Buscar

Lei de Abuso de Autoridade Comentada - Lei 4898 - 95

Prévia do material em texto

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
1 
 
 
 
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – N. 4.898/65 
 (Legislação comentada, jurisprudência e exercícios de fixação) 
 
VALDINEI CORDEIRO COIMBRA 
Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp) 
Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF 
Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium 
Professor de Preparatórios para Concursos Públicos 
Coordenador do www.conteudojuridico.com.br 
Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal 
Ex-analista judiciário do TJDF 
Ex-agente de polícia civil do DF 
Ex-agente penitenciário do DF 
 Ex-policial militar do DF 
vcoimbr@yahoo.com.br 
 
 
 LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta 
e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, 
civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem 
abusos, são regulados pela presente lei. 
Comentários: 
O crime de abuso de autoridade, cujas condutas encontram 
tipificação na Lei nº 4.898/65, consiste em violação aos direitos e garantias 
fundamentais, notadamente de natureza individual, que a doutrina 
classifica como direitos fundamentais de primeira geração. 
A responsabilização administrativa do agente público no aspecto 
disciplinar será apurada por meio de procedimento administrativo próprio 
(sindicância ou processo disciplinar), conforme o seu Estatuto ou Lei 
Orgânica. 
Para aplicar a Lei em estudo, se faz necessário que o abuso de 
autoridade seja praticado no exercício da função pública, pois do contrário 
o delito será outro que não os previstos na Lei n. 4.898/65. 
Os direitos fundamentais de primeira geração, conforme ensina 
Fabio Ramzzini Bechara, tem sua origem na Revolução Francesa e na 
Revolução Industrial, ambas no século XVIII, e evidenciam uma importante 
conquista da humanidade traduzida na imposição de obrigações negativas 
ou obstensivas ao Estado, de modo a coibir os excessos e 
arbitrariedades. As condutas qualificadas como abuso de autoridade 
acarretam simultaneamente efeitos na esfera administrativa, civil, e penal, 
cuja aferição da respectiva responsabilidade é feita de forma autônoma.1 
 
1 BECHARA. Fábio Ramazzini. Legislação Penal Especial. Coleção Curso e Concursos. São Paulo: Saraiva. 2005. 
p.21 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
2 
 
E já que se mencionou sobre as gerações de direitos fundamentais, 
vale a pena lembrar que os de segunda geração estão relacionados aos 
direitos sociais, culturais e econômicos, os de terceira geração os 
relacionados aos direitos globais ou de toda a humanidade, ou seja, direito 
à paz, à autodeterminação dos povos e do meio ambiente equilibrado: o 
direito de viver em um ambiente não poluído. 
Fala-se ainda em direitos fundamentais de quarta e quinta gerações, 
sendo que os de quarta geração são representados pela proteção dos 
efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá 
manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo e os de quinta 
geração aos direitos fundamentais relacionados aos direitos virtuais e 
tecnológicos. 
O ato de abuso de autoridade enseja tríplice responsabilização: civil, 
administrativa e criminal, sendo que a Lei em estudo regula as três 
esferas de responsabilização, conforme se vê no art. 6º, portanto não é 
exclusivamente criminal. 
 
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição: 
 a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à 
autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção; 
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar 
processo-crime contra a autoridade culpada. 
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do 
fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
Comentários: 
O expressão “representação” prevista nos arts. 1º, 2º, e a exigência 
da denúncia do Ministério Público ser instruída com a representação da 
vítima do abuso, no art. 12 da Lei de Regência, acabou por trazer 
dúvidas, se seria de ação penal pública condicionada a representação ou 
se incondicionada, tendo em vista a representação exigida para o início da 
ação penal, prevista no § 1.º do art. 100 do Código Penal. Não se trata, 
assim, de condição de procedibilidade para o exercício da ação penal, 
mas mera notitia criminis, motivo pelo qual foi necessário a edição da 
Lei n. 5.249/67 que dispôs em seu art. 1º que: “A falta de representação do 
ofendido, nos casos de abusos previstos na Lei n. 4.898, de 9 de dezembro 
de 1965, não obsta a iniciativa ou o curso de ação pública.” 
Desta forma, a referida lei deixou claro que o crime de abuso de 
autoridade não é de ação penal pública condicionada, mas sim, 
incondicionada, sendo que a expressão “representação” prevista na Lei de 
regência, nada mais é do que o direito de petição contra abuso de 
poder previsto no art. 5º, inc. XXXIV, “a”, da CF/88. 
Assim, como bem explica Tourinho Filho, o crime de abuso de 
autoridade pode ser de “cognição imediata”, chegando ao 
conhecimento da autoridade policial por outros meios que não a 
representação tratada no art. 2º da lex em estudo, ou seja, através das 
suas atividades rotineiras. Será de “cognição mediata”, quando o 
conhecimento chegar ao conhecimento da autoridade por meio de 
representação, de requerimento da vítima, ou por requisição do Poder 
Judiciário ou do Ministério Público. Nas hipóteses de prisão em flagrante, 
diz-se que é de “cognição coercitiva”. 
 A representação não precisa ser assinada por advogado. Será 
encaminhada: 
a) Ao Ministério Público para providências na órbita penal, que a 
receberá como uma comunicação nos termos do art. 5.º, § 3.°, do 
Código de Processo Penal; 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
3 
 
b) À autoridade administrativa com atribuição legal para aplicar ao 
autor do abuso, seja autoridade civil ou militar, a respectiva 
sanção. 
 
Assim, é o posicionamento da jurisprudência: “Falta de representação 
do ofendido não obsta a iniciativa do Ministério Público para a ação penal 
por crimes previstos na Lei n. 4.898/65. A Lei nº 5.249/67 é taxativa. 
Dispensa-se inquérito policial ou justificação preliminar para instruir a 
denúncia” (JTACrim, 76/150). 
 
“ A exigência de representação para legitimar a atuação do Ministério 
Público na promoção de ação penal pelo crime de abuso de autoridade foi 
abolida pela Lei n. 5.249/67, que revogou o art. 12, da Lei n. 
4.898/65”(TJSP – RT, 375/363). 
 
 Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
 a) à liberdade de locomoção; 
 b) à inviolabilidade do domicílio; 
 c) ao sigilo da correspondência; 
 d) à liberdade de consciência e de crença; 
 e) ao livre exercício do culto religioso; 
 f) à liberdade de associação; 
 g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto; 
 h) ao direito de reunião; 
 i) à incolumidade física do indivíduo; ( não inclui a moral a psíquica, ex.: ameaça) 
 j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. 
(Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) 
 
Comentários: 
 
• Princípio da taxatividade: segundo parte da doutrina, os tipos penais são 
inconstitucionais por ferirem o princípio da taxatividade, pois se tratam 
crimes vagos, genéricos e imprecisos. O STF e o STJ entenderam que os 
dispositivos são constitucionais. 
• Subsidiariedade:as condutas do art. 3º são subsidiárias às previstas no 
art. 4º, só se aplicam quando não constituir uma das condutas do art. 4º. 
• Crimes de atentados ou de empreendimento: A pena da conduta 
consumada é igual à da conduta tentada. Assim, não há que se falar em 
tentativa. 
• Objetividade jurídica dupla: visa a proteção dos direitos e garantias 
individuais e coletivos das pessoas físicas e jurídicas previstos na 
Constituição Federal, bem como proteger a normal e regular prestação de 
serviços públicos. 
• Objeto material: pessoa física ou jurídica vítima do abuso praticado por 
agente público. 
• Sujeito ativo: é a autoridade pública cuja definição está no artigo 5º da lei 
de regência. 
• Sujeito passivo: qualquer pessoa física ou jurídica que sofra o abuso, 
como sujeito primário (imediato ou principal), e o Estado como sujeito 
secundário (mediato), uma vez que o abuso de autoridade ofende a 
regular prestação de serviços do ente estatal a que pertença a autoridade, 
portando dupla subjetividade passiva. Pessoa jurídica como vítima: é 
possível, conforme art. 4º, “H”, da Lei de abuso de autoridade. Vítima 
criança ou adolescente: o ato pode caracterizar crime do ECA. 
Autoridade pública como sujeito passivo: pode ser vítima de abuso de 
autoridade. Ex.: um servidor público vítima do seu superior hierárquico. 
• Subjetividade do tipo: O ato de abuso de autoridade pode ocorrer 
mediante culpa ou dolo, mas o crime de abuso de autoridade, somente 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
4 
 
