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Construções Rurais UNESP

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “ JÚLIO DE MESQUITA 
FILHO” 
FACULDADE DE ENGENHARIA - CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA 
DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE, ENGENHARIA RURAL E SOLOS 
 
 
 
 
APOSTILA DE CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS 
FER 0027 
 
 
 
 
 
Maurício Augusto Leite 
e 
Max José de Araújo Faria Júnior 
 
 
 
 
2009 
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 1 
 
 Apresentação 
 
 Esta apostila visa auxiliar no acompanhamento das aulas da disciplina Construções e 
Instalações Rurais (FER 0027) do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Engenharia – 
Campus de Ilha Solteira - UNESP. 
 O material não substitui a bibliografia básica do curso, mas sim, converge para os assuntos de 
maior interesse ao aluno do curso de Engenharia Agronômica. 
 Esperamos contribuir para o aprendizado do aluno de maneira clara e objetiva. 
 Os autores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 2 
 CAPÍTULO 1 - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 
 São tão importantes que dividem a história 
 - primitivamente – utilizados como encontrados na Natureza 
 - posteriormente – moldados conforme a necessidade 
 Para que sejam considerados adequados, deve ser considerado: 
 a) Resistência: material deve apresentar resistência compatível com os esforços a que será 
submetido 
 b) Trabalhabilidade: refere-se à adaptabilidade e aplicabilidade do material, que em função de 
seu peso, forma, dimensão, dureza e plasticidade. Pode (ou não) ser trabalhável em condições práticas 
 c) Durabilidade: resistência que o material oferece à ação dos agentes atmosféricos, biológicos 
e químicos 
 d) Higiene e Saúde: material não deve causar danos à saúde do trabalhador e nem do usuário 
da obra 
 e) Econômico: o material, respeitadas as considerações técnicas, deve ser adequado do ponto 
de vista econômico. 
 
 AGLOMERANTES 
 Segundo BAUD (1980) são produtos empregados na construção para fixar ou aglomerar certos 
materiais entre si. Podem ser divididos em naturais, artificiais e hidráulicos. 
 Os naturais são os que procedem da calcinação de uma rocha natural, sem adição alguma. 
Como exemplo temos a cal e gesso. 
 Cal: Obtida da calcinação de rochas calcáreas 
 CaCO3 + calor ª CaO + CO2 
 CaO ª hidratação ª Ca(OH)2 + calor 
 CaO = cal viva 
 Ca(OH)2 = cal extinta ou hidratada 
 A pega ocorre na presença de ar 
 Ca(OH)2 + CO2 ª CaCO3 + H2O 
• Apresentação: sacos de 8, 20, 25 ou 40 kg em papel “kraft” 
• Classificação: 
 - CH I – Cal hidratada especial 
 - CH II – Cal hidratada comum 
 - CH III – Cal hidratada com carbonatos 
• Aplicação: utilizada em argamassas (reduz a permeabilidade, aumenta a plasticidade e a 
trabalhabilidade). 
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 3 
 Aglomerantes artificiais: são obtidos por calcinação de mistura de pedras de composição 
conhecidas, cuidadosamente dosadadas. Cimentos artificiais procedentes de mistura de calcário, de 
argila, pedra, etc. 
 Aglomerantes hidráulicos: forjam tanto ao ar como na água. Contém argila em proporção 
relativamente importante. Ex: cimento Portland 
 Cimento Portland 
 Segundo SILVA (2009) foi assim batizado pelo seu inventor inspirado na cor das pedras da 
Ilha de Portland (Inglaterra) que eram muito usadas nas construções da época. 
 Fabricado com calcário, argila, gesso e outras adições, sendo constituído basicamente por 
diversos óxidos (CaO, Fe2O3, SiO2, Al2O3). Em resumo é obtido pela mistura do clínquer moído 
com gesso e outras adições (Figura 1). 
 
 Figura 1: Fabricação do cimento. Modificado de ABCP (2009). 
 
 Clínquer 
 É o cimento em sua forma básica, sem adição de gesso e não pulverizado. Produto obtido por 
meio artificial, à alta temperatura, a partir de materiais calcários e argilosos, convenientemente 
dosados (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
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 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2: Componentes do clínquer. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 Adições: 
 - Gesso: até 3% – retardar o processo de endurecimento 
 - Escórias de alto-forno: 
 - são obtidas durante a produção de ferro-gusa, em siderúrgicas (assemelham-se a grãos de 
areia) 
 - tem propriedade de ligante hidráulico 
 - propriedade: aumenta a durabilidade e a resistência final 
 Materiais pozolânicos: 
 - rochas vulcânicas, matéria orgânica fossilizada, derivados da queima de carvão mineral em 
usinas termo-elétricas, argilas queimadas a temperaturas elevadas (550 a 900 °C), cinzas da queima de 
casca de arroz, sílica ativa 
 - propriedade: aumenta a impermeabilidade 
 Materiais carbonáticos (Filler): 
 - Rochas contendo CaCO3 
 - Propriedade: concretos e argamassas mais trabalháveis (funcionam como lubrificante) 
 
 Classificação: 
 Em função de sua composição, os tipos mais comuns de cimento são: 
 - Cimento portland comum (CP I) 
 - Cimento portland composto (CP II-F, CP II-E, CP II-Z) 
 - Cimento portland de alto-forno (CP III) 
 - Cimento portland pozolânico (CP IV) 
 Em menor escala, podem ser encontrados: 
 Cimento portland de alta resistência inicial (CP V-ARI) 
 - Cimento portland resistente aos sulfatos 
 - Cimento portland de baixo calor de hidratação 
 - Cimento portland branco 
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 5 
 Na Tabela 1 pode-se encontrar os vários tipos de cimento com suas classes e resistência à 
compressão, tendo como 90 % valor máximo o 28º dia. 
 
Tabela 1: Tipos de cimento, classes e resistência à compressão (ABCP, 2003) 
Tipo de Cimento Portland Classes Resistência à compressão 
 3 dias (MPa) 7 dias (MPa) 28 dias (MPa) 
CP I 
CP I-S 
25 
32 
40 
≥ 8 
≥10 
≥15 
≥ 15 
≥ 20 
≥ 25 
≥ 25 
≥ 32 
≥ 40 
CP II-E 
CP II-Z 
CP II-F 
25 
32 
40 
≥8 
≥10 
≥15 
≥ 15 
≥ 20 
≥ 25 
≥ 25 
≥ 32 
≥ 40 
CP III 25 
32 
40 
≥8 
≥10 
≥12 
≥ 15 
≥ 20 
≥ 23 
≥ 25 
≥ 32 
≥ 40 
CP IV 25 
32 
≥8 
≥10 
≥ 15 
≥ 20 
≥ 25 
≥ 32 
CP V - ARI ≥24 ≥ 34 - 
 
 As classes significam a resistência que um corpo de prova deverá ter, em MPa (10 kgf/cm2). 
 
 Aplicação: 
 - Utilizado em argamassas e concretos 
 Apresentação: 
 - sacos de 50 kg em papel kraft 
 
 AGREGADOS 
 Definição: materiais rochosos na forma granular. Devem possuir dimensões e propriedades 
adequadas para o seu uso em construção civil (Tabela 2). 
 Classificação: 
 - quanto à origem: são denominados naturais aqueles que são extraídos da natureza na forma 
de fragmentos como areia e pedregulho. Os artificiais são os materiais que passam por processos 
de fragmentação, como pedra e areia britada. 
 - quanto à densidade: tem-se os agregados leves (pedra pomes, vermiculita, argila expandida, 
etc.), agregados pesados (barita, magnetita, limonita, etc.) e agregados normais (areia, pedregulhos 
e pedra britada). 
 - quanto ao tamanho dos fragmentos: Agregado graúdo (diâmetro mínimo superior a 4,8 mm) 
e agregados miúdo (diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8 mm). 
 Agregado miúdo: pó-de-pedra e areia 
 - grossa: concretos (diâmetros entre 2 a 4 mm) 
 - média: argamassas de assentamento e revestimento (diâmetrosentre 0,42 a 2 mm) 
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 6 
 - fina: argamassa de acabamento (diâmetros entre 0,05 a 0,42 mm) 
 
 Agregado graúdo: britas e pedregulhos 
 - utilizados em concretos, lastros em estradas, etc. 
 
Tabela 2: Classificação do agregado conforme a granulometria e algumas utilizações. Modificado de 
BOTELHO (1984). 
CLASSIFICAÇÃO DIMENSÃO (cm) Usos 
Areia Grossa Menor que 0,5 Concreto como agregado miúdo 
Pedra 0 ou pedrisco 0,5 a 1 
Pedra 1 1 a 2 Concreto 
Pedra 2 2 a 2,5 Concreto 
Pedra 3 2,5 a 5 Base para pavimento 
Pedra 4 5 a 7,5 Base para pavimento 
Pedra 5 7,5 a 10 
Pedra-de-mão (cascalho) 10 a 30 Usada com argamassa e gabião em 
muros de contenção 
Matacões > 40 
 
 ARGAMASSAS 
 - Definição: São pastas de aglomerante e água, às quais se incorpora um material inerte, a 
areia; 
 - São utilizadas em assentamentos e em revestimentos; 
 - As argamassas devem satisfazer as seguintes condições, dependendo de sua finalidade: 
resistência mecânica; compacidade; impermeabilidade; constância de volume; aderência e 
durabilidade; 
 Podem ser simples (um aglomerante) ou mistas (mais de um aglomerante) 
 Simples: traço 1:3 (uma parte de cimento : três partes de areia) 
 Mistas: traço 1:2:4 (uma parte de cimento: duas partes de cal: quatro partes de areia) 
 
 Traço: são as proporções relativas de aglomerante(s) e agregado(s), em volume ou peso, na 
dosagem de argamassas e concretos. O normal é se adotar as proporções em volume. 
 
