Buscar

Resumo Negócio Jurídico parte 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo Negócio Jurídico - Civil - P2 
# A tricotomia existência-validade-eficácia 
> No plano da existência não se fala em invalidade ou eficácia. Esse plano ocorre quando há 
incidência da norma jurídica desde que presente todos os elementos estruturais. Se faltar o suporte 
fático, é inexistente. 
> O plano da existência é dos elementos. Posto que elemento é tudo que integra a essência da 
coisa. 
> O ato existente deve preencher requisitos fáticos, como a capacidade do agente, a licitude do 
objeto e a forma prescrita em lei -> fundamental para a validade do ato. 
> O plano da validade é dos requisitos. Porque os requisitos são condições necessária para alcance 
de certo fim. 
> O plano da eficácia é onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos -> passa pela existência mas 
pode não passar pelo plano da validade. 
# Requisitos de existência 
> Declaração de vontade, finalidade negocial e a idoneidade do objeto. 
* Declaração da vontade: a vontade que se exterioriza interessa para a composição do negócio 
jurídico. 
> Principio da supremacia da ordem pública: o Estado interfere nas manifestações da vontade. 
> Principio da obrigatoriedade dos contratos(pancta sunt servanda): serve para dar segurança aos 
negócios jurídicos, e a vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante a cumprir. 
> A manifestação da vontade pode ser: 
 expressa: a que se realiza por meio de palavras, falada ou escrita, possibilitando o 
conhecimento imediato da intenção do agente. 
 tácita: se revela pelo o comportamento do agente; deduzir a conduta da pessoa a 
sua intenção.Ex: aceitação de herança, art.1805,CC. 
Importante: nos contratos a manifestação da vontade só pode ser tácita quando a 
lei não exigir que seja expressa. 
 presumida: declaração não realizada expressamente mas que a lei deduz certos 
comportamentos do agente. Ex: presunções de pagamento, arts.322,323,324, CC, 
art.539; art.1807, CC. 
 
> manifestação tácita x presumida: a presumida é estabelecida por lei, enquanto a tácita é 
deduzida do comportamento do agente pelo destinatário. 
> As presunções legais(juris tantum) admitem prova em contrário, pode o agente 
provar não ter tido a vontade que a lei presume. 
 
> Declaração de vontade receptícias: quando se dirigem a uma outra pessoa, que dela deve ter 
ciência do ato, para produzirem efeitos. Dirige-se a uma pessoa determinada, para declarar a sua 
intenção sob pena de ineficácia. Ex: campo das obrigações, revogação de mandato arts.682,I e 
686, CC e proposta de contrato arts.427 e 428, CC. 
 
> Declarações não receptícias: as que se efetivam com a manifestação do agente, não se dirigindo 
a destinatário especial. Produzem efeitos independente da recepção de qualquer declaração a 
outra pessoa. Ex: promessa de recompensa, aceitação de letra de câmbio, revogação de 
testamento. 
 
# O silencio como manifestação da vontade 
 
> O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da vontade quando a lei conferir a 
ele tal efeito. --> Art.111, CC. Ex: doação pura, art.539,CC; aceitação de mandato, arts 658 e 659; 
herdeiro, art. 1807. 
 
# Reserva mental: ocorre quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é, 
quando não quer que um efeito jurídico que declara querer ; tem o objetivo de enganar o outro 
declarante ou contratante. Se o declaratário não soube da reserva(o que se passa na mente do 
declarante), o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante não desejava. 
 
> Art.110, a reserva mental desconhecida é irrelevante para o Direito. 
 
* Sem declaração de vontade, requisito de existência do negócio jurídico ele inexiste. 
 
# Finalidade negocial: é o propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. 
Permite a obtenção de múltiplos efeitos mediante a declaração de vontade. 
 
# Idoneidade do objeto: " o objeto jurídico deve ser idôneo, isto é, deve apresentar os requisitos 
ou qualidades que a lei exige para que o negócio produza os efeitos desejados". 
Ex: só pode ser objeto do mútuo as coisas fungíveis e do comodato as coisas infungíveis. 
 