mediante DOLO específico de abusar. Se o agente na honesta intenção 
de cumprir seu dever e proteger o interesse público e social acaba se 
excedendo, haverá ilegalidade no ato, mas não crime de abuso de 
autoridade, por ausência da finalidade específica de abusar. 
• Condutas: comissivas ou omissivas (art. 4º, “c”, “d”, “g”, “i”). 
• Consumação e tentativa: os crimes do art. 3º, não admitem tentativa, 
pois a Lei já pune o simples atentado como crime consumado. Também 
não admitem tentativa os crimes previstos no art. 4º, “c”, “d”, “g”, “i”. 
• Concurso de Crimes: o STF reconheceu a possibilidade de concurso de 
crimes entre lesão corporal, abuso de autoridade e, também, violação de 
domicílio (HC92912). 
• Difamação e Injúria + Abuso de autoridade: é possível o concurso 
material (RESP 684532 5ª Turma do STJ). 
 
• Atentado contra a Liberdade de Locomoção: o art. 5, XV, da CF prevê: 
“é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens”. O próprio texto constitucional prevê limitações à liberdade 
de locomoção a exemplo da prisão em flagrante e prisão judicial (art. 5º, 
LXI), além das limitações impostas em Estado de Sítio (art. 137, I). 
Questões práticas: 
a) Já foi reconhecido abuso de autoridade conduta do policial que 
determinou pessoa a sair de logradouro público sem qualquer 
fundamento legal. 
b) Os atos de poder de policia estatal, como são autoexecutáveis, se 
justificados, não constituem abuso de autoridade (ex.: os bloqueios 
policiais). 
c) Ébrios e doentes mentais: podem ser retirados de determinados 
locais e retidos em órgão públicos ou encaminhados para suas 
casas, desde que estejam perturbando a ordem pública ou 
colocando em perigo a segurança própria ou alheia. 
d) Prisão para averiguação sempre configura abuso de autoridade, 
sendo que a detenção momentânea para busca e apreensão ou 
identificação pessoal, mesmo conduzido à delegacia, não 
caracteriza prisão para averiguação, constitui ato legítimo estatal de 
fiscalização. 
 
• Atentado contra a Inviolabilidade de domicílio: consta no art. 5º, inc. XI 
da CF – “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito 
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial”. Domicílio: qualquer local não aberto ao público, que seja 
utilizado para o trabalho ou para moradia, ainda que momentânea. O 
Código Penal ao tratar do crime de violação de domicílio, no seu art. 150, 
§4º define casa como sendo qualquer compartimento habitado (I), 
aposento ocupado de habitação coletiva (II) e compartimento não aberto 
ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (III). Questões 
práticas: 
a) A sala do escritório de contabilidade é domicílio: os agentes da 
Administração Fazendária, conforme entendimento atual do STF e 
do STJ exige-se ordem judicial para ingressarem em escritórios 
fechados de contabilidade ou de empresas. A falta de mandado 
gera a ilicitude da prova podendo ensejar abuso de autoridade se o 
ato foi praticado com a finalidade abusiva. O art. 195 do CTN não 
foi recepcionado pela Constituição Federal. 
b) Havendo a violação do domicílio com o abuso de autoridade, 
aplicar-se-á o princípio da especialidade, ou seja, a Lei n. 4.878/65 
e não o art. 150 da CP 
 
• Atentado contra ao Sigilo da Correspondência: previsto no art. 5º, inc. 
XII da CF/88: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
5 
 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último 
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”. A CF, 
também prevê a exceção ao sigilo de correspondência, nas hipóteses de 
Estado de Defesa e de Sítio nos arts. 136 a 139. Questões práticas: 
a) Correspondências abertas: não tem caráter de sigilosidade; 
b) Quando se trata de violação de correspondência praticado por 
autoridade, não se aplica o art. 151, §1º, I do CP, mas sim o art. 3º, 
“c”, da Lei em estudo. 
c) Correspondências de presos: O STF já se posicionou quanto à 
possibilidade excepcional de violação de correspondência do preso 
(HC 70.814/942), visto que os direitos e garantias fundamentais não 
são absolutos a assegurar a prática de ilícitos. 
d) Crime organizado: o art. 2º, inc. III da Lei n. 9.034/95 diz que a 
polícia pode ter acesso a documentos e correspondência desde que 
com ordem judicial. 
e) Correspondência de advogado: O art. 7º, inc. II, do Estatuto da OAB 
(Lei. 8.906/2004), diz que correspondência de advogado só pode 
ser aberta por ordem judicial e na presença de representante da 
OAB. Se a OAB for comunicada e não indicar o representante, a 
correspondência pode ser aberta (ADIN 1105/DF e 1127/DF) 
f) Conversas obtidas em sala de bate-papo: não estão preservadas 
pelo sigilo das comunicações, pois se trata de ambiente público e 
destinado a conversas informais (STJ RHC 18116). 
 
• Atentado contra a Liberdade de consciência e crença e culto 
religioso: Art. 5,VI, CF/88: “é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e 
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias”. Questões práticas: 
a) Constitui abuso de autoridade coibir injustificadamente as 
manifestações pacíficas e ordeiras sobre liberdade de consciência. 
Se houver justo motivo, não haverá abuso de autoridade. Ex.: 
autoridade pode determinar o encerramento: 1) de uma passeata 
que esteja praticando dano ao patrimônio alheio. 2) Culto religioso 
com sacrifício de animal e de pessoas. 3) culto com excesso de 
som que perturbem a tranquilidade e o sossego alheios. 
 
• Atentado contra a Liberdade de Associação: Art. 5º da CF/88 prevê: 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar. 
 
• Atentado contra os direitos e garantias legais assegurados ao 
exercício do voto: a condenação definitiva suspende os direitos políticos, 
art. 15, inc. III, da CF. É possível que o atentado ao exercício do voto 
venha caracterizar crime eleitoral previsto no CódigoEleitoral Lei. 4737/65. 
 
• Atentado ao direito de reunião: CF, Art. 5º, inc. XVI - todos podem 
reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente. Ex.: passeata. Reunião de forma 
desordeira ou violenta, pode ser impedida pela autoridade pública. 
 
2 “A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de 
preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no 
art. 41, parágrafo único, da Lei nº. 7.210/84, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos 
sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de 
salvaguarda de práticas ilícitas.” (HC 70.814, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24/06/94) 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
6 
 
 
• Atentado a incolumidade física do indivíduo: não exige que o crime 
deixe vestígios. Questões práticas: 
 
a) Atentado a Incolumidade psíquica: caracteriza abuso de autoridade. 
b) Abuso de autoridade + vias de fatos, lesões corporais ou homicídio: 
concurso formal de crimes. 
c) Abuso de autoridade + Tortura: a existência do crime de tortura 
previsto na Lei n. 9.455/97 absorve o abuso de autoridade. 
d) Conflito aparente de normas: art. 350 do CP (exercício arbitrário ou 
abuso de poder), segundo o STJ e STF, o parágrafo único inc. IV, 
do art. 350 do CP, não está revogado (efetua com abuso de poder 
qualquer diligencia). STJ HC 65.499/SP, HC 48. 083/MG e STF RE 
73914/SP, HC 63.612/GO. 
 
• Atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício 
profissional: CF, Art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer. Norma penal em branco, pois exige que os direitos ou 
garantias estejam previstos em lei. Questões práticas: 
 
a) Os direitos do advogado (consultar o inquérito policial). Agora 
também está garantido pela sumula vinculante n. 14. 
b) Impedir o Promotor de Justiça a realizar a visita mensal no presídio. 
c) Juiz que se recusa receber advogado: o STJ, RMS18296/SC, 
entendeu que o juiz que se recuse a receber advogado durante o 
horário de expediente do fórum, está praticando ilegalidade e pode 
ser responsabilizado por abuso de autoridade. 
 
 Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: 
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; 
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que 
lhe seja comunicada; 
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; 
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, 
emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha 
apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor; 
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância 
recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra 
despesa; 
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, 
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal; 
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir 
imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89) 
 
Comentários: 
 
• Ordenar ou executar medidas privativas de liberdade sem as 
formalidades legais ou com abuso de poder: CF, Art. 5º: LIV - 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
7 
 
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou 
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, 
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei. Questões práticas: 
 
a) Se a vítima for menor de 18 anos, o crime será o do Art. 230, 
do ECA ( Lei 8.069/90), que dispõe: “Privar a criança ou o 
adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão 
sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo 
ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena - 
detenção de seis meses a dois anos”. 
b) Revogou o art. 350, caput do CP. 
c) Manter um preso em flagrante sem lavrar o auto de prisão 
em flagrante. 
d) Cumprir mandado de prisão algemando desnecessariamente 
o preso, contrariando a Súmula vinculante n. 11 do STF. 
 
• Submissão de preso ou custodiado a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei: Art. 5º, XLIX, CF: é 
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; Art. 38 
do CP – o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da 
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua 
integridade física e moral; Art. 40 da LEP: impõe-se a todas as 
autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e 
dos presos provisórios. Questões práticas: 
a) Sujeito ativo somente pode ser a autoridade que tenha a 
custódia de pessoa; 
b) Submeter o preso à filmagem em reportagem midiáticas, 
contra a sua vontade, caracteriza abuso de autoridade. 
c) Impedir o preso, sem justa causa, de receber visita 
caracteriza abuso de autoridade. 
d) Submeter o preso a trabalho vexatório caracteriza abuso de 
autoridade. 
e) Se o custodiado for menor de 18 anos, há crime especial no 
art. 232 do ECA (Lei n. 8.069/90), que dispõe: “Submeter 
criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção 
de seis meses a dois anos” 
 
• Deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão 
ou detenção de qualquer pessoa: CF, Art. 5º: LXII - a prisão de 
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por 
ele indicada. Questões práticas: 
 
a) O crime só existe se a prisão não for comunicada ao juiz 
competente. Deixar de comunicar a prisão à família do preso 
ou a pessoa por ele indicado não é crime de abuso de 
autoridade. 
b) A expressão “imediatamente” significa no primeiro momento 
possível. 
c) No caso de apreensão de criança e adolescente, sem a 
devida comunicação, aplicar-se-á o art. 231 do ECA (Lei n. 
8.069/90), que dispõe: Deixar a autoridade policial 
responsável pela apreensão de criança ou adolescente de 
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária 
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele 
indicada: Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
8 
 
• Deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção 
ilegal que lhe seja comunicada: Art. 5º, inc. XLV, da CF: a prisão 
ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. O 
comando constitucional é pelo relaxamento imediato da prisão ilegal. 
Questões práticas: 
a) Crime de mão própria que somente pode ser praticado pelo 
juiz competente (juiz, desembargador, Ministro do STF). 
b) Se criança ou Adolescente, art. 234, do ECA (Lei n. 
8.069/90): Deixar a autoridade competente, sem justa causa, 
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, 
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
• Levar à prisão e nela deter quem quer que se proponhaa prestar 
fiança, permitida em lei: O art. 5º, inc. LXVI, da CF, prevê que: 
ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança. 
• A cobrança de carceragem e a emissão do recibo do pagamento da 
a título de carceragem: alíneas “f” e “g” do art. 4º não tem aplicação no 
Brasil, visto que a prisão é gratuita. 
• O ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou 
jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem 
competência legal: o dispositivo deixa claro a possibilidade de prática 
de abuso de autoridade contra a honra e patrimônio da pessoa física ou 
jurídica. Questão prática: 
a) A vigilância sanitária interdita um restaurante, se for de forma 
legal, não caracteriza abuso de autoridade, se ilegal ou 
abusiva, caracteriza o delito atingindo a honra e o patrimônio 
do restaurante. 
 
• Prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida 
de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de 
cumprir imediatamente ordem de liberdade: Questões práticas: 
a) A Lei n. 7.960/89 trata da prisão temporária: prazo de 5 dias 
prorrogáveis por mais 5 dias, para crimes comuns e 30 dias 
prorrogáveis por mais 30 dias se crime hediondo. 
b) Se for prisão preventiva: Se o delegado deixar de cumprir o 
alvará de soltura de prisão preventiva comete o abuso de 
autoridade do art. 4º, alínea “b” que dispõe: submeter pessoa 
sob sua guarda ou custódia [...] a constrangimento não 
autorizado em lei. 
c) Se a vítima for menor de 18 anos, o delito será o do art. 235 
do ECA (Lei n. 8.069/90): “Descumprir, injustificadamente, 
prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado 
de liberdade: Pena - detenção de seis meses a dois anos”. 
 Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
Comentários: 
O conceito de autoridade publica deste artigo é o mesmo conceito de 
funcionário público para fins penais, previsto no art. 327 caput do CP. 
Assim, pode-se afirmar que o crime de Abuso de Autoridade é um crime 
próprio. Podem ser considerados sujeitos ativos do crime de abuso de 
autoridade para fins da Lei, os funcionários de Empresa pública, autarquia, 
de fundação pública ou sociedade de economia mista. Ex.: Banco do Brasil 
(justiça estadual), Caixa Econômica Federal (justiça federal). 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
9 
 
São chamados por alguns autores de crimes de responsabilidades 
impróprios (crimes funcionais). Lembrando que os crimes de 
responsabilidade próprios são os previstos na Lei n. 1.079/51, que define 
as infrações políticas-administrativas. 
 
Não é imprescindível que o indivíduo seja funcionário público; porém, 
é necessário que exerça uma função pública (transitória e sem 
remuneração) e tenha autoridade, ou seja, que tenha capacidade de 
determinar, de se fazer obedecer, tais como, magistrados, membros do 
Ministério Público, policiais civis, militares ou federais, oficiais de justiça, 
advogados do Estado, comissários de menores, prefeitos, vereadores, 
guardas municipais, mesário eleitoral, jurados, etc. 
 
Não se considera autoridades aqueles que exercem um munus 
público, tais como, tutores e curadores dativos, inventariantes, síndicos e 
comissários, depositários judiciais, advogados, administrador de falência, 
etc., os quais exercem essas funções por determinação legal ou por ordem 
de autoridade, em benefício da coletividade ou da ordem social. 
 
O particular pode agir em coautoria com a autoridade ou como 
partícipe, nos termos do art. 30 do Código Penal3, mas desde que 
conhecendo esta circunstância elementar, que é a condição de 
autoridade, nos termos do art. 5º da Lei. Assim, já decidiu a jurisprudência: 
“Um indivíduo não funcionário público pode cometer um crime de abuso de 
autoridade, desde que o faça em concurso com uma das pessoas 
mencionadas no art. 5º da Lei n. 4.898/65” (TACrim – JTACrim, 85/159). 
 