 CONCRETOS 
 São pastas de cimento e água, às quais se incorpora a areia e pedra (ou pedregulho) 
 Propriedades 
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 7 
 - Peso específico: 2.200 a 2.600 kgf.m-3 
 - Porosidade: depende das relações água/cimento e cimento/agregado 
 - Dilatação: 0,01 mm.°C-1.m-1 
 - Resistência: nos concretos, o mais importante é a resistência à compressão 
 
 Resistência do Concreto 
 Depende do(a): 
 - Traço: quanto mais rico em cimento, mais resistente 
 - Adensamento: quanto mais compacto, mais resistente 
 - Idade: a resistência dos concretos aumenta com o tempo 
 - Fator água/cimento: a resistência varia inversamente com o volume de água empregado 
σc (kgf/cm2) (Figura 3 e Tabela 3) 
 Concreto traço 1:2:4 (1 parte de cimento para 6 partes de agregado) mais resistente que 
concreto traço 1:3:6 (1 parte de cimento para 9 partes de agregado). Por quê? Em linhas gerais, 
quanto maior a quantidade de agregados, maior a quantidade de camadas limite entre o cimento e o 
agregado, que são regiões mais frágeis onde podem ocorrer fissuras (Figura 4). Caso seja adicionado 
Filler e um plastificante na mistura do concreto, este adquire uma maior resistência mesmo nas 
camadas limites entre agregado e aglomerante. 
 
 
 Figura 3: Variação da resistência do concreto com o fator água-cimento 
 
 
 
 
 
 
 
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 8 
Tabela 3: Relação água cimento e as características do concreto. Fonte: (BOTELHO, 1984). 
Relação 
Água/Cimento 
Litros de água por saco de 
cimento de 50kg 
Características do concreto resultante 
0,35 17,5 Não é concreto, pois com essa quantidade de 
água não será possível hidratar todo o cimento 
0,40 20 Concreto de consistência seca. Difícil 
trabalhabilidade mas resistente. 
0,55 27,5 Trabalhabilidade média. Boa resistência. 
0,65 32,5 Boa trabalhabilidade. Resistência média. 
0,75 37,5 Concreto quase fluido. Baixíssima resistência. 
 
 
 Figura 4: Variação da resistência do concreto com sua idade e traço. 
 
 
 TECNOLOGIA DOS CONCRETOS 
 Mistura 
 Segundo SILVA (2009) tem o objetivo de homogeneizar o cimento, água e agregados 
retirando o ar do interior da massa, de forma que possa ser transportado, lançado e adensado de modo 
suficientemente fácil para que se obtenha um concreto com o mínimo volume de vazios. A mistura 
que satisfaz essas condições é dita trabalhável (Figura 5). 
 - Manual : pequenas obras 
 - Mecânica : obras maiores 
 Transporte 
 Deve ser rápido, a fim de evitar que o concreto perca a trabalhabilidade, e deve manter a 
homogeneidade do material, evitando sua segregação. Podem ser utilizados carrinhos-de-mão e 
jericas, guinchos, gruas e caçambas, calhas e correias transportadoras e o transporte por bombeamento. 
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 9 
 
 
 Figura 5: Mistura manual e mecânica (betoneira). 
 
 Segregação: Separação dos diferentes componentes das argamassas e concretos por qualquer 
causa. 
 Lançamento: É a colocação do concreto nas fôrmas ou local de aplicação. 
 Adensamento: Compreende a compactação do concreto, provocando a saída do ar. Facilita o 
arranjo interno dos agregados e melhora o contato do concreto com as formas e ferragens. Pode 
ser manual ou mecânica. 
 
 ADENSAMENTO MANUAL 
 É indicado para pequenos serviços e/ou obras de pequeno porte. Consiste em golpear as 
camadas de concreto com soquetes, ou barras metálicas, de 5 a 6 kg, de forma contínua. 
 
 ADENSAMENTO MECÂNICO 
 É feito por meio de equipamentos de vibração, em geral, vibradores de imersão (vibradores de 
agulha). Consiste em agitar os elementos que formam o concreto de maneira que este adquira maior 
compacidade. 
 
 Cura: Entende-se por cura o conjunto de medidas que tem por objetivo evitar a evaporação da 
água utilizada na mistura do concreto e que deverá reagir com o cimento, hidratando-o. Os métodos de 
cura são: aspersão, submersão, recobrimento, conservação das formas, entre outros. Deve-se proteger 
o concreto nos 7 primeiros dias. 
 Desforma 
 A retirada das fôrmas de concreto deve ser planejada de modo a evitar o aparecimento de 
tensões diferentes das que foram projetadas para suportarem as peças concretadas. Assim, 
determinados prazos devem ser respeitados (Tabela 4). 
 
 
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 10 
Tabela 4: Prazos para desforma de peças de concreto. 
Elemento a ser desmoldado Prazo (dias) 
 Concreto armado Concreto armado + aditivos 
Faces laterais de vigas e pilares. 3 - 
Faces inferiores de vigas e lajes, retirada 
de algumas escoras e encunhamentos. 
7 - 
Faces inferiores de vigas e pilares com 
desmoldagem quase total e retirada de 
escoras esparsas. 
14 7 
Desmoldagem total 21 11 
Vigas e arcos com vão maior que 10 m. 28 21 
 
 
 PRODUTOS CERÂMICOS 
 São produtos obtidos pela moldagem, secagem e cozedura de argila ou misturas que a 
contenham. Podem ser classificados em materiais de cerâmica vermelha, materiais de louça e materiais 
refratários. 
 
 Cerâmica Vermelha 
 - Porosos: tijolos, telhas, etc 
 - Vidrados ou gresificados: ladrilhos, tijolos especiais, manilhas, etc 
 
 Louça 
 - Pó-de-pedra: azulejos, materiais sanitários, etc 
 - Grés: materiais sanitários, pastilhas e ladrilhos, etc 
 - Porcelana: pastilhas e ladrilhos, etc 
 
 Refratário 
 - Tijolos para fornos, chaminés, etc 
 
 PRODUTOS CERÂMICOS 
A) Tijolos 
Tijolo comum 
- Maciço: estrutural e vedação 
- Furado: vedação 
 
 B) Telhas 
 Planas - Francesa 
 Curvas – Romana, Portuguesa, Colonial, Capa/Cana (Paulista, Plan) 
 
 C) Ladrilhos 
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 11 
 - Azulejos: são feitos com faiança (argila branca), recebendo tratamento com substâncias a 
base de silicatos e óxidos que se vitrificam ao forno, o que torna sua face brilhante e impermeável. As 
superfícies, por eles revestidas, são laváveis. As dimensões mais comuns são de 15x15 cm e 11x11cm. 
 - Ladrilhos cerâmicos: utilizados como revestimento de pisos laváveis. Os acabamentos da 
superfície variam entre o normal (cerâmico), vitrificado e esmaltado. As dimensões básicas são 15 x 
7,5 cm; 15 x 30 cm; 10 x 20 cm e 30 x 30 cm. 
 
 BLOCOS DE CONCRETO 
 São pedras artificiais usadas em alvenaria comum ou estrutural em várias dimensões em pesos 
(Tabela 5). 
 - Fabricação: realizada pela moldagem e cura dos tijolos 
 - Traços comuns: 
 - 1:5:5 
 - 1:6:6 
 - 1:6:4 
 
 Tabela 5: Dimensões nominais de alguns blocos de concreto. 
Dimensões (cm) Dimensões (cm) 
a 
 
b 
 
c 
 
Peso (kg) ½ 
Tijolo 
a 
 
b 
 
c 
 
Peso (kg) 
09 19 39 10 09 19 19 4,8 
11 19 39 10,7 14 19 19 6,7 
14 19 39 13,6 19 19 19 8,7 
19 19 39 15,5 
 Quantidade de blocos/m2: 12,5 unidades 
 
 
 FIBROCIMENTO 
 Obtidos a partir de uma mistura íntima de cimento (mais de 90%) e fibras de amianto crisotila 
(menos de 10%). 
 - Produtos: tubos, reservatórios d’água, coberturas, etc 
 - Vantagens: não é combustível, não apodrece, é leve e apresenta resistência mecânica 
 
 MADEIRA 
 É um material de largo emprego e grande importância na construção, principalmente em locais 
afastados de centros urbanos. 
 Generalidades 
– Mais antigo material de construção (palafitas); 
– Facilidade de obtenção; 
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 12 
– Facilidade de adaptação. 
 Vantagens: 
 - Baixo peso próprio e grande resistência mecânica; 
 - Grande capacidade de absorver choques; 
 - Boas características de isolamento térmico e acústico; 
 - Grande variedade de padrões; 
 - Facilidade de ser trabalhada; 
 - Reservas renováveis. 
 Desvantagens: 
 - Material heterogêneo; 
 - Formas limitadas: alongadas e de seção transversal reduzida; 
 - Deterioração fácil; 
 - Combustível; 
 - Variações volumétricas x Variação de umidade 
 Produção: 
 Corte 
 - Consiste na derrubada das árvores 
 - Ferramentas 
• Machado 
• Traçador 
• Moto-serra 
 Toragem: Desgalhamento e corte em toras de 5 a 6 m - facilidade de transporte 
 Falquejamento 
 Cortes em seções aproximadamente retangulares (Tabela 6). 
 Desdobro 
– Obtenção de peças estruturais de madeira maciça 
 Secagem natural 
– A metade da umidade é evaporada em 30 dias 
– Atinge-se o equilíbrio higrométrico em 90 a 150 dias 
 
 Fazendo-se a secagem por exposição ao ar, começa a evaporar a água, até um ponto de 
equilíbrio entre a umidade do ar e a da madeira. A remoção da água é acompanhada de variações 
volumétricas 
– Teor de umidade da madeira seca ao ar - 12 a 18% 
 Referência para determinação das características físicas e mecânicas: 
– Teor de umidade normal internacional igual a 15% 
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 13 
 Secagem artificial Þ em estufas 
– Vantagens 
• Rapidez de secagem 
– Menores imobilizações de estoque e de capital 
• Teor de umidade final homogêneo 
• Menor perda de material 
• Esterilização do material Þ fungos e insetos 
 
 Tabela 6: Dimensões da madeira serrada. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
Nome Espessura (cm) Largura (cm) 
Pranchão > 7,0 > 20,0 
Prancha 4,0 - 7,0 > 20,0 
Viga >4,0 11,0 - 20,0 
Vigota 4,0 - 8,0 8,0 - 11,0 
Caibro 4,0 - 8,0 5,0 - 8,0 
Tábua 1,0 - 4,0 > 10,0 
Sarrafo 2,0 - 4,0 2,0 - 10,0 
Ripa < 2,0 < 10,0 
 
