Buscar

988612 DISSOLUCAO E LIQUIDACAO DE EMPRESAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
�PAGE �15�
NÚCLEO CONTAGEM – DIREITO I – 3º PERÍODO COMEX
PROFESSOR: CLÁUDIO LUIZ GONÇALVES DE SOUZA
A COMPOSIÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA – RESOLUÇÃO, DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO.
		No que tange à composição das sociedades empresárias, temos ainda a figura da sociedade de objeto misto.
		No aspecto prático, nem sempre é fácil distinguir as diferenciações objetivas entre uma sociedade simples e uma sociedade empresária. Com efeito, a partir do Código Civil de 2002, e considerando ainda a aplicação subsidiária das normas da primeira nas omissões de regência da segunda, os limites de diferenças se tornaram muito estreitos.
		Não obstante, a sociedade simples permanece como um expediente jurídico formal destinado a titular as atividades que não são próprias do empresário.
		Torna-se importante evidenciar que é forçoso considerar que, no aspecto prático, a sociedade simples, algumas vezes tem sua atividade beirando à atividade empresarial, o que ocorre de forma instrumental, ou seja, como forma de atingir o seus objetivos sociais.
		Dessa maneira, no que se refere às chamadas sociedades de objeto misto, a orientação mais segura é fixar sua qualidade com alicerce na atividade preponderante, mesmo porque para a tipificação empresarial não basta a atividade negocial esporádica, sendo necessária o exercício da atividade profissional.
		Sendo assim, podem praticar alguns atos tipicamente negociais, o que na verdade não as desconfigura. Contudo, pra efeito de identificação de sua natureza de sociedade, o que realmente irá importar é a atividade principal por ela desempenhada.
		Desse modo, a chamada negociabilidade secundária ou subsidiária não terá o condão de transformar a sociedade simples em sociedade empresária.
SOCIEDADES QUE DEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO
		 Com efeito, ao verificarmos os artigos 1.123 e 1.141 do novo Código Civil Brasileiro, verificaremos que os mesmos tratam das sociedades nacionais e das estrangeiras que, para funcionar, dependerão de autorização do Poder Executivo Federal.
		A mencionada autorização está sujeita à caducidade, se a sociedade que obtiver a autorização não entrar em funcionamento nos 12 meses seguintes à publicação da aludida autorização.
		Da mesma sorte, fica sujeita à cassação pelo poder concedente, na hipótese de infração à disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins declarados em seu estatuto.
		Devemos esclarecer que a sociedade estrangeira, independentemente de seu objeto, sempre necessitará de autorização para o seu funcionamento no Brasil; não a impedindo, no entanto, de ser acionista de companhia brasileira.
		Outrossim, a autorização poderá ser condicionada , ou seja, o Poder Executivo Federal poderá estabelecer condições que protejam os interesses nacionais para autorizar o funcionamento da sociedade estrangeira.
		Com efeito, as modificações contratuais ou estatutárias de referidas sociedades, sejam brasileiras e/ou estrangeiras, dependem sempre de aprovação do poder concedente.
		O Código Civil de 2002 estabelece a sujeição da sociedade estrangeira autorizada à lei e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos e operações praticados no país, onde deverá funcionar sob o nome empresarial de origem, sendo facultada a adjunção das expressões “ do Brasil” ou “para o Brasil”.
		A empresa estrangeira, todavia, fica obrigada a manter representante permanente no país, com poderes para dirimir quaisquer questões, inclusive o de receber citação judicial, arquivado e averbado o instrumento de sua nomeação.
		De acordo com o artigo 1.127 do Código Civil Brasileiro de 2002, fica proibida a mudança de nacionalidade de sociedade brasileira, qualquer que seja seu tipo societário, sem a aprovação unânime dos sócios.
		Considera-se nacional a sociedade organizada de acordo com a Lei Brasileira, que tiver sede administrativa no Brasil.
