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FACI – FACULDADE IDEAL PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE BELÉM 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 720.288 S586p Silva, Nilce Aryel Oliveira Proposta conceitual de requalificação arquitetetônica e de uso na praça Waldemar Henrique / Nilce Aryel Oliveira Silva. – 2016. 48f. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) – DeVry Faci, 2016. Orientador: Profª. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles 1.Requalificação. 2.Arquitetura. 3.Praça Wlademar Henrique. I. Título. ____________________________________________________________ NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE Trabalho de conclusão de curso de graduação de Arquitetura e Urbanismo da Faci-Devry Brasil como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Profa. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles BELÉM 2016 NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE Trabalho de conclusão de curso de graduação de Arquitetura e Urbanismo da Faci-Devry Brasil como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Profa. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles Aprovada em: / /_ . Profa. Dr. Ana Cristina Resque (Orientadora) Faci – Faculdade Ideal Profa. Ms. Simone de N. Dias Pena Lima Faci – Faculdade Ideal Prof. Ms. José de Andrade Raiol Faci – Faculdade Ideal 3 Ao meu Deus, Aos meus pais, Mário e Conceição. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, meu Senhor, por ter me dado sabedoria e força para concluir esta árdua e preciosa tarefa de trabalho de conclusão de curso. Agradeço aos meus preciosos pais Mário Nazareno Silva Junior e Maria da Conceição Oliveira Silva por toda compreensão, apoio e investimento. Agradeço as minhas amadas irmãs Karen Patrícia S. Oliveira e Keyla Pollyanna S. Oliveira Silva pelos conselhos e suporte. colo. Agradeço a minha abençoada avó Odair Braz de Oliveira por toda oração e Agradeço ao meu querido namorado Thales Luiz Pinheiro de Almeida por todo companheirismo e motivação. Agradeço a minha doce tia Ozana Braz de Oliveira e meu “irmão-primo” Cleyton Oliveira Vale por todo cuidado e zelo. Agradeço ao meu grande amigo e cunhado Jedielson Jesus de Souza pelas notas de conforto e paz. Agradeço aos meus grandes amigos Alice Soares Amaro, Antônio A. de Gusmão Guimarães, Fernanda de Souza Leão, Giovanna Medeiros Gabriel, Jackquelline Cristina do Nascimento Azevedo, Jéssica Oliva de Souza Nogueira, Jorge Henrique Pratagy P. Lima e Lia Bruna Santos Rodrigues que estiveram comigo em todo esse percurso e cooperaram a todo tempo. E agradeço a minha competente e sábia orientadora Anna Cristina Resque Meirelles que esteve ao meu lado diligentemente, a minha sincera gratidão. RESUMO O presente estudo explana a Proposta Conceitual de Requalificação Arquitetônica e de Uso na Praça Waldemar Henrique, no Bairro da Campina. A Praça Waldemar Henrique sofreu a sua primeira intervenção urbanística em 23 de agosto de 1998 quando Belém passou a ser gerida pelo Prefeito Edmilson Rodrigues. Atualmente o logradouro tornou-se abandonado devido às debilidades que apresenta no quesito de segurança, uso e estrutura. A abordagem metodológica seguida foi Qualitativa- Quantitativa, de modo que a pesquisa qualitativa abrange: pesquisa de campo “in loco”; Pesquisa e análise de documentação histórica; Pesquisa e análise de leis e planos de caráter urbano; e Avaliação e análise dos dados coletatos (bibliográficos e levantamento de campo). A pesquisa quantitativa resulta em relatórios fotográficos identificando as necessidades atuais na Praça Waldemar Henrique. Dessa forma foi elaborada uma proposta conceitual de requalificação arquitetônica e de uso através de novos equipamentos e mobiliários urbanos para resgatar o uso da área. A relevância da proposta de requalificação não se encontra apenas no valor histórico da praça, mas no seu uso e função social. Palavras-chave: Requalificação. Arquitetura. Praça Waldemar Henrique. ABSTRACT Conceptual proposal of architectural requalification and usage at Waldemar Henrique Square, Campina’s neighborhood. The Waldemar Henrique Square experienced his first urbanistic intervention on august 23, 1998, when Belém’s mayor was Edmilson Rodrigues. Nowadays this public space is abandoned because of weaknesses about security, usage and structure. The methodology applied was qualitative-qualitative, such that qualitative research includes: field research “in loco”; Historical documentation research and analysis; Research and analysis of laws and urban projects; Collected data evaluation and analysis (bibliography and field survey). Qualitative research results in photographic reports which allows to identify current needs at Waldemar Henrique Square. Therefore, was created a conceptual proposal of architectural requalification and usage by new equipments and urban furniture for rescue the place usefulness. The relevance of requalification proposal it’s not only find on the historical value of the square, but also utility and social function. Keywords: Requalification. Architectural. Waldemar Henrique Square. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Os dois novos núcleos Urbanos...............................................................18 Figura 2 – Praça Kennedy na década de 1960..........................................................25 Figura 3 – Vista aérea da Praça Waldemar Henrique................................................26 Figura 4 – Domingo de Inauguração da Praça Waldemar Henrique.........................27 Figura 5 – Perspectiva da Praça................................................................................28 Figura 6 – Waldemar Henrique..................................................................................31 Figura 7 – Arquibancada em estrutura metálica na Praça.........................................33 Figura 8 – Acesso à Bateriade Banheiro..................................................................34 Figura 9 – Concha Acústica.......................................................................................35 Figura 10 – Mobiliário Urbano....................................................................................36 Figura 11 – Perda de Material no Passeio Público....................................................36 Figura 12 – Bateria de Banheiro e Cobertura.............................................................37 Figura 13 – Playground..............................................................................................37 Figura 14 – Acesso ao Palco......................................................................................38 Figura 15 – Arborização.............................................................................................38 Figura 16 – Arborização e Postes..............................................................................39 Figura 17 – Ponto de Ônibus e Camelódromo...........................................................40 Figura 18 – Personagens Folclóricos.........................................................................40 LISTA DE PRANCHAS Prancha 01 – Planta falada do