 
 PRODUTOS SIDERÚRGICOS 
 Obtenção: Redução do minério de ferro a metal, em fornos a altas temperaturas. Em função 
dos diferentes processos, obtém-se: ferro forjado, ferro fundido, aço 
 Aplicações: Aço inox, folha de flandres, tubos, ferros redondos para concreto armado, etc 
 
 OUTROS 
 Metais em geral: 
 - alumínio: fios, esquadrias, etc. 
 - cobre: fios, tubos 
 - zinco: galvanização 
 Vidros: vedação, acabamento 
 Materiais para pintura 
 Materiais plásticos: tubos (água, esgoto e fiação), reservatórios de água, acabamento etc 
 
 MATERIAIS ALTERNATIVOS 
 - Adobe 
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 14 
 - Ferrocimento 
 - Bambu 
 - Recicláveis 
 - Solocimento 
 
 Adobe 
 É uma técnica de construção natural onde o principal recurso utilizado para construí-lo é o 
barro, que é encontrado no próprio local da construção. O adobe foi utilizado por todas as grandes 
civilizações, podemos tomar por exemplo a Muralha da China, onde em boa parte de sua 
construção o bloco de adobe foi utilizado. 
 A fabricação dos blocos de adobe requer a mistura de barro, palha e água, sendo o material 
pisoteado até formar uma massa homogênea. Após este processo, a massa é colocada em fôrmas 
de madeira chamadas de ''adobeiras'' e finalmente os blocos são deixados em locais reservados 
para secar. 
 Vantagens: 
 - Rapidez no preparo dos tijolos 
 - Em locais onde o sol é freqüente sua produção é mais rápida garantindo qualidade e 
durabilidade 
 - Bom conforto térmico 
 - Baixo custo ( se obtido no próprio local da construção ) 
 - Os tijolos podem ser usados em vários tipo de construção 
 
 Ferrocimento 
 É constituído de uma argamassa de cimento e de areia envolvendo um aramado de vergalhões 
finos e telas. As características do ferrocimento são parecidas com as do concreto armado. O 
aramado do ferrocimento faz as vezes da armadura do concreto armado. A grande diferença é que 
as peças do ferrocimento são bem mais finas (1,5cm a 3,5cm) que as de concreto armado. 
 Vantagens : 
 - Baixo custo necessitando de poucos materiais para construí-la 
 - Ótima qualidade do ferrocimento, não necessitando de manutenção 
 - Sua aplicação é muito simples 
 - É um grande exemplo de tecnologia social dando acesso para todas as pessoas e comunidade 
 
 Bambu 
 Bambu é uma técnica de construção milenar, muito utilizada no oriente. 
 Possui alta flexibilidade a resistência de suas fibras sendo uma ótima alternativa para a 
construção. 
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 15 
 Vantagens : 
 - Baixo custo 
 - A resistência e qualidade da construção 
 - O crescimento em grande escala do bambu garante a disponibilidade de recurso para 
construir habitações 
 - É uma material multi-função, podendo ser utilizado na confecção dos mais variados produtos 
 
 Materiais reciclados 
 Caixas de leite, papelão, garrafas PET, etc. 
 Nem alguns casos podem ser alternativas mais baratas e com bons resultados em termos de 
resistência e conforto térmico. 
 
 Solocimento 
 O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, cimento 
e um pouco de água. No início, essa mistura parece uma "farofa" úmida. Após ser compactada, ela 
endurece e com o tempo ganha consistência e durabilidade suficientes para diversas aplicações no 
meio rural. Uma das grandes vantagens do solo-cimento é que o solo um material local, constitui 
justamente a maior parcela da mistura. 
 É uma evolução de materiais de construção do passado, como o barro e a taipa. Só que as 
colas naturais, de características muito variáveis, foram substituídas por um produto industrializado e 
de qualidade controlada: o cimento. 
 Pode ser utilizado para confecção de tijolos ou blocos, pavimentos, parede maciça ou 
ensacado. Além de grande resistência, outra vantagem desses tijolos ou blocos é o seu excelente 
aspecto. 
 
 CAPÍTULO II - PLANEJAMENTO DE BENFEITORIAS RURAIS 
 
 BENFEITORIAS 
 Segundo DESLANDES (2002) são consideradas benfeitorias rurais todas aquelas situações 
onde são investidos recursos de capital para sua instalação. Nos procedimentosavaliatórios de imóveis 
rurais são subdivididas em reprodutivas e não reprodutivas. 
 Benfeitorias reprodutivas: Culturas (perenes, temporárias, anuais), Pastagens e 
Reflorestamentos. 
 Benfeitorias não-reprodutivas: Construções (edificações), Instalações (energia elétrica, rede de 
água e esgoto, usinas hidrelétricas) e Benfeitorias (cercas de arame, áreas de lazer, açudes). 
 
 PLANEJAMENTO 
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 16 
 É organização dos recursos disponíveis, sejam naturais, materiais, financeiros e humanos, 
aproveitando o máximo de sua potencialidade, com o intuito de se atingir metas pré-estabelecidas. 
Consiste no cuidadoso estudo técnico e econômico do sistema produtivo que culmina com o projeto 
físico das instalações. 
 O planejamento deve ser realizado pois após o término da obra, as modificações são difíceis. 
Além disso, os custos de produção são muito afetados pela funcionalidade das instalações. 
 No planejamento deve-se ter como foco: 
 - Para os animais e plantas, as instalações devem proporcionar proteção contra a adversidade 
climática e um ambiente saudável. 
 - Para o produtor, as instalações devem ser práticas e funcionais, de tal modo que permitam a 
execução das tarefas rotineiras com o máximo de eficiência. 
 Tendo como visão da engenharia: 
 Máximo rendimento pelo mínimo custo de produção 
 Nos sistemas de produção animal, os fatores que interferem e interagem entre si, são: 
 - Genética 
 - Alimentação 
 - Manejo : instalações e condições de conforto para animais se enquadram no manejo 
 
 Etapas do planejamento 
 a) Estudo de mercado 
 - Comercialização é o objetivo do sistema produtivo 
 - Deve-se conhecer o comportamento do mercado: 
 - Curvas de demanda, oferta e de preços 
 - Previsões e perspectivas para o futuro 
 
 - Economia globalizada: conhecimento desde mercado local até o internacional 
 - Produtos perecíveis 
 
 b) Fatores considerados na escolha do local 
 Topografia: terrenos com declividade suave, para se evitar grandes movimentações de terra, 
e que atenda as condições de drenagem e manejo dos dejetos. 
 Orientação: declividade suave voltada para o Norte é desejável: máxima insolação e proteção 
contra ventos frios do sul. 
 Manejo dos dejetos: cuidado para se evitar problemas ambientais. Local adequado deve: 
 a) satisfazer exigências legais referentes ao Meio Ambiente; 
 b) topografia deve permitir armazenamento e drenagem; 
 c) a área deve ser suficiente para armazenar ou depositar os efluentes 
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 17 
 d) direção/sentido de ventos dominantes e distâncias adequadas devem ser observadas para 
que habitações e vizinhos não sejam incomodados por odores. 
 Drenagem: fator importante a ser observado. Topografia deve permitir boa drenagem a fim 
de: 
 - assegurar boas condições de piso; 
 - manter as fundações secas; 
 - evitar a ocorrência de encharcamentos (presença de lençol freático superficial pode facilitar 
sua poluição e carrear contaminação a longas distâncias). 
 Água: quantidade, qualidade e acessibilidade 
 Condições regionais e serviços: eletricidade, manutenção de estradas, coleta da produção, 
entrega de alimentos e outros produtos, comunicação (correios e telefone) 
 Expansões: antecipar possibilidade de crescimento do empreendimento 
 Vizinhança: proximidade de loteamentos para moradias, aeroportos, etc. 
 
 C) Localização das instalações 
 Arranjo das instalações deve objetivar a máxima eficiência: 
 -reduzir distâncias percorridas 
 - minimizar efeitos negativos do sol, vento e elementos da topografia e maximizar os efeitos 
positivos dos mesmos 
 
 Atenção especial para: 
 Posição no terreno: instalações nas partes relativamente mais altas para melhor escoamento 
das águas, mantendo as fundações secas. 
 Distâncias: visar maior eficiência da mão-de-obra e controle de doenças e de odores.* 
Distâncias de 15 a 30 m são consideradas mínimas. 
 Orientação solar: 
 - Regiões quentes e úmidas: direção leste-oeste: 
 - evitar insolação direta no interior da instalação (quanto maior a latitude, maior o beiral para 
proteção de insolação direta) (Figura 6). 
 - regiões de temperaturas amenas e umidade elevada: orientação norte-sul: 
 - insolação direta nas primeiras e últimas horas do dia. 
 
