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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE Instituto Superior de Educação – ISE/FAEMA Profº Ms. André Tomaz Terra Júnior FARMACOLOGIA ANTIBIOTICOS Antibiose relação ecológica no qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie; Antibiótico substância produzida por microrganismos que, em pequenas quantidades, inibe o crescimento de outros microrganismos; Bacteriostático interfere no crescimento ou replicação do microrganismo, mas não ocorre morte celular. Inibidores de síntese proteica por ligação reversível aos ribossomos; Bactericida Causa a morte do microrganismo, mas não há lise celular. Inibidores de replicação por ligação irreversível a DNA girase (Topoisomerase II - torna a molécula de DNA compacta e biologicamente ativa); Bacteriolítico Induz a morte celular por lise. Inibidores de formação da parede celular. Toxicidade seletiva destruir o patógeno sem atacar o hospedeiro. Não induzir resistência bacteriana. ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS Células viáveis capazes de multiplicar e originar células filhas. Toxicidade Seletiva: característica que todo antimicrobiano deveria apresentar, pois se reflete na capacidade de atuar seletivamente sobre o microrganismo, sem provocar danos ao hospedeiro. Esta é expressa em termos do índice terapêutico: relação Bactéria/ Antibiótico, onde: Dose terapêutica: concentração para tratamento. Dose tóxica: concentração a partir da qual é tóxica. Droga que atuam sobre funções microbianas inexistentes em eucariontes geralmente tem maior toxicidade seletiva e índice terapêutico (Penicilina). ANTIBIOTICOS Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como Bactericidas quando causam a morte da bactéria Bacteriostáticos quando promovem a inibição do crescimento microbiano As bactérias são organismos unicelulares, identificados pela primeira vez por van Leeuwenhoek por volta dos anos 1670, após a invenção do microscópio ANTIBIOTICOS Propriedades desejáveis para um agente antimicrobiano Não alergênico; Ativo quando dissolvido nos fluidos corporais ou exsudatos; Solúvel e estável em solução aquosa; Atingir o nível máximo sistêmico rapidamente; Capaz de atingir o sítio de infecção. ANTIBIOTICOS • Estrutura: Proteínas RNA RNA RNA + Subunidade maior + RNA Subunidade menor Ribossomo completo Ribossomo procarioto Ribossomo eucarioto 50 S 30 S 60 S 40 S ANTIBIOTICOS 50 S 70 S MAIOR MENOR 30 S ANTIBIOTICOS • Síntese Proteica Antimicrobianos devem ser capazes de: Alcançar os alvos moleculares, que são primariamente intracelulares. Para isso, o antimicrobiano, em quantidades suficientes, precisa ultrapassar a membrana celular bacteriana. Interagir com uma molécula-alvo de modo a desencadear a morte da bactéria. Evitar a ação das bombas de efluxo que jogam o antimicrobiano para fora da célula bacteriana. Evitar a inativação por enzimas capazes de modificar o fármaco no ambiente extracelular ou no interior da célula bacteriana.. ANTIBIOTICOS Principais mecanismos de ação dos antibióticos: • Interferência com síntese de parede bacteriana • Ação sobre a membrana plasmática da célula bacteriana • Interferência na síntese e replicação do DNA • Inibição da RNA polimerase • Interferência com síntese de proteínas bacterianas • Interferência com o metabolismo do ácido fólico ANTIBIOTICOS Mecanismos bioquímicos da resistência bacteriana Produção de enzimas que inativam o fármaco. Ex.: β-Lactamases que inativam a Penicilina Alterações dos locais de ligação do fármaco Redução da captação do fármaco pela bactéria Alterações de enzimas Resistência múltipla ANTIBIOTICOS Classificação: Origem antibióticos podem ser divididos nas seguintes classes: Produzidos por bactérias: bacitracina, polimixina, tirotricina; Produzidos por actinomicetos: estreptomicina, neomicina, oxitetraciclina; Produzidos