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4 Estafilococcias e Estrepecoccias (Fábio)

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Estafilococcias e Estrepecoccias 
Prof. Fábio 
Gênero Staphylococcus 
 Cocos, Gram-positivos, esféricos, imóveis 
 Não-esporulados, anaeróbios facultativos 
 Quimiorganotróficos (metabolismo fermentativo e respiratório) 
 Pleomóficos: 0.5-1.5 μm 
 Micromorfologia: cocos isolados, pareados, cadeias curtas, grupos irregulares, forma de "cacho de uva” 
 36 espécies: 16 patogênicas para o ser humano e 6 apresentam relevante importância clínica (toxinas 
extracelulares, fatores de virulência/ resistência) - S. aureus, S. epidermidis, S. haemolyticus, S. saprophyticus, S. 
intermedius, S. hyicus 
 Temperatura ótima de crescimento: 30-37°C 
 
Habitat 
Superfície cutânea, membranas mucosas (caráter anfibiôntico); 
Boca, glândulas mamárias, tratos gastrointestinal, urinário e respiratório superior; 
Narina anterior, axilas, região inguinal (S. aureus); 
Vagina, períneo, reto; 
Alimentos (queijo, ovos, carne, leite), poeira, água. 
 
 
Microbiota residente 
Frequentemente são benéficos e 
necessários à manutenção da 
saúde. 
 
Caráter Anfibiôntico: 
Microrganismos podem se 
comportar como patógenos 
oportunistas em situações de 
desequilíbrio ou ao serem 
introduzidos em sítios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação dos estafilococos 
• Produção de coagulase, hemolisinas, atividades enzimáticas, resistência a antibióticos, produção de ácidos a partir de 
carboidratos 
 
 
Fatores de risco – Estafilococcias 
• Presença transitória nas mãos: fonte de infecção – determinante de autoinfecção (infecção endógena); infecção para 
outros indivíduos (infecção exógena) 
• Fatores para invasão tecidual: interações bactéria-hospedeiro; adesão e invasão (superfície mucosa ou cutânea) 
• Adquiridas na comunidade ou ambiente hospitalar: contato direto interpessoal 
• Pacientes com infecções cutâneas, secreções purulentas, ferida cirúrgica ou pneumonia: podem disseminar grande 
número de bactérias 
• Acumula-se na roupa de cama, mobiliário, equipamentos ao redor do paciente infectado 
• Resiste às condições ambientais: sobrevivência, longo tempo, no mobiliário hospitalar 
 
Fatores de virulência 
Staphylococcus aureus: componentes da superfície celular (superficiais) e toxinas e enzimas (extracelulares) 
 
FATORES SUPERFICIAIS: 
 Cápsula: constituída por polissacarídeos; confere proteção contra fagocitose; classificação em 11 sorotipos - maioria 
das infecções: sorotipos 5 (CP5) e 7 (CP7) 
 Peptídeoglicanos e ácidos teitóicos (AT): presentes na parede celular; ativação via alternativa do complemento 
(Peptídeoglicanos); estímulo à produção de Interleucina-1 (Peptídeoglicanos); adesão membranas mucosas, ligação 
específica a fibronectina (AT) 
 Proteína A: principal componente da parede celular bacteriana; liga-se na porção Fc do anticorpo (IgG); previne 
opsonização 
 Adesinas: proteínas de ligação à fibronectina, colágeno e fibrinogênio; ancoradas no peptideoglicano da bactéria; 
promovem colonização tecidual (adesão celular, proliferação bacteriana) 
 
FATORES EXTRACELULARES (TOXINAS): 
 Esfoliatina (epidermolisina): toxinas esfoliativas A e B (ETA, ETB); ETA: origem cromossomal, ETB: origem plasmidial; 
quebra de pontes intracelulares na estrato granuloso da epiderme; síndrome da pele escaldada (Doença de Ritter) - 
separação da epiderme da derme; ETA: atua sobre desmogleína (proteína de superfície células epiteliais da pele que 
promove adesão intercelular) 
 Alfa-toxina/ alfa-hemolisina: hemolisina formadora de poros na membrana celular dos eritrócitos (induz perda de 
conteúdo intracelular e morte da célula); outras hemolisinas (lise de hemácias): Beta, Gama e Delta 
 Leucocidina panton-valentine: ruptura da membrana de leucócitos, liberando citocinas; contribui para o 
desenvolvimento do choque séptico; presente em 90% das lesões dermonecróticas graves 
TSST-1 (Toxic Shock Syndrome Toxin-1): superantígeno; choque tóxico estafilocócico (TSS) 
Enterotoxinas: causa direta da intoxicação alimentar estafilocócica; estímulo de linfócitos T liberam citocinas: induz 
choque tóxico; oito tipos sorológicos distintos (A-E, G-I); termoestáveis a 100ºC por 30 minutos; resistentes a hidrólise 
por enzimas gástricas 
 
