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Segurança Coletiva e Guerra. ADE II Anotacoes a Lei 13.170

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ANOTAÇÕES À LEI 13.170/15 QUE DISCIPLINA SANÇÕES ADOTADAS PELO 
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU 
 
Otomar Lopes Cardoso Junior 
 
 
 A Lei 13.170, de 16 de outubro de 2015, que tem por finalidade regulamentar parte das 
sanções que são adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU que atingem diretamente 
pessoas físicas ou jurídicas quanto à “ação de indisponibilidade de bens, direitos ou valores em 
decorrência de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas-CSNU”, como disposto 
em sua ementa, está dividida em quatro capítulos: os segundo e terceiro de maior efetividade 
ao tratar “Do procedimento e da administração do bloqueio” e “Das designações nacionais”, 
respectivamente, enquanto o introdutório (“Disposições gerais”) e conclusivo (“Disposição 
finais”) de ordem mais genérico e informativo. 
 A metodologia utilizada no texto a seguir tem por finalidade apresentar cada um dos 
dispositivos da nova Lei e sua inter-relação com outros textos legais, essencialmente o Código 
Civil e o Código de Processo Civil atualmente vigente; serão os comentários complementados 
com algumas ilustrações de exemplos práticos da aplicabilidade da legislação bem como da 
indicação de outros textos legais. A proposta, no entanto, não é de vinculação exaustiva com 
todos os dispositivos em nosso Direito positivado, havendo certamente possibilidade de outras 
ilustrações e/ou vinculações na prática administrativa e jurídica pátria. 
 
 
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a ação de indisponibilidade de bens, valores e direitos de posse ou 
propriedade e de todos os demais direitos, reais ou pessoais, de titularidade, direta ou indireta, 
das pessoas físicas ou jurídicas submetidas a esse tipo de sanção por resoluções do Conselho 
de Segurança das Nações Unidas-CSNU. 
 
 O Conselho de Segurança da ONU é composto por quinze membros dos quais cinco são 
permanentes (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia) – e têm direito a veto – 
e dez não-permanentes que são eleitos pela Assembleia Geral para composição do Conselho 
por dois anos. Em 2014 foram eleitos Angola, Espanha, Malásia, Nova Zelândia e Venezuela e 
para o mandato até 31 de dezembro de 2017, Egito, Japão, Senegal, Ucrânia e Uruguai. 
 A Carta das Nações traz as competências do Conselho de Segurança que tem, 
diferentemente dos demais órgãos da ONU, o poder decisório de fazer com que os demais 
membros cumpram as suas decisões. As principais atribuições podem ser resumidas em: 
• Manter a paz e a segurança internacional; 
• Criar e orientar as ações das “Missões de paz”; 
• Solicitar que os países apliquem sanções para evitar ou deter alguma 
agressão; e 
• Recomendar o ingresso de novos membros na ONU. 
 
§ 1o A ação de que trata esta Lei decorre do ato que incorporar ao ordenamento jurídico nacional 
a resolução do CSNU. 
 
 A incorporação no ordenamento jurídico nacional de tratados, acordos, convenções etc 
internacionais segue um rito diferenciado que encontra respaldo inicial na Constituição Federal 
a partir do disposto no art. 84: 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
.......... 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional; 
 
 Assim, embora o Presidente da República tenha o exclusivo privilégio de celebrar os 
tratados, convenções e atos internacionais (quaisquer que sejam, independentemente de sua 
denominação), não tem o poder de validá-los de forma individualizada, competência esta 
atribuída ao Congresso Nacional. Aliás, repetida na Carta Magna no art. 49: 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
 
 Temos, então, etapas distintas para a incorporação no ordenamento jurídico nacional: 
(i) o Presente da República assina tratado ou convenção internacional que, em seguida, (ii) 
submete à apreciação do Congresso Nacional para, em sendo aprovado, (iii) ter o Decreto 
normativo publicado. É somente ao final dessa última etapa que pode-se considerar positivado 
o ato internacional no País. 
 Ressalva feita, no entanto, aos tratados e convenções internacionais sobre os Direitos 
humanos, conforme EC 45/2004: 
 
Art. 5º......... 
......... 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
§ 2o A declaração de indisponibilidade de bens, valores e direitos implicará a nulidade de 
quaisquer atos de disposição, ressalvados os direitos de terceiro de boa-fé. 
 
 A boa-fé, ou o princípio da boa-fé, nasceu com o Direito Romano e perseguiu todo o 
nosso ordenamento jurídico ao longo do tempo, presente na legislação atual com diferentes 
exemplos contidos no Código Civil. Embora não haja – nem haveria como – como identificar 
um conceito estritamente aplicável ao que seria o princípio da boa-fé, entende-se como um 
comportamento ético baseado na confiança, seriedade e lealdade entre as partes; compreende-
se, por sua amplitude conceitual, que o desvirtuamento de um padrão ético acarretaria a 
extinção desse princípio ao caso aplicado. Vale ressaltar que o princípio da boa-fé, sobretudo 
nos negócios (contratos & obrigações) exige um comportamento mútuo quanto aos deveres 
na condução de todas as etapas. 
 Um dos exemplos pertinentes ao princípio está no Código Civil: 
 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos 
do lugar de sua celebração. 
 
 Se a proteção da boa-fé, e dos direitos dela decorrentes, são irrenunciáveis enquanto 
obrigação moral entre as partes diretamente envolvidas, a proteção também estende-se ao 
chamado terceiro de boa-fé, aquele que, em consequência de um ato ilegal ou irregular 
poderia ser prejudicado quando, na verdade, agiu absolutamente distinto de qualquer conduta 
antiética, ou seja, de boa-fé. 
 Encontramos nas Súmulas 92 e 375 do STJ exemplos de preservação dos direitos do 
terceiro de boa-fé: 
 
Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponivel a alienação fiduciária não 
anotada no certificado de registro do veiculo automotor. 
Súmula 395-STJ: O reconhecimento da fraude de execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. 
 
 E outros mais no Código Civil: 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se 
válido for na substância e na forma. 
......... 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do 
negócio jurídico simulado. 
......... 
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível 
de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-
se a favor do terceiro adquirente de boa-fé. 
......... 
Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se pode 
opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas ao 
constituinte as ações que no caso lhe possam caber contra o procurador. 
......... 
 
