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Capitulo 4 - Política Econômica Externa e Industrialização: 1946-1951 (Dutra) 1944: Conferência de Bretton Woods 1947: Proclamação da Doutrina Truman nos EUA, destacando-se a elaboração do Plano Marshall como instrumento de auxílio às economias européias arruinadas com a guerra 1947-48: Fim do mercado livre de câmbio e a adoção de um política de contingenciamento de importações no Brasil entre meados de 1947 e início de 1948. 1948: Constituição da Comissão Técnica Mista Brasil - Estados Unidos, mais conhecida como Missão Abbink, que preconizava que o desenvolvimento brasileiro deveria centrar-se em três pontos: “a reorientação dos capitais formados internamente, o aumento médio da produtividade e o afluxo de capitais estrangeiros.”(VIANNA, 1988:117). 1949: Afastamento do ministro da Fazenda Correa e Castro em meados de 1949, indicando a passagem de uma política econômica contracionista, tipicamente ortodoxa, em direção a uma maior flexibilidade nas metas monetárias e fiscais. Sob sua gestão na Fazenda, os investimentos públicos e a emissão de moeda foram reduzidos a praticamente zero em 1947. O crédito real à indústria cresceu 38%, 19%, 28% e 5% nos anos de 1947, 1948, 1949 e 1950, respectivamente. 1949: Adoção do Plano Salte, considerada “a única iniciativa de intervenção planejada do Estado para o desenvolvimento econômico” (VIANNA, 1988:116). Previa investimentos públicos nos setores de saúde, alimentação, transporte e energia para os anos de 1949 e 1953. 1950: Surge a União Européia de Pagamentos (UEP), existente até 1958, que conjuntamente com a desvalorização da libra esterlina em 1949, indicam uma transição lenta em direção às trocas multilaterais e à conversibilidade geral das moedas. Política cambial: O câmbio foi mantido grosso modo à paridade de 1939, de 18,5 Cr$/US$, sendo instituído o mercado livre, com a abolição das restrições a pagamentos existentes desde os anos 30. Considerando-se que a inflação brasileira no período foi o dobro da verificada nos EUA, torna-se evidente a sobrevalorização cambial. Por outro lado, as importações de bens considerados necessários à economia usufruíam de acesso à taxas de câmbio mais favoráveis, caracterizando uma desvalorização implícita da moeda. As importações eram restringidas pela concessão de licenças de importação. Nota-se, entretanto, uma liberalização na concessão das licenças de importação a partir de meados de 1950 com a alta do preço do café (aumentando a capacidade importadora da economia) no mercado internacional e dada o elevado nível de contingenciamento já alcançado nas importações. Capítulo 5 – Duas Tentativas de Estabilização: 1951-1954 (Vargas) Julho de 1951-início da atividades da Comissão Mista Brasil Estados Unidos. 1º de agosto de 1951-o Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) define instruções para que a CESIM reintroduza um regime mais severo de licenciamento das importações. Apesar dessas instruções o licenciamento até dezembro do mesmo ano foram elevadas, sendo necessárias novas medidas de controle no início de 1952. Janeiro de 1953-promulgação da Lei 1807 (Lei de Mercado Livre) que concedia ampla liberdade de movimentos pelo câmbio livre ao capital estrangeiro no Brasil e tinha por objetivo elevar as exportações. Estas ao contrário ao invés de aumentar diminuíram e tal fato levou à modificação desta lei posteriormente. 30 de fevereiro(?) abril de 1953-assinatura do acordo de empréstimo de US$300 milhões de dólares junto ao Eximbank, que seria liberada em parcelas. A primeira parcela foi entregue, mas devido ao não pagamento dos atrasados comerciais pelo Brasil junto aos EUA a segunda parcela foi adiada até a entrada do novo ministro da fazenda Osvaldo Aranha. 23 de março de 1953-greve dos trabalhadores paulistas que chegou a paralisar 300 mil operários. Abril de 1953-liberação da primeira parcela do empréstimo concedido pelo Eximbank. 15 de Junho de 1953-Horácio Lafer deixa o ministério e é substituído por Osvaldo Aranha, esta mudança está inserida na reforma ministerial feita por Vargas. 