térreo.........................................................................43 Prancha 02 – Planta falada do subsolo......................................................................44 Prancha 03 – Elevações.............................................................................................45 Prancha 03 – Planta de sombreamento.....................................................................46 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FUMBEL Fundação cultural do Município de Belém MABE Museu de Arte de Belém SEURB Secretaria Municipal de Urbanismo NBR Norma Brasileira PNE Portadores de Necessidades Especiais SECULT/PA Secretaria da Cultura do Pará SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................11 1.1 JUSTIFICATIVA...............................................................................................12 1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................13 1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................13 1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................13 1.3 METODOLOGIA..............................................................................................14 2 ASPECTOS TEÓRICOS.................................................................................15 2.1 PRAÇAS DE BELÉM.......................................................................................15 2.2 PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE...................................................................25 2.2.1 O HOMENAGEADO........................................................................................30 3 ESTADO ATUAL DA PRAÇA.........................................................................33 4 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO.............................................................41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................47 6 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 48 1. INTRODUÇÃO Conhecida desde 1998 como Praça Waldemar Henrique, este logradouro guarda uma história desde a década de sessenta quando o terreno que era conhecido como Praça do Congresso tornou-se Praça Kennedy. Situada no bairro da Campina, Centro Histórico de Belém e, por conseguinte, com uma localização privilegiada, a Praça Waldemar Henrique tem como entorno imediato o Comando da Capitania do Portos, Terminal Hidroviário, Companhia das Docas do Pará. Além do seu entorno imediato, apresenta como vizinha o Bairro da Cidade Velha e Reduto, bairros cheios de comércio, serviço e habitação. É em meio a esse alto fluxo de atividades, histórias e pessoas que a Praça Waldemar Henrique encontra-se em situação de descaso e mau estado de conservação. Sua primeira intervenção ocorreu na gestão do Prefeito Edmilson Rodrigues que por meio de um projeto de resgaste a cultura paraense propôs uma nova praça prestigiando o grandioso Maestro Waldemar Henrique, que também era compositor. Atualmente as praças de Belém apresentam dificuldades comuns, como a questão da insegurança, falta de atividades apropriadas para a diversidade de público, dificuldade na mobilidade dentro da praça, já que algumas estão desniveladas, sem rampas de acesso e sinalização. Dessa forma, através de pesquisas e análises de materiais de estudo chegou- se a uma proposta conceitual de requalificação do espaço e do uso na praça com o intuito de valoriza-la e devolve-la a sua finalidade de espaço público livre para convívio e permanência dos seus usuários. 11 12 12 1.1 JUSTIFICATIVA A proposta de requalificação arquitetônica e de uso na Praça Waldemar Henrique é uma resposta aos atuais problemas que a mesma tem vivenciado e gerado. Situada num entorno com alto fluxo de pessoas a praça passou a ser um local de circulação e não de convivência. A configuração arquitetônica e o uso presente no espaço não é atrativo e nem convidativo para que a comunidade tenha permanência ou interesse em estar nela. Com poucas áreas para acento, mobiliários urbanos em mal estado de conservação, equipamentos urbanos com pouca utilização, ausência de iluminação, falta de policiamento e pouco sombreamento, o logradouro se tornou um ambiente inapropriado para população. A falta de usuários proporcionou uma área ociosa, frágil e perigosa. Atualmente a praça é cercada por moradores de ruas, usuários de drogas e assaltantes. Transitar por ela é inseguro em todos os horários do dia, dificultando a mobilidade de quem trabalha, visita e reside no entorno. Os autônomos que exerciam ofício no espaço de camelódromo da praça se deslocaram para Av. Presidente Vargas devido aos constantes assaltos e pouco fluxo de vendas, já que as pessoas evitam o lugar. Pode-se afirmar que a falta do uso ocasionou a perda da função social do espaço urbano, isto é, a praça perdeu a sua atividade e seu uso de ser um: “Lugar intencional de encontro, da permanência dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestação da vida urbana e comunitária e de prestigio, e, consequentemente, de funções estruturantes e arquiteturas significativas” (LAMAS, 2016, p.102). Em consideração a esses fatores e a relevância histórica, política e cultural da praça, foi proposto um projeto que devolvesse as características sociais, urbanas e morfológicas à Praça Waldemar Henrique. 13 13 1.2 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho é o estudo das praças públicas de Belém, tendo como objeto de estudo a Praça Waldemar Henrique, além de uma proposta conceitual de requalificação arquitetônica e de uso para a mesma. 1.1.2 Objetivos específicos Propor novos equipamentos e mobiliários urbanos para garantir a permanência e o convívio dos seus usuários,assim também como requalificar os já existentes. Utilizar materiais e técnicas sustentáveis. Garantir acessibilidade para todos os tipos de usuários. 14 14 1.3 METODOLOGIA O procedimento metodológico adotado é de natureza Qualitativa-Quantitativa. De maneira que a pesquisa qualitativa abrange: Pesquisa de campo “in loco” (observação direta com registro fotográfico), Pesquisa e análise de documentação histórica (cartografia, iconografia, fotos; periódicos e jornais da época), Pesquisa e análise de leis e planos de caráter urbano; e Avaliação e análise dos dados coletados (bibliográficos e levantamento de campo) em entrevistas com alguns usuários da praça e em órgãos públicos (SEURB, FUMBEL e MABE). Em relação à pesquisa quantitativa, por exemplo, foram gerados relatórios fotográficos identificando as necessidades presentes na Praça Waldemar Henrique. A partir desse relatório fotográfico a proposta conceitual de requalificação tervenção urbano se estruturou nas seguintes propostas: novos equipamentos urbanos e a requalificação dos equipamentos existentes, como a concha acústica, arquibancada e palco, para atender as necessidades de uso da praça; novos mobiliários urbanos para acomodar e suprir os transeuntes; e integração aos usuários portadores de necessidades especiais através experiências sensitivas pelos espécimes de vegetação definidas para a praça. 