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A linguística textual Jean Michel Adam

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FICHAMENTO DE TEXTO 
ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução a análise textual 
dos discursos. 2 ed. Revista e aumentada – São Paulo: Cortez, 2011. 
[Capítulo 2] 
Autor: Jean-Michel Adam 
“Trata-se aqui não de neutralizar o discurso, de fazer com que seja signo 
de outra coisa, nem de atravessar sua espessura para encontrar o que 
permanece silenciosamente aquém dele, trata-se, pelo contrário, de 
mantê-lo na sua consistência, de fazê-lo surgir na complexidade que lhe 
é própria.” (Foucault, 1969, p. 65) (p. 43) 
 
[Análise do Discurso e linguística textual, surge nos anos de 1950 e se 
desenvolvem de modo autônomo. Se cruzam nos trabalhos de Denis 
Slakta em 1970. A referência utilizada será a delineada por Dominique 
Maingueneau (1991 à 1995)] 
 
[Linguística textual como um subdomínio do campo mais vasto da análise 
das práticas discursivas. 
Gêneros e línguas intervém como fatores de regulação.] 
 
“Para que um sentido seja atribuído a um texto, é preciso que seja 
projetado, de certa forma, sobre “o pano de fundo de um esquema 
discursivo preexistente.” (1977, p. 427), que encontre lugar “nas 
instituições de ação simbólica, que têm por condição e condicionam, ao 
mesmo tempo, uma dada cultura” (ibid., p. 426)” (p. 45) 
 
“O conceito de discurso [...] é definido pelos seguintes traços: uma 
estabilização pública e normativa, e a possibilidade de um status 
institucional” (ibid., p. 425) É nos gêneros de discurso que localizaremos 
essa “estabilização pública e normativa” que opera no quadro do sistema 
de gêneros de cada formação discursiva.” (p. 45) 
 
“Não é a mesma sintaxe nem o mesmo vocabulário que se usam em um 
texto escrito e em uma conversação, em um jornal e em um livro, em 
uma carta e em um cartaz; mais ainda, há séries de palavras que formam 
frases individualizadas e perfeitamente aceitáveis se elas aparecem nas 
manchetes de um jornal e que, no entanto, numa conversação, não 
poderiam jamais funcionar como uma frase com sentido. (Foucault, 1969, 
p. 133)” (p. 46) 
 
“Uma frase não constitui o mesmo enunciado, ainda que formada pelas 
mesmas palavras, contendo exatamente o mesmo sentido, mantida em 
sua identidade sintática e semântica, se ela fora articulada por alguém ao 
longo de uma conversação, ou impressa em um romance; se ela foi escrita 
um dia, há séculos, e se ela reaparece agora em uma formulação oral. As 
coordenadas e o estatuto material do enunciado fazem parte de suas 
características intrínsecas. (Foucault, 1969, p. 132).” (p. 48) 
 
“Backtin faz, exatamente, a mesma reflexão: 
A identidade absoluta entre duas proposições (ou muito mais) é possível 
(em superposição, tal como duas figuras geométricas, elas coincidem). 
Ademais devemos admitir que toda proposição mesmo que complexa, no 
fluxo ilimitado da fala pode ser repetida um número ilimitado de vezes, 
sob uma forma perfeitamente idêntica, mas, na qualidade do enunciado 
(ou fragmento do enunciado), nenhuma proposição, ainda que fosse 
constituída por uma só palavra, jamais pode ser reiterada: ter-se-á 
sempre um novo enunciado (mesmo que sob forma de citação).” (p. 48) 
 
[Hesitando entre contexto e condições de produção do discurso, tem 
origem na análise do discurso francesa nos anos 1960-1980] (p. 52) 
 
“[...] é preciso retomar o fato de que se confunde muito frequentemente 
o contexto com os ‘elementos que completam ou que asseguram 
interpretação global de um enunciado’ e ‘os locais de onde esses 
elementos provêm, seja diretamente, seja indiretamente, quer dizer, por 
inferência’. (Kleiber, 1994ª, p. 14).” (p. 52) 
 