# Requisitos de validade: 
> Os requisitos de validade de caráter geral são elencados no art.104 do CC --> agente capaz, 
objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita ou não defesa em lei. 
> Os requisitos de caráter especifico são aqueles pertinentes a determinado negócio jurídico. 
> Capacidade do agente: condição subjetiva; aptidão de intervir em negócios jurídicos como 
declarante ou declaratário. 
* A incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício sob pena de 
nulidade.(Art.166,I,CC) 
* A incapacidade relativa acarreta a anulabilidade do ato(art,.171,I) Exceção: arts.228,I,666, 
1860), também quando o incapaz é assistido por seu representante legal. 
* a capacidade é requisito necessário a validade e eficácia. 
* exceção de incapacidade não poder celebrar negócio: facção testamentária, art.1860. 
 
# Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: 
> objeto lícito: é o que não atenta contra a lei. 
> objeto jurídico ou imediato: é sempre uma conduta humana e se denomina prestação:dar, 
fazer ou não fazer. 
> objeto material ou mediato: são os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica 
obrigacional. 
> O objeto deve ser possível. Quando impossível o negócio é nulo. 
 
# Forma: meio de revelação da vontade. 
> consensualismo: liberdade da forma 
> formalismo: forma obrigatória. 
> Em regra a forma é livre e a exceção é exigir uma forma. 
 
* Espécies de formas: 
> forma livre: predominante. (Art.107,CC) 
> forma especial ou solene: é exigida pela lei como requisito de validade.- > forma única: não 
pode ser substituída por outra. Ex: arts.108, 1964, 1535 e 1536.-> forma múltipla: o ato é solene 
mas a lei permite a formalização do negócio por diversos modos, podendo optar por um deles. 
Ex: reconhecimento voluntário de filho art.1609, transação art.842, instituição fundação art.62, 
renúncia de herança art.1806. 
> forma contratual: é convencionada pelas as partes. Art.109. 
> forma ad substantiam: determinada forma é substância do ato, indispensável que a vontade 
produza efeitos. Ex: arts. 108, 1609. 
> forma ad probationem: a forma destina a facilitar a prova do ato. Ex: art. 1536. 
* forma é o meio para exprimir a vontade e prova do negocio jurídico é o meio de demonstrar 
existência. 
 
# Da representação 
 
> A representação legal é exercida sempre no interesse do representado, enquanto a 
convencional pode realizar-se no interesse do próprio representante. Ex: procuração em causa 
própria. 
 
# Espécies de representação: Art.115 
> Representação legal: deferida por lei aos pais, curadores, tutores, síndicos, administradores 
etc. 
> Representação convencional ou voluntária: quando decorre de negócio jurídico específico: 
mandato(art.653).Estrutura-se no campo da autonomia privada. 
* OBS: a representação convencional pode ser revogada a qualquer tempo pelo representado o 
que não ocorre com a representação legal. 
> Principio da exteriorização. 
 
# Espécies de representantes: 
>3 espécies: legal, judicial e convencional. 
> Legal: decorre da lei. Ex: pais em relação a menores(ARt.115, primeira parte, 1634,V, e 1690), 
tutores aos tutelados(art.1747,I), curadores e curatelados(art.1774). 
> Judicial: nomeado pelo o juiz para exercer poderes de representação no processo. Ex: 
inventariante, administrador de empresa penhorada. 
> Convencional: recebe mandato outorgado pelo o credor, expresso ou tácito, verbal ou escrito. 
Ex: art.661. 
> Mista: quando os poderes vêm da lei, mas a designação do representante vem dosinteressados. Ex:Art.1331 
 
# Regras de representação: Art.116 
> O representante atua em nome do representado, vinculando-o a terceiros com quem tratar. 
> Art.119 -> a condição estabelecida pela lei para considerar anulável o negócio é o 
conhecimento, pelo terceiro beneficiado, do conflito de interesses entre representado e 
representante. -> abuso de direito e excesso de poder -> pode ser anulado pelo representante. 
 