9 de outubro de 1953-instituída a instrução 70 da Sumoc que introduziu importantes mudanças no sistema cambial. Obteve êxito nos primeiros resultados, conseguindo elevar as exportações e manter as importações no nível dos trimestres anteriores além de elevar a receita do governo. 1º de maio de 1954-aumento do salário mínimo em 100%, quando na realidade para recompor os salários era necessário apenas um aumento de 53%. Vargas tomou esta decisão imbuído pelos interesses eleitorais. Junho de 1954-decreto fixando um elevado preço mínimo para o café com o objetivo de maximizar a receita cambial, devido a crise enfrentada por este produto no mercado interno e externo. Vigorou por apenas 45 dias. 14 de agosto de 1954-baixada a instrução 99 da Sumoc que alterou o sistema de bonificação instituído pela instrução 70 para as exportações. Esta veio como resposta às dificuldades enfrentadas pelo café no mercado externo. Políticas: Política Monetária: restritiva até início de 1953 passando a partir de então a ser expansionista por problemas conjunturais da economia. Política Fiscal: restritiva até 1952 tornando-se expansionista a partir de 1953. Política Creditícia: expansionista até saída de Jafet , foi restritiva até 1954 voltando a ser expansionista em 1954. Capítulo 6 - O Interregno Café Filho: 1954-55 (Café Filho) setembro de 1954: Gudin embarca para Washington (reunião anual do FMI). Consegue US$ 80 milhões de empréstimo da instituição e acerta outro de US$ 200 milhões com um consórcio de bancos privados. Outubro de 1954: Instituídas as seguintes Instruções da Sumoc: 105 (fixava os juros pagos aos depósitos a vista e a prazo em 3% e 7% ao ano), 106 (elevava a taxa de redesconto das promissórias de 6 para 10% e das duplicatas de 6 para 8%) e 108 (aumentos dos compulsórios sobre depósitos a vista de 4 para 14% e a prazo de 3 para 7%). Tornava-se explícita a orientação contracionista do governo. Novembro de 1954: Instrução 109 da Sumoc: fixou-se a bonificação para a venda de café no mercado internacional (a política vigente anteriormente estabelecia que essas bonificações flutuariam conforme o mercado) Janeiro de 1955: Instrução 112 da Sumoc: Governo eleva as bonificações para os demais produtos de exportação (incluindo algodão e cacau) 27 de janeiro de 1955: É publicada a Instrução 113 da Sumoc, que concede significativos instrumentos para a entrada de capitais externos no país. Fevereiro de 1955: Dada a insatisfação da cafeicultura diante daquilo que chamou-se de “Confisco cambial”, o governo volta atrás e equipara a bonificação do café com a das demais mercadorias (Instrução 114 da Sumoc). 4 de abril de 1955: Gudin deixa o governo em virtude da pressão da cafeicultura paulista. Assume o ministério em seu lugar o banqueiro paulista José Maria Whitaker. Abril de 1955: Whitaker suspende temporariamente a compra de café, insatisfeito com a prática intervencionista do governo brasileiro na sustentação dos preços mínimos do café, que acabava privilegiando os concorrentes do produto nacional. Maio de 1955: Através da Instrução 116 da Sumoc Whitaker revoga as Instruções 106 e 108 assinadas por Gudin. Os compulsórios e redescontos voltaram aos níveis anteriores. Agosto de 1955: Forte geada força o governo a adotar uma desvalorização gradual do câmbio- café. Setembro de 1955: Reforma cambial. Unificação do câmbio através de taxas flutuantes, com um regime diferenciado para o café (a fim de eliminar os efeitos do “confisco cambial”). Contexto internacional – O período é marcado pela indisposição do governo Eisenhower em financiaro endividamento dos países latino-americanos. Essa decisão apenas reforça uma tendência já verificada, em diferentes intensidades, durante todo o pós-guerra, como atesta o fim prematuro da Comissão Mista Brasil - Estados Unidos (CMBEU) já no governo Vargas. O país viu-se então forçado a negociar, na gestão Gudin, empréstimos junto ao setor financeiro privado internacional, criando ainda mecanismos para atrair a entrada de capital (Instrução 113 da Sumoc). No ministério de Whitaker o governo estabeleceu contatos com o FMI a fim de implementar uma reforma cambial. Política Monetária – Fortemente contracionista durante