§ 3o Os recursos declarados indisponíveis poderão ser parcialmente liberados para o pagamento 
de despesas pessoais necessárias à subsistência do interessado e de sua família, para a garantia 
dos direitos individuais assegurados pela Constituição Federal ou para o cumprimento de 
disposições previstas em resoluções do CSNU. 
 
 A “dignidade da pessoa humana” é um dos fundamentos do “estado de Direito” e deve 
ser observado qualquer que seja a norma jurídicainternacionalizada, ainda que prevista sua 
aplicabilidade em Resoluções do Conselho de Segurança da ONU ou, em outras palavras, 
nenhuma norma jurídica decorrente de atos internacionais deve prevalecer sobre os 
fundamentos constitucionais brasileiros. 
 Daí decorre que a indisponibilidade total dos bens não pode ser a regra tácita, cabendo 
sua liberação parcial, como indicado, “necessários à subsistência do interessado e de sua 
família, para a garantia dos direitos individuais assegurados”. 
 As verbas alimentares (vencimentos, salários etc), portanto, essenciais à condição – 
mínima, em alguns casos – da dignidade humana deverão sempre ser privilegiadamente 
disponíveis; e a elas deverão ser acrescidas as de outra natureza que assegurem a proteção à 
vida e impeçam o tratamento desumano ou degradante. Um exemplo, apresentado em outra 
vertente mas que também protege a dignidade humana, está no novo CPC: 
 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz 
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
 
 
§ 4o As disposições desta Lei poderão ser usadas para atender a demandas de cooperação 
jurídica internacional advindas de outras jurisdições, em conformidade com a legislação 
nacional vigente. 
 
 Esse dispositivo ultrapassa a indicação da ementa que trata exclusivamente de 
“resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas-CSNU”. Divergente da proposta do 
art. 1º que menciona, expressamente “sanção por resoluções do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas-CSNU” seu efeito repete, em alguns casos, previsão existentes em outros temas 
afetos ao Direito Internacional; assim, embora em descompasso com a proposta da Lei, esse 
parágrafo 4o tem efetividade restrita, passível de questionamento quanto sua legalidade. 
 Mas, vamos encontrar a cooperação jurídica internacional em outros normativos, tais o 
Decreto 4.388/2002 que “Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional”. 
 
Artigo 57. Funções e Poderes do Juízo de Instrução 
.......... 
3. Independentemente das outras funções conferidas pelo presente Estatuto, o Juízo 
de Instrução poderá: 
.......... 
b) A pedido de qualquer pessoa que tenha sido detida ou tenha comparecido na 
seqüência de notificação expedida nos termos do artigo 58, proferir despachos, 
incluindo medidas tais como as indicadas no artigo 56, ou procurar obter, nos termos 
do disposto na Parte IX, a cooperação necessária para auxiliar essa pessoa a preparar 
a sua defesa; 
.......... 
d) Autorizar o Procurador a adotar medidas específicas no âmbito de um inquérito, no 
território de um Estado Parte sem ter obtido a cooperação deste nos termos do disposto 
na Parte IX, caso o Juízo de Instrução determine que, tendo em consideração, na 
medida do possível, a posição do referido Estado, este último não está manifestamente 
em condições de satisfazer um pedido de cooperação face à incapacidade de todas as 
autoridades ou órgãos do seu sistema judiciário com competência para dar seguimento 
a um pedido de cooperação formulado nos termos do disposto na Parte IX. 
e) Quando tiver emitido um mandado de detenção ou uma notificação para 
comparecimento nos termos do artigo 58, e levando em consideração o valor das 
provas e os direitos das partes em questão, em conformidade com o disposto no 
presente Estatuto e no Regulamento Processual, procurar obter a cooperação dos 
Estados, nos termos do parágrafo 1o, alínea k) do artigo 93, para adoção de medidas 
cautelares que visem à apreensão, em particular no interesse superior das vítimas. 
 
 E o Decreto 8.604/2015, que “Promulga o Acordo sobre Privilégios e Imunidades do 
Tribunal Penal Internacional, firmado durante a Primeira Assembleia de Estados Partes no 
Estatuto de Roma”: 
 
Artigo 24. Cooperação com as Autoridades dos Estados Partes 
1. O Tribunal cooperará a todo o tempo com as autoridades competentes dos Estados 
Partes com vistas a facilitar o cumprimento de suas leis e prevenir o cometimento de 
qualquer abuso relativo aos privilégios, imunidades e facilidades descritos no presente 
Acordo; 
 
 
Art. 2o Os órgãos e as entidades fiscalizadores ou reguladores adotarão imediatamente as 
providências necessárias ao cumprimento das ordens judiciais relativas à indisponibilidade de 
bens, valores e direitos de que trata esta Lei perante as instituições e pessoas físicas sujeitas à 
sua regulação e à sua supervisão. 
 
 O Banco Central do Brasil editou a Circular 3.780/2016 (publicada no Diário Oficial da 
União) com a seguinte ementa: 
 Esta Circular acrescenta o artigo 18-A à Circular 3.461 Bacen, de 24-7-2009, para 
estabelecer que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a 
funcionar pelo referido órgão deverão adequar seus sistemas de controles internos às 
disposições da Lei 13.170/2015, que disciplina a ação de indisponibilidade de bens, 
direitos ou valores em decorrência de resolução do CSNU – Conselho de Segurança 
das Nações Unidas” 
 
 Nela, encontramos: 
 
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 21 de 
janeiro de 2016, com base nos arts. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 
10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, 9º da Lei nº 12.865, de 9 de outubro 
de 2013, 2º, § 3º, da Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015, e 6º da Resolução nº 
2.554, de 24 de setembro de 1998, e tendo em vista o Decreto nº 19.841, de 22 de 
outubro de 1945, resolve: 
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil devem observar o disposto nesta Circular para fins de 
cumprimento da Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015, que disciplina a ação de 
indisponibilidade de bens, direitos ou valores em decorrência de resolução do 
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). 
Parágrafo único. Os procedimentos previstos nesta Circular se aplicam ao 
cumprimento de ordens judiciais relativas às ações de indisponibilidade mencionadas 
no caput em decorrência de resoluções do CSNU, de demandas de cooperação jurídica 
internacional advindas de outras jurisdições em conformidade com a legislação 
nacional vigente, bem como de decisões condenatórias relacionadas à prática de atos 
terroristas e demais previsões legais 
 
