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resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar

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A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DAÃO 
HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
Anápolis 
2017 
 
A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
ELENICE DELMONDES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anápolis 
2017 
 
ELENICE DELMONDES DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera de Anápolis, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Farmácia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELENICE DELMONDES DA SILVA 
 
 
 
A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA 
INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera de Anápolis, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Farmácia. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 Prof(ª). Mestre Daiana da silva vargem 
 
Prof(ª). Especialista Pollyana Lyra e Oliveira 
 
 Prof. Mestre Carlos Eduardo Peixoto da cunha 
 
 Anápolis, 04 de dezembro de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus familiares 
e professores que foram tão importantes 
durante minha vida acadêmica. 
 
 
 
 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus que permitiu a realização do meu sonho, me dando 
saúde e força para superar as dificuldades, aos meus professores pela orientação, 
apoio e confiança, e aos meus familiares pelo amor incondicional. 
 
 
 
 
 
 
SILVA, Elenice Delmondes. Resistência bacteriana no contexto da infecção 
hospitalar. 2017. 29p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – 
Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2017. 
 
RESUMO 
 
A descoberta dos antimicrobianos proporcionou significativa redução de mortes por 
infecção, promovendo uma grande melhora na qualidade de vida da população. No 
entanto, várias décadas de uso de antibiótico levaram a acelerada evolução de 
resistência aos antimicrobianos, principalmente no ambiente hospitalar causando 
grande preocupação na comunidade cientifica. Com base nisto, esta revisão foi 
desenvolvida objetivando identificar a influência da resistência bacteriana no 
contexto do ambiente hospitalar. Para seu desenvolvimento foi consultado a 
literatura já existente, através de banco de dados como bireme, scielo, Revista 
Eletrônica Pharmácia Brasileira, entre outros, tendo como critério de inclusão artigos 
em português e inglês publicados entre os anos de 2010 a 2016 e que 
apresentavam relevância ao tema abordado. Os resultados do estudo revelaram que 
a resistência bacteriana no âmbito hospitalar acontece em decorrência do uso 
irracional dos antimicrobianos e tem consequências não apenas individual, mas 
também coletiva, pois não afeta apenas o indivíduo que faz uso deste, também afeta 
a microbiota do ambiente hospitalar, promovendo assim o surgimento de 
microrganismos multirresistentes. Ao final do estudo fica evidente que os cuidados 
com higiene é um dos meios de prevenção, e reforça ainda a importância da CCIH 
no processo de controle da disseminação da resistência bacteriana. Ao decorrer da 
elaboração deste trabalho o objetivo geral da pesquisa foi alcançado, pois mostrou 
de forma expressiva o quanto a resistência bacteriana pode influenciar 
negativamente no que diz respeito à infecção hospitalar. 
 
Palavras-chave: Resistência bacteriana; Infecção hospitalar; Antibiótico; 
Microrganismo. . 
 
 
 
 
 
 
 
SILVA, Elenice Delmondes. Bacterial resistance in the contexto of hospital infection: 
2017. 29p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade 
Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2017. 
ABSTRACT 
 
The discovery of antimicrobials provided a significant reduction in deaths from 
infection, promoting a great improvement in the quality of life of the population. 
However, several decades of antibiotic use have led to the accelerated evolution of 
antimicrobial resistance, especially in the hospital environment causing great concern 
in the scientific community. Based on this, this review was developed aiming to 
identify the influence of bacterial resistance in the context of the hospital 
environment. For its development, it was consulted the existing literature through a 
database such as bireme, scielo, Web Magazine Pharmácia Brazilian, among others, 
having as inclusion criteria articles in Portuguese and English published between the 
years 2010 to 2016 and that were relevant to the topic addressed. The results of the 
study revealed that bacterial resistance in the hospital is due to the irrational use of 
antimicrobials and has consequences not only individual but also collective, as it 
affects not only the individual who makes use of it, it also affects the microbiota of the 
hospital environment, thus promoting the emergence of multiresistant 
microorganisms. At the end of the study, it is evident that hygiene care is one of the 
means of prevention, and it reinforces the importance of CCIH in the process of 
controlling the spread of bacterial resistance. During the elaboration of this work the 
general objective of the research was reached, as it showed in an expressive way 
how much bacterial resistance can influence negatively with respect to hospital 
infection. 
Key-words: Bacterial resistance; hospital infection; Antibiotic; Microorganism. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças 
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária 
PCIH Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
POP Procedimento Operacional Padrão 
PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 
PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional 
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO..............................................................................................9 
1 RESISTÊNCIA BACTERIANA..........................................................11 
2 AMBIENTE HOSPITALAR COMO FONTE DE INFECÇÕES...........16 
2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR NO BRASIL............................................19 
3 CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR....................................21 
3.1 FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA.............................................................23 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................25 
 REFERÊNCIAS.................................................................................. ........26 
 
