deve-se prever os assentos especiais, os acessos, sanitários, etc. Em SP, dentre os afro-descendentes, quem é o MAIS EXCLUÍDO? É a MULHER NEGRA. Por ser um COMANDO DA CF, mais do que um direito, ele se torna um PRINCÍPIO. Mas isso se aplica, em termos de igualdade, apenas no que está no Artigo 5 ou em tudo? Em TUDO. Essa transformação de direito em PRINCÍPIO afeta TODO o texto constitucional. É o princípio MAIS VASTO DE TODOS. Comentários adicionais sobre o caput do Art. 5: No exemplo do coreano, ele é apenas "descendente", tem traços orientais, e mesmo assim é discriminado. A CF diz: brasileiros e nacionalizados. O direito está POSITIVADO. É DIREITO MATERIAL. E quanto a algum estrangeiro que estiver aqui no Brasil? Devemos ver a questão como os PRINCÍPIOS se estendendo a TODOS. Devemos ter uma interpretação sistemática da CF, já que tal COMANDO está na nossa LEI MAIOR, LEI FUNDAMENTAL. É um comando para TODA A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA. Isso afeta pessoas físicas nacionais ou estrangeiras, e também pessoas jurídicas estrangeiras. O Supremo Tribunal Federal, ao redigir uma norma, esta adquire peso de lei, já que ele está se pronunciando sobre uma matéria de ordem constitucional. Não precisa de uma "lei" para certos casos, bastando um pronunciamento do STF. Voto do Ministro Velloso, sobre direito de greve. Independentemente do que dissesse o nosso texto constitucional, temos várias leis complementares sobre diversas questões. Não é tão fácil interpretar o direito constitucional. No texto constitucional, existe "direitos e deveres, individuais e coletivos". Uma questão muito interessante é o que devemos entender por DEVERES. Que deveres são estes? Por que deveres? Os deveres são individuais ou coletivos? NÃO, NÃO. A CF é um "pacto". Portanto, para que/para quem é aquele dever? É PARA O Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 7 ESTADO, que tem o DEVER de preservar aquela lista de direitos. Colocar esse Capítulo na CF não foi tão fácil assim. Mas quem não tem uma lista de direitos aos cidadãos e deveres do Estado, não é Estado. Aula do dia 31/3/2005 DIREITO À VIDA Artigo 5º da CF A professora falou sobre aquela mulher norte-americana, Terri Schiavo, cujo tubo de alimentação foi desligado, depois de 15 anos, a pedido do marido mas contra a vontade dos pais dela. Art. 5º da CF: - Existência - Integridade - Privacidade Isto é "vida digna", que vai do Título I ao Art. 10, III. Artigo 5º da CF - Existência: limite da existência física - Integridade: física, moral e intelectual - Privacidade Vida digna Título I, art 1º III Existência: quando começa e quando termina? A Constituição protege os direitos, mas não estabelece um limite para o que se considera um limite ou um fim. A única proibição expressa na CF é a pena de morte, que pode acontecer somente em caso de guerra, art. 84, XIX / art. 5º, XLVII A CF não prevê aborto ou eutanásia; ela deixou as proibições para a legislação ordinária. “Caso arquivado”: morte assistida, e não eutanásia. Essência do federalismo: modelo americano Discussão pós-constituição A pena de morte foi abolida na Proclamação da República, mas volta no Estado Novo e com o AI5 (68) E quanto à integridade? É proibida qualquer forma de tortura Art 5º, XLIX, XLI ADPF: argüição por descumprimento de preceitos fundamentais Art. 5º, caput: PF ou PJ Direito de 4º geração: reprodução assistida O direito à vida tem uma conotação religiosa Habermans: teoria da ação comunicativa dos povos Direito à propriedade: a dignidade da pessoa humana está relacionada com esta. Não é mais a liberdade individual. É a base de todo processo revolucionário. Locke: afirma. Rosseau: nega. A grande questão é a função social da propriedade prevista na CF de 46. Tem limitação, e esta é a sua função social. Jango: reforma agrária. O limite constitucional é que afeta todas as formas de propriedade IPTU + baixo ou + alto Pornografia / limitação As limitações são analisadas em leis específicas ======================= TRABALHO DA PROFESSORA CLAUDIA: A ser entregue daqui a DUAS SEMANAS, tendo de 5 a 20 paginas, citar propriamente a bibliografia, incluindo Internet, desde que cite. Temas do trabalho: - Vida, liberdade, igualdade e propriedade. Grupos de 4 