Existe uma discussão se a prática das condutas previstas no art. 3º e 
4º da Lei de Regência, fora do exercício da função pública, se 
caracterizaria ou não crime de abuso de autoridade. O STJ, como bem 
lembrado por Fernando Capez4, entendeu que: “Comete o delito o agente 
que mesmo não estando no exercício da função age invocando a 
autoridade do cargo, com exibição da carteira funcional”(RT 665/359). 
 
Ressalte-se a existência do verbete sumular n. 172 do STJ, que 
dispõe: “compete à Justiça Comum [estadual ou federal] processar e julgar 
militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”. 
(explicação entre colchete nosso). 
 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e 
penal. 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso 
cometido e consistirá em: 
 a) advertência; 
 b) repreensão; 
 c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta 
dias, com perda de vencimentos e vantagens; 
 d) destituição de função; 
 e) demissão; 
 f) demissão, a bem do serviço público. 
 
3 O Art. 30 do CP dispõe que: “não se comunicam as circunstâncias e as condições pessoais de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime”. 
4 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Legislação especial. v. 4, São Paulo: Saraiva, 
2007. p.30. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
10 
 
• Ver comentários ao art. 7º, §3º 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no 
pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
• O CPP, no seu art. 387, inc. IV, prevê que o juiz pode fixar na sentença 
um valor mínimo de indenização. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do 
Código Penal e consistirá em: 
 a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
 b) detenção por dez dias a seis meses; 
 c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou 
cumulativamente. 
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou 
militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, 
de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no 
município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
Comentários: 
• Sanções: A Lei prevê três tipos de sanções, sendo elas de natureza 
administrativa (§ 1º), civil (§ 2º) e penal (§ 3º). 
• Sanções penais: multa, privativa de liberdade e perda do cargo ou 
inabilitação para o exercício de função publica. 
• Aplicação das penas: as penas criminais poderão ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente. 
• Pena ou Efeito da condenação?: A perda do cargo não é um efeito da 
condenação, é pena principal. No entanto, se o agente for autoridade 
policial ou civil, tem como efeito da condenação não poder exercer 
funções de natureza policial ou militar no município pelo prazo de 5 
anos, uma vez que não existe mais penas acessórias. (§5º última parte) 
• A pena acessória prevista na alínea “c” do § 3º do art. 6º: não existe 
mais as penas acessórias em virtude da reforma do Código Penal com 
a Lei n. 7.209/84, daí que a perda do cargo público mencionado na lei 
deixou de ser pena acessória, passando a ser efeito da condenação. 
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção 
administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de 
inquérito para apurar o fato. 
§ 1º O inquérito administrativo (o processo administrativo) obedecerá às normasestabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que 
estabeleçam o respectivo processo. 
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas 
reguladoras do inquérito administrativo (o processo administrativo) serão aplicadas 
supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro 
de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). (Lei n. 8.112/90) 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
11 
 
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a 
decisão da ação penal ou civil. 
• Algumas categorias de autoridades (ex. Membros do Ministério Público 
Federal e Judiciário) tem vitaliciedade, portanto não podem ser 
demitidos por abuso de autoridade administrativamente, somente por 
condenação criminal transitada em julgado. 
• Se for policial federal ou policial civil do Distrito Federal, existe norma 
específica de responsabilidade administrativa na Lei n. 4.878/65, que no 
seu art. 43 elenca um rol de transgressões disciplinares, sendo que 
algumas delas correspondem às condutas da Lei n. 4.898/65: 
LVII - ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, 
sem as formalidades legais, ou com abuso de poder; 
LVIII - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou 
constrangimento não autorizado em lei; 
LIX - deixar de comunicar imediatamente ao Juiz competente a prisão 
em flagrante de qualquer pessoa; 
LX - levar à prisão e nela conservar quem quer que se proponha a 
prestar fiança permitida em lei; 
LXI - cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra 
despesa que não tenha apoio em lei; 
LXII - praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural 
ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal; 
LXIII - atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, 
contra a inviolabilidade de domicílio. 
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou 
militar. 
 
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou 
independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a 
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada. 
Art. 10. Vetado 
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. 
 
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou 
justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da 
vítima do abuso. 
Comentário: 
• Competência: Em virtude da pena de detenção ser inferior a dois anos 
(dez dias a seis meses) o Crime de Abuso de Autoridade é de 
competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da Lei nº 
9.099/95 e suas alterações posteriores, permitindo que o Ministério 
Público proponha a transação penal, a suspensão condicional do 
processo, bem como, havendo condenação a substituição da pena de 
prisão por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 e seguintes do CP. 
• Procedimento: o rito adotado será o sumaríssimo, previsto no art. 77 e 
seguinte da Lei n. 9.099/95. 
• Competência Federal: se houver interesse da união a competência 
será da Justiça Federal, pelo Juizado Especial Criminal Federal. 
• Conexão de abuso de autoridade com crime que não seja de menor 
potencial ofensivo: art. 60 e parágrafo único da Lei n. 9.099/95, vai 
tudo para o juízo comum. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
12 
 
• Conexão de crimes militares com abuso de autoridade: haverá a 
cisão (separação dos processos), ou seja, a justiça militar julga o crime 
militar e a justiça comum julga o abuso de autoridade (súmula 90 do 
STJ) e STJ HC 81752. Neste sentido o STF também se manifestou no 
HC 92912. 
• Abuso de autoridade por Militar: A Justiça Militar não julga crime de 
abuso de autoridade praticado por militar (súmula 172 do STJ). 
• Abuso de autoridade cometido por servidor público federal: 
prevalece o entendimento de ser da competência da Justiça Federal, 
pois está prejudicando a regularidade do serviço público Federal, 
portanto interesse da União. STJ/ CC 20.779 – RO. O Nucci, 
isoladamente, afirma que é da competência da Justiça estadual. 
• Vítima do crime de abuso de autoridade servidor público federal: 
competência da Justiça Federal. STJ CC 89.397/AC. 
• Substituição da pena de prisão por multa: No caso de condenação à 
pena privativa de liberdade, não poderá esta ser substituída por pena 
de multa, Súmula 271 do STJ: “cominadas cumulativamente, em lei 
especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a 
substituição da prisão por multa”. 
• A prescrição para o crime de abuso de autoridade: a Lei de abuso 
de autoridade não prevê regra de prescrição ou prazo prescricional, 
portanto será de 3 anos, seguindo a prescrição mínima do Código 
Penal, art. 109 e suas demais regras. 
• Hipóteses de afastamento do JECrim para julgar os crimes de 
abuso de autoridade: a) o acusado não for encontrado para ser citado 
(art. 66, § único, da Lei n. 9.099/95); b) a complexidade do fato 
impossibilitar o oferecimento da denúncia pelo membro do parquet (art. 
77, §2º da Lei n. 9.099/95), neste casos os autos serão encaminhados 
para um Vara Criminal que aplicará o procedimento da Lei n. 4.898/65. 
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no 
prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado 
constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a 
designação de audiência de instrução e julgamento. 
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias. 
 
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado 
vestígios o ofendido ou o acusado poderá: 
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas 
testemunhas qualificadas; 
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e 
julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias. 
 
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos 
verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e 
julgamento. 
 
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a 
indicação de mais duas testemunhas. 
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia 
requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
13 
 
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação ao Procurador-
Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público 
para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender. 
 
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado 
nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os 
termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, 
proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia. 
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e 
hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, 
improrrogavelmente dentro de cinco dias. 
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer 
à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será 
acompanhado da segunda via da representação e da denúncia. 
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, 
independentemente de intimação. 
Parágrafoúnico. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a 
intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", 
requerimentos para a realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o 
Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências. 
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de 
justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o 
perito, o representante do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a 
queixa e o advogado ou defensor do réu. 
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz. 
 
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, 
os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de 
audiência. 
 
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não 
dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na 
sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar. 
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se 
estiver presente. 
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará 
imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do 
processo. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
14 
 
 
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra 
sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a 
queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada 
um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. 
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença. 
 