 
 
9 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente a prática clínica enfrenta várias incertezas no que diz respeito às 
consequências ligadas aos riscos e benefícios resultantes da prescrição de uma 
terapia que envolve antimicrobianos. A prescrição está diretamente relacionada a um 
conjunto extenso de fatores o que pode ter como resultado, desfechos diferentes no 
que diz respeito ao paciente. Com a comercialização dos primeiros antimicrobianos, 
várias infecções conhecidas como fatais puderam ser tratadas de maneira eficaz no 
ambiente hospitalar, o que aumentou a sobrevida do paciente e fez os índices de 
mortalidade decorrente de infecções diminuir de forma considerável. Os 
medicamentosmais prescritos no ambiente hospitalar, são os antimicrobianos uma 
utilização que feita de forma irracional, pode contribuir de modo significativo para o 
surgimento de infecções por cepas resistentes. A prescrição consciente além de 
envolver uma avaliação ampla do paciente, envolve também um conhecimento 
diversificado com relação á farmacocinética e a farmacodinâmica dos fármacos, 
assim como os mecanismos de ação, dose e interações. 
A justificativa do presente trabalho são as falhas rotineiras que acontece na 
terapia antimicrobiana decorrente de avaliações equivocadas pela ausência de 
conhecimento técnico relacionado à farmacologia das drogas utilizadas na terapia 
antimicrobiana pelo profissional prescrito, e tem como consequência a falta de 
critério para escolha do fármaco a ser utilizado para tratar das infecções, o que faz 
com que os índices de microrganismos resistentes a antimicrobianos aumentem. O 
que se vê hoje é o surgimento descontrolado de cepas resistentes a antimicrobianos 
no ambiente hospitalar, é necessário que os profissionais de saúde principalmente o 
farmacêutico hospitalar façam uma reflexão sobre o seu papel frente às prescrições 
equivocadas de drogas utilizadas para combater as infecções causadas por 
microrganismos, desta forma evitando que novo caso de resistência a 
antimicrobianos aconteça. 
 Os antimicrobianos podem ser utilizados como profilaxia e de forma 
terapêutica, porém, seu uso de maneira indiscriminada é o fator principal relacionado 
ao surgimento de cepas multirresistentes. O uso inadequado, como profilaxia ou 
empírico, doses superiores ao recomendado e uso prolongado podem trazer prejuízo 
10 
 
 
 
para o paciente hospitalizado, sendo assim a problemática da pesquisa é como a 
resistência bacteriana pode aumentar o risco de infecção hospitalar? 
O objetivo geral da pesquisa tem o proposito de identificar a influência da 
resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar, e tem como objetivos 
específicos: destacar o que é a resistência bacteriana e apontar suas implicações; 
mostrar como o ambiente hospitalar e os profissionais de saúde podem influenciar 
no aumento da resistência bacteriana; apresentar a importância do controle da 
infecção hospitalar para minimizar a resistência bacteriana. 
Este é um trabalho de revisão bibliográfica narrativa e a pesquisa documental 
se desenvolveu com informações obtidas em artigos eletrônicos indexados em sites, 
livros, e bases de dados como scielo, Bireme, Lilacs. Foram incluídos artigos de 
publicação entre 2010 a 2016 e excluídos aqueles que foram publicados antes de 
2010, os descritores utilizados durante a pesquisa foram: resistência bacteriana, uso 
racional de antibióticos, prevenção, bactérias e infecção hospitalar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
1 RESISTÊNCIA BACTERIANA 
 