por eumicetos: fumagilina, griseofulvina, penicilina. ANTIBIOTICOS Classificação: Biossíntese antibióticos podem ser classificados em: Derivados de aminoácidos: Cloranfenicol, Penicilinas, Cefalosporinas; Derivados de carboidratos: Estreptomicina, Gentamicina, Lincomicina; Derivados de acetato e propionato: Griseofulvina, Macrolídeos, Tetraciclinas; Antibióticos diversos: Puromicina, Rifamicinas. ANTIBIOTICOS Classificação: Ação predominante os antibióticos podem ser classificados em: Ação sobre gram-positivos: Bacitracina, Eritromicina, Penicilina; Ação sobre gram-negativos: Canamicina, Colistina, Neomicina; Ação sobre micobactérias: Canamicina, Cicloserina, Estreptomicina; Ampla ação: Cloranfenicol, Tetraciclina; Ação antimicótica: Anfotericina, Fungicidina, Griseofulvina; Ação antiprotozoária: Fumagilina, Paromomicina. ANTIBIOTICOS Classificação: Mecanismo de ação os antibióticos podem ser classificados em: Ação superficial que interferem no transporte ativo através da membrana: Gramicidina, Polimixina; Inibem a biossíntese de membrana: Bacitracina, Penicilina; Bloqueiam a biossíntese proteica: Cloranfenicol; Impedem a ação de cofatores enzimáticos: Tetraciclinas. ANTIBIOTICOS Classificação: Estrutura química os antibióticos podem ser classificados em: Derivados de monopeptídios: Cicloserina, Azaserina; Derivados do ácido 6-aminopenicilânico/análogos: Penicilinas, Cefalosporinas; Derivados de 2-amino-1,3-propanodiol: Cloranfenicol; Derivados de hidrocarbonetos aromáticos: Tetraciclinas, Rifamicinas; Derivados macrolídicos: Estreptomicina, Neomicina, Vancomicina; Antibióticos poliênicos: Anfotericina, Nistatina; Antibióticos polipeptídios: Bacitracina, Polimixina. ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS Mecanismos de ação de agentes antimicrobianos nas células bacterianas 1- Interferência na síntese de parede celular; 2 - Interferência nas funções da membrana; 3 - Interferência na síntese proteica; 4 - Interferência no metabolismo de ácidos nucléicos; 5 - Interferência em reações enzimáticas (análogos estruturais) ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS Louis Pasteur demonstrou que algumas linhagens de bactérias eram importantes para processos de fermentação e, também, que as bactérias eram de ampla distribuição pelo meio ambiente; Robert Koch identificou microorganismos responsáveis por doenças como tuberculose, cólera e febre tifoide. . Nessa época, as pesquisas eram conduzidas na busca de agentes químicos que apresentassem atividade antibiótica; Paul Ehrlich conhecido como o pai da quimioterapia – uso de substâncias químicas contra infecções – foi responsável pelos conceitos primários de que uma substância química poderia interferir com a proliferação de microorganismos, em concentrações toleráveis pelo hospedeiro. ANTIBIOTICOS Paul Ehrlich (1910) desenvolveu o primeiro antibiótico de origem sintética, Salvarsan, usado contra sífilis. Poucos progressos foram conseguidos nos 20 anos seguintes para o desenvolvimento de antibióticos; Proflavina (1934) muito utilizado na II Guerra Mundial no tratamento de feridas profundas, porém era muito tóxico para utilizar em infecções sistêmicas; Gerhard Domagk (1935) foi o marco na quimioterapia antibacteriana com a descobertade que o corante vermelho prontosil apresentava atividade in vivo contra infecções causadas por espécies de Streptococcus. O prontosil é um pró-fármaco que originou uma nova classe de antibióticos sintéticos, as Sulfas ou Sulfonamidas. ANTIBIOTICOS Sulfas (Sulfonamidas) constituem a primeira classe de agentes efetivos contra infecções sistêmicas introduzida no início dos anos 1940, entretanto, apresentam espectro de ação limitado e são pouco usadas atualmente; Alexander Fleming (1928) apesar destes avanços, o grande marco no tratamento das infecções bacterianas ocorreu com a descoberta da