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, 
termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da 
defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença. 
 
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o 
advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o 
escrivão. 
 
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a 
observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre 
motivadamente, até o dobro. 
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo 
Penal, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado 
por esta lei. 
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e 
apelações previstas no Código de Processo Penal. 
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República. 
 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
15 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
16 
 
ESTUDO DIRIGIDO SOBRE ABUSO DE AUTORIDADE 
Observação preliminar: antes da realização dos exercícios, bem como leitura dos comentários, 
recomendo que o estudante leia atentamente todos os dispositivos da Lei, em estudo, pois perceberá 
que a maioria das questões são elaboradas de acordo com o texto legal. 
 
 
1. JUIZ TRF 1º REGIÃO 2004 - I - nos crimes de abuso de autoridade, tipificados na Lei n. 
4.898, de 09/12/1965, a prescrição é regida pelo Código Penal e ocorre em dois anos. 
Certo 
Errado 
 
Comentários: A lei de abuso de autoridade não dispôs sobre a prescrição para os crimes ali previstos, 
motivo pelo qual aplica-se a regra do art. 12 do Código Penal, o qual dispõe que: “As regras gerais 
deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo 
diverso”. Assim, a prescrição será a do Código Penal, sendo que como a pena é inferior a 6 meses de 
detenção, a prescrição nos termos do art. 109 do CP será de três anos. Ressalte-se que se o réu for 
menor de 21 anos na data do crime ou maior de 70 anos na data da sentença essa prescrição deverá 
ser reduzida à metade, tendo em vista o comando do art. 115 do CP. Resposta está errada. Ressalte-
se que até recentemente a questão estaria correta, pois antes a pena inferior a 1 ano prescrevia em 
dois anos, no entanto com a Lei nº 12.234, de 2010, passou a ser de três anos. 
 
 
2. DNIT 2006 O servidor público eventualmente condenado por crime de abuso de autoridade, 
definido na Lei n° 4.898, de 09.12.1965, somente não se pode aplicar a sanção penal de: 
A) multa 
B) detenção 
C) perda de bens 
D) perda do cargo público 
 
Comentários: Não existe na lei a pena de perda de bens, apesar da previsão de sanções 
administrativa, civil e penal, respectivamente nos § 1º, 2º e 3º do Art. 6º da Lei, senão vejamos: 
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e 
consistirá em: a) advertência; b) repreensão; c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 
cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens; d) destituição de função; e) 
demissão; f) demissão, a bem do serviço público. 
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma 
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros. 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e 
consistirá em: a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; b) detenção por dez dias a seis meses; c) 
perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três 
anos. Resposta correta é a letra “C”. 
 
 
 
3. Constitui abuso de autoridade: 
A) Atentar contra a liberdade de associação, seja qual for sua natureza. 
B) Deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão legal que lhe seja comunicada. 
C) Atentar contra o direito de reunião. 
D) Atentar contra o livre exercício de culto religioso de qualquer natureza. 
E) Levar à prisão e nela deter quem se oponha a prestar fiança, quando facultada por lei. 
 
Comentários: A assertiva “A” está errada, porque fala em “qual for a sua natureza”. Ora se for 
uma associação criminosa, a Autoridade poderá atentar contra essa associação. Já a assertiva “B” 
está errada porque se a prisão é legal, pode o juiz deixar de relaxar a prisão, sem caracterizar o crime 
de abuso de autoridade. A assertiva “C” está correta, pois prevista no art. 3º da Lei 4.898/65, alínea 
“h”. A assertiva “D” o que está errado é a expressão “qualquer natureza”, não autorizado na Lei. Por 
fim a assertiva “ E” está errada, visto que se o crime for afiançável, sendo arbitrada a fiança e o 
autuado não pagar, deverá ser levado à prisão, sem caracterizar abuso de autoridade. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
17 
 
 
 
4. DELEGADO DE POLICIA - PR - 2007 - PRÓPRIA (Penal, questão 29). Em relação à Lei 
4.898/65 (Abuso de Autoridade), considere as seguintes afirmativas: 
1. Considera-se autoridade, para os efeitos da lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de 
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. 
2. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao 
exercício profissional. 
3. Qualquer outro crime praticado conjuntamente com o abuso de autoridade será por ele absorvido, 
não sendo aplicável o concurso formal ou material. 
4. O abuso de autoridade poderá acarretar a suspensão do cargo, função ou posto e a conseqüente 
perda de vencimentos e vantagens nesse período. Assinale a alternativa correta. (cód. Q02676) 
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 
 
Comentários: A assertiva 1 está correta, pois encontra previsão no artigo Art. 5º Considera-se 
autoridade, paraos efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza 
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. A assertiva 2, também está correta, 
pois está previsto na alínea “J” do artigo 3º, j) incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79. A assertiva 3 é 
falsa, pois é possível a existência de concurso de crimes entre o crime de abuso de autoridade e 
crimes relacionados no Código Penal ou em leis extravagantes. Por fim, a assertiva 4 é verdadeira, 
pois trata-se de uma sanção de cunho administrativa, prevista no art. 6º, § 1º alínea “c” da Lei n. 
4.898/65. Assim, gabarito correto é a letra “E”. 
 
 
5. DELEGADO DE POLICIA - PA - CESPE - 2006 (Penal, questão 30). Julgue os itens 
subseqüentes, relativos à Lei n.º 4.898/1965, que regula o direito de representação e o 
processo de responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos de abuso de autoridade. 
 
I Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à incolumidade física do indivíduo. 
II Constitui abuso de autoridade deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou 
detenção de qualquer pessoa. 
III A ação penal pelo crime de abuso de autoridade é pública condicionada à representação. 
IV Poderá ser promovida pela vítima do abuso de autoridade a responsabilidade civil ou penal, 
ou ambas, da autoridade culpada. 
A quantidade de itens certos é igual a (cód. Q02811) 
a) 1. 
b) 2. 
c) 3. 
d) 4. 
 
Comentários: A assertiva I está correta, pois encontra previsão no art. 3º, alínea “I” da Lei de 
Regência. O item II, também está correto, pois está previsto no art. 4º alínea “C” da Lei de Abuso de 
Autoridade. Já o item III está errado, pois apesar da lei no seu art. 1º mencionar trazer a expressão 
“direito de representação”, não significa dizer que se trata de ação penal pública condicionada à 
representação, mas apenas um direito de delatio criminis. O item IV está correto, visto que a 
Autoridade culpada pelo crime de abuso de autoridade, poderá responder civil, administrativa e 
penalmente, em instâncias independentes (art. 6º). A quantidade de itens certos é igual a três, 
portanto resposta letra “C”. 
 
 
6. ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS - TJDFT - 2003 - CESPE(Penal, 
questão 40). A respeito de aspectos diversos do direito penal, julgue os itens abaixo. 
I. Se três indivíduos iniciarem luta desordenada, agindo uns contra os outros e ocasionando lesões 
corporais recíprocas, e dois deles forem comprovadamente inimputáveis, tal comprovação 
impossibilitará a configuração do delito de rixa. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
18 
 
II. O indivíduo que, surpreendido por policiais, após consumir um cigarro de substância entorpecente, 
ainda se encontre sob influência do tóxico de forma a demonstrar a utilização pretérita, responderá 
pela conduta típica de trazer consigo. 
III. Configura a continuidade delitiva a hipótese em que o agente, mediante várias condutas, pratica 
os crimes de furto e de ameaça em condições de tempo, lugar e maneira de execução semelhantes, 
indicando ser cada um desses crimes continuação do anterior. 
IV. A condenação penal do servidor público pela prática de abuso de autoridade não impede as 
sanções administrativa e civil pelo mesmo fato. 
V. Considere a seguinte situação hipotética. Tércio e Dionísio planejaram um furto a ser executado 
por Dionísio em uma residência, cujos moradores encontravam-se viajando. Tércio forneceu uma 
chave falsa a Dionísio, que, utilizando-a, adentrou a casa e deparou-se com um imprevisto vigia, 
oportunidade em que praticou violência contra este para obter êxito na subtração de vários objetos. 
Nessa situação, Tércio terá cometido o crime de furto qualificado pois não participou do delito mais 
grave, no caso o roubo. (cód. Q05498) 
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e V. 
e) IV e V. 
 
