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PPP do curso de pedagogia da facedi 2008.1

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE ITAPIPOCA – FACEDI
PEDAGOGIA – LICENCIATURA PLENA
Itapipoca – Ceará
Maio - 2012
	
Universidade Estadual do Ceará - UECE
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD
Coordenadoria Técnico-Pedagógica - CTP
REITOR:
Prof. Francisco de Assis Moura Araripe 
VICE-REITOR:
Prof. Antonio de Oliveira Gomes Neto
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO:
Profª. Josefa Lineuda da Costa Murta
COORDENADORA TÉCNICO-PEDAGÓGICA:
Profª. Elivânia Silva Moraes
Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI
DIRETOR:
Prof. Me. Petrônio Augusto Simão de Souza
VICE-DIRETOR:
Prof. Me. Daniel Cassiano Lima
Curso de Pedagogia
COORDENADOR:
Prof. Me. Antonio Carlos Ferreira Bonfim
VICE-COORDENADOR:
Profa. Ma. Ana Luisa Nunes Diógenes
COORDENAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Construção do Projeto
Coletivo de Professores e Estudantes do Curso de Pedagogia da FACEDI/UECE
Coordenação e Sistematização do Projeto�
Profª. Ma. Ana Cristina de Moraes e Prof. Me. Célio Ribeiro Coutinho
Colaboração
Coordenação dos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos de Pedagogia da UECE
Profª. Dra. Eliane Dayse Pontes Furtado (FACED/UFC)
Prof. Dr. José Ribamar Furtado de Souza (FACED/UFC)
	Sumário
	Páginas
	
INFORMAÇÕES GERAIS..........................................................................		04
Apresentação.......................................................................................		04
Metodologia de construção.................................................................		05
Justificativa .........................................................................................		07
O Curso................................................................................................		08
Denominação.................................................................................		08
Histórico........................................................................................		09
O contexto do curso de Pedagogia.................................................		13
 Diagnóstico...............................................................................		13
Formas de ingresso, número de vagas e divisão de turmas por turno	19
Carga Horária do Curso e Integralização.......................................		20
ESTRUTURA DO CURSO..........................................................................		22
Perfil Profissional a ser formado.........................................................		22
Princípios norteadores...................................................................		24
Habilidades e competências...........................................................		26
Campo de atuação profissional......................................................		28
Objetivos do Curso do Curso de Pedagogia........................................		28
ESTRUTURA CURRICULAR....................................................................		30
Fluxo do Curso....................................................................................		30
Lógica da organização curricular........................................................		33
Núcleos, eixos e componentes curriculares.................................. 33
Ementário............................................................................................		51
Disciplinas obrigatórias.................................................................		53
Disciplinas optativas......................................................................		61
Sistema de pré-requisitos.....................................................................		67
Quadro de equivalências.....................................................................		71
Linhas e projetos de pesquisa..............................................................		73
Produção científica..............................................................................		73
Proposta de monitoria e iniciação científica........................................		75
Plano de estágio curricular..................................................................		77
Plano de avaliação...............................................................................		78
Projeto de extensão..............................................................................		78
CORPO FUNCIONAL.................................................................................		80
	Colegiado do curso, corpo docente, coordenação e pessoal técnico-
 -administrativo...................................................................................		80
ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPAMENTOS............................................		82
	Biblioteca, laboratórios, recurso de apoio didático e infraestrutura..		82
Bibliografia.............................................................................................................		84
Anexos.....................................................................................................................		86
Volume II - Plano das Disciplinas..........................................................................
Volume III - Currículo dos Professores..................................................................
Volume IV - Informações da Biblioteca.................................................................�
1. INFORMAÇÕES GERAIS
“O pedagogo não pode ser nem um puro e simples prático nem um puro e simples teórico. 
Ele está entre os dois (...). Somente será considerado pedagogo aquele que fará 
surgir um ‘mais’ na e pela articulação teoria-prática na educação. 
Tal é a caldeira da fabricação pedagógica.”
(Houssaye, 1996)
Apresentação
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) ora apresentado reflete a luta e a resistência do coletivo de professores e estudantes do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI, da Universidade Estadual do Ceará – UECE, durante cinco anos, 2003/2008, para construir uma nova esperança de formação humana. Uma esperança que possa trazer aos estudantes a alegria de poder ser pedagogo, aos professores a alegria de estar formando bem, a sociedade a certeza de que a universidade é importante para melhorar a sua qualidade de vida e a natureza a possibilidade de receber uma intervenção humana responsável. 
Inicialmente queremos destacar que o PPP é muito mais que um documento. Compreendemos como uma proposta de caminhada, onde cada movimento requer de todos nós universitários e sociedade em geral uma discussão responsável e horizontal, pois vai estar em pauta a vida das pessoas e do planeta terra.
Esta proposta tem uma intenção declarada: formação humana, visando possibilitar ao pedagogo mediar experiências de produção de conhecimentos nos mais diversos territórios educativos, sensibilizando-o para cuidar da natureza e das transformações sociais, no sentido de lutar permanentemente por um ambiente saudável e pelos direitos individuais e coletivos.
Este documento está dividido em seis partes. Na primeira, constam as informações gerais como a metodologia de construção, a justificativa do projeto, o curso – denominação, histórico e o contexto.
	Na segunda parte, encontra-se a estrutura do curso, contendo o perfil do profissional e os objetivos. Na terceira, a estrutura curricular, na quarta, o corpo funcional, na quinta a estrutura física e equipamentos, além dos itens complementares.
 Metodologia de construção
Iniciamos essa caminhada da construção do PPP da FACEDI, em outubro de 2003, momento da criação da comissão de planejamento que coordenou os trabalhos do PPP, tendo como base os princípios da participação, inclusão e diálogo.
 A comissão que articulou todo esse processo foi formada por professores
e mais dois representantes dos estudantes por período (dezoito estudantes). A coordenação mais direta dos trabalhos ficou a cargo de dois professores, que tinha o papel de mediar e sistematizar os trabalhos. As discussões se deram no âmbito dessa comissão e nas salas de aula, onde professores e estudantes interagiam diante das questões da faculdade e especificamente do curso de pedagogia. Professores e estudantes recém ingressos à Faculdade eram incluídos rapidamente ao processo e lhes era proporcionado adequado ambiente para que os mesmos pudessem colaborar. Independente do tipo de formação ou da categoria, a diversidade de conhecimentos e visões foi importante na construção desse projeto. Essa construção também representa um exercício de democracia na faculdade. 
Depois de formada essa comissão passou-se a discutir sobre a metodologia� a ser utilizada nessa travessia. Decidimos por um formato que garantisse a ampla participação da comunidade universitária, a problematização das questões, evitando-se apenas o levantamento de demandas, e mais importante, possibilitasse partir do conhecimento nativo existente na faculdade. Esse instrumento foi ajustado a partir de outras metodologias� que têm como eixo fundante a ampla participação dos atores sociais.
Tínhamos em mente a ideia de que havia necessidade de buscarmos jeitos de trabalhar que respeitasse os ritmos e a cultura de nossa faculdade. As transformações deveriam se dar de forma paciente e garantindo a possibilidade de que todos pudessem fazer parte dessa edificação. Os óbices de participação deveriam ser aos poucos vencidos. O sentimento de pertença, o espírito de solidariedade e a percepção de que a situação atual é assim, mas não será sempre assim, foram fundamentais para as transformações. Para ilustrar tal travessia, no seio dessa ação nasceu o belo movimento em defesa da FACEDI/UECE de 2005, quando o diagnóstico apontou a grave “precarização” do curso de pedagogia desta Faculdade de Educação.
Em seguida realizou-se a mobilização e a sensibilização da comunidade universitária para iniciar os trabalhos do PPP. Os estudantes foram sendo capacitados para colaborar no processo de mediação. Durante as discussões em sala de aula a facilitação era realizada por duplas formadas por professores e estudantes.
Ao longo das discussões identificaram-se os grandes eixos que iriam orientar o diagnóstico do curso de Pedagogia e que ao final ficou no consenso pelos cinco eixos: pesquisa; extensão; formação político-profissional (currículo, ensino e politização); gestão administrativa; e infraestrutura.
Partindo desses eixos identificaram-se os problemas, as potencialidades, as ameaças, as oportunidades e a visão de futuro da Faculdade e especificamente do curso de Pedagogia. Esse diagnóstico ia sendo constantemente sistematizado, discutido e socializado junto aos atores sociais. Para o levantamento das ameaças, oportunidades e visão de futuro contamos também com a participação da comunidade externa à faculdade, representada por professores, diretores, secretários de educação, lideranças dos movimentos sociais, artistas e sindicalistas.
 