 O Banco Central havia listado uma série de Decretos em que restrições são apontadas; 
seguem alguns exemplos: 
• Decreto nº 8.530, de 28 de setembro de 2015, que dispõe sobre a execução, no território 
nacional, da Resolução 2178 (2014), de 24 de setembro de 2014, do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, que trata de combatentes terroristas estrangeiros; 
• Decreto nº 8.528, de 28 de setembro de 2015, que dispõe sobre a execução, no território 
nacional, da Resolução 2184 (2014), de 12 de novembro de 2014, do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, que altera o embargo de armas aplicável à Somália 
• Decreto nº 8.520, de 28 de setembro de 2015, que dispõe sobre a execução, no território 
nacional, da Resolução 2174 (2014), de 27 de agosto de 2014, do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, que altera o embargo de armas aplicável à Líbia e 
autoriza a imposição de sanções a indivíduos e a entidade 
 
 
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, consideram-se instituições sujeitas à regulação e à 
supervisão as instituições a que se refere o art. 9o da Lei no 9.613, de 3 de março de 1998. 
 
 A Lei 9.613/1998 “dispõe sobre os crimes de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos 
e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; 
cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras-COAF, e dá outras providências”. 
 A lista de instituições é bastante extensa, como indicado nos incisos e alíneas do artigo 
9º mencionado:Art. 9o ......... 
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em 
moeda nacional ou estrangeira; 
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou 
administração de títulos ou valores mobiliários. 
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: 
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de 
negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência 
complementar ou de capitalização; 
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como 
as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; 
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio 
eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; 
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial 
(factoring); 
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, 
imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, 
mediante sorteio ou método assemelhado; 
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer 
das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; 
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão 
regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil 
como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma 
representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades 
referidas neste artigo; 
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou 
compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, 
objetos de arte e antiguidades. 
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, 
intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande 
volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços 
de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de 
qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou 
participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) 
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída pela Lei nº 
12.683, de 2012) 
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores 
mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) 
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, 
fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) 
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) 
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades 
desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) 
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, 
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, 
artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 
2012) 
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem 
rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela Lei nº 
12.683, de 2012) 
XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio 
de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. (Incluído pela Lei nº 
12.683, de 2012) 
 
 
§ 2o As medidas previstas neste artigo também deverão ser adotadas, no que couber, pelas 
Corregedorias de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, pela Agência Nacional de Aviação 
Civil-ANAC, pelo Departamento Nacional de Trânsito-DENATRAN, pelas Capitanias dos 
Portos, pela Agência Nacional de Telecomunicações-ANATEL e por outros órgãos de registro 
público competentes. 
 
 Além dos expressamente mencionados e dos previstos anteriormente, podemos incluir 
o INPI-Instituto Nacional da Propriedade Industrial ou o DNPM-Departamento Nacional de 
Produção Mineral. 
 Em havendo outros órgãos estaduais ou municipais que tenham a responsabilidade de 
“registro público” também serão alcançadas pelas medidas ora propostas. 
 
 
§ 3o Os órgãos e as entidades fiscalizadores ou reguladores a que se refere o caput poderão, no 
âmbito das suas competências, editar as normas necessárias ao cumprimento das disposições 
desta Lei. 
 
 Vide o comentário com o exemplo do Banco Central do Brasil e a Circular 3.780/2016 
 
 
Art. 3o O Ministério da Justiça comunicará ao Ministério das Relações Exteriores as 
providências adotadas no território nacional para cumprimento das sanções impostas por 
resoluções do CSNU. 
 
 Com a edição da Lei 13.710 (outubro 2015) o Governo Federal editou o Decreto 8.668, 
de 11 de fevereiro de 2016, com reestruturação interna de seus cargos e, mais especialmente, 
no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) – 
subordinado à Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania (SNJ) – do Ministério da Justiça e 
Cidadania. O Departamento (que havia sido criado pelo Decreto 4.991/04), tem suas novas 
atribuições definidas no art. 10; vinculado diretamente ao tema está o inciso VIII. Veja o 
Decreto 8.668, de 11 de fevereiro de 2016: 
Art. 10. Ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica 
Internacional compete: 
I - articular a implementação da Enccla, coordenar, articular, integrar e propor ações 
entre os órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o Ministério Público 
no enfrentamento da corrupção, da lavagem de dinheiro e do crime organizado 
transnacional; 
II - coordenar a Rede Nacional de Laboratórios de Tecnologia Contra Lavagem de 
Dinheiro - Rede-Lab; 
III - estruturar, implementar e monitorar ações de governo nas seguintes áreas: 
a) cooperação jurídica internacional, inclusive em assuntos de extradição; e 
b) recuperação de ativos; 
IV - negociar acordos de cooperação jurídica internacional, inclusive em assuntos de 
extradição, de transferência de pessoas condenadas e de transferência da execução da 
pena; 
V - exercer a função de autoridade central para o trâmite dos pedidos de cooperação 
jurídica internacional, inclusive em assuntos de extradição, de transferência de 
pessoas condenadas e de execução de penas, coordenando e instruindo pedidos ativos 
e passivos; 
VI - promover a articulação dos órgãos dos Poderes Executivo e Judiciário e do 
Ministério Público no que se refere à entrega e à transferência de pessoas condenadas; 
e 
VII - atuar nos procedimentos relacionados a ação de indisponibilidade de bens, de 
direitos ou de valores em decorrência de resolução do Conselho de Segurança das 
Nações Unidas, nos termos da Lei no 13.170, de 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
Parágrafo único. O Ministério das Relações Exteriores comunicará ao CSNU as providências 
adotadas para o cumprimento das sanções a que se refere o caput. 
 