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 18 
 
Figura 6: Ângulo “A” é pequeno no verão e aumenta no inverno. O ângulo “B”, pelo contrário, é 
grande no verão e diminui no inverno. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 Ventos dominantes: 
 - ventos carreiam poeira, odores e barulho. Deve-se manter as habitações longe da atuação 
dos ventos 
 - proteger de ventos frios e tirar vantagem de ventos de verão 
 
 Estradas, viradouros e estacionamentos: 
 - estradas com dois sentidos de tráfego para carros e grandes equipamentos. No mínimo 6 m 
de largura, espaço lateral e sistema de drenagem 
 - estradas secundárias: retas com no mínimo 3m de largura e curvas com 4 m de largura e 8 m 
de raio (mínimo) 
 - estradas sem continuidade: viradouro, no final, com diâmetro mínimo de 35 m. 
 O projeto completo compreende: 
 a) Plantas: indicam o que vai ser executado com todos os detalhes 
 - planta baixa 
 - cortes 
 - planta de cobertura 
 - fachada ou elevação 
 - detalhes 
 - planta de situação-orientação 
 b) Memorial descritivo: deve indicar os diversos materiais e técnicas a serem utilizados. 
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 19 
 c) Cronograma: indica o tempo a ser gasto em cada tarefa e a época em que devem ser 
realizadas. 
 d) Orçamento: é uma previsão de custos necessária para os cálculos do capital de 
desenvolvimento 
 e) Legislação: código de obras (município – área urbana) e legislação ambiental (área de 
preservação permanente, reserva legal, EIA/RIMA para empreendimentos > 100 ha) 
 
 Organização da praça de trabalho 
 A) Terraplenagem: limpeza e acerto do terreno com corte e aterro 
 B) Organização do canteiro de obras: 
 - Previsão e dimensionamento de depósito para materiais perecíveis (cimento, cal ,etc) ver, 
Avicultura 
 - Áreas para materiais não perecíveis, para alojamento, ferramentas e equipamentos, sanitários, 
circulação, dobramento de ferros, outros ver 
 - Fonte de água 
 - Fonte de energia elétrica - Avicultura 
 C) Locação da obra: 
 - Uso de aparelhos topográficos 
 - Métodos simples (esquadros e cordas) 
 - Marcação das paredes é feita pelo método dos cavaletes ou das tábuas corridas 
 - Parede de 1 e ½ tijolo 
 - Utilização adequada do material de construção 
 
 
 CAPÍTULO III - FUNDAÇÕES 
 Elementos estruturais destinados a transmitir as cargas de uma construção ao terreno. 
 Obras enterradas (infra-estrutura) (Figura 7). 
 Objetivos 
- Receberão todas as cargas provenientes da superestrutura 
- Transferirão as cargas uniformemente ao leito de fundações 
- Evitarão os escorregamentos laterais da superestrutura 
 
 
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 20 
 
Figura 7: Demonstração da infra-estrutura e superestrutura. 
 
 Importância das fundações: serão a base das construções. Se uma fundação não for realizada 
corretamente, poderá comprometer a construção (obra) posteriormente, acarretando custos mais 
elevados e paralisação das atividades. 
 Estão divididas, quanto à transmissão de cargas em dois tipos: Diretas e Indiretas (Figura 8). 
 Fundações Diretas: transmissão da carga para o solo ou rocha é feita pela base 
 Fundações Indiretas: A transmissãode carga para o solo é feita pela superfície lateral, 
devido a elevada profundidade do solo mais firme. 
Fundações Diretas Fundações Indiretas (pré-moldada) 
 
 
Figura 8: Fundações diretas e indiretas. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 Quanto à profundidade da cota de apoio, estão divididas em: Rasas e Profundas. 
 Fundações Rasas: cotas de apoio até 2 metros de profundidade. 
 Fundações Profundas: cotas de apoio acima de 2 metros de profundidade. 
 
 Fundações Diretas Rasas 
 - Sapatas 
 - Alicerces ou blocos 
 - Radier 
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 Sapatas 
 - Isoladas: São aquelas que transmitem para o solo, por meio de uma base, a carga de uma 
coluna (pilar) ou conjunto de colunas. 
 - Corridas: São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, transmitindo a 
carga por metro linear. Pode-se utilizar alvenaria de tijolos desde que as cargas não sejam muito 
grandes. Para cargas mais elevadas ou profundidades maiores que 1,0 m, é mais adequado e 
econômico o uso de concreto armado (MELHADO, et al. 2002) (Figura 9). 
 
Sapata Isolada Sapata Corrida 
 
Figura 9: Sapata isolada e corrida (contínua). Fonte: MELHADO et al. (2002) 
 
 Controle para execução das sapatas 
 - Locação do centro da sapata e do eixo do pilar; 
 - Determinação da cota do fundo da vala; 
 - Limpeza do fundo da vala; 
 - Nivelamento do fundo da vala; 
 - Dimensões da fôrma do pilar; 
 - Armadura da sapata e do arranque do pilar. 
 Blocos ou alicerces 
 Utilizados quando há atuação de pequenas cargas (sobrado) 
 Blocos:elementos estruturais de grande rigidez, ligados por vigas “baldrame” 
 Suportam esforços de compressão simples, provenientes das cargas dos pilares. 
 Podem ser de concreto simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns ou pedra de mão. 
 
 ALICERCES 
 Chamado também de bloco corrido 
 Utilizados em pequenas residências e suportam as cargas provenientes das paredes resistentes 
 São de concreto, alvenaria ou pedra (Figura 10). 
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 22 
Blocos Alicerces 
 
Figura 10: Blocos e alicerces. Fonte : MELHADO et al (2002). 
 
ROTEIRO para confecção de um bom alicerce: Fonte (Eng. Roberto Watanabe) 
 1 - Os alicerces em alvenaria só podem ser empregados para casas térreas e em terreno firme. 
Se o terreno não for muito firme, isto é, for formado por barro muito úmido ou argila mole ou solos 
com presença de água, o alicerce deve ser feito com vigas baldrames de concreto armado. 
 2 - Não trabalhe em dias chuvosos. A fundação vai ficar uma porcaria e vai trazer problemas 
de trincas e infiltração de umidade para o resto da vida. 
 3 - Abrir uma vala da largura um pouco maior que a largura do alicerce. As paredes internas 
da casa serão de 1/2 tijolo. Então o alicerce deve ter pelo menos 1 tijolo de largura. Se o terreno não 
for bem firme, o alicerce deve ser mais largo, isto é, ter 1 e 1/2 tijolo de largura. As paredes externas 
da cas serão de 1 tijolo. Então o alicerce deve ter 1 e 1/2 tijolo de largura. Se o terreno não for bem 
firme, o alicerce deve ser mais largo, isto é, ter 2 tijolos de largura. 
 4 - A vala não pode ter menos que 40 centímetros de profundidade. Normalmente, os terrenos 
naturais apresentam, na camada superficial, muitas raízes de plantas e de árvores. Esta camada não 
serve para assentar o alicerce. Aprofundar até encontrar terreno firme sem raízes. Em terrenos 
aterrados não é possível o emprego de fundação direta. 
 5 - Em terrenos inclinados, o alicerce segura a casa, não deixando ela "escorregar". 
Aprofundar a vala até encontrar terreno bem firme. Em terrenos bastante inclinados, empregar estacas 
na fundação. Aprenda medir a declividade do terreno: 
 6 - Até 10% de declividade e sendo o terreno bem firme, você pode pensar em fundação direta. 
 7 - Para terrenos com mais de 10% de declividade, a fundação não pode ser direta, mas sim 
profunda e ainda sobre estacas. Algumas das estacas deverão ser inclinadas para segurar a casa contra 
o escorregamento. A profundidade das estacas deve ser tal que atinja a camada firme do terreno. 
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 23 
 8 - Para terrenos com mais de 20% de declividade há risco de escorregamento entre as 
camadas geológicas do subsolo. Nestes casos não há nada que consiga segurar a casa contra o 
escorregamento, pois o próprio terreno tem a tendência de escorregar. 
 9 - Examinar o fundo da vala. A terra deve apresentar-se firme, sem manchas e homogênea. 
Caso haja ninhos de formiga, remover e aprofundar um pouco mais a vala. 
 10 - Apiloar o fundo da vala com um soquete.Você mesmo poderá confeccionar um soquete, 
usando uma lata de tinta, tipo galão, cheia de concreto e com um cabo de vassoura infincada. 
 11 - Aplicar uma camada de concreto magro de cerca de 5 centímetros. O concreto magro é 
feito de cimento, areia, brita e água. Não vai ferro, só o concreto. 
 12 - Levantar a alvenaria do alicerce até a cota final. A cota do piso interno deve sempre ser 
mais alta que a cota do piso externo. O ideal é em torno de 17 centímetros (1 degrau de altura). 
 13 - Fazer a impermeabilização do alicerce conforme figura acima, aplicando uma camada de 
massa impermeabilizante em cima e nas laterais do alicerce. Esperar secar bem. É essa camada de 
impermeabilizante que vai impedir a subida da umidade do solo pelas paredes. 
 14 - Depois que a camada de impermeabilização secou bem, aplicar duas demãos de 
impermeabilizante betuminoso. (Exemplo: NEUTROL). Aplicar seguindo as recomendações do 
fabricante do produto. Esperar secar bem. 
 15 - Fazer o reaterro do terreno, no lado de dentro e no lado de fora. 
 16 - Confeccionar o aterro interno. Usar terra de boa qualidade, sem mato e madeira. Entre 
uma terra fina e uma grossa, prefira a terra grossa. Se possível, misture um pouco de areia grossa, 
pedrisco, brita ou seixo rolado. Nivele na altura da camada de impermeabilização do alicerce. Soque 
tudo muito bem. 
 17 - Confeccionar a alvenaria da parede da casa. Nas duas primeiras fiadas da alvenaria da 
parede, empregar argamassa de assentamento com adição de impermeabilizante. (Exemplo: 
VEDACIT). Essas camadas de impermeabilizante é que vão impedir a subida da umidade pelas 
paredes. Em dias de chuva é comum os respingos das chuvas encontrarem uma fresta para se infiltrar 
na parede. 
 18 - Depois de cobrir a casa você pode confeccionar o contrapiso interno da casa. 
 
 Radier 
 Funciona como uma laje contínua de concreto armado em toda a área da construção e 
transmite as cargas da estrutura da casa (pilares ou paredes) para o terreno. A laje distribui os esforços 
provenientes do seu peso, impedindo-o de afundar. Dessa forma funciona o radier. 
 A laje deve ser feita usando um concreto armado com armadura de aço nas duas direções tanto 
na parte superior como na inferior (armadura dupla) (Figura 11). 
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 24 
 O concreto armado tem elevada resistência tanto aos esforços de tração como aos de 
compressão, mas para isso precisa de armadura ou ferro. A armadura das fundações das obras de 
pequeno porte consiste, em geral, de dois ou três vergalhões. 
 
 Figura 11: Radier com ferragens. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 Vantagens Radier 
 - Economia: redução de custos que chegam à 30%, em comparação aos outros sistemas de 
fundação 
 - Agilidade: Maior velocidade na execução 
 - Praticidade: redução na mão de obra 
 - Satisfação: posicionamento das paredes a critério do cliente 
 - Elimina escavação, baldrame e contrapiso 
 
 Fundações diretas profundasSão aquelas em que a carga é transmitida ao terreno por meio de sua base 
 (resistência de ponta) (Figura 12). 
 Os tipos mais comuns são os tubulões a céu aberto e tubulões a ar comprimido. 
 Podem ser empregadas: 
 - Para cargas muito elevadas 
 - Solos argilosos (menor risco de desabamento) 
 - Poço aberto manualmente 
 - Diâmetro mínimo de 70 cm 
 - Terreno seca (acima do N.A.) 
 - Boa solução entre as profundidades de 4 a 6 m. 
 