o ministério Gudin. O ministro implementou medidas que aumentavam os juros, compulsórios e redescontos (Instruções 105,106 e 108 da Sumoc). Esse período é considerado como um dos mais efetivos na condução de uma política de cunho restritivo-ortodoxo já implementadas no país, resultando numa significativa crise de liquidez. Já na gestão Whitaker essa política de estabilização é seriamente afetada pelas medidas que revogaram as instruções que implementavam uma política monetária creditícia. Esse período também é marcado pela ampliação do crédito ao setor produtivo, especialmente a agricultura. Política Fiscal – Gudin considerava o processo inflacionário como fruto da expansão monetária (já combatida pelo programa contracionista descrito acima) e dos déficits públicos. Para combater esse segundo ponto, Gudin pretendia ampliar a arrecadação mediante a elevação da carga tributária, e reduzir as despesas. Devido às dificuldades de aprovar no Congresso uma medida impopular, Gudin só conseguiu uma redução da dotação de verbas para os ministérios, reduzindo a participação do governo na formação bruta do capital. Capítulo 7– Democracia com Desenvolvimento – 1956-61 (JK) Índice Cronológico Agosto de 1957: Nova reforma do sistema cambial, com o objetivo de simplificar o sistema de taxas múltiplas e introduzir um mecanismo de proteção específica por produtos da mesma categoria. 27 de outubro de 1958: É encaminhado ao Congresso o Programa de Estabilização Monetária do ministro Lucas Lopes. Janeiro de 1959: Liberação das exportações de manufaturados pelo mercado livre (Instrução 167 da Sumoc) Abril de 1959: Liberação dos fretes (Instrução 181) Dezembro de 1959: Transferiu todas as exportações para esse mercado, com a exceção de café, cacau, óleo mineral cru e mamona (Instrução 192). Meados de 1959: Lucas Lopes é substituído no Ministério da Fazenda por Sebastião Paes de Almeida (então Presidente do Banco do Brasil), Roberto Campos dá lugar a Lúcio Meira no BNDE e o governo brasileiro rompe com o FMI. Política cambial: Reforma implementada em agosto de 1955, introduzindo apenas duas taxas de câmbio: a Geral (matérias-primas, equipamentos e bens sem suprimento nacional) e a Especial (bens de consumo e outros com similar nacional). Um dos objetivos dessa reforma foi estimular o processo de substituição para o setor de bens de capital (que, em conseqüência, cresceu a uma taxa de 26,4% ao ano entre 1955 e 1960). Política monetária: A cobertura do déficit de caixa do governo se fez quase que exclusivamente através de empréstimos do Banco do Brasil ao Tesouro. Desta forma, a cobertura dos déficits por meio de crédito em conta corrente no Banco do Brasil implicou permanente expansão primária dos meios de pagamento. Dada a reação negativa do Programa de Estabilização Monetária (PEM), optou-se pela continuação do projeto desenvolvimentista sem políticas de controle monetário. A partir daí as tentativas de estabilização de preços restringiram-se a frustrados “Planos de Contenção” da despesa orçamentária. Política fiscal: Além das despesas de custeio, o item mais importante de gasto do governo referia-se aos subsídios às empresas de transporte de propriedade do governo federal. Elas receberam subvenções do governo federal da ordem de 12 a 13% da sua receita em 1955-60. O governo mostrou-se incapaz de conter os gastos correntes, principalmente com a folha de pagamentos (dada a força política do funcionalismo público. Capítulo 8 - Inflação, Estagnação e Ruptura: 1961-1964 (Jânio e Jango) 31 de Janeiro de 1961 – Jânio Quadros assume a Presidência da República amparado pela mais significativa votação popular que registra a história das eleições presidenciais brasileiras. Março de 1961 – Governo realiza importante reforma do regime cambial vigente através da Instrução 204 da SUMOC, tendo como objetivo a desvalorização da taxa de câmbio e a unificação do mercado cambial. 25 de Agosto de 1961 – Renúncia de Jânio Quadros. É adotado então, o sistema parlamentarista de governo. No meio tempo, Pascoal Ranieri Mazilli assume o poder, ficando de 25/08/1961 a 07/09/1961. 