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Trabalho de Conclusão de Curso NILCE

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FACI – FACULDADE IDEAL 
 
 
PROGRAMA DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO 
NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
 
 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
720.288 
S586p Silva, Nilce Aryel Oliveira 
 Proposta conceitual de requalificação arquitetetônica e de uso na 
 praça Waldemar Henrique / Nilce Aryel Oliveira Silva. – 2016. 
 48f. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) – DeVry Faci, 
 2016. 
 Orientador: Profª. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles 
 
 1.Requalificação. 2.Arquitetura. 3.Praça Wlademar Henrique. I. Título. 
 
 
 
 
____________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO 
NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação de 
Arquitetura e Urbanismo da Faci-Devry Brasil como 
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em 
Arquitetura e Urbanismo. 
 
Orientador: Profa. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
 
 
2016
 
 
 
 
 
 
 
 
NILCE ARYEL OLIVEIRA SILVA 
 
 
 
 
PROPOSTA CONCEITUAL DE REQUALIFICAÇÃO ARQUITETÔNICA E DE USO 
NA PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de graduação de 
Arquitetura e Urbanismo da Faci-Devry Brasil como 
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em 
Arquitetura e Urbanismo. 
 
Orientador: Profa. Dr. Anna Cristina Resque Meirelles 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovada em: / /_ . 
 
 
 
 
 
Profa. Dr. Ana Cristina Resque (Orientadora) 
 
 
Faci – Faculdade Ideal 
 
 
 
 
 
Profa. Ms. Simone de N. Dias Pena Lima 
 
 
Faci – Faculdade Ideal 
 
 
 
 
 
Prof. Ms. José de Andrade Raiol 
 
 
Faci – Faculdade Ideal
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu Deus, 
Aos meus pais, Mário e Conceição.
 
 
 
4 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
Agradeço a Deus, meu Senhor, por ter me dado sabedoria e força para 
concluir esta árdua e preciosa tarefa de trabalho de conclusão de curso. 
 
Agradeço aos meus preciosos pais Mário Nazareno Silva Junior e Maria da 
 
Conceição Oliveira Silva por toda compreensão, apoio e investimento. 
 
 
Agradeço as minhas amadas irmãs Karen Patrícia S. Oliveira e Keyla 
 
Pollyanna S. Oliveira Silva pelos conselhos e suporte. 
 
 
 
colo. 
Agradeço a minha abençoada avó Odair Braz de Oliveira por toda oração e
 
 
Agradeço ao meu querido namorado Thales Luiz Pinheiro de Almeida por todo 
companheirismo e motivação. 
 
Agradeço a minha doce tia Ozana Braz de Oliveira e meu “irmão-primo” 
 
Cleyton Oliveira Vale por todo cuidado e zelo. 
 
 
Agradeço ao meu grande amigo e cunhado Jedielson Jesus de Souza pelas 
notas de conforto e paz. 
 
Agradeço aos meus grandes amigos Alice Soares Amaro, Antônio A. de 
Gusmão Guimarães, Fernanda de Souza Leão, Giovanna Medeiros Gabriel, 
Jackquelline Cristina do Nascimento Azevedo, Jéssica Oliva de Souza Nogueira, Jorge 
Henrique Pratagy P. Lima e Lia Bruna Santos Rodrigues que estiveram comigo em 
todo esse percurso e cooperaram a todo tempo. 
 
E agradeço a minha competente e sábia orientadora Anna Cristina Resque 
 
Meirelles que esteve ao meu lado diligentemente, a minha sincera gratidão.
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
O presente estudo explana a Proposta Conceitual de Requalificação Arquitetônica e 
de Uso na Praça Waldemar Henrique, no Bairro da Campina. A Praça Waldemar 
Henrique sofreu a sua primeira intervenção urbanística em 23 de agosto de 1998 
quando Belém passou a ser gerida pelo Prefeito Edmilson Rodrigues. Atualmente o 
logradouro tornou-se abandonado devido às debilidades que apresenta no quesito de 
segurança, uso e estrutura. A abordagem metodológica seguida foi Qualitativa- 
Quantitativa, de modo que a pesquisa qualitativa abrange: pesquisa de campo “in 
loco”; Pesquisa e análise de documentação histórica; Pesquisa e análise de leis e 
planos de caráter urbano; e Avaliação e análise dos dados coletatos (bibliográficos e 
levantamento de campo). A pesquisa quantitativa resulta em relatórios fotográficos 
identificando as necessidades atuais na Praça Waldemar Henrique. Dessa forma foi 
elaborada uma proposta conceitual de requalificação arquitetônica e de uso através 
de novos equipamentos e mobiliários urbanos para resgatar o uso da área. A 
relevância da proposta de requalificação não se encontra apenas no valor histórico da 
praça, mas no seu uso e função social. 
 
Palavras-chave: Requalificação. Arquitetura. Praça Waldemar Henrique.
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
 
Conceptual proposal of architectural requalification and usage at Waldemar Henrique 
Square, Campina’s neighborhood. The Waldemar Henrique Square experienced his 
first urbanistic intervention on august 23, 1998, when Belém’s mayor was Edmilson 
Rodrigues. Nowadays this public space is abandoned because of weaknesses about 
security, usage and structure. The methodology applied was qualitative-qualitative, 
such that qualitative research includes: field research “in loco”; Historical 
documentation research and analysis; Research and analysis of laws and urban 
projects; Collected data evaluation and analysis (bibliography and field survey). 
Qualitative research results in photographic reports which allows to identify current 
needs at Waldemar Henrique Square. Therefore, was created a conceptual proposal 
of architectural requalification and usage by new equipments and urban furniture for 
rescue the place usefulness. The relevance of requalification proposal it’s not only find 
on the historical value of the square, but also utility and social function. 
 
Keywords: Requalification. Architectural. Waldemar Henrique Square.
 
 
7 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1 – Os dois novos núcleos Urbanos...............................................................18 
 
Figura 2 – Praça Kennedy na década de 1960..........................................................25 
 
Figura 3 – Vista aérea da Praça Waldemar Henrique................................................26 
 
Figura 4 – Domingo de Inauguração da Praça Waldemar Henrique.........................27 
 
Figura 5 – Perspectiva da Praça................................................................................28 
 
Figura 6 – Waldemar Henrique..................................................................................31 
 
Figura 7 – Arquibancada em estrutura metálica na Praça.........................................33 
 
Figura 8 – Acesso à Bateriade Banheiro..................................................................34 
 
Figura 9 – Concha Acústica.......................................................................................35 
 
Figura 10 – Mobiliário Urbano....................................................................................36 
 
Figura 11 – Perda de Material no Passeio Público....................................................36 
 
Figura 12 – Bateria de Banheiro e Cobertura.............................................................37 
 
Figura 13 – Playground..............................................................................................37 
 
Figura 14 – Acesso ao Palco......................................................................................38 
 
Figura 15 – Arborização.............................................................................................38 
 
Figura 16 – Arborização e Postes..............................................................................39 
 
Figura 17 – Ponto de Ônibus e Camelódromo...........................................................40 
 
Figura 18 – Personagens Folclóricos.........................................................................40
 
 
 
 
LISTA DE PRANCHAS 
 
 
 
 
 
Prancha 01 – Planta falada do térreo.........................................................................43 
 
 
Prancha 02 – Planta falada do subsolo......................................................................44 
 
 
Prancha 03 – Elevações.............................................................................................45 
 
 
Prancha 03 – Planta de sombreamento.....................................................................46
 