 Figura 12: Fundação direta profunda. Fonte ABCP (2009) 
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 25 
 Fundações Indiretas Profundas 
 São aquelas onde a carga é transmitida pela sua superfície lateral (resistência de atrito). 
 Principais tipos: Estacas pré-moldadas, estacas de concreto, estacas metálicas, estacas de 
madeira e estacas moldadas “in loco” como Tipo “Franki“ e Tipo “Strauss”. (Figura 13) 
 
Estaca Tipo “Strauss” Estaca Tipo “Franki” 
 
Figura 13: Tipos de fundações indiretas profundas. 
 
 Exame do terreno 
 Para a realização da fundação, a determinação das condições do terreno é fundamental para 
uma boa obra. Para tanto deve-se proceder à analise do terreno por meio de sondagens para ter-se 
conhecimento das camadas mais profundas do solo. 
 Segundo o Eng. Thomas Nilsson, as investigações geotécnicas são tão importantes para a obra 
como, por exemplo , o levantamento topográfico. Sem conhecer o solo, grandes erros podem ser 
cometidos, levando uma obra à falência. Para melhor conhecer o solo, existem um amplo espectro de 
sondagens e ensaios, que devem ser escolhidos e utilizados conforme a situação da obra e do terreno. 
 Para amostragens rasas utiliza-se o trado e para amostras profundas o SPT 
 
 TRADO 
 O trado serve para retirar amostras deformadas e reconhecer a estratigrafia em pequenos 
profundidades, em geral até 2 m, mas é possível emendar as hastes do trado e pegar amostras de 5-6 m 
profundidade, mas em profundidades grandes, o serviço é demorado. É comum que o trado para 
amostras de solo tenha diâmetro pequeno, entre 2 a 4 polegadas (5 a 10 cm) (Figura 14). 
 
 SPT (Standard Penetration Test) 
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 26 
 O SPT é por enquanto a sondagem mais usada no Brasil. É uma sondagem de reconhecimento 
do solo, criado para coletar amostras. O amostrador de SPT desce através cravação deixando um 
martelo de 65 kg cair 75 cm. O número N, a quantidade de golpes, passou a ser utilizado para obter 
uma aproximação da resistência do solo. Com SPT, faz-se também ensaios de infiltração para medir a 
permeabilidade. É possível, sob condições ideais, conseguir penetrar mais que 40 m com SPT, 
ignorando os efeitos de desvio, (não há controle nenhuma do SPT sobre o desvio). A limitação por 
golpes ( a nega) é determinada quando se obter penetração menor que 5 cm em 10 golpes 
consecutivos. A SPT pode ser equipada com torquímetro, mede-se a resistência de atrito contra a parte 
do amostrados (diâmetro de 50,8 mm) cravada no solo (Figura 14). 
 Vantagem do SPT: Retira amostras até profundidades consideráveis. Possível encontrar 
equipamentos e peças em todo o país. Barato onde existe concorrência (Figura 15). 
 Desvantagem: Utilizado além dos limites, por exemplo, em solos moles. A energia aplicada é 
alta e não existe a sensibilidade para solos saturados e moles. Abusado, utilizando fórmulas empíricas 
sem consideração da complexidade do solo. Utiliza motor e água, seja é dependente de fornecimento 
externo de energia e de água. Complicado e demorado a mobilizar e instalar. 
 
Trados SPT 
 
 
Figura 14: Tipos de amostradores para exame do terreno. 
 
 
 
 
 
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 27 
 
 Figura 15: Sondagem geológica por meio do método SPT. 
 
 Dimensionamento de Fundações 
 Importância 
 Dentro de um projeto estrutural o dimensionamento adequado das fundações é fundamental 
para que suportem os esforços e condições de uso a que serão submetidas. Além disso devem ser 
analisadas as tensões dos componentes da estrutura e das propriedades mecânicas dos materiais para 
saber quais são adequados a uma determinada obra. Deve-se realizar determinação dos esforços e 
deformações das estruturas quando solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas, etc.), 
bem como o coeficiente de segurança desejável para um determinado material e carga. 
 Alguns conceitos serão utilizados para dimensionamento de fundações. São eles: Tensão, 
Resistência, Tensão Admissível do Solo e Coeficiente de segurança. 
 
 Tensão 
 É a parcela de força interior de um corpo que atua na unidade de superfície de uma seção 
qualquer do corpo (1 mm2, 1 cm2, 1 m2 ). As unidades de tensão são t/cm2, kg/cm2, kg/mm2 e N/m2. 
 
 Tipos de tensões 
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 28 
 Tensões Normais (direção perpendicular à seção transversal da peça) 
 - Tensão de Compressão : σc(-) 
 - Tensão de Tração : σt (+) 
 Tensões Cisalhantes ou de Corte (τ), que atuam tangencialmente à seção transversal (Figura 
16). 
Tensões Normais Tensão Transversal 
Tensão de Compressão Tensão de Tração Tensão Cisalhante 
 
 
 
Figura 16: Tipos de tensões aplicadas a um corpo. 
 
 Tensão 
 σ=±P/A 
 Aumentando-se gradativamente a força externa que atua em um corpo, ocorrerá a ruptura do 
mesmo. 
 
 Tensão de Ruptura 
 A tensão calculada com carga máxima que o corpo suporta (Pmax) e a seção transversal 
original (Ao) do mesmo chama-se Tensão de Ruptura. 
 σr=±Pmax/Ao 
 
 Resistência 
 - Elemento estrutural pode ser levado à ruptura por diversas formas. 
 Tipos de Resistências 
§ Tração: Notado em tirantes, hastes de treliças, armaduras de concreto armado. 
§ Compressão: Verificado em pilares, apoios, fundações. 
§ Cisalhamento ou corte: Corte de chapas, pinos, parafusos, rebites, nós de tesoura de 
telhados. 
§ Flexão: Verificado em vigas e postes engastados. 
§ Torção: Vigas excêntricas, vigas curvas, eixos. 
F 
F 
F 
F 
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 29 
§ Flambagem: Verifica-se nos elementos solicitados à compressão como colunas, pilares 
e escoras. 
§ Composta: Elementos submetidos simultaneamente por diversos tipos de solicitações. 
 
Coeficiente de segurança 
Tensão Admissível: Nas aplicações práticas, só pode ser admitido uma fração das resistências 
máximas de ruptura apresentadas pelos diversos materiais. 
Prevenção de deformações excessivamente grandes ou mesmo o rompimento do elemento 
estrutural. 
 σadm=σr/ υ 
 O Coeficiente de Segurança depende: 
§ Consistência da qualidade do material 
§ Durabilidade 
§ Comportamento elástico 
§ Espécie de carga 
§ Tipo de estrutura 
§ Ferro fundido υ = 4 a 8 
§ Madeira υ = 2,5 a 7,5 
§ Alvenaria υ = 5 a 20 
A Tabela 7 apresenta alguns materiais e suas resistências à diversos tipos de tensões. 
 
Tabela 7: Diferentes materiais e resistência à tração, compressão, cisalhamento e flexão. Fonte: 
Modificado de BAETA e SARTOR (1999). 
Materiais Peso 
Específico 
(kg/m3) 
Tração 
(kg/m2) 
Compressão 
(kg/m2) 
Cisalhamento 
(kg/m2) 
Flexão 
(kg/m2) 
FERRO 
Laminado 7650 1250 1100 1000 1250 
Fundido 7200 300 800 240 300 
MADEIRA 
Duras 1050 110 80 65 110 
Semi-duras 500 80 70 55 80 
Brandas 650 60 50 35 55 
ALVENARIA 
Pedra 2200 17 
Tijolo comum 1600 7 
Tijolo furado 1200 6 
CONCRETO 
Simples 1:3:6 2200 18 
Armado 1:2:4 2400 45 
 
 
 
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 Tensões Admissíveis no solo 
 Para as fundações tem a função de compatibilizar a carga transmitida pela obra ao solo (Tabela 
8). Para Fundações diretas deve-se: 
- saber que a área de contato é função da carga e da tensão admissível do solo; 
- ter uma profundidade de 40 a 60 cm. de profundidade 
 Deve-se realizar o processo de percussão no local da construção da sapata. (Figura 17) 
 Cada amostragem consiste em deixar cair de uma determinada altura, um peso cilíndrico de 
valor conhecido, por um número de vezes e verificar o aprofundamento total causado no solo. 
 No local de apoio da sapata deverá ser realizado um ensaio com no mínimo 3 amostragens em 
locais diferentes. 
 
 Figura 17: Esquema para determinação das tensões no solo. Modificado de BAETA e 
SARTOR (1999). 
 
 Para a determinação da tensão admissível no solo, pode-se lançar mão da seguinte equação: 
 ÷
ø
ö
ç
è
æ ++=
2
1N
E
NxH
SxC
P
adms 
 
 Onde: 
 σadm= tensão admissível do solo (kgf/cm2) 
 P = peso (kgf) 
 S = seção do peso (cm2) 
 C = coeficiente de segurança (5-10) 
 N = número de quedas (5 - 10) 
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 31 
 H = altura de queda (cm) 
 E = aprofundamento do solo (cm) 
 
 Tabela 8: Algumas tensões admissíveis para diferentes tipos de solos 
Tipo de solo Tensão (kgf/cm2) 
Aterros ou entulhos suficientemente recalcados e consolidados 0,5 
Aterros de areias sem possibilidade de fuga 1,0 
Terrenos comuns, bons, como argilo-arenosos, úmido 2,0 
Terrenos de excepcional qualidade como argilo-arenosos secos 3,5 
Rocha viva 20,0 
 
 Para o dimensionamento das fundações é preciso conhecer as dimensões da: 
§ Cobertura 
§ Vão 
§ Beiral 
§ Pé-direito 
§ Pilares 
 
 Calcular todas as cargas que irão atuar na fundação, como: 
§ Telhas 
§ Madeiramento 
§ Laje 
§ Forro 
§ Parede 
§ Pilares 
§ Fundação 
 
 Após o cálculo, procede-se ao somatório das cargas para o dimensionamento das sapatas, que 
podem ser: 
 - Sapatas isoladas 
 - Sapatas contínuas 
 
 Sapatas isoladas 
 Em função das cargas de uma estrutura, podem ser calculadas conforme a Figura 18. 
 
