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INTRODUÇÃO À PESQUISA OPERACONAL Pesquisa Operacional é um conjunto de técnicas quantitativas com o intuito de auxiliar o processo de decisão dentro de uma filosofia de modelagem e, preferivelmente, de otimização. Problemas como os que ocorrem na vida real apresentam dificuldades das mais variadas naturezas. Inicialmente, é preciso estabelecer, entre os indivíduos que se propõem a estudar o problema em foco, certo consenso na percepção do problema como um sistema. O primeiro passo para resolver o problema consiste em modelar o sistema a ser estudado. Neste estágio é preciso identificar as variáveis exógenas e as endógenas ao sistema, assim como seu inter-relacionamento. Quanto à natureza o modelo poderá ser determinístico ou estocástico (variáveis probabilísticas). Quanto aos usos do modelo, podemos salientar as finalidades: preditivas, investigativas (ou descritivas ou explicativas) e normativas. É preciso sempre ter em mente que modelo algum jamais poderá captar toda a realidade. Entretanto, podemos construir modelos com o propósito de atender uma ou mais das três finalidades mencionadas acima. Uma simples linha que, baseando-se em dados do passado, procure extrapolar a tendência das vendas de uma firma pode ser útil do ponto de vista preditivo, sem que, por isso, lance luz alguma sobre a estrutura do mercado para o produto em pauta. O modelo de mecânica celeste que o mundo ocidental utilizou antes de Kepler ainda é bastante bom do ponto de vista preditivo – os sucessivos epiciclos garantiam combinações de movimentos circulares (esta era uma restrição ideológica). O modelo fornecia previsões muito boas para os fenômenos, sem, entretanto, concordar com nossa presente concepção da estrutura da dinâmica celeste. Um modelo normativo não se propõe a descrever um fenômeno, mas a ditar normas relativas às ações a serem tomadas, visando à otimização de um objeto predeterminado. Podemos dizer que a Pesquisa Operacional é constituída por diversas técnicas quantitativas aplicadas às áreas de administração, produção, planejamento e organização. O sucesso dessas diversas técnicas, tanto entre pesquisadores teóricos como entre engenheiros, administradores e economistas, foi o fator aglutinantes para a constituição de um setor do conhecimento humano que maior progresso vem apresentando. Após um século de espetaculares descobertas científicas, também testemunhamos a utilização, graças às disciplinas aplicadas, destes resultados em nossa vida diária. É relativamente recente, de apenas quatro décadas, a preocupação por técnicas quantitativas para melhor aproveitamento, através de organização e planejamento, do cabedal de conhecimentos acumulados. As aplicações da Pesquisa Operacional estendem-se desde o balanceamento de linhas de produção em fábricas, ou fluxo ótimo de pacientes em hospitais, até o estudo de estruturas sociais e de processos psicológicos. As ferramentas empregadas são: Matemática, Análise de Sistemas e Estatística. O escravo disposto a manipular as milhares de contas necessárias para resolver problemas de grande porte é o computador. No presente texto, concentrar-nos-emos principalmente numa das técnicas mais úteis e desenvolvidas da Pesquisa Operacional, isto é, na programação linear. Também tocaremos ligeiramente em programação inteira, programação não linear e programação dinâmica. Estas técnicas aplicam-se a modelos normativos. Em outra disciplina será apresentada uma técnica muito útil - simulação - aplicável a modelos não normativos. Empregando simulação não é possível obter, de imediato, resultados que levem à otimização de um objetivo desejado. Entretanto, é possível simular, por meio do modelo, uma série de experimentos em diferentes condições e, posteriormente, escolher a condição cujos resultados nos sejam mais aceitáveis. Simulação aplicada a processos estocásticos requer certos conhecimentos de estatística, e é muito empregada em problemas de filas. Não existe uma regra que indique qual a melhor técnica a ser utilizada para resolver determinado problema. A escolha deverá ser feita de modo intuitivo. Porém podem ocorrer certos conflitos entre a elegância teórica e a obtenção de resultados práticos de modo barato e rápido. Assim, se não tivermos acesso a um algoritmo específico pronto para resolver um problema de transporte, poderemos resolvê-lo por programação linear empregando os macro programas que a maioria dos computadores oferece. Um problema de filas pode ser resolvido de modo menos elegante por meio de simulação estocástica.
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