 
9 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 
 
 
FUMBEL Fundação cultural do Município de Belém 
 
 
MABE Museu de Arte de Belém 
 
 
SEURB Secretaria Municipal de Urbanismo 
 
 
NBR Norma Brasileira 
 
 
PNE Portadores de Necessidades Especiais 
 
 
SECULT/PA Secretaria da Cultura do Pará
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................11 
 
1.1 JUSTIFICATIVA...............................................................................................12 
 
1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................13 
 
1.2.1 Objetivo geral.................................................................................................13 
 
1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................13 
 
1.3 METODOLOGIA..............................................................................................14 
 
2 ASPECTOS TEÓRICOS.................................................................................15 
 
2.1 PRAÇAS DE BELÉM.......................................................................................15 
 
2.2 PRAÇA WALDEMAR HENRIQUE...................................................................25 
 
2.2.1 O HOMENAGEADO........................................................................................30 
 
 
3 ESTADO ATUAL DA PRAÇA.........................................................................33 
 
4 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO.............................................................41 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................47 
 
6 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 48
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Conhecida desde 1998 como Praça Waldemar Henrique, este logradouro 
guarda uma história desde a década de sessenta quando o terreno que era conhecido 
como Praça do Congresso tornou-se Praça Kennedy. Situada no bairro da Campina, 
Centro Histórico de Belém e, por conseguinte, com uma localização privilegiada, a 
Praça Waldemar Henrique tem como entorno imediato o Comando da Capitania do 
Portos, Terminal Hidroviário, Companhia das Docas do Pará. 
Além do seu entorno imediato, apresenta como vizinha o Bairro da Cidade 
Velha e Reduto, bairros cheios de comércio, serviço e habitação. É em meio a esse 
alto fluxo de atividades, histórias e pessoas que a Praça Waldemar Henrique 
encontra-se em situação de descaso e mau estado de conservação. Sua primeira 
intervenção ocorreu na gestão do Prefeito Edmilson Rodrigues que por meio de um 
projeto de resgaste a cultura paraense propôs uma nova praça prestigiando o 
grandioso Maestro Waldemar Henrique, que também era compositor. 
Atualmente as praças de Belém apresentam dificuldades comuns, como a 
questão da insegurança, falta de atividades apropriadas para a diversidade de público, 
dificuldade na mobilidade dentro da praça, já que algumas estão desniveladas, sem 
rampas de acesso e sinalização. 
Dessa forma, através de pesquisas e análises de materiais de estudo chegou- 
se a uma proposta conceitual de requalificação do espaço e do uso na praça com o 
intuito de valoriza-la e devolve-la a sua finalidade de espaço público livre para convívio 
e permanência dos seus usuários.
11 
12 12 
 
 
 
 
 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
 
 
 
 
A proposta de requalificação arquitetônica e de uso na Praça Waldemar 
Henrique é uma resposta aos atuais problemas que a mesma tem vivenciado e gerado. 
Situada num entorno com alto fluxo de pessoas a praça passou a ser um local de 
circulação e não de convivência. A configuração arquitetônica e o uso presente no 
espaço não é atrativo e nem convidativo para que a comunidade tenha permanência 
ou interesse em estar nela. Com poucas áreas para acento, mobiliários urbanos em 
mal estado de conservação, equipamentos urbanos com pouca utilização, ausência 
de iluminação, falta de policiamento e pouco sombreamento, o logradouro se tornou 
um ambiente inapropriado para população. A falta de usuários proporcionou uma área 
ociosa, frágil e perigosa. Atualmente a praça é cercada por moradores de ruas, 
usuários de drogas e assaltantes. Transitar por ela é inseguro em todos os horários 
do dia, dificultando a mobilidade de quem trabalha, visita e reside no entorno. Os 
autônomos que exerciam ofício no espaço de camelódromo da praça se deslocaram 
para Av. Presidente Vargas devido aos constantes assaltos e pouco fluxo de vendas, 
já que as pessoas evitam o lugar. 
Pode-se afirmar que a falta do uso ocasionou a perda da função social do 
espaço urbano, isto é, a praça perdeu a sua atividade e seu uso de ser um: “Lugar 
intencional de encontro, da permanência dos acontecimentos, de práticas sociais, de 
manifestação da vida urbana e comunitária e de prestigio, e, consequentemente, de 
funções estruturantes e arquiteturas significativas” (LAMAS, 2016, p.102). Em 
consideração a esses fatores e a relevância histórica, política e cultural da praça, foi 
proposto um projeto que devolvesse as características sociais, urbanas e morfológicas 
à Praça Waldemar Henrique.
13 13 
 
 
 
 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
 
 
 
1.1.1 Objetivo geral 
 
O objetivo geral deste trabalho é o estudo das praças públicas de Belém, tendo 
como objeto de estudo a Praça Waldemar Henrique, além de uma proposta conceitual 
de requalificação arquitetônica e de uso para a mesma. 
 
 
1.1.2 Objetivos específicos 
 
 
 
 Propor novos equipamentos e mobiliários urbanos para garantir a permanência 
e o convívio dos seus usuários,assim também como requalificar os já 
existentes. 
 Utilizar materiais e técnicas sustentáveis. 
 
 Garantir acessibilidade para todos os tipos de usuários.
14 14 
 
 
 
 
 
 
1.3 METODOLOGIA 
 
 
 
 
O procedimento metodológico adotado é de natureza Qualitativa-Quantitativa. 
De maneira que a pesquisa qualitativa abrange: Pesquisa de campo “in loco” 
(observação direta com registro fotográfico), Pesquisa e análise de documentação 
histórica (cartografia, iconografia, fotos; periódicos e jornais da época), Pesquisa e 
análise de leis e planos de caráter urbano; e Avaliação e análise dos dados coletados 
(bibliográficos e levantamento de campo) em entrevistas com alguns usuários da praça 
e em órgãos públicos (SEURB, FUMBEL e MABE). Em relação à pesquisa 
quantitativa, por exemplo, foram gerados relatórios fotográficos identificando as 
necessidades presentes na Praça Waldemar Henrique. 
A partir desse relatório fotográfico a proposta conceitual de requalificação 
tervenção urbano se estruturou nas seguintes propostas: novos equipamentos 
urbanos e a requalificação dos equipamentos existentes, como a concha acústica, 
arquibancada e palco, para atender as necessidades de uso da praça; novos 
mobiliários urbanos para acomodar e suprir os transeuntes; e integração aos usuários 
portadores de necessidades especiais através experiências sensitivas pelos 
espécimes de vegetação definidas para a praça.
15 15 
 
 
 
 
 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
 
 
 
2.1 PRAÇAS DE BELÉM 
 
 
 
De acordo com Santos (2001) desde seu conceito etimológico, praça é o 
espaço público ou local público onde as pessoas se encontram ou contemplam algo. 
Um ambiente para cenário de festas, comércio, passeios reuniões, encontros e 
desencontros, descanso e movimentos sociais. A existência da praça possibilitou a 
ampliação do traçado da cidade e, por conseguinte, a expansão demográfica 
ampliando o potencial econômico, melhorando a qualidade de vida. 
Praças e largos são logradouros públicos que na forma urbana apresentam a 
mesma função, significado. No Brasil, a utilização das diferentes nomenclaturas é 
apenas temporal. A colonização advinda de Portugal nos trouxe o nome largo, 
indicando espaço aberto para manifestações diversas. Com a proclamação da 
República, a influência urbanística francesa de George Haussmann na política 
municipalista disseminou entre a comunidade o uso do nome praça, até os dias de 
hoje. 
 