15 15 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PRAÇAS DE BELÉM De acordo com Santos (2001) desde seu conceito etimológico, praça é o espaço público ou local público onde as pessoas se encontram ou contemplam algo. Um ambiente para cenário de festas, comércio, passeios reuniões, encontros e desencontros, descanso e movimentos sociais. A existência da praça possibilitou a ampliação do traçado da cidade e, por conseguinte, a expansão demográfica ampliando o potencial econômico, melhorando a qualidade de vida. Praças e largos são logradouros públicos que na forma urbana apresentam a mesma função, significado. No Brasil, a utilização das diferentes nomenclaturas é apenas temporal. A colonização advinda de Portugal nos trouxe o nome largo, indicando espaço aberto para manifestações diversas. Com a proclamação da República, a influência urbanística francesa de George Haussmann na política municipalista disseminou entre a comunidade o uso do nome praça, até os dias de hoje. No início da estruturação da então Feliz Lusitânia (Atual Belém) no século XVII, Segundo Amaral (2004) foi feito um sítio cercado de estacas, denominado de Forte do Presépio, instituído pela regra militar portuguesa desde as primeiras invasões à África no século XV. Este cercado comumente chamado de paliçada consistia em uma estrutura amadeirada de vigas verticais que eram unidas com um espaço central aberto onde se formavam o contingente militar e a celebração dos cultos religiosos. Este sítio foi o primeiro largo da nova terra e como era conhecido entre os arraias militares da época, chamou-se de Praça das Armas. Os primeiros conquistadores dessa terra construíram nessa fortificação uma pequena e rústica igreja para acolher a imagem do Santo Cristo e assim, demonstrar a percepção portuguesa de fé em Deus e na pátria. Após um período de embates entre os Índios Tupinambás, um dos primeiros habitantes da região, e os portugueses, a relação de colono e colonizador foi estabelecida e dessa forma houve o fim à resistência do domínio da área de desembarque. A povoação começava crescer e consequentemente aquele pequeno cercado da paliçada se expandia para um espaço maior com o intuito de abrigar a 16 16 recém comunidade instituída. Com esse crescimento na parte externa da fortificação foi aberta mais uma clareira na selva, cuja intenção primordial não era mais para defesa e sim para a subsistência através de espaços abertos para a criação de animais domésticos e pastagens para os animais de serviço, além de construção de casebres a fim de abrigar os primeiros mandatários, madeira e peças de artilharia, gerando assim mais um largo. O novo núcleo urbano se estabeleceu a partir do Forte do Presépio e do desempacado tendo como marco a elevação de uma igreja com matriz em tributo à Nossa Senhora da Graça, que se tornou o Largo da Matriz e originou as primeiras ruas e moradias da colônia, além de definir o primeiro traçado urbano de Belém, alavancando a sua ampliação. Mais tarde se chamou de Largo da Sé e atualmente é conhecido como Praça Dom Frei Caetano Brandão onde a decisão de construir essa praça veio por meio da Resolução número 54, de 24 de março de 1899 do então intendente da época Antônio José Lemos. Para Abreu (2003) foi do Largo da Matriz que surgiram os primeiros caminhos abertos na mata, que iam à direção norte-sul, ratificando o planejamento de uso dos eixos cardeais. A partir desse largo abriu-se uma vereda acompanhando a ladeira muito íngreme do terreno marginal ao atual Rio Guamá. Essa vereda chamou-se Rua do Norte, atual Siqueira Mendes, sendo a primeira rua da colônia. Como historicamente essa rua foi aberta apenas em 1621, comprova-se que Belém, durante um período de cinco anos, não se estendeu além do forte e do Largo da Matriz. Porém, após a abertura da primeira rua, os colonizadores começaram a definir os caminhos do desenvolvimento urbano. Eles abriram vias nas redondezas das vizinhanças da Matriz, tendo o forte como eixo principal de um crescimento radial no desenho das ruas. Em 1622 foi construída mais uma ermida afastada do núcleo principal em honra de São João Batista. Esse ambiente servia de palco para as celebrações dedicadas ao santo. O acesso a essa capela era feito através de um rasgo no caminho, que na época era chamado de Rua de São João que havia sido iniciado no Largo da Matriz e resultando num pequeno terreno nomeado de Largo de São João Batista, sendo o terceiro largo da colônia, que nos dias de hoje é conhecido como Praça República do Líbano. Tempos depois, no ano de 1626, foi concedido pelo capitão- mor um terreno onde a ordem dos Carmelitas Calçados elevou um convento e a primeira versão da capela de Nossa Senhora do Vencimento do Monte. Dessa 17 17 forma nasce o quarto largo da colônia, o Largo do Carmo que atualmente permanece com esse nome. De acordo com informações da SECULT/PA (2006) devido à posição geográfica, a colônia tinha como possibilidade de expansão apenas uma área de sul a sudeste. Nas outras direções encontrava-se o Pântano do Piri que impossibilitava o crescimento. Este ficava próximo ao núcleo inicial, com uma grande área encharcada e com um córrego que deixava toda a área insalubre. Em torno de 1628 as ordens religiosas daquela época tinham a missão de catequizar as novas terras e nesse período construiu-se um convento e uma pequena igreja da Ordem de Santo Antônio da Província de Lisboa, um escampado já afastado do primeiro núcleo, que ia além dos limites do Piri, onde a cidade só poderia ter acesso através de embarcação. Devido à construção dessa pequena igreja um segundo núcleo habitacional é gerado às margens da baía, onde em sua parte voltada para o rio mais um largo surgiria, o Largo de Santo Antônio, o quinto da nova colônia que hoje é chamado de Praça Dom Macedo Costa. A ocupação dessa área além-Piri proporcionou ao governo a construção de uma ponte sobre o pântano, um caminho à margem do rio e uma ligação fluvial para o convento desde o centro da colônia. Dando continuidade ao trabalho à exemplo dos frades de Santo Antônio, segundo Amaral (2004) os fradesda Ordem da Redenção dos Cativos, que mais tarde seriam conhecidos como Mercedários, receberam a autorização de edificar um convento e uma capela por uma concessão da Câmara. O terreno doado encontrava- se na área intermediária do caminho que ultrapassava o Piri, entre o convento de Santo Antônio e o núcleo inicial, seguindo a costa do rio. No ano de 1640 o complexo convento-capela em taipa e palha, estava pronto para receber os frades do Equador. Dessa forma, foi aberto um sexto largo na colônia chamado de Largo das Mercês, atualmente chamado de Praça Visconde do Rio Branco. Nesse novo largo as atividades de comércio se desenvolveram de forma muito mais ampla do que no núcleo inicial. Esses dois novos núcleos na área dos campos que eram conhecidos pelos moradores como Campina transformaram-se no eixo viário mais expressivo da colônia, vindo desde o caminho do Largo da Matriz até o Convento de Santo Antônio, ultrapassando o Piri. Esses campos eram áreas que de acordo com perspectiva de ampliação urbana eram áreas desmatadas que serviam para expressões religiosas ou culturais da população. A classe mercantil aumentou ao longo desta área e 18 18 arredores permitindo a instalação de armazéns e pequenos comércios através de novos percursos transversais e paralelos na mata. Dessa forma um novo espaço começou a se desenvolver, crescer e a ser ocupado gerando assim o bairro da Campina. Figura 1 – Os dois novos núcleos Urbanos Fonte: <https://www.sudoestesp.com.brfilecolecao-imagens-periodo-colonial>. Acesso em: outubro de 2016. Em meados de 1650 houve a construção de uma igreja em homenagem a Santa Luzia e um pequeno hospital, nomeado Santa Casa de Misericórdia, por uma instituição chamada de Irmandade de Santa Luzia. Essa instituição graças ao apoio do governo recebeu uma doação de um pedaço de terra para a construção das edificações, terreno este já mais afastado do rio. Em frente à igreja e ao hospital, o novo espaço foi denominado de Largo da Misericórdia, o sétimo largo da colônia hoje Praça Barão do Guajará. 