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05/09/2016 1 ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR NAS REGIÕES DO VISÍVEL E ULTRAVIOLETA Classificação dos Métodos de Análise Análise Química Métodos InstrumentaisMétodos Clássicos (Via úmida) Gravimetria Volumetria Métodos Óticos Métodos Eletroanalíticos Métodos de Separação Métodos óticos: utilizam luz para determinar concentrações químicas através de medidas de interações da radiação com a matéria. FUNDAMENTOS DA ESPECTROFOTOMETRIA Espectrofotometria: processo que utiliza luz para medir concentrações químicas. Interação da Radiação com a matéria Métodos espectroscópicos Propriedades da Luz Ondas luminosas: campos elétricos e magnéticos oscilantes, perpendiculares Propriedades da Luz DIREÇÃO DE PROPAGAÇÃO Radiação eletromagnética: possui propriedades ondulatórias e corpusculares. Difração Transmissão Refração Reflexão, Espalhamento Polarização descritos considerando a radiação eletromagnética como um movimento ondulatório Propriedades da Luz DIREÇÃO DE PROPAGAÇÃO Radiação eletromagnética: possui propriedades ondulatórias e corpusculares. Emissão Absorção descritos considerando que a radiação eletromagnética consiste de partículas discretas de energia, chamadas fótons ou quantum 05/09/2016 2 PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA Comprimento de Onda • Velocidade: A velocidade da luz no vácuo (c) é aproximadamente 2,998 x 108 m/s. Em outro meio que não o vácuo, a velocidade da luz é c/n, onde n é o índice de refração do meio. • Comprimento de Onda (l): distância entre as cristas da onda. • Freqüência (n): número de oscilações completas que a onda faz que a onda faz a cada segundo. • Relação entre freqüência e comprimento de onda: c = n. l Características PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA Comprimento de Onda •Amplitude: a “altura” de uma onda. •Energia (E): a energia de um fóton de luz. E = h . n (onde h é a constante de Plank = 6,626 x 10-34 J/s) ou E = h . c l Características INTERAÇÕES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM O MEIO MATERIAL Reflexão: ocorre quando um feixe de radiação alcança a interface que separa dois meios com índice de refração diferentes. Superfície Espelhada Luz Incidente Luz Refletida INTERAÇÕES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM O MEIO MATERIAL Refração: mudança brusca de direção ao passar de um meio para outro, decorrente da diferença das velocidades da radiação nos dois meios. Índice de refração n1 Índice de refração n2 Luz Incidente Luz Refletida Luz Refratada INTERAÇÕES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM O MEIO MATERIAL Difração: fenômeno observado quando um feixe de radiação passa pela borda de um material opaco ou uma fenda. A radiação se esparrama lateralmente, se distribuindo sobre as áreas que estariam em sobre, caso persistisse a propagação linear. INTERAÇÕES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM O MEIO MATERIAL Dispersão: variação do índice de refração com o comprimento de onda. Um feixe policromático de radiação visível é disperso em seus comprimentos de onda quando incide sobre um prisma ou uma rede de dispersão. Fonte de Luz Fenda Prisma Superfície fotográfica 05/09/2016 3 INTERAÇÕES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM O MEIO MATERIAL Absorção: quando uma molécula absorve um fóton, a energia da molécula aumenta. Diz-se que a molécula é promovida para um estado excitado. Se uma molécula emite um fóton, a energia da molécula diminui. O estado de menor energia de uma molécula é chamado de estado fundamental. O Espectro Eletromagnético - Ondas de Rádio: promovem alteração de spin. - Microondas: estimula o movimento rotacional das moléculas quando ela é absorvida. - Infravermelho: estimula as vibrações das moléculas. - Luz visível e radiação ultravioleta: provocam a promoção dos elétrons para orbitais de maior energia. - Raios X: quebram as ligações químicas e ionizam as moléculas. Raios Raios x micro- ondas Experiência com AgCl: UV (Scheele, 1777) Experiência com temperatura: IR (Hershel, 1800) Espectro Visível infravermelho ultravioleta O Espectro Eletromagnético