O que são superantígenos? São moléculas que, mesmo em concentrações muito baixas, estimulam intensamente a 
produção de citocinas por populações de células T. O processo de ativação ocorre quando a molécula de superantígeno 
ligase direta e simultaneamente ao receptor na superfície de célula T e à molécula de classe II do complexo principal de 
histocompatibilidade, situada na superfície de outra célula (S. aureus). TSST-1 é o único superantígeno com capacidade 
de atravessar mucosas! 
 
FATORES EXTRACELULARES (ENZIMAS): 
 Coagulase: coagulação do plasma (transformação da protrombina em trombina ativa a formação da fibrina a partir 
do fibrinogênio) 
 Fibrinolisina (estafiloquinase): capacidade de dissolver coágulos de fibrina 
Catalase, nuclease (Dnase), hialuronidase, lipase, proteases: hidrólise de proteínas e macromoléculas: nutrientes 
utilizáveis pela bactéria; potencializa infecção tecidual; facilita disseminação hematogênica 
Penicilinase (betalactamase): 90% cepas hospitalares, 50% comunidade: resistência via transmissão plasmidial; 
inativação de penicilinas (oxacilina, meticilina), hidrólise do anel betalactâmico; resistência adquirida: vancomicina 
(glicopeptídio) como alternativa! 
 
Manifestações clínicas (S. aureus) 
DOENÇAS ESTAFILOCÓCICAS TOXIGÊNICAS 
Síndrome da pele escaldada (Doença de Ritter): toxina esfoliativa ou epidermolisina (A, B) 
Sintomas: febre; irritabilidade; dor à palpação; eritema macular (manchas avermelhadas elevadas), descamação na 
face, pescoço, axilas. 
Tratamento: ≥ 2 semanas; derivados semi-sintéticos de penicilina; cefalosporinas; sepsis estafilocócia: oxacilina 
endovenosa. 
Taxa de mortalidade: baixa em crianças, > 50% em adultos (sepsis estafilocócica) 
 
Síndrome do Choque Tóxico: enterotoxina estafilocócica F 
Sintomas: febre alta (≥ 38,9ºC); cefaléia; hipotensão; eritroderma macular difuso; vômitos; diarréia aquosa; mialgia 
severa; hiperemia conjuntival, orofaringeana, vaginal; distúrbios vinculados ao SNC (confusão mental, alteração de 
consciência); descamação epitelial (palma das mãos, planta dos pés); anemia; lesão renal, hepática e muscular; 
disfunções cardíacas e pulmonares. 
Tratamento: bactérias resistentes à penicilina; antibióticos resistentes à β-Iactamase em doses altas, EV. 
Taxa de mortalidade: 5-10 %, até 65% 
 
Toxi-infecção alimentar: enterotoxinas A, B, C, D, E 
Sintomas: náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia e prostração são sintomas habituais; febre pode não 
ocorrer; evolução autolimitada (24-48 h). 
Tratamento: terapêutica de suporte (reposição de líquidos, eletrólitos, medicamentos sintomáticos); antibióticos 
não são necessários 
 
INFECÇÕES CUTÂNEAS 
 IMPETIGO: mácula-vesícula-pústula-crosta 
 FOLICULITE: sicose (terçol) 
 FURUNCULOSE: extensão dolorosa e necrótica da foliculite 
 ANTRAZ: coalescência de furúnculos 
 FERIDAS CIRÚRGICAS ou TRAUMÁTICAS 
 
BACTEREMIA E ENDOCARDITE 
 ORIGEM: geralmente a partir de um foco infeccioso; 50% dos casos: infecção hospitalar (cateterismo) 
 ENDOCARDITE: taxa de mortalidade elevada 
 