alunos ======================= Dignidade da pessoa humana é fundamento do Estado, e inclui a "morte digna". A CF protege os direitos das pessoas; ela não estabelece limites com relação a início e fim. A única limitação expressa é sobre a pena de morte - Art. 84 - XIX. E Art. 5, XLVII. Obs.: não trata sobre aborto e eutanásia - proibição pelo CP, e não pela CF. - Consumo x avanço tecnológico x aumento da expectativa de vida. - morte assistida (indução à morte) Caso Terri Schiavo: crise dos EUA - modelo FEDERALISTA x independência do poder Judiciário estabelecido pela CF - centralização de poder no poder executivo. Matéria de Direitos e GarantiasFundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 8 Se não levássemos em consideração a legislação em vigor nos diversos países, a professora Claudia tem a seguinte opinião pessoal sobre o caso Schiavo (perguntado por Furlani): todo ser humano deveria ter o direito de decidir (previamente, claro) sobre sua própria morte assistida em caso de morte cerebral. - Abortos permitidos em hospitais públicos. - Estupro: preservação da dignidade humana da mãe, acima do direito à vida do feto. O caput do Art. 5º da CF serve também PARA PESSOAS JURÍDICAS, não só para pessoas físicas. Quando se fala, por exemplo, a respeito dos e-mails enviados por funcionários de empresas, e o respectivo rastreamento desses e-mails pelas empresas. Na prova, numa questão que peça para falarmos sobre a limitação à vida, não é para fazer uma linda dissertação apenas sobre a eutanásia e o aborto... É muito mais amplo, e deve incluir tudo o que foi dado em aula. CLONAGEM E CÉLULAS-TRONCO: é um assunto que diz respeito ao direito a CESSÃO DA VIDA. Isso suscita até um debate anterior: o da inseminação artificial, que é um direito de quarta geração, definido pela ONU, assim como a inclusão digital. Às vezes, o que é considerado "vida" em uma sociedade, não é considerado em outra sociedade. A grande dificuldade dos direitos humanos, é a "universalidade" dos direitos fundamentais. É muito útil aos alunos ler o autor Habermas, que é alemão, e está vivo; é um grande defensor do direito público. DIREITO À PROPRIEDADE Isto vem desde a Revolução Francesa e sua tríade. A dignidade da pessoa humana deve-se relacionar também com o direito à propriedade. Mas, essa "propriedade" não é mais aquela propriedade INDIVIDUAL que o rei retirava dos outros. É a base de todo o processo revolucionário, explicado por Locke na sua teoria. Não tem nada mais estudado, pelo Direito, do que o direito à propriedade. Mas, colocar esse direito à propriedade no Art. 5º, tem sim a conotação LIBERAL da Rev. Francesa, mas vai além. A grande questão é: FUNÇÃO SOCIAL!!! Ao falarmos de FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, tem gente que acha que é só "propriedade rural", mas não é. Ela estava prevista na CF de 1946 porque faz parte da passagem para o Estado Democrático de Direito, pelo qual os direitos sociais estão acima dos direitos individuais. Sempre cai em prova, na forma de dissertação: o direito à vida, propriedade, liberdade. A GRANDE LIMITAÇÃO DESSE DIREITO À PROPRIEDADE É JUSTAMENTE A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, que também já foi problema antes da Guerra Civil Espanhola, pois estava em sua CF de 1932. Função SOCIAL da PROPRIEDADE é uma limitação e um comando constitucional, que afeta toda a estrutura do direito à propriedade: de TODO TIPO de propriedade. A CF prevê é uma limitação que seja um "norte" para todos os tipos de propriedade. Exemplo: a função social é alegada quando é interpretada pelo JUDICIÁRIO. No caso da propriedade urbana, o IPTU diz respeito à FUNÇÃO SOCIAL. Ao colocarmos limitações à propriedade intelectual veiculada na Internet: a Juliana resolveu fazer sites "pornôs", para ganhar dinheiro. Pornografia "infantil" não pode. E a outra, pode? Essas limitações são dadas por leis específicas. Vai ter de ser analisado em cada caso concreto. Aula do dia 14/4/2004 FALTEI (Matéria gentilmente cedida pela aluna Cláudia Ribeiro) Garantia ao direito de propriedade, direito liberal, de cunho individual, preservado pela uma ordem maior →princípio da ordem econômica – art. 170. A função social é o que diferencia a Constituição de 1988. Todos