Ao longo dessa caminhada realizou-se um estudo mais detalhado das Diretrizes Curriculares da Pedagogia, sobretudo na parte final desse processo, quando foram instituídas pela resolução do Conselho Nacional de Educação�. Assim, de posse do diagnóstico, conhecendo-se as novas diretrizes curriculares e mais o conhecimento historicamente acumulado e a experiência dos participantes, passou-se a construir a nova proposta de currículo para o curso de Pedagogia da FACEDI, diante de constantes debates, teorizações e definições. 
Estamos apresentando o PPP construído coletivamente para o curso de Pedagogia da FACEDI. Diante da conclusão da fase de elaboração desse projeto temos a consciência de que se trata de um percurso inacabado, exigindo assim de nossa faculdade o permanente cuidado e reflexão durante a fase de implementação, de avaliação e do novo planejamento. Temos a certeza de que o documento PPP em si não garantirá a sua materialização, somente o empenho comunitário e de forma organizada trará os resultados esperados. 
 Justificativa
Diante de diversas considerações acerca do atual currículo do Curso de Pedagogia, feitas por alunos, professores e a comunidade em geral, constatamos que o mesmo apresenta um perfil marcado pela grande defasagem tanto em relação a conteúdos e forma, quanto a sua estruturação, onde se verifica claramente a falta de interdisciplinaridade, bem como a pouca contextualização dos saberes.
O anseio da comunidade universitária em transformá-lo foi se constituindo numa mola propulsora que permitiu a criação de diversos momentos de discussão com os diferentes atores que compõem a comunidade universitária e também com representantes de diversos grupos da microrregião. Assim, desde 2003, a FACEDI vem viabilizando esses momentos de discussão e elaboração do PPP para o Curso de Pedagogia de modo participativo. É claro que esse processo não se deu sem tensões e ausências de pessoas em alguns momentos, porém, mesmo com instantes, às vezes desfavoráveis à continuidade de seu processo coletivo, os atores que contribuíram com sua elaboração sempre perceberam a importância de sua existência.
O presente Projeto Político-Pedagógico surge frente à necessidade de acompanharmos as mudanças ocorridas no contexto social, político, econômico, cultural e ecológico, além da exigência de adequar-se às novas diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia, instituídas pelo MEC. 
Este projeto justifica-se também pela necessária promoção de algumas inovações no campo pedagógico, construindo propostas contextualizadas, interessantes e viáveis à realidade local e global acompanhando, assim, as rápidas transformações do mundo contemporâneo. Além disso, a elaboração do PPP já vem gerando um rico processo reflexivo-interventivo, instigando o desenvolvimento de atitudes como senso crítico e avaliativo, criatividade no ato de planejar, diálogos constantes entre diferentes atores sociais.
Compreendemos que a viabilização deste PPP poderá possibilitar um importante avanço no processo de formação profissional e política dos futuros pedagogos que atuarão na microrregião de Itapipoca. O nosso sonho é que essa formação se dê de modo bastante aprofundado no sentido de que os profissionais em educação graduados na FACEDI possam oferecer um trabalho que valorize as demandas sociais, que esteja pautado na democratização do conhecimento, na luta por uma sociedade igualitária e justa que possibilite uma melhor relação com a natureza e o homem, bem como tenham um nível de formação política que lhes permitam atuar na defesa de sua categoria profissional de modo consciente e propositivo.
	De modo geral, o discurso proclamado por muitos atores sociais é o de que a educação é uma mola propulsora do desenvolvimento. Mas a compreensão mais coerente é de que a educação não é a alavanca das transformações sociais, mas estas não se fazem sem ela, ou seja, qualquer projeto de ação política será inviabilizado se a ação educativa for excluída ou compreender-se, equivocadamente, que o processo educativo deva-se dar somente após a transformação. Nessa perspectiva, a existência e a importância do Curso de Pedagogia justificam-se de modo imperativo.
	Por fim, o trabalho específico no âmbito da pedagogia é constantemente demandado pela sociedade. O Curso de Pedagogia da FACEDI em Itapipoca de natureza presencial, abrangendo toda a microrregião, é de uma presença fundamental, pois existe um grande contingente de crianças, jovens e adultos, nas diversas modalidades de ensino, em situações bastante complexas, o que exige permanente formação desse tipo de profissional.
 O Curso
Denominação
Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Histórico
Em 1983, criou-se na cidade de Itapipoca a Faculdade de Educação com o Curso de Pedagogia vinculada à Universidade Estadual do
Ceará - UECE, graças ao esforço coletivo da sociedade local e de representações políticas.
Nos cinco primeiros anos de funcionamento, o Curso de Pedagogia enfrentou algumas ameaças de fechamento, diante da crise que passava o Estado do Ceará e, conseqüentemente, a Universidade Estadual do Ceará. Apesar das dificuldades, o Curso de Pedagogia foi reconhecido junto ao Conselho Federal de Educação em 1988. 	
Funcionando inicialmente nas dependências do Colégio Estadual Joaquim Magalhães, a FACEDI recebeu, finalmente, sua nova sede em 31 de agosto de 1995. Depois de doze anos funcionando nas dependências desta escola, em meio a precárias condições estruturais (poucas salas disponíveis para o curso, falta de equipamentos), a iniciativa de representações políticas do Estado e do município e a atuação do Movimento Estudantil na pressão pela construção de uma sede própria para a FACEDI foram decisivos para impulsionar o processo de valorização da UECE no interior.
Durante quase doze anos, a luta pela construção do prédio da Faculdade de Educação de Itapipoca se constituiu como a principal bandeira da luta dos estudantes, o mais sonhado dentre todos os chavões. Sonho conseguido pela garra e resistência de muitos que por aqui passaram e que nas ruas, nos gabinetes, nos meios de comunicação, não mediram esforços para a concretização deste momento (Nascimento, 1998, p.65)�.
A história da FACEDI, desde sua origem, não se desenvolveu sem tensões entre interesses de grupos diferenciados, o que não representa algo negativo, ao contrário, isso é o que vem garantindo a própria energia necessária para a criação do clima acadêmico, alimentado por diálogos, construção de saberes e atuação dos movimentos sociais, mais particularmente o estudantil e o docente. Nesse cenário, verifica-se também a tentativa de exaltação de personalidades político-representativas, o que não nos surpreende, dada a cultura personalista e clientelista ainda muito presente em nossa sociedade.
No início da gestão [do campus da FACEDI] os estudantes são surpreendidos com a notícia de que o prefeito de Itapipoca Vicente Antenor resolveu presentear seu sobrinho e ex-governador do Estado, dando ao campus da FACEDI o nome Ciro Ferreira Gomes. A contestação foi geral na classe acadêmica e o CA resolveu comprar a briga. Realizaram-se reuniões e uma assembleia sobre o assunto, onde se exigiu que os estudantes tivessem o direito de escolher o nome do seu próprio campus. A resolução foi imediatamente enviada ao prefeito (...).
A comissão não teve êxito na audiência com o prefeito e o nome do campus não foi modificado (Idem, p.68-69).
A história da FACEDI é bastante marcada pela presença de movimentos reivindicativos. Além desses movimentos a favor da construção da sede própria e da eleição do nome do campus, temos também registrado a luta dos estudantes em novembro de 2002, pela contratação imediata de professores efetivos aprovados em concurso desde julho deste. Os estudantes promoveram 15 dias de paralisação das aulas, bem como organizaram atividades de protesto e denúncia sobre a precária situação da FACEDI. Deste movimento resultou a contratação de quatro professores efetivos.
Outro movimento muito importante desencadeado pelos estudantes da FACEDI e com adesão dos professores foi a greve de 2005, iniciada em 16 de março, tendo como principais pontos de reivindicação um concurso para professor efetivo, a melhoria da estrutura da Faculdade (ampliação do acervo da biblioteca, ampliação das salas, melhoria dos equipamentos etc.) e defesa de uma política de interiorização da UECE. Deste movimento iniciado na FACEDI, desencadeou-se uma greve geral (de estudantes e professores) da UECE a partir de maio. Esta greve terminou em 7 de julho de 2005, momento em que o governador Lúcio Alcântara, finalmente negociou a abertura de concurso para professor efetivo da UECE. A maior parte destes professores foi contratada para atuar nas unidades do interior, onde se verificavam as maiores demandas. A FACEDI foi contemplada com 17 professores, o que representou uma grande vitória do movimento. Além disso, esses movimentos vêm possibilitando um interessante processo de formação política tanto de estudantes como de professores, bem como um diálogo mais amplo sobre os problemas e as potencialidades de nossa universidade estadual.
Em 7 junho de 2006 foi deflagrada, desta vez, a greve dos professores, tendo como pauta central a situação salarial dos docentes, onde se reivindicava a implementação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), a reposição emergencial de 16,6% e o escalonamento da reposição das perdas acumuladas nos últimos 12 anos que atingem 70%. Após 156 dias de luta (em 10 de novembro) suspendeu-se a greve com o acordo, firmado entre o Movimento Unificado de Greve das três universidades estaduais (UECE, UVA e URCA), a Presidência da Assembléia Legislativa do Ceará e as lideranças dos Partidos Políticos dessa casa, garantindo a aprovação de emenda coletiva, abrindo rubrica relativa à implementação de PCCS para as universidades estaduais do Ceará, estabelecendo orçamento inicial de R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões de reais). Também ficou o compromisso do então Governador eleito de receber em seu primeiro dia de governo o Movimento Unificado para tratar do PCCV e da autonomia da universidade.
Entretanto, o PCCV só foi conquistado após uma ampla mobilização e uma nova greve de três meses deflagrada em 2007/2008. O plano aprovado trouxe um ganho de aproximadamente 92% de reajuste real e120% de reajuste nominal. Este processo teve também uma importante participação do curso de Pedagogia da FACEDI.
De modo geral, a FACEDI tem uma trajetória marcada por muitas conquistas importantes, tanto para a sua legitimação como núcleo de educação superior pública e democrática como pelo seu trabalho de formação dos profissionais em educação da região. De sua criação aos dias de hoje, vem lançando semestralmente novas turmas chegando ao total de 735 licenciados em pedagogia até 2011.1, que vêm sendo absorvidos pela demanda local e de outros municípios da região.
Atualmente a FACEDI oferece, além do Curso de Pedagogia, os Cursos de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas e Química. Em abril de 2004 teve início o curso seqüencial em Tecnologia de Frutos Tropicais, do Centro de Ciências da Saúde da UECE, desenvolvido através de parceria com as prefeituras de Itapipoca, Amontada e Miraíma. 
A Faculdade oferece, também, cursos de pós-graduação latu sensu, tendo formado duas turmas de especialistas em Metodologia do Ensino Fundamental e uma em Psicopedagogia Clínica e Institucional. 
Em 2006 a FACEDI aprovou o Curso de Especialização em Fundamentos de Arte-Educação, com o intuito de atender as demandas por cursos de pós-graduação, bem como valorizar as potencialidades artísticas locais.
Dentro da proposta de capacitação dos professores do ensino fundamental, a faculdade ofereceu ainda, o Programa Magister, chegando a licenciar 106 profissionais (nível de graduação) em 30 de Setembro de 2005, atendendo os municípios de Itapipoca, Paracuru, Trairi, São Gonçalo do Amarante, Itapajé, Tururu, Uruburetama, São Luís do Curu, Paraipaba e Miraíma.
No que diz respeito às atividades de extensão universitária, a faculdade participa das ações socioeconômicas municipais, atuando no Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, no Fórum Permanente de Defesa do Meio Ambiente, oferecendo todo apoio ao desenvolvimento da cajucultura em toda a região.
A FACEDI tem dado mais passos para aproximar-se da comunidade através de um projeto de pré-vestibular (iniciado em 2004), no qual os próprios estudantes, apoiados pelos professores ministram aulas para os alunos das escolas públicas de Itapipoca. Esta é mais uma forma da FACEDI contribuir para a democratização do ensino superior. Atualmente, este projeto está parado, na perspectiva de conquistas de apoio institucional para se legitimar como projeto de extensão.
Um aspecto
que se soma ao esforço de aproximação à comunidade local é a proposição de atividades curriculares que, para além da apropriação da realidade local, instiga o aluno a organizar projetos de intervenção, isto é, amplia seu olhar teórico-investigativo para uma perspectiva de ação transformadora, realizando, dinamicamente, a comunicação teoria e prática. 
Outro projeto de extensão importante que vem sendo desenvolvido (iniciado em março de 2006) é o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA – que, em parceria com a FACEDI-UECE/INCRA/SEDUC/MST vem realizando um trabalho de formação de educadores e de escolarização de pessoas do campo, abrangendo toda a microrregião.
Temos ainda diversos projetos de extensão que envolvem saberes artísticos, ações de organização política e educação popular. Dentre eles citamos os “Intervalos com Arte” (organizado pelo CA de Pedagogia), voltado para a apreciação e fruição artísticas, o Núcleo de Artes Cênicas (NACE) – com o Grupo de Contadores de História e o Grupo de Teatro, o Coral da Faculdade, O Laboratório Universitário de Educação Popular, Trabalho e Movimentos Sociais – LUTEMOS - o Cine Itinerante e a ampliação da ação multiplicadora, onde diversos alunos disseminam saberes artísticos através de apresentações, oficinas e cursos que eles ministram fora da Faculdade. Além desses, temos o grupo teatral “Tubo de Ensaio”, tendo como membros estudantes do Curso de Química.
Funcionando no campus da FACEDI, foi instalada em fevereiro de 1998 (e desativada em 2005) uma unidade do Centro Vocacional Tecnológico – CVT – dispondo de cinco laboratórios: um de física, um de química, um de biologia, um de computação e um de eletromecânica, atendendo às necessidades dos alunos do curso de Biologia e Química da universidade, oferecendo também cursos nas áreas de ciências e cursos profissionalizantes, voltados para os interesses da comunidade. 
No presente momento a FACEDI amplia o debate de seu PPP no sentido de fortalecer seu papel social e o diálogo com a sociedade, formando professores, professoras e estudantes comprometidos com uma reflexão crítica sobre a universidade pública e a sociedade que se quer construir.
Contexto do Curso de Pedagogia
1.4.3.1 Diagnóstico�
A situação atual do curso de Pedagogia da FACEDI será descrita e problematizada abaixo, conforme o diagnóstico construído pela comunidade. Inicialmente apresentamos os problemas e posteriormente as potencialidades.
O currículo
O currículo de Pedagogia da FACEDI é considerado pela comunidade universitária como defasado, obsoleto e assim traz muitos inconvenientes à formação dos estudantes.
Os problemas centrais identificados no currículo de Pedagogia da FACEDI envolvem a existência de um projeto de formação em curso desarticulado das realidades dos profissionais e da sociedade. Persiste ainda, mesmo que pontualmente, a abordagem tradicional utilizada no processo de ensino-aprendizagem, a inexistência de uma articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Além disso, a FACEDI não mantém uma relação institucionalmente formalizada com o poder público e com a sociedade civil organizada da microrregião.
Constatou-se ainda a falta de uma autonomia epistemológica da Pedagogia em relação às outras ciências da educação. Essa constatação não é verificada somente no curso de Pedagogia da FACEDI, mas é uma realidade dos cursos de Pedagogia em geral, sendo esta construída historicamente.
Outro problema central deve-se a pouca ênfase do caráter pedagógico sobre o fenômeno educativo no atual currículo. Quando se refere ao campo específico da pedagogia o foco é a metodologia de ensino e a prática de ensino, havendo dessa maneira a redução do trabalho pedagógico a essa dimensão, as quais também são importantes no contexto da Pedagogia. Portanto uma redução da própria Pedagogia, sobretudo do campo teórico-investigativo. Percebe-se assim uma falta de autonomia epistemológica da Pedagogia em relação às outras ciências da educação (sociologia da educação, psicologia da educação, economia da educação, filosofia da educação, história da educação etc.), ou seja, parte-se do campo conceitual dessas. Na prática, isso é expresso pela ausência da integração num todo articulado dos diferentes objetos específicos de estudo de cada uma das ciências da educação.
Atualmente, no curso realizado pela FACEDI, há uma inflação de disciplinas que auxiliam interdisciplinarmente a constituição da pedagogia, ao mesmo tempo em que tomam espaço dos saberes produzidos pela própria pedagogia. Ou seja, acredita-se que a educação vem, ao longo de sua existência, acumulando saberes e tecnologias que multiplicam a sua complexidade, tornando-se evidente a necessidade de difundir os resultados desse processo a alunos do curso de pedagogia. Para que tal ação seja efetivada, deve ser realizada uma diminuição do número de créditos obrigatórios em disciplinas não pedagógicas. 
	Há, portanto uma desarticulação do projeto formativo que é expresso por um currículo pouco contextualizado, sendo que o elenco das disciplinas optativas da Pedagogia não atende totalmente a formação do pedagogo, faltando uma articulação entre as diversas disciplinas, além de não se oferecer estudos temáticos em áreas diversas. Sobretudo em relação às áreas ligadas à pesquisa, verifica-se uma inadequada relação entre a teoria e a prática, onde o estágio supervisionado e as disciplinas de pesquisa são realizados, somente, na parte final do curso.
Outra importante constatação é a de que o Currículo vigente não é bem adequado a realidade local, não incorporando a perspectiva do ensino contextualizado, principalmente por não estar fundamentado em saberes construídos em torno da cultura da microrregião, bem como por não ser construído coletivamente.
Outro aspecto que tem dificultado a formação de pedagogos na FACEDI é a não constituição de uma relação institucionalmente formalizada com as escolas, movimentos sociais, ONGs e o poder público municipal da Microrregião o que tem comprometido a qualidade da realização das práticas educativas e de atividades de pesquisa.
O atual currículo é muito fragilizado devido a FACEDI não ser contemplada por uma política adequada de pesquisa e de extensão da UECE, incluindo a inexistência de cursos de pós-graduação que sejam coerentes com a realidade de nossa microrregião e que possa atender os egressos do curso de Pedagogia. Essa realidade tem dificultado a articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
	