 A Portaria 212, de 30 de abril de 2008, do Ministériodas Relações Exteriores, que 
aprovou o Regimento Interno da Secretaria de Estado das Relações Exteriores (RISE), 
determinou como competência das comunicações das sanções adotadas à sua “Divisão das 
Nações Unidades (DNU)”, como disposto no art. 52, do Anexo da Portaria: 
 
Art. 52. Compete à Divisão das Nações Unidas (DNU), ressalvadas as competências 
das demais divisões multilaterais: 
.......... 
V - ocupar-se da questão da implementação dos regimes de sanções do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas; 
 
 
 
CAPÍTULO II – DO PROCEDIMENTO E DA ADMINISTRAÇÃO DO BLOQUEIO 
Art. 4o Incorporada a resolução do CSNU, o Ministério da Justiça comunicará à Advocacia-
Geral da União que proporá, no prazo de vinte e quatro horas, ação de indisponibilidade de 
bens, valores e direitos. 
 
 A Lei Complementar 73, de 10 de fevereiro de 1993, instituiu a Lei Orgânica da 
Advocacia-Geral da União e o Decreto 7.392, de 13 de dezembro de 2010, aprovou nova 
estrutura da AGU reafirmando, logo no art. 1º, seu papel essencial: 
 
Art. 1o A Advocacia-Geral da União, cujo titular é o Advogado-Geral da União, é a 
instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, bem como suas 
autarquias e fundações, por meio da Procuradoria-Geral Federal. 
 
 
Parágrafo único. Proposta a ação, que tramitará sob segredo de justiça, a Advocacia-Geral da 
União comunicará ao Ministério da Justiça. 
 
 O segredo de justiça vem perdendo sua relevância diante dos excessos cometidos sem 
as devidas justificativas. A prática, atual, é de caracterizá-los de tal forma somente se 
indispensável ao cumprimento da ação e à proteção das partes, direta ou indiretamente, 
envolvidas. 
 A regra no Judiciário deve(ria) ser a prevista no novo CPC: 
 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença 
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério 
Público. 
...... 
Art.. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
 
 
 Deve, portanto, estar devidamente caracterizado – no processo, isto é, fundamentada 
formalmente – o “interesse público ou social”, com as devidas ressalvas, em especial processos 
amparados pelo Direito de Família ou Estatuto da Criança e Adolescente quando a publicidade 
causará efeitos graves e/ou irreversíveis. 
 A regra é o aspecto de publicidade; a exceção deve ser sempre coerente. 
 
 
Art. 5o Recebida a petição inicial, o juiz decidirá a tutela provisória no prazo de vinte e quatro 
horas. 
 
 O cumprimento de decisões (sanções) adotadas pela CSNU já são, por seu caráter amplo 
de discussão internacional, de conhecimento geral de todas as partes envolvidas. No Brasil, 
como visto anteriormente, a incorporação das sanções no ordenamento jurídico interno requer 
etapas que demandam tempo e com, novamente, amplo conhecimento dos envolvidos, pois 
procedimentos de ordem pública. 
 Esta Lei pretende, neste artigo, criar alguma condição de proteção do patrimônio para 
que não seja utilizado para os fins indevidos (daí as sanções) ou que possa ser utilizado como 
fonte de ressarcimento (proteção do patrimônio). 
 A tutela provisória mereceu destaques no novo CPC, descritos a seguir: 
 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
........ 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas 
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a 
eficácia durante o período de suspensão do processo. 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para 
efetivação da tutela provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o 
juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. 
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, 
ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária 
de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional 
competente para apreciar o mérito 
 
 
 
§ 1o Executadas as medidas, o juiz determinará a intimação do interessado para, em dez dias, 
apresentar razões de fato e de direito que possam levar ao convencimento de que o bloqueio foi 
efetivado irregularmente. 
 
 O direito de defesa deve ser amplo e assegurado a todos, não sendo diferente nesta 
situação. Embora o dispositivo mencione a possibilidade de que o bloqueio tenha sido 
“efetivado irregularmente”, vale ressaltar que a defesa pode indicar não somente erros materiais 
como arbitrariedades mas também ilegalidades ou avançar o princípio da dignidade humana, 
tal como comentário adicionados, acima, ao art. 2º, § 3o. 
 Quanto à contagem do prazo de dez dias deverá ser seguido o disposto no novo CPC: 
 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-
se-ão somente os dias úteis. 
 
 Ao tratar do dia de início do prazo segue-se: 
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo 
do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a 
intimação for pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a 
intimação for por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato 
do escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação 
ou a intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao 
término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação 
for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo 
esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, 
quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; 
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça 
impresso ou eletrônico; 
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, 
em carga, do cartório ou da secretaria. 
§ 1o Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar 
corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput. 
§ 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado 
individualmente. 
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, 
de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de 
representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da 
determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação. 
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 
 
 
§ 2o O juiz comunicará imediatamente a todas as entidades previstas no art. 2o, sem prejuízo de 
outras indicadas pelo autor, para que procedam ao imediato bloqueio dos bens, valores e direitos 
por elas identificados. 
 
 Repetitivo e desnecessário este parágrafo tendo em vista o que dispõe o art. 2º da Lei 
que já trata do cumprimento “das ordens judiciais” (vide comentários ao art. 2º). Ressalte-se 
alguns dispositivos do Código Civil quanto à participação das entidades indicadas: 
 
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
......... 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado 
para integrar a relação processual. 
......... 
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do 
representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. 
......... 
§ 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão 
de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. 
 
 
§ 3o Efetivado o bloqueio, as instituições e pessoas físicas responsáveis deverão comunicar o 
fato, de imediato, ao órgão ou entidade fiscalizador ou regulador da sua atividade, ao juiz que 
determinou a medida, à Advocacia-Geral da União e ao Ministério da Justiça. 
 
 A decisão judicial deve ser cumprida, é regra basilar do Direito. Para o cumprimento da 
decisão judicial as informações devem ser claras e precisas e devem constar, como 
complemento, as eventuais sanções em caso de descumprimento, a exemplo do mencionado no 
Código Civil: 
 
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá: 
.......... 
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver; 
 
 Na Circular 3.780, do Banco Central do Brasil, já referenciada, estão as devidas 
providências que o órgão definiu como necessárias à sequência das ações: 
 
Art. 2º Efetivado o bloqueio de que trata o § 2º do art. 5º da Lei nº 13.170, de 2015, 
as instituições referidas no art. 1º desta Circular devem comunicá-lo imediatamente: 
I - ao Departamento de Supervisão de Conduta (Decon) do Banco Central do Brasil; 
II - ao juiz que determinou a medida; 
III - à Advocacia-Geral da União (AGU); 
IV - ao Ministério da Justiça; e 
V - ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), nos termos definidos 
no art. 13 da Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica às relações de negócio 
mantidas pela instituição ou iniciadas posteriormente com clientes pessoas físicas ou 
jurídicas submetidos a sanções oriundas das resoluções do CSNU e das ações de 
indisponibilidade mencionadas no art. 1º. 
 
