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* FENORD Direito Tributário – I Professor Msc. André Luiz Peruhype Magalhães. * Fenord – Direito Tributário I 1) Direito Tributário: 1.1) Conceito - O Direito Tributário é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas, que correspondam, direta ou indiretamente, a instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. * Fenord – Direito Tributário I 1.2) O Direito Tributário e os outros ramos do Direito: Direito Tributário X Direito Constitucional Direito Tributário X Direito Financeiro Direito Tributário X Direito Administrativo Direito Tributário X Direito Civil Direito Tributário X Direito Penal Direito Tributário X Direito Processual * Fenord – Direito Tributário I 2) Fontes do Direito Tributário: 2.1) Conceito de Fonte – É o ponto originário de onde provêm a norma jurídica. 2.2) Espécies de Fonte: Fonte Real ou Material; Fonte Formal. * Fenord – Direito Tributário I 2.3) Fonte Real ou Material: São suportes fáticos das imposições tributarias, tais como o patrimônio, a renda e os serviços. 2.4) Fonte Formal: É o conjunto de normas do Direito Tributário. * Fenord – Direito Tributário I 2.5) Estudo da Fonte Formal: 2.5.1) Ato Normativo Primário e Ato Normativo Secundário: Ato Normativo Primário é aquele que cria, modifica ou extingue uma obrigação. Já o Ato Normativo Secundário regulamenta o Ato Normativo Primário. Não pode inovar. * Fenord – Direito Tributário I 2.5.2) Legislação Tributária X Lei Tributária: A expressão legislação tributária compreende os atos normativos primários e secundários conforme artigo 96/ CTN. A expressão lei tributária refere-se exclusivamente às leis em sentido estrito conforme estabelece o artigo 97/ CTN. * Fenord – Direito Tributário I 2.5.3) Fontes Formais Principais: São as principais fontes do direito tributário e constituem-se em Constituição Federal; Lei Complementar; Lei Ordinária; Medida Provisória; Lei Delegada; Decreto Legislativo; Resolução; Tratados e Convenções Internacionais; Decreto. * Fenord – Direito Tributário I 2.5.4) Fonte Formal Secundária: Nos termos do artigo 100/ CTN, são as normas complementares do Direito Tributário. Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; Decisões administrativas com eficácia normativa; Praticas reiteradas das autoridades administrativas; Convênios celebrados pelas entidades impositoras. * Fenord – Direito Tributário I 3 – O Tributo: 3.1 – Conceito de Tributo: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (Art. 3º do CTN – Código Tributário Nacional) * Fenord – Direito Tributário I 3.1.1 – Análise do Conceito de Tributo: Tributo é: a) prestação pecuniária compulsória; b) em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir; c) não constitua sanção de ato ilícito; d) instituída em lei; e) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada * Fenord – Direito Tributário I 3.2 – Natureza Jurídica do Tributo: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. (Art. 4º do CTN) * Fenord – Direito Tributário I 3.3 – Classificação do Tributo: A) Tributo Pessoal e Tributo Real: O tributo pessoal leva em conta a condição particular do contribuinte. Incide sobre a pessoa. (Ex. IR) O tributo real leva em conta a matéria tributada, podendo ser o bem ou serviço. (Ex. IPI, ICMS, IPTU) B) Tributo Direto e Tributo Indireto: O Tributo direto é aquele que é suportado pelo próprio contribuinte. Não repercute. (Ex. IR, IPTU, ITBI, ITCMD) O Tributo indireto é aquele em que o ônus tributário repercute em terceira pessoa, denominado contribuinte de fato. Há repercussão tributária. (Ex. ICMS, IPI) * Fenord – Direito Tributário I C) Tributo Fiscal e Tributo Extrafiscal: O tributo fiscal é aquele que, possuindo intuito estritamente arrecadatório, provem de recursos o cofre público. (Ex. IR, ITBI, ISS) O tributo extrafiscal é aquele com finalidade reguladora de mercado e da economia. (Ex. II, IE, IPI, IOF) * Fenord – Direito Tributário I d) Tributos Progressivos, proporcionais e seletivos: Tributo progressivo é aquele que tem incidência de alíquota variada, cujo aumento se dá na medida em que se majora a base de cálculo do tributo. (Ex. IR, IPTU e ITR) Tributo proporcional é aquele que tem alíquota única incidente sobre uma base de cálculo variável. (Ex. ITBI, ITCMD) Tributo seletivo é aquele que leva em consideração a essencialidade do bem ou serviço. Terá alíquota maior o bem supérfluo e alíquota menor o bem essencial. (Ex. ICMS e IPI) * Fenord – Direito Tributário I E) Tributos Vinculados e Tributos Não Vinculados: Tributo vinculado é aquele em que a receita ou recursos são destinados a uma despesa específica. (Ex. Taxa, Contribuição de Melhoria e Contribuições Especiais) Tributo Não Vinculado é aquele que não atrela seus recursos a uma despesa específica. (Ex. Impostos) * Fenord – Direito Tributário I F) Tributo Contraprestacional e Tributo Não Contraprestacional: Tributo Contraprestacional é aquele em que o contribuinte recebe um serviço em contraprestação ao tributo pago. (Ex. Taxas, Contribuições de Melhoria e Contribuições Especiais) Tributo Não Contraprestacional é aquele em que não há contraprestação de serviço específico ao contribuinte em decorrência do tributo pago. (Ex. Impostos) * Fenord – Direito Tributário I 3.4 – Competência Tributária: 3.4.1 – Conceito: É a habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que este, com base em lei, faça a instituição do tributo. 