# Representação e mandato: 
> mandato : art.653 -> o que caracteriza o mandato é a ideia de representação. 
 
# Contrato consigo mesmo(autocontratação): 
> Configura-se o denominado “contrato consigo mesmo”: 
a) quando ambas as partes se manifestam por meio do mesmo representante (dupla 
representação); e 
b) quando o representante é a outra parte no negócio celebrado, exercendo dois papéis distintos, 
como ocorre no mandato em causa própria. 
Dispõe o art. 117 do CC. 
 
# Funções da representações: 
 animus do representante em agir em nome do representado, adquire direitos e 
contrai obrigações para o representante e não para si mesmo. 
 manifestação da própria vontade do representante em substituição a do 
representado. 
 conter a declaração de vontade do representante em lugar do representado-> 
poder de representação. 
# Da condição, do termo e do encargo: são autolimitações da vontade, uma vez apostos a 
manifestação da vontade tornam se inseparáveis dela. 
# Condição: é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico; 
clausula que subordina o efeito do ato jurídico a evento futuro e incerto.(Art.121). 
#Elementos da condição: voluntariedade, futuridade e incerteza. 
> É necessário que a clausula seja voluntária; que o acontecimento a que se subordina a 
eficácia ou a resolução do ato seja futuro; que também seja incerto. 
#Condição voluntária e condição legal: 
> Condição voluntária(conditio facti): é estabelecida pelas partes como requisito de eficácia do 
negocio jurídico. 
> Condição legal: possui a mesma característica da lei porém é estabelecida por lei. 
#Negócios jurídicos que não admitem condição: 
> As condições são admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral. Exceção: aceitação e 
renuncia de herança. 
> Não comportam condição: casamento, reconhecimento de filho, a adoção, a emancipação, a 
ratificação de casamento anulável, aceitação de tutela e de curatela, o exercício do poder 
familiar, direitos personalíssimos(direito a vida, integridade física, a honra). 
> Os atos que não admitem condição denominam-se atos puros -> inadmitem incerteza, atos 
jurídicos em sentido estrito, atos jurídicos de família, atos referentes ao exercício dos direitos 
personalíssimos. -> proteger a própria consideração devido a parte contrária. 
> Classificação das condições: 
> Quanto a ilicitude: lícitas ou ilícitas. Art.122 
> Quanto á possibilidade: possíveis e impossíveis. 
 fisicamente impossíveis: não podem ser cumpridas por nenhum ser humano. É 
inexistente quando resolutivas.(Art.124) 
 juridicamente impossíveis: esbarra em proibição expressa do ordenamento jurídico ou 
fere a moral ou os bons costumes.Ex: adotar pessoa de mesma idade. 
> Quanto à fonte de onde provém: causais, potestativas e mistas. 
 causais: são as que dependem do acaso, do fortuito, de fato alheio à vontade das 
partes; condição que subordina a obrigação a um acontecimento que depende da 
vontade exclusiva de um terceiro. 
 potestativas: decorre da vontade ou do poder de uma das partes. 
 puramente potestativa: são consideradas ilícitas(Art.122); arbitrária ("se eu 
quiser"); podem perder essa característica em razão de um acontecimento 
inesperado. 
 simplesmente potestativa: são admitidas por dependerem não só da 
manifestação da vontade de uma das partes como também de algum 
acontecimento exterior ao seu controle. Ex: "pagarei quando puder", art.420, 
art.505, 509 e 513. 
 mistas(Art.1.171): dependem simultaneamente da vontade de uma das partes e da 
vontade de um terceiro. 
> Quanto ao modo de atuação: suspensiva ou resolutiva. 
 condição suspensiva: impede que o ato produza efeitos até a realização de evento 
futuro e incerto. (Art.125); 
 condição resolutiva: é a que extingue, resolve o direito transferido pelo o negócio, 
ocorrido o evento futuro e incerto. 
 tácita: por não tratar propriamente de condição em sentido técnico, 
considerando-se configura se aposta ao negócio jurídico. 
 expressa: juridicamente - opera como qualquer outra condição em sentido 
técnico, de pleno direito. 
> compra e venda-> cláusula resolutiva expressa 
> contratos bilaterais sinalagmáticos-> cláusula resolutiva tácita(Art.475) 
# Retroatividade e irretroatividade da condição: 
> Efeitos ex tunc e ex nunc. 
> Principio da retroatividade da condição suspensiva: art.1.179 e da condição resolutiva: 
art.1.183 
# Termo: é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio 
jurídico(hora,dia,mês,ano). 
> O termo não suspende a aquisição do direito por ser evento futuro, mas dotado de certeza. 
Difere da condição, que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e incerto. 
> Certos negócios não admitem termo: Arts.1.808,1.626, 1.613. 
#Espécies de termos: 
> Termo certo: uma data certa determinada. 
> Termo incerto:quando é certo, mas não sabe quando vai acontecer.Se a data for 
determinável. 
> Termo convencional: é o aposto no contrato pela vontade das partes. 
> termo inicial ou suspensivo: com data de inicio; O termo inicial suspende o exercício, mas 
não a aquisição de direito(art.131) 
> termo final ou resolutivo: põe fim às consequências derivadas do negócio jurídico. 
> termo essencial: é essencial quando o efeito pretendido deva ocorrer em momento bem 
preciso, sob pena de, verificado depois, não ter mais valor; se descumprido o credor não tem 
mais interesse no cumprimento da obrigação. Ex: vestido de casamento. 
> termo não essencial: normalmente a prestação tem utilidade mesmo depois do prazo. 
* Qual a diferença entre a condição suspensiva e termo inicial? -> Termo inicial será problema 
de eficácia. Na condição não adquire direito. No termo, por convenção, não pode exercitar 
mais o Direito. 
 