 
Art. 6o Será procedida a alienação antecipada dos bens declarados indisponíveis para 
preservação do seu valor sempre que estes estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração 
ou depreciação ou quando houver dificuldade para sua manutenção. 
 
 De acordo com o Código Civil é alienação uma das formas de perda da propriedade: 
 
Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: 
I - por alienação; 
 
 O art. 6º, por falta de expansão da definição de “bens” seguirá o disposto no novo CPC, 
em seu art. 852: 
 
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: 
I - se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens 
móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração; 
II - houver manifesta vantagem. 
 
 Mais adiante, insiste o CPC na ideia de preservação do valor dos bens sujeitos à 
alienação antecipada caso não tenha havido a alienação no patamar financeiro indicado: 
 
Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade 
para requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização 
de nova avaliação. 
 
 Considerando a hipótese decorrente de penalidade aplicada aos proprietários, a 
alienação deverá ser processada necessariamente na hipótese do incido II do art. 879, do CPC, 
desprezada, por impossibilidade de aplicação, a indicada no inciso I: 
 
Art. 879. A alienação far-se-á: 
I - por iniciativa particular; 
II - em leilão judicial eletrônico ou presencial. 
 
 Observar-se-á também que a expressão “alienação por sua própria iniciativa”, como 
disposto no artigo seguinte, é inaplicável; caberá ao juiz, devidamente justificada a sua 
necessidade, “editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação”: 
 
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por 
sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado 
perante o órgão judiciário. 
§ 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de 
publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, 
a comissão de corretagem. 
......... 
§ 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento 
da alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios 
eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os 
quais deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos. 
 
 O amplo direito de defesa também é acordado a terceiros no caso de alienação, não 
dispensando as sanções previstas na Lei atual o acompanhamento do prazo mínimo de cinco 
dias de antecedência para que possa haver manifestação contrária à alienação: 
 
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de 
antecedência: 
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos 
autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo; 
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal; 
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, concessão de 
uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a 
penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais; 
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse, 
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, 
quando a penhora recair sobre tais direitos reais; 
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora 
anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames, caso 
não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução; 
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual 
haja promessa de compra e venda registrada; 
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo derivado 
de promessa de compra e venda registrada; 
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado. 
 
 
§ 1o O interessado será intimado da avaliação dos bens para, querendo, manifestar-se no prazo 
de dez dias. 
 Cabe aqui destacar que o prazo de dez dias refere-se exclusivamente ao valor dos bens, 
o prazo de cinco dias citado no dispositivo anterior refere-se à alienação. A avaliação dos bens 
seguirá o CPC. Observe-se que o rito deverá ser seguido quanto à avaliação realizada pelo 
oficial de justiça, a dispensa de avaliação judicial, a necessidade de nova avaliação ou a 
exigência legal de uma segunda perícia em caso de divergências de valor; todas estas etapas 
estão no CPC: 
 
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a 
realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente 
esclarecida. 
§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu 
a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos 
resultados a que esta conduziu. 
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. 
§ 3o A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o 
valor de uma e de outra. 
........ 
Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça. 
Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o 
valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo 
não superior a10 (dez) dias para entrega do laudo. 
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando: 
.......... 
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, 
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; 
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos 
de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, 
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; 
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de 
mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos 
oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso 
em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de 
mercado. 
Art. 873. É admitida nova avaliação quando: 
I - qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na 
avaliação ou dolo do avaliador; 
II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou 
diminuição no valor do bem; 
III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira 
avaliação. 
Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no inciso III 
do caput deste artigo. 
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e 
ouvida a parte contrária, mandar: 
I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor 
dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente 
e dos acessórios; 
II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor 
dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente. 
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de 
expropriação do bem. 
 
 
§ 2o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o valor atribuído aos bens, será 
determinada a sua alienação em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não 
inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do valor atribuído pela avaliação. 
 
 A alienação deve seguir, para todos os bens, o valor mínimo de 75%, inclusive quando 
se referir a bens imóveis; neste caso, o limite indicado no CPC, art. 896, não se aplicará; veja: 
 
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos oitenta por 
cento do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à administração de depositário 
idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1 (um) ano. 
 
 A alienação dos bens considerados como sanção seguirá as normas dos parágrafos do 
art. 881, do CPC, abandonado o disposto em seu caput: 
 
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a 
alienação por iniciativa particular. 
§ 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público. 
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos 
os demais bens serão alienados em leilão público. 
 
 Os arts. 882 e 883 do novo CPC complementam outras rotinas na alienação: 
 
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será 
presencial. 
§ 1o A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as 
garantias processuais das partes, de acordo com regulamentação específica do 
Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla 
publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na 
legislação sobre certificação digital. 
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz. 
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado 
pelo exequente. 
 
 Fundamental conhecer a atualizada Resolução do CNJ, de número 236, datada de 13 de 
julho de 2016: novas disposições sobre os procedimentos e o “Termo de credenciamento e 
compromisso” foi acrescido dentre as “Responsabilidades” editadas pelo CNJ, além, entre 
outros assuntos, procedimentos para nomeação dos leiloeiros públicos. 
 E a divulgação do valor mínimo (75% do valor avaliado para os bens) deve constar 
claramente no edital do leilão, como descrito no art. 886 do CPC; competirá ao leiloeiro público 
a ampla divulgação do edital de alienação, como indicado no art. 887: 
 
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá: 
.......... 
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, 
as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado; 
.......... 
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, 
salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia 
e a hora de sua realização; 
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de 
não haver interessado no primeiro; 
....... 
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla divulgação 
da alienação. 
§ 1o A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes da data 
marcada para o leilão. 
§ 2o O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio designado 
pelo juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre que possível, ilustrada 
dos bens, informando expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou 
presencial. 
§ 3o Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores ou 
considerando o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse modo de 
divulgação é insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em local de costume e 
publicado, em resumo, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local. 
§ 4o Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz poderá alterar 
a forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar publicar o edital em local 
de ampla circulação de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão 
local, bem como em sítios distintos do indicado no § 2o. 
§ 5o Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão publicados pela 
imprensa ou por outros meios de divulgação, preferencialmente na seção ou no local 
reservados à publicidade dos respectivos negócios. 
 