 
 
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 32 
Cargas sobre o pilar Cargas sobre o pilar (perspectiva) 
 
 
Figura 18: Cargas sobre os pilares para sapatas isoladas. Fonte: Modificado BAETA e SARTOR 
(1999). 
 
 Sapata contínua 
 No caso de instalações onde as sapatas contínuas, fixa-se 1 metro de comprimento da mesma e 
calculam-se as cargas de telhado, forro, parede e o próprio peso da fundação neste comprimento, 
determinando a largura necessária (Figura 19). 
 
 
Figura 19: Ilustração da área de influência sobre a sapata contínua. Fonte: Modificado de BAETA e 
SARTOR (1999). 
 
 
 
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 33 
 CAPÍTULO IV - ALVENARIA 
 Alvenaria é a arte ou ofício de pedreiro ou alvanel, ou ainda, obra composta de pedras naturais 
ou artificiais, ligadas ou não por argamassa. Segundo ZULIAN et al. (2002) também pode ser definida 
como o sistema construtivo de paredes e muros, ou obras similares, executadas com pedras, com 
tijolos cerâmicos, blocos de concreto, cerâmicas e silicocalcário, assentados com ou sem argamassa de 
ligação. 
 A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos elementos construtivos (paredes, 
abóbadas, sapatas, etc.) recebendo as seguintes denominações: 
 a) alvenaria ciclópica: executada com grandes blocos de pedras, trabalhadas ou não; 
 b) alvenaria insossa: executadas com pedras ou blocos cerâmicos, assentados sem argamassa, 
denominadas também de “alvenaria seca“; 
 c) alvenaria com argamassa: executadas com argamassa de ligação entre os elementos, sendo 
também denominadas: 
 - alvenaria hidráulica: executadas com argamassas mistas 1:4/8 (argamassa básica de 
cal e areia 1:4, adicionando-se cimento na proporção de uma parte de cimento para 8 partes de 
argamassa básica); 
 - alvenaria ordinária: executadas com argamassas de cal (1:4 - argamassa de cal e 
areia). 
 d) alvenaria de vedação - painéis executados com blocos, entre estruturas, com objetivo de 
fechamento das edificações. 
 e) alvenaria de divisão: painéis executados com blocos ou elementos especiais (drywall – 
gesso acartonado), para divisão de ambientes, internamente, nas edificações. 
 Quando a alvenaria é empregada na construção para resistir cargas, ela é chamada alvenaria 
resistente, pois além do seu peso próprio, ela suporta cargas (peso das lajes, telhados, etc.). Quando a 
alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso próprio é denominada 
alvenaria de vedação. 
 As paredes utilizadas como elemento de vedação devem possuir características técnicas que 
são: 
 - Resistência mecânica 
 - Isolamento térmico e acústico 
 - Resistência ao fogo 
 - Estanqueidade 
 - Durabilidade 
 Os dois tipos principais de alvenarias são as naturais (pedras irregulares e regulares) e 
artificiais (blocos de concreto, silicocalcário, cerâmicos, solo-cimento, adobe). 
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 34 
 As alvenarias de tijolos e blocos cerâmicos ou de concreto, são as mais utilizadas, mas existem 
investimentos crescentes no desenvolvimento de tecnologias para industrialização de sistemas 
construtivos aplicando materiais diversos. 
 A alvenaria abordada nesta apostila será a artificial, por ser a mais utilizada no país. 
 Tijolos de barro cozido 
 
 a) Tijolo comum (maciço, caipira) 
 
São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas (Figura 20), obtidos após 
a queima das peças em fornos contínuos ou periódicos com temperaturas da ordem de 900 a 1000°C. 
 
Características do Tijolo Tijolo Comum 
Dimensões mais comuns (cm): 21(C) x 10 (L) 
x 5 (A) 
Peso: 2,50 kg 
Resistência do tijolo: 20 kgf/cm2 
Quantidade de tijolos por m2: 
 -parede de ½ tijolo: 77 unidades 
 -parede de 1 tijolo: 148 unidades 
Figura 20: Características do tijolo comum. Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 b - Tijolo furado (baiano) 
 
 Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas retilíneas. São produzidos a partir da 
cerâmica vermelha, tendo a sua conformação obtida através de extrusão. A seção transversal destes 
tijolos é variável, existindo tijolos com furos cilíndricos e com furos prismáticos (Figura 21 ) 
Características do Tijolo Tijolos (furo prismático e cilíndrico) 
Dimensões mais comuns (cm): 19 (C) x 
19 (L) x 9(A) 
Peso: 3,0 kg 
Resistência do tijolo 
 - espelho: 30 kgf/cm2 
 - um tijolo: 10 kgf/cm2 
Resistência da parede: 45 kgf/cm2 
Quantidade de tijolos por m2: 
 -parede de ½ tijolo: 22 unidades 
 -parede de 1 tijolo: 42 unidades 
 
 Figura 21: Características do tijolo de furo Fonte: Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
 
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 35 
 
 No assentamento, em ambos os casos, os furos dos tijolos estão dispostos paralelamente à 
superfície de assentamento o que ocasiona uma diminuição da resistência dos painéis de alvenaria. 
 As faces do tijolo sofrem um processo de vitrificação, que compromete a aderência com as 
argamassas de assentamento e revestimento, por este motivo são constituídas por ranhuras e saliências, 
que aumentam a aderência. 
 
 
c - Tijolo laminado (21 furos) 
 
Tijolo cerâmico utilizado para executar paredes de tijolos à vista (Figura 22). O processo de 
fabricação é semelhante ao do tijolo furado. 
Características do TijoloTijolo laminado 
Dimensões mais comuns (cm): 23 (C) x 11 
(L) x 5,5 (A) 
Peso: 2,7 kg 
Resistência do tijolo 35 kgf/cm2 
Resistência da parede: 200 a 260 kgf/cm2 
Quantidade de tijolos por m2: 
 -parede de ½ tijolo: 70 unidades 
 -parede de 1 tijolo: 140 unidades 
 
 
 Figura 22: Características do tijolo laminado Fonte: Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
 
d - Tijolos de solo cimento 
 
Material obtido pela mistura de solo arenoso - 50 a 80% do próprio terreno onde se processa a 
construção, cimento Portland de 4 a 10%, e água, prensados mecanicamente ou manualmente. São 
assentados por argamassa mista de cimento, cal e areia no traço 1:2:8 ou por meio de cola. 
 
Características do Tijolo Tijolo de solo-cimento 
Dimensões mais comuns (cm): 20 (C) x 
10 (L) x 4,5 (A) 
Resistência a compressão: 30kgf/cm² 
Quantidade de tijolos por m2: 
 -parede de ½ tijolo: 77 unidades 
 -parede de 1 tijolo: 148 unidades 
 
 
 Figura 23: Características do tijolo de solo-cimento. Fonte: Fonte: FARIA-JÚNIOR (2008). 
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 36 
 Blocos de concreto 
 
Peças regulares e retangulares, fabricadas com cimento, areia, pedrisco, pó de pedra e água 
(Figura 24). O equipamento para a execução dos blocos é a prensa hidráulica. O bloco é obtido através 
da dosagem racional dos componentes, e dependendo do equipamento é possível obter peças de grande 
regularidade e com faces e arestas de bom acabamento. (Figura 25). Em relação ao acabamento os 
blocos de concreto podem ser para revestimento (mais rústico) ou aparentes. 
 
 Figura 24 - Blocos de concreto com dois furos, três e um furo (meio tijolo). 
 
 
 A Tabela 9 determina as dimensões nominais dos blocos de concreto mais utilizados. 
 
 Tabela 9- Dimensões nominais dos blocos de concreto 
dimensões a b c peso a b c peso 
* 09 x 19 x 39 10kg 09 x 19 x 19 4,8kg 
 
 11 x 19 x 39 10,7kg 1/2 tijolo 14 x 19 x 19 6,7kg 
 14 x 19 x 39 13,6kg 19 x 19 x 19 8,7kg 
 19 x 19 x 39 15,5kg 
* quantidade de blocos por m² : 12,5un 
* resistência do bloco: deve-se consultar o fabricante 
 
 
Características do Bloco Concreto (Canaleta) 
Dimensões (cm): 39 (C) x 19 (B) x 19 (A) 
 
Dimensões (cm): 39 (C) x 19 (B) x 14 (A) 
 
 
Figura 25: Características do bloco de concreto. 
 
 
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 37 
 Tipos de paredes 
 Segundo PIANCA (1978), a espessura das paredes é sempre múltiplo das dimensões dos 
tijolos. São colocadas em camadas horizontais (fiadas) e com juntas desencontradas. Podem ser 
dispostas de diversos modos conforme a espessura das paredes, que é indicada pelo número de tijolos 
(Figura 26). 
 Parede de espelho (cutelo) – feitas com tijolos assentados segundo a espessura e o maior 
comprimento. Empregadas nas divisões internas de edificações. 
 Parede de meio tijolo (frontal) – tijolos assentados segundo a sua face maior e de modo que a 
largura corresponda à espessura da parede. Servem para vedação e para suportar esforços.
 Parede de um tijolo – tem como espessura o comprimento do tijolo. São recomendadas para 
paredes externas pois oferecem boa resistência e impermeabilidade (quando revestidas). 
 Parede de um tijolo e meio – tem como espessura um tijolo e meio, sendo dispostos de várias 
maneiras. Recomendadas para paredes que necessitarão de resistência. 
 