 
Microrganismo é o nome que se dá a todos os organismos compostos por uma 
célula e que não se consegue visualizar a olho nu, sendo visíveis apenas com o 
microscópio. Com o nome de microrganismo podem estar organismos de vários 
grupos, exemplo, vírus, bactérias, fungos e protozoários (CONTI et al., 2012). 
As bactérias são organismos unicelulares com tamanho microscópico, sendo em 
média dez vezes menores que uma célula eucarionte. Possui uma rígida parede 
celular envolvendo externamente a membrana plasmática, formada por uma trama 
de peptídeos interligados a polissacarídeos (açucares), o que forma um complexo 
chamado de pepdidoglicanos. Sendo o responsável pela forma, proteção física e 
osmótica do organismo (BOSCARIOL, 2013). 
Algumas espécies de bactérias têm uma capsula uniforme, espessa e viscosa, o que 
atribui proteção extra contra penetração de vírus (bacteriófagos), resistência 
ofensiva dos glóbulos brancos (fagocitose), além de proporcionar adesão quando 
juntas em colônia (SUFFI et aI., 2011). 
 De acordo com aspecto estrutural geral, uma bactéria é constituída por 
membranas plasmáticas podendo ela invaginar, formando uma dobra (mesossomo) 
concentrada em enzimas respiratórias. O material genético encontra se na região 
chamada de nucleoide, em alguns casos, moléculas menores de DNA (os 
plasmídeos), que tem diversas funções, exemplo: a resistência a antibióticos e a 
ação toxica injetada em bactérias competidoras, induzindo a degradação (PARDAL 
et al., 2013). 
 De acordo com o ponto de vista epidemiológico, segundo o centro de controle e 
prevenção de doenças (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos, microrganismo 
resistente é todo aquele não responde a uma ou mais classe de antimicrobianos. Na 
perspectiva laboratorial, entende se como crescimento de uma bactéria in vitro na 
presença de antibiótico ou no momento que se mostra resistente a duas ou mais 
classes de drogas que apresentassem interferência em suas funções de 
crescimento, as quais seriam continuamente sensíveis (MARTINS, 2001). 
 
12 
 
 
 
 
 A resistência bacteriana é um fenômeno que envolve paciente, microrganismo, 
antibiótico e ambiente. Sabe-se que alguns pacientes apresentam características 
que predispõe de maior receptividade a serem colonizados por microrganismos 
resistentes. Pacientes imunossuprimidos, em terapia intensiva e pós-cirúrgicos, que 
são submetidos a procedimentos invasivos são alguns dos integrantes deste grupo. 
Sendo assim o uso de forma indiscriminada de antibióticos, visando o controle de 
infecções trazem com eles o risco de propagar uma seleção de organismos 
resistentes, dos quais não se conseguirá controlar, no caso de futuras infecções 
(AZEVEDO, 2005). 
A resistência microbiana é a capacidade que os microrganismos têm de se 
multiplicar se na presença de elevadas concentrações de antibióticos, se 
comparadas as doses terapêuticas dadas ao homem. É o chamado fenômeno 
biológico de adaptação das bactérias. O princípio da terapia antimicrobiana acontece 
com a determinação do agente causador da infecção e de sua susceptibilidade aos 
antimicrobianos (LISBOA; NAGEL, 2011). 
 A resistência a antimicrobianos desenvolve-se de forma natural como 
consequência da grande habilidade que as bactérias têm de se adaptarem. O uso 
contínuo do antibiótico faz com que aconteça a pressão seletiva, sendo assim a 
bactéria fica exposta aos mesmos antibióticos, facilitando a aquisição da resistência 
(BENOVIT, 2015). 
As bactérias desenvolvem resistência de acordo com a exposição aos fármacos uma 
das formas de resistência esta relacionada à produção de enzimas que inativam o 
mesmo. Estas enzimas tende a promover a transferência dos grupos químicos ou 
tem atividade hidro lítica, entre elas a β-lactamases que faz a clivagem do anel β-
lactamico da penicilina e da cefalosporina, o que desencadeia a perda da função 
antimicrobiana (WRIGHT, 2005). 
 Microrganismos contribuem para resistência formando biofilmes, que é o 
processo de colonização e multiplicação no lúmen de dispositivos invasivos. Uma 
outra forma de resistência está diretamente ligada à composição bioquímica da 
parede celular bacteriana, o que confere impermeabilidade a certas substancias. A 
13 
 