19 19 Nesse período a discriminação para com colonos negros – escravos oriundos da África como mão de obra e mercadoria – fez com estes fossem impedidos de frequentar os templos religiosos então existentes. No final do século XVII uma entidade intitulada de Irmandade do Rosário dos Homens Pretos com a autorização de cuidar dos interesses dos negros optou por solicitar um espaço para a construção de um templo de culto religioso próprio para os escravos. Com a permissão do governador foi concedido um pedaço de terra afastado do núcleo inicial, próximo ao limite da colonial com mata. Neste local foi erguida uma capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com um terreno aberto frontal que se chamou Largo do Rosário da Campina. Com o fim final do século XVII era possível observar de forma nítida como o traçado de Belém se diferenciava entre os dois núcleos formados: a Campina – que hoje é popularmente chamada de “Comércio”, sendo que a parte mais afastada continua sendo conhecida pelo nome original de bairro da Campina – e a Cidade – a parte mais antiga da cidade, conhecida nos nossos dias como Cidade Velha, que teve origem a partir do Forte do Presépio – separados pelo pântano do Piri. Os limites da expansão urbana ao longo do rio seriam determinados por duas ordens religiosas: a dos Franciscanos, no largo de Santo Antônio, e a dos Carmelitas, no Largo do Carmo. Esses dois largos foram determinantes para a estruturação do espaço urbano e na organização espacial das praças, já que os largos se originavam a partir dos espaços próprios das igrejas, acrescidos de seus conventos. Era um costume das igrejas que fosse reservado o pátio para o uso privado de eventos religiosos e mais a frente o largo para convivência popular em romarias. Até uma parte do século XVIII a distribuição de ruas apresentou a mesma composição. Algumas novas ruas surgiram, sendo estas por vezes prolongadas para o interior de ruas já existentes. O crescimento da cidade era constante e cada vez mais esta se afastava do litoral expandindo a sua malha urbana sem alterações que viessem a extinguir a concepção inicial. Com o transcorrer do tempo, as necessidades habitacionais durante o processo de ocupação cresceram e com isso novos pátios e largos foram consolidando-se, sendo pelo estabelecimento de uma nova igreja ou sendo pelo surgimento de novos campos. Para Abreu (2003) o século XVIII trouxe consigo os frades Antoninhos que ao se estabelecerem na colônia, conquistaram permissão para construírem o Convento de São Boa Ventura numa área à beira-rio antes denominada de Porto do Tição. Em 20 20 frente ao novo convento, mais um descampado se acrescia a colônia: O Largo do Bagé, depois Praça do Arsenal e nos dias atuais Praça 11 de junho. Esse novo largo evidencia a ultrapassagem do limite então estabelecido pelo Largo do Carmo. Já os frades Franciscanos que haviam margeado o Piri e explorado o interior da mata, abriram uma grande clareira isolada em relação ao centro onde edificaram o Convento de São José. Um extenso e difícil percurso foi aberto para fazer a ligação com a Cidade, a Estrada de São José. O restante da clareira não construída tornou-se o Largo de São José, conhecido hoje como Praça Amazonas. Neste período a necessidade de um cemitério para os menos afortunados e escravos era eminente. Dessa forma houve um prolongamento mata adentro da Travessa dos Mirandas – atualmente a Avenida Presidente Vargas – e no término desta abriu-se uma grande clareira para tal finalidade. No início, enquanto era utilizado como cemitério, a comunidade o denominou de Largo da Campina. Considerando a distância do núcleo habitacional para o novo largo aberto o governo realizou uma transferência de seus estoques de armamentos e pólvoras do Forte do Presépio para o novo local, constituindo ali um novo depósito. De Largo da Miranda passou a ser chamado de Largo da Pólvora, posteriormente Praça Dom Pedro II e hoje Praça da República. Com o novo depósito de pólvora e o cemitério, o movimento na Travessa dos Mirandas tornou-se constante, possibilitando um crescimento maior ao já então citado bairro da Campina. Segundo Santos (2001) durante o reinado de Dom José I de Portugal, seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, optou, no ano de 1751, no momento da reorganização do império ultramarino português, alterar a situação política da região amazônica. Para tal fim, criou um governo principal no Grão-Pará. Para governar o Estado do Grão-Pará, foi instituído o seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1751 à 1758). Foi o marco de uma época singular para o desenvolvimento da cidade, conhecida no momento como período pombalino, fazendo menção histórica ao Marquês de Pombal. O novo governador com o apoio da Coroa Portuguesa, devotou-se a melhorar as vias urbanas, construir novos edifícios e a embelezar os que já existiam. Nesse período a institucionalização dos largos foi mantida segundo a filosofia urbana portuguesa que via tais largos como espaços para ajuntamento público, sem a necessidade de serem ambientes de lazer e encontros, como aconteceria tempos depois. 21 21 Sobe influência dos habitantes de maior poder aquisitivo e do poder eclesiástico, começou a ser construída na Campina por volta de 1761, no caminho entre o Convento de Santo Antônio e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos,a Igreja de Sant’Ana, projetada e elevada pelo arquiteto italiano Antônio Giuseppe Landi até 1782. Esse arquiteto italiano, viveu os últimos 32 anos de sua vida em Belém, onde trabalhou projetando e construindo as maiores obras do século XVIII, sendo referência destacada no urbanismo da cidade. Como de costume, em frente a Igreja de Sant’Ana, formou-se o Largo de Sant’Ana, atualmente Praça Maranhão. Posteriormente com o novo governo de Fernando da Costa de Athaíde Teive (1763 à 1772) o ideal de transformar Belém na capital da Amazônia e, por hipótese, na capital do reino português, se tornou mais intenso e com isso o governador vigente ordenou a construção do pomposo Palácio do Governadores, segundo o projeto de Landi. O arquiteto sendo detalhista e cuidadoso, retificou a irregularidade frontal do terreno e o transformou em um retângulo de grandes lados. Dessa forma estava formado o Largo do Palácio, hoje Praça Dom Pedro II. Essa obra possibilitou um espaço urbano muito relevante para definir a imagem da