07 de Setembro de 1961 – João Goulart, o “Jango” assume a Presidência da República. Maio de 1962 – Ocorre a renúncia coletiva do 1º gabinete parlamentarista, sob a presidência do então deputado Tancredo Neves. Após um certo impasse, o Congresso aprova o nome de Brochado da Rocha para o cargo de 1º Ministro. Dezembro de 1962 – É apresentado o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado sob a coordenação de Celso Furtado. 06 de Janeiro de 1963 – Após ter sua realização antecipada, ocorre o plebiscito para a votação a respeito do sistema de governo vigente. Ocorre uma vitória maciça dos defensores do regime presidencialista. Junho de 1963 – O presidente Goulart promove uma reforma ministerial, substituindo ministros responsáveis pelo fracasso do Programa de Estabilização (o Plano Trienal). Outubro de 1963 – Goulart envia mensagem ao Congresso pedindo aprovação do estado de sítio como reação às declarações de Carlos Lacerda, governador da Guanabara. O pedido, no entanto, é retirado mais tarde. Dezembro de 1963/Março de 1964 – O governo demonstra apresentar grande fragilidade política, o que acaba por levar a manifestações das forças conservadoras que mobilizam maciçamente a classe média. 31 de Março de 1964 – Inicia-se a rebelião militar, com amplo apoio do empresariado, da classe média e respaldo da maioria parlamentar, pondo fim à Terceira República. Políticas: i)Monetária/Creditícia: Durante a curta duração do mandato de Jânio Quadros (31/01/1961 a 25/08/1961), houve um certo descontrole monetário (no entanto, exatamente devido a essa curta duração, é difícil fazer uma análise criteriosa da política econômica do período). Durante a vigência do 1º gabinete parlamentarista comandado por Tancredo Neves, foram adotadas medidas de emergência que incluíam controles quantitativos de crédito bem como o estabelecimento de mecanismos de depósito compulsório sobre os depósitos à vista dos bancos privados, tudo isto visando manter a oferta monetária constante em termos reais. No 2º semestre de 1962, devido à instabilidade política vigente no país, a expansão dos meios de pagamento descontrolou-se, indo de 4% a.m. a 13% a.m. em dezembro daquele ano. A inflação conseqüentemente aumentou. Com a instauração do Plano Trienal, em fins de 1962, tinha-se como parte de seu receituário, a correção de preços defasados e o controle da expansão do crédito ao setor privado. Do mesmo modo, houve um aumento do depósito compulsório de 24% para 28% dos depósitos à vista. Tais medidas acabariam por revelar-se mais tarde, como causadoras de uma grande recessão, uma vez que impuseram uma tremenda restrição de liqüidez a gêneros industriais produtores de bens de consumo durável que dependiam do crédito (Wells 1977). Após isto, a oferta monetária foi mantida sob razoável controle até os primeiros meses de 1963, quando passou a expandir-se rapidamente, gerando taxas de inflaçãosemelhantes (e até mesmo superiores) às geradas no passado. ii)Fiscal: Ao longo do período 1961/1964, o governo preocupou-se bastante com o equilíbrio do balanço de pagamentos. Como citado antes, com a renúncia de Jânio Quadros (e a crise política daí decorrente) houve um descontrole fiscal. Com o gabinete parlamentarista de Tancredo Neves, o governo procuraria alcançar os objetivos de seu programa através de uma elevação da taxa de poupança, via uma reforma fiscal e contenção do déficit de custeio das empresas públicas. Procuraria assim, obter uma melhor programação dos investimentos públicos, e uma reforma fiscal que estimulasse o aumento da formação bruta de capital fixo e melhorasse a tributação indireta. Com o fim do gabinete Tancredo Neves e início da gestão Brochado da Rocha, este novo Primeiro-Ministro tentou obter poderes especiais junto ao Congresso para legislar sobre diversos temas, inclusive a reforma tributária. A maior parte dessas reivindicações, no entanto, foi negada (o que levou à renúncia de Rocha). No 2º semestre de 1962, o controle das contas do governo (que havia sido retomado em alguma medida por Rocha) foi perdido no final do ano. Com o Plano Trienal, no fim de 1962, tinha-se como um de seus principais objetivos, a redução do déficit público, o que