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Classificação dos Solos Terraplenagem e Pavimentação Suyen Nakahara incluí-lo em um determinado grupo composto por solos de características e propriedades geotécnicas similares. Classificar um solo é ... Objetivo principal ... sob o ponto de vista de engenharia → estimar seu provável comportamento ou ao menos orientar o programa de investigação necessário. Na Mecânica dos Solos procura-se criar um sistema de classificação que, de fato, permita o agrupamento de solos dotados de características similares tanto do ponto de vista genético como do comportamento. A grande variedade de sistemas de classificação existente procura quase sempre, em bases mais ou menos arbitrárias, encontrar um princípio qualificador universal que possibilite agrupar a grande variedade de solos existentes em classes. Classificação dos Solos Diferentemente das outras ciências deve interessar à Mecânica dos Solos um sistema de classificação que priorize o comportamento dos solos à sua constituição, à sua origem, à sua formação, etc. Sob aspecto mais prático: necessidade de haver várias classificações, que possam atender mais especificamente aos vários campos da Geotecnia, ou seja, um sistema de classificação que atenda aos interesses da área de rodovias pode não atender com a mesma eficiência à área de fundações. Classificação dos Solos FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS • pela origem: solos residuais e solos transportados (aluviais, coluviais...) • pela sua evolução pedogenética: classificação pedológica dos solos • por características peculiares • pelo tipo e comportamento das partículas constituintes: sistemas de classificação dos solos baseados em propriedades-índices (granulometria e plasticidade) mais empregados em engenharia Engenharia Civil: Objetivando-se uma otimização do uso dos solos, as classificações podem ser divididas em genéticas e geotécnicas. Genética: pedológica e geológica Classificações essencialmente científicas, preocupando-se com a origem e evolução dos solos. Geotécnicas Sistema Unificado de Classificação de Solos (U.S.C.S. – Unified Soil Classification System) e a classificação para meio rodoviário HRB (Highway Research Board) Classificação dos Solos 1. Classificação Pedológica 2. Classificação Geológica 3. Classificação Granulométrica 4. Sistema de Classificação da Highway Research Board – HRB 5. Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) ou Unified System Classification Soil (USCS) ou Classificação Unificada de Casagrande Classificação dos Solos 1. Classificação Pedológica Pedologia é o estudo do desenvolvimento do solo próximo à superfície. O perfil do solo geralmente mostra uma seqüência de camadas (chamadas de horizontes) que se estende de 1,5 m a 3,0 m abaixo da superfície. As propriedades destes horizontes refletem nos materiais que lhe deram origem e afeta fatores ambientais tais como clima, inclinação do talude, e a vegetação sobre o processo de formação. 1. Classificação Pedológica Este sistema classifica os solos de acordo com as características dos horizontes sucessivos. As características usadas para classificação incluem cor, textura, espessura dos horizontes, etc. Aos solos são designados nomes especiais, freqüentemente os nomes da localidade onde tais perfis do solo foram primeiramente identificados (ex. arenitos de Butucatu). 1. Classificação Pedológica Perfis semelhantes encontrados subseqüentemente em outros locais são designados pelo mesmo nome. Após a intemperização da rocha o solo começa a sofrer transformações e a se organizar em horizontes, de aspectos e condições diferentes e aproximadamente paralelos à superfície do terreno. 