Durante todas as discussões houve um consenso de que precisaríamos retirar disciplinas obsoletas e criar outras disciplinas, evitar excessos para abrir espaços para disciplinas mais importantes à formação dos pedagogos e assim possibilitar as devidas mudanças pretendidas pela comunidade universitária no curso de Pedagogia. No conjunto destas, alguns inconvenientes foram apontados, os quais deverão ser sanados com a implementação da nova proposta.
A disciplina Introdução à Educação com excessiva carga horária (90 h/a) apresenta redundância de temas que também são tratados no Seminário de Introdução à Universidade e ao Curso e na sua ementa não considera a especificidade do objeto da Pedagogia, onde poderia fazer isso. Essa disciplina vem tratando as temáticas de forma muito dispersa, abrangente e confusa. A disciplina Currículos e Programas, também têm carga horária excessiva, apresentando a mesma problemática acima.
Disciplinas como Biologia Educacional e Seminário de Integração do Trabalho Escolar foram consideradas desnecessárias ao curso, porém alguns conteúdos considerados relevantes deverão ser mantidos em outras disciplinas. 
Em relação à biologia educacional, concordamos com Fato (2000) quando esta afirma que a biologia educacional, tendo como objeto de preocupação o corpo do aluno, institui práticas de saber e poder que consiste em culpar o aluno e sua condição de vida como lugar privilegiado de “fracalização” do processo de ensino. Deste modo, acaba
por não enfatizar que o processo educacional é contextualizado histórica e sociopoliticamente, sendo resultado de um acontecimento singular ocorrido entre o professor, o aluno e o sistema educacional do qual fazem parte. Neste sentido, optou-se por abolir a disciplina Biologia Educacional, integrando discussões a respeito do fracasso escolar na disciplina de Psicologia da Aprendizagem. 
Mesmo considerando as disciplinas relativas aos fundamentos da educação importantes para a formação profissional há uma leitura de que sua carga horária total é um pouco excessiva e disciplinas como a Introdução à Sociologia, Introdução à Psicologia, Introdução à Filosofia, devem ser retiradas do currículo, passando seus conteúdos a fazerem parte das disciplinas aplicadas à educação das suas respectivas áreas. 
Nas disciplinas Estrutura e Funcionamento do Ensino I e II, bem como a Legislação Educacional de 60h/a cada, foi constatada a redundância de conteúdos e assim ocupando espaço de outros conteúdos curriculares também importantes.
As teorias da educação não são tratadas de modo aprofundado e assim não se faz uma leitura das obras clássicas no âmbito das tendências pedagógicas em diferentes contextos históricos. A formação político-profissional ainda é pouco consistente.
A Introdução à Estatística e a Estatística Aplicada à Educação ocupam muito espaço no atual currículo, necessitando rever seu peso na participação na nova proposta. Os conteúdos necessários à formação dos estudantes podem ser consolidados em uma só disciplina sem prejuízos à formação. A Introdução à Economia trabalha prioritariamente sobre o viés economicista, omitindo ao estudante uma educação em economia politizada. 
As disciplinas relativas à pesquisa e preparatória para a elaboração da monografia se apresentam mal distribuídas e pouco articuladas entre si e as demais disciplinas, ao longo do curso, o que tem comprometido a qualidade na formação científica dos estudantes, ou seja, Introdução à Metodologia é ministrada no 1º período, enquanto a Pesquisa Educacional é ofertada somente no 6º e Projeto de Monografia I e II no 8º e 9º períodos respectivamente. 
As disciplinas ligadas às práticas como a Prática de Ensino Fundamental e a Prática de Ensino Médio só são ofertadas no final do curso, 8º e 9º semestres, o que vem trazendo o inconveniente de estar formando profissionais da pedagogia com pouquíssima experiência em prática educativa, pois no período de apenas um ano não há tempo suficiente para se desenvolver no estudante uma base sólida para prepará-lo para uma intervenção de qualidade na realidade. Isso muito vezes tem levado nossos profissionais ao improviso ou ao desenvolvimento de práticas aprendidas de forma pouco sistematizadas ou com ausência de um processo mais reflexivo.
As disciplinas Educação Infantil, Alfabetização de Crianças, Educação Especial, Pedagogia de Paulo Freire, Movimentos Sociais, Educação Popular, Educação de Jovens e Adultos foram consideradas como um equívoco, na condição de optativas, no atual currículo, pois são fundamentais na formação do pedagogo, sobretudo no contexto em que se encontra a Faculdade, onde são marcantes as questões da pobreza, miséria, o analfabetismo e a exclusão social, além do grande contingente de crianças e jovens e adultos a serem escolarizados.
 