DA RESOLUÇÃO (DISSOLUÇÃO PARCIAL)
		Em conformidade com a corrente majoritária dos doutrinadores comercialistas, a denominada “dissolução parcial” foi de fato construída pela doutrina e adotada efetivamente pela jurisprudência, com o objetivo de resguardar a estabilidade das empresas contra eventual instabilidade dos interesses dos sócios, suprindo dessa forma as deficiências do individualismo do Código Comercial, que sempre foi voltado para a proteção destes.
		Com efeito, a falarmos de “dissolução parcial”, estamos nos referindo às sociedades contratuais com fundamento no aspecto pessoal de sua composição, uma vez que inexiste dissolução parcial de sociedade anônima.
		Dessa forma, se não tiver mais presente o denominado “affectio societatis”, isto é, o desejo de constituir uma sociedade para obter os resultados comerciais por meio do desenvolvimento de uma atividade profissional que gere lucro, nem por essa razão irá se desfazer a sociedade, para o seu próprio bem, dos sócios que permanecem e para o bem da própria coletividade que usufrui da empresa, sendo que o próprio princípio protetivo da continuidade da empresa sustenta a aplicabilidade da “dissolução parcial” e não “dissolução total”.
		Sendo assim, a dissolução parcial ou resolução da sociedade não a dissolve, porquanto a mesma continua com os sócios remanescentes, sua personalidade jurídica continua intacta, e a empresa preservada, ocorrendo apenas o rompimento do acordo originário no que se concerne aos sócios que deixaram a sociedade. Nesse caso, somente para esses sócios que deixaram a sociedade, é que a mesma se dissolve.
		Considerando que essa espécie de dissolução produz a redução do número de sócios, temos que só será possível se a sociedade os tiver em mais de dois sócios; no mínimo três sócios.
		Ocorre que a perda de um sócio em uma sociedade que se constitua no mínimo legal de dois sócios, implicaria na dissolução total, uma vez que via de regra não se admite em nosso direito a figura da sociedade contratual unipessoal.
		Com base nessas assertivas, e compulsando o novo Código Civil Brasileiro, poderemos verificar que se constituem em causas de resolução ou dissolução parcial de uma sociedade empresária, os seguintes aspectos:
a vontade do sócio, de acordo com o disposto no artigo 1.029;
a exclusão judicial do sócio, consoante se depreende do artigo 1.030;
a dissociação , ou seja, a exclusão social do remisso, conforme artigo 1.004, parágrafo único do Código Civi;
a falência do sócio, disposto no artigo 1030.
a liquidação da cota do sócio por execução de credor, conforme disposto no artigo 1.026; e
a morte do sócio, consoante artigo 1.028, inciso II
A etapa final dessa modalidade dissolutória é a da apuração do valor devido ao ex-sócio ou aos herdeiros, conforme o caso específico.
Assiste ao sócio o direito de recolher o que teria direito na hipótese de extinção da sociedade, uma vez que para esse sócio a sociedade acabou.
Referido direito de crédito relaciona-se ao valor patrimonial das cotas que o mesmo era titular, e, certamente, o valor terá como parâmetro determinativo o patrimônio líquido atual da sociedade, em relação à qual era possuidor de parcelas, e não o valor nominal expresso no contrato de constituição.
Em resumo, os haveres do ex-sócio deverão ser pagos pelo seu valor real e de uma só vez, consoante reza em diversos julgados, citando como exemplo a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo em Apelação nº 178.263-2/1 na 11ª Câmara, cujo Juiz Relator foi o Desembargador Salles Penteado, publicado na Revista dos Tribunais nº 685 de 1987.
De acordo com o artigo 1.031 do Código Civil de 2002, o valor da cota do ex-sócio é considerada pelo montante efetivamente realizado e liquidar-se-á, salvo disposição em contrário no contrato, com fulcro na situação patrimonial da sociedade à época de sua resolução, que deverá ser verificada em balanço especialmente levantado.