1. Classificação Pedológica O perfil de um solo bem desenvolvido possui quatro horizontes, que poderão ser subdivididos e convencionalme nte identificados pelas letras O, A, B, C, e R 1. Classificação Pedológica Horizonte O: • Matéria vegetal cobrindo a parte superficial do solo mineral; • Pequena espessura; • Presente apenas em locais com muita vegetação; • Sem valor para a engenharia, quer como material de construção ou de suporte; • Deve sempre ser removido mesmo em obras de pequeno porte. Horizonte A: • Solo mineral mais próximo da superfície; • Principal característica, matéria orgânica em decomposição; • Fonte de sólidos carreados pela água para os horizontes inferiores; • Muito poroso; • Alta compressibilidade; • Não deve ser aproveitado como material de construção nem como elemento de suporte, mesmo de pequenas obras. 1. Classificação Pedológica 1. Classificação Pedológica Horizontes C e D: • Zona de transição para a rocha; • Não afetado pelos agentes de alteração (Biológicos, Físicos e Químicos) dos horizontes superiores; • Mantém características próximas da sua origem geológica; • Usado tanto como empréstimo ou fundação. Abaixo do Horizonte C: • Rocha, algumas vezes indicada pela letra R. 1. Classificação Pedológica Os mapas e os dados pedológicos tem sido usados para orientar o emprego das camadas superficiais (horizontes A e B) no estado natural. No entanto, as camadas mais profundas (horizonte C e subjacentes) de natureza transportada ou residual, muitas vezes não trazem informações suficientes. Classificação dos Solos 2. Classificação Geológica Os mapas geológicos existentes no Brasil são essencialmente do bedrock (pedologicamente, abaixo do Horizonte C) – muitas camadas de solos residuais ou transportados não consta nos mapas. Classificação dos Solos 3. Classificação Granulométrica Baseada tão somente na distribuição granulométrica dos solos. Os solos são classificados pela fração granulométrica dominante e subdominante: argila arenosa, areia siltosa, silte argiloso, ... Exemplos: • Escalas granulométricas (AASHTO, ABNT, ASTM, ...) • Sistema trilinear de classificação textural • Sistema trilinear de classificação textural Um diagrama trilinear (ou triangular) permite a classificação textural dos solos considerando as porcentagens das frações de areia, silte e argila obtidos dos ensaios granulométricos. Empregado na classificação de solos em engenharia rodoviária e em Pedologia. Exs: Diagrama trilinear textural do Bureau of Public Roads – EUA; Diagrama textural empregado em levantamentos de solos no Brasil (Lemos e Santos, 1982). Diagrama trilinear textural do Bureau of Public Roads 4. Sistema de Classificação da Highway Research Board - HRB Empregado na engenharia rodoviária em todo o mundo, proposto pelo Bureau of Public Roads e revisto pelo HRB(1945). Normatizado pela AASHTO M145 (1973). Classifica os solos em 8 grupos: • solos granulares (%passa No.200 35%): A-1, A-2 e A-3 • solos finos (%passa No.200 > 35%): A-4, A-5, A-6 e A-7 • solos altamente orgânicos: A-8 SOLO A-1: mistura bem graduada de fragmentos de pedra e pedregulho, areia grossa, areia média, areia fina com ou sem material fino, não plástico ou fracamente plástico; – SOLO A-1a: predomínio de fragmentos de pedra ou pedregulho com ou sem material fino bem graduado ( 50% passa No.10, 30% passa No.40 e 15% passa No.200, IP 6); – SOLO A-1b: predomínio de areia grossa a média, com ou sem material fino bem graduado ( 50% passa No.40 e 25% passa No.200, IP 6); HRB SOLO A-3: areias finas de praia ou de deserto,sem material siltoso ou argiloso ou com muito pequena quantidade de silte não plástico, e areia fina fluvial mal graduada com pouca areia grossa e pedregulho ( 51% passa No.40 e 10% passa No.200, NP); HRB SOLO A-2: solos granulares variados, com graduação irregular e pouco material fino que não se enquadram nas classes A-1 e A-3 pela maior % passa No.40 e/ou plasticidade; – SOLO A-2-4 e A-2-5: materiais granulares cuja fração passa No.40 apresenta características dos solos A-4 (A-2-4) e A-5 (A-2-5). Inclui pedregulhos com %silte e IP acima dos limites para solo A-1 e areia fina com %silte e NP acima dos limites para solo A-3; – SOLO A-2-6 e A-2-7: semelhantes