# Os prazos e sua contagem: 
> Prazo: O prazo é justamente o lapso temporal que se tem entre o termo inicial e o termo 
final. 
> Art.132 a 134-> regula as regras de contagem de prazo. 
Prazo em dias -> conta por dia. 
Prazo em meses -> 30 dias. 
Prazo em horas -> minuto a minuto. 
Prazo em anos -> 360 dias. 
> Se não tiver prazo, as obrigações serão cumpridas imediatamente. 
> Prazo moral: não há combinação sobre o prazo, mas há uma atitude a ser levada em 
consideração. 
# Encargo: 
> campo das liberalidades; diminuição de vantagem; anexo a declaração de vontade; pode ser 
extirpado (retirado) sem alteração na manifestação de vontade. 
> O encargo não suspende a aquisição e nem o exercício do direito; o encargo é coercitivo e 
não suspensivo. 
> O encargo pode ser anexo ou elemento determinante. 
> Quando o encargo é visto como anexo, anula-se o encargo. Quando o encargo é elemento 
determinante anula-se o negócio jurídico. 
OBS IMPORTANTE: Os defeitos do negócio jurídico irão interferir no plano da validade porque 
são defeitos na declaração da vontade. E já o encargo, condição e termo implicarão no plano 
da eficácia. E problemas quanto ao agente(como incapacidade) e objeto (ilicitude ou 
impossibilidade) também irão implicar em invalidade do negócio jurídico. 
# Defeitos do negócio jurídico: 
> erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo. 
> A teoria dos defeitos do negócios jurídicos, tem por fundamento o desequilíbriona atuação 
da vontade e a sua própria declaração ou a exigências de ordem legal. 
# Erro: “quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age 
de um modo que não seria a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação, diz-se que 
procede com erro”; Descompasso provocado por uma falsa representação da realidade. 
> Produz uma declaração de vontade contrária com o que deveria ser; Falta de concordância 
entre vontade real e vontade declarada. Há uma vontade declarada porém defeituosa. 
> Nem todo erro anula os negócios jurídicos, os erros substancias anulam e os acidentais não 
anulam, podendo gerar outros efeitos. 
 # Espécies de erro: 
> substancial: é o erro que incide sobre a essência (substância) do ato que se pratica, sem o 
qual este não se teria realizado. Ex: o caso do colecionador que, pretendendo adquirir uma 
estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético. Hipóteses: 
Art.139 
> acidental: é o que se opõe ao substancial, porque se refere a circunstâncias de menos 
importância e que não acarretam efetivo prejuízo, ou seja, a qualidades secundárias do objeto 
ou da pessoa. Se conhecida a realidade, mesmo assim o negócio seria realizado. O erro 
acidental não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua validade. Ao 
contrário do erro essencial, no erro acidental o contrato é celebrado mesmo sendo conhecido 
pelos contratantes. Previsão: Art.142 
> Teoria da Confiança -> art.138: pessoa de diligência normal a quem o erro deve ser 
perceptível para que possa haver anulação do contrato-> Teoria da Recognoscibilidade -> no 
lugar da exclusividade entro o requisito da conocibilidade, a configuração do erro para anular o 
negócio jurídico leva em conta as duas partes. É preciso que o declarante erre e o que a outra 
parte deva saber. 
> Erro de direito: É o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma 
jurídica aplicável à situação concreta. (art. 139, III). Exemplo: pessoa que contrata a 
importação de determinada mercadoria ignorando existir lei que proíbe tal importação. Como 