O mundo contemporâneo passa por mudanças o que exige mudanças também nas propostas de educação. É muito natural que novos conceitos, categorias, disciplinas e áreas de estudo sejam trabalhadas ou implementadas, proporcionando formação humana mais rica.
A comunidade considera que o currículo atual tem ocasionado nos acadêmicos um ambiente de comodismo, individualismo, imediatismo nas ações, falta de conscientização em relação aos problemas sociais, participação reduzida nas ações da comunidade universitária, apatia do movimento estudantil, com envolvimento de poucos nas lutas em busca de seus direitos. Isto é o reflexo da falta de um projeto de formação de pedagogos atualizado, contextualizado e enraizado nas grandes questões vigentes em nossa realidade local e global.
No conjunto das potencialidades há um destaque para a participação dos estudantes e professores nos movimentos sociais em defesa da universidade pública e gratuita, a existência de um quadro qualificado de professores e a presença do potencial artístico nos atores sociais da comunidade universitária.
Por outro lado, há um conjunto de ameaças ao desenvolvimento de um projeto de formação em Pedagogia de qualidade na FACEDI, que devemos estar bastante atentos e que também foi identificado pela comunidade, como: o cenário neoliberal atual com interesse na privatização e mercantilização da educação; a opressão dos países ricos sobre os países pobres, acentuando a situação de pobreza, má distribuição de renda e exclusão social em que se encontra uma grande parte de nossa população, situação essa que atinge o público de nossa Faculdade, expresso pelo baixo poder aquisitivo dos alunos para a aquisição de livros, participação em eventos científicos, pela excessiva carga horária de trabalho, diminuindo o tempo de dedicação aos estudos e de poder vivenciar o cotidiano da universidade; alunos morando em outros Municípios e sem apoio das prefeituras para o transporte diário à universidade; valorização das faculdades privadas em detrimento das públicas; insuficiente dotação orçamentária para a educação, necessária à ampliação e melhoria da infra-estrutura física, o apoio ao desenvolvimento da articulação ensino-pesquisa-extensão e a valorização da carreira dos docentes; pouca participação política da sociedade civil; o Programa Educação para Todos - PROUNI; a má administração pública; a atual política educacional do Governo para as universidades estaduais coordenadas pela SECITECE; falta de política de valorização dos professores e o descaso por parte da gestão das Reitorias em relação as Faculdades do interior; maior prioridade dada à capital em detrimento das Faculdades do interior; falta de apoio das prefeituras da Microrregião à FACEDI; cursos sequenciais, aligeirados e em regime especial ofertados pela UVA; limitação da área de atuação do pedagogo; os valores culturais, já formados na sociedade, como o individualismo, egoísmo, apatia e imediatismo, os quais acabam sendo reproduzidos dentro da universidade; a pouca organização e formação política da sociedade civil para lutar pelos seus direitos; a imagem negativa da UECE e dos cursos da FACEDI na comunidade externa e até mesmo interna, consequência do abandono do serviço público pelos governos; deficitária formação no ensino infantil, fundamental e médio, ocasionada pela também deficitária política de educação estadual, em que não prepara bem os alunos para o ingresso na universidade; e desvalorização do pedagogo pela sociedade e pelo poder público.
Por outro lado, a Microrregião onde se localiza a FACEDI apresenta grandes oportunidades para o desenvolvimento de um projeto de formação em Pedagogia de qualidade. No diagnóstico construído com a participação da comunidade externa à Faculdade alguns pontos foram destacados os quais deverão ser considerados na nova proposta. A presença de organizações comunitárias, de grupos artísticos ligados à dança, teatro, música e quadrilha e a existência de movimentos sociais populares (estudantis, pastorais, sindicatos, camponeses), um grande público de profissionais graduados que demandam cursos em pós-graduação, grande demanda de alunos egressos do ensino médio por formação em nível superior na FACEDI, existência de sítios paleontológicos e a rica biodiversidade (serra, sertão e praia). A cidade com o cinturão de pobreza e exclusão social nos bairros da periferia, o campo, além de conviver também com essas questões ainda não resolvidas enfrentam as problemáticas em torno da reforma agrária e de poucas oportunidades de acesso aos direitos sociais básicos, como a educação de um grande contingente de jovens e adultos. A depredação do meio ambiente
e a convivência deprimente de seres humanos com o lixão. Esses pontos são muito importantes como objetos de estudos, pesquisa e extensão, ou seja, para articular a Faculdade à sociedade, portanto para serem considerados no processo de formação em Pedagogia. 
Ao final desse diagnóstico a comunidade universitária da FACEDI apontou para um projeto político-pedagógico que possibilite a formação de profissionais valorizados pela sociedade e pelo mundo do trabalho, a garantia de formação político-profissional que contemple as diferentes realidades, socioeconômico e cultural, contemple também a educação dos povos do campo e a perspectiva da arte-educação, garanta a efetivação da articulação ensino-pesquisa-extensão, a integração da Faculdade com a comunidade, a criação de mais opções de cursos de graduação e projetos de extensão e pós-graduação gratuitos, valorizando o potencial da Microrregião. Institua-se um museu paleontológico na Faculdade, além de um centro de estudos e extensão na área ambiental, um teatro universitário, residência universitária para estudantes de outros municípios e restaurante universitário.
Formas de ingresso, número de vagas e divisão de turmas por turno
O curso de Pedagogia da FACEDI é presencial e o ingresso nele se dá através de concurso por vestibular, transferência de outras instituições de ensino superior e como graduado. Este projeto político-pedagógico terá sua implementação iniciada no período 2008.2
 	Número de vagas
40 (quarenta) vagas por semestre, ofertadas em vestibular semestral.
	Divisão de turmas por turno:
O curso de Pedagogia é presencial ofertado em turno noturno, podendo ser ofertado disciplinas optativas diuturnamente, mas somente quando, prioritariamente, for atendida a necessidade de créditos em disciplinas obrigatórias e optativas no turno noturno e ainda houver disponibilidade de professores e espaço para essas disciplinas serem ofertadas.
Carga horária do curso e integralização
O curso de Pedagogia da Faculdade de Educação de Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará compreenderá um total de 3.230 horas mínimas distribuídas em 190 créditos. Sendo 2.822 horas em 166 créditos com atividades de formação básica, 306 horas em 18 créditos com estágio supervisionado e 102 horas em 06 créditos com atividades complementares, previstas na Resolução Nº 3241 / CEPE, de 05 de outubro de 2009, e conforme quadro a ser realizado e proposto pelo Colegiado da FACEDI.
Entretanto, de antemão pode-se dizer que as atividades complementares constituem-se em áreas específicas de interesse dos estudantes, incluindo a Iniciação à Pesquisa, a participação em Projetos de Extensão, a Monitoria, além das atividades da Semana da Pedagogia/FACEDI, participação em Grupos ou Laboratórios de Estudo, Pesquisa e Extensão, eventos científico-culturais e atividades culturais em geral. Estas atividades compõem 102 horas de carga horária obrigatória do curso.
A integralização do curso de Pedagogia será realizada em nove períodos ou quatro anos e meio, tendo como período mínimo nove períodos ou quatro anos e meio e máximo, dezesseis períodos ou oito anos.
Quadro 1 – Número de créditos, disciplinas e carga horária total e mínima do projeto político pedagógico do curso de pedagogia da FACEDI/UECE e das diretrizes curriculares.
	Componentes Curriculares
	Projeto Político-Pedagógico
(Pedagogia FACEDI)
	Diretrizes Curriculares
	
