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CURSO DE INICIAÇÃO PROFISSIONAL – Unidade 4 FICHA TÉCNICA Ministério do Meio Ambiente - MMA Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis Raquel Breda dos Santos - Diretora do Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis Rivaldo Pinheiro Neto - Gerente de Projeto Apoio Gustavo de Oliveira – Analista Ambiental Departamento de Educação Ambiental Renata Rozendo Maranhão – Diretora do Departamento de Educação Ambiental Nadja Janke – Gerente de Projeto Apoio Ana Luisa Teixeira de Campos – Analista Ambiental Equipe de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Conselho Regional Antônio Ricardo Alvarez Alban Diretoria Regional Bahia Leone Peter Correia da Silva Andrade Departamento Regional Bahia Área de Meio Ambiente Edisiene de Souza Correia Núcleo de Inovação e Tecnologias Educacionais Ricardo Santos Lima Coordenação Técnica do Projeto Arilma Oliveira do Carmo Tavares Coordenação Educacional Marcelle Rose da Silva Minho Coordenação de Produção André Luiz Lima da Costa Autores Alexsandro dos Santos Reis Ana Karina da Silva Torres Arilma Oliveira do Carmo Tavares Edisiene de Souza Correia Flávia Bezerra Amorim José Rafael Nascimento Lopes Kátia Goés Macedo de Oliveira Marina Lordelo Carneiro Michelle Cruz Costa Calhau Patrícia Bahia da Silva Thiago Henrique Carvalho do Nascimento Revisão Técnica Alexsandro dos Santos Reis Arilma Oliveira do Carmo Tavares Flávia Bezerra Amorim Geovana Cardoso Fagundes Rocha Marina Lordelo Carneiro Patrícia Bahia da Silva Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva Vanessa de Souza Lemos Revisão Pedagógica Geovana Cardoso Fagundes Rocha Vanessa de Souza Lemos Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva Projeto gráfico e diagramação Fábio Ramon Rego da Silva Revisão Lídia Chagas de Santana Equipe de Ilustradores: Alex Romano Antônio Ivo Daniel Soares Fábio Ramon Leonardo Silveira Ricardo Barreto Vinicius Vidal Este curso foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação de Pequena Escala, SSFA/BRA-002/2013, celebrado no âmbito do Projeto n° 61-P7 (Brazil Project): "Produção e Consumo Sustentáveis" entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Departamento Regional da Bahia – SENAI/DR/BA para o Ministério do Meio Ambiente – MMA. Departamento de Produção e Consumo Sustentável Ariel Cecílio Garces Pares Coordenação-Geral Rivaldo Pinheiro Neto Equipe do MMA Gustavo de Oliveira Vana Tercia Silva de Freitas Alan Ainer Boccato Franco Adeilton Santos Moura Anísia Batista Oliveira de Abreu CONCEITOS INICIAIS DE COMUNICAÇÃO Seja bem-vindo ao curso de Estratégias de Comunicação! Para que possamos aprender algumas estratégias de comunicação, precisamos entender os conceitos que fundamentam a Comunicação. Na verdade, o termo “comunicação” nos é bem evidente e, sem maiores dificuldades conseguimos defini-lo como sendo uma troca de mensagens ou o ato de tornar comum, fazer saber. Segundo Medeiros (2001), “comunicação é um processo de participação de experiências, que modifica a disposição mental das partes envolvidas”. Para Fiorin (2007), “o enunciador, quando comunica algo, visa agir no mundo e influir sobre os outros”. Essa constante busca por tornar algo comum ou, simplesmente, trocar mensagens nos aflige desde os primórdios da vida humana. Os desenhos feitos nas paredes e nos tetos das cavernas foram os primeiros registros de tentativas de comunicação – sendo conhecidos como pinturas rupestres. Você sabia? Há registros de pinturas rupestres de mais de 40 mil anos atrás. Os estudos arqueológicos apontam que, a partir dessas gravuras, é possível concluir que os homens pré-históricos possuíam capacidade intelectual similar à do homem moderno. Depois disso, outros métodos foram aprimorando a comunicação entre os homens, como, por exemplo, os sinais de fumaça. Uma marca nesta evolução foi à origem da escrita hieroglífica1. Conforme imagem mostrada a seguir, podemos perceber que a Escrita é uma forma de uso da Língua, que, ao utilizar as palavras, é uma manifestação da Linguagem, que, por sua vez, permite a realização dos processos da Comunicação. Desenho Esquemático do Processo de Comunicação 1Hieróglifos eram os sinais ou símbolos utilizados na antiga escrita dos egípcios. Por conta das formas complexas dos caracteres e do acesso restrito à leitura do sistema, o termo passou a ser utilizado para escritas ilegíveis ou difíceis de interpretar. Para que a comunicação ocorra com sucesso, as suas etapas não podem ser interrompidas. Vamos entender melhor os elementos da comunicação, analisando o diagrama a seguir. A partir do diagrama, podemos entender melhor o fluxo da comunicação e a relevância de cada elemento ao longo do processo: Emissor é aquele que elabora a mensagem para transmiti-la. Receptor é quem recebe a mensagem. Seu papel é receber e decodificar a mensagem. Mensagem é o conteúdo que o emissor deseja transmitir ao receptor. Código é o sistema de elementos linguísticos utilizado pelo emissor na codificação da mensagem. Canal é o meio de transmissão da mensagem, que, pelo seu teor e suas características, pode exigir um apropriado canal. Ruído é qualquer interrupção em uma das etapas e pode ter origem em um ou mais elementos do processo de comunicação. Basicamente, há duas formas de expressão: a culta e a coloquial. A culta segue a norma padrão da língua e é usada em situações formais e/ou entre pessoas que não são íntimas. Já a forma coloquial não segue a norma padrão da língua e é empregada no cotidiano, entre pessoas que já se conhecem. É mais espontânea e permite gírias, diminutivos etc. A comunicação tem tido algumas classificações de acordo com o seu objetivo, sendo o caso da Comunicação Social e da Educomunicação. A comunicação social é o campo do conhecimento que estuda os meios de comunicação de massa2. As suas principais aplicações são frutos das ações da imprensa e da publicidade e propaganda. Adeve et al (2012) define a Educomunicação como “uma proposta de encontro entre os saberes da comunicação e os da educação que tem como norte desenvolver práticas em que diversos atores e grupos se inter-relacionem para produzir e utilizar a comunicação em prol da educação formal ou não formal.” Saiba Mais Você pode entender mais sobre Educomunicação e as diferentes formas de se trabalhar a comunicação e a educação com um objetivo comum, consultando o Manual de Educomunicação da II Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente do Ministério da Educação, realizada em 2006, disponível no site do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da Universidade de São Paulo (USP). 2Os meios de comunicação de massa configuram-se como aqueles responsáveis por enviar mensagens a uma grande quantidade de receptores. A televisão, a rádio, os jornais e a internet são os principais emissores. Podem também ser chamados de mass media (mídia de massa, em inglês) ou, simplesmente, mídia. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO PARA A DISSEMINAÇÃO Agora que já aprendemos a importância da comunicação,vamos estudar algumas estratégias de comunicação para a disseminação das práticas de produção e consumo sustentáveis, sejam elas relacionadas a projeto e/ou programa no âmbito de empresas públicas, privadas, ou mesmo realizados por ONG ou pela sociedade civil em geral. Veremos agora as Estratégias de Comunicação para a Disseminação, e, depois, a Estratégia de Comunicação para o Empreendedor. Cartilha A cartilha é um instrumento de comunicação que deve ser elaborado com uma linguagem simples, lúdica e próxima do seu público alvo. Para o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (2013), a cartilha: “Funciona como um instrumento didático no auxílio às atividades desenvolvidas em escolas e comunidades pelos profissionais envolvidos na disseminação do conhecimento da temática ambiental”. Teatro Numa empresa, escola ou comunidade você pode organizar um grupo de teatro e usar a imaginação para elaborar um roteiro criativo que aborde a implementação da prática de PCS. Utilize o teatro como instrumento educativo. Os resultados podem ser surpreendentes! Paródia As paródias utilizam melodias de músicas, alterando a sua letra para retratar o tema a ser abordado de forma divertida, mas que conseguem chamar a atenção para o assunto em questão. Na infância, a elaboração de paródias flui com mais facilidade, mas também podemos trazer essa ferramenta para os adultos Mídia Impressa A mídia impressa é um conjunto de recursos que podem ser utilizados na comunicação: jornal, informativo, folder, dentre outros, incluindo a cartilha que já estudamos. Palestras As palestras são espaços para diálogos e discussões e tem como objetivo apresentar um tema. Na implantação de uma nova prática de PCS, pode-se utilizar a explanação verbal e visual pois ela se configura como um veículo adequado de comunicação para o envolvimento de um número significativo de pessoas. Radio O rádio é um meio de comunicação importante e presente no dia a dia da maioria da população. Pode ser um recurso interessante para disseminar uma prática de PCS. Existem as rádios comunitárias, mas também poderá ser usada a rádio da cidade. Vídeos, filmes e documentários A exibição de vídeos, filmes e documentários é sempre uma boa ferramenta para propiciar o debate e a reflexão. Este recurso pode ser utilizado em palestras ou mesmo para propiciar apenas o debate do conteúdo apresentado para, em seguida, trazer a nova prática de PCS implementada para justificar a sua importância. Redes Sociais As redes sociais são um recurso poderoso para que possamos disseminar as práticas de produção e consumo sustentáveis. Você pode criar um blog, um canal no youtube, uma página no facebook, um grupo no whatsApp, um site ou mesmo usar o twitter. São muitas as possibilidades. Cada uma dessas redes sociais tem um perfil de usuários e você poderá usar de acordo com o seu objetivo e público alvo. Você Sabia? O uso do smartphones é crescente no Brasil e, por isso, as redes sociais pode ser uma estratégia de disseminação interessante em alguns casos. Pesquisa apontou que o uso desses aparelhos pela classe C passou de um patamar de 8% em 2012 para 17% em 2013. Para as classes D e E, o número passou de 5% em 2012 para 12% em 2013. Na classe A, o uso chegou a 26% em 2013, ante 16% em 2012 (G1, 2014). Estudamos algumas estratégias e você, no exercício de suas atividades, poderá criar e utilizar outras novas! O importante é usar a criatividade e alcançar o objetivo. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO PARA O EMPREENDEDOR Agora vamos estudar outras estratégias, porém, elas são mais indicadas para serem utilizadas com o empreendedor, ou seja, o empresário, seu chefe, ou mesmo sua equipe de trabalho, na fase de estudo da viabilidade da ação a ser implementada. As estratégias de comunicação para o empreendedor também podem ser usadas para disseminar uma ação já implementada, mostrando os ganhos ambientais e econômicos reais alcançados com a nova medida. Indicadores de Desempenho Ambiental Não basta ter uma boa ideia para mudar o padrão de produção e consumo; é necessário comunicar a viabilidade dessa ideia para que a mudança seja realizada. Seja em sua comunidade ou em uma empresa, precisamos mostrar os ganhos ambientais de uma nova prática. Para isso é que os indicadores são utilizados. Assim, conforme define a Cartilha de Indicadores da FIESP (2003), indicadores são “expressões quantitativas ou qualitativas que fornecem informações sobre determinadas variáveis e suas inter-relações”. Você Sabia? O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE se constitui no principal provedor de dados e informações do país (INDICADORES), que atendem às necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como dos órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal (IBGE). O que nos interessa, mais diretamente, na nossa atuação como Agentes de Produção e