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Estados e Limites de Consistência dos Solos Disciplina Terraplenagem e Pavimentação Suyen Nakahara Um solo coesivo (com apreciável quantidade de argila) pode modificar sua consistência somente pela variação de seu teor de umidade ( ou h). Com a variação de a consistência de um solo pode passar pelo estados: • líquido; • plástico; • semi-sólido; • sólido. Estados e Limites Estado Líquido Consistência em que o solo não tem forma própria, adquirindo a forma do recipiente que o contém; flui entre os dedos. Estado Plástico Consistência em que, pela ação de forças externas, o solo muda de forma, sem que ocorra variações volumétricas apreciáveis e sem se romper ou fissurar. Estado Semi-sólido Apresenta características mecânicas e de deformação semelhantes às de um sólido; entretanto o solo sofre redução de volume com a redução do . Estado Sólido É caracterizado pela consistência de um sólido, com alta resistência a baixa deformabilidade. Não há variação de volume do solo com a secagem. Estado Sólido Estado Semi-sólido Estado Plástico Estado Líquido Teor de umidade (%) Volume LC LP LL Os teores de umidade que separam os diversos estados são chamados de Limites de Consistência ou Limites de Atterberg. • Limite de Contração - LC • Limite de Plasticidade - LP • Limite de Liquidez - LL Estado Sólido Estado Semi-sólido Estado Plástico Estado Líquido Teor de umidade (%) Volume LC LP LL Resistência Resistência Resistência T e n s ã o T e n s ã o T e n s ã o Plasticidade Propriedade apresentada por alguns materiais sólidos de serem moldados sem rupturas e sem variação de volume apreciável. Fundamental na caracterização de solos finos: f (teor de argila , teor de umidade , mineralogia dos argilominerais presentes). Teor de argila ↑ plasticidade ↑ Intervalo de umidade específica (estado plástico) → plasticidade Vargas (1982): Os Limites de Atterberg são “propriedades índices” para a determinação e classificação da “natureza” dos solos de granulação fina. Eles nada dizem sobre os “estados” em que esses solos podem apresentar. Portanto, para se executá-los corretamente é preciso destruir, primeiramente, nas amostras qualquer características de “estado”, tais como: estrutura, compacidade, dispersão dos grãos, etc. LIMITES DE ATTERBERG – LC , LP , LL Estudos do eng. químico Albert Atterberg → adaptados e obtidos por ensaios padronizados por Arthur Casagrande. A obtenção dos limites de consistência (ou limites de Atterberg) do solo permite estimar, através da Carta de Plasticidade, suas propriedades, principalmente no tocante a granulometria e compressibilidade. LIMITES DE ATTERBERG Limite de Liquidez (LL ou wL) É o menor teor de umidade em que um solo está no estado líquido. É o teor de umidade que separa o estado líquido do plástico. Corresponde a uma resistência não drenada de 2,5 kPa. Determinação do Limite de Liquidez • Aparelho de Casagrande - NBR 6459/84 ou DNER ME 122 • Ensaio de cone de laboratório Limite de Liquidez no Aparelho de Casagrande Definido empiricamente como o teor de umidade, para a qual, as metades de uma camada de solo (colocada em uma concha padrão), separadas por uma ranhura de dimensões padronizadas, fecharão as bordas inferiores desta ranhura ( 13 mm), sob o impacto de 25 golpes do Aparelho de Casagrande. Material passa peneira 0,42 mm – DNER ME 041/94 Aparelho de Casagrande Suyen Nakahara Determinação do Limite de Liquidez LL Os valores de umidade e número de golpes (;N) são representados em um sistema de eixos ortogonais, em que as abscissas (em escala logarítmica) são os números de golpes, e as ordenadas (em escala aritmética) os correspondentes teores de umidade. Limite de liquidez, expresso em teor de umidade, é o valor da abscissa do ponto da reta correspondente à ordenada de 25 golpes. Curva de fluidez A inclinação da linha de fluidez é definida como o “Índice de Fluidez”, que pode ser expresso por 1 2 21 N N log IF IF: índice de fluidez 1: teor de umidade correspondente a N1 golpes 2: teor de umidade correspondente a N2 golpes Determinação do Limite de Liquidez Método do cone de laboratório Baseado na definição do LL. Busca-se o teor de umidade no qual o solo argiloso apresenta Su= 25kPa, medida pela penetração de um pequeno cone metálico padronizado sobre uma amostra de solo moldada (norma britânica BS 1377:1975). Limite de Plasticidade (LP ou wP) É o menor teor de umidade em que um solo está no estado plástico. É o teor de umidade que separa o estado plástico de semi-sólido. Estado Sólido Estado Semi-sólido Estado Plástico Estado Líquido Teor de umidade (%) Volume LC LP LL Determinação do Limite de Plasticidade Ensaio de limite de plasticidade – NBR 7180/84 ou DNER ME 082 Determina-se o teor de umidade no qual um cilindro de solo executado com a palma da mão, por meio de movimentos regulares de vaivém, sobre uma placa de vidro fosco, começa a fissurar ao atingir dimensões padrões (φ= 3mm e L= 10cm). Material passa peneira 0,42 mm – DNER ME 041/94 Suyen Nakahara Limite de Contração (LC) É o menor teor de