Penicilina, que tinha atividade superior à das sulfas e também demonstrava que fungos produziam substâncias capazes de controlar a proliferação bacteriana motivou uma nova frente de pesquisas na busca de antibióticos: a prospecção em culturas de microorganismos, especialmente Fungos e Actinobactérias. ANTIBIOTICOS Penicilina G, ou Benzilpenicilina foi descrita em 1929 como agente antibiótico, porém somente foi introduzida como agente terapêutico nos anos 1940; II Guerra Munidal processo de industrialização da Penicilina e um avanço no crescimento, na descoberta e no desenvolvimento de novos antibióticos. ANTIBIOTICOS 1940-1960 vários antibióticos foram descobertos através de triagens de produtos naturais microbianos, sendo a maioria deles eficazes para o tratamento de bactérias Gram positivo: β-Lactâmicos (Cefalosporina), Aminoglicosídeos (Estreptomicina), Tetraciclinas (Clortetraciclina), Macrolídeos (Eritromicina), Peptídeos (Vancomicina) e outros (Cloranfenicol, Rifamicina B, Clindamicina e Polimixina B). Neste período apenas três derivados sintéticos foram introduzidos no mercado: Isoniazida, Trimetropim e Metronidazol. 1960-1980 foram introduzidos no mercado antibióticos semi-sintéticos eficazes para o tratamento de patógenos Gram positivo e Gram negativo, análogos aos antibióticos naturais já existentes. ANTIBIOTICOS A maioria deles foi obtida a partir de protótipos naturais microbianos, como derivados β-Lactâmicos (análogos de Penicilina e Cefalosporina, Ácido Clavulânico, Aztreonam), análogos da Tetraciclina, derivados Aminoglicosídicos (Gentamicina, Tobramicina, Amicacina); 1980-2000 as ferramentas utilizadas para a busca de novos antibióticos foram a genômica e as triagens de coleções de compostos, em detrimento às triagens de produtos naturais microbianos, porém, houve uma redução dramática na identificação de novos protótipos antibióticos, ao mesmo tempo em que ocorreu um aumento na incidência de resistência bacteriana. ANTIBIOTICOS Este período é marcado pela modificação do mercado de antibióticos pela introdução da classe das Fluoroquinolonas Sintéticas na metade dos anos 1980, desenvolvidas a partir do Ácido Nalidíxico; Alguns antibióticos baseados em protótipos naturais, como Imipenem (derivado β-Lactâmico) e análogos da Eritromicina (derivado Macrolídeo) também foram introduzidos neste período. A combinação de dois derivados semi-sintéticos de produtos naturais microbianos, Quinupristina e Dalfopristina, foi aprovada para uso em infecções causadas por Enterococcus faecium resistente à Vancomicina em 1999 pelo FDA. ANTIBIOTICOS 2000 poucos antibióticos foram introduzidos para a terapêutica antimicrobiana. Em 2001, apenas um antibiótico de origem sintética da classe das Oxazolidinonas (Linexolida) foi introduzido no mercado farmacêutico; Os programas de descoberta de antibióticos de fontes naturais têm sido retomados em algumas indústrias farmacêuticas, levando à aprovação do Lipodepsipeptídeo natural Daptomicina pelo FDA em 2003. O derivado semi-sintético Glicopeptídico Dalbavancina encontra-se em fase III de triagens clínicas pelo FDA. ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS Antibióticos β-Lactâmicos: Corresponderam a 50% do total de vendas de antibióticos em 2004; O grupo de antimicrobianos classificados como ß-lactâmicos possui em comum no seu núcleo estrutural o anel ß-lactâmico, o qual confere atividade bactericida. Conforme a característica da cadeia lateral definem-se seu espectro de ação e suas propriedades farmacológicas São agentes antibacterianos que inibem irreversivelmente a enzima transpetidase, que catalisa a reação de transpeptidação entre as cadeias de peptideoglicana da parede celular bacteriana; ANTIBIOTICOS Antibióticos β-Lactâmicos: A atividade desta enzima leva à formação de ligações cruzadas entre as cadeias peptídicas da estrutura