Comentários: A assertiva I, está errada, pois para caracterização do crime de rixa (art. 137 do CP), 
não se exige que todos os contendores sejam imputáveis, basta que o indivíduo participe da briga, 
independentemente da idade dos demais, exceto se participar no sentido de separar a briga, ou seja, 
o maior irá responder por crime de rixa, enquanto os menores serão submetidos a julgamento perante 
a Vara da Infância e da Juventude, aplicando-se as regras do ECA (Lei nº 8.69/90). A assertiva II, 
está errada, pois quem já fez uso de droga não pode ser punido por isso, o art. 28 da Lei nº 
11.343/06 (antigo art. 16 da Lei 6.368/76, já revogada), prevê como crime o porte para consumo, mas 
não o consumo. A assertiva III está incorreta, pois não se admite a continuidade delitiva entre crimes 
que não sejam da mesma espécie, ou seja, furto e ameaça não são crimes da mesma espécie. A 
assertiva IV está correta, pois a Lei nº 4.898/65, prevê no § 4º do artigo 6º a possibilidade do autor 
do crime de abuso de autoridade responder em três instâncias autônomas e cumulativamente, quais 
sejam: administrativa, civil e penal. A assertiva V está correta, pois ouve a quebra do liame 
subjetivo, Tércio não pretendia praticar crime de roubo, apenas o crime de furto qualificado em virtude 
do emprego de chave falsa, aplicando-se a regra do art. 29, § 2º do CP, que dispõe: “Se algum dos 
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa 
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”. 
Assim, a alternativa correta é a letra “E”. 
 
 
7. PROMOTOR - SC - 2005 - PRÓPRIA (CPP, questão 16 1ª fase). 
I - A liberdade provisória pode ser, quanto à espécie, obrigatória, permitida ou vedada. Poderá ser 
concedida com ou sem fiança, podendo, neste caso, ser concedida sem vinculação ou com 
vinculação. 
II - Não será deferida a liberdade provisória no caso de prisão de réu que tenha praticado crime 
resultante de ações de bando ou quadrilha, quando tenham tido intensa e efetiva participação na 
organização criminosa. O mesmo ocorre em relação ao réu acusado de prática de crimes de lavagem 
ou ocultação de bens, direitos e valores. 
III - Não será concedia a liberdade provisória ao acusado de prática de tráfico de entorpecentes e 
drogas afins, por ser crime hediondo. 
IV - A ação penal por crime de abuso de autoridade é pública incondicionada, sendo possível a 
propositura mediante representação, ou tendo por base inquérito policial ou ainda qualquer peça 
informativa, cabendo resposta preliminar do denunciado antes do recebimento da denúncia. 
V - O ofendido, tratando-se de crime definido na Lei nº 5.250/67, terá direito a resposta ou retificação 
da notícia, podendo ser exigida diretamente ao órgão de divulgação, mas, sendo veiculada a resposta 
ou retificação, obsta a que seja proposta ação penal ou civil. (cód. Q00432) 
 
a) apenas I, II e III estão corretos. 
b) apenas II, IV e V estão corretos. 
c) apenas II, III e IV estão corretos. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
19 
 
d) apenas I e III estão corretos. 
e) apenas I e II estão corretos. 
 
Comentários: A assertiva I está correta, pois elenca as espécies de liberdade provisória conforme 
ensina a doutrina (confira: Processo penal de Mirabete, 16ª Edição. Editora: Atlas. 2004. p. 435/441). 
A assertiva II está correta, pois encontra previsão legal nas leis nº 9.034/95 e 9613/98. A assertiva III 
está errada quando diz que o crime de tráfico é crime hediondo, o que não é verdade, pois é apenas 
assemelhado a crime hediondo, conforme Lei n. 8.072/90. A IV está errada, visto que apesar do 
crime de abuso de autoridade ser de ação penal pública incondicionada, a representação não é o 
meio para propositura da ação, mas sim a denúncia (pelo MP) ou queixa crime subsidiária da pública 
(pela vítima, nos casos de inércia do MP em propor a ação penal no prazo legal), na verdade a 
representação irá instruir a denúncia ou queixa-crime subsidiária, sendoque além disso a lei de 
abuso de autoridade não prevê a resposta preliminar do denunciado antes do recebimento da 
denúncia. A assertiva V está errada, pois a resposta ou retificação da notícia injuriosa por meio da 
imprensa, não impede que seja proposta a ação civil. Assim, a resposta correta é a letra “E”. 
 
 
08. A Lei nº 4.898/65 (Abuso de Autoridade) descreve vários crimes e define autoridade. O 
crime por ela praticado, nessa qualidade, quanto ao agente, é: 
A) próprio 
B) comum 
C) instantâneo 
D) privativo 
E) coletivo 
Comentários: O crime de abuso de autoridade trata-se de crime PRÓPRIO, na medida em que exige 
do sujeito ativo ( o agente) a qualidade de autoridade, que é definida pela própria lei, no seu Art. 5º 
“Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, 
de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Resposta letra “A” 
 
09. Juiz de Direito, que deixa de ordenar, sem justa causa, a imediata liberação de adolescente, 
ao tomar conhecimento da ilegalidade da apreensão, pratica 
A) crime previsto no Código Penal. 
B) crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. 
C) crime previsto na Lei de Abuso de Autoridade. 
D) mera irregularidade funcional. 
 
Comentários: A resposta correta é a letra “B”, pois neste caso prevalece o princípio da 
especialidade, visto que existe a tipificação do crime no art. 234 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, com o seguinte teor: Art. 234. Deixar a autoridade competente, 
sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha 
conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena - detenção de seis meses a dois anos. 
 
 
10. A inabilitação temporária para o exercício de função pública cominada aos delitos de 
abuso de autoridade, previstos na Lei 4.898/65, quando aplicada de forma isolada e autônoma, 
tem a natureza de: 
A) pena principal 
B) pena acessória 
C) pena administrativa 
D) pena restritiva de direito 
E) efeito da condenação 
 
Comentários: A resposta correta é a letra “A”, pois o art. 6º, § 3º, alínea “c”, prevê a inabilitação 
como sanção penal principal e não substitutiva ou como efeito de condenação. 
 
 
11. Zilton, conhecido investigador da Polícia Civil, efetuou uma busca na residência de Norton, 
sem mandado judicial, à procura dos objetos furtados da residência do senhor Secretário de 
Segurança Pública, no mês de maio de 1999. Após a busca, não foram encontrados os objetos 
subtraídos. Então, Zilton tentou obter de Norton informações a respeito do paradeiro dos bens 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
20 
 
e da confissão da autoria do crime de furto. Norton recusou-se a colaborar com o policial 
ocasião em que Zilton disse que, a partir daquele dia, todos os passos de Norton e seus 
familiares seriam seguidos até que se descobrisse a localização dos objetos furtados, o que 
deixou Norton apavorado, Nessa situação, praticou Zilton: 
A) o crime de violação de domicílio e abuso de autoridade; 
B) somente o crime de abuso de autoridade; 
C) os crimes de, violação de domicílio e constrangimento ilegal; 
D) somente o crime de constrangimento ilegal, com a pena agravada pelo abuso de poder; 
E) os crimes de abuso de autoridade e ameaça. 
 
