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A C L A S S I F I C A Ç Ã O D E T E X T O S J O R N A L Í S T I C O S GÊNEROS JORNALÍSTICOS DEFINIÇÕES • São classes de textos com propriedades comuns; • São horizontes de expectativas para o leitor e modelos de escrita para o autor. CONCEITOS • SEGUNDO MAURO WOLF: • Sistemas de regras que orientam a produção dos discursos e o sentido que lhes é atribuído pelos receptores; • Proporcionam referências precisas para a criação dos textos, permitindo que estes realizem mais facilmente o processo comunicativo. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO • SEGUNDO LORENZO GÓMIS: • Todo jornalismo é “um método de interpretação” da realidade social. • Essa interpretação pode ser feita através: - de narração (relato) – o que aconteceu; - da argumentação (comentário) – qual o significado do que aconteceu. PRINCIPAL REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASILEIRA: • JOSÉ MARQUES DE MELO José Marques de Melo fez um mapeamento dos estudos dos gêneros jornalísticos e sugeriu a seguinte classificação, inspirada nos estudos de Luiz Beltrão: 1- GÊNEROS INFORMATIVOS 1- Nota 2- Notícia 3- Entrevista 4- Reportagem 2- GÊNEROS OPINATIVOS 1- Editorial 2- Artigo 3- Coluna 4- Resenha / crítica 5- Caricatura 6- Comentário 7- Crônica 8- Carta GÊNEROS INFORMATIVOS NOTA A nota é considerada uma “notícia curta”, mais enxuta, restringe-se ao lide e, frequentemente, ocupa apena sum parágrafo. É também comum ser formatada em colunas e costuma ser utilizada para informar sobre acontecimentos que, embora dignos de “interesse público”, não são considerados de grande relevância por parte da redação do veículo. GÊNEROS INFORMATIVOS NOTÍCIA A notícia é considerada a matéria-prima do jornalismo, especialmente em mídia jornal, poie é o texto que carrega a identidade da narrativa jornalística e, muitas vezes, é a partir dela que as outras modalidades textuais em jornalismo se constroem. • GÊNEROS INFORMATIVOS NOTÍCIA O noticiário na TV ou a notícia no jornal deve responder algumas questões, como: 1. qual é o acontecimento; 2. quem são as pessoas envolvidas; 3. onde ele ocorreu: em que cidade, estado, país?; 4. quando aconteceu: que dia, mês, ano?; 5. por que aconteceu: o que está por trás?; 6. quais foram as possíveis consequências?. GÊNEROS INFORMATIVOS. NOTÍCIA: manchete e texto 1- Manchete ou título principal Geralmente apresenta-se grafado de forma bem evidente, com vistas a despertar a atenção do leitor. 2- Lide (do inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo e normalmente sintetiza os traços peculiares condizentes ao fato, procurando se ater aos traços básicos relacionados às seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por que? Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente dita, procedendo à exposição de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos mencionados. GÊNEROS INFORMATIVOS REPORTAGEM A reportagem difere da notícia por apresentar base interpretativa do fato, uma vez que se pretende mais completa e mais profunda. Assim, a reportagem exige maior capacidade de observação e de investigação por parte do jornalista, que deve, ainda, explorar os mais diversos ângulos sobre o que está sendo relatado: busca de “personagens”, falas de especialistas, índices ou dados estatísticos relacionados aos fatos, etc. GÊNEROS INFORMATIVOS REPORTAGEM O objetivo da reportagem é levar os fatos ao leitor ou telespectador de maneira abrangente. A reportagem compreende desde a simples complementação de uma notícia – uma expansão que situa o fato em suas relações mais óbvias com outros fatos antecedentes, consequentes ou correlatos – até o ensaio capaz de revelar, a partir da prática histórica, conteúdos de interesse permanente. GÊNEROS INFORMATIVOS ENTREVISTA A entrevista pode ser encontrada nos formatos relato ou pingue-pongue. A entrevista pingue-pongue é centrada na figura de uma fonte proeminente e editada no