os tipos de propriedade têm proteção. O objetivo do Art. 5º é mostrar que não se trata mais só de propriedade urbana, imobiliária, de fábricas. Existem várias menções de proteção ao direito de propriedade. A nossa Constituição é transformadora, pois a partir dela se modificou a concepção de propriedade. No direito civil propriedade é o uso, gozo, disposição de bens, sempre de acordo com o texto constitucional. O direito de propriedade não fica sob exclusividade do direito civil, mas também do direito penal, tributário, administrativo. Tendo a Constituição por ponto fundamental, há limites ao direito de propriedade que são de caráter privado. Exemplo: normas de vizinhança. Existem limitações de caráter público, administrativo, urbanístico (para construção civil). Existe a preferência de alienação de um bem, à servidão, desapropriação. O latifúndio produtivo pode ser desapropriado mesmo sendo produtivo, com relação ao MST, reforma agrária. Pode ser desapropriado para uma rodovia, interesse público justificável com justa e prévia indenização. Direito de propriedade Art. 5º - Constituição liberal XXIII – função social Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 9 Princípio da ordem econômica – art 170 - direito individual - art. 5º, XXIV a XXX, 170 II e III, 173, 177, 178, 182, 183, 184, 185, 186, 191, 222 A constituição diz que temos que garantir a função social da propriedade. Inclusive a reforma agrária é baseada na função social da propriedade. O constituinte não definiu função social da propriedade, ao prever de forma aberta, traz um limite constitucional para toda a estrutura de propriedade. A função social mostra a transformação do direito de propriedade, afeta o direito de propriedade. Na diferença caso a caso, a preocupação do constituinte foi dar direitos ao proprietário. Aula do dia 5/5/2005 DIREITOS POLÍTICOS Direitos políticos dizem respeito a uma outra proteção do indivíduo que ainda não vimos. Por que estamos falando deste tipo de proteção? O primeiro rol de direitos que já vimos partem do princípio de que são uma proteção CONTRA O ESTADO: uma não-intromissão do Estado. Já os direitos políticos dizem respeito a uma PROTEÇÃO DA INTERVENÇÃO DO ESTADO. E tudo isto deve ser pensado juntamente com outra proteção dos direitos do indivíduo. Por que falamos de "direitos políticos"? É uma proteção do indivíduo relativa à sua NECESSÁRIA PARTICIPAÇÃO NAS TOMADAS DE DECISÃO, E DO PRÓPRIO RUMO, DO ESTADO. É o direito que os indivíduos têm de participar na "polis", desde a Grécia. Mas estes direitos, até o início da Idade Moderna, estiveram restritos a uma pequena parcela da população. Esses grupos de pessoas detinham direitos de participação devido à sua origem, à sua condição econômica, ou em virtude de algum título outorgado pelos governantes (caso dos condes, barões, reis). Essa restrição à participação política fica com o clero e a nobreza: os dois estamentos que compõem a política do Estado Moderno, que se torna absolutista, e fica mantido o caráter restrito da participação política. Antes de Jean Bodin não se falava em Estado, por isso tais direitos de participação ficam restritos ao clero e à nobreza até a Revolução. Sem a representação, do Parlamento, não deveria haver a possibilidade de cobrança de tributos. Uma vez que "todos são iguais", como cidadãos, é necessário garantir a participação política do indivíduo, e portanto do seu papel na tomada de decisão do Estado - e para isso é necessário colocar tal questão na Constituição. É por meio da REPRESENTATIVIDADE que constituímos um poder específico para que o Poder Constituinte possa redigir a Carta Magna. Esse processo, que desencadeia a idéia de representatividade como um DIREITO FUNDAMENTAL para a participação política, é importante mas NÃO ESGOTA a participação política do indivíduo. Fica ela concentrada em alguns, que exercem tais direitos mais do que outros. Num segundo momento, a BURGUESIA passa ter direitos políticos, por via da representatividade- pelo VOTO CENSITÁRIO, ou seja: a partir do que se ganha, era possível participar. Num momento seguinte, o poder político é exercido pela VONTADE POPULAR, que continua, entretanto, sendo restrita. Agora, vamos definir quem é o detentor de direitos