	CR1
	ND2
	CH3
	CH Mínima
	CH
Mínima
	
	
	
	
	
	
	I. Atividades de Formação Básica
	
	
	
	
	
	Disciplinas Obrigatórias
	139
	40
	2363
	
	
	Disciplinas Obrigatórias - (PPP’s)4
	08
	08
	136
	
	
	Disciplinas Optativas (mínimo)5
	20
	05
	340
	340
	
	Subtotal
	167
	53
	2839
	2839
	2800
	II. Atividades de Estágio Supervisionado
	
	
	
	
	
	Estágio Supervisionado
	18
	04
	306
	
	300
	Subtotal
	18
	04
	306
	
	300
	III. Atividades Complementares 6
	
	
	
	
	
	Pesquisa, Ensino e Extensão
	06
	
	102
	102
	100
	Subtotal
	06
	
	102
	102
	100
	Total
	191
	57
	3247
	3247
	3200
	1 Número de créditos
2 Número de disciplinas
3 Carga horária
4 Pesquisa e prática pedagógica – PPP
5 O estudante deve cumprir um mínimo de cinco disciplinas optativas. 
6 As atividades complementares em áreas específicas de interesse dos estudantes, incluindo a Iniciação à Pesquisa, a participação em Projetos de Extensão, a Monitoria, além das atividades da Semana da Pedagogia/Universitária, participação em Grupos ou Laboratórios de Estudo, Pesquisa e Extensão, eventos científico-culturais e atividades culturais em geral. Todas essas atividades têm caráter complementar.
2. A ESTRUTURA DO CURSO
“Nada deve parecer impossível de ser mudado. ...
A mais perversa armadilha da alienação é acreditar 
que sempre foi assim e, portanto, sempre será assim”.
(Max Beer, 2006)
O projeto político-pedagógico representa o compromisso com a formação do cidadão e da cidadã para um determinado tipo de sociedade e de planeta, mas também uma ação educativa intencional e de qualidade, que possibilite a efetivação dessa formação. Esse projeto tem caráter dinâmico, quando continuamente faz-se a revisão dos problemas e das potencialidades e na problematização encontram-se novas soluções que orientarão toda essa intencionalidade no território da universidade. 
A nova proposta curricular para o curso de Pedagogia da FACEDI/UECE foi elaborada à luz da legislação� vigente e do diagnóstico construído pela comunidade universitária. Tal currículo deverá dar conta tanto da dinâmica global presente nesse cenário atual, como da complexidade e diversidade da realidade local. Isto implica em não importar modelos de currículos pré-elaborados, mas a partir da realidade acadêmica e do território em que se situa a FACEDI:
A proposta curricular a ser feita deverá buscar pontos articuladores comuns, bases de um processo contínuo de reflexão/avaliação, contrapondo-se a idéia de modelo, e mais ainda de modelo único, que jamais poderá contemplar a complexidade, quer da especificidade epistemológica da Pedagogia como ciência, quer das demandas socioculturais contemporâneas postas a esta ciência. (Franco, 2002, p. 100)
2.1 Perfil do profissional a ser formado
O perfil do profissional em Pedagogia� deve ser orientado por uma formação humana integral ou formação em sua totalidade. Essa educação deverá partir da própria realidade da vida humana, articulando as dimensões teóricas e práticas e a convivência entre seres humanos e entre esses e a natureza: 
O homem, verdadeiramente, educado é aquele que a partir da totalidade é capaz de situar tudo em seu devido lugar em sua vida. (Oliveira, 1997, p. 240)
Educação é, então, processo de universalização. ... Ser educado significa, assim, saber situar-se corretamente em relação às pessoas e à natureza numa perspectiva de reconhecimento universal (Oliveira, 2001, p. 288).
O perfil profissional do pedagogo da FACEDI tem orientação generalista, dando conta da diversidade das práticas educativas existentes na sociedade, mas com ênfase nos eixos de formação em Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais), Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos e Gestão Educacional, tendo como temáticas de articulação a Política Educacional, Trabalho e Movimentos Sociais, Educação Ambiental, Arte-Educação, Alfabetização e Letramento e Educação Especial. Para isso, deve-se garantir a coerência com a realidade nacional e estadual, bem como com o contexto da Microrregião� de Itapipoca. 
	A base dessa formação em Pedagogia está na articulação da teoria com a prática em torno dos saberes pedagógicos, na investigação da realidade educacional e sua transformação, fundamentando a práxis educativa. Nessa identidade profissional envolve a formação para atuar nas diversas instâncias educativas da sociedade: na sala de aula, no âmbito escolar e fora da escola. Essa escola da qual se fala é aquela
que garante a formação humana e leva em conta o movimento como sujeito educativo e ecológico, que cultiva os educandos para garantirem um lugar digno na história, ou seja, tem uma intencionalidade definida.
	A identidade do profissional de Pedagogia é algo a ser construída no contexto de sua história. É uma obra da história dos sujeitos universitários, portanto é dinâmico. A história da FACEDI, citada anteriormente, tem a forte marca da exclusão social promovida pelo Estado, mas ao mesmo tempo em que esse é questionado, resultando no avanço da organização de um movimento de luta por uma universidade democrática, autônoma, pública e de qualidade. A identidade, dessa maneira, deve ser fruto da compreensão permanente desse ambiente conflituoso e contraditório, refletido na forma injusta como a sociedade atual está organizada. A identidade não se garante em nível de projeto. Ela deve ser materializada no modo de vida dos universitários, na cultura da universidade e na cultura do povo dessa microrregião, gerando e desenvolvendo valores que possam proporcionar um mundo diferente e justo.
	Dessa maneira, os profissionais da Pedagogia da FACEDI devem apresentar o seguinte perfil:
Sólida formação ética, política, crítica, reflexiva e interativa;
Vontade e capacidade para construir e cuidar de um mundo sem desigualdade social;
Formação contextualizada, capaz de articular o conhecimento da realidade com sua transformação;
Sólida formação articulada em teorias e práticas pedagógicas;
Consciência política-organizativa capaz de compreender as diversas relações sociais antagônicas e de exploração existentes na sociedade e poder colaborar no sentido de torná-las justas;
Consciência ecológica capaz de perceber as diversas agressões ao meio ambiente e agir no sentido de articular a preservação e a conservação da vida no planeta Terra;
Compromisso com a luta em defesa da educação, básica e superior, pública, democrática, autônoma e gratuita e com os direitos dos educadores (as);
Compromisso com a defesa dos direitos das minorias étnicas, gênero e da classe explorada;
Formação para atuar na docência, em espaços de pesquisa, organização, gestão e projetos e experiências educativas;
Formação científica pautada na ética, na não-neutralidade e com capacidade de investigar o fenômeno educativo considerando a autonomia e especificidade epistemológica da Pedagogia, ao mesmo tempo em que articula a teoria pedagógica com os enfoques teóricos parciais das demais ciências da educação.
2.1.1 Princípios Norteadores
Esse currículo é sustentado por um conjunto de princípios, os quais deverão orientar todo o processo de formação humana dos pedagogos da FACEDI, tais como:
Ética – a reflexão contínua sobre os valores e as posturas profissionais cotidianas representa um aspecto de muita relevância neste currículo. Desenvolver atitudes como tolerância, respeito às diferenças, valorização da vida digna a todos os seres, cooperação, solidariedade e defesa da equidade socioambiental é uma premissa básica nesta proposta curricular;
Contextualização – o currículo precisa estar em sintonia com os valores e as transformações presentes na realidade em que atuam os diferentes atores que compõem a comunidade universitária e a sociedade em geral, além de possibilitar a articulação teoria-prática. Nesse sentido, é imprescindível a efetivação de uma educação que implique na intervenção social com transformação, dando um novo significado à realidade, ou seja, uma educação partindo do chão da vida: educação contextualizada;
Prática social ou movimento social – o sentido educativo de uma prática ou de um movimento, colocando as questões da dinâmica social na reflexão da educação, permite recuperar importante matriz da teoria pedagógica ao mesmo tempo em que enriquece essa teoria e o vínculo entre educação e movimento social. Isto forma um sujeito engajado com as lutas em defesa de uma universidade pública e uma sociedade justa;
Práxis – numa perspectiva dialógica, onde ação-reflexão atuam transversalmente, é fundamental vislumbramos uma perspectiva transformadora da realidade. Neste sentido, a educação para/no exercício da práxis é imprescindível ao processo de formação de educadores éticos e propositivos. Essa ação dialógica é ação-reflexão, processo de conscientização, problematização da condição humana, exercício de democracia, possibilidade de transformação do mundo opressor: é práxis libertadora.
Autonomia universitária – uma universidade, que visa conhecimento crítico, precisa garantir autonomia acadêmica, administrativa, jurídica e de gestão financeira em relação ao Estado e ao mercado. Isso evita uma universidade subordinada a lógica do poder econômico e político, mas não isolada da sociedade. Uma autonomia articulada com os princípios de uma universidade enquanto instituição pública, gratuita, democrática e referenciada socialmente.
Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão – a aproximação entre universidade e sociedade que vise garantir uma formação contextualizada e comprometida com a produção da cultura.
2.1.2 Habilidades e competências
Essa definição, para ser coerente com o perfil profissional apresentado, exige uma revisão de literatura com que contribua para uma consistente posição sobre quais premissas se assenta as competências e habilidades elencadas a seguir. Therrien e Loiola (2001), ao reconhecer as divergências sobre o tema, consideram relevante o aprofundamento das matrizes teóricas que orientam as políticas educacionais a definirem os parâmetros curriculares ligados a uma concepção de Pedagogia por competências, atrelada a uma preocupação com a avaliação de resultados. Esse direcionamento revela uma racionalidade técnica, própria da cultura empresarial, que reduz o desenvolvimento cultural a regras de competição e de rendimento segundo os interesses das lógicas do mercado.