 
 
 
 
PNEUMONIA E EMPIEMA 
 PNEUMONIA: ocorrência após aspiração de secreções orais (crianças, idosos, fibrose cística, gripe, doenças 
obstrutivas); disseminação hematogênica (endocardite, cateterismo) 
 EMPIEMA: acúmulo de secreção purulenta em cavidade pré-existente na pleura; difícil drenagem (áreas isoladas) 
 
OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA 
 OSTEOMIELITE: infecção hematogênica ou pós-traumática; crianças: infecção metafisária de ossos longos (áreas 
altamente vascularizadas) com dor local e febre alta; adultos: região vertebral(dor intensa, febre) 
 ARTRITE: acomete crianças pequenas e adultos com problemas articulares; causa inflamação e dor nas articulações 
(ombro, joelho,quadril, cotovelo) 
 
Estafilococos coagulase-negativos 
 Microbiota normal da pele e mucosas 
 Capacidade de causar infecções oportunistas: penetração por lesões cutâneas (traumas ou procedimentos médicos 
invasivos) 
 Principais agentes de bacteremia, origem hospitalar e infecções: presença de corpos estranhos 
 Grupos de risco: imunocomprometidos, doentes crônicos, idosos e prematuros. 
 Produzem vários fatores de virulência: β-lactamase e resistência à meticilina 
 Diversas espécies 
 Importância clínica: Staphylococcus epidermidis, S. saprophyticus, S. haemolyticus, S. hominis, S. warneri, S. 
simulans, S. lugdunensis, S. schleiferi, S. saccharolyticus 
 
Fatores de virulência 
Staphylococcus epidermidis 
Característica peculiar do ponto de vista clínico: capacidade de aderência à material plástico, como cateter 
(intravascular, diálise intraperitoneal) e próteses (cardíacas, articulares). 
Fases da Aderência: 
1) Adesão 
Polissacarídeo capsular (PS/A) + Proteínas de superfície (adesinas) 
Interações com proteínas tecido conjuntivo (Colágeno e laminina) 
Interações com proteínas séricas (fibronectina e vitronectina) 
2) Formação de mucoproteínas ou biofilme 
Ácido teicóico (Substância Limosa Extracelular, ESS ou slime) 
Biofilme: barreira física contra antimicrobianos, inibe proliferação de linfócitos T e monócitos periféricos, 
inibe opsonização e fagocitose (inibição de quimitoxacia de leucócitos PMN) 
 
Staphylococcus saprophyticus 
Infecções vias urinárias 
2º maior agente de infecção urinária (mulheres jovens sexualmente ativas) 
Disúria (dor ao urinar) 
Piúria (secreção purulenta na urina) 
Hematúria (eritrócitos na urina) 
Numerosos microrganismos na urina 
Resposta aos antimicrobianos normalmente é rápida 
Fases de aderência: 
1) Adesinas: específicas para glicoproteínas do epitélio uretral 
Ssp (S. saprophyticus surface-associated protein) 
Interação e adesão em células uroepiteliais, uretrais e periuretrais 
2) Urease: invasão do tecido vesical 
3) Biofilme: presença de slime não é comum! 
Mucoproteínas 
Carboidratos 
Cristais de stuvita e apatita (ocorrem na presença de uréia) 
 
 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
• Infecções estafilocócicas 
• Diagnóstico clínico 
• Diagnóstico laboratorial 
 Cultura: meios de cultura (ágar sangue, ágar manitol salgado) 
 Bacterioscopia 
Coloração de Gram 
Cocos gram-positivos 
Isolados/ dispostos pequenos aglomerados 
 
Cultura: Ágar Baird-Parker: Seletivo para S. aureus; UFC’s negras (redução do Telurito de Potássio); Zona opaca (ação da 
lecitinase sobre gema de ovo); Zona clara (ação da lipase sobre gema de ovo). 
 
Antibióticoterapia 
- S. aureus, S. epidermidis e outros estafilococos coagulasenegativos isoladas no Brasil (comunidade e hospitais) - 
resistentes à penicilina G, ampicilina e amoxicilina; 
- Maiorias cepas estafilocócicas (infecções comunitárias) - sensível à meticilina, oxacilina, cloxacilina e cefalosporinas; 
- Maiorias cepas estafilocócicas (infecções hospitalares) - resistente à meticilina, oxacilina, cloxacilina e cefalosporinas; 
- Neste caso: preferência para antibióticos glicopeptídicos; vancomicina, teicoplanina. 
 