políticos. Temos, nos Artigos 12 a 14, a ATRIBUIÇÃO de direitos políticos. Quem possui, hoje, DIREITOS POLÍTICOS? Quem é "POVO"? Existem várias conotações. É uma acepção restrita aos DETENTORES DE DIREITOS POLÍTICOS. "Povo" é o conjunto de CIDADÃOS do Estado. E o que é "cidadão" do Estado? É um conceito jurídico. Eles preenchem uma condição indispensável: ter NACIONALIDADE, que se adquire por TRÊS formas: nascimento, vínculo de sangue, e naturalização. A nacionalidade é um fundamento para a aquisição de direitos políticos, mas não é o único. É necessário que todos os requisitos estejam devidamente previstos no texto condicional. Eles podem ser atribuídos de forma ativa e de forma passiva. Está na CF: "facultativamente". Além do fator etário, há a condição dos soldados das Forças Armadas, que não podem exercer direitos políticos enquanto estiverem servindo às Forças Armadas. Forma passiva: possibilidade de ELEGIBILIDADE. Via de regra, TODOS podem ser elegíveis. A CF coloca a restrição de idade e sobre a descompatibilização com o cargo público que ocuparem, até seis meses. Os analfabetos não podem ser eleitos. A PERDA dos direitos políticos se dá apenas com a perda da NACIONALIDADE, declarada em sentença do STF - Supremo Tribunal Federal. Ninguém PERDE a nacionalidade; o que se perde são os DIREITOS POLÍTICOS. Pode ocorrer de alguém, ao casar com um estrangeiro, ser obrigado a RENUNCIAR à sua nacionalidade original. A suspensão dos direitos políticos fica em vigor somente por determinado prazo, depois do qual o cidadão retoma Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 10 tais direitos. No direito internacional existem disposições para não deixar nenhum indivíduo SEM nacionalidade. Exemplo do Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo, acerca do avanço do sistema internacional de direitos humanos, em que uma iraniana casada com uma alemão, ao se separar, foi obrigada a sair da Alemanha, perdendo seu visto alemão do passaporte. Foi apelando e apelando, mas até a mais alta corte da Alemanha manteve a decisão, sendo rejeitada apenas pela Corte da União Européia. Como não pode haver criança apátrida, atribui-se nacionalidade de onde quer que seja. Opinião da professora: "cláusula pétrea" fala no próprio direito à participação pelo voto - Art. 60, Parágrafo 4: voto secreto, direto, ... SOBERANIA DA REPRESENTAÇÃO: Questão do Poder CONSTITUINTE: o grande perigo da teoria do poder constituinte foi transformar a representação da soberania, em "SOBERANIA DA REPRESENTAÇÃO". A teoria do Poder Constituinte foi a fórmula mais interessante para resolver o "problema" da representação. Logo nas primeiras constituições o problema veio à tona: assim que empossado, o representante se distancia de suas promessas e trata de defender seus próprios interesses. Com o "abuso" das emendas constitucionais, ocorre justamente a "soberania da representação". Mecanismos de "correção” desses processos contra a soberania da representação: PLEBISCITO e REFERENDO. Sua aplicação é extremamente difícil: no mínimo um milhão de eleitores, distribuídos por CINCO Estados da Federação. O conceito de cidadania é um conceito jurídico-político muito restrito, que vem sendo usado de forma indiscriminada. O conceito "cidadania" vem sendo usado impropriamente. Cidadania, propriamente, é fazer USO e GOZO DOS DIREITOS POLÍTICOS. Qual é o grande problema disso? É que os cidadãos, normalmente, NÃO SABEM QUAIS SÃO SEUS DIREITOS POLÍTICOS, nem como exercê-los. Sem a liberdade de expressão e a garantia de liberdade de expressão, será quase impossível saber dos direitos políticos. É por isso que a cidadania vem se convertendo, praticamente, em SINÔNIMO DE "DIREITOS HUMANOS". Não existirá participação política efetiva se as pessoas não tiverem consciência dos seus direitos políticos. Pergunta de prova - dissertação: "O que é cidadania?" CONCEITO DE DIREITOS POLÍTICOS extraído do livro do Alexandre de Morais, fornecido pela Maria Sousa e Michele Souza, da Turma 4ºS: É o conjunto de regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular conforme preleciona o caput do art. 14 da Constituição Federal. São direitos públicos subjetivos que investem o indivíduo no status activae civitatis, permitindo-lhe o exercício