 Os procedimentos durante o leilão são; 
 
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá 
apresentar, por escrito: 
I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior 
ao da avaliação; 
II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não 
seja considerado vil. 
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos 
vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 
(trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca 
do próprio bem, quando se tratar de imóveis. 
 
 A sua arrematação, a conclusão da melhor oferta, somente poderá ser invalidada nas 
condições impostas pelo art. 903: 
 
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo 
arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e 
irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado 
ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de 
reparação pelos prejuízos sofridos. 
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no 
entanto, ser: 
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício; 
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804; 
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução. 
§ 2o O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1o, se for provocado em até 
10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação. 
§ 3o Passado o prazo previstono § 2o sem que tenha havido alegação de qualquer 
das situações previstas no § 1o, será expedida a carta de arrematação e, conforme o 
caso, a ordem de entrega ou mandado de imissão na posse. 
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a 
invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo 
processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário. 
 
 
§ 3o Realizado o leilão ou pregão, a quantia apurada será depositada em conta bancária 
remunerada. 
 Embora o parágrafo 3o seja genérico ao mencionar “conta bancária remunerada” 
podemos estender a “conta bancária” como conta corrente, conta poupança ou outra forma 
normatizada pelo Banco Central. A proposta do legislador foi de assegurar que o valor 
arrecadado não seja financeiramente (e fortemente) reduzido por força da inflação. A escolha 
do agente financeiro com a conta bancária obedecerá à regra do CPC: 
 
Art. 840. Serão preferencialmente depositados: 
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no 
Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o 
Distrito Federal possua mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta 
desses estabelecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz; 
 
 E o valor arrecadado na alienação será depositado em até um dia, tal como determina o 
CPC: 
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público: 
........ 
IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação; 
V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito. 
 
 
§ 4o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão ou pregão os tributos e multas incidentes 
sobre o bem alienado. 
 
 O valor apurado no leilão será livre de qualquer débito que esteja vinculado ao bem 
alienado; o valor depositado já deverá ter sido deduzido de todos os impostos 
 
 
Art. 7o Será designada pessoa qualificada para a administração, guarda ou custódia dos bens, 
valores e direitos bloqueados, quando necessário. 
 
 A “pessoa qualificada” deve ser entendida na mesma acepção do CPC na figura do 
depositário ou do administrador com suas devidas responsabilidades e autonomias limitadas 
com fins ao fiel cumprimento de seu papel, “guardar” os bens para que seus valores sejam 
devidamente preservados: 
 
Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou 
arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de 
outro modo. 
 
 O depositário ou o administrador perceberão remuneração, como bônus por sua função, 
com o devido ônus de suprir os eventuais prejuízos causados: 
 
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração 
que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às 
dificuldades de sua execução. 
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do 
depositário ou do administrador. 
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou 
culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito 
a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, 
sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
 
 Na consequência de atribuição designada por juiz, caberá ao administrador ou 
depositário prestar constas que serão que serão avaliadas pelo juiz não somente para verificação 
do cumprimento de ações, mas também como garantia ao direito amplo das partes envolvidas 
direta ou indiretamente com o tema: 
 
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de 
qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que 
tiver sido nomeado. 
 
 
§ 1o Aplicam-se à pessoa designada, no que couber, as disposições legais relativas ao 
administrador judicial. 
 
 Os administradores judiciais, nos termos do novo CPC, são classificados como 
auxiliares de justiça: 
 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, 
o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o 
mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador 
de avarias. 
 
 A Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, que “regula a recuperação judicial, a 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária” traz outras disposições 
legais relativas ao administrador judicial, desde a prioridade da qualificação profissional em 
sua escolha, bem como da prestação de contas: 
 
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica 
especializada. 
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-
se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela 
condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser 
substituído sem autorização do juiz. 
.......... 
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas 
contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a 
fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência. 
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o 
administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as 
contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor. 
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do 
administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de 
complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de 
atividades semelhantes. 
 
 A Lei de recuperação judicial estende-se nas penalidades ao administrador judicial nas 
hipóteses previstas no art.177: 
 
Art. 177. Adquirir o juiz, o representante do Ministério Público, o administrador 
judicial, o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o 
leiloeiro, por si ou por interposta pessoa, bens de massa falida ou de devedor em 
recuperação judicial, ou, em relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro, 
quando tenham atuado nos respectivos processos: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
 
§ 2o Tratando-se de ativos financeiros, a sua administração caberá às instituições em que se 
encontrem, incidindo o bloqueio também dos juros e quaisquer outros frutos civis e rendimentos 
decorrentes do contrato. 
 
 Aos ativos financeiros identificados, na forma do novo CPC, devem ser observadas as 
disposições já comentadas no art. 6º, § 3o: 
 
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação 
financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao 
executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico 
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne 
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a 
indisponibilidade ao valor indicado na execução. 
....... 
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de 
determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema 
eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. 
 
 
Art. 8o Será decretado o perdimento definitivo dos bens, valores e direitos em virtude de decisãocondenatória transitada em julgado, em processo nacional ou estrangeiro. 
 
 A garantia constitucional da proteção patrimonial (art. 5º, XLV) não é irrestrita e já foi 
objeto de outro texto legal, a Lei 12.683/2012 que alterou a Lei 9.613/1998 “para tornar mais 
eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro” trazendo nova redação ao 
inciso I e parágrafos 1º e 2º do art. 7º: 
 
Art. 7o .......... 
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça 
Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, 
à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a 
fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; 
.......... 
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamentarão a forma 
de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada, 
assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização 
pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e do 
julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de competência da 
Justiça Estadual, a preferência dos órgãos locais com idêntica função. 
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União 
ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a 
entidade pública, se houver interesse na sua conservação. 
 