esperava-se atingir através de um plano de economia e deferimentos de despesas. Houve efetivamente um corte nos gastos públicos (juntamente com a já citada restrição do crédito ao setor privado). Com a instabilidade política de 1963, o balanço de pagamentos deteriora-se de forma considerável, a despeito da recuperação das exportações, em vista da contração das entradas autônomas de capital. iii)Cambial: Logo após Jânio Quadros assumir a presidência, em janeiro de 1961, foi instaurada, em março do mesmo ano, a Instrução 204, cujos objetivos básicos eram a desvalorização da taxa de câmbio e a unificação do mercado cambial. A categoria geral do regime cambial antes vigente foi transferida para o mercado livre; o “câmbio de custo” aplicável a importações preferenciais foi desvalorizado em 100% (mais tarde esse câmbio foi extinto, sendo transferido para o mercado livre). O sistema anteriormente vigente, de diferir a entrega de cambiais aos importadores, foi substituído pelo chamado “sistema das Letras de Importação”, através do qual os importadores, ao comprarem suas divisas eram obrigados a realizar uma operação colateral, depositando no Banco do Brasil por 150 dias o valor em cruzeiros correspondente à importação e recebendo Letras de Importação em troca. Com o primeiro gabinete parlamentarista (Tancredo Neves), de 1961, pretendia-se a adoção de uma política cambial baseada em uma taxa única e “realista”. Logo após a saída de Quadros, em 1961, foi possível manter algum controle sobre as importações, graças ao aumento do requerimento para compra compulsória das Letras de Importação. Uma política semelhante foi adotada em relação a remessas financeiras. No entanto, ambas as políticas vieram a ser temporariamente revertidas no começo de 1962. Durante a instabilidade política do 2º semestre de 1962, apesar de haver problemas em relação às políticas fiscal e monetária, não há evidência de graves distorções da política cambial. (Na verdade, tentou-se torná-la mais transparente no período). Com o Plano Trienal, o câmbio foi desvalorizado em cerca de 30%. Apesar disto, o governo reintroduziu o subsídio a importações de alguns bens, como o trigo e derivados do petróleo. Em 1963, após o fracasso do Plano Trienal, a política cambial passa a refletir a deterioração da confiança no governo, aumentando significativamente os requisitos de depósitos prévios relativos a importações. A taxa cambial relevante para a remuneração de exportações, por sua vez, foi reajustada muito abaixo do valor requerido para manter constante em cruzeiros a remuneração real dos exportadores. iv)Contexto Internacional no período 1961/1964: No início desse período (maio/junho de 1961), o governo obteve sucesso quanto à negociação da dívida externa junto a credores internacionais. Ainda em 1961, no entanto, as relações com os EUA especificamente, deterioraram-se devido a alterações na legislação econômica brasileira que prejudicavam interesses americanos. Esta situação era agravada pela “política externa independente” adotada pelo Brasil, que não se alinhava com algumas proposições do governo norte- americano, principalmente aquelas relacionadas a Cuba. Em 1962, as relações com os EUA continuaram a deteriorar-se devido às mudanças de legislação e à política externa independente já citadas. Ainda assim, o Brasil acabou aprovando o bloqueio à Cuba, cedendo a pressões políticas norte-americanas. Capítulo 9 - Estabilização e Reforma: 1964 / 1967 (Castello Branco) Índice Cronológico 1964 – A forma de financiamento do déficit público é alterada (com o objetivo de conter a inflação), passando de emissão monetária para vendas de títulos da dívida pública junto ao público. 1965 – Foi implementada a fórmula de ajuste salarial do plano, sendo proposta da seguinte maneira: sobre o cálculo do salário mínimo real médio dos últimos 12 meses incidia o aumento da produtividade mais metade da inflação prevista para próximo ano. 1967 - Delfim Netto assume o Ministério do Planejamento e abandona o objetivo de conter a inflação, expandindo o crédito e melhorando a produção industrial. 