peptideoglicana, que conferem à parede celular uma estrutura rígida importante para a proteção da célula bacteriana contra as variações osmóticas do meio. ANTIBIOTICOS Antibióticos β-Lactâmicos: ANTIBIOTICOS ß-Lactamases são secretadas para o meio extracelular e são menos ativas do que as produzidas pelas bactérias Gram-negativas; ß-Lactamases ficam dispersas fora da célula bacteriana nas gram-positivas. Antibióticos β-Lactâmicos: ANTIBIOTICOS ß-Lactamases se concentram no espaço periplasmático nas gram-negativas, onde atuam sobre os ß-Lactâmicos de maneira mais eficaz sobre os antimicrobianos ß-lactâmicos que atravessam o espaço periplasmático para alcançar as PBPs. Antibióticos β-Lactâmicos: Constituem a primeira classe de derivados de produtos naturais utilizados no tratamento terapêutico de infecções bacterianas; Após várias décadas após a descoberta da penicilina, este grupo ainda contém os agentes mais comumente utilizados; Possuem amplo espectro de atividade antibacteriana, eficácia clínica e excelente perfil de segurança, uma vez que atuam na enzima transpeptidase, única em bactérias. ANTIBIOTICOS Principais mecanismos de ação antibiótica ANTIBIOTICOS Aminoglicosídeos: São agentes que possuem um grupo amino básico e uma unidade de açúcar; A estreptomicina é o principal representante da classe, foi isolada em 1944 de Streptomyces griseus, um microorganismo presente no solo; Apresentam atividade melhorada em pH levemente alcalino, em torno de 7,4 onde estão positivamente carregados, facilitando a penetração em bactérias Gram negativo. Principais drogas da classe: Gentamicina, Tobramicina, Amicacina, Netilmicina, Paramomicina e Espectinomicina. ANTIBIOTICOS Aminoglicosídeos: Apresentam efeito bactericida por ligarem-se especificamente à subunidade 30S dos ribossomos bacterianos, impedindo o movimento do ribossomo ao longo do mRNA e, consequentemente, interrompendo a síntese de proteínas; O uso contínuo dessa classe deve ser cuidadosamente controlado, devido aos efeitos Ototóxicos, Nefrotóxicos e Paralisia Muscular (Raros, altas doses, IP e infusão rápida) Esses agentes são efetivos contra bactérias Gram negativo aeróbicas, como P. aeruginosa, e apresentam efeito sinérgico com β-Lactâmicos. ANTIBIOTICOS Aminoglicosídeos: Devido à polaridade, os Aminoglicosídeos devem ser administrados por via injetável; Eles também são incapazes de atravessar a barreira hematoencefálica eficientemente, portanto, não podem ser usados para o tratamento de meningites, a menos que sejam injetados diretamente no SNC. ANTIBIOTICOS Aminoglicosídeos: Mecanismo de ação: ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas. Para atuar, o Aminoglicosídeo deve primeiramente ligar-se à superfície da célula bacteriana e posteriormente deve ser transportado através da parede por um processo dependente de energia oxidativa. ANTIBIOTICOS Macrolídeos Representaram cerca de 18% do total de vendas de antibióticos em 2004; São um grupo de antimicrobianos quimicamente constituídos por um anel macrocíclico de lactona, ao qual ligam-se um ou mais açúcares. Macrolídeos naturais caracterizam-se pela presença de lactonas macrocíclicas de origem policetídica de 14 ou 16 membros, ligadas a um açúcar e um amino-açúcar; Derivados semi-sintéticos podem apresentar anel macrocíclico de 15 membros (Azitromicina). Eritromicina, isolada pela primeira vez em 1952 de Streptomyces erythreus, é um dos mais seguros antibióticos em uso clínico. ANTIBIOTICOS São usados em infecções respiratórias como Pneumonia, Exacerbação bacteriana aguda de bronquite crônica, Sinusite aguda, Otites médias, Tonsilites e Faringites. Os patógenos predominantes envolvidos nestas doenças Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. ANTIBIOTICOS Macrolídeos São agentes bacteriostáticos, que atuam pela ligação com o RNA ribossomal 23S da subunidade 