 Foram acrescidos novos dispositivos: 
 
Art. 4º-A....... 
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o juiz 
decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: 
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança; 
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos quais não foi dada 
destinação prévia; e 
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após o trânsito 
em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro de 
boa-fé. 
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo serão adjudicados 
ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única do respectivo ente. 
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita documento de 
habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das 
entidades a que se refere o caput deste artigo. 
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e valores 
oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto de 
dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina 
definida em lei específica. 
......... 
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5o desta Lei, a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou 
órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão 
ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas 
infratoras: 
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito 
direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de 
terceiro de boa-fé; 
 
 Na mesma esteira do tema, a Lei 11.343, de 22 de agosto de 2006, que instituiu “o 
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas-Sisnad; prescreve medidas para prevenção 
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece 
normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e 
dá outras providências” nos informa: 
 
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o 
interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante 
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, 
os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam 
na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e 
dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de 
drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades. 
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, 
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle 
a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da 
instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, 
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu 
perdimento em favor da União. 
......... 
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do 
produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível. 
.......... 
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou 
a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e 
valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local 
em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de 
sua destinação nos termos da legislação vigente. 
 
 Da mesma forma, a Lei 12.846, de 1º de agosto de 2013 que “dispõe sobre a 
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a 
administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências: 
 
Art. 5o Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para 
os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no 
parágrafo único do art. 1o, que atentem contra o patrimônio público nacional ou 
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos 
internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: 
......... 
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes 
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e 
dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional. 
§ 1o Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou 
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de 
governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo 
poder público de país estrangeiro. 
§ 2o Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as 
organizações públicas internacionais. 
§ 3o Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em 
órgãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, 
assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais 
 
 
Parágrafo único. A decisão transitada em julgado em processo estrangeiro que decretar o 
perdimento definitivo de bens ficará sujeita à homologação pelo Superior Tribunal de Justiça, 
nos termos da alínea i do inciso I do art. 105 da Constituição Federal. 
 
 Mera consequência da previsão constitucional: 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
.......... 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias; (EC 45/2004). 
 
 
Art. 9o Em caso de expiração ou revogação da sanção pelo CSNU, a União solicitará 
imediatamente ao juiz o levantamento dos bens, valores ou direitos 
 
 Outra previsão contida no CPC que é aqui editada; a diferença, no entanto, está no fato 
de que o levantamento dos bens somente ocorrerá em caso de expiração ou revogação da sanção 
pelo CSNU. Já no CPC: 
 
Art.296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas 
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
......... 
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o 
juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. 
......... 
Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença. 
......... 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
.......... 
III - homologar: 
......... 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
 
§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se também como revogação da sanção a 
comunicação oficial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores de que o nome de pessoa 
física ou jurídica foi excluído das resoluções do CSNU. 
 
 Mera repetição de resultado, como no dispositivo anterior. 
 
 
§ 2o A efetivação do desbloqueio dos bens, valores ou direitos será comunicada imediatamente 
à autoridade judicial competente pelas instituições e pessoas físicas responsáveis. 
 
 Mera repetição de resultado, como no dispositivo anterior. 
 
 
CAPÍTULO III – DAS DESIGNAÇÕES NACIONAIS 
Art. 10. O juiz providenciará a imediata intimação da União quanto ao cumprimento do 
disposto nos arts. 5o, 7o, 8o e 9o desta Lei, bem como de sentenças condenatórias relacionadas 
à prática de atos terroristas. 
 
 A comunicação será à AGU, como previsto na CF: 
 
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de 
órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos 
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as 
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
 
 O Decreto 7.392, de 13 de dezembro de 2010 que “aprova a Estrutura Regimental e o 
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Advocacia-Geral da União” além de outras 
providências, retoma a representação da AGU em nome da União e indica a forma de 
chamamento ao processo: 
 
Art. 1o A Advocacia-Geral da União, cujo titular é o Advogado-Geral da União, é a 
instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, bem como suas 
autarquias e fundações, por meio da Procuradoria-Geral Federal. 
......... 
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do 
representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. 
......... 
§ 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão 
de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. 
 
 
Parágrafo único. O Ministério da Justiça transmitirá o rol das informações de que trata 
o caput ao Ministério das Relações Exteriores, para que sejam encaminhadas ao CSNU, quando 
necessário. 
 
 Procedimento administrativo interno à esfera do Governo Federal. 
 
 
CAPÍTULO IV – DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art. 11. Aplicam-se ao disposto nesta Lei, subsidiariamente, as normas do Código de Processo 
Civil. 
 
 A observar o disposto na Lei 13.105, de 16 de março de 2015, o Código de Processo 
Civil. 
 
 
Art. 12. Esta Lei entra em vigor após decorridos noventa dias de sua publicação oficial. 
 