concreto da liberdade de participação nos negócios políticos do Estado, de maneira a conferir os atributos da cidadania. – ““... prerrogativas, atributos, faculdades ou poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade do gozo desses direitos. São o Jus civitatis, os direitos cívicos, que se referem ao Poder Público, que autorizam o cidadão ativo a participar na formação ou exercício da autoridade nacional, a exercer o direito de vontade ou eleitor, o direito de deputado ou senador, a ocupar cargos políticos e a manifestar suas opiniões sobre o governo do Estado. Tais normas constituem um desdobramento do princípio democrático inscrito no Art. 1º, Parágrafo Único da CF, que afirma todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Dia 13/5/2005 Não houve aula Aula do dia 19/5/2005 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Esta expressão designa os “direitos-garantia” que servem de instrumento para a efetivação da tutela, ou proteção, dos direitos fundamentais. Essa proteção é confiada essencialmente ao Judiciário. A CF de 1988 prevê em seu Artigo 5º , incisos LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII, além da ação civil pública no Art. 129, III para proteger o meio ambiente. 1) DIREITO DE PETIÇÃO (nos moldes do exercício feito pelo Prof. Peixoto, e que não deu em nada: não tivemos resposta): Este, é um remédio “NÃO JUDICIAL”: Art. 5º, inciso XXXIV. Consiste no poder de dirigir a uma autoridade um pedido de providências, ou de intervenção, em defesa de seus direitos ou de interesses, sejam próprios ou coletivos. - Mandado de Segurança - Ação por crime de responsabilidade 2) DIREITO A CERTIDÕES Todos precisamos de certidões para garantir os processos judiciais, para tomar posse de cargos públicos, etc. Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 11 E se houver negação à expedição de uma certidão? Cabe, mais uma vez, MANDADO DE SEGURANÇA. É outro direito consagrado na nossa Constituição. O mandado de segurança é uma "garantia da garantia" da resposta do poder público, e é muito "esquecido" pelas pessoas, que se acostumaram a simplesmente não ter resposta do poder público. 3) HABEAS CORPUS Art. 5º, inciso LXVVIII da CF. Protege exclusivamente a liberdade de locomoção: o direito de ir e vir (e ficar). Para que serve? Essa expressão significa "corpo livre". Esse corpo livre significa a impossibilidade de "retenção” do indivíduo, de "coação” do indivíduo. O habeas corpus fazia as vezes da exigência da liberdade do indivíduo frente ao poder público. A origem da consagração do habeas corpus é britânico: a Magna Carta de 1815, que era um limite ao poder do rei, nos moldes do feudalismo. O rei, além de tributar as terras dos NOBRES, também estava mandando prender por falta de pagamento dessas "dívidas" dos tributos. O Amendment Act de 1679: grandes piratas que queriam as terras dos espanhóis. Assim,o habeas corpus visava "evitar prisões em ultramar". A partir de 1891, quase TUDO no Brasil é CÓPIA do Modelo Americano: a bandeira, "estados unidos", estrelinhas, "federativa" e até o habeas corpus. Existem duas alternativas, ou antes ou depois da prisão: - Preventivo: ante a possibilidade de prisão do PC Farias, impetra-se um habeas corpus para evitar essa prisão. O h.c. Preventivo é usado para EVITAR o direito à locomoção e à liberdade individual. Obviamente, pode haver ABUSO no uso deste instituto, e caberá à autoridade judicial averiguar no caso concreto se haverá ou não algum abuso. O habeas corpus, na sua origem, tinha uma aplicação muito mais ampla do que o é hoje. Exemplo interessante da professora: ela fez parte do primeiro Dia do Pendura em Brasília, em 1985. Como os alunos tinham muito medo, eles chamaram a imprensa, todos fizeram um discurso elogiando o restaurante, com um habeas corpus no carro. Não ocorreu nada, mas foi uma experiência bem-sucedida. Outro exemplo: um paciente que fica RETIDO em um hospital porque o paciente não podia pagar a conta. Cabe habeas corpus? NÃO É CASO DE HABEAS CORPUS: É "CÁRCERE PRIVADO", e cabe Boletim de Ocorrência, prisão do diretor do hospital, etc. - Suspensivo/repressivo: 4) MANDADO DE SEGURANÇA O Mandado de Segurança entra em 1934 no ordenamento jurídico brasileiro, cuja CF incorpora os direitos