Do mesmo modo, ovalor deverá ser pago em dinheiro, dentro de um prazo de 90 dias contados a partir da liquidação, ressalvadas as hipóteses de acordo ou previsão contratual contrária a essa disposição, onde irá prevalecer o convencionado.
Nesse plano não se aplica o disposto no artigo 45, parágrafo 1º da Lei das S/A (Lei 6.404/76), referente à determinação do valor de reembolso ao dissidente.
Ao se tratar de dissolução parcial de sociedade por cotas, a apuração dos haveres deverá ser processada como se fosse uma verdadeira dissolução. Impõe-se, pois, a realização de balanço especial para a determinação do valor das cotas.
A apuração dos haveres deverá ser a mais abrangente possível, uma vez que se procura a fixação de um preço justo para a parcela social, incluindo-se, portanto, o aviamento, o fundo de comércio, os bens intangíveis, enfim, a exata verificação física e contábil dos bens e dos direitos da sociedade.
Nesse palco, devemos ainda mencionar que se o sócio excluído da sociedade por vontade da maioria buscar a anulação da deliberação social que decidiu por sua saída do quadro social, na eventual demanda não haverá necessidade de que se venha a integrar a lide todos os sócios, porquanto a deliberação que se discute representa o desejo da sociedade, não havendo pois litisconsórcio necessário ativo.
De acordo com o artigo 1.032 do Código Civil de 2002, a saída do sócio, seja por morte ou exclusão do mesmo, não o exime ou a seus herdeiros das responsabilidades pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução da sociedade.
A retirada e/ou exclusão do sócio não o isentam de responder pelas obrigações posteriores a sua saída até dois anos, enquanto não requerer a averbação.
DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
			Outro aspecto importante que poderá ocorrer será a efetiva “dissolução” da sociedade empresária em caráter definitivo.
			Com efeito, as hipóteses de dissolução da soceidade empresária encontra-se prevista nas seguintes situações:
por deliberação unânime dos sócios, de acordo com o artigo 1.033, inciso II do Código Civil de 2002;
tendo expirado o prazo determinado de duração, sem prorrogação expressa ou tácita, de acordo com o que dispõe o artigo 1.033, inciso I do Código Civil de 2002;
pelo encerramento da falência da empresa, conforme dispõe o artigo 1.044 do Código Civil de 2002;
pela redução à singularidade da sociedade, sem que haja a restauração da mesma, dentro do prazo de 180 dias à situação de pluralidade social;
pela extinção da autorização para seu funcionamento, consoante reza o artigo 1.033, inciso V do Código Civil de 2002; ou ainda
por condição definida em contrato, conforme prevê o artigo 1.035 do Código Civil de 2002.
Na hipótese da sociedade ser constituída por apenas dois sócios, a saída de um dos sócios reduz a sociedade à unipessoalidade. Tratando-se de sociedade contratual, por força do artigo 1.033, inciso IV do Código Civil de 2002, enseja-se ao sócio remanescente o prazo de 180 dias para a devida recomposição da pluralidade social.
Se dentro desse prazo não ocorrer a recomposição da pluralidade social, a sociedade então irá ser dissolvida de pleno direito. Em se tratando de Sociedade Anônima, o prazo será de 1 ano.
Com efeito, em se tratando de uma Sociedade Anônima, são as seguintes as causas para a dissolução da sociedade:
o término do prazo de sua duração, conforme determina o artigo 206, inciso I, alínea “a” da Lei das S/A – 6.404/76.
as causas estipuladas de comum acordo em seu estatuto, consoante reza o artigo 206, inciso I, alínea “b” da Lei das S/A – 6.404/76.
a deliberação da assembléia geral, conforme determina o artigo 206, inciso I, alínea “c” da Lei das S/A – 6.404/76.
 a unipessoalidade não restaurada dentro do prazo de 1 ano à pluralidade social, conforme dispõe artigo 206, inciso I, alínea “d” da Lei das S/A – 6.404/76.
a extinção da autorização para funcionar, conforme previsto no artigo 206, inciso I, alínea “e” da Lei das S/A – 6.404/76.
