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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará IFPA Resumo das Escolas Econômicas Aluno: Tarlyson P. da Silva Professora: Rita Vasconcelos Disciplina: Economia Básica Teorias e escolas do pensamento econômico Teorias e modelos de pensamento econômico. As escolas do mercantilismo, fisiocracia, economia clássica, marxismo, economia neoclássica e escola keynesiana. Teorias econômicas Pensamentos de orientação racionalista, lógica, mas com limitada base experimental Formulados para explicar fenômenos e processos da economia Como usar recursos materiais e humanos para produzir e distribuir bens e serviços Determinam a constituição de um léxico especializado para descrição econômica (ver conceitos) Principais escolas ou teorias: mercantilismo, fisiocracia, economia clássica, marxismo, economia neoclássica e escola keynesiana. Mercantilismo As nações da época acreditavam que a riqueza consistia na quantidade de metais que as mesmas possuíam (conceito de “metalismo”). Esse saldo positivo de metais (ouro, prata e cobre) seria oriundo do saldo positivo na balança comercial, ou seja, mais exportações que importações. Conjunto de princípios que orienta a economia dos Estados europeus Contexto de expansão comercial entre os séculos XV e XVII. Teóricos: Thomas Mun (1571-1641) Josiah Child (1630-1699) Barthélemy de Laffemas (1545-1612) Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) Antoine de Montchrestien (1575-1621) Teses: Riqueza provém de reservas de metais preciosos Ouro e prata exercem função de moedas correntes Estado deve acumular reservas pela descoberta de novas jazidas de minério Estado deve ampliar reservas exportando mais e importando menos (superávit) Fisiocracia Os principais expoentes foram os franceses François Quesnay e Jacques Turgot. Acreditavam que a riqueza das nações era determinada pela produtividade das suas terras, ou seja, pelo poder agrícola que as mesmas tinham. Influenciaram o liberalismo clássico e a criação da economia política. Eram notadamente entusiastas do campo e críticos da industrialização e do meio urbano. Escola que contesta o pensamento mercantilista Século XVIII Teóricos François Quesnay (1694-1774) “Reflexões sobre a Formação e a Distribuição da Riqueza” (1766) Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781) Teses: Defesa das sociedades agrícolas: Terra é única fonte de riqueza de uma nação Indústria e comércio são necessários, mas decorrem de bens pré-exstentes “Quadro Econômico (1756) ”, de Quesnay: primeira análise do equilíbrio global da economia Demonstra como a renda gerada na agricultura é redistribuída na comunidade Rejeitam a interferência do governo nas atividades econômicas Origem conceitual do liberalismo: “laissez-faire, laissez-passer” Economia clássica Foi quando a economia passou a ser uma disciplina de estudo nas universidades, através de Adam Smith, considerado o grande pai da economia (ou até mesmo da ciência econômica, antes dela ser designada como ciência de fato), com o seu magnum opus lançado, “A Riqueza das Nações”. Os maiores expoentes da economia política foram: o próprio Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus, John Stuart Mill, Jean-Baptiste Say, Frédéric Bastiat, etc. Essa escola de pensamento se caracteriza pela defesa do liberalismo (clássico), abertura de mercado entre as nações (substituição do protecionismo e do raciocínio mercantilista dos Estados), vantagens comparativas relativo às trocas comerciais (conceito de Ricardo), a primeira teoria do valor (ou valor-trabalho, de Smith), ao conceito de terras marginais (descrita na lei dos rendimentos decrescentes de Ricardo), etc. Outra importante teoria dessa época era a de Thomas Malthus, relativa ao crescimento demográfico e a escassez de alimentos (e mercadorias) que isso poderia acarretar. A teoria do valor de Smith é descrita inicialmente sobre o trabalho demandado (o esforço) para obter determinado produto. Ou mercadoria. Imaginem, por exemplo, um alce sendo caçado. A caça, que seria o trabalho, era o que determinaria o valor do alce morto. Além disso, o mesmo fala sobre as flutuações dos preços de mercado ao redor dos preços naturais (que teriam origem na soma do trabalho, aluguéis e lucros), que pode induzir o leitor a pensar sobre a oferta e demanda das mercadorias. Outro importante conceito de Smith em “A Riqueza das Nações” é relativo à divisão de trabalho, já o primeiro conceito teórico sobre a produtividade do trabalho e sobre a origem da