50S, interferindo na elongação da cadeia peptídica durante a translação e bloqueando a biossíntese de proteínas bacterianas; Macrolídeos Pertencem a este grupo: Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina, Espiramicina, Miocamicina, Roxitromicina. O espectro de ação é semelhante, diferindo apenas na potência contra alguns microrganismos. Eritromicina age frente à maioria dos patógenos respiratórios, é considerada segura e amplamente prescrita a crianças. Seu limitado espectro de ação e sua limitada estabilidade em meio ácido resultam em uma fraca biodisponibilidade e uma variedade de outros efeitos colaterais, tais como influência na motilidade gastrointestinal, ações pró-arrítmicas e inibição do metabolismo de fármacos. ANTIBIOTICOS Macrolídeos Durante décadas, esforços têm sido realizados para se obter novos derivados da Eritromicina, tanto de origem natural quanto sintética, com perfis mais favoráveis; Antibióticos macrolídeos de 2ª Geração, como Roxitromicina, Claritromicina e Azitromicina, foram gradualmente substituindo a Eritromicina, superando seu espectro de atividade, melhorando a atividade e os perfis físico-químico e farmacocinético, além de atenuar os efeitos colaterais. Mecanismo de Ação: Sua ação ocorre através da inibição da síntese proteica dependente de RNA, através da ligação em receptores localizados na porção 50S do ribossoma, particularmente na molécula 23S do RNA, impedindo as reações de transpeptidação e translocação. ANTIBIOTICOS Macrolídeos Indicações Terapêuticas: são utilizados como alternativa terapêutica em pacientes alérgicos à penicilina, nas seguintes condições: Infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A, Pneumonia por S. pneumoniae, prevenção de endocardite após procedimento odontológico, infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica), e raramente, como alternativa para o tratamento da sífilis. São considerados primeira escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.). ANTIBIOTICOS Cloranfenicol Foi isolado a primeira vez do microorganismo Streptomyces venezuela; Atualmente o Cloranfenicol é sintetizado e somente o isômero R,R é ativo. Por muitas décadas o cloranfenicol foi a única droga realmente eficaz no tratamento de salmoneloses, inclusive a S. typhi. Mecanismo de ação: se liga à subunidade 50S do ribossomo, inibindo a síntese proteica da bactéria, tendo, assim, ação bacteriostática. Porém, pode ser bactericida contra algumas espécies como S. pneumoniae, H. influenzae e N. meningitidis, através de mecanismo não bem elucidado. ANTIBIOTICOS Cloranfenicol Uma vez que o Cloranfenicol se liga à mesma região que os Macrolídeos e as Lincosamidas, eles não podem ser administrados em associação. Os grupamentos nitro e ambos grupamentos álcool estão envolvidos nas interações. O grupo dicloroacetamida também é importante, porém pode ser substituído por outros grupos eletronegativos. O reconhecimento de efeitos tóxicos com risco de vida (“síndrome do bebê cinzento” e anemia aplástica), e o desenvolvimento de novas drogas mais efetivas e menos tóxicas, restringiu muito o seu uso. Portanto, deve ser utilizado apenas em pacientes graves, em situações específicas. ANTIBIOTICOS Cloranfenicol Indicações clínicas Tem sido usado no tratamento de infecção por Enterococos resistentes à Vancomicina. Pode ser utilizada nas Salmoneloses, principalmente na febre tifóide. É alternativa no tratamento de meningite bacteriana e epiglotite, artrite séptica e osteomielite por Haemophilus influenzae em pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos. Indicado no tratamento de ricketsioses ou erlickiose. ANTIBIOTICOS Tetraciclinas Antimicrobianos primariamente bacteriostáticos, quando em concentrações terapêuticas. Apresentam amplo espectro de ação, incluindo bactérias gram-positivas, gram-negativas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários. São