Da mesma maneira, por decisão de autoridade administrativa, conforme previsto no artigo 206, inciso III da Lei 6.404/76, poderá a companhia se dissolver.
Tal circunstância diz respeito à liquidação extrajudicial de instituição financeira que poderá ocorrer por proposta de interventor, quando se encontrar sob este regime de intervenção, ou ainda, por proposta dos administradores ou ainda por decreto ex officio do Banco Central.
DA DISSOLUÇÃO JUDICIAL DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
A sociedade empresária poderá ainda ser dissolvida por meio de decisão judicial, isto é, refere-se à dissolução da sociedade por meio de sentença judicial transitada em julgado.
Com efeito, buscar o caminho judicial para dissolver uma sociedade empresária, somente se verifica nos casos onde existem conflitos de pretensões entre os sócios em relação à dissolução da sociedade, ou ainda na hipótese de ocorrência de falência da sociedade empresária.
Sendo assim, podemos considerar como hipóteses de dissolução judicial as circunstâncias definidas no artigo 1.034 do Código Civil Brasileiro de 2002, quais sejam:
pela anulação de sua constituição;
pela impossibilidade de cumprir com o seu fim social, quando ocorre perda total ou insuficiência do capital social; ou ainda
pelo exaurimento do objeto social.
Temos a observar que a relação das causas legais que justificam a dissolução da sociedade não é exaustivo, não impedindo que o sócio venha a procurar o amparo do poder judiciário sempre que sentir que está sofrendo ou esteja na iminência de sofrer uma lesão ao seu direito individual.
Por outro lado, em se tratando de uma sociedade anônima, podemos considerar como hipóteses de causar uma dissolução judicial, os seguintes aspecto:
anulação da constituição da sociedade, conforme prevê o artigo 206, inciso II, alínea “a” da Lei 6.404/76;
o não cumprimento de sua função social, conforme previsto no artigo 206, alínea “b” da Lei 6.404/76; e
a decretação da sua falência, consoante determina o artigo 206, inciso II, alínea “c” da Lei 6.404/76.
DA PRORROGAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
			Existe também a possibilidade de se estabelecer a prorrogação de uma sociedade empresária.
			Na verdade, quando existe uma sociedade pactuada por prazo determinado, com a conclusão desse prazo, não mais seria possível a prorrogação da sociedade empresária, conforme preceitua o artigo 53, inciso V do Decreto nº 1.800/96. Assim diz o artigo 53, inciso V do Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996, que Regulamenta a Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994, que dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, in verbis:
“ Art. 53. Não podem ser arquivados: (...)
   V - a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado;(...)”
			Com efeito, tal determinação se dá por um motivo lógico, ou seja, uma vez expirado o prazo contratual de duração, terminou a personalidade jurídica da sociedade, e não poderia ocorrer mais um pedido de prorrogação, sendo que a palavra mais correta seria a “ressurreição” da sociedade empresária.
			A seqüência da vida societária após o decurso do prazo, sem que haja a regulamentação da situação, será totalmente irregular, tornando-se apenas uma sociedade de fato, uma vez que nem mais um contrato de constituição possui.
			Destarte, deverá ser feita uma alteração contratual para regularização dessa situação, e assim permitir a continuidade societária, porém deverá ser aprovada pela unanimidade de seus sócios.
			Se pelo menos um dos sócios não concordar com a “prorrogação” da sociedade, nada poderá obrigá-lo a concordar, considerando que expirou o prazo do contrato que o mesmo celebrou.
			Sendo assim, na pendência de uma solução consensual, a dissolução será pela via judicial. Não obstante, poderá ocorrer uma prorrogação tácita da sociedade por tempo determinadose, uma vez dissolvida a sociedade, em a oposição de sócio, não entrar em liquidação.