aos solos A-2-4 e A-2- 5, exceto que a fração passa No.40 apresenta argila plástica, tendo características dos solos A-6 (A-2-6) e A-7 (A-2-7); HRB SOLO A-4: solos siltosos não plásticos ou moderadamente plásticos, com % passa No.200 > 35%; SOLO A-5: solos semelhantes ao A-4, com material diatomáceo ou micáceo, podendo ser altamente elástico (alto valor de LL); SOLO A-6: solos argilosos com % passa No.200 > 35%, podendo incluir misturas argilo-arenosas com até 64% de areia e pedregulho, sujeitos a grandes variações volumétricas; HRB SOLO A-7: semelhantes aos solos A-6, porém mais elásticos, com alto LL e com grandes variações volumétricas; – SOLO A-7-5: solos com moderado IP em relação ao LL – SOLO A-7-6: solos com alto IP em relação ao LL HRB Classificação geral Materiais granulares ( 35% passa No.200) Classificação do grupo A-1 A-3 A-2 A-1-a A-1-b A-2-4 A-2-5 A-2-6 A-2-7 Ensaio peneiramento (%passa) No.10 No.40 No.200 50 máx 30 máx 15 máx 50 máx 25 máx 51 mín 10 máx 35 máx 35 máx 35 máx 35 máx Característica fração passa No.40 LL IP 6 máx NP 40 máx 10 máx 41 mín 10 máx 40 máx 11 mín 41 mín 11 mín Tipos usuais de materiais constituintes significativos Fragmentos de pedra, pedregulho e areia Areia fina Pedregulho e areia siltosos ou argulosos Qualidade geral como subleito Excelente a boa Classificação geral Materiais argilo-siltosos (> 35% passa No.200) Classificação do grupo A-4 A-5 A-6 A-7 A-7-5ª A-7-6b Ensaio peneiramento (%passa) No.10 No.40 No.200 36 mín 36 mín 36 mín 36 mín Característica fração passa No.40 LL IP 40 máx 10 máx 41 mín 10 máx 40 máx 11 mín 41 mín 11 mín Tipos usuais de materiais constituintes significativos Solos siltosos Solos argilosos Qualidade geral como subleito Satisfatória a deficiente a para A-7-5, IP LL-30 b para A-7-6, IP > LL-30 HRB HRB Usando o quadro: Aplicar os dados de ensaio da esquerda para direita. Pelo processo de eliminação, o primeiro grupo da esquerda no qual os dados de ensaios se encaixam correspondem à classificação correta Suyen Nakahara HRB Em termos genéricos, as propriedades de um solo são influenciadas pela: - quantidade e característica do material granular; - quantidade da fração silte+argila (LL e IP) Comparando-se 2 solos: * quando se tem a mesma quantidade de material granular, podemos determinar o melhor (ou pior) pela análise do LL e IP. * quando temos os mesmos LL e IP podemos diferenciar o melhor da porcentagem que passa na peneira No.200. porém, * quando as quantidades de material granular, LL e IP são diferentes, como determinar o melhor ou pior solo ? Ponderação dos efeitos da quantidade de silte+argila e da qualidade do solo ligante através dos valores do LL e IP. Empregado no sistema da HRB, corresponde a um número inteiro que varia de 0 (solo ótimo quanto a capacidade de suporte) a 20 (solo péssimo quanto a capacidade de suporte). O IG é indicado entre parênteses completando a classificação. Solução: Índice de Grupo - IG d.b.,c.a.,a.,IG 010005020 a = %passa No.200 – 35% (a = 0 a 40) b = %passa No.200 – 15% (b = 0 a 40) c = LL – 40% (c = 0 a 20) d = IP – 10% (d = 0 a 20) No. inteiros e positivos HRB Valores de CBR de solos classificados pela HRB Solo CBR A-1-a 40 a mais de 80 A-1-b 20 a mais de 80 A-2-4 e A-2-5 25 a mais de 80 A-2-6 e A-2-7 12 a 30 A-3 15 a 40 A-4 4 a 25 A-5 menos de 2 a 10 A-6 e A-7 menos de 2 a 15 5. Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) ou Unified System Classification Soil (USCS) ou Classificação Unificada de Casagrande Derivada do sistema de classificação elaborado por A. Casagrande (1948), inicialmente denominado Sistema de Classificação de Aeroportos → adaptado pelo Bureau of Reclamation e U.S. Corps of Engineers (1953) → emprego generalizado. Normatizado pela ASTM D2487 (1983). • Para a fração grossa, foram mantidas as características granulométricas como os parâmetros mais representativos para a sua classificação. • Para a fração fina usa-se os limites de consistência pela importância destes parâmetros face ao tamanho das partículas nas propriedades. • Pela primeira vez os solos orgânicos foram considerados como um grupo de características e comportamento próprio e diferente dos outros dois. 5. Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) A estrutura do sistema apresenta uma distribuição dos solos em três divisões (grossos, finos e altamente orgânicos) mantendo-se o número e o símbolo dos grupos, porém, associando-se a cada um deles um único nome, exceto para argilas e siltes orgânicos. 5. Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) Os solos são classificados em 3 grupos e 6 sub-grupos: 1) SOLOS GROSSOS: > 50% retido No.200 2) SOLOS FINOS: 50% retido No.200 3) TURFAS: solos altamente orgânicos, fibrosos, de baixa densidade e extremamente compressíveis → PT (“peat”) 5. Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) Sub-grupos: a) pedregulhos (G) b) areias (S) c) siltes inorgânicos e areias finas (M) d) argilas inorgânicas (C) e) siltes orgânicos e argilas (O). PEDREGULHOS: G (“gravel”): > 50% retido No.4 AREIAS: S (“sand”): 50% retido No.4 – com pouco ou sem finos (< 5%) – Cu e Cc • bem graduados - W (“well graded”): GW, SW • mal graduados - P (“poor graded”): GP, SP – com finos (> 12%) - gráfico de plasticidade de Casagrande • argiloso - C (“clay”): GC, SC • siltoso - M (palavra sueca “mo”): GM, SM – entre 5 e 12% de finos - símbolo duplo. Ex: GW-GM Grupo 1: Solos grosso: ARGILAS: C: acima da linha A no gráfico de plasticidade SILTES: M: abaixo da linha A no gráfico de plasticidade SOLOS ORGÂNICOS: O (“organic”): abaixo da linha A, cor e odor característicos e limites do solo seco em estufa – baixa compressibilidade (LL < 50%) - L (“low”): CL, ML, OL – alta compressibilidade (LL > 50%) - H (“high”): CH, MH, OH Grupo 2: Solos finos: Gráfico de Pasticidade de Casagrande Acima: argila inorgânica (CL,CH) Abaixo: siltes inorgânicos e argilas orgânicas (ML,MH,OL,OH) Linha A: Linha B: A direita: alta compressibilidade (MH,CH) A esquerda: baixa compressibilidade (ML,CL) 20LL.73,0IP %50LL ENSAIOS DE LABORATÓRIO Símbolo Nome Solos grosso %retida > 50% No.200 Pedregulho > 50% retida No.4 Pedregulho limpo %passa No.200 < 5% Cu 4 1 Cc 3 GW Pedregulhobem graduado Cu < 4 1 > Cc > 3 GP Pedregulho mal graduado Pedregulho com finos %passa No.200 > 12% Finos classificados como ML MH GM Pedregulho siltoso CL CH GC Pedregulho argiloso Areias 50% passa No.4 Areia limpa %passa No.200 < 5% Cu ≥ 6 1 ≤ Cc ≤ 3 SW Areia bem graduada Cu < 6 1 > Cc > 3 SP Areia mal graduada Areia limpa %passa No.200 > 12% Finos classificados como ML MH SM Areia siltosa CL CH SC Areia argilosa Solos finos %passa 50% No.200 Siltes e argilas Inorgânico IP > 7 Sobre ou acima Linha A CL Argila pouco plástica IP < 4 Abaixo Linha A ML Silte LL < 50% Orgânico LLseco < 0,75.LLnat OL Argila orgânica Silte orgânico Silte e argilas Inorgânico Sobre ou acima Linha A CH Argila muito plástica Abaixo Linha A MH Silte elástico LL 50% Orgânico LLseco > 0,75.LLnat OH Argila orgânica Silte orgânico Solos altamente orgânicos Matéria orgânica, cor escura e cheiro PT Turfa Propriedades inferidas a partir da classificação SUCS • elevada dispersão de resultados de ensaios referentes às propriedades-índices (limites de consistência e granulometria); • materiais finos com comportamento diferenciado, mesmo apresentando limites de consistência aproximados; • ocorrência de solos argilosos tanto acima como abaixo da linha A do gráfico de plasticidade; • diferenças quanto às propriedades inferidas e o comportamento geotécnico real (resistência, compressibilidade e propriedades hidráulicas). Os sistemas de classificação tradicionais foram desenvolvidos com base na experiência acumulada com solos de clima temperado → limitações e incompatibilidades quando aplicadas a solos tropicais e subtropicais: Limitações dos sistemas de classificação convencionais
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