Comentários: A resposta encontra tipificação no art. 3º , alínea “b”, da Lei 4.898/65, quando dispõe 
que constitui abuso de autoridade qualquer atentado contra a inviolabilidade do domicílio. Portanto 
letra “B”. A conduta de tentar obter a confissão ou informações de Norton, por si só não é crime, 
somente seria se fosse empregada a tortura. O fato de Zilton ter alertado Norton que a partir daquele 
dia seus passos estariam sendo seguidos, também não caracteriza nenhum crime, desde que não 
privasse a liberdade do investigado, sem autorização judicial e sem estar em situação flagrancial. 
 
 
12. Delegado de Polícia que deixa de colocar em liberdade pessoa acautelada por força de 
prisão temporária, cujo prazo já se expirou e o pedido de revogação foi negado pelo 
Magistrado, concedendo a liberdade ao indiciado, comete o delito de: 
A) cárcere privado; 
B) prevaricação; 
C) abuso de autoridade; 
D) constrangimento ilegal; 
E) seqüestro 
Comentários: A conduta descrita está tipificada no art. 4º da Lei 4.898/65, alínea “i”, da seguinte 
forma: “prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade”, incluído pela Lei nº 
7.960, de 21/12/89. 
 
 
13. A Lei ............ regula o direito de representação e o processo de responsabilidade 
administrativo civil e penal, nos casos de abuso de autoridade. 
a) 6.368/76 c) 4.898/65 
b) 8.176/91 d) 8.072/90 
Comentários: Sem comentários, resposta é a letra “c”, Lei nº 4.898/65. 
 
 
14. Marque a alternativa incorreta: Não constitui abuso de autoridade 
a) ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com 
abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em 
lei; 
c) comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; 
d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que Ihe seja comunicada; 
 
Comentários: As assertivas “a’, “b” e “d”, são condutas previstas como crime de abuso de autoridade 
pela Lei nº 4.898/65. Já a conduta do item “c”, não caracteriza crime, mas sim uma obrigação legal, 
pois a prisão de toda pessoa deve ser comunicada ao juiz competente. Resposta letra “C”. 
 
 
15. Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei 4.898/65, quem exerce: 
a) apenas cargo público 
b) apenas emprego público 
c) apenas função pública 
d) cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem 
remuneração 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
21 
 
Comentários: A resposta está no Art. 5º da Lei de Regência, que dispõe: “considera-se autoridade, 
para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, 
ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Portanto reposta é letra “D”. 
 
16. São sanções administrativas: 
a) advertência e exoneração 
b) repreensão e suspensão até 200 (duzentos) dias 
c) demissão e cassação de disponibilidade 
d) destituição de função 
 
Comentários: Na alternativa “a” o que está errado é a exoneração que não se confunde com a 
demissão. Exoneração não é sanção, pois ocorre normalmente a pedido. Já a demissão é uma 
sanção administrativa, inclusive pela lei de abuso de autoridade. Na alternativa “b”, o que está errado 
é a suspensão de até 200 dias, pois a lei prevê suspensão por cinco a cento e oitenta dias. Na 
alternativa “c”, o que está errado é a cassação de disponibilidade, que não está no rol das sanções 
administrativas da lei de abuso de autoridade. Por fim, a assertiva “d” está correta, tendo em vista que 
a lei prevê a destituição de função, na alínea “d” do art. 6º da Lei em estudo. 
 
 
17. A Lei n° 4.898/65 regula: 
I. o direito de representação 
II. o processo de responsabilidade administrativa civil; 
III. o processo de responsabilidade administrativa penal. 
a) apenas I e II estão corretas 
b) apenas I e III estão corretas 
c) apenas II e III estão corretas 
d) todas estão corretas 
 
Comentários: A Lei nº 4.898/65, regula o processo de responsabilidade civil, penal e administrativa 
relacionadas ao abuso de autoridade, sendo que a lei fala em direito de representação que não deve 
ser confundida com a representação nos crimes de ação penal pública condicionada à representação. 
A representação tratada na lei, nada mais é do que o direito de levar ao conhecimento do estado a 
prática de crime praticada por suas autoridades,figurando como uma delatio criminis, sendo assim, 
todas as opções são corretas, portanto a alternativa correta é a letra “D”. 
 
 
18. A representação de que trata o art. 2° da Lei 4898/65 será feita em ....... e conterá a 
exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
a) quatro vias c) três vias 
b) duas vias d) N.R.A. 
 
Comentários: Segundo a lei, a representação será feita em duas vias, conforme parágrafo único do 
art. 2º, que dispõe: A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo 
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de 
testemunhas, no máximo de três, se as houver. 
 
 
19. Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer 
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado 
exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de: 
a) 2 (dois) a 6 (seis) anos; 
b) 2 (dois) a 4 (quatro) anos; 
c) 1 (um) a 5 (cinco) anos; 
d) 1 (um) a 3 (três) anos; 
 
Comentários: resposta correta está na letra “C”, pois é o que está previsto no § 5º Quando o abuso 
for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser 
cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza 
policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos. 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
22 
 
 
 
20. O abuso de autoridade sujeitará o seu ator à sanção: 
a) exclusivamente administrativa 
b) exclusivamente civil 
c) exclusivamente penal 
d) administrativa, civil e penal 
 
Comentários: Resposta é a letra “D”, tendo em vista o teor caput do art. Art. 6º: “o abuso de 
autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa, civil e penal.” 
 
 
21. O direito de representação será exercido por meio de petição: 
I. dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade, civil ou militar 
culpada, a respectiva sanção; 
II. dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a 
autoridade culpada. 
III. dirigida sempre ao Poder Judiciário; 
a) a I e II estão corretas 
b) a I e III estão corretas 
c) a II e III estão corretas 
d) todas estão corretas 
 
Comentários: A resposta está no art. 2º da Lei, que abrange o item I e II, portanto resposta letra “A”. 
Ressalte-se que a lei não menciona em representação perante o Judiciário, entretanto isso pode 
ocorrer, devendo o juiz encaminhá-la para o Ministério Público. Assim, o que deixa o item III errado é 
a exigência “sempre”. Resposta letra “A”. 
 
 
22. Marque a alternativa incorreta: Não constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
a) à liberdade de locomoção; 
b) à inviolabilidade de consciência 
c) ao sigilo da correspondência 
d) à liberdade de crença 
 
Comentários: A alternativa correta é a letra “B”, pois a lei fala em liberdade de consciência e não 
inviolabilidade. Todas as demais são condutas criminosas tipificadas na Lei nº 4.898/65. 
 
 
23. Marque a alternativa incorreta: 
a) Recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade 
civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato. 
b) O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou 
federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo. 
C) Não existindo no Município, no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito 
administrativo serão aplicadas, supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei no. 1.711, 
28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União). O Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis da União, em vigor, é a Lei no. 8112/90. 
d) O processo administrativo poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal 
ou civil. 
 
Comentários: Item “A” está correto, pois é o comando do art. 7º da Lei nº 4.898/65. A letra “B”, 
também está correta, pois atende ao comando do § 1º do art. 7º da referida Lei, o mesmo em relação 
ao item “C”, que é a redação do § 2º do art. 7º. Por fim, o item “D” está errado pois contraria o teor do 
§ 3º do art. 7º, que dispõe: “O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de 
aguardar a decisão da ação penal ou civil” . Assim, a alternativa a ser marcada é a letra “D”, pois é a 
incorreta, conforme exigido na questão. 
 
 
24. Marque a alternativa incorreta: 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
23 
 
a) A sanção aplicada por abuso de autoridade será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou 
militar . 
b) Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente 
dela, poderá ser promovida, pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da 
autoridade culpada. 
c) À ação civil serão aplicáveis as normas do Código do Processo Penal. 
d) A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação, por denúncia 
do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso. 
 