 
 
diminuição de receptores de membrana para antibiótico e a existência de proteínas 
especificas para a exportação de substancias nociva ao metabolismo celular, às 
bombas de fluxo pode aumentar possibilidade de impenetrabilidade ao antibiótico 
(GILBERT, 2001). 
 A atividade metabólica elevada e a produtividade bacteriana associada a 
mecanismos de troca de material genético pode fazer com que os microrganismos 
desenvolvam com o passar do tempo formas de resistênciaintrínseca a estrutura 
física celular, relacionada com eventos mutacionais e até mesmo a transferência de 
genes de resistência a antimicrobianos e a outras bactérias (CLOETE, 2003). 
 Um aspecto importante sobre a cepa bacteriana, é que ela pode se tornar 
resistente a determinado antibiótico sem ter contato com a droga. Isso pode ocorrer 
de três formas: resistência inerente ou intrínseca, que é quando o microrganismo 
possui gene que lhe confere resistência a determinado antibiótico, o qual pode ser 
inativo, ativo e induzido pelo fato de estar exposta a droga específica. O 
microrganismo pode se tornar resistente por apresentar uma característica 
intrínseca, como a falta de sitio de ligação para um determinado antibiótico. Um bom 
exemplo é o mycoplasma pneomoniae, tem a parede celular de peptídeos ausente o 
que o torna resistente natural aos inibidores β-lactam micos da síntese da parede 
celular (COHEN, 1997). 
 Mutação genética: mutações genéticas e recombinadas podem ter como 
resultado a evolução e a multiplicação de mutante resistente. Por volta de 1960, às 
bactérias resistentes a estreptomicina e tetraciclina foram descobertas em uma 
população que ficava no pacifico sul, as ilhas salomon, as quais jamais foram 
introduzidas a tais antibióticos, sugerindo que para o desenvolvimento da resistência 
não necessário o contato prévio da bactéria com o antimicrobiano (BERGER, 2006). 
 Transferência de material genético: bactérias também podem adquirir carga 
genética externa o que confere resistência pelos mecanismos de transformação (a 
bactéria adquire o DNA livre contendo genes de resistência e o incorpora em seu 
genoma), transdução (a atuação da bactéria é como hospedeiro de um vírus, 
bacteriófago, o que faz a transmissão dos genes de resistência durante o ciclo 
reprodutor), conjugação (é o tipo de reprodução bacteriana onde ocorre a 
transmissão dos elementos de resistência). Estes elementos são denominados 
14 
 
 
 
plasmídeos (elementos genéticos extracromossomais circulares, pequenos 
apresentam replicação autônoma estão presentes no interior da célula bacteriana; 
podem apresentar genes de resistência a antibióticos e habitar livremente no 
organismo ou, ser integrante do DNA cromossômico bacteriano) e transposons (são 
segmentos móveis especializados de DNA e podem estar presentes em plasmídeos 
ou nos cromossomos bacterianos podendo ser transferidos entre as bactérias da 
mesma espécie ou bactérias de diferentes cepas) (COHEN, 1997). 
 Quando o antibiótico atua sobre determinado grupo de bactérias, as mais 
susceptíveis são eliminadas, porém um pequeno grupo pode sobreviver e se 
proliferar, formando novamente uma colônia de bactérias resistentes. Alterações 
como estas fazem com que as novas estirpes de bactérias não sejam afetadas pelo 
antibiótico especifico (GRILLO et al., 2013). 
 Para que se faça a escolha certa do antibiótico a ser utilizado, é preciso 
inicialmente que identifique o microrganismo (bactérias, fungos ou vírus) causador 
da infecção, a qual poderá ser classificada como especifica e não especifica 
(MATOS, 2012). 
 A resistência bacteriana é quando um agente antimicrobiano já não consegue 
ter eficácia na hora de destruir um microrganismo. A resistência é denominada 
natural ou adquirida (GOMES, 2011). 
 A natural é a forma intrínseca do microrganismo que se expressa 
continuamente, tem como característica a ausência da necessidade de ter estimulo 
prévio para que seja expressa sua resistência (GOMES, 2011). 
 A adquirida, á resistência não tem sua produção realizada pela célula 
bacteriana a não ser que esteja exposta a um agente indutor ou até mesmo na 
aquisição dos genes de resistência (GOMES, 2011). É a forma de resistência 
bacteriana na qual se precisa ter mais atenção, uma vez que por meio da pressão 
seletiva e da disseminação dos genes da resistência, nas unidades hospitalares que 
se instalou o caos na saúde publica brasileira segundo (GOMES, 2011). 
 A resistência vem se tornando um problema de saúde publica no mundo, e 
afeta os países desenvolvidos ou não desenvolvidos. É a consequência pelo uso de 
forma indiscriminada dos antibióticos por seres humanos (SANTOS, 2002). 
15 
 