“Escrevemos ‘co(n)texto’ para dizer que a interpretação de enunciados 
isolados apoia-se tanto na (re)construção de enunciados à esquerda e/ou 
à direita (cotexto) como na operação de contextualização, que consiste 
em imaginar uma situação de enunciação que torne possível o enunciado 
considerado. Essa (re)construção de um co(n)texto pertinente parte, 
economicamente, do mais diretamente acessível: o cotexto verbal e/ou 
contexto situacional de interação.” (p. 53) 
 
“Todo texto constrói, de forma mais ou menos explícita, seu contexto de 
enunciação.” (p. 56) 
 
“A obra se enuncia por intermédio de uma situação que não é um quadro 
preestabelecido e fixo: ela pressupõe uma cena de fala determinada que 
precisa validar por meio dessa mesma fala. A obra se legitima em um laço 
paradoxal: por intermédio do mundo que ela institui, é preciso que ela 
justifique tacitamente a cena de enunciação que ela impõe inicialmente. 
(Cossutta, 2004, p. 206)” (p. 56) 
 
“A pragmática transfrástica reduz a textualidade aos ‘encademanetos de 
dois enunciados e de duas réplicas conversacionais’ (Stati, 1990, p. 12). 
É o limite da pragmática de Oswald Ducrot e da ‘pragmática do discurso’ 
de Jacques Moeschler e Anne Reboul (1998). Estes últimos afirmar que ‘O 
discurso (ou os tipos de discurso) são séries de enunciados’ (1995, p. 
235). Esse reducionismo radical tem como consequência o fato de que 
não somente o texto não tem, segundo eles, existência teórica, mas que 
o discurso, reduzido às unidades que o compõem, ‘não é uma categoria 
natural cientificamente pertinente’. E acrescentam: ‘não há, portanto, 
necessidade de um tratamento próprio e a economia cientifica consiste 
em limitar-se ao estudo do funcionamento de uma categoria natural 
cientificamente pertinente, a saber, o enunciado.” (ibid, p. 246)” (p. 58-
59) 
 
“A partir do momento em que o texto é definido como uma ‘ocorrência 
comunicativa’ (de Beaugrande e Dressler, 1981), a linguística textual 
pode aparecer como uma pragmática textual. Mas o termo ‘pragmática 
textual’, [...], não é fácil de usar hoje, em decorrência da ancoragem da 
‘pragmática do discurso’ de Moeschler e Reboul nas teorias do espírito.”(p. 
59) 
 
“Como escreveu Rainer Warning, no final dos anos 70, ‘uma teoria 
pragmática do texto que não se satisfaça apenas em apropriar-se desse 
nome não terá como objeto frases performativas segundo Austin, mas 
tipos de discursos institucionalizados’ (1975, p. 325). A ligação com a 
análise dos discursos é, então, concebível, e o objeto parece mais bem 
definido: práticas discursivas institucionalizadas, quer dizer, para nós, 
gêneros do discurso, cuja determinação pela história deve ser considerada 
pelo viés da interdiscursividade.” (p. 60) 
 
“[...] A linguagem reflete ainda, desnecessário dizê-lo, a face positiva da 
vida, essa aspiração, essa tensão, essa necessidade perpétua de realizar 
um objetivo. É a razão de ser de outro traço da linguagem espontânea, 
seu caráter ativo, quer dizer, essa tendência que leva a fala a servir à 
ação. A linguagem torna-se, então, uma arma de combate: trata-se de 
impor seu pensamento aos outros. (Bally, 1951, p. 17-18)” (p. 60) 
 
“Seja um texto, vou estudá-lo. Tudo se passa como se o texto existisse 
fora do olhar que lhe dirijo, fora da experiência que tenho, fora das 
operações que faço sobre ele para que ele se torne precisamente um 
texto. (Charles, 1995, p. 40)” (p. 65)

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