No início da estruturação da então Feliz Lusitânia (Atual Belém) no século 
XVII, Segundo Amaral (2004) foi feito um sítio cercado de estacas, denominado de 
Forte do Presépio, instituído pela regra militar portuguesa desde as primeiras invasões 
à África no século XV. Este cercado comumente chamado de paliçada consistia em 
uma estrutura amadeirada de vigas verticais que eram unidas com um espaço central 
aberto onde se formavam o contingente militar e a celebração dos cultos religiosos. 
Este sítio foi o primeiro largo da nova terra e como era conhecido entre os arraias 
militares da época, chamou-se de Praça das Armas. Os primeiros conquistadores 
dessa terra construíram nessa fortificação uma pequena e rústica igreja para acolher 
a imagem do Santo Cristo e assim, demonstrar a percepção portuguesa de fé em Deus 
e na pátria. 
Após um período de embates entre os Índios Tupinambás, um dos primeiros 
habitantes da região, e os portugueses, a relação de colono e colonizador foi 
estabelecida e dessa forma houve o fim à resistência do domínio da área de 
desembarque. A povoação começava crescer e consequentemente aquele pequeno 
cercado da paliçada se expandia para um espaço maior com o intuito de abrigar a
16 16 
 
 
 
 
 
 
recém comunidade instituída. Com esse crescimento na parte externa da fortificação 
foi aberta mais uma clareira na selva, cuja intenção primordial não era mais para 
defesa e sim para a subsistência através de espaços abertos para a criação de animais 
domésticos e pastagens para os animais de serviço, além de construção de casebres 
a fim de abrigar os primeiros mandatários, madeira e peças de artilharia, gerando 
assim mais um largo. 
O novo núcleo urbano se estabeleceu a partir do Forte do Presépio e do 
desempacado tendo como marco a elevação de uma igreja com matriz em tributo à 
Nossa Senhora da Graça, que se tornou o Largo da Matriz e originou as primeiras ruas 
e moradias da colônia, além de definir o primeiro traçado urbano de Belém, 
alavancando a sua ampliação. Mais tarde se chamou de Largo da Sé e atualmente é 
conhecido como Praça Dom Frei Caetano Brandão onde a decisão de construir essa 
praça veio por meio da Resolução número 54, de 24 de março de 1899 do então 
intendente da época Antônio José Lemos. 
Para Abreu (2003) foi do Largo da Matriz que surgiram os primeiros caminhos 
abertos na mata, que iam à direção norte-sul, ratificando o planejamento de uso dos 
eixos cardeais. A partir desse largo abriu-se uma vereda acompanhando a ladeira 
muito íngreme do terreno marginal ao atual Rio Guamá. Essa vereda chamou-se Rua 
do Norte, atual Siqueira Mendes, sendo a primeira rua da colônia. Como 
historicamente essa rua foi aberta apenas em 1621, comprova-se que Belém, durante 
um período de cinco anos, não se estendeu além do forte e do Largo da Matriz. Porém, 
após a abertura da primeira rua, os colonizadores começaram a definir os caminhos 
do desenvolvimento urbano. Eles abriram vias nas redondezas das vizinhanças da 
Matriz, tendo o forte como eixo principal de um crescimento radial no desenho das 
ruas. 
 
Em 1622 foi construída mais uma ermida afastada do núcleo principal em 
honra de São João Batista. Esse ambiente servia de palco para as celebrações 
dedicadas ao santo. O acesso a essa capela era feito através de um rasgo no caminho, 
que na época era chamado de Rua de São João que havia sido iniciado no Largo da 
Matriz e resultando num pequeno terreno nomeado de Largo de São João Batista, 
sendo o terceiro largo da colônia, que nos dias de hoje é conhecido como Praça 
República do Líbano. Tempos depois, no ano de 1626, foi concedido pelo capitão-
mor um terreno onde a ordem dos Carmelitas Calçados elevou um convento e a 
primeira versão da capela de Nossa Senhora do Vencimento do Monte. Dessa
17 17 
 
 
 
 
 
 
forma nasce o quarto largo da colônia, o Largo do Carmo que atualmente permanece 
com esse nome. 
De acordo com informações da SECULT/PA (2006) devido à posição 
geográfica, a colônia tinha como possibilidade de expansão apenas uma área de sul 
a sudeste. Nas outras direções encontrava-se o Pântano do Piri que impossibilitava o 
crescimento. Este ficava próximo ao núcleo inicial, com uma grande área encharcada 
e com um córrego que deixava toda a área insalubre. Em torno de 1628 as ordens 
religiosas daquela época tinham a missão de catequizar as novas terras e nesse 
período construiu-se um convento e uma pequena igreja da Ordem de Santo Antônio 
da Província de Lisboa, um escampado já afastado do primeiro núcleo, que ia além 
dos limites do Piri, onde a cidade só poderia ter acesso através de embarcação. Devido 
à construção dessa pequena igreja um segundo núcleo habitacional é gerado às 
margens da baía, onde em sua parte voltada para o rio mais um largo surgiria, o Largo 
de Santo Antônio, o quinto da nova colônia que hoje é chamado de Praça Dom Macedo 
Costa. A ocupação dessa área além-Piri proporcionou ao governo a construção de 
uma ponte sobre o pântano, um caminho à margem do rio e uma ligação fluvial para 
o convento desde o centro da colônia. 
Dando continuidade ao trabalho à exemplo dos frades de Santo Antônio, 
segundo Amaral (2004) os fradesda Ordem da Redenção dos Cativos, que mais tarde 
seriam conhecidos como Mercedários, receberam a autorização de edificar um 
convento e uma capela por uma concessão da Câmara. O terreno doado encontrava- 
se na área intermediária do caminho que ultrapassava o Piri, entre o convento de 
Santo Antônio e o núcleo inicial, seguindo a costa do rio. No ano de 1640 o complexo 
convento-capela em taipa e palha, estava pronto para receber os frades do Equador. 
Dessa forma, foi aberto um sexto largo na colônia chamado de Largo das Mercês, 
atualmente chamado de Praça Visconde do Rio Branco. Nesse novo largo as 
atividades de comércio se desenvolveram de forma muito mais ampla do que no 
núcleo inicial. 
Esses dois novos núcleos na área dos campos que eram conhecidos pelos 
moradores como Campina transformaram-se no eixo viário mais expressivo da colônia, 
vindo desde o caminho do Largo da Matriz até o Convento de Santo Antônio, 
ultrapassando o Piri. Esses campos eram áreas que de acordo com perspectiva de 
ampliação urbana eram áreas desmatadas que serviam para expressões religiosas ou 
culturais da população. A classe mercantil aumentou ao longo desta área e
18 18 
 
 
 
 
 
 
arredores permitindo a instalação de armazéns e pequenos comércios através de 
novos percursos transversais e paralelos na mata. Dessa forma um novo espaço 
começou a se desenvolver, crescer e a ser ocupado gerando assim o bairro da 
Campina. 
 
 
Figura 1 – Os dois novos núcleos Urbanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: <https://www.sudoestesp.com.brfilecolecao-imagens-periodo-colonial>. 
Acesso em: outubro de 2016. 
 