 A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, com a nova redação dada a sua 
ementa (na Lei 12.376/2010), trata da entrada em vigor de legislação nacional, no Decreto-Lei 
4.657, de 4 de setembro de 1942: 
 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada. 
....... 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada 
a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação. 
....... 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja 
com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei 
anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 A Lei 13.710 pretendeu consolidar no Direito pátrio medidas adotadas 
internacionalmente pelo Conselho de Segurança da ONU decorrentes, principalmente, de uma 
temática que aflige cada vez mais os países em todo o Globo, o terrorismo mas também, as 
privações causadas pelas agressões aos Direitos Humanos nos mais diferentes conflitos 
exibidos (quase que) diariamente na mídia brasileira. 
 As medidas visam restringir a possiblidade de utilização de recursos materiais e 
financeiros que possam ser otimizados por cidadãos e/ou empresas em favor de causas 
condenadas; segue a proposta de que a atrofia da condição financeira diminuirá a viabilidade 
da continuidade das atrocidades e agressões. “Siga o dinheiro”, máxima utilizada no combate 
à criminalidade em outras situações fora do Brasil surtiram seus devidos efeitos e permitiram o 
encerramento (ou forte redução) de atividades ilegais; se naqueles casos pretendia-se identificar 
a origem dos crimes, aqui, pretende-se desafiar a lógica econômica rastreando-se os “bens, 
valores e direitos de posse ou propriedade e de todos os demais direitos, reais ou pessoais, de 
titularidade, direta ou indireta, das pessoas físicas ou jurídicas” para torná-los indisponíveis; 
“Siga o dinheiro” não tem por finalidade identificar os culpados, pois já conhecidos, mas 
bloquear o uso dos recursos financeiros-econômicos. 
 Se a legislação previamente existente permitia o controle e combate a determinadas 
ilegalidades, com a Lei 13.710 adota-se a proposta da celeridade em procedimentos de 
indisponibilidade dos recursos financeiros-econômicos não somente para evitar sua utilização, 
mas também para evitar que possam ser transferidos para o exterior. Para isto, a cooperação 
jurídica, como indicado no art. 1º, § 4o deve ser literalmente “internacional”, conjugando a 
combinação entre o Direito nacional e o Direito internacional. 
 Nesse texto foram apresentados os dispositivos da nova Lei com breves comentários e 
indicações rápidas de sua associação com a legislação pertinente para permitir, além do 
conhecimento mais amplificado do tema, identificar os procedimentos de sua aplicabilidade 
efetiva tal como, por exemplo, na indicação de normativos adotados pelo Banco Central em 
consequência da nova legislação. 
 Por fim, embora os desdobramentos da Lei 13.710 possam distribuir-se ao longo do 
tempo na adoção das medidas exigidas, seu propósito, enquanto objeto legal, tem início e fim 
na mesma origem, as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas-CSNU; diferem, 
no entanto, na efetividade dos marcos inicial e final: inicia-se somente houver ato de 
incorporação “ao ordenamento jurídico nacional” da resolução da CSNU (art. 1º, § 1o ) mas, 
encerra-se a partir da decisão do mesmo órgão da desnecessidade de manutenção das sanções, 
neste caso, sem a necessária incorporação, via processo legislativo, como indicado, ao nosso 
ordenamento jurídico. 
 
 
REFERENCIAS 
BACEN. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular 3.780, de 21 de janeiro de 2016. Dispõe 
sobre os procedimentos a serem adotados por instituições financeiras e demais instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil no cumprimento da Lei nº 13.170, 
de 16 de outubro de 2015, que disciplina a ação de indisponibilidade de bens, direitos ou 
valores em decorrência de resolução do Conselhode Segurança das Nações Unidas 
(CSNU). Disponível em: 
<http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Norm
ativos/Attachments/50141/Circ_3780_v1_O.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
BRASIL. Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Código de Processo Civil. Lei 13.105, de 16 de março de 2015. Código de 
Processo Civil. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto 4.388, de 25 de setembro de 2002. Promulga o Estatuto de Roma do 
Tribunal Penal Internacional. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso 
em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto 4.991, 18 de fevereiro de 2004. Aprova a Estrutura Regimental e o 
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do 
Ministério da Justiça, e dá outras providências. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto 7.392, de 13 de dezembro de 2010. Aprova a Estrutura Regimental e 
o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Advocacia-Geral da União, aprova 
o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão da Procuradoria-Geral Federal e 
remaneja cargos em comissão para a Advocacia-Geral da União e para a Procuradoria-
Geral Federal. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto 8.604, de 18 de dezembro de 2015. Promulga o Acordo sobre 
Privilégios e Imunidades do Tribunal Penal Internacional, firmado durante a Primeira 
Assembleia de Estados Partes no Estatuto de Roma. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto 8.668, de 11 de fevereiro de 2016. Aprova a Estrutura Regimental e o 
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do 
Ministério da Justiça, remaneja cargos em comissão, aloca funções de confiança e dispõe 
sobre cargos em comissão e Funções Comissionadas Técnicas mantidos temporariamente 
na Defensoria Pública da União. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso 
em: 15 jul. 2016. 
__________. Decreto-Lei 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de introdução às normas do 
Direito brasileiro. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 
2016. 
__________. Emenda Complementar 45, de 30 de dezembro de 2004. Altera dispositivos dos 
arts. 5º, 36, 52, 92, 93, 95, 98, 99, 102, 103, 104, 105, 107, 109, 111, 112, 114, 115, 125, 126, 
127, 128, 129, 134 e 168 da Constituição Federal, e acrescenta os arts. 103-A, 103-B, 111-
A e 130-A, e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. 
Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Lei 9.613, de 3 de março de 2005. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou 
ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para 
os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - 
COAF, e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso 
em: 15 jul. 2016. 
__________. Lei 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível em: 
<www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
__________. Lei 11.343, de 22 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, 
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para 
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá 
outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 
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__________. Lei 12.376, de 30 de outubro de 2010. Altera a ementa do Decreto-Lei nº 4.657, 
de 4 de setembro de 1942. Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 
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Disponível em: <www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
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__________. Lei Complementar 73, de 10 de fevereiro de 1993. Institui a Lei Orgânica da 
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<www.planalto.gov.br/legislacao>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
CNJ. Conselho Nacional de Justiça. Resolução 236, de 13 de julho de 2016. Regulamenta, no 
âmbito do Poder Judiciário, procedimentos relativos à alienação judicial por meio 
eletrônico, na forma preconizada pelo art. 882, § 1º, do novo Código de Processo Civil (Lei 
13. 105/2015). Disponível em: <http://s.oab.org.br/arquivos/2016/07/cnj-resolucao-236.pdf>. 
Acesso em: 15 jul. 2016. 
MRE. Ministério das Relações Exteriores. Portaria 212, de 30 de abril de 2008. Regimento 
Interno da Secretaria de Estado das Relações Exteriores. Disponível em: 
<http://www.itamaraty.gov.br/images/RISE.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
ONUBR. A Carta das Nações Unidas. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/carta/>. 
Acesso em: 15 jul. 2016. 
STJ. Superior Tribunal de Justiça. Súmula 92. A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação 
fiduciária não anotada no certificado de registro do veículo automotor. 
<http://www.stj.jus.br/docs_internet/VerbetesSTJ_asc.txt>. Acesso em: 15 jul. 2016. 
_________ Súmula 375. O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. 
<http://www.stj.jus.br/docs_internet/VerbetesSTJ_asc.txt>. Acesso em: 15 jul. 2016.

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