Cores da Luz Visível A percepção de cor resulta da absorção seletiva de certos comprimentos de onda. Os demais comprimentos são transmitidos ou refletidos e percebemos como cor do objeto. Medidas Espectrométricas M + hn M* En erg ia Absorção Emissão Estado Fundamental Estados excitados En erg ia Absorção Emissão Estado Fundamental Estados excitados Absorção de radiação por espécies moleculares M + hn M* rotação vibração transições eletrônicas Energia{ 05/09/2016 4 Absorção de Radiação Eletromagnética Espectro de Absorção O que é medido? Um feixe de radiação monocromática, de potência radiante Po incide na solução absorvente. Devido ás interações entre os fótons e as partículas absorventes, a potência radiante do feixe decresce de Po para P. A transmitância percentual é simplesmente 100T e fica entre 0 e 100%. A transmitância T da solução é a fração da radiação incidente transmitida pela solução: T= P Po portanto, T está entre 0 e 1. T= P Po % x 100% b Po P b Po PO que é medido? A absorvância A de uma solução está relacionada com a transmitância de forma logarítmica. Quando a absorvância de uma solução aumenta, a transmitância diminui. b Po P b Po P Absorvância (A): TA P Po loglog Absorvância (A): TA P Po loglog Se nenhuma luz é absorvida, P = Po e A = 0. Se 90% da luz são absorvidos, 10% são transmitidos e A= 1. Relação entre transmitância e absorvância: P/Po %T A 1 100 0 0,1 10 1 0,01 1 2 Lei de Beer-Lambert caminho ótico b Po P Espécie absorvente de concentração “c” A= abc A = Absorvância a = coeficiente de absortividade b = caminho ótico c = concentração da espécie absorvente Lei de Beer: influência da largura do caminho ótico Lei de Beer: influência da concentração da solução 05/09/2016 5 Lei de Beer-Lambert A= abc A absorvância é diretamente proporcional à concentração, c, de espécies absorventes de luz na amostra. A grandeza “a” é chamada de absortividade e é característica de cada espécie absorvente. Quando a concentração, c, da espécie é dada em mol/l, e o caminho ótico, b, é dado em cm, a grandeza a é chamada absortividade molar e é representada por e (épsilon). Lei de Beer-Lambert A= abc Quando a absorvância varia de maneira não linear com respeito à concentração, há um desvio da lei de Beer. Desvios da Lei de Beer - Desvios Reais: limitações da lei de Beer. - Desvios Aparentes: Instrumentais Químicos concentração A b so rv â n ci a Desvio negativo Desvio positivo Desvios Reais: a lei de Beer é válida para baixas concentrações do analito - Interação entre os centros absorventes: interações alteram a distribuição de carga das espécies, fazendo variar a energia necessária para a excitação, alterando o valor do coeficiente de absortividade. - Variação do Índice de refração com a concentração: para baixas concentrações, n é praticamente constante, entretanto para concentrações mais altas, o índice de refração pode variar sensivelmente. A absorbância e o coeficiente de absortividade variam com o índice de refração. Desvios da Lei de Beer Desvio Químico: este fenômeno ocorre devido ao analito está envolvido em uma reação de equilíbrio Desvios da Lei de Beer Associação, dissociaçãoou reação da espécie absorvente. Equilíbrio químico facilmente afetado por diluição, variação de concentração de um dos componente da reação, etc. Desvio Instrumental: a lei de Beer é válida para uma radiação monocromática, ou seja, para um único λ. Usando uma radiação policromática ocorrem desvios negativos. Desvios da Lei de Beer Banda A Banda B Comprimento de onda A b so rb an ci a Banda A Banda B Concentração A b so rb an ci a 05/09/2016 6 Análise Quantitativa Procedimento A espécie a ser analisada deve absorver luz em l conhecido. Normalmente seleciona-se l onde absorvância é máxima: maior sensibilidade, menor incerteza. O l de absorção deve ser diferenciado de outras substâncias presentes na amostra. Conhecimento das variáveis que influenciam o espectro de absorção: pH, solvente, interferentes, quantidade de reagentes, etc. Preparo do “branco”: contém todos os reagentes presentes na solução da espécie a ser analisada, menos a espécie a ser analisada. Normalmente, subtrai-se a absorbância do branco das absorbâncias das soluções padrões e da amostra antes de realizar-se os cálculos. Construção da curva analítica de calibração: medida da absorbância de várias soluções de concentração conhecida da espécie a ser determinada. 