 
Em meados de 1650 houve a construção de uma igreja em homenagem a 
Santa Luzia e um pequeno hospital, nomeado Santa Casa de Misericórdia, por uma 
instituição chamada de Irmandade de Santa Luzia. Essa instituição graças ao apoio 
do governo recebeu uma doação de um pedaço de terra para a construção das 
edificações, terreno este já mais afastado do rio. Em frente à igreja e ao hospital, o 
novo espaço foi denominado de Largo da Misericórdia, o sétimo largo da colônia hoje 
Praça Barão do Guajará.
19 19 
 
 
 
 
 
 
Nesse período a discriminação para com colonos negros – escravos oriundos 
da África como mão de obra e mercadoria – fez com estes fossem impedidos de 
frequentar os templos religiosos então existentes. No final do século XVII uma 
entidade intitulada de Irmandade do Rosário dos Homens Pretos com a autorização 
de cuidar dos interesses dos negros optou por solicitar um espaço para a construção 
de um templo de culto religioso próprio para os escravos. Com a permissão do 
governador foi concedido um pedaço de terra afastado do núcleo inicial, próximo ao 
limite da colonial com mata. Neste local foi erguida uma capela de Nossa Senhora do 
Rosário dos Homens Pretos, com um terreno aberto frontal que se chamou Largo do 
Rosário da Campina. 
Com o fim final do século XVII era possível observar de forma nítida como o 
traçado de Belém se diferenciava entre os dois núcleos formados: a Campina – que 
hoje é popularmente chamada de “Comércio”, sendo que a parte mais afastada 
continua sendo conhecida pelo nome original de bairro da Campina – e a Cidade – a 
parte mais antiga da cidade, conhecida nos nossos dias como Cidade Velha, que teve 
origem a partir do Forte do Presépio – separados pelo pântano do Piri. Os limites da 
expansão urbana ao longo do rio seriam determinados por duas ordens religiosas: a 
dos Franciscanos, no largo de Santo Antônio, e a dos Carmelitas, no Largo do Carmo. 
Esses dois largos foram determinantes para a estruturação do espaço urbano e na 
organização espacial das praças, já que os largos se originavam a partir dos espaços 
próprios das igrejas, acrescidos de seus conventos. Era um costume das igrejas que 
fosse reservado o pátio para o uso privado de eventos religiosos e mais a frente o 
largo para convivência popular em romarias. 
Até uma parte do século XVIII a distribuição de ruas apresentou a mesma 
composição. Algumas novas ruas surgiram, sendo estas por vezes prolongadas para 
o interior de ruas já existentes. O crescimento da cidade era constante e cada vez 
mais esta se afastava do litoral expandindo a sua malha urbana sem alterações que 
viessem a extinguir a concepção inicial. Com o transcorrer do tempo, as necessidades 
habitacionais durante o processo de ocupação cresceram e com isso novos pátios e 
largos foram consolidando-se, sendo pelo estabelecimento de uma nova igreja ou 
sendo pelo surgimento de novos campos. 
Para Abreu (2003) o século XVIII trouxe consigo os frades Antoninhos que ao 
se estabelecerem na colônia, conquistaram permissão para construírem o Convento 
de São Boa Ventura numa área à beira-rio antes denominada de Porto do Tição. Em
20 20 
 
 
 
 
 
 
frente ao novo convento, mais um descampado se acrescia a colônia: O Largo do 
Bagé, depois Praça do Arsenal e nos dias atuais Praça 11 de junho. Esse novo largo 
evidencia a ultrapassagem do limite então estabelecido pelo Largo do Carmo. Já os 
frades Franciscanos que haviam margeado o Piri e explorado o interior da mata, 
abriram uma grande clareira isolada em relação ao centro onde edificaram o Convento 
de São José. Um extenso e difícil percurso foi aberto para fazer a ligação com a 
Cidade, a Estrada de São José. O restante da clareira não construída tornou-se o 
Largo de São José, conhecido hoje como Praça Amazonas. 
Neste período a necessidade de um cemitério para os menos afortunados e 
escravos era eminente. Dessa forma houve um prolongamento mata adentro da 
Travessa dos Mirandas – atualmente a Avenida Presidente Vargas – e no término 
desta abriu-se uma grande clareira para tal finalidade. No início, enquanto era utilizado 
como cemitério, a comunidade o denominou de Largo da Campina. Considerando a 
distância do núcleo habitacional para o novo largo aberto o governo realizou uma 
transferência de seus estoques de armamentos e pólvoras do Forte do Presépio para 
o novo local, constituindo ali um novo depósito. De Largo da Miranda passou a ser 
chamado de Largo da Pólvora, posteriormente Praça Dom Pedro II e hoje Praça da 
República. Com o novo depósito de pólvora e o cemitério, o movimento na Travessa 
dos Mirandas tornou-se constante, possibilitando um crescimento maior ao já então 
citado bairro da Campina. 
Segundo Santos (2001) durante o reinado de Dom José I de Portugal, seu 
primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, optou, no ano de 1751, no momento da 
reorganização do império ultramarino português, alterar a situação política da região 
amazônica. Para tal fim, criou um governo principal no Grão-Pará. Para governar o 
Estado do Grão-Pará, foi instituído o seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça 
Furtado (1751 à 1758). Foi o marco de uma época singular para o desenvolvimento 
da cidade, conhecida no momento como período pombalino, fazendo menção histórica 
ao Marquês de Pombal. O novo governador com o apoio da Coroa Portuguesa, 
devotou-se a melhorar as vias urbanas, construir novos edifícios e a embelezar os que 
já existiam. Nesse período a institucionalização dos largos foi mantida segundo a 
filosofia urbana portuguesa que via tais largos como espaços para ajuntamento público, 
sem a necessidade de serem ambientes de lazer e encontros, como aconteceria 
tempos depois.
21 21 
 
 
 
 
 
 
Sobe influência dos habitantes de maior poder aquisitivo e do poder 
eclesiástico, começou a ser construída na Campina por volta de 1761, no caminho 
entre o Convento de Santo Antônio e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos 
Homens Pretos,a Igreja de Sant’Ana, projetada e elevada pelo arquiteto italiano 
Antônio Giuseppe Landi até 1782. Esse arquiteto italiano, viveu os últimos 32 anos de 
sua vida em Belém, onde trabalhou projetando e construindo as maiores obras do 
século XVIII, sendo referência destacada no urbanismo da cidade. Como de costume, 
em frente a Igreja de Sant’Ana, formou-se o Largo de Sant’Ana, atualmente Praça 
Maranhão. 
Posteriormente com o novo governo de Fernando da Costa de Athaíde Teive 
(1763 à 1772) o ideal de transformar Belém na capital da Amazônia e, por hipótese, 
na capital do reino português, se tornou mais intenso e com isso o governador vigente 
ordenou a construção do pomposo Palácio do Governadores, segundo o projeto de 
Landi. O arquiteto sendo detalhista e cuidadoso, retificou a irregularidade frontal do 
terreno e o transformou em um retângulo de grandes lados. Dessa forma estava 
formado o Largo do Palácio, hoje Praça Dom Pedro II. Essa obra possibilitou um 
espaço urbano muito relevante para definir a imagem da cidade. 
De acordo com Amaral (2004) o impulso de progresso no período pombalino 
aumentou a intenção de se expandir os horizontes da cidade. Em meio ao caminho 
que tinha sido aberto para um engenho, que posteriormente seria chamado de Utinga, 
a partir do Largo da Pólvora, denominado Estrada do Utinga (anos depois chamado 
de Estrada de Nazareth), um desmatamento mais vasto permitiu o surgimento de uma 
área bem distante, tanto da Cidade quanto da Campina que se chamava Aldeia de 
Nazareth. Em seu centro, formado por amplo largo, a junção da fé de um caboclo 
chamado Plácido – que cultuava em um nicho uma imagem da Virgem de Nazareth 
— e a autoridade religiosa da cidade, Dom João Evangelista Pereira, permitiu que 
fosse erguida em 1774 uma ermida para culto da santa. 
Neste ambiente de peregrinação popular iniciou, em 1793, a tradição da 
expressão da religiosidade paraense: o Círio de Nazaré. Do largo inicial chamado 
Largo de Nazareth e atualmente Praça Santuário de Nazaré, desde aquele ano cultua- 
se a Virgem e se proporciona diversões dentro das tradições originais portuguesas. A 
cidade encontrou sua celebração maior, e permanece pelos tempos até hoje. Ao fim 
desse século, Belém estava estruturada e com o território bem definido: a sede do 
governo administrativo encontrava-se localizado na Cidade e o comércio, na Campina.
22 22 
 
 
 
 
 
 
O início do novo século trouxe à cidade, o começo das obras de drenagem do 
Piri na administração do governador Dom Marcos de Noronha e Brito (1803 à 1806). 
Essas obras durariam por volta de vinte anos, determinando os rumos da evolução de 
Belém. Nesse mesmo período, em área determinada mais afastada do Piri, na 
povoação então popularmente chamada de Aldeinha, surgiria mais um largo 
decorrente da construção de mais uma igreja. O templo religioso dedicada à 
Santíssima Trindade deu origem ao Largo da Trindade, atualmente Praça Barão do 
Rio Branco. Tempos depois, já na década de 1820, um logradouro de médias 
proporções foi tomado pelo governo, que lhe designou pelo nome de Largo de Sergipe, 
dando-o para uso da comunidade. Essa grande área era um dos ambientes mais 
agradáveis de Belém: a Praça Batista Campos. 
Entre 1831 à 1840 Soares (2009) afirma que Belém vivenciou uma insurreição 
armada, a Cabanagem. Mestiços, indígenas e brancos promoveram uma série de 
conflitos sociais que ocorreram em toda a província. Após a instabilidade política 
proporcionada pelo conflito, Belém sofreu uma reformulação nas suas demarcações 
e foi dividida em três unidades de menor divisão administrativa, que no antigo império 
português eram chamadas de freguesias. As freguesias foram a da Sé, a de Sant’Ana 
e a da Trindade. Na fronteira desse novo traçado foi aberto mais um largo, que 
denominado pela comunidade de Largo do Esquadrão, atualmente Praça Brasil. Esse 
largo foi destinado para atividades de um esquadrão de cavalaria do exército, 
explicando a origem do nome do largo em meados do século XIX. 
Seguindo ao leste o prolongamento de uma estrada larga que saia próxima ao 
Largo de Nazaré e terminava em um grande terreno aberto gerou o Largo de São 
Braz. Nessa área por volta do fim do século XIX, haveria a inauguração de uma 
estação central da Estrada de Ferro, o que alavancou a economia local devido à 
estabilidade do transporte para a capital dos produtos agrícolas produzidos nos 
arredores. Neste momento a cidade ganha uma nova característica física, como 
edifícios mais suntuosos – como o Theatro da Paz – e com residências de acabamento 
e construção mais refinada. Até mesmo os largos já passam a ter mais atenção pela 
municipalidade, que promovia alguma limpeza em seus caminhos e acrescentava o 
plantio de árvores nos terrenos centrais. 
 
 
Neste momento os espaços públicos da cidade não eram todos urbanizados 
ou ajardinados. Eles serviam apenas como locais de fluxo de pessoas. Apesar de
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alguns desses espaços públicos terem certo tipo de manutenção, não se tinha o hábito 
do passeio ou do encontro nesse ambiente, o que só teve início com a inclusão da 
economia do ciclo da borracha, na passagem dos séculos XIX e XX. 
De acordo com Soares (2009) ao findar os trinta anos do século XIX, com o 
aproveitamento mundial do produto da seringueira (Hevea brasiliensis), árvore nativa 
da Amazônia, iniciou-se o conhecido Ciclo da Borracha, período de ostentação e 
grandiosidade sem limites região, e que transformou a dinâmica da vida na cidade, 
produzindo um elevado contingente populacional em decorrência da imigração. A 
contagiante riqueza da borracha proporcionou uma série de melhorias urbanas na 
capital da província. 
No início do século XX, Belém já assumia a feição de um canteiro de obras, onde 
os locais tradicionais (largos, praças, avenidas e ruas antes abandonadas e 
insalubres) recebiam tratamento refinado tendo como referência o Velho Mundo. Sem 
esquecer a amplitude da cidade até seu limite da primeira légua patrimonial, a 
Intendência Municipal também providenciou o ordenamento dos novos bairros 
afastados, realizando demarcações e incentivando o povoamento das periferias. 
Mesmo depois de demarcado o lote para construir o Palacete Municipal — 
situado ao lado do Palácio do Governo e inaugurado em 1883 — restou um extenso 
terreno localizado em sua parte posterior. Em 1908, essa área semi-abandonada seria 
urbanizada com um tratamento paisagístico e receberia o nome de Jardim Prudente 
de Moraes, em homenagem ao ex-presidente do Brasil. Atualmente a denominação é 
de Praça Filipe Patroni, jornalista paraense com participação na história da imprensa 
escrita do Pará. Durante mais de uma década, até a saída política de Antônio Lemos, 
o embelezamento urbanístico transformou Belém — outrora a longínqua capital do 
norte do Brasil — numa cidade bela, iluminada, pavimentada. 
Ainda durante a gestão de Lemos, em 1907, por iniciativa do governo federal, 
começaram as obras do porto de Belém, que se prolongaram até 1914, quando foram 
interrompidas pelas dificuldades financeiras da executora americana Port of Pará 
Company. Nesse período, a frente da cidade foi ampliada em direção ao rio com um 
grande aterro necessário às obras. Essa intervenção corrigiu a ligação do antigo 
Igarapé das Almas (atual Avenida Visconde de Souza Franco) com a Baía de Guajará, 
e permitiu canalização da Doca do Reduto, que se transformou na atual Praça General 
Magalhães.
24 24 
 
 
 
 
 
 
A extensa Avenida Marechal Hermes e o Bulevar Castilhos França, situados entre os 
armazéns e os prédios já existentes na cidade, fora resultados imediatos do 
aterramento promovido para asobras do cais. No longo terreno marginal à avenida, 
durante algum tempo nada foi construído, exceto o suntuoso prédio da Port of Pará, 
administradora do porto. Uma das áreas posteriores ao prédio tinha tamanho tão 
significativo que nela pôde ser realizado o VI Congresso Eucarístico Nacional (1953), 
com participação de milhares de pessoas. Esse evento permitiu ao povo referenciá-la 
durante muitos anos como Praça do Congresso. Anos depois, plenamente urbanizada 
pela prefeitura, passou a se chamar Praça Kennedy. Hoje, em uma justa homenagem 
ao que é considerado o maior músico e maestro paraense, chama-se Praça Waldemar 
Henrique (Soares, 2009).
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2.2.1 Praça Waldemar Henrique 
 
 
 
 
Formada pela quadra Avenida Marechal Hermes, Rua Gaspar Viana, Avenida 
Presidente Vargas e Praça Magalhães, no Bairro da Campina, a conhecida Praça do 
Congresso foi nomeada de Praça Kenedy, cuja construção coube à Secretaria de 
Obras, então exercida pelo engenheiro José Maria Barbosa no dia 30 de dezembro de 
1965. No de 1996, Belém recebia um novo gestor, o Prefeito Edmilson Rodrigues que 
através de uma proposta regionalista, propõem a primeira intervenção de revitalização 
para o parque turístico conhecido como Praça Kenedy. A alteração viria para resgatar 
e enaltecer a cultura paraense através de um espaço que homenageasse o maestro 
e compositor paraense Waldemar Henrique de alta representatividade e de grande 
valor cultural para o Pará (O LIBERAL, 1998). 
 
 
 
Figura 2 – Praça Kennedy na década de 1960 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: <https://fauufpa.org/2012/04/30/a-praca-kennedy-na-decada-de-1960- 
circulos-para-aeromodelismo/ >. Acesso em: outubro de 2016.
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O início das obras da Praça Waldemar Henrique, em 23 de agosto de 1998, foi 
marcado pelo concurso de pintura dos tapumes que cercava a então Praça Kenedy, 
através da Secretaria Municipal de Educação. Os trabalhos deveriam ter como tema 
a música em alusão à vida e obra do maestro e compositor. A construção da praça vai 
foi avaliada em pouco mais de R$450.000,00 e com o objetivo de ser concluída para 
o aniversário de 383 anos da fundação de Belém em janeiro de 1999 (O 
LIBERAL, 1998). 
 
Figura 3 – Vista aérea da Praça Waldemar Henrique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Biblioteca Pública, 2016. 
 
 
 
A Praça Waldemar Henrique foi inaugurada em 17 de janeiro de 1999 em meio 
à segunda corrida de Belém e a diversos Shows culturais. Segundo o prefeito, vigente
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na época, Edimilson Rodrigues, a praça é uma homenagem à altura do homem e do 
artista que foi Waldemar Henrique. Para o prefeito, a então antiga Praça Kenedy, que 
homenageava ao presidente norte americano John Kenedy, não representava nada 
em termos históricos para os paraenses. Pode-se dizer que esse é um logradouro 
musical, um novo espaço de resgaste da história paraense (O LIBERAL, 1999). 
 
Figura 4 – Domingo de Inauguração da Praça Waldemar Henrique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Biblioteca Pública, 2016. 
 
A praça foi um trabalho de equipe que iniciou com a concepção dos traçados do 
próprio prefeito, que é arquiteto, e posteriormente foram feitas adaptações pela Seurb, 
Funverde e Ctbel, para que a praça contemplasse vários aspectos importantes como 
a mobilidade, conforto térmico e função. Com 10.300m², a praça possui rampas para 
que pessoas portadoras de necessidades especiais possam transitar sem 
dificuldades, inclusive no palco que é um verdadeiro monumento com forma de teclas 
de piano de cauda, uma referência ao principal instrumento do maestro. Além disso, 
a praça conta com uma concha acústica em forma de cuia; playground com 
brinquedos lembrando as músicas do maestro e calçadas com desenhos de notas 
musicais e com estrofes de composições do homenageado; novo tratamento 
paisagístico; um terminal de passageiros de 90 metros quadrados que também abriga 
32 ambulantes e uma arquibancada para cerca de 400 pessoas (O LIBERAL, 1999). 
 
Existe um banheiro público com um jardim interno e uma área exclusiva para os 
portadores de necessidades especiais. A praça obedece a uma linguagem amazônica,
28 28 
 
 
 
 
 
 
mas ao mesmo tempo universal através da utilização de materiais em ferro, madeira 
e concreto, que se convenciona chamar de High-Tech. Linhas e as esculturas 
representam os personagens cantados em suas músicas e que pertencem ao nosso 
folclore. Vista de cima, de uma ponta a outra foram dispostos elementos arquitetônicos 
lembrando a obra do maestro, que morreu em março de 1995 deixando canções que 
falam do imaginário e do folclore amazônico, como Foi Boto Sinhá, de 1933 e o 
Uirapuru, de 1934, e o elemento que mais caracteriza a homenagem a Waldemar 
Henrique: uma empena onde se colocou a efigie do maestro, uma frase dele – “Fiz da 
minha vida uma canção” (O LIBERAL, 1998). 
 
 
 
Figura 5 – Perspectiva da Praça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: <http://www.belem.pa.gov.brver-belemdetalhe.phpp=283&i=1>. Acesso em 
novembro de 2016. 
 
 
Mesmo após a conclusão e inauguração do novo espaço, coube a vontade 
popular por meio de um plesbicito a renomeação da praça Kenedy, que o prefeito 
Edimilson Rodrigues batizou de Waldemar Henrique, já que o projeto denominando 
oficialmente o nome do maestro para a praça reformada pela prefeitura não passou 
na Câmera Municipal de Belém. A polêmica em torno do nome da Praça Waldemar 
Henrique, deu-se em função de ter sido batizada sem prévia consulta à câmera dos
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vereadores, como prevê a lei. Após uma reforma completa a antiga Praça Kenedy foi 
reinaugurada no dia 12 de setembro de 1999, com o nome de Praça Waldemar 
Henrique, homenageando o compositor paraense (O LIBERAL, 1998).
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2.2.2 O Homenageado 
 
 
 
 
 
Segundo Barros (2005) o Compositor e pianista Waldemar Henrique da Costa 
Pereira nasceu em Belém do Pará no ano de 1905. Seu pai apresentava origem 
portuguesa e a mãe, origem indígena, que morreu quando ele ainda era criança. Este 
fato faz com ele se mudasse para a cidade do Porto, Portugal, aos seis anos de idade, 
onde viveria sua infância. No ano de 1917 ele retorna para o Pará e, no ano seguinte, 
inicia os estudos de solfejo e piano. Tempos depois dedica-se em estudar violino, 
harmonia, composição e canto, e compõe suas primeiras canções, Minha Terra e 
Felicidade. Já no ano de 1929, ele ingressa no Conservatório Carlos Gomes e no início 
dos anos trinta torna-se pianista e diretor artístico da Rádio Clube do Pará e escreve 
para companhias de teatro de revista em Belém. 
Ao término de 1933, muda-se para o Rio de Janeiro com o intuito de especializar 
os estudos e desenvolver a carreira artística. Nessa década estuda composição, 
orquestração, regência e permanece a compor com traços claramente inspirados em 
temas amazônicos, chamando atenção de vários intérpretes da época. Em 1934 
consegue fechar contrato com uma gravadora para editar algumas das suas 
composições e com o fim da década é contratado como artista exclusivo da Rádio 
Tupi. 
 
Nas décadas posteriores Waldemar Henrique obedece a um ciclo de excursões 
e viagens divulgando seu trabalho. Na década de 1940 viaja à Argentina e ao Uruguai, 
tendo por companhia a irmã e outros intérpretes. Entre as mais diversas canções 
divulgadasno período, destacam-se pelo sucesso o registro de Minha Terra, por 
Francisco Alves, e Tamba-Tajá, gravada por Antonieta Fleury de Barros e nesse 
momento ele se envolve e dedica-se na fundação da Sociedade Brasileira de Autores, 
Compositores e Editores de Música (Sbacem). Com o desfecho guerra é comissionado 
como funcionário do Itamaraty para excursionar pela França, Espanha e Portugal, no 
ano de 1949, com a intenção de disseminar a música brasileira. 
Em 1956 de acordo com Brito (1986) grava seu primeiro LP, apenas com suas 
canções, interpretadas por Jorge Fernandes. Ao passarem dois anos apresenta sua 
versão musical de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e é eleito 
para a Academia de Música do Rio de Janeiro. Nos anos 1960 retorna à terra natal e 
em 1965, é nomeado diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de
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Educação e Cultura do Pará e assume a direção do Teatro da Paz, em Belém. Torna- 
se diretor do Conservatório Carlos Gomes. 
 
 
 
Figura 6 – Waldemar Henrique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103>. Acesso em: 
 
novembro de 2016. 
 
 
Aliverti (2003) afirma que longe das atividades musicais, sua obra é relembrada 
com a regravação de Tamba-Tajá, por Fafá de Belém, em 1978. No mesmo ano foi 
prestigiado com a sua biografia escrita por José Claver Filho - Waldemar Henrique: O 
Canto da Amazônia - e publicada pela Fundação Nacional de Arte (Funarte). No ano 
de 1981 é eleito para a Academia Brasileira de Música. 
A obra de Waldemar Henrique revela a grande mistura de múltiplas vivências 
musicais e culturais. Primeiramente é necessário destacar o interesse permanente e 
a forte influência da cultura e da música regional no repertório de sua obra. Os gêneros 
e temas, ambientações e timbres amazônicos estão estritamente presentes em seus 
trabalhos, e esse regionalismo é o motivo do seu relativo sucesso a partir dos anos 
1930. Nesse âmbito, a maioria de suas composições aborda a natureza da região,
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suas histórias e lendas. Dessa forma, muitas de suas canções se apoiam nos registros 
folclóricos, revelados nos títulos, como Foi o Boto Sinhá (1933) - o boto que à noite se 
transfigura em homem para seduzir as jovens -, Cobra Grande (1934) - uma vez por 
ano a cobra sai de seus domínios para escolher sua noiva entre as moças virgens -, 
Tamba-Tajá (1934) - oração à planta sagrada para evocar o amor de um índio a sua 
amada -, Matinta Perêra (1933) - pássaro com canto agourento que se transforma em 
bruxa às sextas-feiras -, Uirapuru (1934) - pássaro de belo canto que extasia e 
aproxima os amores -, e Curupira (1936) - o conhecido personagem brincalhão que 
protege animais dos caçadores.Em março de 1995 Waldemar Henrique falece, sem 
sofrimento, de causas naturais, um mês e meio após ter completado noventa e um 
anos de idade.
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3 ESTADO ATUAL DA PRAÇA 
 
 
 
 
 
 
Atualmente, a Praça Waldemar Henrique é cercada pelo grande movimento 
gerado através do seu entorno imediato, como Comandos da Capitania dos Portos, 
IV Distrito Naval da Marinha, Estação das Docas, Terminal Hidroviário, Companhia 
das Docas do Pará e paradas de ônibus lotadas. É no meio desse agito que a praça 
permanece abandonada. 
 
Figura 7 – Arquibancada em estrutura metálica na Praça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
Os ambulantes e guardadores de carros que trabalham por lá, garantem que 
a insegurança na praça é grave. Os assaltos são constantes em todos os períodos do 
dia. Durante a semana o movimento se esvai a partir das 18 horas, porquê pela parte 
noturna é mais escuro e soturno, deixando o local mais inseguro ainda, sem contar 
com a falta de policiamento na área. A área de camelódromo que fica anexa ao ponto 
de ônibus e em baixo da área de arquibancada, perdeu a sua função, pois não existem 
pessoas transitando na praça, diminuindo assim a quantidade vendas e renda. Os
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autônomos que trabalham na venda de artigos de camelô se deslocaram para Av. 
Presidente Vargas em busca de segurança e fluxo de pessoas. 
 
Os equipamentos instalados como a bateria de banheiro, concha acústica e 
arquibancada são moradias, abrigo e dormitórios informais para os mendigos, usuários 
de drogas e assaltantes. O banheiro atualmente está desativado e a concha acústica 
apresenta pichações e sujidades. Os brinquedos da área de playground para as 
crianças se encontram todos pichados e com depósito de sujidades e resíduos. O 
clima é tenso e os constantes assaltos colaboram para que a praça seja cada vez 
menos frequentada. 
 
Figura 8 – Acesso à Bateria de Banheiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016.
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Figura 9 – Concha Acústica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
Assim também como os mobiliários urbanos da praça. Para assentar-se na 
praça, há uma pouca disponibilidade de bancos em toda extensão da praça, sendo 
que a área de arquibancada não foi adaptada pra pessoas portadoras de 
necessidades especiais. Seis lixeiras foram registradas no espaço, sendo que as 
mesmas já apresentam desgaste, mesmo com o tratamento de pintura que recebe. Ao 
longo da área contabilizaram-se apenas oito postes de iluminação, sendo esses 
insuficientes para iluminar o logradouro, uma das principais queixas. 
O movimento da praça também tem diminuído devido à falta de atrações que 
pela segurança, localização e diversidade foram transferidos para o Portal da 
Amazônia, tornando a praça um local sem função social. O movimento que a praça 
ainda tem é no período de festa junina, onde quadrilhas se reúnem no palco para 
apresentações e comemorações. Enquanto isso, a praça permanece como um local 
isolado e inseguro. 
A pavimentação da praça também deixa a desejar. Em diversos trechos 
encontramos o desgaste e desnivelamento do material assim também como a falta de 
piso tátil de alerta e direcional, visando atender a mobilidade de portadores de 
necessidades especiais.
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Figura 10 – Mobiliário Urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DE. 
 
 
 
Figura 11 – Perda de Material no Passeio Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016.
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Figura 12 – Bateria de Banheiro e Cobertura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
 
Figura 13 – Playground. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016.
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Figura 14 – Acesso ao Palco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
Figura 15 – Arborização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016.
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Quanto à vegetação da praça, na parte do se interior constam apenas nove 
árvores de grande porte. Existe uma grande área descoberta onde não é possível se 
abrigar do calor e do Sol. As outras árvores existentes estão ao longo da calçada,sendo contabilizadas em doze espécimes, não sendo eficazes para gerar sombra 
suficiente na parte interna da na praça. 
 
 
Figura 16 – Arborização e Postes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
Ao entrevistar as pessoas que transitam pela praça ou que trabalham ao redor, 
é possível constatar duas principais reclamações: Falta de segurança e iluminação 
insuficiente. A extensa praça não apresenta equipamento de guarita para guarda 
municipal ou polícia militar. A segurança é feita de modo alternado e apenas um turno, 
isto é, há uma alternância de um dia na vigilância da praça, sendo que não existe um 
horário fixo para permanecia dos oficiais de segurança pública. A falta de um posto 
policial dificulta a logística de prevenção e contenção da segurança pública.
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Figura 17 – Ponto de Ônibus e Camelódromo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016. 
 
 
 
 
Figura 18 – Personagens Folclóricos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nilce Silva, 2016.
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4 PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO 
 
 
A segunda intervenção na Praça Waldemar Henrique aborda o resgaste do 
conceito de convívio de do lazer por meio de uma proposta sustentável através dos 
novos equipamentos urbanos, mobiliários urbanos, utilização variada das espécimes 
orgânicas e acessibilidade para todos os tipos de usuários de acordo com um 
programa de necessidades que será trabalhado a seguir. 
Incialmente pensou-se no redimensionamento da calçada e suas faixas de uso 
(serviço, acesso e livre), assim também como na substituição da sua pavimentação 
para concreto estampado, visando à resistência, durabilidade e custo. Acrescentou- 
se ao longo da mesma uma pista de corrida e caminhada como opção de uso para 
seus futuros usuários. Atualmente a praça não apresenta ao longo da sua estrutura a 
sinalização tátil e nem mesmo rampas de acesso para vencer os desníveis. Dessa 
forma, o projeto de intervenção segue os parâmetros da NBR 9050 de Acessibilidade. 
No percurso da calçada foram dispostos novos mobiliários urbanos tais como 
bancos, lixeiras, postes e ponto de ônibus. Hoje em dia, a praça conta com mobiliários 
com mau estado de conservação e com um design comum. Visando um ar regional, 
moderno e funcional para a praça, os novos mobiliários urbanos apresentam materiais 
renováveis, duráveis e com alta qualidade, fazendo com que a relação entre custo e 
benefício seja positiva ao longo do tempo de acordo com a prancha 01 e 03. 
Foi proposto para o logradouro o rebaixamento do nível do solo da praça a partir 
da calçada, sendo que o rebaixamento está apenas nas extremidades do lote, com 
exceção da parte central. A ideia do rebaixamento é advinda da problemática que os 
equipamentos de concha acústica, bateria de banheiro e arquibancada geram na 
extremidade da praça. Por terem alturas elevadas, criam pontos cegos ao longo da 
calçada, deixando o trecho isolado e inseguro. Com o desnível, todos os transeuntes 
que estão no nível da rua poderão ter um passeio livre e a praça passa a ter uma nova 
perspectiva de acordo com a prancha 02. 
A parte central do logradouro conta com uma área de circulação, acesso ao nível 
rebaixado, através de uma rampa, e uma área para camelódromo. Essa área central 
não será apenas passagem, ela será movimentada e interativa através das vendas 
dos autônomos de camelô, gerando vitalidade para o espaço. Ao longo da área da 
rampa, foi pensado como guarda corpo um tipo de canteiro, com árvores de pequeno
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porte, sendo que acoplado a estrutura toda do canteiro há um banco, gerando 
permanência e possibilidade de convívio entre os visitantes como ilustra prancha 02. 
Chegando ao nível inferior, encontra-se a uma extensa área de praça 
alimentação. Os mobiliários projetados para essa área apresentam uma estética e 
funcionalidade distinta. A intenção é que os usuários utilizem a área para outras 
atividades além da refeição. Pode servir como um espaço para encontros e conversas, 
leitura, estudo e reuniões de trabalho por exemplo. Próximo à praça de alimentação 
há uma bateria de quatro quiosques de alimentação. Estes quiosques foram 
idealizados para venda de comidas regionais para a propagação da cultura 
gastronômica paraense. Na mesma área, encontram-se dois equipamentos urbanos: 
um posto policial e uma bateria de banheiros. Este equipamento está divido em 
masculino, feminino e PNE de acordo com a prancha 02. 
Tendo a área de alimentação como referência, à sua direita encontram-se os 
equipamentos de entretimento e lazer com o palco e à esquerda a concha acústica. 
Para dar apoio ao palco foi elaborada uma arquibancada verde. Ela apresenta a área 
de acento revestida em pedra e para os pés uma forração adequada para o 
pisoteamento. Essa arquibancada servirá também como área de acento. Os visitantes 
da praça poderão deitar no acento e aproveitar a vista da praça. À esquerda onde a 
concha acústica se encontra há uma vasta área livre que serve como plano de fundo 
para ressaltar a concha. Em frente à concha há uma área livre que comportará as 
pessoas que irão comtemplar algum evento como mostra a prancha 02 e 03. 
A praça também contará com uma área de playground e academia verde. Como 
ilustra a prancha 03 e 02. O playground será de brinquedos em madeira renovável e 
com diversas possibilidades de uso. O playground será composto por um escorregador 
simples, balanço, barra de equilíbrio, macaco, gangorra e trilha de pneus. A academia 
verde também apresentará mobiliário em madeira renovável, trazendo rústico e 
sofisticação. Além disso o mobiliário apresenta baixa manutenção. 
Através de uma seleção específica de espécimes que pudessem estimular os 
sentidos das pessoas, foi projetado um jardim sensorial com espécimes com de 
texturas variadas, para estimular o tato; repuxos de água, introduzindo aquários, para 
estimular a audição; a visão é aguçada pelo cultivo de espécies com folhagem e flores 
diversas; o olfato, pelos aromas e, a gustação, pelo uso de ervas aromáticas ou 
plantas comestíveis no jardim. Além disso, a arborização da árvore foi proposta para 
garantir sombra, conforto térmico e psicológico como ilustra prancha 04. 
 
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PRANCHA 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRANCHA 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRANCHA 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRANCHA 04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 CONSIDERAÇOES FINAIS 
 
 
A Proposta Conceitual de Requalificação Arquitetônica e de Uso foi alcançada 
por meio de novos equipamentos e mobiliários urbanos e a requalificaçãodos já 
existentes, através de materiais sustentáveis e adaptações arquitetônicas para garantir a 
acessibilidade dos usuários. 
Em consequência disto, o uso da praça é resgatado e esta volta a ser o lugar 
intencional de encontro, da permanência dos acontecimentos, de práticas sociais, de 
manifestação da vida urbana e comunitária, e consequentemente, de funções 
estruturantes e arquiteturas significativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
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(Tese de Mestrado) 
ALIVERTI, Márcia Jorge. Uma visão sobre a interpretação das canções amazônicas de 
Waldemar Henrique. Dissertação de Mestrado. São Paulo, Escola de Comunicações e 
Artes da Universidade de São Paulo, 2003. 
AMARAL, Ribeiro do. Fundação de Belém do Pará. Senado Federal: Brasília, 2004. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a 
edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos, 2015. 
BARROS, Maria de Fátima Estelita. Waldemar Henrique Folclore,Texto e Música num 
único projeto - a Canção. Dissertação de mestrado, Instituto de Artes, Unicamp, 2005. 
BRITO, Maria Lenora Menezes de. Uma leitura da música de Waldemar Henrique. 
Belém, Conselho Estadual de Cultura, 1986 (Coleção "Cultura Paraense", série 
"Theodoro Braga"). 
Jornal do Povo. Belém, 24 de janeiro de 1999. Ano III, n. 91. p. 4. 
Largos, coretos e praças de Belém – PA, Elizabeth Nelo Soares. Brasília, DF: Iphan / 
Programa Monumenta. 
Salles, Egydio, Praça Kenedy: Uma retificação. O Liberal. Belém, 09 de setembro de 
1998. Atualidades. p. 2. 
SANTOS, Paulo F. Formação de Cidades no Brasil Colonial. UFRJ: Rio deJaneiro, 
2001. 
SECULT/PA. Anais do Arquivo Público do Pará. Feliz Lusitânia. (Série Restauro – 
vol.4). 2006. 
SOARES, Elizabeth Nelo. Largos, Coretos e Praças de Belém. Brasília, DF: Iphan / 
Programa Monumenta, 2009. 
 
Martins, Edwaldo. De Kenedy para W. Hemrique. O Liberal. Belém, 06 de setembro de 
1998. Cartaz. 
Murais. O Liberal. Belém, 23 de agosto de 1998. Cartaz. p. 2. 
Nome da praça será decido em plesbicito. O Liberal. Belém, 03 de setembro de 1999. 
Atualidades. p. 6. 
Plebiscito aprova o novo nome. O Liberal. Belém, 13 de setembro de 1999. Atualidades. 
p. 6. 
49 49 
 
 
PORTO, Luis Paulo Monteiro; BRASIL, Heliana Maria Silva (Organizadores). Manual 
de Orientação Técnica da Arborização Urbana de Belém: guia para planejamento, 
implantação e manutenção da arborização em logradouros públicos. Belém: 
Universidade Federal Rural da Amazônia, 2013. 
Waldemar Henrique recebe homenagem. O Liberal. Belém, 24 de agosto de 1998. 
Atualidades. p. 6. 
Waldemar Henrique torna praça Kenedy. O Liberal. Belém, 18 de janeiro de 1999. 
Atualidades. p .5.

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