tal ignorância foi a causa determinante do ato, pode ser alegada para anular o contrato, sem 
com isso se pretender que a lei seja descumprida. Erro de direito nunca vai ter lugar nas 
normas imperativas, só vai interessar para as normas dispositivas(as partes podem dispor). 
> Nem sempre o declaratário tem condições de saber do erro, ele precisa ter condições de 
saber(PODERIA). 
> Principio da Conservação do Negócio Jurídico: tenta sempre conservar o negócio. 
#Dolo: É o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O agente emprega 
artifício para levar alguém à prática de um ato que o prejudica, sendo por ele beneficiado ou 
mesmo beneficiando um terceiro. 
> Em Direito Civil, dolo tem outro aspecto-> vício da vontade. 
> Dolo-> erro provocado, erra porque alguém te levou ao erro. 
Esse erro deriva de 2 comportamentos: 
comissivo: ação/cometer; age positivamente. Ex: matar alguém 
omissivo: deixa de fazer aquilo que deveria fazer. 
-> omissão pressupõe um dever de agir. O simples fato de não fazer significa omissão. é 
preciso verificar se o agente tem o dever de agir. 
> dolo incide na manifestação da vontade anterior ao negócio jurídico. 
> O dolo difere do erro porque este é espontâneo, no sentido de que a vítima se engana 
sozinha, enquanto o dolo é provocado intencionalmente pela outra parte ou por terceiro, 
fazendo com que aquela também se equivoque. 
# Espécies de dolo: 
> Dolo bom (dolo inocente ou dolus bonus) – empregado para beneficiar o autor do ato, 
trata-se de exagero aceito; não sendo este anulável. 
Dolo mau (dolus malus) – que prejudica o autor do ato; é passível de anulação. O dolo mau ou 
dolo grave pressupõe: prejuízo para o autor do ato; benefício para o autor do dolo ou terceiro. 
Pode ser praticado pelo silêncio, ou quando agente altera a aparência externa da coisa. 
> Dolo negativo (ou omissivo): é o dolo praticado por omissão (conduta negativa), situação em 
que um dos negociantes ou contratantes é prejudicado. Previsão: Art.147; Para a 
caracterização desse dolo omissivo é preciso que o prejudicado prove que não celebraria o 
negócio se a omissão não ocorresse. 
> Dolo positivo (ou comissivo) – é o dolo praticado por ação (conduta positiva). Exemplo é a 
publicidade enganosa por ação: alguém faz um anúncio em revista de grande circulação pela 
qual um carro tem determinado acessório, mas quando o comprador o adquire percebe que o 
acessório não está presente. 
> dolo principal: Somente o dolo principal, como causa determinante da declaração de 
vontade, vicia o negócio jurídico. Configura-se quando o negócio é realizado somente porque 
houve induzimento malicioso de uma das partes. Art.145 
> dolo acidental: Diz respeito, pois, às condições do negócio. Este seria realizado 
independentemente da malícia empregada pela outra parte ou por terceiro, porém em 
condições favoráveis ao agente. Não vicia; Art.146 
OBS: O dolo, para invalidar o ato, deve ser principal — atacando a causa do negócio em si —, 
uma vez que o acidental, aquele que não impediria a realização do negócio, só gera a 
obrigação de indenizar. 
> dolo do agente: 
> dolo do representante: Dolo do representante legal ou convencional: o dolo do 
representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a 
importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o 
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
> dolo de terceiro: o de terceiro só acarreta a anulabilidade se a outra parte, beneficiada, o 
conhecia. Caso contrário, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor do dano (art. 