 
 
Parede de espelho (cutelo) Parede de meio tijolo
Parede de um tijolo Parede de um tijolo e meio 
 
 Figura 26: Tipos de paredes em função do assentamento dos tijolos. Fonte ZULIAN et al., 
(2002) 
 
 
 Elevação das paredes de tijolos maciços 
 
Após no mínimo um dia da impermeabilização deverão ser erguidas as paredes conforme o 
projeto de arquitetura. O serviço será iniciado pelos cantos (Figura 27 - esquerda) após o assentamento 
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 38 
da primeira fiada, obedecendo ao prumo de pedreiro para o alinhamento vertical (Figura 27 - direita) e 
o escantilhão no sentido horizontal. 
Os cantos serão levantados primeiro, pois desta forma o restante da parede será erguida sem 
preocupações de prumo e horizontalidade, devido a linha entre os dois cantos já levantados, fiada por 
fiada. 
Nivelamento da elevação da alvenaria Prumo da alvenaria 
 
 
Figura 27: Verificação do prumo de nivelamento da elevação da alvenaria. 
 
Na Figura 28, pode-se verificar a maneira mais prática de executarmos a elevação da 
alvenaria, onde após colocada a linha, a argamassa será disposta sobre a fiada anterior. 
 
Colocação da argamassa de assentamento Assentamento do tijolo e retirada do excesso 
de argamassa 
 
Figura 28: Colocação da argamassa e assentamento dos tijolos. 
 
 
 
 
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 39 
 Amarração dos tijolos maciços 
 
 Os elementos de alvenaria devem ser assentados com as juntas desencontradas, para garantir 
uma maior resistência e estabilidade dos painéis. O ajuste comum ou corrente é o sistema mais 
utilizado (Figura 29). 
Parede de ½ tijolo Parede de um tijolo 
 
Figura 29: Ajuste corrente para paredes de ½ e um tijolo. 
 
 Os ajustes Francês e Inglês também podem ser utilizados para paredes de um tijolo, conforme 
Figuras 30 e 31, respectivamente. 
Ajuste Francês Vista em planta 
 
 
Figura 30: Ajuste Francês para paredes de 1 tijolo. 
 
 
Ajuste Inglês Vista em planta 
 
Figura 31: Ajuste Inglês para paredes de um tijolo e tijolo aparente (difícil execução). 
 
 
 
 
 
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 40 
 Amarrações entre alvenarias 
 
 Segundo ZULIAN et al. (2002) consideram-se alvenarias amarradas as que apresentam juntas 
verticais descontínuas. Na Figura 32, são mostrados os tipos de amarrações mais comuns para tijolos 
maciços, de dois furos, cerâmicos ou blocos de concreto. 
Em T, parede de ½ meia vez Cruzamento, parede de ½ meia vez 
 
Parede de ½ vê em paredes de uma vez 
 
 
Canto em parede de ½ vez Canto em parede de uma vez 
 
Figura 32: Diversos tipos de amarração em diferentes tipos de paredes. Fonte: ZULIAN et al. (2002). 
Modificado. 
 
 Paredes com bloco de concreto 
 
São paredes executadas com blocos de concreto vibrado. Com o desenvolvimento dos artigos 
pré-moldados, se estendem rapidamente em nossas obras. 
O processo de assentamento é semelhante ao já descrito para a alvenaria de tijolos maciços. As 
paredes iniciam-se pelos cantos utilizando o escantilhão para o nível da fiada e o prumo. 
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 41 
A argamassa de assentamento dos blocos de concreto é mista composta por cimento, cal e 
areia no traço 1:1:6 ou 1:2:6. 
 
Vantagens: 
 - peso menor 
 - menor tempo de assentamento e revestimento, economizando mão-de-obra. 
- menor consumo de argamassa para assentamento. 
- melhor acabamento e uniformidade. 
Desvantagens: 
- não permite cortes para dividi-los. 
- geralmente, nas espaletas e arremates do vão, são necessários tijolos comuns. 
- difícil para se trabalhar nas aberturas de rasgos para embutimento de canos e conduítes. 
- nos dias de chuva aparecem nos painéis de alvenaria externa, os desenhos dos blocos. Isto 
ocorre devido à absorção da argamassa de assentamento ser diferente dos blocos. 
Os blocos de concreto para execução de obras não estruturais têm o seu fundo tampado 
(Figura 33) para facilitar a colocação da argamassa de assentamento. Portanto, a elevação da alvenaria 
se dá assentando o bloco com os furos para baixo. 
 Figura33: Detalhe do assentamento dos blocos de concreto. 
 
 
O assentamento é feito em amarração. Pode ser junta a prumo (somente quando for vedação 
em estrutura de concreto). 
A amarração dos cantos e de parede interna com externa se faz utilizando barras de aço a 
cada três fiadas ou utilizando um pilarete de concreto no encontro das alvenarias (Figura 34). 
 
 
 
 
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 42 
Canto externo Parede externa com interna 
 
Figura 34: Amarrações em blocos de concreto. 
 
 Paredes de tijolos furados 
 
As paredes de tijolos furados são utilizadas com a finalidade de diminuir o peso das estruturas 
e economia. Não oferecem grande resistência, portanto, só devem ser aplicados com a única função de 
vedarem um painel na estrutura de concreto. 
Sobre elas não devem ser aplicados nenhuma carga direta. No entanto, os tijolos baianos 
também são utilizados para a elevação das paredes, e o seu assentamento ser feito em amarração, tanto 
para paredes de 1/2 tijolo como para 1 tijolo (Figura 35). 
 
Assentamento corrente 
 
Figura 35: Execução de alvenaria utilizando tijolos furados. 
 
 
 
A amarração dos cantos e nas paredes internas é realizada de maneira semelhante ao tijolo 
maciço (Figura 36). 
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 43 
 
 
 
 
 
Figura 36: Exemplo de amarração nas alvenaria de tijolo furado. Fonte: Modificado de RODRIGUES 
(2009). 
 
Quantidade de tijolos por parede 
Em função do tamanho dos tijolos e da espessura da junta podemos calcular quantas unidades 
de tijolos precisamos para preencher um metro quadrado de alvenaria, e, a partir daí, chegar ao 
consumo de material. 
Seja, 
 THxTVN = 
 
 Onde: N= número de tijolos por m2 
 TH = Quantidade de tijolos na horizontal (metro linear) 
 TV = Quantidade de tijolos na vertical (metro linear) 
 
JC
TH
+
=
100
 (C=comprimento tijolo, J=junta) 
JH
TV
+
=
100
 (H=altura tijolo, J=junta) 
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 44 
Exemplo: supondo-se uma parede de 1 tijolo de 23 x 11 x 5 cm e junta de 1 cm, temos: 
( ) 707,162,4)15(
100
123
100
==
++
= xxN 
 Portanto, para esta parede são necessários 70 tijolos por m². Acrescentar 10% para perdas. 
 
 Outro método 
 Tijolo furado, assentamento em pé (½ tijolo). Medidas (m): 0,14 x 0,19 x 0,29 
 Área de 1 tijolo, incluindo juntas: 0,21m (21cm) x 0,31m (31cm) = 0,0651m2; 
 Quantidade de tijolos por m2: 1,00m2 ÷ 0,0651m2 = 15 peças. Acrescentar 10% para perdas. 
 
 
 VÃOS EM PAREDES DE ALVENARIA 
 
 Na execução das paredes são deixados os vãos de portas e janelas. No caso das portas os vãos 
já são destacados na primeira fiada da alvenaria e das janelas na altura do peitoril determinado no 
projeto. Para que isso ocorra devemos considerar o tipo de batente a ser utilizado, pois a medida do 
mesmo deverá ser acrescida ao vão livre da esquadria (Figura 37). 
 
Para esquadrias de madeira: 
porta = acrescentar 10 cm na largura e 5 cm na altura, devido aos batentes. 
janela = acrescentar 10 cm na largura e 10 cm na altura. 
 
Para esquadrias de ferro: 
Como o batente é a própria esquadria, os acréscimos serão de 3 cm tanto na largura como 
na altura. 
 
 
 Figura 37: Vão da alvenaria e vão livre. 
 
 
 Sobre o vão das portas e sobre e sob os vãos das janelas devem ser construídas vergas (Figura 
38). Quando trabalha sobre o vão, a sua função é evitar as cargas nas esquadrias e quando trabalha sob 
o vão, tem a finalidade de distribuir as cargas concentradas uniformemente pela alvenaria inferior. As 
vergas podem ser pré-moldadas ou moldadas no local, e devem exceder ao vão no mínimo 30cm ou 
1/5 do vão. No caso de janelas sucessivas, executa-se somente uma verga. 
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 45 
 
 
 
 Figura 38:Distribuição das cargas nas vergas e possíveis trincas em vão sem vergas. BORGES 
(1996) Modificado 
 
 
 As vergas podem ser executadas com tijolos maciços e blocos de concreto para vãos entre 1,00 
m e 2,00 m (Figuras 39 e 40). Caso o vão exceda a 2,00m, deve-se calcular uma viga armada. 
 
Parede de meio tijolo maciço e ferragens Parede de um tijolo maciço e ferragens 
 
 
Figura 39: Vergas de tijolo maciço para vãos de até 1,0 m. BORGES (1996) Modificado 
 
 
 
 
 
 
 
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 46 
 
Figura 40: Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos entre 1,00m e 2,00m, com argamassa de 
cimento e areia 1:3. BORGES (1996) Modificado 
 
 
 ARGAMASSA - PREPARO E APLICAÇÃO 
 
As argamassas, junto com os elementos de alvenaria, são os componentes que formam a 
parede de alvenaria não armada, sendo a sua função: 
- unir solidamente os elementos de alvenaria 
- distribuir uniformemente as cargas 
- vedar as juntas impedindo a infiltração de água e a passagem de insetos. 
 
As argamassas devem ter boa trabalhabilidade. Difícil é aquilatar esta trabalhabilidade, pois 
são fatores subjetivos que a definem. Ela pode ser mais ou menos trabalhável, conforme o desejo de 
quem vai manuseá-la. Podemos considerar que ela é trabalhável quando distribui-se com facilidade ao 
ser assentada, não "agarra" a colher do pedreiro; não endurece rapidamente permanecendo plástica por 
tempo suficiente para os ajustes (nível e prumo) do elemento de alvenaria. 
 
Preparo da argamassa para assentamento de alvenaria de vedação 
 
A argamassa de assentamento deve ser preparada com materiais selecionados, granulometria 
adequada e com um traço de acordo com o tipo de elemento de alvenaria adotado (Tabela 10). 
 