sociais e o mandado de segurança. É uma criação brasileira. Atualmente está previsto no Art. 5º, inciso LXIX. Hoje, o mandado de segurança serve exclusivamente para garantia de DIREITO LÍQUIDO E CERTO. O que é isso? São direitos "certos", que não precisam provar nada. São os direitos que já estão lá no texto constitucional. Exemplo: concurso público - costuma ser alvo de mandado de segurança. Por quê? O edital do concurso diz: idade - 18 anos. A pessoa fez a prova com 17, e completa 18 no dia da posse. O edital não especificou nada a respeito, e o nome daquele candidato que seria aprovado não foi chamado; o equívoco foi do Edital, que não especificou O DIA para se ter 18 anos completos, se no dia da prova ou no dia da posse. Após o Estatuo do Idoso, é provável que haja muitos mandados de segurança. Os concursos costumam DISPOR LIMITE DE IDADE, MAS ISSO É INCONSTITUCIONAL; portanto, surgirão muitos mandados de segurança. É violação de direito líquido e certo previsto na CF. Cairão na PROVA estes REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS CERTAMENTE!!! O mandado de segurança pode ser INDIVIDUAL ou COLETIVO (CF, Art. 5º, inciso LXX). A partir de 1988, este instituto vem coletivamente também. Significa que a OAB pode entrar com mandado de segurança. Na elaboração da CF de 1988, houve um embate entre Sarney e o Poder Constituinte, sobre se seria 4 ou 5 anos de mandato presidencial. O interessante foi que o Antonio Carlos Magalhães foi à TV, sem nenhum nexo, fazer uma tentativa de desmoralizar o instituto do mandado de segurança coletivo. [Nota do Furlani: o Prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho afirma em sua obra que “o texto constitucional trata um instituto novo, desconhecido da doutrina, como se fosse algo com que todos tivessem convívio. ... o preceito citado não diz a que vem o instituto, cuida apenas da legitimação para a sua impetração.”] Existe uma medida, que é uma LIMINAR. Digamos que o juiz esteja julgando o mandado de segurança, mas a pilha de coisas para ele julgar está muito grande. Mas, dada a urgência da proteção de algum direito, o juiz pode dar a LIMINAR para que a possível lesão ao direito seja inviabilizada, desde que haja um de DOIS CRITÉRIOS: 1) o pedido é muito relevante, ou 2) o dano será irreparável se não for julgado dentro de certo prazo. Alerta da professora Claudia: como poderemos continuar avaliando a produção judicial por NÚMEROS? É só por "números"? Não é possível, pelo grau de complexidade social hoje em dia que é tamanho. Resta-nos ver em que dará o "Controle Externo da Magistratura". Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 12 É bom os alunos acompanharem esta matéria, do chamado "Controle do Judiciário". Temos juízes, nas periferias, com 14.000 processos pendentes. O Boaventura de Souza Santos é um GRANDE PESQUISADOR, sério; aquela pesquisa encomendada pelo BID que saiu divulgada na mídia segundo a qual o número de juízes por habitante no Brasil estaria em um nível recomendado pela ONU, é totalmente questionável. 5) MANDADO DE INJUNÇÃO: é uma garantia nova da CF de1988. Art. 5º, LXXI da CF. Para que serve? Como temos, às vezes, "normas de eficácia limitada", este instituto vai garantir a aplicação das normas constitucionais. A CF 1988 tentou incorporar o que havia de mais moderno no mundo para "garantir as garantias" constitucionais. O mandado de injunção não busca reparar uma ilegalidade ou uma lesão. É o contrário: é a falta de atuação do poder público que impede que eu exerça um direito contido na CF. É uma garantia INDIVIDUAL de cada cidadão. Exemplo de mandado de injunção: direito de greve dos servidores públicos. Aqui, temos o "controle de constitucionalidade", e também o "eu fiz greve, quero fazer greve". Aqui, demanda-se uma ação perante o SUPREMO para o controle. É MAIS do que um mandado de segurança. É uma ordem para FORÇAR o poder público a legislar para garantir meus direitos. O Judiciário vai dizer: “Hei, Poder Legislativo, está faltando aqui a norma regulamentadora do direito de greve contido na nossa CF!”