148); 
> dolo de aproveitamento: constitui o elemento subjetivo de outro defeito do negócio 
jurídico, que é a lesão. Configura-se quando alguém se aproveita da situação de premente 
necessidade ou da inexperiência do outro contratante para obter lucro exagerado, 
manifestamente desproporcional à natureza do negócio (CC, art. 157). 
#Coação: É a pressão psicológica ou ameaça exercida sobre uma pessoa para obrigá-la a 
praticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é necessário que se incuta medo de 
dano à pessoa do coagido, à sua família ou a seus bens, e que o dano objeto da ameaça seja 
providência física ou moral. 
> Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito nem o simples temor 
reverencial -> temor reverencial por si só não constitui uma coação, pois o mesmo é 
estimável, e convém que uma pessoa aceda à vontade daquela que a ordem social entende 
que a deve guiar. Se o temor reverencial ultrapassa, porém, os limites, dentro dos quais deve 
estar contido, a ponto de criar-se uma outra razão de coação, então o ato é anulável.Ex: se o 
pai diz ao filho: “se não te casares, tiro-te a mesada”. 
Obs.: Se a coação for física (vis absoluta) haverá a inexistência do negócio jurídico e se for ela 
moral (vis compulsiva) acarretará a invalidade do negócio. Importa chamara a atenção que a 
ação no primeiro caso é imprescritível e no segundo se sujeita a prazo decadencial acima 
mencionado. 
#Tipos de coação: 
> A coação física (“vis absoluta”): é aquela que age diretamente sobre o corpo da vítima. A 
doutrina entende que este tipo de coação neutraliza completamente a manifestação de 
vontade, tornando o negócio jurídico inexistente, e não simplesmente anulável. 
> coação moral (“vis compulsiva”): por sua vez, é aquela que incute na vítima um temor 
constante e capaz de perturbar seu espírito, fazendo com que ela manifeste seu 
consentimento de maneira viciada. 
> A vontade do coagido não está completamenteneutralizada, mas, sim, embaraçada, 
turbada, viciada pela ameaça que lhe é dirigida pelo coator. Por não tolher completamente a 
liberdade volitiva, é causa de invalidade (anulabilidade)do negócio jurídico, e não de 
inexistência. 
> requisitos para a caracterização da coação: a) violência psicológica; b) declaração de 
vontade viciada; c) receio sério e fundado de grave dano à pessoa, à família (ou pessoa 
próxima) ou aos bens do paciente. 
#Lesão: é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um 
contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou 
inexperiência de uma das partes (art. 157). 
# Elementos: 
* A lesão se compõe de dois requisitos básicos : 
> elemento objetivo: manifesta desproporção entre as prestações recíprocas; 
> elemento subjetivo: inexperiência ou premente necessidade. 
# Espécies: 
> usurária ou real: quando a lei exige, além da necessidade ou inexperiência do lesionado, o 
dolo de aproveitamento da outra parte; 
> lesão especial, lesão enorme ou simplesmente lesão: quando a lei limita-se à exigência de 
obtenção de vantagem desproporcional, sem indagação da má-fé da parte beneficiada. É a 
espécie adotada pelo CC/2002. 
# Efeitos: 
> o Código Civil considera a lesão um vício do consentimento, que torna anulável o negócio 
(art. 178, II). Faz, porém, uma ressalva: não se decretará a anulação “se for oferecido 
suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito” (art. 
157, § 2º). 
# Estado de perigo: 
> Conceito: configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar a si mesmo ou 
