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Principais testes de triagem em hemostasia Prova do laço - A técnica correta consiste em se aplicar, com o auxílio de um esfigmomanômetro, uma pressão média (80mmHg), no antebraço. - Esta pressão deve ser mantida pelo período de 5 minutos. Após este tempo deve-se retirar a pressão e observar a presença ou não de petéquias em uma área de 5 cm², abaixo da dobra do cotovelo. - O número de petéquias é que informa a positividade ou não do teste. - A prova do laço mede hemostasia primária, portanto nenhuma via da coagulação sangüínea (extrínsica ou intrínsica) pode ser avaliada por este teste. Tempo de Sangramento (TS) - O tempo de sangramento ou TS é um exame sugestivo de desordens da hemostasia primária; as plaquetas e os vasos sangüíneos (capilares) são os responsáveis pela hemostasia primária, ou seja a nível de microcirculação (pequenos vasos) eles são os responsáveis em estancar um sangramento. - O TS é específico para a hemostasia primária, não mede, portanto, nenhuma via da coagulação. - Consiste em avaliar o tempo necessário para cessar o sangramento de uma pequena lesão de tamanho e profundidade padronizados. - Os valores de TS considerados normais estão entre 1 e 4 minutos. Tempo de Coagulação (TC) - O TC é um teste sujeito a muitas interferências, como: diâmetro do tubo, comprimento deste tubo, o ângulo de inclinação que é dado ao tubo quando se verifica a formação do coágulo, temperatura do banho-maria e tem influência da coleta. - Coletas traumáticas ou garroteamento prolongado, interferem no TC. - Hemofílicos leves e moderados não apresentam alteração nos valores do TC. - O TC, portanto, não tem nenhum valor interpretativo, sendo considerado, atualmente, um teste obsoleto. - É um erro bastante grave adotar um procedimento cirúrgico baseado apenas no TC e TS. - O TC mede a via intrínsica da coagulação sangüínea. Caso o paciente tenha uma alteração do fator VII, exclusivo da via extrínsica, o TC não dará alterado. Tempo de protrombina (TP) - O TP avalia as via extrínseca e comum da coagulação. - Dependente da integridade dos fatores VII, V, II, e X. - O teste consiste na adição de tromboplastina (fator tecidual) e posterior mensuração do tempo de coágulo. O fator tecidual ativa o fator VII, ativando a via extrínseca, formando o complexo protrombinase ancorado pela tromboplastina, que culmina na geração de trombina. Esta atua na molécula do fibrinogênio, formando a fibrina, que será estabilizada pelo fator XIII. - Um TP prolongado pode indicar deficiências hereditárias, principalmente do fator VII ou adquiridas, como deficiência de vitamina K, doença hepática, coagulação intravascular disseminada ou uso de medicamentos. É o teste de escolha para monitorizar o uso de anticoagulantes orais antivitamina K. - A tromboplastina ou fator tecidual (reagente utilizado) pode ser extraído de tecido cerebral humano, de porco ou coelho. Atualmente, fator tecidual recombinante vem sendo cada vez mais utilizado; - A origem da tromboplastina interfere na sua sensibilidade, por isso os resultados de um TP do mesmo paciente na mesma amostra podem variar de um laboratório para outro. Em função disso, criou-se uma tromboplastina padrão. Conforme será explicado adiante, os reagentes para TP devem ser comparados à tromboplastina padrão, e essa comparação é chamada de Índice de Sensibilidade Internacional – ISI. Procedimento: Materiais e Reagentes Tubos de ensaio de vidro 12 x 75 mm Tromboplastina cálcica Micropipetas automáticas (100 a 200 μl) Cronômetro Banho-maria 37ºC Solução salina Procedimento Incubar a 37º C por 60 segundos 100 μl de plasma citratado pobre em plaquetas (PPP); Adicionar 200 μl de tromboplastina cálcica pré-aquecida a 37°C Cronometrar o tempo de coagulação. As provas deverão ser realizadas em duplicata. Relação Normatizada Internacional (INR) A RNI foi instituída pela Organização Mundial de Saúde para padronizar as diferenças de resultados de TP entre os vários laboratórios. Essas diferenças ocorrem devido à diferença de métodos, aparelhos e tromboplastinas. Todos os fabricantes de tromboplastina devem determinar o ISI mediante a padronização de sua tromboplastina frente a uma tromboplastina de referência internacional (International Reference Preparation) proveniente de cérebro humano, que define a sensibilidade do reagente. Quanto mais próximo de 1,0 for o ISI, mais sensível é a tromboplastina. O cálculo do RNI é feito de acordo com a seguinte fórmula: RNI = [TP do paciente/TP normal (média do valor de referência)]ISI Os resultados do TP podem ser reportados em tempo de protrombina, atividade enzimática (%) e RNI. O valor de referência para o TP varia de acordo com o reagente utilizado. Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) - O TTPA é o teste de triagem para a avaliação dos fatores das vias intrínseca e comum da coagulação. Detecta as deficiências dos fatores VIII, IX, XI e XII, precalicreína e cininogênio de alto peso molecular. - É usado como teste de triagem para deficiências de fator, presença de inibidores e para monitorar o uso da heparina não fracionada. - O TTPA é realizado por adição de tromboplastina parcial, a cefalina, que é uma substância carregada negativamente e um ativador da via intrínseca. O cloreto de cálcio é adicionado e o tempo necessário para formar o coágulo é medido. - A tromboplastina parcial utilizada no TTPA é incapaz de ativar a via extrínseca, que requer tromboplastina completa, isto é, o fator tecidual. Por consequência, este teste faz um bypass na via extrínseca, não sendo afetado pela deficiência de fator VII. - Os resultados são relacionados em tempo (em segundos) em relação TTPA paciente/TTPA média do valor de referência.
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