Segundo esses autores, a formação generalista da década de 1970 e parte dos anos 1980 foram posta em cheque, em prol da formação de cunho conteudista e tecnicista. Essa abordagem generalista da formação pedagógica desenvolveu uma prática de pesquisa de abordagem ampla e dispersa do fenômeno educacional, dando pouca atenção aos saberes da prática docente desenvolvidos no chão da sala de aula. Com base nas abordagens ecológicas do ensino e da ergonomia do trabalho docente, os autores vislumbram a atual formação generalista, voltada para a valorização dos saberes da prática docente. Nessa direção as competências e/ou habilidades, concebidas como o saber-fazer da ação educativa, não pode ser definido abstratamente, mas unicamente em função da tarefa a realizar, articulada às suas respectivas finalidades e condições de trabalho. 
Desse modo, no contexto dos objetivos definidos nesse projeto, o sentido das competências e habilidades deve está diretamente vinculados às práticas educativas da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental, Educação popular e Educação de Jovens e Adultos e Gestão Educacional sintonizados com as temáticas de articulação; Política Educacional, Trabalho e Movimentos Sociais, Educação Ambiental, Arte-Educação, Alfabetização e Letramento e Educação Especial. São os contextos situados desses segmentos que balizam o que os órgãos oficiais denominam de competências ou habilidades, articulados às condições sociopolíticas dos alunos, das instituições educativas escolares e não escolares, e da comunidade acadêmica.
A orientação generalista da formação do pedagogo deverá, portanto, garantir tanto a compreensão ampla do fenômeno educativo quanto suas especificidades, possibilitando determinados aprofundamentos que tornem visíveis os direcionamentos profissionais dos pedagogos, cuja legitimidade seja constituída no contexto situado da ação educativa. Valente (2009) observa ainda que a noção de competências, por ter influência da abordagem tecnicista do ensino, exige uma clareza nos objetivos, assemelhando mais aos objetivos gerais, por
serem mais abrangentes e amplos, permitindo desdobramentos em diferentes situações, por vezes generalizantes. 
Seja qual for a terminologia exigida pelas agências propositoras e avaliadoras das propostas curriculares e do rendimento acadêmico, as competências e habilidades deverão está vinculadas diretamente às experiências, garantindo assim uma formação crítica e aberta a múltiplos enfoques, respondendo a complexidade educacional na sociedade contemporânea. 
Perrenoud (2001), ao considerar a ideia de competência associada à tradição utilitarista, postula que a atenção dada às competências, no âmbito da formação de professores, “acima de tudo”, deve assegurar uma formação profissional baseada na realidade das práticas, concebendo o profissional docente como produtor de conhecimentos, além de mero repassador de conteúdos. Desse modo competências e habilidades são consideradas sinônimas, visto que a ação reflexiva é inerente tanto nos processos iniciais do saber-fazer quanto naqueles bem mais avançados, quando o profissional mobiliza um conjunto de habilidades para encontrar novas formas de responder a situações imprevisíveis. Esta abordagem, contudo, ao desviar o foco da formação geral, que articula a relação entre uma sólida e ampla formação acadêmica e a dimensão da experiência e da pesquisa na formação docente, se converte numa nova orientação tecnicista. Orientação essa que restringe esta formação geral em uma de suas dimensões específicas, o saber fazer, elevada ao status de categoria absoluta com o suposto agir na urgência, decidir na incerteza, expressão que se ajusta à lógica das organizações.
Enquanto os autores que se debruçam sobre o tema insistem em apresentar diferentes classificações das competências, a presente proposta curricular se aproxima, por um lado, da compreensão abordada por Therrien e Loiola que vincula a concepção de competência à experiência. Visto que os direcionamentos profissionais apresentados a seguir tem estreita relação com a realidade histórico-social da Região, marcada por contradições políticas que cotidianamente tem contribuído para a “precarização” e consequente desvalorização da profissão docente. Por outro se orienta numa abordagem que integre a experiência, a reflexão mediada pela realidade a ser problematizada, os saberes acadêmicos, científico-culturais, a articulação com experiência em pesquisa ao longo da formação acadêmica - como está configurada na Pesquisa e Prática Pedagógica (PPP), deste projeto - (FREIRE, 1996; 1988), e as ricas experiências de estágio supervisionado.
Pensar, propor e investigar a formação humana em suas múltiplas manifestações sociais;
Compreender a evolução histórica da educação e da Pedagogia;
Realizar análise do contexto educacional articulada com a realidade social, político, econômico, cultural, ética, estética e ecológica;
Colaborar na elaboração de propostas educacionais;
Compreender e propor políticas educacionais;
Realizar pesquisas no contexto educacional escolar e não escolar;
Elaborar projeto de transformação social nos espaços de intervenção político-profissional;
Investigar, planejar e desenvolver práticas de docência.
Conceber a gestão educacional vinculada a gestão da docência
2.1.3 Campo de atuação profissional
Os profissionais formados em Pedagogia da FACEDI deverão estar aptos a desenvolver trabalho nos diversos campos, tais como as escolas da educação básica, universidades, movimentos sociais, sindicatos, associações, comunidades, projetos de desenvolvimento, podendo sua formação também possibilitar atuação em organizações não governamentais, empresas e na área de saúde e segurança. Essa intervenção dos pedagogos deverá dar conta das especificidades do campo e da cidade.
2.2 Objetivos do curso de Pedagogia
2.2.1 Objetivo geral
Proporcionar aos acadêmicos de Pedagogia formação teórico-prática para o exercício de um trabalho pedagógico propositivo e intencional na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na Educação Popular e Educação de Jovens Adultos, na Gestão Educacional e em nos espaços nos quais sejam previstos conhecimentos e experiências pedagógicas. 
2.2.2 Objetivos específicos
- Analisar e produzir saberes teórico-práticos necessários ao trabalho pedagógico no campo da Educação Infantil; dos anos iniciais do Ensino Fundamental; da Educação Popular e Educação de Jovens Adultos, bem como da Gestão Educacional;
- Formar educadores com ampla capacidade de conhecimento da realidade social e educacional e suas contradições, e com habilidade para desenvolver práticas pedagógicas correlatas com os desafios de transformação sociocultural dos sujeitos e da sociedade;
- Desenvolver competências fundadas em sólida formação didático-pedagógica que propicie a capacidade de articular a unidade teoria e prática numa perspectiva crítica e geradora de conhecimento e intervenções na realidade social e educacional, em espaços onde hajam práticas educativas;
- Desenvolver competências e habilidades de pesquisa que se integre com o ensino, garantindo a formação do professor-pesquisador;
- Formar profissionais docentes com plena consciência de seu papel social, articulando competência técnica, formação teórica consistente, capacidade de leitura crítica da realidade, nas dimensões filosófica, ética, estética e política plasmada na história da Pedagogia como ciência da educação e campo de conhecimento da relação ensino-aprendizagem;
- Possibilitar saberes teórico-práticos que preparem os pedagogos para atuarem em diferentes espaços de ensino-aprendizagem, como nas áreas de gestão educacional, educação popular e educação de jovens e adultos, educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, em práticas escolares e não escolares ou onde houver relações de ensino-aprendizagem.
3. ESTRUTURA CURRICULAR
“Todo projeto pedagógico é político e se acha molhado de ideologia. 
A questão a saber é a favor de quê e de quem, contra quê e contra 
quem se faz política de que a educação jamais prescinde”.
 (Paulo Freire, 1991)
3.1 Fluxo do curso
A estrutura curricular pode ser apresentada de acordo com a figura e o quadro que se seguem. Na figura 1 encontra-se a distribuição cíclica com os núcleos e suas componentes curriculares. Essa forma de distribuição representa melhor a ideia integradora desse projeto político pedagógico. 
No centro da figura está a Pesquisa e a Prática Pedagógica – PPP – com o papel nuclear de integrar toda a dinâmica do currículo de Pedagogia da FACEDI/UECE. A PPP articula todos os núcleos da estrutura curricular, os períodos com as disciplinas e as atividades curriculares. Percebe-se ainda que em torno do centro articulador encontram-se as quatro áreas de formação priorizadas neste PPP: educação infantil; ensino fundamental (anos iniciais); educação de jovens e adultos; e gestão educacional.
 Nesta disposição cíclica demonstra-se a ideia de que há comunicação entre todas as estratégias de formação, entre a universidade e a sociedade, além da relação com a natureza. Os conteúdos programáticos migram livremente da sociedade e da natureza para a universidade e desta para aquelas num processo permanente de “problematização”, teorização e intervenção.
No quadro 2, o fluxo encontra-se numa distribuição linear com os componentes curriculares por período.
�
Figura 1 – Organização cíclica da estrutura curricular do Curso de Pedagogia
Quadro 2 – Organização linear da estrutura curricular do curso de Pedagogia.
�
3.2 Lógica da organização curricular
	A organização curricular do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação de Itapipoca – FACEDI – está estruturada em três núcleos pedagógicos, Quadro 3: núcleo de estudos básicos; núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos; e núcleo de estudos integradores.
3.2.1 Núcleos, Eixos e Componentes Curriculares
Núcleo de Estudos Básicos
Neste núcleo, respeitando a perspectiva da diversidade, da multidimensionalidade do conhecimento e da multiculturalidade, articulam-se os fundamentos das diferentes áreas do conhecimento pertinentes ao campo da pedagogia. 
Consta neste projeto político-pedagógico os princípios da gestão democrática, o estudo dos processos, práticas e experiências educacionais, a construção de diagnósticos e projetos políticos pedagógicos participativos em ambientes escolares e não escolares, o estudo da legislação relativa à organização da educação, o estudo e a articulação da teoria e da prática pedagógica, o estudo das temáticas e problemáticas mais relevantes da sociedade contemporânea e a articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
Para isto, didaticamente, subdividimos este núcleo em cinco eixos que contemplam o conjunto das disciplinas relacionadas abaixo:
Eixo 1: Fundamentos Teóricos da Educação
Eixo 2: Organização e Gestão do Trabalho Pedagógico
Eixo 3: Formação Didático-Pedagógica
Eixo 4: Formação em Pesquisa Educacional
Quadro 3 - Estrutura curricular do curso de Pedagogia por núcleos
	NÚCLEO 1: ESTUDOS BÁSICOS
	