cidade. De acordo com Amaral (2004) o impulso de progresso no período pombalino aumentou a intenção de se expandir os horizontes da cidade. Em meio ao caminho que tinha sido aberto para um engenho, que posteriormente seria chamado de Utinga, a partir do Largo da Pólvora, denominado Estrada do Utinga (anos depois chamado de Estrada de Nazareth), um desmatamento mais vasto permitiu o surgimento de uma área bem distante, tanto da Cidade quanto da Campina que se chamava Aldeia de Nazareth. Em seu centro, formado por amplo largo, a junção da fé de um caboclo chamado Plácido – que cultuava em um nicho uma imagem da Virgem de Nazareth — e a autoridade religiosa da cidade, Dom João Evangelista Pereira, permitiu que fosse erguida em 1774 uma ermida para culto da santa. Neste ambiente de peregrinação popular iniciou, em 1793, a tradição da expressão da religiosidade paraense: o Círio de Nazaré. Do largo inicial chamado Largo de Nazareth e atualmente Praça Santuário de Nazaré, desde aquele ano cultua- se a Virgem e se proporciona diversões dentro das tradições originais portuguesas. A cidade encontrou sua celebração maior, e permanece pelos tempos até hoje. Ao fim desse século, Belém estava estruturada e com o território bem definido: a sede do governo administrativo encontrava-se localizado na Cidade e o comércio, na Campina. 22 22 O início do novo século trouxe à cidade, o começo das obras de drenagem do Piri na administração do governador Dom Marcos de Noronha e Brito (1803 à 1806). Essas obras durariam por volta de vinte anos, determinando os rumos da evolução de Belém. Nesse mesmo período, em área determinada mais afastada do Piri, na povoação então popularmente chamada de Aldeinha, surgiria mais um largo decorrente da construção de mais uma igreja. O templo religioso dedicada à Santíssima Trindade deu origem ao Largo da Trindade, atualmente Praça Barão do Rio Branco. Tempos depois, já na década de 1820, um logradouro de médias proporções foi tomado pelo governo, que lhe designou pelo nome de Largo de Sergipe, dando-o para uso da comunidade. Essa grande área era um dos ambientes mais agradáveis de Belém: a Praça Batista Campos. Entre 1831 à 1840 Soares (2009) afirma que Belém vivenciou uma insurreição armada, a Cabanagem. Mestiços, indígenas e brancos promoveram uma série de conflitos sociais que ocorreram em toda a província. Após a instabilidade política proporcionada pelo conflito, Belém sofreu uma reformulação nas suas demarcações e foi dividida em três unidades de menor divisão administrativa, que no antigo império português eram chamadas de freguesias. As freguesias foram a da Sé, a de Sant’Ana e a da Trindade. Na fronteira desse novo traçado foi aberto mais um largo, que denominado pela comunidade de Largo do Esquadrão, atualmente Praça Brasil. Esse largo foi destinado para atividades de um esquadrão de cavalaria do exército, explicando a origem do nome do largo em meados do século XIX. Seguindo ao leste o prolongamento de uma estrada larga que saia próxima ao Largo de Nazaré e terminava em um grande terreno aberto gerou o Largo de São Braz. Nessa área por volta do fim do século XIX, haveria a inauguração de uma estação central da Estrada de Ferro, o que alavancou a economia local devido à estabilidade do transporte para a capital dos produtos agrícolas produzidos nos arredores. Neste momento a cidade ganha uma nova característica física, como edifícios mais suntuosos – como o Theatro da Paz – e com residências de acabamento e construção mais refinada. Até mesmo os largos já passam a ter mais atenção pela municipalidade, que promovia alguma limpeza em seus caminhos e acrescentava o plantio de árvores nos terrenos centrais. Neste momento os espaços públicos da cidade não eram todos urbanizados ou ajardinados. Eles serviam apenas como locais de fluxo de pessoas. Apesar de 23 23 alguns desses espaços públicos terem certo tipo de manutenção, não se tinha o hábito do passeio ou do encontro nesse ambiente, o que só teve início com a inclusão da economia do ciclo da borracha, na passagem dos séculos XIX e XX. De acordo com Soares (2009) ao findar os trinta anos do século XIX, com o aproveitamento mundial do produto da seringueira (Hevea brasiliensis), árvore nativa da Amazônia, iniciou-se o conhecido Ciclo da Borracha, período de ostentação e grandiosidade sem limites região, e que transformou a dinâmica da vida na cidade, produzindo um elevado contingente populacional em decorrência da imigração. A contagiante riqueza da borracha proporcionou uma série de melhorias urbanas na capital da província. No início do século XX, Belém já assumia a feição de um canteiro de obras, onde os locais tradicionais (largos, praças, avenidas e ruas antes abandonadas e insalubres) recebiam tratamento refinado tendo como referência o Velho Mundo. Sem esquecer a amplitude da cidade até seu limite da primeira légua patrimonial, a Intendência Municipal também providenciou o ordenamento dos novos bairros afastados, realizando demarcações e incentivando o povoamento das periferias. Mesmo depois de demarcado o lote para construir o Palacete Municipal — situado ao lado do Palácio do Governo e inaugurado em 1883 — restou um extenso terreno localizado em sua parte posterior. Em 1908, essa área semi-abandonada seria urbanizada com um tratamento paisagístico e receberia o nome de Jardim Prudente de Moraes, em homenagem ao ex-presidente do Brasil. Atualmente a denominação é de Praça Filipe Patroni, jornalista paraense com participação na história da imprensa escrita do Pará. Durante mais de uma década, até a saída política de Antônio Lemos, o embelezamento urbanístico transformou Belém — outrora a longínqua capital do norte do Brasil — numa cidade bela, iluminada, pavimentada. Ainda durante a gestão de Lemos, em 1907, por iniciativa do governo federal, começaram as obras do porto de Belém, que se prolongaram até 1914, quando foram interrompidas pelas dificuldades financeiras da executora americana Port of Pará Company. Nesse período, a frente da cidade foi ampliada em direção ao rio com um grande aterro necessário às obras. Essa intervenção corrigiu a ligação do antigo Igarapé das Almas (atual Avenida Visconde de Souza Franco) com a Baía de Guajará, e permitiu canalização da Doca do Reduto, que se transformou na atual Praça General Magalhães. 24 24 A extensa Avenida Marechal Hermes e o Bulevar Castilhos França, situados entre os armazéns e os prédios já existentes na cidade, fora resultados imediatos do aterramento promovido para asobras do cais. No longo terreno marginal à avenida, durante algum tempo nada foi construído, exceto o suntuoso prédio da Port of Pará, administradora do porto. Uma das áreas posteriores ao prédio tinha tamanho tão significativo que nela pôde ser realizado o VI Congresso Eucarístico Nacional (1953), com participação de milhares de pessoas. Esse evento permitiu ao povo referenciá-la durante muitos anos como Praça do Congresso. Anos depois, plenamente urbanizada pela prefeitura, passou a se chamar Praça Kennedy. Hoje, em uma justa homenagem ao que é considerado o maior músico e maestro paraense, chama-se Praça Waldemar Henrique (Soares, 2009). 