escala de produção. Consolidação da economia como conhecimento científico Segunda metade do século XVIII e no século XIX Contexto da Revolução Industrial Foco nas transformações do processo produtivo Teóricos: Adam Smith (1723-1790) “Uma Investigação sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações” (1776) Jean-Baptiste Say (1767-1832) Thomas Malthus (1766-1834) David Ricardo (1772-1823) Teses: Trabalho humano, e não prata/ouro, resulta em prosperidade Aprimoramento das forças produtivas enriquece uma nação Mecanização, divisão social do trabalho Processos de crises econômicas e acumulação de capital Implicações do crescimento populacional Conceito de racionalidade econômica Liberalismo e a “mão invisível” dos mercados Necessidades individuais acima do bem-estar coletivo Bem público resulta do desenvolvimento das forças produtivas. Marxismo O expoente seria o próprio Karl Marx, no caso da época dos clássicos e neoclássicos, e posteriormente alguns soviéticos (como: Bukharin, Preobajenski, Kondratiev, etc.). Também não poderia deixar de ser mencionada a economista polaco-alemã Rosa Luxemburgo, o economista polaco Karl Polanyi e o inglês John Hobson. O marxismo se caracteriza pela crítica à economia política (através da obra “O Capital”), por uma redefinição da teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo (há quem diga que a teoria do valor de Marx é apenas uma interpretação mais minuciosa em cima do que Ricardo já tinha escrito), que culminou na conceituação da mais-valia de Marx (que se divide em mais valia absoluta e mais valia relativa). Vários outros conceitos importantes devem ser mencionados, como a acumulação primitiva de capitais e o fetichismo da mercadoria, além da sua análise única do capitalismo e do que é o capital (um processo histórico e social de acumulação através do trabalho alheio, diferente da interpretação vulgar que fazem, alegando ser apenas um mero excedente possivelmente derretido com os riscos ou com a falência de um capitalista). O link da economia com a política, sociologia, filosofia e ética fazem dessa corrente de pensamento uma das mais influentes de todos os tempos, em campos diferentes, sendo então multidisciplinar. Marx também foi um crítico ferrenho da economia neoclássica (marginalistas), a qual se referia como “economistas vulgares”, e defendeu, em certo momento, a abordagem metodológica dos clássicos, a qual não sistematizava (modelava) o senso comum da burguesia, como faziam (segundo ele) os neoclássicos. Era algo nesse sentido. Contexto de consolidação do capitalismo e do sistema de classes sociais Segunda metade do século XIX Teóricos Karl Heinrich Marx (1818-1883) “Contribuição à Crítica da Economia Política” (1857) “O Capital (1867-1869)” Friedrich Engels (1820-1895) Teses: Modo de produção capitalista propicia a acumulação contínua de capital Mercadorias resultam da combinação de meios de produção e trabalho humano Quantidade de trabalho para produzir mercadoria é o que determina seu valor Ampliação do capital ocorre porque o trabalho produz valores excedentes Esse diferencial (“mais-valia”) é a fonte dos lucros e da acumulação capitalista Economia Neoclássica desdobramento da economia clássica, apelidada de neoclássica pelo americano Thorstein Veblen, e que tem origem no utilitarismo, conceito do filósofo inglês Jeremy Bentham. A partir do utilitarismo, conceito até então filosófico relativo a maximização do prazer (hedonismo), o inglês Stanley Jevons, com sua obra “A teoriada economia política”, desenvolveu o conceito de utilidade marginal, revolucionando toda teoria do valor (que sempre foi um dos principais pilares do estudo da economia), e foi daí que se ganhou o termo de “revolução marginalista” e os economistas dessa época também ficaram conhecidos como “marginalistas”. Jevons ressaltava a importância da matemática no estudo da economia, e foi também o responsável por várias equações e modelações matemáticas para demonstrar suas teorias, dando início então à ciência econômica, abandonando o conceito antigo de economia política (uma ciência até então puramente humana e tendo interligações com outras áreas de conhecimento). O francês Léon Walras, economista e também brilhante matemático, foi responsável posteriormente pela formulação da teoria do equilíbrio geral, a base mestra da economia neoclássica e da microeconomia atual, considerado por muitos como um dos economistas mais importantes da história, talvez até mais importante tecnicamente que o próprio Jevons, que deu o ponto de partida (algo parecido, na minha opinião, com o caso de Smith e Ricardo, onde o primeiro foi precursor, mas o segundo um teórico mais completo e denso). Sua principal obra se chama “Elementos de economia política pura”. Os escritos de Walras ainda flutuavam bastante em torno da utilização dos fatores de produção e vários outros raciocínios interessantes. Superação da teoria clássica do valor-trabalho Fim do século XIX Contexto de ampliação e diversificação dos mercados internacionais Influência do filósofo inglês Jeremy Bentham (1748-1832) Doutrina do utilitarismo Teóricos: Carl Menger (1840-1921) William Stanley Jevons (1835-1882) Léon Walras (1834-1910) Alfred Marshall (1842-1924) Knut Wicksell (1851-1926) Vilfredo Pareto (1848-1923) Irving Fisher (1867-1947) Teses: Valor de um produto é uma grandeza subjetiva, conforme sua utilidade Utilidade do bem é fator da quantidade disponível e da circunstância Preço definido pelo equilíbrio entre a oferta e a procura Essa seria a “lei do mercado”, que conduz à estabilidade econômica. Escola Keynesiana Escola de pensamento econômico criada pelo inglês John Maynard Keynes, até hoje considerado o economista mais influente da história. Tem no seu principal livro (A Teoria Geral do Juro, do Emprego e da Moeda) a sua matriz. Muita coisa formulada pelo mesmo é distorcida, confundida com um marxismo disfarçado, com uma espécie de planificação tímida, etc. Não tem nada a ver, ele foi um economista que pretendia reformar o funcionamento básico do capitalismo, mas bem longe de ser marxista (diferente da sua aluna Robinson, que tinha claras inclinações marxistas). Apesar de ter tido muito sucesso e influência, era natural ter os seus detratores, que fizeram caricatura de alguns dos seus postulados. Uma das suas ações foi rever e destruir a concepção geral acerca da famosa “Lei de Say”. Há quem diga que o próprio Keynes distorceu a Lei de Say na sua interpretação, mas há também quem diga que há distorção em cima da interpretação do mesmo. No caso, Keynes ressaltou a importância da efetivação da demanda (demanda efetiva) para que não haja crises de superprodução (estoques cheios, sem efetivação de vendas, que resultariam em demissões, encolhimento da renda, do consumo, da produção e da economia como um todo, por consequência). Foi o primeiro economista a enfatizar a importância da demanda agregada, escreveu sobre a importância do intervencionismo público no sentido do Estado participar ativamente da conta de investimento em momentos de crise econômica (que seria ocorrida e acentuada pela baixa de investimento na economia), visando reduzir o ciclo (crise) através de políticas fiscais expansionistas (aumento dos gastos de governo e redução tributária) e políticas monetárias também (com uma ênfase menor). No caso, criou a macroeconomia, que é a teoria econômica que enfatiza a importância de um conjunto maior de informações sendo analisada, algo como uma região, uma cidade, um país, um continente, etc. A abordagem micro, diferentemente no caso, com a teoria do equilíbrio geral, estimava (com aproximações) os pontos de interseções entre as curvas de oferta e demanda de algum produto ou setor econômico específico analisado. Contexto da grande depressão econômica dos anos 30 Revolução sobre o pensamento econômico da época Teórico: inglês John Maynard Keynes (1883-1946) “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” (1936) Teses: Contestação das hipóteses de que as forças do mercado conduzem ao equilíbrio Economia de mercado gera crises, marcadas pela recessão e pelo desemprego Investimento direto na economia garante o emprego da força de trabalho existente Crises dependem do aumento do gasto público para suprir a deficiência de demanda Obras estatais criam novos postos de trabalho, diminuindo o desemprego Neoliberalismo Políticas econômicas com ênfase no livre mercado Medidas estabelecidas no chamado Consenso de Washington Início dos anos 1990 Teses: Abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial Eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros diretos Estabilização econômica obtida pela disciplina fiscal Redução e reforma tributária, estabilidade da taxa de câmbio Redirecionamento dos gastos do Estado, com redução de sua política industrial Menor participação do Estado na economia, com maior autonomia ao setor privado Programas de privatização e da desregulamentação de preços Papel do Estado é disciplinar o mercado para combater excessos da concorrência
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