			Essa circunstância tem amparo no disposto no artigo 1.033, inciso I do Código Civil Brasileiro de 2002.
DA LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
Como procedimento peculiar à execução da sentença dissolutória, a liquidação constitui-se na fase final da extinção da sociedade empresária, consistente em realizar o ativo e solucionar o passivo social, podendo processar-se judicialmente ou não.
Uma vez verificada a dissolução, os administradores devem promover a investidura do liquidante e limitar a gestão própria aos negócios inadiáveis , vedadas novas operações, que uma vez realizadas levarão a sua responsabilização solidária e ilimitada.
Não constando do contrato social a indicação do liquidante, os sócios poderão escolher pessoa estranha ao quadro social; e na dissolução de pleno direito, o sócio pode requerer, desde logo, a liquidação judicial.
Na hipótese de dissolução decorrente da extinção da autorização governamental para funcionar a sociedade, o Ministério Público tem legitimação subsidiária para intentar a liquidação. Isso significa que se os administradores não o fizerem em 30 dias seguintes à extinção; ou se o sócio não tomar a iniciativa, o representante do parquet deverá ajuizá-la.
Se o Ministério Público não o fizer, a autoridade competente para conceder a autorização nomeará interventor para requerer a medida e administrar provisoriamente a sociedade, até a nomeação do liquidante.
Por meio da dissolução judicial, na própria sentença que decretar a dissolução, o juiz nomeará o liquidante conforme o contido no ato constitutivo da sociedade ou o disposto na lei de regência.
O liquidante poderá ser destituído pelo juiz, de ofício, ou mediante postulação de qualquer sócio, se ocorrer justa causa. Por exemplo, em caso de inobservância dos deveres legais, de retardamento injustificado do andamento do processo, de procedimento doloso ou de defesa de interesse adverso ao da liquidação.
Se for pessoa alheia à sociedade, eleita pelos sócios, por eles poderá ser destituído a qualquer tempo, conforme preceitua o artigo 1.038, § 1º, inciso I do Código Civil Brasileiro de 2002.
Os deveres do liquidante estão expressos no artigo 1.033 do Código Civil Brasileiro de 2002 em se tratando das sociedades contratuais, assim como no artigo 210 da Lei 6.404/76 no caso das sociedades por ações.
Em breve síntese são esses os deveres:
arquivar e publicar a ata da assembléia geral, sentença ou instrumento que tiver deliberado ou decidido a liquidação;
arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde quer que estejam;
fazer levantar, de imediato, em prazo não superior ao fixado pela assembléia geral ou pelo juiz, o balanço patrimonial da sociedade;
ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e partilhar o remanescente entre os acionistas;
exigir dos sócios, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a integralização de suas participações;
convocar a assembléia geral, nos casos previstos em lei ou quando julgar necessário;
apresentar prestação de contas semestrais;
confessar a falência e pedir recuperação, nos casos previstos em lei;
finda a liquidação, submeter aos sócios relatório dos atos e operações da liquidação e suas contas finais;
arquivar e publicar a ata da assembléia geral ou instrumento social que houver encerrado a liquidação.
O liquidante somente poderá gravar bens e contrair empréstimos com expressa autorização da assembléia geral. A exceção fica por conta dos recursos indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis.
Quanto à identificação empresarial, na fase liquidatória, a sociedade empresária assina-se com a adição da expressão “em liquidação”, representada pelo liquidante, só podendo praticar os atos necessários para se ultimarem as negociações pendentes, procedendo-se à liquidação das ultimadas.
O liquidante convocará a assembléia geral a cada seis meses, para prestar-lhe contas dos atos e operações praticados no período e apresentar-lhe o relatório e o balanço do estado da liquidação.
A assembléia pode fixar , para essas prestações de contas, períodos menores ou maiores que, em qualquer caso, não serão inferiores a três meses e nem superiores a doze meses.