25 25 2.2.1 Praça Waldemar Henrique Formada pela quadra Avenida Marechal Hermes, Rua Gaspar Viana, Avenida Presidente Vargas e Praça Magalhães, no Bairro da Campina, a conhecida Praça do Congresso foi nomeada de Praça Kenedy, cuja construção coube à Secretaria de Obras, então exercida pelo engenheiro José Maria Barbosa no dia 30 de dezembro de 1965. No de 1996, Belém recebia um novo gestor, o Prefeito Edmilson Rodrigues que através de uma proposta regionalista, propõem a primeira intervenção de revitalização para o parque turístico conhecido como Praça Kenedy. A alteração viria para resgatar e enaltecer a cultura paraense através de um espaço que homenageasse o maestro e compositor paraense Waldemar Henrique de alta representatividade e de grande valor cultural para o Pará (O LIBERAL, 1998). Figura 2 – Praça Kennedy na década de 1960 Fonte: <https://fauufpa.org/2012/04/30/a-praca-kennedy-na-decada-de-1960- circulos-para-aeromodelismo/ >. Acesso em: outubro de 2016. 26 26 O início das obras da Praça Waldemar Henrique, em 23 de agosto de 1998, foi marcado pelo concurso de pintura dos tapumes que cercava a então Praça Kenedy, através da Secretaria Municipal de Educação. Os trabalhos deveriam ter como tema a música em alusão à vida e obra do maestro e compositor. A construção da praça vai foi avaliada em pouco mais de R$450.000,00 e com o objetivo de ser concluída para o aniversário de 383 anos da fundação de Belém em janeiro de 1999 (O LIBERAL, 1998). Figura 3 – Vista aérea da Praça Waldemar Henrique. Fonte: Biblioteca Pública, 2016. A Praça Waldemar Henrique foi inaugurada em 17 de janeiro de 1999 em meio à segunda corrida de Belém e a diversos Shows culturais. Segundo o prefeito, vigente 27 27 na época, Edimilson Rodrigues, a praça é uma homenagem à altura do homem e do artista que foi Waldemar Henrique. Para o prefeito, a então antiga Praça Kenedy, que homenageava ao presidente norte americano John Kenedy, não representava nada em termos históricos para os paraenses. Pode-se dizer que esse é um logradouro musical, um novo espaço de resgaste da história paraense (O LIBERAL, 1999). Figura 4 – Domingo de Inauguração da Praça Waldemar Henrique. Fonte: Biblioteca Pública, 2016. A praça foi um trabalho de equipe que iniciou com a concepção dos traçados do próprio prefeito, que é arquiteto, e posteriormente foram feitas adaptações pela Seurb, Funverde e Ctbel, para que a praça contemplasse vários aspectos importantes como a mobilidade, conforto térmico e função. Com 10.300m², a praça possui rampas para que pessoas portadoras de necessidades especiais possam transitar sem dificuldades, inclusive no palco que é um verdadeiro monumento com forma de teclas de piano de cauda, uma referência ao principal instrumento do maestro. Além disso, a praça conta com uma concha acústica em forma de cuia; playground com brinquedos lembrando as músicas do maestro e calçadas com desenhos de notas musicais e com estrofes de composições do homenageado; novo tratamento paisagístico; um terminal de passageiros de 90 metros quadrados que também abriga 32 ambulantes e uma arquibancada para cerca de 400 pessoas (O LIBERAL, 1999). Existe um banheiro público com um jardim interno e uma área exclusiva para os portadores de necessidades especiais. A praça obedece a uma linguagem amazônica, 28 28 mas ao mesmo tempo universal através da utilização de materiais em ferro, madeira e concreto, que se convenciona chamar de High-Tech. Linhas e as esculturas representam os personagens cantados em suas músicas e que pertencem ao nosso folclore. Vista de cima, de uma ponta a outra foram dispostos elementos arquitetônicos lembrando a obra do maestro, que morreu em março de 1995 deixando canções que falam do imaginário e do folclore amazônico, como Foi Boto Sinhá, de 1933 e o Uirapuru, de 1934, e o elemento que mais caracteriza a homenagem a Waldemar Henrique: uma empena onde se colocou a efigie do maestro, uma frase dele – “Fiz da minha vida uma canção” (O LIBERAL, 1998). Figura 5 – Perspectiva da Praça. Fonte: <http://www.belem.pa.gov.brver-belemdetalhe.phpp=283&i=1>. Acesso em novembro de 2016. Mesmo após a conclusão e inauguração do novo espaço, coube a vontade popular por meio de um plesbicito a renomeação da praça Kenedy, que o prefeito Edimilson Rodrigues batizou de Waldemar Henrique, já que o projeto denominando oficialmente o nome do maestro para a praça reformada pela prefeitura não passou na Câmera Municipal de Belém. A polêmica em torno do nome da Praça Waldemar Henrique, deu-se em função de ter sido batizada sem prévia consulta à câmera dos 29 29 vereadores, como prevê a lei. Após uma reforma completa a antiga Praça Kenedy foi reinaugurada no dia 12 de setembro de 1999, com o nome de Praça Waldemar Henrique, homenageando o compositor paraense (O LIBERAL, 1998). 30 30 2.2.2 O Homenageado Segundo Barros (2005) o Compositor e pianista Waldemar Henrique da Costa Pereira nasceu em Belém do Pará no ano de 1905. Seu pai apresentava origem portuguesa e a mãe, origem indígena, que morreu quando ele ainda era criança. Este fato faz com ele se mudasse para a cidade do Porto, Portugal, aos seis anos de idade, onde viveria sua infância. No ano de 1917 ele retorna para o Pará e, no ano seguinte, inicia os estudos de solfejo e piano. Tempos depois dedica-se em estudar violino, harmonia, composição e canto, e compõe suas primeiras canções, Minha Terra e Felicidade. Já no ano de 1929, ele ingressa no Conservatório Carlos Gomes e no início dos anos trinta torna-se pianista e diretor artístico da Rádio Clube do Pará e escreve para companhias de teatro de revista em Belém. Ao término de 1933, muda-se para o Rio de Janeiro com o intuito de especializar os estudos e desenvolver a carreira artística. Nessa década estuda composição, orquestração, regência e permanece a compor com traços claramente inspirados em temas amazônicos, chamando atenção de vários intérpretes da época. Em 1934 consegue fechar contrato com uma gravadora para editar algumas das suas composições e com o fim da década é contratado como artista exclusivo da Rádio Tupi. Nas décadas posteriores Waldemar Henrique obedece a um ciclo de excursões e viagens divulgando seu trabalho. Na década de 1940 viaja à Argentina e ao Uruguai, tendo por companhia a irmã e outros intérpretes. Entre as mais diversas canções divulgadasno período, destacam-se pelo sucesso o registro de Minha Terra, por Francisco Alves, e Tamba-Tajá, gravada por Antonieta Fleury de Barros e nesse momento ele se envolve e dedica-se na fundação da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Editores de Música (Sbacem). Com o desfecho guerra é comissionado como funcionário do Itamaraty para excursionar pela França, Espanha e Portugal, no ano de 1949, com a intenção de disseminar a música brasileira. Em 1956 de acordo com Brito (1986) grava seu primeiro LP, apenas com suas canções, interpretadas por Jorge Fernandes. Ao passarem dois anos apresenta sua versão musical de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e é eleito para a Academia de Música do Rio de Janeiro. Nos anos 1960 retorna à terra natal e em 1965, é nomeado diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de 31 31 Educação e Cultura do Pará e assume a direção do Teatro da Paz, em Belém. Torna- se diretor do Conservatório Carlos Gomes. Figura 6 – Waldemar Henrique. Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103>. Acesso em: novembro de 2016. Aliverti (2003) afirma que longe das atividades musicais, sua obra é relembrada com a regravação de Tamba-Tajá, por Fafá de Belém, em 1978. No mesmo ano foi prestigiado com a sua biografia escrita por José Claver Filho - Waldemar Henrique: O Canto da Amazônia - e publicada pela Fundação Nacional de Arte (Funarte). No ano de 1981 é eleito para a Academia Brasileira de Música. A obra de Waldemar Henrique revela a grande mistura de múltiplas vivências musicais e culturais. Primeiramente é necessário destacar o interesse permanente e a forte influência da cultura e da música regional no repertório de sua obra. Os gêneros e temas, ambientações e timbres amazônicos estão estritamente presentes em seus trabalhos, e esse regionalismo é o motivo do seu relativo sucesso a partir dos anos 1930. Nesse âmbito, a maioria de suas composições aborda a natureza da região, 32 32 suas histórias e lendas. Dessa forma, muitas de suas canções se apoiam nos registros folclóricos, revelados nos títulos, como Foi o Boto Sinhá (1933) - o boto que à noite se transfigura em homem para seduzir as jovens -, Cobra Grande (1934) - uma vez por ano a cobra sai de seus domínios para escolher sua noiva entre as moças virgens -, Tamba-Tajá (1934) - oração à planta sagrada para evocar o amor de um índio a sua amada -, Matinta Perêra (1933) - pássaro com canto agourento que se transforma em bruxa às sextas-feiras -, Uirapuru (1934) - pássaro de belo canto que extasia e aproxima os amores -, e Curupira (1936) - o conhecido personagem brincalhão que protege animais dos caçadores.Em março de 1995 Waldemar Henrique falece, sem sofrimento, de causas naturais, um mês e meio após ter completado noventa e um anos de idade. 33 33 3 ESTADO ATUAL DA PRAÇA Atualmente, a Praça Waldemar Henrique é cercada pelo grande movimento gerado através do seu entorno imediato, como Comandos da Capitania dos Portos, IV Distrito Naval da Marinha, Estação das Docas, Terminal Hidroviário, Companhia das Docas do Pará e paradas de ônibus lotadas. É no meio desse agito que a praça permanece abandonada. Figura 7 – Arquibancada em estrutura metálica na Praça. Fonte: Nilce Silva, 2016. Os ambulantes e guardadores de carros que trabalham por lá, garantem que a insegurança na praça é grave. Os assaltos são constantes em todos os períodos do dia. Durante a semana o movimento se esvai a partir das 18 horas, porquê pela parte noturna é mais escuro e soturno, deixando o local mais inseguro ainda, sem contar com a falta de policiamento na área. A área de camelódromo que fica anexa ao ponto de ônibus e em baixo da área de arquibancada, perdeu a sua função, pois não existem pessoas transitando na praça, diminuindo assim a quantidade vendas e renda. Os 34 34 autônomos que trabalham na venda de artigos de camelô se deslocaram para Av. Presidente Vargas em busca de segurança e fluxo de pessoas. Os equipamentos instalados como a bateria de banheiro, concha acústica e arquibancada são moradias, abrigo e dormitórios informais para os mendigos, usuários de drogas e assaltantes. O banheiro atualmente está desativado e a concha acústica apresenta pichações e sujidades. Os brinquedos da área de playground para as crianças se encontram todos pichados e com depósito de sujidades e resíduos. O clima é tenso e os constantes assaltos colaboram para que a praça seja cada vez menos frequentada. Figura 8 – Acesso à Bateria de Banheiro Fonte: Nilce Silva, 2016. 35 35 Figura 9 – Concha Acústica. Fonte: Nilce Silva, 2016. Assim também como os mobiliários urbanos da praça. Para assentar-se na praça, há uma pouca disponibilidade de bancos em toda extensão da praça, sendo que a área de arquibancada não foi adaptada pra pessoas portadoras de necessidades especiais. Seis lixeiras foram registradas no espaço, sendo que as mesmas já apresentam desgaste, mesmo com o tratamento de pintura que recebe. Ao longo da área contabilizaram-se apenas oito postes de iluminação, sendo esses insuficientes para iluminar o logradouro, uma das principais queixas. O movimento da praça também tem diminuído devido à falta de atrações que pela segurança, localização e diversidade foram transferidos para o Portal da Amazônia, tornando a praça um local sem função social. O movimento que a praça ainda tem é no período de festa junina, onde quadrilhas se reúnem no palco para apresentações e comemorações. Enquanto isso, a praça permanece como um local isolado e inseguro. A pavimentação da praça também deixa a desejar. Em diversos trechos encontramos o desgaste e desnivelamento do material assim também como a falta de piso tátil de alerta e direcional, visando atender a mobilidade de portadores de necessidades especiais. 36 36 Figura 10 – Mobiliário Urbano. DE. Figura 11 – Perda de Material no Passeio Público. Fonte: Nilce Silva, 2016. 37 37 Figura 12 – Bateria de Banheiro e Cobertura. Fonte: Nilce Silva, 2016. Figura 13 – Playground. Fonte: Nilce Silva, 2016. 38 38 Figura 14 – Acesso ao Palco. Fonte: Nilce Silva, 2016. Figura 15 – Arborização. Fonte: Nilce Silva, 2016. 39 39 Quanto à vegetação da praça, na parte do se interior constam apenas nove árvores de grande porte. Existe uma grande área descoberta onde não é possível se abrigar do calor e do Sol. As outras árvores existentes estão ao longo da calçada,sendo contabilizadas em doze espécimes, não sendo eficazes para gerar sombra suficiente na parte interna da na praça. Figura 16 – Arborização e Postes. Fonte: Nilce Silva, 2016. Ao entrevistar as pessoas que transitam pela praça ou que trabalham ao redor, é possível constatar duas principais reclamações: Falta de segurança e iluminação insuficiente. A extensa praça não apresenta equipamento de guarita para guarda municipal ou polícia militar. A segurança é feita de modo alternado e apenas um turno, isto é, há uma alternância de um dia na vigilância da praça, sendo que não existe um horário fixo para permanecia dos oficiais de segurança pública. A falta de um posto policial dificulta a logística de prevenção e contenção da segurança pública. 40 40 Figura 17 – Ponto de Ônibus e Camelódromo. Fonte: Nilce Silva, 2016. Figura 18 – Personagens Folclóricos Fonte: Nilce Silva, 2016. 