3.4.2 – Características: A Competência Tributária é: Indelegável – Intransferível – Inalterável – Irrenunciável * Fenord – Direito Tributário I 3.4.3 – Competência Tributária e Capacidade Tributária Ativa: A competência tributária é a aptidão constitucionalmente definida a cada ente para criar tributos, enquanto a capacidade tributária ativa é o poder que o ente tem para arrecadar, exigir e fiscalizar tributos. Obs: A Capacidade Tributária Ativa pode ser delegada nos termos do art. 7º, §3º do CTN. * Fenord – Direito Tributário I 3.4.4 – Classificação da Competência Tributária A) Competência Geral: É a competência que a União Federal tem para instituir normas gerais de direito tributário. B) Competência Privativa: Na Competência privativa apenas o ente federado indicado na CF pode criar o tributo, sendo vedado a sua instituição por outro ente. (Ex. Impostos, Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais) * Fenord – Direito Tributário I C) Competência comum É aquela que não tem exclusividade, podendo o tributo ser instituído por qualquer ente federado. (Ex. Taxas, Contribuições de Melhoria) D) Competência Cumulativa É quando um ente federado acumula competência tributária de outro ente federado, nos termos do art. 147 e 155 da CF/88 * Fenord – Direito Tributário I E) Competência Residual É a outorga constitucional a União para que, desejando, crie novos impostos ou contribuições para seguridade social não previstos na CF/88, nos termos dos artigos 154, I e 195, §4º da CF. F) Competência Extraordinária É aquela deferida a União para instituir Imposto Extraordinário de Guerra, nos termos do art. 154, II da CF/88 * Fenord – Direito Tributário I * Fenord – Direito Tributário I 4 – ESPÉCIES DE TRIBUTOS: Impostos; Taxas; Contribuições de Melhoria; Empréstimos Compulsórios; Contribuições Especiais. Referência legais: Art. 145, 148 e 149 da CF/88. * Fenord – Direito Tributário I 4.1 – Impostos: 4.1.1 – Previsão Legal: Artigo 145, I da CF/88 e artigo 16 do CTN. Art. 16 - CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 4.1.2 – Características: ► Tributo não vinculado; ► Tributo não contraprestacional; ► Tributo privativo ► Tributo instituído em regra por Lei Ordinária (salvo IGF e Imp. Residual que dependem de Lei Complementa) * Fenord – Direito Tributário I 4.2 – Taxas: 4.2.1 – Previsão Legal: Artigo 145, II da CF/88 e artigo 77 e seguintes do CTN. Art. 77 - CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. * Fenord – Direito Tributário I 4.2.2 – Características: ► Tributo vinculado; ► Tributo contraprestacional; ► Tributo Comum; ► Tributo instituído por Lei Ordinária. 4.2.3 – Tipos: A) Taxa de Serviço; B) Taxa de Polícia. * Fenord – Direito Tributário I 4.2.3.1 – Taxa de Polícia: ► Previsão: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. * Fenord – Direito Tributário I ► Também é conhecida como taxa de fiscalização; ► Verifica o cumprimento das exigências legais (licença, autorização e alvará) ► Taxa de alvará ou de funcionamento; taxa de fiscalização de anúncios e taxa de controle e fiscalização ambiental; ► Taxa de polícia não se confunde com a prestação de serviço de policiamento (PMMG). * Fenord – Direito Tributário I ► Regular Poder de Polícia: Art. 78 - Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. ۷ O STF tem entendido que regular poder de polícia pode ser caracterizado pelo simples fato de existir um órgão estruturado e em efetivo funcionamento, viabilizando a cobrança da taxa. (RE. 416.601 STF) ۷ Referido entendimento tem sido aplicado também nas taxas de polícia que dependem de renovação anual – Taxa de Localização. (REsp. 43.517 STJ) * Fenord – Direito Tributário I 4.2.3.2 – Taxa de Serviço: ► Previsão: Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. * Fenord – Direito Tributário I ► Fato Gerador da Taxa de Serviço: Serviço público específico e divisível, utilizado efetivamente ou potencialmente. ► Súmulas do STF: Súmula Vinculante 12 A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. Súmula Vinculante 19 A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. * Fenord – Direito Tributário I ► Taxa X Impostos: Art. 77 – Omissis... Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Súmula Vinculante 29 É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. * Fenord – Direito Tributário I ► Taxa X Preços Públicos (Tarifas – Art.175 CF): STF Súmula nº 545 – Preços de Serviços Públicos e Taxas - Confusão e Diferença: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu. ► Taxa X Pedágio: * Fenord – Direito Tributário I 4.3 – Contribuições de Melhoria: 4.3.1 – Previsão Legal: Artigo 145, III da CF/88 e artigo 81 e seguintes do CTN. Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. * Fenord – Direito Tributário I 4.3.2 – Características: ► Tributo vinculado; ► Tributo contraprestacional; ► Tributo Comum; ► Tributo instituído por Lei Ordinária. 4.3.3 – Fato Gerador: A) Obra Pública (Decreto-Lei 195/67, art.2º)*; B) Necessidade de valorização de Imóvel particular. * Fenord – Direito Tributário I * Decreto-Lei 195 de 1967: Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas; II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos; III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive todas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; V - proteção contra secas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação; VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem; VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.
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