Nas assembléias gerais da companhia em liquidação, todas as ações gozam de igual direito de voto, vedadas, sob pena de ineficácia, restrições ou limitações porventura existentes em relação às ações ordinárias ou preferenciais.
Uma vez cessado o estado de liquidação, restaura-se a eficácia das restrições ou limitações relativas ao direito de voto.
No curso da liquidação judicial, o juiz convocará e presidirá as assembléias gerais necessárias para deliberar sobre os interesses da sociedade, dirimindo sumariamente as dúvidas e litígios suscitados. As cópias reprográficas autenticadas das atas das assembléias gerais serão apensadas ao processo judicial.
DO PAGAMENTO DO PASSIVO
No que se refere ao pagamento do passivo, reza o artigo 124 da Lei 6.404/76, assim como o artigo 1.106 do Código Civil Brasileiro de 2002 que, respeitados os direitos dos credores preferenciais, o liquidante pagará as dívidas sociais proporcionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas últimas com desconto.
Na hipótese do ativo ser superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas.
A ordem de preferência é a mesma estabelecida para a classificação dos créditos no processo falimentar.
DA PARTILHA DO ATIVO RESIDUAL
Os sócios podem deliberar que, antes de ultimada a liquidação e depois de pagos todos os credores, se façam rateios entre os sócios à medida e proporção que se forem apurando os haveres sociais.
Na companhia, a assembléia geral pode aprovar, desde que pelo voto de acionistas que representem 90%, no mínimo, das ações depois de pagos ou garantidos ou credores, condições especiais para partilha do ativo remanescente, com atribuição de bens aos sócios, pelo valor contábil ou outro por ela fixado.
Todavia, se comprovado pelo acionista dissidente que as condições especiais de partilha visaram favorecer a maioria, em detrimento da parcela que tocaria, se inexistissem tais condições , será a partilha suspensa , se não consumada, ou, se já consumada, os acionistas majoritários indenizarão os minoritários pelos prejuízos apurados.
A prestação final de contas do liquidante ocorrerá perante a assembléia geral após pago o passivo e partilhado o ativo remanescente. 
Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a sociedade se extingue. O dissidente terá o prazo de 30 dias, a contar da publicação da ata para promover a ação que lhe couber.
Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá direito de exigir dos acionistas, individualmente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma, por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e danos.
O sócio executado terá direito de haver dos demais a parcela que lhes couber no crédito pago. O sócio não pode exigir sua parte no ativo enquanto o passivo da sociedade não estiver integralmente solvido ou depositado o valor bastante para o pagamento dos credores. 
Sendo assim, a partilha irá ocorrer sobre o saldo do resíduo; e há uma densificação absoluta das cotas, ou seja, frações ideais em frações materiais individualizadas.
O desfazimento da sociedade deve ser arquivado no Registro de Empresas Mercantis, assim como devidamente publicado. A pena para a omissão é a subsistência da responsabilidade de todos os sócios a respeito de obrigações que algum deles venha a contrair com terceiro em nome da sociedade.
Para arquivamento do distrato social ou da ata de dissolução serão necessários os seguintesdocumentos:
certificado de regularidade do FGTS (CRS emitida pela Caixa Econômica Federal);
Certidão Negativa de Débitos do INSS;
Certidão de quitação de tributos e contribuições federais e Certidão negativa de inscrição de dívida ativa da União (certidão conjunta emitida pela Secretaria da Receita Federal e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional)
Arquivado o ato de dissolução no Registro Público de Empresas Mercantis, extingue-se a pessoa jurídica.
A extinção é o término da personalidade jurídica da sociedade, o desfazimento de todos os vínculos pactuados e o fim da conjugação paralela de intenções em torno do objeto social.�
� Apostila elaborada a partir da obra do autor Waldo Fazzio Jr – Manual de Direito Comercial

Outros materiais