antibióticos policetídicos bacteriostáticos de amplo espectro e bastante eficazes frente a diversas bactérias aeróbicas e anaeróbicas Gram positivo e Gram negativo. ANTIBIOTICOS Tetraciclinas O primeiro derivado a ser descoberto Clortetraciclina ; As Tetraciclinas inibem a síntese de proteínas através da ligação com a subunidade 30S dos ribossomos, impedindo a ligação do aminoacil tRNA; Como resultado, a adição de novos aminoácidos para o aumento da cadeia proteica é bloqueada. A liberação de proteínas também é inibida. Mecanismo de ação: As tetraciclinas entram na célula por difusão, em um processo dependente de gasto de energia. Ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do tRNA, impedindo a síntese proteica. ANTIBIOTICOS Tetraciclinas A seletividade frente aos ribossomos bacterianos em relação aos ribossomos de eucariotos deve-se a diferenças estruturais nos ribossomos e também à concentração seletiva do antibiótico nas células bacterianas. Devido ao aumento de resistência bacteriana às tetraciclinas, o seu uso como primeira escolha na terapia antibiótica tem diminuído. Entretanto, o desenvolvimento recente de um derivado semi- sintético desta classe, a Tigeciclina, que inibe a bomba de efluxo, indica o interesse contínuo nesta classe de antibióticos. ANTIBIOTICOS Tetraciclinas Devido à presença de formas de equilíbrio ceto-enólico, as tetraciclinas apresentam a capacidade de quelar metais, especialmente cálcio. Portanto, seu uso não é recomendado em crianças e mulheres grávidas, uma vez que estes antibióticos podem se acumular em dentes e ossos em formação. Indicações Farmacológicas: Podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por clamídias, riquétsias, cólera, brucelose e actinomicose. São alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhoeae, H. ducreyi, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. ANTIBIOTICOS Lincosamidas A lincomicina foi isolada em 1962, a partir do Streptomyces lincolmensis. Posteriormente, modificações químicas produziram a clindamicina com potência bacteriana aumentada e melhor absorção oral. Têm propriedades antibacterianas similares aos macrolídeos e agem pelo mesmo mecanismo de ação. Lincomicina e a Clindamicina (derivado semi-sintético) foram introduzidos na prática clínicacomo antibióticos de uso oral em 1960 e 1969, respectivamente. Lincomicina foi isolada do micro-organismo de solo Streptomyces lincolnensis. ANTIBIOTICOS Lincosamidas Clindamicina é um antibiótico amplamente utilizado, que possui melhor atividade e maior absorção por via oral, também é o fármaco de escolha para o tratamento de infecções periféricas causadas por Bacillus fragilis ou outras bactérias anaeróbicas penicilina resistentes, e também topicamente utilizado para o tratamento de acne. Mecanismo de ação: Inibem a síntese protéica nos ribossomos, ligando-se a subunidade 50S, sendo, portanto, bacteriostáticas. Desta forma alteram a superfície bacteriana, facilitando a opsonização, fagocitose e destruição intracelular dos microrganismos. ANTIBIOTICOS Lincosamidas Indicações Clinicas: É indicada em casos como infecções intra-abdominais, infecções pélvicas (incluindo abortamento séptico) e infecções pulmonares (abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa, empiema) causadas por anaeróbios gram-positivos e gram-negativos. Também são indicados em infecções odontogênicas, sinusites, otite crônica, osteomielites (causadas por estafilococos sensíveis à oxacilina ou anaeróbios) e infecções de pele por estreptococos ou estafilococos. Erisipela e infecções de partes moles em pacientes alérgicos a penicilina. ANTIBIOTICOS Rifamicinas É um fármaco semi-sintético derivado da Rifamicina B, produto natural híbrido de policetídeos e peptídeos não ribossomais. Rifamicina B foi isolada de Streptomyces mediterranei, reclassificado