Comentários: o item “A” retrata o teor do art. 8º da Lei 4.898/65, portanto está correto. O item “B”, 
também está correto, pois de acordo com o art. 9º da Lei. O item “C” está errado, pois segundo artigo 
11, a ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil. O item “D” está correto, pois 
previsto no art. 12 da Lei. Assim, a resposta a ser marcada é a do item “C”, pois está incorreta. 
 
 
25. Marque a alternativa incorreta: 
a) Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da 
representação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da 
representação ao procurador-geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o juiz 
atender. 
b) Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado na Lei 4898/63, será 
admitida ação privada. 
c) O órgão do Ministério Público poderá porém aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de 
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 
d) A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de 
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que será acompanhado da primeira via da 
representação e da denúncia. 
 
Comentários: A alínea “A” está correta, pois reproduz o art. 15 da Lei nº 4898/65. O item “B” 
reproduz a primeira parte do art. 16, enquanto que o item “C”, reproduz a parte final do mesmo artigo, 
portanto, ambos estão corretos. O item “D”, está errado, pois a citação será acompanhada da 
segunda via da representação e da denúncia e não da primeira como foi colocada. Assim, deve ser 
assinalado o item “d”, que é o incorreto, como exigido na questão. 
 
 
26. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de ........ 
horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá 
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento. 
a) 72 (setenta e duas) c) 24 (vinte e quatro) 
b) 48 (quarenta e oito) d) 36 (trinta e seis) 
 
Comentários: A resposta desta questão está na letra “b”, pois nos termos do art. 13 da Lei, o prazo 
para o MP denunciar é de 48 horas. 
 
 
27. A denúncia de que trata o artigo 13 da Lei 4898/65 será apresentada:a) pelo Delegado de Polícia 
b) obrigatoriamente datilografada 
c) em duas vias 
d) pelo juízo competente 
 
Comentários: A denúncia será apresentada em duas vias, conforme § 1º do art. 13. Resposta letra 
“C”. 
 
 
28. Recebidos os autos, o juiz, dentro do prazo de .......... proferirá despacho, recebendo ou 
rejeitando a denúncia. 
a) 48 horas c) 72 horas 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
24 
 
b) 24 horas d) 5 dias 
 
Comentários: O prazo para o juiz receber ou rejeitar a denúncia é de 48 horas, conforme art. 17 da 
Lei 4.898/65. Resposta item “A”. 
 
 
29. No despacho em que receber a denúncia, o juiz designará, desde logo, dia e hora para a 
audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente, dentro de 
...................... 
a) 8 (oito) dias 
b) 48 (quarenta e oito) horas 
c) 10 (dez) dias 
d) 5 (cinco) dias 
 
Comentários: A audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada em 5 dias, conforme § 1º 
da Lei 4.898/65. 
 
 
30. Marque a alternativa incorreta: 
a) O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o 
apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento. 
b) As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentadas em juízo, desde que intimadas. 
c) Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas 
ou, salvo o caso previsto no art. 14, b, da Lei 4898/65, requerimentos para a realização de diligências, 
perícias ou exames, a não ser que o juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais 
providências. 
d) À hora marcada, o juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta 
a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do Ministério 
Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu. 
 
Comentários: item “a” está correto, pois é o teor do § 1º do art. 14 da Lei 4.898/65. O item “b” está 
errado, pois as testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, 
independentemente de intimação, nos termos do art. 18. O item “c” está correto, conforme parágrafo 
único do art. 18, assim como o item “b” que reproduz o art. 19 da Lei 4.898/65. 
 
 
31. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser 
o juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre ......................... ., na sede do juízo ou, 
excepcionalmente, no local que o juiz designar. 
a) 10 (dez) e 17 (dezessete) horas 
b) 8 (oito) e 17 (dezessete) horas 
c) 8 (oito) e 18 (dezoito) horas 
d) 10 (dez) e 18 (dezoito) horas 
 
Comentários: O artigo 21, da Lei 4.898/65, dispõe que: A audiência de instrução e julgamento será 
pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito 
(18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar. Portanto resposta 
correta está no item “D”. 
 
 
32. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o juiz dará a palavra, sucessivamente, ao 
Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor 
do réu, pelo prazo de ............... para cada um, prorrogável por mais ......... , a critério do juiz. 
a) 10 (dez) minutos / 15 (quinze) 
b) 10 (dez) minutos / 10 (dez) 
c) 15 (quinze) minutos / 10 (dez) 
d) 15 (quinze) minutos / 15 (quinze) 
 
Comentários: O art. 23, da Lei n. 4.898/65, dispõe: Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o 
Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
25 
 
queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, 
prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz. Reposta correta é o item “C”. 
 
 
33. Marque a alternativa incorreta: 
a) A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o réu. 
b) Se até meia hora depois da hora marcada o juiz não houver comparecido, os presentes 
poderão retirar-se devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência. 
c) Aberta a audiência o juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente. 
d) Não comparecendo o réu nem seu advogado, o juiz nomeará imediatamente defensor para 
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo. 
 
Comentários: O item “A” está incorreto, pois a única hipótese de adiamento da audiência será a 
ausência do juiz, conforme parágrafo único do art. 19 da Lei nº 4.898/65. Ademais, no caso de 
ausência do réu, segundo o parágrafo único do art. 22, “Não comparecendo o réu nem seu advogado, 
o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do 
processo”. O demais item estão corretos, sendo que o item “B”, reproduz o art. 20, o item “C”, 
reproduz o art. 22 e o item “D”, reproduz o parágrafo único do art. 22. 
 
 
34. Marque a alternativa incorreta: 
a) Encerrado o debate, o juiz proferirá imediatamente a sentença. 
b) Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo juiz, termo que conterá, em 
resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, 
os despachos e a sentença. 
c) Subscreverão o termo o juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver 
subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão. 
d) Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos 
prazos fixados na Lei 4898/65, o juiz poderá aumentá-los, sempre motivadamente, até o quádruplo. 
 
Comentários: Item “A” está correto, corresponde ao art. 24 da Lei 4.898/65. Item “B”, também 
correto, art. 25 da Lei. Item “C”, correto art. 26 e item “D” incorreto¸ pois contraria o art. 27, que 
dispõe: “Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância 
dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro”. 
Portanto resposta a ser marcada é a letra “D”. 
 
 
35. Lei no 4.898/65, que trata do abuso de autoridade, considera como sujeito ativo das 
condutas previstas: 
A. somente a pessoa que exerça emprego e função pública de natureza militar. 
B. toda pessoa que exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração. 
C. o titular do direito ou garantia constitucional violada. 
D. somente a pessoa que exerça cargo, emprego ou função pública de natureza civil. 
E. somente a pessoa que exerce função pública de natureza civil, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração. 
 
Comentários: A resposta correta é a que está disposta no Art. 5º da Lei, que dispõe: “Considera-se 
autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza 
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração”. Portanto resposta correta é a letra 
“B”. 
 
 
36. Ao servidor público eventualmente condenado por crime de abuso de autoridade, definido 
na Lei n° 4.898, de 09.12.1965, somente não se pode aplicar a sanção penal de: 
A ) multa 
B ) detenção 
C ) perda de bens 
D ) perda do cargo público 
 
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 
 
26 
 
Comentários: Dentre as penas indicadas acima, somente a de perda de bens não tem previsão na 
Lei de regência. Assim, a resposta correta é o item “C”. 
 
 
37. Em relação aos crimes de abuso de autoridade, tipificados na Lei n° 4.898, de 09.12.65, 
pode-se afirmar que a representação, de que trata seu artigo 2°: 
( A ) constitui condição objetiva de procedibilidade 
( B ) é indispensável à propositura da ação penal pública 
( C ) equivale à queixa, sendo a peça inicial da propositura da ação penal privada 
( D ) conforma mera notícia de fato criminoso, dela podendo prescindir o Ministério Público para

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes