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Resumo Adm. 2° prova Átila Araujo IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Obs. (ler dos artigos 1 ao 14 da lei 8429/92) CONCEITO: É designativo técnico para definir a corrupção administrativa, como desvirtuamento da administração pública, com a desobediência às regras de administração pública. FONTES: Está prevista na CF de 1988 em 04 hipóteses: a) Art.15: Suspensão dos Direitos Políticos em razão de Improbidade Administração. b) Art.85: Prática de atos de improbidade faz parte do rol de crimes de Responsabilidade do Presidente da República. c) Art.14, §9º: Improbidade Administrativa no Período Eleitoral. d) Art. 37, §4º: Regulado pela Lei 8429/92: Lei da Improbidade Administrativa. COMPETÊNCIA para LEGISLAR sobre IMPROBIDADE: ➢ União: Com fundamento no art.22, I, a doutrina atribui competência legislativa exclusiva à União para legislar a respeito, em razão da natureza das sanções aplicadas pela lei de improbidade (natureza eleitoral, civil, que são de legislação exclusiva pela União). ➢ - No que tange ao procedimento administrativo a competência é concorrente, ou seja, a União legisla sobre normas gerais, e os outros entes legislam sobre matérias específicas. NATUREZA JURÍDICA: ➢ Não é ilícito penal. Para que um ato de improbidade seja também considerado ilícito penal, é necessário que esteja tipificado como tal em Lei Penal. - OBS: Todo crime contra administração é ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade é crime. ➢ Também não é ilícito administrativo. Mas a Lei 8.112/90, estatuto dos servidores, pode estabelecer que um ato de improbidade seja também infração funcional, sendo, neste caso, também ilícito administrativo. ➢ Tem natureza de Ilícito Civil, embora alguns doutrinadores considerem que ela pode ter natureza de ilícito político em alguns casos. É apurado pela Ação de Improbidade Administrativa, que tem natureza de Ação Civil Pública. - OBS: Um Ato de Improbidade que seja ilícito civil, poderá também ser um Ilícito Penal e Ilícito Administrativo, hipótese na qual haverá procedimento para punição nas instâncias civil, administrativa e penal. ➢ Regra Geral: Incomunicabilidade das Instâncias. Exceções: a. Sentença Absolutória no Processo Penal por inexistência do fato ou negativa de autoria: Neste caso, há comunicação das instâncias, e o absolvido no processo penal será absolvido também nos processos civil e administrativo. b. Absolvição por Excludente no Processo Penal: Faz Coisa Julgada no Processo Civil no que diz respeito à existência da excludente. Contudo, ainda assim, o absolvido por excludente poderá ser condenado no civil. c. Art.935, CC/02; Arts.65 e 66 do CPP; Art.126, Lei 8.112/90: Outras situações onde há comunicabilidade de instâncias. Não há necessidade de sobrestação dos processos civil e administrativo enquanto correr o processo penal, mas o ideal é o que o juiz o faça, embora não seja obrigado a fazê-lo. SUJEITO ATIVOS E PASSIVOS ATENÇÃO: Confusão entre sujeito passivo e sujeito ativo. ➢ Sujeito ativo do ato de improbidade: Agente público ímprobo. ➢ Sujeito passivo do ato de improbidade: Ente público. ➢ Sujeito ativo da ação de improbidade: Ente público (ou MP). ➢ Sujeito passivo da ação de improbidade: Agente público. SUJEITO PASSIVO (Art.1º, Lei 8429/92): a. Administração Direta, Sociedade de Economia Mista, Empresa Pública, Autarquias e Fundações. b. Pessoa Jurídica na qual o Poder Público participe com mais de 50%. Neste caso, a PJ está sujeita integralmente à Lei de Improbidade. c. Pessoa Jurídica na qual o Poder Público participe com menos de 50%: Neste caso, as sanções ficarão limitadas ao patrimônio, e a sanção pela improbidade ficará limitada ao prejuízo causado ao Poder Público. Ex. Fundos de Pensão das Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. SUJEITO ATIVO: a) Agentes Públicos, inclusive os agentes políticos, embora haja uma reclamação no STF com objetivo de excluí-los da lei de improbidade. b) Terceiros: Desde que induzam, concorram ou se beneficiem da prática do ato. Entretanto, não responderá por todas as penas da ação de improbidade. c) Pessoa Jurídica poderá ser sujeito ativo de improbidade: Também não sofrerá todas as sanções, limitar-se-á às penas possíveis de serem aplicadas a uma Pessoa Jurídica. - OBS Alguns autores entendem que mesmo os advogados privados poderão praticar ato de improbidade quando atuarem em processo judicial, por exemplo. Mas os particulares somente praticam atos de improbidade, juntamente com agentes públicos. Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo NÃO SENDO AGENTE PÚBLICO, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Pratica improbidade o terceiro (pessoa física ou jurídica) que induza (crie a ideia), concorra (auxilie materialmente) ou se beneficie (dolosamente) com a prática do ato. Exemplo: Empresa que concorre para a fraude em uma licitação. O ato de instigar (fomentar ideia já existente) não configura improbidade. Conclusão: O terceiro, isoladamente, JAMAIS pode praticar ato de improbidade. ATOS DE IMPROBIDADE: a) Atos que geram ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (art.9º): - O art. 9º é rol exemplificativo, basta que a conduta se enquadre no caput do artigo para que haja enquadramento no ato de enriquecimento ilícito. - Sanções: I) Devolução do acrescido ilicitamente. II) Ressarcimento dos prejuízos causados, quando houver prejuízo ao erário. III) Suspensão de direitos políticos, de 8 a 10 anos. IV) Perda da Função. V) Aplicação da Multa Civil: Até 3 x o que foi acrescido ilicitamente. VI) Proibição de Contratar, receber benefícios e incentivos fiscais pelo prazo de 10 anos. b) Atos de Improbidade gerada por DANOS AO ERÁRIO (art.10º): - Sanções: I) Ressarcimento dos prejuízos causados. II) Perda da Função. III) Suspensão dos Direitos Políticos, de 05 a 08 anos. IV) Multa Civil: até duas vezes o Dano Causado ao Erário. V) Proibição de contratar, receber incentivos fiscais e creditícios do Estado, durante 05 anos. - OBS: Poderá haver devolução do acrescido, apenas pelo 3º que cometeu o ato de improbidade juntamente com o agente, mas não haverá possibilidade de devolução do por parte do agente. c) Atos de Improbidade por VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA (art.11): - Não é necessário que a violação seja a Princípio que esteja no rol do art.11. - OBS: Doação: É Limitada às hipóteses do art.17 da Lei 8666/93, que foi alterado pela Lei 11196/05, qualquer doação fora dessas hipóteses ensejará improbidade. - OBS 1: Placa Informativa de obras e serviços públicos: Não ensejam improbidade. Entretanto, placas e publicidades de promoção de agentes públicos, mesmo quando feita por terceiros, enseja improbidade administrativa. -OBS 2: Infração ao Princípio da Igualdade no Concurso Pública: Também enseja improbidade. - Sanções: I) Perda da Função. II) Suspensão dos Direitos Políticos de 03 a 08 anos. III) Multa Civil: Até 100 x, mais o correspondente ao salário mensal do agente. IV) Proibição de contratar e receber incentivos fiscais e creditícios do poder público pelo prazo máximo de 3 anos. -OBS 3: É possível o ressarcimento dos prejuízos causados, por dano moral ou intelectual, mesmo que não tenha havido dano econômico. - OBS 4: Não há possibilidade de devolução do acrescido, nem mesmo pelo 3º particular. d) Disposições em Comum às três Modalidades de Improbidade: - Não é possível misturar penas imputadas a mais de um ato de improbidade, quando o agente praticou mais de uma modalidade. As penas poderão ser aplicadas isoladamente ou em bloco. O juiz deverá levar em conta a gravidade do ato para decidir se aplicauma, algumas ou todas as penas atribuídas à modalidade de improbidade praticada. - A Lei de Improbidade leva em conta o que fez o agente público, sem importar o que fez o 3º particular. Se o agente praticou a conduta A, o particular responderá na ação de improbidade pela conduta A, mesmo que tenha incorrido em outro tipo de ilícito administrativo que enseje improbidade. - Não há cumulação de punições, se o agente praticou mais de 1 ato de improbidade, responderá apenas pelo mais grave.Segue esquema: ➢ Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. ELEMENTO SUBJETIVO: - Art.10: O Ato de improbidade praticado com danos ao Erário, tipificado no art.10, é a única modalidade que aceita expressamente que o agente seja punido se agiu com dolo ou culpa. - Enriquecimento Ilícito e Violação a Princípio da Administração Pública só podem ser praticados na modalidade dolosa, segundo entendimento da maioria da doutrina. - OBS: O Ministério Público entende que mesmo o enriquecimento ilícito e a violação a princípio da administração pública devem ocorrer na modalidade culposa e dolosa. AÇÃO JUDICIAL: (Natureza Jurídica) ➢ A Ação de Improbidade tem natureza de Ação Civil Pública. Por ter natureza de ACP, poderá ou não ser precedida de Inquérito Civil. Esse inquérito servirá como investigação preliminar. ➢ Legitimidade: Ministério Público e a Pessoa Jurídica lesada do rol do art.1º, que será sujeito passivo do ato de improbidade e sujeito ativo de ação de improbidade. - OBS: Se o Ministério Público for o autor da ação, deverá notificar a Pessoa Jurídica lesada para, se ela quiser, integrar o processo como Litisconsorte do MP. Se a autora da ação for a Pessoa Jurídica lesada, o Ministério Público deverá participar da ACP como custos legis. Competência: - Sempre na 1ª Instância, no foro do local onde ocorreu o dano causado pelo ato de improbidade. A Lei 10.628/02 introduziu o §.2º no art.84 do CPP, instituindo foro privilegiado para a autoridade que praticasse ato de improbidade. A competência seria da Corte competente para julgar a autoridade no Âmbito penal. Contudo, duas ADIN´s interpostas pelo CONAMP (No 27977) e a AMB (2860) declararam a Inconstitucionalidade deste parágrafo, sob o fundamento de que lei ordinária não pode ampliar competência disposta na Constituição Federal de 1988. Outro fundamento de que os Tribunais ficariam sobrecarregados e de que o Tribunal ficaria distante dos fatos. Vedação - É Vedada qualquer tipo de composição, transação, compensação e, mesmo, os Termos de Ajustamento de Conduta, que é tão comum nos outros casos de ACP. Cautelares na Ação de Improbidade: a. Indisponibilidade de Bens. b. Cautelar de Sequestro: Apesar de a norma prever o sequestro expressamente, a maioria da doutrina entende que seria preferível o arresto. c. Informação de Contas no exterior. d. Afastamento preventivo da autoridade, enquanto for necessário à instrução do processo, sem prejuízo da remuneração. Prescrição ➢ - Aquele que exerce mandato eletivo ou cargo em comissão: Prazo de 05 anos a partir do momento em que o agente deixar o cargo. ➢ - Para os demais agentes: O Prazo será o mesmo prazo de prescrição para as infrações funcionais sujeitas a pena de demissão, previstas nos estatutos, 5 anos, geralmente. Ressarcimento Civil ➢ - Regra Especial: Art.37, par.5º da CF. O Ressarcimento é Imprescritível. SERVIDORES PUBLICOS Quadro esquemático Agentes públicos civis De direito – Políticos: a) o acesso ao cargo político ocorre por meio de eleição (ex.: chefes do Executivo) ou pela nomeação por agentes eleitos para ocuparem cargos em comissão (ex.: Ministros e Secretários estaduais e municipais); b) a função política possui caráter transitório, tendo em vista o princípio republicano, e será exercida por prazo determinado (mandato); e c) as decisões políticas fundamentais de Estado, caracterizadoras da função política, envolvem, primordialmente, a alocação de recursos orçamentários e o atendimento prioritário de determinados direitos fundamentais. – Servidores públicos: possuem vínculos profissionais variados com o Estado e que desempenham a função pública de forma remunerada e não eventual. São espécies de servidores públicos: estatutários, celetistas (empregados públicos) e temporários. – Particulares em colaboração: exercem, transitoriamente, a função pública e não ocupam cargos ou empregos públicos. Ex.: jurados e mesários em eleições. De fato – Putativos: exercem a função pública em situação de normalidade e possuem a aparência de servidor público. – Necessários: exercem a função pública em situações de calamidade ou de emergência Regimes jurídicos funcionais Características Competência Legislativa Vínculo Foro competente Regime Jurídico Estatutário Pluralidade legislativa (Autonomia federativa) Legal Justiça Federal: Servidor federal Justiça estadual: Servidor estadual ou municipal Celetista Unidade legislativa – CLT (União) Contratual Justiça do Trabalho Temporário Pluralidade legislativa (Autonomia federativa) Contratual Justiça Federal: Servidor federal Justiça estadual: Servidor estadual ou municipal Cargos públicos Características Acesso Garantia Demissão/Exoneração Cargos Efetivos Concurso público Estabilidade Sentença judicial transitada em julgado, processo administrativo, insuficiência de desempenho e excesso de gasto orçamentário com despesa de pessoal. Vitalícios Regra: Concurso público Exceções: Ministros de Tribunais Superiores, Tribunais de Contas e quinto constitucional Vitaliciedade Sentença judicial transitada em julgado Comissionados Livre Inexistência Livre Avaliação especial de desempenho: Exige-se para aquisição da estabilidade a aprovação do servidor por comissão instituída para essa finalidade. Em consequência, não basta o decurso do lapso temporal de três anos de efetivo exercício para que o servidor seja considerado estável, pois deve ele ser aprovado, ao final do mencionado prazo, por comissão instituída pelo Poder Público. Trata-se de exigência que busca garantir a eficiência na Administração, pois somente os servidores aptos permanecerão no serviço. Disponibilidade: A disponibilidade é o direito exclusivo de servidores estáveis (já confirmados na carreira) a permanecer temporariamente sem exercer suas funções, garantida remuneração proporcional ao tempo de serviço, nas seguintes hipóteses: a) extinção do cargo ou declaração de sua desnecessidade, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. 41, § 3º, da CF); b) reintegração do servidor que anteriormente ocupava o cargo (art. 28, § 2º, da Lei n. 8.112/90). O instituto da disponibilidade é uma decorrência do direito à estabilidade dos servidores estatutários, garantindo a manutenção de seus vencimentos diante de circunstância excepcional que impossibilite temporariamente o exercício regular da função pública. Aproveitamento: Aproveitamento é o retorno do servidor colocado em disponibilidade para cargo com atribuições, responsabilidades e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Na forma do art. 41, § 3.º, da CRFB, com a extinção do cargo ou a declaração de sua desnecessidade, o servidor estável permanecerá em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até o aproveitamento em outro cargo.49Caso o servidor não tenha adquirido a estabilidade à época da extinção ou declaração de desnecessidade do cargo, ele não poderá se beneficiar da disponibilidade e do aproveitamento posterior, devendoser desligado do serviço. O aproveitamento, conforme já decidiu o STF,50 também poderá ocorrer nas hipóteses de transformação ou reclassificação de cargos e de carreiras em que os servidores serão aproveitados nos cargos com novas denominações, mas com atribuições, responsabilidades e vencimentos semelhantes. Saída do cargo: Basicamente, pode-se falar em três formas pelas quais o servidor público pode sair do cargo: exoneração, demissão e aposentadoria. Exoneração: é a saída não punitiva do servidor que deixa o cargo público. Pode ser voluntária, na hipótese de pedido formulado pelo próprio servidor, ou involuntária, quando o servidor não é confirmado ao final do estágio probatório. Nos termos do art. 34 da Lei n. 8.112/90, a exoneração de cargo efetivo poderá dar--se a pedido do servidor ou de ofício. A exoneração de ofício ocorre: a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. No caso da exoneração de cargo em comissão, a dispensa de função de confiança dar-se-á: a) a juízo da autoridade competente; b) a pedido do próprio servidor (art. 35 da Lei n. 8.112/90). Já o termo demissão é utilizado pela legislação para designar a saída punitiva compulsória decorrente de uma decisão administrativa ou judicial, fundada em alguma infração funcional cometida pelo servidor. Existe ainda a possibilidade de a saída ser devido à aposentadoria do servidor. Convém lembrar que a aposentadoria compulsória dos servidores públicos ocorre aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição (art. 40, § 1º, II, da CF). As demais hipóteses de aposentadoria serão estudadas adiante. Importante destacar que, para o Supremo Tribunal Federal, a aposentadoria compulsória não se aplica aos titulares de cartórios e notários (Adin 2.902, julgada em 29-11-2005). BENS PÚBLICOS CONCEITO: ➢ - São todos aqueles bens, móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, que compõem a dominialidade Pública do Estado, cuja titularidade é das Pessoas Jurídicas de Direito Público. - OBS: Bens das Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas exploradoras de atividade econômica não considerados bens públicos, portanto, são prescritíveis, penhoráveis, alienáveis e oneráveis. CLASSIFICAÇÃO (Quanto à Destinação dos Bens, CC/02): ➢ Bens Públicos Afetados: São todos aqueles que se vinculam a uma destinação específica. São os bens de uso comum e de uso especial. ➢ Bens Públicos Não Afetados: São todos aqueles que não se encontram vinculados a nenhuma finalidade pública específica. São os Bens Dominicais ou Dominais. ➢ *Afetação: Fenômeno jurídico, através do qual um bem não afetado passar a ser predisposto a um fim público especial. Ou seja, é transformação de um bem dominical em bem de uso especial ou de uso comum. ➢ *Desafetação: Fenômeno jurídico em face do qual o Estado, explícita ou implicitamente, retira, subtrai do bem afeto, vinculado a uma finalidade, a sua destinação pública específica, de modo a transforma-lo em Bem Dominical, não afetado. a) Bens de USO COMUM: São todos aqueles bens públicos que se destinam ao uso coletivo de toda a comunidade em condições de igualdade. Ex. Praias, avenidas, praças. b) Bens de USO ESPECIAL: Destinam-se ao uso do próprio Estado para o exercício de duas atividades. Estão vinculados a uma finalidade específica. Ex. prédios, cemitérios e museus públicos, estádios de futebol públicos. Os bens públicos das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público, quando vinculados à prestação do serviço, serão sempre de Uso Especial. c) Bens DOMINICAIS ou DOMINIAIS: São todos aqueles bens que, não dispondo de nenhuma destinação pública específica, integram o chamado patrimônio disponível do Estado, como objeto de Direito Real ou Pessoal. Não têm nenhuma destinação pública específica. Esses bens podem ser negociados pela Administração, por meio de comodato, locação, venda, etc. Ex. Terras devolutas, terrenos da marinha. CARACTERÍSTICAS: a) Inalienabilidade: Há uma Inalienabilidade Relativa. Os bens públicos poderão alienados desde que se vinculam às formalidades legais.Os bens públicos afetados, enquanto preservarem essa condição, porque predispostos a uma finalidade pública, são absolutamente inalienáveis. b) Impenhorabilidade: Para cumprimentos de decisões judiciais contra a Administração há o regime de Precatórios, que será dispensado, no âmbito federal, quando o valor cobrado for até 60 sal.mínimos. c) Imprescritibilidade: Impossibilidade da prescrição aquisitiva (Usucapião) dos bens públicos. d) Impossibilidade de Oneração: Os bens públicos não podem ser gravados por ônus de direito real. OBS: Os bens públicos podem sofrer Enfiteuse, que ainda permanece no Direito Administrativo, mas essa enfiteuse do Dir. Adm. não é direito real e sim contrato, direito pessoal. LICITAÇÃO CONCEITO: Procedimento Administrativo para escolha da proposta mais vantajosa ao interesse público. FINALIDADES: Escolha da Proposta mais vantajosa. Exercício do Princípio da Impessoalidade Oportunidade para que qualquer um possa contratar com o Poder Público, desde que preencha os requisitos legais. SUJEITOS: Entes da Administração Direta; Entes da Administração Indireta e Entes Controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público (OSCIP´s, Serviços Sociais Autônomos). OBS: Empresas Públicas e Sociedades da Economia Mista obedecem à Lei 8.666/93. Se explorarem atividade econômica, poderão ter licitação com regime especial. Enquanto não for criado esse regime especial, continuam obedecendo a Lei 8.666/93, gozando, entretanto, do direito de dispensa para valores de até 20% do valor do convite. Fundo Especial (serve para gestão de interesses ou recursos públicos, que sirvam a um interesse coletivo): Pode ser órgão público (Administração direta) ou fundação pública (Administração indireta), nestes 02 casos há necessidade de licitação. Entretanto, o Fundo Especial também pode ser usado como código orçamentário, sem estrutura ou personalidade jurídica. Neste caso, não haverá necessidade de licitação. PRINCÍPIOS (Além de seguir a todos os princípios da Administração): I) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tudo o que é relevante para licitação deve estar previsto no edital. Exige que todas as regras a serem a respeitadas estejam previstas no edital (não se pode exigir nem menos nem mais do que está previsto no edital). O Edital ou a Carta-Convite contém as regras da licitação. II) Princípio do Julgamento Objetivo: O Edital tem que definir o Tipo de Licitação, não é possível a utilização de qualquer critério subjetivo numa licitação, sob pena de violação a este princípio: (diferencia-se de modalidade). * Melhor Preço * Melhor Preço e Técnica * Melhor Técnica * Melhor Lance (leilão). OBS: Se o edital estabelecer que o tipo de licitação será o de Menor Preço, independentemente de qualquer motivo, vencerá aquela empresa que, preenchendo os requisitos previstos no edital, ofereça o menor preço, ainda que o concorrente ofereça um produto com qualidade superior. Havendo empate no preço, haverá desempate nos critérios do art. 3º, §2º da lei 8.666/93. OBS 2: Quando a licitação for de Melhor Técnica e Preço: O Edital deve prever qual o critério para resolver a situação na qual um concorrente oferece um melhor preço e o outro ofereça melhor técnica (pode ser a média, por exemplo). III) Princípio do Procedimento Formal: O Processo de Licitação tem que respeitar todas as formalidades previstas na lei. É um procedimento vinculado. IV) Princípio do Sigilo das Propostas (válido inclusive para o pregão): As propostas são sigilosas até o momentode sua abertura em sessão pública. Se houver fraude (preços combinados entre concorrentes): crime previsto na Lei de Licitação e improbidade administrativa. Exceção a este princípio: Leilão (propostas verbais). COMPETÊNCIA para LEGISLAR sobre Licitação: ➢ Competência Privativa da União para legislar sobre normas gerais de licitação (art.22, inc.27, C.F/88). Obs. Norma Geral pode criar nova modalidade de licitação. ➢ Competência para legislar sobre normas específicas de licitação: Estados, DF e Municípios. ➢ OBS: Lei complementar poderá delegar ou transferir aos Estados para legislar sobre normas gerais. INEXIGIBILIDADE de LICITAÇÃO (art.25 da Lei 8.666/93, Rol Exemplificativo): Competição inviável, impossível. PRESSUPOSTOS para ocorrência de uma Licitação: I) Pressuposto Lógico: Concorrência, pluralidade de ofertantes e objetos (+ de um sujeito e + de um objeto). Obs. O Objeto pode ser único em razão: *Caráter Absoluto: Só existe 01 objeto, porque só foi produzido 1 objeto. *Evento externo. *Caráter pessoal do objeto. - OBS: a Singularidade do Objeto tem que ser relevante para que haja inexigibilidade, e tem que estar na lista do art.13 da Lei 8.666/93; tem que ter Notória Especialização (reconhecida pela mídia, pela crítica). Quando se falar de singularidade do objeto com todos os seus requisitos, sempre haverá um juízo de valor do administrador. II) Pressuposto Jurídico (interesse público): A licitação serve para proteger e atender ao interesse público. Se a licitação acaba por prejudicar o interesse público, será inexigível. - OBS: Nos casos das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista, a Licitação será inexigível quando prejudicar a atividade fim da empresa. III) Pressuposto Fático: Se não há interesse do mercado, há inexigibilidade. DISPENSA DE LICITAÇÃO São situações em que há viabilidade de competição, no entanto, a lei determina a desnecessidade de realização do certame. O rol de dispensa é definido em lei de forma taxativa nos art. 17 e 24 da lei 8666/93. MODALIDADES: PREVISÃO LEGAL Art. 22 da Lei 8.666/93. Seis são as modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, leilão, concurso e pregão (essa última não constante do Estatuto, mas de lei federal própria – Lei 10.520/02). As três primeiras (concorrência, tomada de preço e convite) têm o mesmo objeto (contratação de obras, serviços e fornecimento) e são definidas conforme o valor do contrato, em regra. Já as três últimas (concurso, leilão e pregão) não usam o valor do contrato como o parâmetro de escolha da modalidade. Em regra, usa-se como critério o objeto do contrato. CONCORRÊNCIA: Modalidade muito garantidora da competição, sem limite de ingresso, com o procedimento amplo, abarcando todas as fases, desde a análise de documentação, até a escolha das propostas. Qualquer pessoa pode participar da concorrência. ➢ Contratos de OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA acima de R$ 1.500.000,00 ➢ Contratos de COMPRAS DE BENS E AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS acima de R$ 650.000,00 TOMADA DE PREÇO: Participam da competição apenas os licitantes que forem cadastrados no órgão ou aqueles que se cadastrarem até 3 (três) dias antes da data marcada para a abertura dos envelopes contendo as propostas dos licitantes. até R$ 1.500.000,00 até R$ 650.000,00 CONVITE: O convite é a modalidade mais restrita de todas as previstas na lei de licitações. Participarão do certame apenas os convidados, cadastrados ou não, sendo no mínimo 3 (três) convidados, salvo comprovada restrição de mercado, quando então pode se realizar o convite com apenas 2 (dois) convidados. Na modalidade convite, não há edital. O instrumento convocatório é simplificado e denomina-se carta-convite. ATENÇÃO! A carta-convite não é publicada em Diário Oficial, porém, ainda assim, há publicidade (toda atuação do Estado deve respeitar a publicidade). Nestes casos, a publicidade é feita de forma diferente da publicação. Estipula a lei que a administração deverá enviar a carta-convite aos convidados e afixar no átrio da repartição, em local visível ao público. Respeitadas estas regras, está devidamente publicada a licitação. até R$ 150.000,00 até R$ 80.000,00 CONCURSO: Não se pode confundir o concurso – procedimento licitatório – com o concurso público para provimento de cargos públicos. Concurso é modalidade licitatória que serve para escolha de trabalho de técnico, artístico e científico por parte da administração público. O licitante vencedor da licitação recebe um prêmio ou remuneração pelo trabalho adquirido pelo ente estatal. LEILÃO: Esta modalidade licitatória serve para alienação de bens pelo poder público. ➢ O leilão pode ser feito para alienar bens imóveis que tenham sido adquiridos por decisão judicial ou dação em pagamento (todos os outros deverão ser alienados mediante concorrência, obrigatoriamente). ➢ B) Também, é modalidade licitatória para alienação de bens móveis inservíveis, apreendidos e penhorados. B1) Bens inservíveis: são os bens que não têm mais serventia pública, são bens desafetados, que não estão sendo destinados à utilização pública. B2) Bens apreendidos: adquiridos, pelo poder público, em decorrência de atos ilícitos. B3) Bens penhorados: o legislador se equivocou ao falar em “penhora” quando queria se referir ao penhor. É importante atentar para o fato de que o leilão administrativo não se confunde com o leilão judicial. Em verdade, quando se trata de licitação na modalidade leilão, utiliza-se para alienar bens empenhados pelo particular ao ente público. PREGÃO: O pregão é modalidade licitatória definida para aquisição de bens – por esta razão a doutrina chama de “leilão reverso” – e serviços comuns. Ressalte-se que serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado, conforme disposição legal expressa. Hoje, quaisquer bens e serviços vêm sendo considerados comuns pela doutrina, não sendo possível a realização de pregão para obras públicas. Não há limite de valor estipulado para a realização de pregão. A licitação na modalidade pregão será sempre do tipo MENOR PREÇO. PROCEDIMENTO A licitação não possui um procedimento uniforme. Os procedimentos variam de acordo com a modalidade de licitação, bem como em razão do objeto da contratação. Fases da licitação: interna e externa As licitações possuem duas fases: a) interna: atos iniciais e preparatórios praticados por cada órgão e entidade administrativa para efetivação da licitação; A fase interna compreende, por exemplo, a prática dos seguintes atos: a) Requisição do objeto: é o ato que inicia o processo de licitação, com a indicação por parte do agente competente da necessidade de contratação do bem ou do serviço; b) Estimativa do valor: a Administração deve verificar o preço de mercado do objeto da futura contratação (cotação de preços); c) Autorização de despesa: o ordenador de despesa verifica a existência de recursos orçamentários suficientes para contratação do objeto (arts. 7.º, § 2.º, III, e 14 da Lei 8.666/1993), devendo ser observado o art. 16 da Lei de Responsabilidade Fiscal; d) Designação da comissão de licitação: em regra, a comissão de licitação, composta por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois servidores, tem a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações (arts. 6.º, XVI, e 51 da Lei 8.666/1993); e) Elaboração das minutas do instrumento convocatório e do contrato: o instrumento convocatório (edital ou convite) contém as regras que deverão ser observadas pela Administração e pelos licitantes; f) Análise jurídica das minutas do instrumento convocatório e do contrato: a assessoria jurídica da Administraçãodeve examinar e aprovar as minutas dos instrumentos convocatórios e dos contratos (art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993); b) externa: inicia-se com a publicação do instrumento convocatório, abrindo a possibilidade para participação dos interessados. Edital Com a publicação do instrumento convocatório, inicia-se a fase externa da licitação, com a convocação dos eventuais interessados para aderirem ao certame e apresentarem suas propostas. São espécies de instrumentos convocatórios: o edital e o convite. O instrumento convocatório é a “lei interna da licitação” e contém as regras que norteiam a licitação e que devem ser observadas pela Administração e pelos licitantes. Qualquer cidadão pode impugnar o edital, quando houver irregularidade, até cinco dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até três dias úteis (art. 41, § 1.º, da Lei 8.666/1993). Da mesma forma, os licitantes podem impugnar o edital até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, sob pena de decadência (art. 41, § 2.º, da Lei 8.666/1993). A decadência do direito de impugnar o edital não afasta a possibilidade de que a própria Administração, no exercício de sua autotutela, corrija os vícios. Habilitação A habilitação é a fase da licitação em que a Administração verifica a aptidão dos licitantes para celebração do futuro contrato. julgamento (tipos de licitação) e classificação Na etapa de julgamento, a Administração selecionará a melhor proposta, por meio de critérios objetivos (tipos de licitação), elencados no art. 45 da Lei 8.666/1993: a) menor preço; b) melhor técnica; c) técnica e preço; e d) maior lance ou oferta. É vedada a utilização de outros critérios de julgamento, salvo aqueles previstos na legislação especial (art. 45, § 5.º, da Lei). Serão desclassificados os licitantes que apresentarem propostas em desconformidade com as exigências do ato convocatório da licitação e as que tiverem preços excessivos ou manifestamente inexequíveis (art. 48, I e II, da Lei de Licitações). Se todas as propostas forem desclassificadas (licitação fracassada ou frustrada), a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis (no convite, o prazo poderá ser de três dias) para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas que supram os motivos da desclassificação (art. 48, § 3.º, da Lei). Findo o julgamento, a Administração estabelece a ordem de classificação dos licitantes. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, o desempate será realizado por meio de sorteio (art. 45, § 2.º, da Lei). Homologação e adjudicação A homologação e, em seguida, a adjudicação da licitação inserem-se na etapa final da licitação, e são atribuídas à autoridade competente (art. 43, VI, da Lei de Licitações). A Comissão de Licitação deve encaminhar os autos do processo administrativo de licitação à autoridade competente para fins de homologação. A homologação é o ato administrativo que atesta a validade do procedimento e confirma o interesse na contratação. É uma espécie de “despacho saneador” da licitação. Se houver ilegalidade, a regra será a anulação do certame (Súmula 473 do STF) ou a convalidação, se possível, dos vícios apurados. A adjudicação é o ato final do procedimento de licitação por meio do qual a Administração atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação. Não se confunde a adjudicação formal com a assinatura do contrato. O princípio da adjudicação compulsória significa que o objeto da licitação deve compulsoriamente ser adjudicado ao primeiro colocado, o que não significa reconhecer o direito ao próprio contrato. RECURSOS ADMINISTRATIVOS O art. 109 da Lei 8.666/1993 prevê os seguintes recursos administrativos, em sentido amplo, contra os atos praticados na licitação e nos contratos: a) recurso hierárquico; b) representação; e c) pedido de reconsideração. Cabe recurso, em sentido estrito, no prazo de cinco dias, contados da intimação ou da lavratura da ata, nos seguintes casos: a) habilitação ou inabilitação do licitante; b) julgamento das propostas; c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; e f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa. O recurso somente possui efeito suspensivo quando interposto contra decisão de habilitação ou inabilitação do licitante, bem como contra o julgamento das propostas. A autoridade administrativa, por meio de decisão motivada, pode atribuir efeito suspensivo aos demais recursos. Os demais licitantes possuem o prazo de cinco dias para apresentação de contrarrazões contra os recursos apresentados. A autoridade administrativa poderá reconsiderar a decisão recorrida ou, em caso negativo, remeterá o recurso à autoridade hierarquicamente superior. A representação deve ser apresentada, no mesmo prazo, contra a decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico (art. 109, II, da Lei). CONTROLE ADMINISTRATIVO A exteriorização da vontade administrativa pode ocorrer de diversas formas, notadamente por meio de manifestações unilaterais (atos administrativos) e bilaterais (contratos da Administração). Conceito Controle administrativo é a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para fiscalizar e corrigir, a partir dos critérios de legalidade ou de mérito, a sua própria atuação. Em âmbito federal, o controle é denominado de supervisão ministerial (arts. 19 a 29 do Decreto-lei 200/1967). CONTROLE INTERNO: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria administração. exercido de forma integrada entre os Poderes responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade. CONTROLE EXTERNO: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração DIVERSA daquela de onde a conduta administrativa se originou. CONTROLE EXTERNO POPULAR: As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. QUANTO AO ÓRGÃO QUE O EXERCE: • CONTROLE ADMINISTRATIVO: é exercido pelo Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário, sob os ASPECTOS DE LEGALIDADE E MÉRITO, por iniciativa própria ou mediante provocação. Meios de Controle: - Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é inerente ao poder hierárquico. - Supervisão Ministerial: APLICÁVEL nas entidades de administração indireta vinculadas a um Ministério; supervisão não é a mesma coisa que subordinação; trata-se de controle finalístico. - Recursos Administrativos: são meios hábeis que podem ser utilizados para provocar o reexame do ato administrativo, pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Recursos Administrativos: em regra, o efeito É NÃO SUSPENSIVO. - Representação: denúncia de irregularidades feita perante a própria Administração; - Reclamação: oposição expressa a atos da Administração que afetam direitos ou interesses legítimos do interessado; - Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que praticou o ato; - Recurso Hierárquico próprio: dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão administrativo em que foipraticado o ato; é decorrência da hierarquia; - Recurso Hierárquico Expresso: dirigido à autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa. • CONTROLE LEGISLATIVO: NÃO PODE exorbitar às hipóteses constitucionalmente previstas, sob pena de ofensa ao princípio da separação de poderes. O controle alcança os órgãos do Poder Executivo e suas entidades da Administração Indireta e o Poder Judiciário (quando executa função administrativa). - Controle Político: tem por base a possibilidade de fiscalização sobre atos ligados à função administrativa e organizacional. - Controle Financeiro: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. - Campo de Controle: Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. TCU: é órgão integrante do Congresso Nacional que tem a FUNÇÃO DE auxiliá-lo no controle financeiro externo da Administração Pública. Obs.: No âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber, aos respectivos Tribunais e Conselhos de Contas, as normas sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária. • CONTROLE JUDICIAL: é o poder de fiscalização que o Judiciário exerce ESPECIFICAMENTE sobre a atividade administrativa do Estado. Alcança, basicamente, os atos administrativos do Executivo, mas também examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza atividade administrativa. Obs.: É VEDADO AO JUDICIÁRIO apreciar o mérito administrativo e restringe-se ao controle da legalidade e da legitimidade do ato impugnado. Atos sujeitos a controle especial: - atos políticos; - atos legislativos; - atos interna corporis. PROCESSO ADMINISTRATIVO ➢ - O Processo Administrativo prévio é requisito para a forma do Ato Administrativo, é elemento deste. O Ato administrativo é a “sentença” do Processo Administrativo. ➢ - Processo x Procedimento: A Diferenciação dessas duas denominações tem importância nos Processos Civil e Penal, que consideram o processo como um conjunto de atos que levam a uma provimento final, enquanto que o procedimento seria a forma pela qual o processo se realiza. Contudo, essa diferenciação não tem importância alguma no Direito Administrativo. OBJETIVOS: a. Documentação: O Processo Administrativo serve como documentação dos atos e fatos praticados pela Administração. b. Fundamentação: O Processo Administrativo serve como fundamentação dos atos administrativos. c. Proteção aos Administrados e Servidores: Na medida em que evita arbitrariedades por parte dos administradores públicos. d. Transparência: Na medida em que possibilita a fiscalização da conduta da administração pelos administrados. PRINCÍPIOS (Além de todos os princípios constitucionais): a. Contraditório e Ampla Defesa: Contraditório: Constituição da Bilateralidade do Processo. É a ciência do processo dada à parte. Ampla Defesa: Oportunidade para que a parte se defenda. Odete Medauar: O Princípio da Ampla Defesa tem alguns desdobramentos obrigatórios: ➢ Defesa Prévia: O Processo Administrativo pressupõe a possibilidade de defesa prévia. A parte tem direito de saber a infração da qual está sendo acusada e a respectiva pena aplicável, e sobre qual o procedimento realizado; ➢ II) Garantia de Informação ➢ III) Defesa Técnica: Embora sua falta não enseje nulidade, a Administração deve fazer de tudo para possibilitá- la à parte. ➢ IV) Produção de Provas: As Provas apresentadas devem ser, pelo menos, avaliadas. ➢ V) Direito a Recurso: Mesmo que para o caso não haja recurso próprio, a parte terá direito a recorrer. b. Princípio da Verdade Real: Embora nos Processos Civil e Penal a diferença entre verdade real e verdade formal venha perdendo força, no Direito Administrativo o Princípio da Verdade Real ainda vige. c. Princípio da Oficialidade: Impulso Oficial: O Processo Administrativo não depende de provocação da parte. A própria administração deve impulsioná-lo. Princípio do Informalismo: Para o administrado o Processo Administrativo é informal. Já o administrador deve cumprir todas as formalidades. STJ: Só haverá nulidade do processo administrativo quando ausente alguma formalidade imprescindível. Apenas para o administrador deve ser levada em consideração a prática dos atos com todas as formalidades. d. Princípio da Celeridade (Razoabilidade): EC 45/05 (art.5º, LXXVIII, CF): Os processos administrativos e judiciais devem ser finalizados em prazo razoável. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE MODALIDADES: INTERVENÇÕES RESTRITIVAS E SUPRESSIVAS As intervenções do Estado na propriedade alheia podem ser divididas em dois grupos: a) intervenções restritivas ou brandas: o Estado impõe restrições e condições à propriedade, sem retirá-la do seu titular. Não há consenso doutrinário em relação às modalidades de intervenções restritivas, especialmente em razão da ausência de diploma legal uniformizando as espécies e os respectivos regimes jurídicos. Todavia, é possível elencar as seguintes espécies de intervenção restritiva: servidão, requisição, ocupação temporária, limitações e tombamento;3 b) intervenções supressivas ou drásticas: o Estado retira a propriedade do seu titular originário, transferindo-a para o seu patrimônio, com o objetivo de atender o interesse público. As intervenções supressivas são efetivadas por meio das diferentes espécies de desapropriações. DESAPROPRIAÇÃO: Única forma de intervenção em que o Estado toma o direito de propriedade do antigo proprietário. É forma de aquisição originária da propriedade, não há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário, a vontade dele não interessa. Objeto Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Município desapropria bem da União. Regra Geral: Todos os bens podem ser desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da Personalidade. Direitos autorais, direito a imagem, alimentos, direito à vida, não podem ser desapropriados. Competência: Regra Geral - Todos os entes, a depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, respeita-se a hierarquia União desapropria de Estados e Municípios; Estado desapropria dos Municípios. Obs. Defeito na competência: Vício na competência. DESAPROPRIAÇÃO COMUM ou ORDINÁRIA: a) Por Necessidade e Utilidade Pública (D. Lei 3365/41) Rol taxativo. O Dec. Lei não distingue necessidade de utilidade pública, entretanto, a doutrina faz essa distinção: Necessidade há quando a situação exija urgência; Utilidade há quando não há urgência. b)Por Interesse Social (Dec. Lei 4132/62) Rol Taxativo. OBS: Art.5º, XXIV, da Constituição Federal, justifica essas duas modalidades. Competência: Todos os entes podem, a depender da órbita de interesses. OBS: Não há vício de competência. Indenização: Prévia, Justa e em Dinheiro. Objeto: Qualquer bem pode ser objeto de Desapropriação Ordinária, exceto nos casos previstos no Dec. Lei. OBS: Só cai na via judicial em algumas circunstâncias. DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA Tem natureza de penalidade, de sanção. 1ª Hipótese: Decorre do Descumprimento da Função Social da Propriedade: a) Reforma Agrária (LC 76/93 e Art. 191 da CF): - Proprietário não cumpre função socialda propriedade. Obs. O Poder Público pode fazer reforma agrária mesmo sem natureza de penalidade, c/ fundamento no interesse social. - Competência Só a União. Neste caso pode haver vício de competência. - Objeto Só sobre bens imóveis rurais. - Indenização TDA´s (Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 20 anos), indenizam a terra nua. As benfeitorias têm que ser pagas em dinheiro. -Vedação à Desapropriação Sancionatória Propriedades pequenas ou médias, que seja a única do particular e que seja produtiva. b) Plano Diretor: Lei que organiza o Município, Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade). - Quando há desobediência ao plano diretor, fere-se a função social da propriedade. - Competência Municípios e DF. - Objeto Bens Imóveis Urbanos. - Indenização TDP (títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos). - Procedimento Notificação do proprietário, pela prefeitura, para que este proceda à edificação (01 ano para o projeto e mais 02 para a construção) ou ao parcelamento da propriedade. Se não edificada ou parcelada: IPTU com alíquota progressiva (até 15% por ano). Se não cumprir as obrigações Desapropriação Sancionatória, aplicada em último caso. 2ª Hipótese: Desapropriação Expropriatória (confiscatória, expropriação). - Pode haver expropriação apenas da área onde houve plantação ilegal de psicotrópicas e a exploração de tra-balho escravo na forma da lei. - Hipóteses: a) Plantação de Psicotrópicos Proibidos ou exploração de trabalho escravo na forma da lei. b) Outros bens de valor econômico que sejam utilizados para o tráfico. - Indenização: Não há. Daí ser chamada de expropriação, espécie de desapropriação sancionatória. - Competência: União. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: Acontece quando o Poder Público não observa formalidades necessárias, simplesmente entra no Bem. Ex. servidão e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho administrativo”. Ex. quando o particular nada mais pode fazer em sua propriedade. NOÇÕES COMUNS A TODAS AS MODALIDADES Desapropriação é possível totalmente na via administrativa, o que não ocorrerá, apenas, se o particular não aceitar o valor da desapropriação ou se o proprietário for desconhecido. PROCESSO ADMINISTRATIVO DA DESAPROPRIAÇÃO: a) Fase Declaratória: - Poder Público declara a desapropriação via Decreto Expropriatório emitido sempre pelo Chefe do Executivo. - Exceção Poder Legislativo: Através de Lei de Efeitos concretos, que é lei com cara de ato administrativo, já que produz efeitos concretos e individuais. O Legislativo pode declará-la, mas não a executa. - OBS: Concessionárias e Permissionárias também podem desapropriar, mas somente a partir da Fase Exe-cutiva, nunca na Fase Declaratória. b) Fase Executiva: - O Poder Público vai efetivamente entrar no Bem. - Condição para fase executiva para entrar no bem, o poder público deve pagar o valor. Se o particular não aceita o valor, necessária a via judicial. - O que Deve Constar no Decreto Expropriatório: 1. Demonstração do Interesse público na Desapropriação, determinada a sua Destinação (Ex. Escola, Hospi-tal, Estrada). Obs. Se o Poder Público mudar a destinação da desapropriação, esse fenômeno é chamado de Tredestinação. Tal fato é possível, desde que se mantenha o interesse público. 2. Descrição do Bem c/ todas as benfeitorias. OBS: Após o Dec. Expropriatório só serão indenizadas as ben-feitorias necessárias e as úteis autorizadas. c) Prazo de Caducidade do Processo Administrativo: - Prazo de tolerância entre a declaração, em decreto expropriatório, e a execução da expropriação. - Necessidade ou Utilidade Pública: 05 anos. Se neste período, o poder público não pagar a indenização e ainda não entrou no bem, só poderá repetir o Decreto expropriatório 01 ano depois. (período de carência). - Desapropriação por Interesse Social: 02 anos. Não obstante não haja previsão do prazo de carência, na lei 4.132/62, para a declaração de interesse social, neste caso, deve-se aplicar o prazo de um ano definido no De-creto lei 3.365/41. d) Ação Judicial de Desapropriação: Só será obrigatória em 02 circunstancias: - Quando o proprietário é desconhecido, ou há dúvida quanto ao proprietário. - Quando o proprietário não está de acordo c/ o valor da indenização. - A Ação de desapropriação é de procedimento especial. Não pode discutir outra coisa senão o valor e eventuais nulidades do procedimento expropriatório. Qualquer outra discussão só será possível em ação própria. - Antecipação da Prova Pericial: Diferentemente do que ocorre nos outros procedimentos, onde a prova perici-al não é feita no inicio do processo, na Ação de Desapropriação o juiz já determina a realização da perícia no início do processo. - Incidente de Imissão Provisória na Posse (diferente de imissão na posse) É incidente na ação de desa- propriação, que serve para antecipar a entrada do poder público no bem, antes do julgamento final da ação. - Requisitos para concessão da Imissão: 1. Urgência da situação; 2. Depósito do Valor da Indenização Valor estipulado pelo Poder Público. OBS: A Juris-prudência vem entendendo que se o valor depositado for irrisório, o juiz poderá determinar a complementação do valor. - O Proprietário poderá levantar até 80% do valor depositado pelo Poder Público. Ex. Imissão Provisória (01/01/04) ---------------- Sentença Final (01/01/05) 100.000 depositados Decisão Judicial: 200.000 80.000 levantados pelo particular (+ 100.000) OBS: Em relação aos 100.000 que a decisão judicial estabeleceu a mais, esses serão cobrados da Administra-ção por meio de precatório. - Juros Compensatórios Incidirão sobre a diferença entre o valor levantado pelo particular e o valor determi-nado pela justiça (120.000), e durante o período entre 01/01/04 e 01/01/05. - Dec. Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN): Determinou a suspensão da parte que determinava os juros com- pensatórios de até 06%. Atualmente o valor dos juros compensatórios é de 12% ao ano. Essa ADIN fez valer novamente a Súmula 618 do STF, que determinava os juros compensatórios de 12% a partir do depósito até a sentença. - Juros Moratórios Art.15-B, Dec. Lei 3365/41: Para recompor perdas relativas ao atraso no pagamento. Começarão a correr a partir de 1º de janeiro do exercício financeiro em que deveria ter sido pago, seguinte ao ano em que foi proferida a sentença de mérito. OBS: Não há necessidade de a sentença haver transitado em julgado. - Ex Sentença proferida em 01/01/04 Juros a partir de 01º/01/06 (em 2005 entra no precatório). Ex. Sentença proferida em 31/07/04 juros a partir 01/01/07 (precatórios em 2006)
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