isso. Na realidade, a ideia evitar que seja utilizado o MS ao mesmo tempo em que o interessado maneja recurso administrativo com efeito suspensivo22, o qual, por si s, pode afastar o ato que lhe potencialmente prejudicial. Assim, caso o interessado no desejar recorrer administrativamente, poder deixar escoar o prazo ou renunciar ao recurso administrativo e impetrar o !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 22!STF!Y!MS!30.822.!! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 76!de!142! mandado de segurana; o que no pode impetrar a ao enquanto aguarda a deciso do recurso com efeito suspensivo23. Na mesma direo, o inciso II estabelece ser invivel o MS contra Òdeciso judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivoÓ. A ideia a mesma: se h alguma outra espcie processual a tutelar o direito, sendo que tal espcie ampara a suspenso dos efeitos eventualmente prejudiciais, no h porque se proceder ao MS. Importante registrar, ainda, que, segundo a Smula 430 do STF, o pedido de reconsiderao na esfera administrativa no interrompe o prazo do mandado de segurana. vi) Substituto,da,ação,de,cobrança: conforme a Smula 269 do STF, Òo mandado de segurana no substitutivo de ao de cobranaÓ, isto , a concesso de mandado de segurana no resultar em efeitos patrimoniais referidos a perodo pretrito, os quais devero ser reclamados administrativamente ou pela via judicial prpria. Por exemplo, voc recebeu, por meses, uma vantagem do rgo em que trabalha. Mais adiante, o Poder Pblico simplesmente ÒcancelaÓ a vantagem sem te dar conhecimento. Insatisfeito, voc ingressa com um MS, o qual provido. Resultado: no sero mais feitos os descontos, mas, pela via estreita do mandado de segurana, voc no obter as diferenas relacionadas ao passado. Para isso, dever se servir de aes prprias (judiciais ou administrativas). , 39., (Cespe,–,Ministério,da,Justiça,2013),O!mandado!de!segurança!é!uma!das! mais! importantes! ações! judiciais! de! controle! dos! atos! da! administração! pública.! Quando!o!ato!for!praticado!por!autoridade!no!exercício!de!competência!delegada,!o! mandado!de!segurança!caberá!contra!a!autoridade!delegante.! ! Comentário:,Um,ato, praticado,por, delegação, é, imputável, àquele, que, o, praticou., Assim,, um, eventual, mandado, de, segurança, deve, ser, impetrado, contra,o,delegatário,(quem,agiu,por,delegação),,e,não,contra,o,delegante., , Gabarito:,Errado, ! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 23!Maria!Sylvia!Di!Pietro! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 77!de!142! MANDADO!DE!SEGURANÇA!COLETIVO! Pois bem. At agora examinamos as disposies aplicveis ao mandado de segurana individual, usado para a defesa do direito prprio interessado. Porm, a Constituio Federal tambm prev a possibilidade de impetrao de MS coletivo, voltado ao atendimento dos interesses de um grupo de indivduos, a partir da legitimidade dada aos seus diversos e potenciais impetrantes. Vamos ver o que diz o art. 5¼, LXX da CF: LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por: a) partido poltico com representao no Congresso Nacional; b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Vamos detalhar um pouco mais esses comandos constitucionais. Para que se considere que um partido poltico possui representao no Congresso Nacional, basta que ele tenha ao menos um deputado federal ou um senador, em efetivo exerccio do mandato, na data da impetrao do mandado de segurana coletivo24. Em relao aos demais legitimados, note que a exigncia de apenas um ano de constituio e funcionamento destina-se apenas s associaes, no se aplicando s entidades sindicais e s entidades de classe. No MS coletivo, a entidade impetrante age como mero substituto processual (legitimao extraordinria) na relao jurdica, da porque no se exige a autorizao expressa dos titulares dos direitos, diferentemente do que acontece, por exemplo, no caso do inciso XXI do art. 5¼ da CF, o qual contempla hiptese de representao (e no de substituio) 25 . Assim, se uma associao pleitear judicialmente determinado direito em favor de seus associados por outra via que no seja a do mandado de segurana coletivo, ser necessria a autorizao expressa dos seus filiados, conforme prescreve o art. 5¼, XXI. Mas, se a entidade ajuizar um MS coletivo, tal exigncia no incidir, por se tratar de hiptese de substituio processual. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 24!Marcelo!Alexandrino!e!Vicente!Paulo!(2014,!p.!938).! 25!CF,! art.! 5º,! XXI! –! “as% entidades%associativas,%quando%expressamente%autorizadas,% têm% legitimidade%para% representar%seus%filiados%judicial%ou%extrajudicialmente;”! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 78!de!142! No se exige, tambm, que o direito defendido pertena a todos os filiados ou associados. Basta que pertena a parte deles (ex: um benefcio que aproveite apenas aos servidores inativos Ð parte da categoria). Nesse contexto, vale conhecer o teor da Smula 630 do STF: Smula 630 Ð STF: "A entidade de classe tem legitimao para o mandado de segurana ainda quando a pretenso veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria". Apesar de o verbete se referir apenas s entidades de classe, pode ser estendido para os demais legitimados. Os direitos protegidos pelo mandado de segurana coletivo podem ser (Lei 12.016/2009, art. 21, pargrafo nico): $! Coletivos, assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisvel, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrria por uma relao jurdica bsica; $! Individuais homogneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum e da atividade ou situao especfica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. No caso de partido poltico, o MS coletivo defender os interesses dos seus integrantes ou direitos relacionados finalidade partidria. Carvalho Filho nos d bom exemplo: Òa defesa de seus filiados contra ato de Casa Legislativa que os exclua das comisses temticasÓ. J no caso das demais entidades, a legitimao mais restrita, uma vez que elas s podem defender direitos dos seus associados relativos s finalidades da entidade (e no os interesses da entidade em si). Outro detalhe importante: embora sendo uma ao coletiva, segundo o STF, para o ajuizamento de MS coletivo, exige-se a comprovao de direito subjetivo, lquido e certo de um grupo, categoria ou classe, no se permitindo a sua utilizao para o fim de proteger direitos difusos e gerais da coletividade. Com relao deciso que nascer do MS coletivo, h uma singularidade: a sentena far coisa julgada apenas para os membros do grupo ou categoria substitudos pela entidade impetrante, ou seja, no beneficiar os indivduos que no foram representados pela entidade na ao. Alm disso, o MS coletivo no atrai, para si, os MS individuais que tenham sido impetrados. Nos termos do art. 22, ¤1¼ da Lei 12.016/2009, 04210046302