formato pergunta-resposta. Trata-se de um gênero que normalmente gera leitura. GÊNEROS OPINATIVOS EDITORIAL O editorial é um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente. É comum se ter uma seção chamada Editorial na mídia impressa. O editorial possui um fato e uma opinião. Dessa forma, o editorial é um texto mais opinativo do que informativo. GÊNEROS OPINATIVOS ARTIGO O artigo de opinião é um gênero jornalístico que se caracteriza por expressar opiniões de seus autores, ao contrário das notícias, que devem ser isentas do julgamento daqueles que as escrevem. É escrito por um protagonista da sociedade convidado pelo veículo. O artigo é publicado em jornais e revistas impressos ou virtuais. Costumas ocupar um espaço pré- determinado em seções destinadas à veiculação de opinião. É sempre assinado. GÊNEROS OPINATIVOS COLUNA É o espaço no qual um protagonista da sociedade dá a sua opinião, com periodicidade, sobre um ou vários assuntos. Essa periodicidade por ser semanal, quinzenal etc. É sempre assinada. GÊNEROS OPINATIVOS RESENHA OU CRÍTICA O gênero jornalístico que se convencionou chamar de resenha corresponde a uma apreciação das obras-de-arte ou dos produtos culturais, com a finalidade de orientar a ação dos fruidores ou consumidores (MARQUES DE MELO). A resenha é um texto voltado para descrever, avaliar ou criticar uma peça, obra, livro, filme. GÊNEROS OPINATIVOS RESENHA OU CRÍTICA ESTRUTURA: INTRODUÇÃO (identificação da obra e da tese do resenhista sobre a obra); APRESENTAÇÃO (do material a ser julgado - do que trata, qual a história é apresentada, qual o assunto abordado); APRECIAÇÃO (espaço argumentativo propriamente dito, análise e julgamento da obra; CONCLUSÃO (finalização do caminho argumentativo traçado antes, às vezes recomendado – ou não – a obra avaliada). GÊNEROS OPINATIVOS CARICATURA A caricatura é a representação da fisionomia humana com características grotescas, cômicas ou humorísticas [...] Retrato humano ou de objetos que exagera ou simplifica traços, acentuando detalhes ou ressaltando defeitos. Sua finalidade é suscitar risos, ironia. Trata-se de um retrato isolado [...] Genericamente , significa a forma de expressão artística através do desenho que tem por fim o humor (MELO, 2003, p. 167). GÊNEROS OPINATIVOS CARICATURA É a imagem em forma satírica ou humorística, por meio da qual a opinião se manifesta de forma explícita. GÊNEROS OPINATIVOS COMENTÁRIO O comentário é um texto breve que traz a opinião do jornalista quase sempre vinculada à notícia. Os âncoras do telejornalismo geralmente produzem comentários. GÊNEROS OPINATIVOS CRÔNICA É um texto marcadamente subjetivo, muitas vezes escrito em primeira pessoa, que registra a visão do cronista a respeito de fatos do cotidiano; aproxima jornalismo e literatura. É sempre assinada. GÊNEROS OPINATIVOS CRÔNICA A crônica por assumir diferentes perfis, desde textos que comentam, muitas vezes de forma irônica, fatos do dia a dia, até textos explicitamente narrativos, que contam, constantemente de maneira humorística, ou emocionada, pequenas histórias sobre personagens ou sobre o próprio cronista. GÊNEROS OPINATIVOS CARTA CARTA DO LEITOR É um recurso em que o leitor pode expressar seus pontos de vista e opiniões. Pode ter várias finalidades como elogiar a publicação, a matéria de um jornalista ou também criticá-la ou discordar do encaminhamento da reportagem. CARTA AO LEITOR Espaço em que o corpo editorial da publicação dirige-se ao leitor com o intuitode estabelecer um diálogo e divulgar conteúdos de interesse do veículo de comunicação. 3- GÊNEROS INTERPRETATIVOS - Análise - Perfil - Enquete - Cronologia 4- GÊNEROS UTILITÁRIOS - Chamadas - Roteiro - Serviço - Indicadores PAUTA • É o roteiro para a produção de uma notícia ou reportagem, com indicações de entrevistas, locais e caminhos de abordagem e investigação. PAUTA - Pautas quentes São aquelas que estouram em um dia e no dia seguinte precisam estar no jornal ou imediatamente no rádio, na Internet ou na TV. Podem ser as coberturas de casos policiais , alguns acontecimentos na cidade, jogos de futebol, anúncios econômicos, escândalos políticos, etc. PAUTA - Pautas frias As pautas frias podem nascer de uma observação do repórter ou ser elaboradas a partir de algum assunto factual. O erro é achar que essas pautas não são importantes ou são desnecessárias. Exemplos: - Cadernos de cultura – agenda - Cadernos de veículos, empregos - Publicações mensais ou semanais PAUTA • Estrutura da pauta: - Informações sobre locação e entrevistado; - Encaminhamento da matéria; - Dados e informações sobre o assunto e tema da reportagem; - Sugestão de perguntas. ENTREVISTA • Entrevista por e-mail - Método impessoal, frio; - Jornalista não percebe as reações do entrevistado; - Não é possível revidar; - Não é possível reformular uma pergunta; - Ideal é apostar em poucas e boas perguntas. ENTREVISTA • Entrevista por telefone – Possibilidade do entrevistado desviar o foco; - Jornalista não percebe as reações do entrevistado; - Método útil para entrevistas em outros estados; apuração em cima da hora; opinião rápida. ENTREVISTA • Entrevista pessoalmente - Pessoalidade – jornalista observador; - Possibilidade de reação; - Pergunta-surpresa; - Aproximação com a fonte. ENTREVISTA TIPO: PERFIL - Fazer o levantamento de informações com pessoas ligadas ao biografado; - Perceber assuntos polêmicos e delicados; - Interessante acompanhar um dia da rotina do entrevistado; - Dê preferência em realizar a entrevista na casa ou escritório do entrevistado; ENTREVISTA TIPO: ENTREVISTA TÉCNICA - São aquelas relacionadas a assuntos mais complexos, como descobertas científicas, novas tecnologias, saúde, pacotões econômicos, mudanças de leis. - O ideal é realizar a entrevista pessoalmente. - Obrigatório o uso de gravador. ENTREVISTA TIPO: COLETIVA DE IMPRENSA - É quando empresas, artistas ou políticos, por exemplo, reúnem jornalistas para dar uma notícia, falar de um produto ou lançar um filme etc. A polícia também pode convocar uma coletiva para falar do andamento de algum investigação importante. - É consenso nas redações que a entrevista coletiva é pouco produtiva. Os jornalistas saem com as mesmas frases. ENTREVISTA TIPO: INDIVIDUAIS OU MESAS - Esses eventos servem para que determinados veículos consigam dar um material diferenciado ou mais completo de lançamentos ou anúncios. Ocorre com frequência em apresentações de filmes e peças teatrais. - É preciso ficar no pé do assessor para tentar uma individual e, portanto, ter a chance de obter um furo. REPORTAGEM – 1ª ETAPA A SELEÇÃO DO MATERIAL Antes de começar a escrever, o jornalista deve: - Analisar o material levantado durante a apuração; - Ouvir gravações; - Reler os pontos anotados. REPORTAGEM – 1ª ETAPA A SELEÇÃO DO MATERIAL - Hierarquizar as informações – o que pode ser abre?; - Separar as entrevistas; - Fazer um pequeno esquema de reportagem. REPORTAGEM – 2ª ETAPA A HORA DE ESCREVER - Abrir a matéria com o que for mais novo ou mais interessante; - Cuidado com o nariz de cera; - Fuja do óbvio; evite adjetivos; - Seja direto e conciso ao escrever assuntos quentes; REPORTAGEM - 2ª ETAPA A HORA DE ESCREVER - Escreva para o leitor leigo: seja didático; - Contextualizar o assunto – tudo tem uma história, origem, ou seja, vem de algum lugar. - Lembre-se: escrever é cortar palavras. O poder de síntese é fundamental. REPORTAGEM – 3ª ETAPA A EDIÇÃO - Tempo: o inimigo da redação; - Alteração no texto: a mão do editor; - Hora do fechamento (e dos cortes); - Repórter deve acompanhar as alterações finais; - Jamais mexa num texto editado sem comunicar à chefia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • MELO, José Marques. Gêneros Opinativos. • NASCIMENTO, Patrícia Ceolin. Técnicas de Redação. • BRASLAUSKAS, Ligia; FLORESTA, Cleide. Técnicas de reportagem e entrevista em Jornalismo.
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