 
 
 
 
 
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 47 
 Tabela 10 - Traço de argamassa em latas de 18litros para argamassa de assentamento 
 
Aplicação 
 
Traço 
Rendimento por 
saco de cimento 
Alvenaria de tijolos de 
barro cozido (maciço) 
1 lata de cimento 
2 latas de cal 
8 latas de areia 
 
10m² 
Alvenaria de tijolos 
baianos ou furados 
1 lata de cimento 
2 latas de cal 
8 latas de areia 
 
16m² 
Alvenaria de blocos de 
concreto 
1 lata de cimento 
1/2 lata de cal 
6 latas de areia 
 
30m² 
 
Podem ser preparadas: 
 
a) – Manualmente (Figura 41) 
 
 
Figura 41: Preparo da argamassa manualmente 
 
b) - Com betoneira (Figura 42) 
 
 
Figura 42: Preparo da argamassa com betoneira 
 
A argamassa de assentamento utilizada é de cimento, cal e areia no traço 1:2:8, com espessura 
que varia de 1 a 1,5 cm entre tijolos. 
 
 
 
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 48 
 Aplicação 
 
Tradicional: onde o pedreiro espalha a argamassa com a colher e depois pressiona o tijolo ou 
bloco conferindo o alinhamento e o prumo (Figura 43). 
Cordão: onde o pedreiro forma dois cordões de argamassa (Figura 43), melhorando o 
desempenho da parede em relação a penetração de água de chuva, ideal para paredes em alvenaria 
aparente. 
 
Assentamento Tradicional Assentamento em cordão 
 
 
Figura 43: Formas de assentamento do tijolo com argamassa. 
 
 
 
 CAPÍTULO V - PISO E CONTRAPISO 
 Piso: Acabamento – piso cerâmico, granito, pedra, ardósia, cimento, etc. 
 Contrapiso: Base ou sustentação para o piso. 
 
 CONTRAPISO 
 Importância 
 - Servir de suporte para o revestimento de piso e seus componentes, 
 - Corrigir pequenos desníveis na laje do piso, 
 - Resistir às cargas atuantes durante a utilização, sem apresentar rupturas, 
 - Embutir tubulações elétricas e hidráulicas,- Incorporar sistemas de impermeabilização, 
 - Complementar sistemas de isolamento acústico ou térmico, 
 - Proporcionar os caimentos necessários para os diversos tipos de uso dos ambientes. 
 
 Características do contrapiso 
 Aspereza, determinada em função da granulometria da areia utilizada, 
 Poucas Ondulações – depende do pedreiro 
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 49 
 Resistência mecânica, decorrente dos materiais utilizados e de suas dosagens. 
 Recomenda-se argamassa (piso) com traço de 1:3 ou 1:4, respectivamente, para cimento e 
areia. 
 Quantidade de água da mistura e etapas de execução. 
 A água deve ser a estritamente necessária, e a argamassa deve ser espalhada em pequenas 
camadas, devidamente adensadas, se a espessura a cobrir for superior a 2 ou 3 centímetros. 
 Para passagem ou galpões de máquinas, às vezes pode ser necessário a confecção de 
contrapiso reforçado (Tabela 11). 
 Capacidade de absorver as movimentações naturais da estrutura. 
 
 Tabela11: Espessuras de contra piso em função de se uso. 
Finalidade de uso Espessura 
No interior de residências De 2 a 7,8 cm 
Áreas internas de edificações, passeios ou 
calçadas e áreas onde não passem animais de 
grande porte, tratores ou cargas pesadas. 
7 cm 
Áreas externas com trânsito de pequenos 
veículos, áreas de confinamento de animais. 
10 cm 
Áreas de estacionamento de implementos, 
tratores e trânsito de veículos mais pesados 
(como caminhões e tratores). 
15 cm 
 Fonte:http://www.banet.com.br/construcoes/ 
 
 O solo deverá estar preparado para receber o contrapiso, tendo que estar apiloado, sem 
desnível e sem buracos. 
 Para a confecção do contrapiso, os seguintes passos deverão ser seguidos: 
(www.forumdaconstrucao.com.br) 
 - Após limpar a base e retirar todos os restos de argamassa, entulho ou qualquer material 
aderido o primeiro passo é fazer a transferência de nível com o auxílio de um nível de mangueira (ou 
nível laser) a partir do nível de referência. 
 - Marcar a altura do contrapiso com o auxílio de uma trena 
 - Sobre a superfície limpa, jogar uma mistura de água e adesivo na área onde as taliscas serão 
executadas. 
 Depois de nivelar a argamassa, colocar a talisca (um pedaço de cerâmica ou madeira) 
 Com auxílio da trena e prevendo o caimento no sentido dos ralos, conforme o projeto, confira 
a altura do nível do contrapiso. 
 Com um fio esticado, confira a altura das taliscas 
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 50 
 Aplicar sobre toda a base a mistura de aditivo e água 
 Em seguida, polvilhar cimento sobre toda a base 
 Com o auxílio do vassourão, escovar toda a área 
 Com a ajuda de uma enxada, preencher os intervalos entre as taliscas, espalhando a argamassa 
em movimentos contínuos, para que não seque rápido demais 
 A argamassa deve ser compactado com um soquete de madeira. Esse processo deve ser feito 
até que a argamassa de contrapiso chegue ao nível marcado com o fio. 
 Sarrafear a sobra até que a superfície alcance o nível das faixas em todos os lados da área do 
contrapiso. 
 Desempenar a massa, alisando e dando o acabamento final no trabalho com o auxílio de uma 
desempenadeira de madeira (ou de alumínio, se necessário). 
 A argamassa para contrapiso geralmente possui o seguinte traço e o rendimento (Tabela 12). 
 
Tabela 12: Traço e rendimento da argamassa para contrapiso. 
Aplicação Traço Rendimento por saco de cimento de 50 kg Dica 
Concreto magro -1 saco de cimento de 50 kg 
- 8 ½ latas de areia 
- 11 ½ latas de pedra 
- 2 latas de água 
14 latas ou 0,25 m3 O concreto magro 
serve como base para 
pisos em geral. 
Antes de receber o 
concreto magro, o solo 
deve ser umedecido. 
 
 Cuidados na confecção do contrapiso: 
 - Fazer a concretagem dos retângulos alternados (sistema de damas) (Figura 44) 
 - Colocação de ripas entre os retângulos (dilatação do concreto) 
 - Saber anteriormente as declividades laterais e horizontais 
 
 Figura 44: Sistema de concretagem do contrapiso (damas). 
 
 
 
 
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 51 
 PISOS 
 A argamassa para pisos possui geralmente uma espessura de 3 cm, mas pode variar em função 
do uso. A Tabela 13 traz os traços e rendimentos para alguns tipos de pisos que poderão ser utilizados 
em construções e instalações rurais. 
 
Tabela 13: Traços e rendimentos de diferentes argamassas para pisos. 
Aplicação Traço 
Rendimento por saco de 
cimento de 50 kg 
Dica 
Cimentado - 1 lata de cimento 
- 3 latas de areia 
4 m2 (com espessura 
de 2,5 cm) 
O cimentado liso é o acabamento 
de piso mais econômico. Pode 
ser queimado com pó de cimento 
e colorido com pó corante. 
Alise a superfície com uma 
desempenadeira metálica 
Tacos - 1 lata de cimento 
- 3 latas de areia 
4 m2 Para rejuntar ladrilhos e 
cerâmica, utilize uma pasta de 
cimento, mas aguarde um dia 
para a argamassa de 
assentamento secar. 
Ladrilhos e cerâmica devem ficar 
na água, no mínimo, de um dia 
para o outro, antes de serem 
assentados 
Ladrilhos e 
cerâmica 
- 1 lata de cimento 
- 1 ½ lata de cal 
- 4 latas de areia 
7 m2 
 
 Alguns exemplos de uso e importância e recomendações para confecção de pisos em 
diferentes atividades. 
 
 Avicultura 
 Segundo ABREU (2003) o piso é importante para proteger o interior do aviário contra a 
entrada de umidade e facilitar o manejo. Este deve ser de material lavável, impermeável, não liso com 
espessura de 6 a 8 cm de concreto no traço 1:4:8 (cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho), 
revestido com 2 cm de espessura de argamassa 1:4 (cimento e areia). 
 Pode ser construído em tijolo deitado, que apresenta boas condições de isolamento térmico. 
 Deverá ter inclinação transversal de 2% do centro para as extremidades do aviário e estar a 
pelo menos 20 cm acima do chão adjacente e sem ralos, pois permite a entrada de pequenos roedores e 
insetos indesejáveis. 
 Forração do piso do galpão 
 Utilizar material que possa absorver a umidade das fezes das aves. 
 Promover o isolamento térmico do piso, evitando a perda de calor das aves, principalmente na 
fase inicial. 
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 Os mais utilizados são serragem ou maravalha. Casca de arroz, casca de amendoim, casca de 
café, dentre outros. 
 
 Suinocultura 
 Gestação 
 O piso poderá ser parcialmente ripado e nos “boxes” dos machos e de reposição, pode-se 
adotar o piso compacto ou parcialmente ripado. 
 Poderá ser utilizado piso compacto de 6 a 8 cm de espessura em concreto 1:4:8 com 
revestimento de argamassa 1:3 ou 1:4 (areia média) com declividade de 2% no sentido das canaletas 
de drenagem. 
 O piso áspero pode danificar o casco do animal e o piso excessivamente liso dificulta o ato de 
levantar e deitar. 
 Na parte traseira das baias é construído um canal coletor de dejetos com declividade suficiente 
para não permanecer dejetos dentro da mesma. 
 Maternidade 
 As celas parideiras devem ser instaladas ao nível do piso. O piso da gaiola de parição é 
dividido em 3 partes distintas, que são: 
 1) local onde fica alojada a porca - parte dianteira com 1,30m em piso compacto de concreto 
no traço 1:3:5 ou 1:4:8 de cimento areia grossa e brita 1, com 6cm de espessura e, sobre esse, é feita 
uma cimentação no traço 1:3 de cimento e areia média na espessura de 1,5cm a 2,5cm, e parte de 
traseira com 90cm, em ripado de concreto ou metal. 
 2) local onde ficam alojados os leitões, (escamoteador) - construído em concreto como o 
anterior, localizado

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