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METODOLOGIA DE PESQUISA PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Aula 06

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Metodologia de pesquisa para as
Ciências Humanas e Sociais-
Título da Aula: Pesquisa Qualitativa: Etnografia e Estudo de Caso
Nesta aula...
+ Estudo de Caso
+ Etnografia
+ Observação Participante
+ Agenciamentos
Sobre o trabalho de campo
O trabalho de campo, embora tenha se desenvolvido encaixado em determinações teórico-disciplinares e políticas, permanece um legado muito vigoroso do pensamento antropológico. Trata-se de um aprendizado que extraímos da Antropologia não como disciplina, mas como um campo produtivo de trabalho efetivo onde floresceu uma forma de pesquisar, uma atitude, um olhar, um tipo de inquietação intelectual e afetiva (CAIAFA, 2007, p. 148).
Estudo de Caso
“Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do investigador”. (FONSECA, 2002, 33)
Etnografia
A pesquisa etnográfica pode ser entendida como o estudo de um grupo ou povo. Exemplos desse tipo são as pesquisas realizadas sobre os processos educativos, que analisam as relações entre escola, professor, aluno e sociedade, com o intuito de conhecer profundamente os diferentes problemas que sua interação desperta.
Etnografia
As características específicas da pesquisa etnográfica são: 
1- o uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de documentos; 
2- a interação entre pesquisador e objeto pesquisado; X a flexibilidade para modificar os rumos da pesquisa;
3- a ênfase no processo, e não nos resultados finais;
4- a visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências; 
5- a não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado; 
6- a variação do período, que pode ser de semanas, de meses e até de anos; 
7- a coleta dos dados descritivos, transcritos literalmente para a utilização no relatório.
Observação Participante
Este tipo de pesquisa caracteriza-se pelo envolvimento e identificação do pesquisador com as pessoas investigadas. A pesquisa participante foi criada por Bronislaw Malinowski: para conhecer os nativos das ilhas Trobriand, ele foi se tornar um deles. Rompendo com a sociedade ocidental, montava sua tenda nas aldeias que desejava estudar, aprendia suas línguas e observava sua vida quotidiana (FONSECA, 2002).
Observação Participante
Um exemplo interessante: William Foote-Whyte - “Sociedade de Esquina”. 
Este trabalho gira em torno de um bairro pobre e degradado italiano de Boston (North End) a que deu o nome de Cornerville sendo seu objeto de estudo rapazes de esquina e gângsteres. O autor pesquisa as relações pessoais em suas particularidades. Tais indivíduos são definidos pelo autor como os “peixes miúdos” – os "rapazes de esquina", que ocupam a posição mais baixa na hierarquia social. Já os “Gângsteres e Políticos”, são os definidos pelo autor como “peixes graúdos” (as organizações mafiosas e políticas), ocupam o topo da hierarquia local. Cada "tipo" identificado pelo autor é concebido a partir da observação e da descrição de trajetórias de indivíduos e grupos concretos com os quais Whyte não apenas entrou em contato, mas de fato se envolveu em ações, disputas e projetos conjuntos. A divisão e a percepção do autor em seu campo são inspiradoras. Uma das estratégias do autor é a percepção de grupos com ações e interesses diversificados num conjunto de atores sociais.
Os agenciamentos
A perspectiva de campo proporciona também a possibilidade de construção de agenciamentos e conexões únicas e singulares, capazes de alimentar o trabalho de pesquisa.
Os agenciamentos
Os agenciamentos são datados, transitórios e sempre em relação com um limiar que, atingido, promove uma virada, uma mudança. Deleuze (1977:84) escreve que a única unidade do agenciamento é o “co-funcionamento”, que ele também chama de “simpatia”. Na linguagem e na vida estamos sempre nesse regime de conexão, de falar “com”, agir “com”, escrever “com”. A simpatia para Deleuze (1977:66) é essa composição de corpos (físicos, psíquicos, sociais, verbais etc.), essa “penetração de corpos”, essa afecção nos agenciamentos, e não “um vago sentimento de estima”. Pode envolver amor ou ódio, ela é o modo de conexão nos agenciamentos, o “co-funcionamento” (CAIAFA, 2007, 152)
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