1) Aplicabilidade Determinação de um elevado número de espécies orgânicas, inorgânicas e bioquímicas Determinação, também, de espécies não absorventes Engloba cerca de 90 % de análises clínicas Análise Quantitativa 2) Sensibilidade Limites de detecção: 10–4 a 10-5 mol L-1 Com certas modificações de procedimento, os limites podem chegar a 10–6 a 10-7 mol L-1 3) Seletividade Comprimentos de onda onde somente um componente absorve. Possibilidade de correções matemáticas, mascaramento e separações prévias. Análise Quantitativa 4) Exatidão Erros na faixa de 1 a 5 %, podendo ser reduzidos com precauções especiais 5) Facilidade Medidas realizadas de forma fácil e rápida Métodos podem ser automatizados Análise Quantitativa Análise Quantitativa Análise Quantitativa 05/09/2016 7 Análise Quantitativa Análise de Mistura - Determinação Simultânea - Cada centro atua de modo independente sobre a radiação. - A lei de Beer pode ser estendida a mistura de vários componentes. - Cada espécie possui absortividade diferente e as absorvâncias se adicionam. - Para uma mistura de dois componentes I e II em certo l: IIIIII bcabcaA A b so rv ân ci a l1 l2 Análises Qualitativas Absorção por moléculas orgânicas (180 e 780 nm) resulta de interações entre fótons e elétrons - Participantes de ligações - Localizados em átomos como O, S, N e halogênios Elétrons de ligações simples (C-C ou C-H) estão firmemente ligados: excitação requer alta energia (<180 nm). Elétrons envolvidos em ligações duplas ou triplas não são fortemente ligados: mais facilmente excitados Cromóforos: grupos funcionais orgânicos insaturados que absorvem no UV- Vis. A posição e intensidade os picos podem servir para identificação das substâncias. Análises Qualitativas Cromóforo Exemplo Solvente lmáx (nm) Alceno conjugado CH2=CHCH= CH2 n-Heptano 217 Carbonila CH3(C=O)CH3 n-Heptano 280 Carboxila CH3(C=O)OH Etanol 204 Azo CH3N=N CH3 Etanol 339 Composto lmáx (nm) CH3I 258 (CH3)2S 229 CH3NH2 215 (CH3)3N 227 Análises Qualitativas Radiação ultravioleta pode ser utilizada na detecção de grupos cromóforos. Comparam-se os espectros de UV do grupo, comparando-se com o de moléculas mais simples. No entanto, a estrutura do espectro de UV não é suficientemente fina para uma identificação inequívoca. Geralmente, espectros de UV devem ser acompanhados de RMN, EM, solubilidade e pontos de fusão ou ebulição. Análises Qualitativas Íons e complexos de elementos de transição absorvem bandas de radiação visível: coloridos. Absorção envolve transições entre orbitais d com energias que dependem dos ligantes. 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) Cu2+ Pr3+ 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) Cu2+ Pr3+ 05/09/2016 8 O Espectrofotômetro - Sistema para medir a absorvância da luz. lâmpada lentes/ fenda monocromador Compartimento para amostra detetor amplificador processador Partes do Espectrofotômetro Fontes de Radiação - Requisitos Intensidade de radiação elevada. Emitir em uma ampla faixa de comprimento de onda. Intensidade constante com o tempo. Partes do Espectrofotômetro Fontes de Radiação -Lâmpada de tungstênio: fonte de radiação visível e infravermelho próximo. Opera numa temperatura de 3000 K e produz radiação útil na faixa de 320 a 2500 nm. -Lâmpada de deutério: usado na espectroscopia UV. Neste tipo de lâmpada uma descarga elétrica dissocia o D2 e emite radiação de 180 a 370 nm. - Lâmpada de gás xenônio: regiões visível e ultravioleta (250 a 600 nm), radiação muito intensa. Partes do Espectrofotômetro Fontes de Radiação Partes do Espectrofotômetro Monocromadores Pureza espectral Dispersão Resolução Poder de coleta Requisitos Filtros Prismas Redes de difração Tipos Partes do Espectrofotômetro Monocromadores - Tipos Filtros 05/09/2016 9 Partes do Espectrofotômetro Monocromadores - Tipos Prismas Partes do Espectrofotômetro Monocromadores - Tipos Redes de difração: mais baratas que prismas; produzem equipamentos