pessoa de sua família de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o 
juiz decidirá segundo as circunstâncias (art. 156 e parágrafo único). 
> Efeitos: o Código Civil considera anulável o negócio realizado em estado de perigo. Não será 
anulado, todavia, se a obrigação assumida não for excessivamente onerosa. Se o for, deverá o 
juiz, para evitar o enriquecimento sem causa, apenas reduzi-la a uma proporção razoável, 
anulando o excesso, e não todo o negócio jurídico. Aplica-se à hipótese, por analogia, o 
disposto no § 2º do art. 157, segundo o qual não se decretará a anulação “se for oferecido 
suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito”. 
#Fraude contra credores: 
# Conceito: é vício social. Configura-se quando o devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto 
de se tornar insolvente, com o intuito de prejudicar os seus credores. Caracteriza-se a 
insolvência quanto o ativo, ou seja, o patrimônio do devedor, não é suficiente para responder 
pelo seu passivo. 
> Hipóteses legais: 
a) nas transmissões onerosas: para anulá-las, os credores terão de provar o eventus damni 
(que a alienação reduziu o devedor à insolvência) e o consilium fraudis (a má-fé do terceiro 
adquirente); 
b) nas alienações a título gratuito (art. 158): nesses casos, os credores não precisam provar o 
consilium fraudis, pois a lei presume o propósito de fraude. A remissão (perdão) de dívida 
também constitui uma liberalidade, que reduz o patrimônio do devedor; 
c) quando o devedor já insolvente paga a credor quirografário dívida ainda não vencida (art. 
162); 
 d) quando o devedor já insolvente concede garantias de dívidas a algum credor, colocando-o 
em posição mais vantajosa do que os demais (art. 163). 
> Ação pauliana ou revocatória: 
 a) natureza jurídica — tem natureza desconstitutiva: anula as alienações ou concessões 
fraudulentas, determinando o retorno do bem ao patrimônio do devedor; 
b) legitimação ativa — dos credores quirografários, que já o eram ao tempo da alienação 
fraudulenta (art. 158). Os credores com garantia real só poderão ajuizá-la se a garantia tornar-
se insuficiente (art. 158, § 1º); 
c) legitimação passiva — do devedor insolvente e da pessoa que com ele celebrou a 
estipulação considerada fraudulenta, bem como dos terceiros adquirentes que hajam 
procedido de má-fé (art. 161). 
> Fraude à execução — distinções: 
a) é incidente do processo, regulado pelo direito processual civil, enquanto a fraude contra 
credores é regulada no direito civil; 
b) pressupõe demanda em andamento, capaz de reduzir o alienante à insolvência (CPC, art. 
593, II). Configura-se quando o devedor já havia sido citado. A alienação fraudulenta feita 
antes da citação caracteriza fraude contra credores; 
c) pode ser reconhecida mediante simples petição, nos próprios autos da execução, não 
exigindo o ajuizamento de ação pauliana. A fraude contra credores deve ser pronunciada em 
ação pauliana, não podendo ser reconhecida em embargos de terceiro (STJ, Súmula 195); 
d) torna ineficaz, em face dos credores, o negócio jurídico, ao passo que a fraude contra 
credores o torna anulável; 
e) a evolução no conceito de fraude à execução busca resguardar o direito do adquirente de 
boa-fé, transformando-a em simples modalidade de fraude contra credores, em que se exige a 
prova da má-fé deste. Nesse sentido, dispõe a Súmula 375 do STJ: “O reconhecimento da 
fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do 
terceiro adquirente”.

Outros materiais