	Componentes Curriculares
	CH
	Eixo 1: 
Fundamentos Teóricos da Educação
	Introdução à Universidade e ao Curso
	17
	
	Introdução à Pedagogia
	68
	
	Teoria da Educação I
	68
	
	Filosofia da Educação I
	68
	
	Filosofia da Educação II
	68
	
	Sociologia da Educação I
	68
	
	Sociologia da Educação II
	68
	
	Economia Política e Educação
	68
	
	História da Educação I
	68
	
	História da Educação II
	68
	
	Psicologia da Educação I
	68
	
	Psicologia da Educação II
	68
	
	Psicologia da Aprendizagem
	68
	
	Educação Popular e Movimentos Sociais
	68
	
	Pedagogia de Paulo Freire
	68
	
	Educação Ambiental
	68
	
	Subtotal
	1037
	Eixo 2:
Organização e Gestão do Trabalho Pedagógico
	Teoria e Organização Curricular
	68
	
	Estrutura e Funcionamento do Ensino Básico
	102
	
	Política e Planejamento Educacional
	68
	
	Gestão e Avaliação Educacional
	68
	
	Subtotal
	306
	Eixo 3:
Formação Didático-Pedagógica
	Didática Geral
	68
	
	Ensino em Ciências
	68
	
	Ensino em Português
	68
	
	Ensino em Geografia e História
	68
	
	Ensino em Matemática
	68
	
	Educação de Jovens e Adultos
	68
	
	Educação Infantil
	68
	
	Alfabetização de Crianças
	68
	
	Subtotal
	544
	Eixo 4:
Formação em Pesquisa Educacional
	Metodologia do Trabalho Científico
	68
	
	Pesquisa Educacional
	68
	
	Monografia I – Projeto de Pesquisa
	68
	
	Monografia II – Pesquisa de Campo
	34
	
	Monografia III – Relatório de Pesquisa
	34
	
	Subtotal
	272
continuação Quadro3.
	Eixo 5:
Estágio Curricular
	Estágio Supervisionado I – Gestão Educacional
	68
	
	Estágio Supervisionado II - Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos
	68
	
	Estágio Supervisionado III - Educação Infantil
	102
	
	Estágio Supervisionado IV - Ensino Fundamental (anos iniciais)
	68
	
	Subtotal
	306
	
	Total
	2465
	NÚCLEO 2: APROFUNDAMENTO E DIVERSIFICAÇÃO DE ESTUDOS
	
	Componentes Curriculares
	CH
	Eixo 6:
Aprofundamento / Diversificação
	Educação e Diversidade
	34
	
	Arte-Educação
	68
	
	Educação Especial
	68
	
	Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
	34
	
	Disciplinas Optativas�
	340
	
	Subtotal
	544
	
	Total
	544
	NÚCLEO 3: ESTUDOS INTEGRADORES
	
	Componentes Curriculares
	CH
	Eixo 7:
Pesquisa e Prática Pedagógica
	Pesquisa e Prática Pedagógica I – 
Planejamento
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica II – 
Diagnóstico
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica III –
 Sistematização
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica IV – 
Socialização
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica V – 
Plano de Ação 1
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica VI – 
Plano de Ação 2
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica VII – 
Plano de Ação 3
	17
	
	Pesquisa e Prática Pedagógica VIII – 
Plano de Ação 4
	17
	
	Subtotal
	136
	Eixo 8: 
Atividades Complementares
	Atividades de Iniciação Científica, Extensão, Monitoria, além das atividades científicas e artístico-culturais em geral.
	102
	
	Subtotal
	102
	
	Total
	238
	Total Geral
	3247
Eixo 5: Estágio Curricular
O projeto político pedagógico do curso de pedagogia da FACEDI, à luz de seu diagnóstico e das diretrizes curriculares, priorizou a formação do pedagogo em quatro áreas de atuação profissional:
Estágio em Educação Infantil
Estágio em Ensino Fundamental
Estágio em Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos
Estágio em Gestão Educacional
Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos
Neste núcleo contempla o conjunto das disciplinas que darão conta tanto do aprofundamento quanto da diversificação de estudos em áreas selecionadas para o curso de pedagogia da FACEDI. As disciplinas optativas darão conta do aprofundamento e da diversificação de estudos.
Eixo 6: Aprofundamento / Diversificação
	Neste eixo constam as disciplinas, obrigatórias e optativas, que possibilitarão o aprofundamento das áreas prioritárias definidas por este projeto e ao mesmo tempo a diversificação de estudos em áreas também considerados importantes na formação dos pedagogos. Vale destacar que as disciplinas optativas deverão ser ofertadas somente a partir do segundo período do curso.
 