umidade em que um solo está no estado semi-sólido. É o teor de umidade que separa o estado semi-sólido do sólido. É o menor teor de umidade em que o solo contrai com a redução de umidade. Determinação do Limite de Contração Ensaio do limite de contração – NBR 7183/82 ou DNER ME 087/94. Método do deslocamento de mercúrio Busca-se determinar o teor de umidade que ainda ocuparia os vazios de um solo colocado a secar em estufa até não mais contrair. Material passa peneira 0,42 mm – DNER ME 041/94 Determinação do Limite de Contração • Com solo e água obter uma massa fluida, homogênea, facilmente trabalhável e sem inclusão de ar; • Colocar no centro da cápsula de contração (diâmetro de 4 cm e altura de 1 cm) untada 1/3 do volume da massa fluida de solo; • Bater a cápsula de encontro a uma superfície firme de modo que o solo ocupe todo o fundo da cápsula. Repete-se a operação mais 2 vezes até encher completamente a cápsula de contração; • Rasa-se o excesso de material com uma régua de aço, até obter uma superfície plana. Tomar precauções para evitar formação de bolhas de ar; • Deixa-se o solo secar ao ar e depois em estufa; • Mede o peso da pastilha formada de solo seco contido na cápsula (Ws). Mede-se o volume desta pastilha (Vs). Determinação do Limite de Contração 100 1 . G . W V LC w s s w = peso específico da água; G = densidade real dos grãos; Vs = volume da pastilha de solo seco; Ws = peso da pastilha de solo seco. Determinação indireta de LC pelos índices físicos Considerando que no estado sólido o índice de vazios não se altera quando o solo está seco (=0) ou saturado (=LC) solo saturado solo seco igualando Determinação do Limite de Contração G.LC .S .LC e w s 1 d se G LC d s 1 Limite de Contração Mitchell (1976): Mineral LC Montmorilonita 8,5-15 Ilita 15-17 Caulinita 25-29 Grau de contração: indica a variabilidade de volume do solo com a alteração na sua umidade. Determinação do Limite de Contração solos bons: C < 5% solos regulares: 5< C < 10% solos ruins: 10 < C < 15% solos péssimos: C > 15% V VV C s V: volume inicial da amostraVs: volume após estufa Medida do nível de plasticidade de um solo (intervalo plástico do solo) cujo valor numérico é dado pela diferença: 1. Índice de Plasticidade – IP LPLLIP • Baixos valores de plasticidade são encontrados em solos siltosos; • Altos valores de plasticidade são encontrados em solos argilosos; • Solos finos argilosos com predominância dos minerais (entre as partículas sólidas) montmorilonitas apresentam altíssimos valores de plasticidade; • Quanto menor o valor do IP melhor é o solo para ser usado nas camadas de pavimentos. ÍNDICES DEFINIDOS A PARTIR DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA 1. Índice de Plasticidade – IP Empregado na especificação da qualidade de solos empregados em obras viárias e de terra e em correlações com parâmetros de compressibilidade. 1. Índice de Plasticidade – IP Quantitativo da plasticidade dos solos 1 < IP < 7 solo fracamente plástico 7 < IP < 15 solo medianamente plástico IP > 15 solo altamente plástico IP= NP (Não Plástico) impossibilidade de se determinar LL e/ou IP 1. Índice de Plasticidade – IP Burmister (1949): IP Descrição 0 Não plástico 1-5 Ligeiramente plástico 5-10 Plasticidade baixa 10-20 Plasticidade média 20-40 Plasticidade alta > 40 Plasticidade muito alta IP Termo Prática 0-3 Não plástico Escorre pelos dedos da mão 4-6 Baixa plasticidade Quebra c/ leve pressão dos dedos 7-15 Média plasticidade Exige uma maior pressão c/ os dedos 16-35 Plástico Difícil de quebrá-lo c/ os dedos > 35 Alta plasticidade Impossível de quebrá-los AASHTO: 1. Índice de Plasticidade – IP 2. Índice de Consistência - IC Define a consistência do solo no seu estado natural. IP LL IC IC < 0 muito mole (vaza), solo no estado fluído 0 < IC < 0,5 mole , solo no estado plástico 0,5 < IC < 0,75 média, solo no estado plástico 0,75 < IC < 1 rija , solo no estado plástico IC > 1 dura, solo no estado sólido ou semi-sólido 3. Índice de Liquidez - IL Permite inferir sobre a sensibilidade e pré-adensamento dos solos argilosos. IL > 1 argilas extra-sensíveis IL 1 argilas normalmente adensadas IL 0 argilas pré-adensadas IL < 0 argilas muito pré-adensadas IL = 0 IL = 1 IL > 1 LP LL IP Teor de umidade (%) LPLL LP IL 4. Índice de Atividade Coloidal - Ac pesoilaargfração c % IP A Diz respeito a atividade da fração argilosa, ou seja, avalia o potencial da fração argila (< 2m) em conferir plasticidade e coesão, e conseqüentemente expansibilidade ao solo. Indicativo do tipo de argilomineral. Ac 0,75 Solo inativo (indicativo argila 1:1) 0,75 < Ac 1,25 Solo atividade normal Ac > 1,25 Solo ativo (indicativo argila 2:1) 4. Índice de Atividade Coloidal - Ac Mineral LL IP Ac Caulinita 35-100 20-40 0,3-0,5 Ilita 60-120 35-60 0,5-1,2 Montmorilonita 100-900 50-100 1,5-7,0 Haloisita (hidratada) 50-70 40-60 0,1-0,2 Haloisita (desidratada) 40-55 30-45 0,4-0,6 Atapulgita 150-250 100-125 0,4-1,3 Alofano 200-250 120-150 0,4-1,3 Valores típicos de alguns minerais de argila. Suyen Nakahara
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