. Às vezes, falta apenas um Decreto regulamentar. Pode-se usar um MANDADO DE INJUNÇÃO para garantir que o menino de 7 anos lá do interior de SP tenha garantida a sua vaga na escola pública. Devemos, TODOS, ESTUDAR MAIS O MANDADO DE INJUNÇÃO. O que o Supremo faz? Quando se entra com mandado de injunção, dizendo que está faltando uma norma, ele diz: "para este caso, deve-se proceder assim e assado". O Supremo vai decidir no caso concreto, como se fosse o Legislativo. O mandado de injunção é instrumento poderosíssimo!! Ele é pensado para direito individual, coletivo, político e social: direito à saúde, educação, moradia, trabalho, etc. O mandado de injunção é dirigido DIRETAMENTE AO SUPREMO. O direito não está contido EXCLUSIVAMENTE na lei. O Judiciário, portanto, é criado de direito! PRAZO: a autoridade que deve legislar "deveria" se pronunciar em 30 DIAS!!! Mas NÃO EXISTE NENHUMA SANÇÃO! Ou seja, é um absurdo! Isso ensejaria uma pequena reforma processual. 6) HABEAS DATA É o DIREITO DE INFORMAÇÃO. Art. 5º, LXXII. É o direito que eu tenho de saber de MIM MESMO, no registro mantido a meu respeito, sobre a minha pessoa, pelo Poder Público. Porém, isso é PERSONALÍSSIMO. E se a pessoa foi torturada e morreu? O Supremo entende que os cônjuges podem corrigir essas informações. Hoje, o problema é com o sistema de proteção ao crédito. Podemos entrar com habeas data, para dizer: "eu paguei, tirem meu nome daí", mas o habeas data é demorado demais para isso. Se pensarmos no que temos hoje de VIOLAÇÃO DE INTIMIDADE E PRIVACIDADE DOS NOSSOS DADOS, é muita violação. A professora ainda não descobriu como usar o habeas data nestes casos. 7) AÇÃO POPULAR É uma garantia instrumental em razão de tutelar pelo menos um direito fundamental: o DIREITO ao MEIO AMBIENTE ADEQUADO, bem como ao PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL. Art. 5º, LXXIII da CF. A tutela do meio ambiente é apenas um dos possíveis objetivos de uma ação popular. Pode ser proposta legitimamente por QUALQUER CIDADÃO (o nacional no gozo dos direitos políticos), qualquer membro do povo. Pela Lei 4.717/1965 (Art. 11), é patente a natureza CONDENATÓRIA da ação popular, ou seja: a decisãoque der invalidade ao ato condenará a perdas e danos os responsáveis pela prática do ato e seus beneficiários. [Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] 8) AÇÃO CIVIL PÚBLICA Como a ação popular, a ação civil pública não é verdadeiramente uma garantia constitucional, mas faz as vezes de na hipótese consagrada no Art. 129, III: “Para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. A ação civil pública foi instituída pela Lei 7.347 de 24/07/1985, e resolve, em parte, a questão da proteção dos interesses difusos e coletivos. A legitimidade para esta ação cabe ao MINISTÉRIO PÚBLICO, que atuará como FISCAL DA LEI e não como parte. A ação civil pública objetiva a indenização pelo dano causado, destinada à reconstituição dos bens lesados. Outro objeto: o cumprimento da obrigação de fazer ou de não fazer, o que será determinado pelo juiz, sob pena de multa diária. [in Ferreira Filho, Manoel Gonçalves. Direitos humanos fundamentais. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.] Aula do dia 2/6/2004 Prova de fim de semestre: 70% será uma dissertação. 30% de respostas rápidas, V ou F. Exemplo: teremos de relacionar cidadania, globalização, soberania, numa mesma dissertação. Exemplo de temas desta matéria: FEBEM, aborto, fome no Brasil, MST, a violência numa sociedade democrática, manipulação do discurso político para as massas, etc. EUTANÁSIA - tema típico de prova. Matéria de Direitos e Garantias Fundamentais, anotada por Fernando Furlani [4º T] com base nas aulas do 4º Sem. em 2005 13 Bibliografia para a prova: - Alexandre Morais: “é o que há”. Para se aprofundar: - Flavia Piovesan: é a melhor - Fabio Konder Comparato Além disso, o livro do Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Direitos Humanos Fundamentais, dá um bom panorama sobre os direitos fundamentais na CF brasileira, apesar de ser conciso demais. Recomendação do filme do "Quilo", que fala sobre os gastos públicos, direitos humanos, e substituição do Estado pelas ONGs. ================================== FURLANI TRADUÇÕES Traduções juramentadas em todas as línguas Fernando Furlani Tel.: (11) 9770-6800 furlani.tradutor@gmail.com ==================================
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