1968 – Fim da fase de estabilização. Moeda e crédito se expandem e a inflação sofre um pequeno declínio. Política fiscal – restritiva com aumento de impostos diretos e indiretos e contenção de gastos. Política monetária – restritiva em 63, expansionista em 64 e 65; restritiva em 66 e expansionista a partir de 67. Política creditícia – restritiva até 66 (com exceção de 65) e expansionista a partir de 67. Política cambial – política de estímulos às exportações. Política de mini desvalorizações a partir de 68 para manter a paridade do poder de compra entre a moeda doméstica e o dólar. Política salarial – redução progressiva do salário mínimo real médio durante o plano, em decorrência da fórmula de ajuste salarial. Capítulo 10 - A Retomada do Crescimento e as Distorções do “Milagre”: 1967-1973 (Costa e Silva e Médici) • 8- Considerações Finais • objetivo básico do governo Costa e Silva foi o desenvolvimento econômico e social e a contenção da inflação. • o PIB cresceu a uma taxa média de 10,2% ao ano entre 1967 e 1973 • o produto per capita cresceu a taxa média de 7,2% ao ano. • dados da PNAD de 1968 a 1973 indicam um crescimento das pessoas ocupadas à média de 4,3% ao ano. • todas as metas estabelecidas pelo governo foram alcançadas. • a inflação permaneceu boa parte do período contida, mas em 1973 já apresentava sinais de aceleração. • Balanço de Pagamentos: ampliação das importações de bens de capital e matérias- primas industriais de 7 a 9% ao ano. • as exportações cresceram a taxa elevada mas não impediu o aumento do endividamento bem além das necessidades reais do país em termos de reservas reais. • inflação e dívida externa: problemas potencialmente crescentes. • característica da política econômica: extremamente autoritária. Governo federal reduziu Fundo de Participação, controlava emissão de títulos estaduais e controlava as relações trabalhistas. • os trabalhadores não se beneficiaram do crescimento da renda real do país de forma proporcional a sua evolução. Capítulo 11 - Crise e Esperança: 1974-1980 (Geisel) Índice Cronológico 1974-78 Presidente: General Ernesto Geisel Ministro do Planejamento: João Paulo Velloso Ministro da Fazenda: Mário Henrique Simonsen Casa Civil: General Golbery doCouto e Silva 1973 Preços do petróleo são quadruplicados pelos membros da OPEP 1974 • Simonsen assume o Ministério da Fazenda, substituindo Delfin; • Remoção dos controles de preços; • Oficialização de uma fórmula de correção monetária; • Mudança na fórmula de reajuste salarial, reduzindo as perdas em caso de subestimação da inflação; • MDB vence as eleições parlamentares, aumentando a força da oposição • BACEN intervém no quarto maior banco comercial 1975 - Aprovação do II PND 1976 • Aprovação da Resolução 389 que liberou o controle das taxas de juros dos bancos comerciais 1978 • O general Figueiredo se consolida como principal candidato à sucessão presidencial 1979-80 Presidente: General João Batista Figueiredo Ministro do Planejamento: : Mário Henrique Simonsen Ministério da Fazenda: Karlos Riscbiter Ministério da Agricultura: Delfin Netto 1979 • Segundo choque do petróleo e explosão da taxa de juros dos EUA • Governo retoma uma política econômica mais heterodoxa Política Monetária 1974: Ao contrário do discurso da equipe econômica, foi expansionista devido à expansão dos créditos concedidos pelo Banco do Brasil 1975: Expansionista devido ao socorro do governo aos bancos comerciais 1976: Contracionista, marcando uma reversão da tendência desde o milagre 1977: Restritiva, com a fixação da taxa de juros básica positiva em termos reais, o que não acontecia desde 71 1978: expansionista, ignorando a crise mundial, Política Fiscal 1974: Política fiscal ainda expansionista, apesar da tentativa de contenção 1975: Levemente contracionista 1976: Levemente contracionista 1977: Contracionista 1978: expansionista, devido à importação de alimentos decorrente da seca 1979: expansionista, concessão de subsídios e incentivos fiscais Política Creditícia 1974: expansionista 1975: expansionista 1976: restritiva, devido à resolução 389 1977: restritiva 1978: restritiva 1979: expansionista 1980: expansionista
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