41 41 4 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO A segunda intervenção na Praça Waldemar Henrique aborda o resgaste do conceito de convívio de do lazer por meio de uma proposta sustentável através dos novos equipamentos urbanos, mobiliários urbanos, utilização variada das espécimes orgânicas e acessibilidade para todos os tipos de usuários de acordo com um programa de necessidades que será trabalhado a seguir. Incialmente pensou-se no redimensionamento da calçada e suas faixas de uso (serviço, acesso e livre), assim também como na substituição da sua pavimentação para concreto estampado, visando à resistência, durabilidade e custo. Acrescentou- se ao longo da mesma uma pista de corrida e caminhada como opção de uso para seus futuros usuários. Atualmente a praça não apresenta ao longo da sua estrutura a sinalização tátil e nem mesmo rampas de acesso para vencer os desníveis. Dessa forma, o projeto de intervenção segue os parâmetros da NBR 9050 de Acessibilidade. No percurso da calçada foram dispostos novos mobiliários urbanos tais como bancos, lixeiras, postes e ponto de ônibus. Hoje em dia, a praça conta com mobiliários com mau estado de conservação e com um design comum. Visando um ar regional, moderno e funcional para a praça, os novos mobiliários urbanos apresentam materiais renováveis, duráveis e com alta qualidade, fazendo com que a relação entre custo e benefício seja positiva ao longo do tempo de acordo com a prancha 01 e 03. Foi proposto para o logradouro o rebaixamento do nível do solo da praça a partir da calçada, sendo que o rebaixamento está apenas nas extremidades do lote, com exceção da parte central. A ideia do rebaixamento é advinda da problemática que os equipamentos de concha acústica, bateria de banheiro e arquibancada geram na extremidade da praça. Por terem alturas elevadas, criam pontos cegos ao longo da calçada, deixando o trecho isolado e inseguro. Com o desnível, todos os transeuntes que estão no nível da rua poderão ter um passeio livre e a praça passa a ter uma nova perspectiva de acordo com a prancha 02. A parte central do logradouro conta com uma área de circulação, acesso ao nível rebaixado, através de uma rampa, e uma área para camelódromo. Essa área central não será apenas passagem, ela será movimentada e interativa através das vendas dos autônomos de camelô, gerando vitalidade para o espaço. Ao longo da área da rampa, foi pensado como guarda corpo um tipo de canteiro, com árvores de pequeno 42 42 porte, sendo que acoplado a estrutura toda do canteiro há um banco, gerando permanência e possibilidade de convívio entre os visitantes como ilustra prancha 02. Chegando ao nível inferior, encontra-se a uma extensa área de praça alimentação. Os mobiliários projetados para essa área apresentam uma estética e funcionalidade distinta. A intenção é que os usuários utilizem a área para outras atividades além da refeição. Pode servir como um espaço para encontros e conversas, leitura, estudo e reuniões de trabalho por exemplo. Próximo à praça de alimentação há uma bateria de quatro quiosques de alimentação. Estes quiosques foram idealizados para venda de comidas regionais para a propagação da cultura gastronômica paraense. Na mesma área, encontram-se dois equipamentos urbanos: um posto policial e uma bateria de banheiros. Este equipamento está divido em masculino, feminino e PNE de acordo com a prancha 02. Tendo a área de alimentação como referência, à sua direita encontram-se os equipamentos de entretimento e lazer com o palco e à esquerda a concha acústica. Para dar apoio ao palco foi elaborada uma arquibancada verde. Ela apresenta a área de acento revestida em pedra e para os pés uma forração adequada para o pisoteamento. Essa arquibancada servirá também como área de acento. Os visitantes da praça poderão deitar no acento e aproveitar a vista da praça. À esquerda onde a concha acústica se encontra há uma vasta área livre que serve como plano de fundo para ressaltar a concha. Em frente à concha há uma área livre que comportará as pessoas que irão comtemplar algum evento como mostra a prancha 02 e 03. A praça também contará com uma área de playground e academia verde. Como ilustra a prancha 03 e 02. O playground será de brinquedos em madeira renovável e com diversas possibilidades de uso. O playground será composto por um escorregador simples, balanço, barra de equilíbrio, macaco, gangorra e trilha de pneus. A academia verde também apresentará mobiliário em madeira renovável, trazendo rústico e sofisticação. Além disso o mobiliário apresenta baixa manutenção. Através de uma seleção específica de espécimes que pudessem estimular os sentidos das pessoas, foi projetado um jardim sensorial com espécimes com de texturas variadas, para estimular o tato; repuxos de água, introduzindo aquários, para estimular a audição; a visão é aguçada pelo cultivo de espécies com folhagem e flores diversas; o olfato, pelos aromas e, a gustação, pelo uso de ervas aromáticas ou plantas comestíveis no jardim. Além disso, a arborização da árvore foi proposta para garantir sombra, conforto térmico e psicológico como ilustra prancha 04. 43 43 PRANCHA 01 44 44 PRANCHA 02 45 45 PRANCHA 03 46 46 PRANCHA 04 47 47 5 CONSIDERAÇOES FINAIS A Proposta Conceitual de Requalificação Arquitetônica e de Uso foi alcançada por meio de novos equipamentos e mobiliários urbanos e a requalificaçãodos já existentes, através de materiais sustentáveis e adaptações arquitetônicas para garantir a acessibilidade dos usuários. Em consequência disto, o uso da praça é resgatado e esta volta a ser o lugar intencional de encontro, da permanência dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestação da vida urbana e comunitária, e consequentemente, de funções estruturantes e arquiteturas significativas. 48 48 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Danielle dos Santos. As Praças em Belém. Mimeo: Unicamp/Campinas, 2003. (Tese de Mestrado) ALIVERTI, Márcia Jorge. Uma visão sobre a interpretação das canções amazônicas de Waldemar Henrique. Dissertação de Mestrado. São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, 2003. AMARAL, Ribeiro do. Fundação de Belém do Pará. Senado Federal: Brasília, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos, 2015. BARROS, Maria de Fátima Estelita. Waldemar Henrique Folclore,Texto e Música num único projeto - a Canção. Dissertação de mestrado, Instituto de Artes, Unicamp, 2005. BRITO, Maria Lenora Menezes de. Uma leitura da música de Waldemar Henrique. Belém, Conselho Estadual de Cultura, 1986 (Coleção "Cultura Paraense", série "Theodoro Braga"). Jornal do Povo. Belém, 24 de janeiro de 1999. Ano III, n. 91. p. 4. Largos, coretos e praças de Belém – PA, Elizabeth Nelo Soares. Brasília, DF: Iphan / Programa Monumenta. Salles, Egydio, Praça Kenedy: Uma retificação. O Liberal. Belém, 09 de setembro de 1998. Atualidades. p. 2. SANTOS, Paulo F. Formação de Cidades no Brasil Colonial. UFRJ: Rio deJaneiro, 2001. SECULT/PA. Anais do Arquivo Público do Pará. Feliz Lusitânia. (Série Restauro – vol.4). 2006. SOARES, Elizabeth Nelo. Largos, Coretos e Praças de Belém. Brasília, DF: Iphan / Programa Monumenta, 2009. Martins, Edwaldo. De Kenedy para W. Hemrique. O Liberal. Belém, 06 de setembro de 1998. Cartaz. Murais. O Liberal. Belém, 23 de agosto de 1998. Cartaz. p. 2. Nome da praça será decido em plesbicito. O Liberal. Belém, 03 de setembro de 1999. Atualidades. p. 6. Plebiscito aprova o novo nome. O Liberal. Belém, 13 de setembro de 1999. Atualidades. p. 6. 49 49 PORTO, Luis Paulo Monteiro; BRASIL, Heliana Maria Silva (Organizadores). Manual de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém: guia para planejamento, implantação e manutenção da arborização em logradouros públicos. Belém: Universidade Federal Rural da Amazônia, 2013. Waldemar Henrique recebe homenagem. O Liberal. Belém, 24 de agosto de 1998. Atualidades. p. 6. Waldemar Henrique torna praça Kenedy. O Liberal. Belém, 18 de janeiro de 1999. Atualidades. p .5.
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