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Aula IV – 1962 – 1967 
 
 
1. Crises política e econômica 
 
 Os primeiros anos da década de 60 são marcados por grave crise política 
e concomitante crise econômica, com aumento das taxas de inflação e redução das taxas 
de crescimento. 
 
 São apontados como causas da crise econômica: 
 
 
. A instabilidade política; 
 
. A aceleração inflacionária resultante do Plano de Metas e as consequentes políticas 
monetária e fiscal restritivas praticadas de 1962 a 1967; 
 
. Maturação dos investimentos do Plano de Metas, gerando excesso de capacidade 
produtiva e redução dos investimentos; 
 
. Crise do processo de substituição de importações, resultante da falta de mercado 
interno para viabilizar a substituição em setores marcados pela intensidade de capital e 
economias de escala, tais como bens de capital e bens intermediários; 
 
. Necessidade de reformas institucionais para estimular e viabilizar novos 
investimentos, principalmente um mercado de crédito e de capitais capaz de financiar a 
expansão do consumo e dos investimentos e o déficit público. 
 
 
2. A reforma cambial de 1961 
 
 Em março de 1961, o governo Jânio Quadros reformou o regime cambial 
por meio da Instrução 204, da SUMOC, com o objetivo de desvalorizar o câmbio e 
unificar o mercado cambial, com a maior parte das operações sendo transferida para o 
mercado livre. 
 Foi criado um sistema de controle das importações em que o importador 
para adquirir as letras de importação tinha que depositar no Banco do Brasil, por 150 
dias, o valor em moeda nacional das importações. Isso equivalia a um empréstimo ao 
governo sem juros, em uma época de inflação acima de 40% ao ano. 
 O governo conseguiu, em 1961, reescalonar a dívida externa que 
venceria nos anos seguintes. 
 
 
3. A preocupação com a inflação 
 
 De 1951 a 1958, a inflação anual, medida pelos preços ao consumidor do 
Rio de Janeiro, situou-se entre 12,1% e 23%, em 1959, já era de 39,2%, e em 1963, 
72,8%. 
 A preocupação com o controle da inflação foi característica da política 
econômica entre 1961 e 1967, mas a condução efetiva da política econômica foi errática 
devido às resistências políticas à implantação de medidas restritivas. 
 Mesmo após o golpe militar, quando foram adotadas políticas 
econômicas restritivas e arrocho dos salários reais, havia a preocupação em preservar o 
crescimento econômico. 
 
4. O Plano Trienal 
 
 Elaborado por Celso Furtado, ministro do presidente João Goulart, o 
plano defendia a correção de preços defasados, a redução do déficit público e o controle 
da expansão do crédito. 
 De início, foram tomadas medidas para restringir a expansão do crédito e 
corrigir preços defasados, que eram cobertos pelo governo seja via subsídios diretos, 
seja via déficit de estatais, mas o governo Goulart optou por tentar ampliar sua base de 
apoio por meio de aumentos salariais e subsídios aos preços de produtos como trigo e 
derivados de petróleo. 
 
5. O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) 
 
 Ainda em 1964, o governo militar lançou o PAEG, que tinha por 
objetivos: 
 
 . Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico; 
 
 . Conter o processo inflacionário; 
 
 . Atenuar os desequilíbrios regionais; 
 
 . Aumentar o investimento e o emprego; 
 
 . Corrigir a tendência ao desequilíbrio externo. 
 
 
 A inflação seria resultado da tendência ao déficit público, de aumentos de 
salários acima dos ganhos de produtividade e da falta de controle sobre a expansão do 
crédito. A expansão monetária e da inflação eram mecanismos de ajuste ao conflito 
distributivo. 
 
 Assim, o PAEG propôs: 
 
 . A redução do déficit público mediante a redução de gastos e a 
ampliação de receitas, por meio da reforma tributária e do aumento das tarifas 
públicas (a chamada inflação corretiva). O déficit público caiu de 4,2% do PIB em 
1963 para 1,1% em 1966, passando a ser financiado com a venda de títulos públicos no 
mercado interno. 
 
 . Restrição do crédito e aperto monetário. A política monetária 
restritiva elevou as taxas de juros reais e levou a uma onda de quebras, fusões e 
incorporações, principalmente nos setores de vestuário, alimentos e construção civil. 
 
 . Política salarial restritiva 
 
 
 A inflação é vista como um mal inevitável do acelerado desenvolvimento 
brasileiro. São criados, então, mecanismos de correção monetária ou de indexação à 
inflação. 
 Não se buscava um tratamento de choque contra a inflação, mas sim uma 
redução gradual, buscando preservar o crescimento econômico. 
 
 Houve elevação da inflação em 1964, em parte devido à correção das 
tarifas públicas, mas em 1968, a taxa de inflação já estava em torno de 20%. 
 
 
6. Reformas institucionais do PAEG 
 
6.1 Reforma monetária 
 
Introdução da reforma monetária no sistema tributário. 
 
Transformaram-se impostos em cascata (que incidiam sobre o valor total da operação), 
em impostos sobre o valor adicionado. Foram criados o IPI, o ICM e o ISS. 
 
Foi redefinida a repartição tributária entre as diversas esferas de governo. Foi criado o 
FPM e o FPE. 
 
Houve centralização no governo federal das decisões sobre a legislação tributária. 
 
Foram criados fundos parafiscais como o FGTS e o PIS, que se transformaram em 
mecanismos de poupança forçada. 
 
Ocorreram, então, aumento e centralização da arrecadação. 
 
6.2 Reforma monetária-financeira 
 
Instituição da correção monetária e de títulos públicos corrigidos pela inflação 
 
Criação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central 
 O CMN substituiu o Conselho da Sumoc como órgão normativo do 
sistema financeiro e da política monetário e o Banco Central tornou-se o responsável 
pela fiscalização do sistema financeiro e pela condução das políticas monetária e 
cambial. 
 O Banco do Brasil continuou com acesso a reservas monetárias, sem 
custos e sem limitações, por meio da conta movimento junto ao Banco Central. 
 
 
Criação do Sistema Financeiro da Habitação e do BNH. 
 
 
 
 
6.2 Reforma do mercado de capitais 
 
 Foi desenvolvido um modelo de especialização/segmentação no mercado 
de crédito e de capitais. As instituições financeiras eram especializadas em um 
determinado segmento do crédito e tinham mecanismos de captação determinados. 
 
 
6.3 Reforma da política externa 
 
 Criaram-se incentivos às exportações. 
 
O controle das importações passou a ser feito via política tarifária. 
 
O câmbio foi unificado e adotado o sistema de minidesvalorizações 
cambiais, em 1968. 
 
Facilitou-se o acesso de empresas e bancos brasileiros ao mercado 
financeiro internacional.

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