S. aureus 
• Meticilino-oxacilinossensível 
 Oxacilina ou cefalosporinas de primeira geração 
• Meticilino-oxacilinorresistente 
 Vancomicina ou teicoplanina 
• Sensibilidade intermediária/ resistência completa vancomicina 
 Linezolida, quinupristina-dalfopristina ou daptomicina 
 
S. epidermidis 
• Meticilino-oxacilinossensíveis 
 Oxacilina ou cefalosporina de primeira geração 
• Meticilino-oxacilinorresistentes 
 Vancomicina ou teicoplanina 
 
S. saprophyticus 
 Cotrimoxazol, amoxicilina-clavulanato ou ciprofloxacino 
 
Profilaxia: lavagem das mãos 
 
Gênero Streptococcus 
 Família Streptococcacea 
 Grupo heterogêneo de bactérias constituído por muitas espécies 
 Microbiota residente 
 Agentes de doenças 
 Cocos Gram-positivos em cadeias 
 Catalase negativos 
 Anaeróbios facultativos 
 Algumas espécies requerem CO2 
 Requerimentos nutricionais complexos 
 Produtores de leucina aminopeptidase (LAP) 
 
Classificação dos estreptococos 
• Padrão hemolítico (Ágar sangue): 
 
 
 
 
 
Características antigênicas (Grupos de Lancefield): 
 Estreptococos β-hemolíticos; 
Carboidrato C (parede celular): 20 grupos (A-H, K-V): 
Exemplo: S. pyogenes – grupo A; S. agalactiae – grupo B; S. dysgalactiae equisimilis – grupo A, C, G ou L 
 
Características fisiológicas: determinam espécies. 
 
Epidemiologia 
Microbiota: mucosas (Trato Respiratório Superior); pele (ocasionalmente); 
Principais agentes de doenças: Streptococos viridans, S. pyogenes, S. agalactiae e S. pneumoniae; 
Colonização: espécies com potencial de virulência. 
 
Manifestações clínicas 
 Streptococcus pyogenes: faringite, impetigo, erisipela, escarlatina e colonização (nasofaringe e pele) 
Streptococcus agalactiae (grupo B): RN (sepse, pneumonia e meningite; forma precoce: até 7 dias; forma tardia: 7 dias-3 
meses); Adultos (pós-parto, imunocomprometidos; Ex.: pneumonia, endocardite, ITUs) 
Streptococcus pneumoniae: meningite (2 agente mais importante), pneumonia (mais frequente na comunidade, otite 
média (mais frequente) e colonização diferenciada 
Streptococcus pyogenes: Síndrome do Choque Tóxico 
Fasciíte necrosante (fasciíte necrótica) 
 
Diagnóstico laboratorial: Clínico, cultura (Ágar sangue) e 5% CO2 para pneumococos. 
Gram; catalase (-); padrão hemolítico: testes sorológicos (β) e testes bioquímicos 
 
Tratamento: antibioticoterapia 
Penicilina G - antibiótico de escolha para infecções: Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae, Streptococcus 
pneumoniae, Streptococcus viridans, estreptococos dos grupos C e G, Streptococcus bovis. 
 
Profilaxia 
Promiscuidade e aglomerações: doentes que eliminam as bactérias em secreções nasofaríngeas e lesões cutâneas 
(potenciais fontes de infecção primária na disseminação); 
Pacientes portadores escarlatina ou erisipela (mantidos isolados). 
 
• Vacina antipneumocócica polissacarídica 23-valente (VAP 23-valente) 
• Vacina antipneumocócica polissacarídica conjugada (VAPCJ heptava/ente (7-valente) 
• Vacina antipneumocócica polissacarídica conjugada (VAPC) decavalente (10-valente) 
• Vacina antipneumocócica polissacarídica conjugada 13-valente (VAPC 13-valente) 
• Vacina contra infecções por estreptococo do grupo A (S. pyogenes) 
• Vacina contra infecções por estreptococo do grupo B (S. agalactiae)

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