Núcleo de Estudos Integradores
Para proporcionar o enriquecimento curricular este projeto contará com algumas estratégias de integração: a pesquisa e prática pedagógica - PPP; as atividades teórico-práticas integradoras; e as temáticas de articulação.
Eixo 7: Pesquisa e Prática Pedagógica (PPP)
	Esse eixo é representado pelas ações de articulação pedagógica que serão desenvolvidas ao longo da formação no curso de pedagogia. Ele articula os diferentes eixos deste núcleo e os outros núcleos de forma contextualizada, integradora e dinâmica e se materializa no conjunto da proposta curricular, fortalecendo a relação teoria-prática e as dimensões ensino-pesquisa-extensão. A PPP é o motor de desenvolvimento deste projeto político-pedagógico, mas tem também caráter de disciplina no contexto do currículo. A Pesquisa e Prática Pedagógica – PPP – está organizada, Quadro 4, em duas fases e em oito momentos:
FASE 1 da PPP - Conhecimento das Experiências Pedagógicas
PPP I – Planejamento
Na fase de Planejamento os estudantes serão preparados para realizar o Diagnóstico das experiências pedagógicas, dentre a diversidade de experiências nos espaços escolares e nãoescolares. Neste momento, serão trabalhados os fundamentos do planejamento participativo, a sensibilização e seleção dos locais de trabalho, seleção das técnicas e instrumentos de pesquisa - trabalhados na disciplina de Pesquisa Educacional -, o levantamento de dados secundários relativos aos locais de trabalho selecionados, o jeito de se comunicar e trabalhar com o povo, a sondagem, com a turma de estudantes, sobre os temas e problemáticas do contexto a ser diagnosticado e por fim a construção da agenda de trabalho no campo. A PPP I dar-se-á ao final do segundo semestre logo após o término das outras disciplinas deste semestre.
PPP II – Diagnóstico
A partir deste terceiro período as PPP´s serão desenvolvidas no início do semestre, entre a segunda e quarta semana de aula. Neste momento do Diagnóstico dar-se-á a descrição de experiências pedagógicas, levantando os problemas, potencialidades, ameaças e oportunidades e alternativas de soluções. Neste contexto é de fundamental importância a problematização da experiência, apontando as causas e as consequências dos diversos problemas identificados. Para o exercício da democracia essa descrição deve ser realizada com a participação efetiva dos sujeitos locais numa perspectiva de valorização da cultura local. Ao final
deste momento o coletivo universitário já terá em mãos um conjunto, mesmo que preliminar, de temáticas e problemáticas que poderão ser utilizadas como conteúdos programáticos significativos para as atividades desenvolvidas nas diversas disciplinas. Além de já poder despertar problemas significativos tanto para o desenvolvimento das pesquisas em geral e em particular a monografia, como para o desenvolvimento dos estágios supervisionados e nos projetos de extensão. Mesmo considerando que a teorização, de forma mais sistemática, sobre os achados do Diagnóstico, esteja reservada para a PPP III – Sistematização - ela já poderá ocorrer no contexto das disciplinas durante os debates à luz do conhecimento historicamente acumulado. Isto poderá garantir a formação contextualizada pretendida por esta proposta pedagógica. Compreendemos que devido à limitação do tempo um das alternativas é a realização de um Diagnóstico Rápido Participativo.
PPP III – Sistematização
Neste momento será realizada a interpretação crítica das experiências pedagógicas vividas ou observadas. Isto exige a organização de todos os dados e informações para facilitar a análise, a síntese e a interpretação crítica do Diagnóstico. O aprofundamento da problematização e da teorização serão enfatizados aqui e ao longo de todas as disciplinas e momentos de formação. Este momento deve ser realizado, pelo menos em parte, nos locais das experiências diagnosticadas.
�
Quadro 4 - Fluxo da Pesquisa e Prática Pedagógica – PPP – no horizonte de formação e suas inter-relações no currículo.
	1º Período
	2º Período
	3º Período
	4º Período
	5º Período
	6º Período
	7º Período
	8º Período
	9º Período
	Metodologia do Trabalho Científico
	Pesquisa Educacional
	PPP II –
Diagnóstico
	PPP III –
Sistematização
	PPP IV –
Socialização
	PPP V –
Plano de Ação 1
	PPP VI –
Plano de 
Ação 2
	PPP VII -
Plano de Ação 3
	PPP VIII –
Plano de Ação 4
	
	PPP I –
Planejamento
	
	ES I –
Gestão Educacional
	ES II –
Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos
	ES III –
Educação Infantil
	ES IV –
Ensino Fundamental
(anos iniciais)
	
 Outras Disciplinas
	
	Monografia
I –
Projeto 
de Pesquisa
	Monografia II –
Pesquisa de Campo
	Monografia
III –
Relatório 
de Pesquisa
	
	
Fase 1 da PPP – 
Conhecimento das Experiências Pedagógicas
	
Fase 2 da PPP –
Produção de Experiências Pedagógicas
�
PPP IV – Socialização
Momento em que as experiências conhecidas nos diversos espaços deverão ser socializadas através de uma articulação entre a universidade e a sociedade. Tanto a universidade como a comunidade visitada, ou ambas, poderão ser o palco da socialização. O importante aqui é a apropriação do diagnóstico por todos. Na oportunidade, mais uma vez serão coletadas as alternativas de soluções para as dificuldades encontradas. A perspectiva transformadora deverá permear todo o processo de planejamento, portanto de formação pedagógica. Para isto ao longo das PPP’s os estudantes deverão ser preparados para a produção de novas experiências, mas, sobretudo, à luz da realidade estudada e dos estudos desenvolvidos na academia.
FASE 2 da PPP - Produção de Experiências Pedagógicas
PPP V – Plano de Ação 1 – Gestão Educacional
O Plano de Ação é uma proposta de intervenção para a realidade, agora conhecida. Ele representa uma síntese elaborada pelos estudantes em consistência com o Diagnóstico construído. Na PPP V este plano de ação está relacionado, especificamente, com a Gestão Educacional, tema do estágio supervisionado deste sexto período.
PPP VI – Plano de Ação 2 – Educação Popular e Educação de Jovens e Adultos
O Plano de Ação é uma proposta de intervenção para a realidade, agora conhecida. Ele representa uma síntese elaborada pelos estudantes em consistência com o Diagnóstico construído. Na PPP VI este plano de ação está relacionado, especificamente, com a Educação Popular e EJA, tema do estágio supervisionado deste sétimo período.
PPP VII – Plano de Ação 3 – Educação Infantil
O Plano de Ação é uma proposta de intervenção para a realidade, agora conhecida. Ele representa uma síntese elaborada pelos estudantes em consistência com o Diagnóstico construído. Na PPP VII este plano de ação está relacionado, especificamente, com a Educação Infantil, tema do estágio supervisionado deste oitavo período. 
PPP VIII – Plano de Ação 4 – Ensino Fundamental (anos iniciais)
O Plano de Ação é uma proposta de intervenção para a realidade, agora conhecida. Ele representa uma síntese elaborada pelos estudantes em consistência com o Diagnóstico construído. Na PPP VIII este plano de ação está relacionado, especificamente, com o Ensino Fundamental, tema do estágio supervisionado deste nono período. 
A carga horária total da PPP será de 136 horas distribuídas do segundo ao nono períodos. A PPP tem uma estreita vinculação com a disciplina de metodologia do trabalho científico, primeiro período, e a pesquisa educacional, segundo período, além das disciplinas de monografia e estágio supervisionado.
A PPP traz a possibilidade de apontar temas geradores, que poderão ser utilizados como conteúdos das diversas disciplinas, facilitando a articulação teoria-prática. Propõe-se a prática, análise teórica da prática, como ponto de partida e de chegada.
Não é só com o curso que o indivíduo se torna profissional. É, sobretudo, comprometendo-se profundamente como construtor de uma práxis que o profissional se forma. (Fávero, 1992, p. 65)
A PPP visa articular o conjunto das disciplinas de cada período, mas ao mesmo tempo proporciona aos estudantes a iniciação científica e a iniciação ao efetivo exercício profissional. Na iniciação científica, através da PPP, os estudantes ao longo dos primeiros cinco semestres terão a oportunidade de ir adquirindo tais conhecimentos, fazendo as primeiras observações da realidade, primeiras percepções, registrando os fenômenos, apropriando-se das informações, chegando à identificação de problemas na realidade social de forma mais clara. Todo esse processo de formação científica vai se aprofundando à medida que avançam no curso e quando o estudante chegar aos últimos semestres para construir sua monografia já terá, em tese, amadurecido o suficiente para desenvolver seu trabalho com certa autonomia acadêmica. A PPP vai também preparando o estudante para o efetivo exercício profissional, quando ele passa a interagir com o contexto que irá atuar. Nos cinco primeiros semestres o estudante conhecerá a diversidade de experiências escolares e nãoescolares. Quando chegar o momento dos estágios supervisionados os estudantes deverão estar aptos a mediarem uma nova prática pedagógica. As PPP´s abrangem desde o conhecimento das experiências, o conhecer e o refletir sobre a realidade, até a elaboração de um plano para a produção de nova experiência pedagógica, numa perspectiva de transformação da realidade. Isto prepara o estudante para desenvolver esta nova prática nos estágios supervisionados.
A PPP� em cada período ficará sob a coordenação coletiva de professores. Para a PPP I a presença de um professor será suficiente, entretanto nas demais PPP´s serão necessários no mínimo dois professores, tendo como ideal quatro, pois dividiríamos a turma de quarenta estudantes em quatro grupos de dez estudantes cada. Isto possibilitaria o conhecimento de quatro experiências pelo grupo (sala de aula).
As atividades de PPP exigem que a Faculdade mantenha um Projeto de Integração com os espaços escolares e nãoescolares, onde estudantes e professores desenvolverão suas atividades.
	
A carga horária do elenco das disciplinas deste projeto, obrigatórias e optativas, é flexível a realização de aulas práticas ou de campo, visando o aprofundamento das temáticas apontadas pelas PPP’s. 
A qualidade dessas atividades dependerá de um planejamento integrado

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