como Nocardia mediterranei. Rifampicina é um inibidor da RNA polimerase, utilizada clinicamente como parte da combinação de fármacos para o tratamento da tuberculose. É o único fármaco em uso clínico que bloqueia a transcrição bacteriana. ANTIBIOTICOS Glicopeptídeos Vancomicina e Teicoplanina têm se tornado os fármacos de primeira linha no tratamento de infecções por bactérias Gram positivo com resistência a diversos antibióticos. Vancomicina, o primeiro antibiótico glicopeptídico introduzido na prática clínica em 1959, foi isolada de amostras de solo de Streptomyces orientalis (reclassificado como Amycolatopsis orientalis). A elucidação da estrutura desse antibiótico demorou vários anos, até ser completa e inequivocadamente proposta na década de 1980. ANTIBIOTICOS Glicopeptídeos Vancomicina apresenta uma conformação rígida importante para a atividade. Os glicopeptídeos inibem a biossíntese da parede celular bacteriana pela complexação com o resíduo dipeptídico terminal D-Ala-D-Ala das cadeias peptídicas que constituem a parede celular. Esta complexação impede que o substrato esteja disponível para a ação da transpeptidase inibindo, portanto, a reação de transpeptidação. O desenvolvimento de resistência bacteriana a estes antibióticos é mais lento, apesar de algumas linhagens de Staphylococcus aureus hospitalares já apresentarem resistência desde 1966. ANTIBIOTICOS Glicopeptídeos Eles são restritos para o tratamento de infecções causadas por bactérias Gram positivo por serem incapazes de penetrar nas membranas de bactérias Gram negativo. A vancomicina em geral é o antibiótico de última escolha frente a patógenos Gram positivo resistentes, em particular contra espécies de Enterococcus. ANTIBIOTICOS Lipodepsipeptídeos Daptomicina é um lipodepsipeptídeo isolado de Streptomyces roseosporus e aprovado em 2003 para tratamento de infecções causadas por bactérias Gram positivo. Seu mecanismo de ação envolve desorganização de múltiplas funções da membrana celular bacteriana. É provável que todos os antibióticos lipopeptídicos apresentem alguma penetração na membrana devido às cadeias alquílicas, o que promove sua desorganização. ANTIBIOTICOS Microrganismos produtores de Antibióticos Inibidores da Síntese Proteica Princípios considerados na escolha do Antibiótico: Identificação do microorganismo infectante Determinação da sensibilidade do microorganismo ao agente antibacteriano Exposição prévia do hospedeiro a antibióticos Idade, função renal, hepática, local da infecção Uso concomitante de outras drogas Gravidez Comprometimento do sistema imunológico ANTIBIOTICOS A prescrição adequada de antimicrobiano envolve: Conhecimento a respeito do hospedeiro; Coleta de culturas; Microbiologia clínica; Microbiota habitual humana; Antibióticos: mecanismo e espectro de ação, farmacocinética,farmacodinâmica e efeitos colaterais. ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS Propriedades farmacológicas dos antimicrobianos: ANTIBIOTICOS A capacidade da bactéria desenvolver resistência é mais ágil do que a ciência para desenvolver novos antibióticos. 1) A pessoa ingere o fármaco e uma porção de bactérias são atacadas por ele (entre essas bactérias estão algumas que já são resistem, por conta do uso deliberado de pequenas doses diárias de antibióticos – pela alimentação ou pelo uso de um fármaco por tempo e dosagem erradas). 2) A maioria das bactérias morrem, mas algumas que são resistentes conseguem sobreviver. 3) Essas bactérias resistentes que sobreviveram, multiplicam-se ou trocam informações e tornam-se mais comuns (aumentam sua população ou sua “inteligência”). 4) Dessa forma, eventualmente, essas bactérias resistentes a antibióticos tornam-se a maioria da população bacteriana, dificultando o tratamento das doenças. ANTIBIOTICOS ANTIBIOTICOS
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