compactos e simples Dispositivo constituído de uma série de ranhuras muito próximas, paralelas e eqüidistantes traçadas sobre uma placa de vidro, metálica ou de um polímero. Partes do Espectrofotômetro Monocromadores - Tipos Alguns monocromadores possuem fendas ajustáveis, que permitem o ajuste da largura de banda Uma fenda estreita diminui a largura de banda, mas diminui também a potência do feixe A largura mínima da fenda pode ser, então, limitada pela sensibilidade do detector. Partes do Espectrofotômetro Celas de medida Para a espectrometria molecular UV-visível, uma amostra, geralmente líquida é colocada numa célula chamada de cubeta que possui faces planas. Partes do Espectrofotômetro Celas de medida Partes do Espectrofotômetro Detectores - Requisitos Respostas rápidas a baixos níveis de energia radiante. Resposta em faixa ampla de comprimento de onda. Baixo nível de ruído. Sinal elétrico proporcional a potência radiante do feixe Requisitos 05/09/2016 10 Partes do Espectrofotômetro Detectores Resposta baseada no efeito fotoelétrico. Cátodo fotoemissivo que emite elétrons quando irradiado com luz. Fototubo Partes do Espectrofotômetro Detectores Resposta baseada no efeito fotoelétrico. Mais sensível que o fototubo. Apresenta uma série de eletrodos. Fotomultiplicador Partes do Espectrofotômetro Detectores Dispositivos semicondutores que respondem á luz incidente. A radiação incidente no diodo aumenta a condutividade que é medida e é diretamente proporcional á potencia radiante. Mais sensível que o fototubo e menos sensível que um tubo fotomultiplicador. Fotodiodos Espectrofotômetros Espectrofotômetros Multicanal Aplicações Um grande número de espécies inorgânicas, orgânicas e bioquímicas pode ser determinado através da espectrometria de absorção molecular. Aplicações a Espécies Absorventes: muitos reagentes orgânicos possuem grupos cromóforos que permitem que determinações diretas sejam realizadas. Ex: - caroteno (450 nm), cafeína (275nm), AAS (275 nm). Aplicações a Espécies Não-Absorventes: Muitos analitos não absorventes podem ser determinados submetendo-os a uma reação com reagentes adequados para gerar produtos que absorvem nas regiões do UV-VIS. Ex: dietilcarbamato para determinação de cobre, 1,10-fenantrolina para determinação de ferro, dimitilglioxima para determinação de níquel. Titulações Fotométricas: as medidas de absorvância são úteis para localização de pontos de equivalência de titulações onde um ou mais reagntes ou produtos absorvam radiação. 05/09/2016 11 Aplicações Para determinação de espécies iônicas metálicas, normalmente, o analito deve ser convertido em uma espécie absorvente mediante uma reação apropriada. N S N N HO Zn +2 N S N N O N S NN O Zn + + 2 H +2 Aplicações Características desejáveis nas reações usadas na espectrofotometria: Sensibilidade: quanto maior a sensibilidade, menor a quantidade de substância com ele determinável. Seletividade: reação com a menor quantidade de espécies. Reprodutibilidade: quantidades constantes do analito devem produzir quantidades constantes de substância absorvente. Estabilidade: as soluções não devem sofrer alterações com o tempo. Obediência à Lei de Beer: são mais convenientes. Medidas com fibras óticas Equipamentos portáteis Miniaturização Referências Bibliográficas Básica - Skoog, D. A.; West, M. W.; Holler, F. J.; Crouch, S. R. Fundamentos de Química Analítica, 1a ed., Thomson, São Paulo, 2006. - Vogel, A. I. Análise Química Quantitativa, 6a ed., LTC – Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 2002. - Harris, D.C. Análise Química Quantitativa, 5a ed., LTC – Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 2001. Complementar - Christian, G. D. Analytical Chemistry, 5a Ed., John Wiley & Sons, New York, 1994. - Holler, F.J.; Nieman, T. Skoog, D.A. Princípios de Análise Instrumental, 5a ed., Artmed, Rio de Janeiro, 2002. - Rocha, F.R.P.; Teixeira, L.S.G. Estratégias para Aumento de Sensibilidade em Medidas Espectrofotométricas Química Nova 27 (2004) 807-812. - Teixeira, L. S. G.; Rocha, F. R. P. Espectrometria em Fase Sólida. Analytica 5 (2003) 36-43.
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