Consumo Sustentáveis são os indicadores de desempenho ambiental. Segundo Perroto (2008), eles permitem quantificar e demonstrar o desempenho ambiental apresentando uma fotografia instantânea e representativa da empresa em relação à sua situação ambiental. Veja que a escolha de indicadores é uma ação estratégica, por isso devemos escolher indicadores que realmente expressem o desempenho ambiental. Logo, como referência a ser seguida para seleção de indicadores de desempenho ambiental, existe uma norma específica que trata desse assunto, a ISO 14031:2004 – “Gestão Ambiental – avaliação do desempenho ambiental – diretrizes”. Nela encontraremos as orientações sobre a concepção e utilização de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) de uma organização, conforme exposto no quadro abaixo: Quadro: Indicadores utilizados na Avaliação de Desempenho Ambiental Fonte: ABNT NBR ISO 14031, 2004 (Adaptado). De preferência, compare indicadores. Por exemplo, você poderá mostrar que o indicador de consumo de água da empresa está muito alto em relação ao mesmo indicador da empresa concorrente. Afinal os indicadores estão sendo cada vez mais divulgados pelas empresas em seus relatórios de sustentabilidade. Cálculo do tempo de retorno de um investimento econômico Algumas ações de PCS podem implicar no uso de recursos financeiros. Para apoiar a decisão, alguns métodos são utilizados. Um método simples é a utilização do cálculo do Payback ou Tempo de Retorno do Investimento. Vamos apresentar um exemplo para ajudá-lo a entender. Exemplo: Uma empresa tem uma conta mensal de água de R$1.000,00 e deseja reduzi-la em 40%. Para tanto, o Agente de Produção e Consumo Sustentáveis indicou a substituição das torneiras convencionais por torneiras automáticas. O custo previsto para essa mudança tecnológica (torneiras automáticas) é de R$ 1.200,00. Será que economicamente é viável, ou seja, qual será o tempo de retorno do investimento (Payback)? Investimento (I) = R$1.200,00 Benefício (B)= Custo antes – Custo depois = 1000,00 – 600,00 = R$400,00/mês Quantos meses demorarão para que o benefício se iguale ao investimento? Basta dividir I por B: Payback = I B = 1200,00 400,00 = 3 meses O Payback não leva em consideração a taxa de juros e tampouco a inflação do período, mas, é uma ferramenta muito útil para uma análise rápida. Certamente, quando o ganho ambientalcoincide com ganho econômico, a empresa não hesitará em implementar a ação. Então... Viu como podemos nos comunicar bem e de forma simples? O importante é estar certo dos benefícios ambientais associados às práticas de PCS e não hesitar diante de qualquer dificuldade na execução dessas ações. REFERÊNCIAS ADEVE, José Luiz, et. al. Educomunicação em movimento: Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar. São Paulo: Fundação Tide Setubal, 2012. BORDENAVE, Juan E Díaz. O que é comunicação. 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. FIORIN, José Luís. Linguagem e ideologia. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2007. MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 1995. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. Departamento Nacional - DN. Estratégias de educação ambiental. Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/DR, 2013.70 p. GLOBO - G1. 29% das classes C, D e E no Brasil têm smartphone, diz pesquisa. Disponível em:< http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/03/29-das-classes-c-d-e-e- no-brasil-tem-smartphone-diz-pesquisa.html> Acessado em: 12 nov 2014. ABNT ISO 14031: Gestão ambiental - Avaliação de desempenho ambiental – Diretrizes, 2004b. FIESP Cartilha de indicadores de desempenho ambiental da indústria, 2003. In:<http://www.fiesp.com.br/ambiente/produtos_servicos/informe.aspx.> Acesso em: 10 set. 2014. PEROTTO E, et al. Environmental performance, indicators and measurement uncertainty in EMS context: a case study. JournalofCleanerProduction 16 (2008).
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