 
 
 Dessa maneira o impacto por parte das bactérias resistentes, e o uso 
descontrolado dos antibióticos em hospitais está preocupando o meio cientifico. Este 
problema tem aumentado os estudos para encontrar uma solução efetiva, em 
conjunto com os profissionais de saúde, porque a aplicação correta das medidas de 
prevenção é a forma mais eficaz de controle (SANTOS, 2002). 
 Para lidar com a ameaça da resistência bacteriana, os profissionais 
diretamente envolvidos devem abordar o problema de forma simultânea em varias 
direções, pois devem fazer o controle da disseminação de cepas multirresistentes 
com o uso de forma racional com relação aos antibióticos e empregar de forma 
metódica as medidas de controle (RODRIGUES, 1997). 
 O uso de antibacterianos como forma profilática utilizados de modo 
indiscriminado pode acarretar prejuízo à saúde do paciente, resistência sobre a 
droga e aumento de gastos desnecessários para instituição de saúde. Um fator 
importante quando se fala sobre resistência bacteriana, no paciente internado é o 
intervalo entre as administrações do medicamento, que geralmente acontece com 
tempo inferior ao recomendado, o que contribui para que aconteça a resistência 
bacteriana e ainda a ineficácia do tratamento farmacoterapêutico (FISHMAN, 2006). 
 O uso prolongado de antibiótico, em pacientes pós-cirúrgicos pode acarretar 
riscos e custos adicionais em sua assistência, sobretudo o profissional responsável 
pela prescrição e administração do medicamento, precisa se conscientizar do seu 
papel, buscando se manter informado e reciclando os conhecimentos, para que 
possa prestar uma assistência eficaz e de qualidade ( CARNEIRO, 2011). 
 As consequências pelo uso exacerbado dos antibióticos são muitas, podendo 
destacar o risco de super infecções, incidência de efeitos colaterais e entre eles o 
mais alarmante, número de óbitos (MARTINS, 2001). 
 
16 
 
 
2 AMBIENTE HOSPITALAR COMO FONTE DE INFECÇÕES 
 
 Em meados do ano de 330 a.C. no império romano, ouve a existência do 
primeiro hospital urbano, embora haja relatos da construção do primeiro hospital 
em 394 a.C. na periferia de Roma logo após , vários outros foram criados. Na 
ocasião os hospitais eram construídos nas proximidades de catedrais com a 
finalidade de prestar assistência aos pobres. Esses espaços eram considerados 
fontes de doenças pelas condições sanitárias precárias, e ausência do profissional 
médico (FOUCAULT, 1999). 
 Paralela às condições precárias em que se encontravam os hospitais até 
meados do século XVlll observou se a incidência de infecções hospitalares, os 
pacientes assistidos nos hospitais, passaram a apresentar outras patologias em 
função da hospitalização. As infecções surgiam em decorrência das más condições 
em que os pacientes eram expostos. No entanto essa mesma precariedade, 
contribuiu para que houvesse a evolução com relação ao conhecimento sobre o 
hospital e sua real finalidade, passando a ter a função de assistência à saúde 
(FOUCAULT, 1999). 
 Essa mudança aconteceu no final do século XVIII, prevalecendo à 
conscientização de que o ambiente hospitalar é um instrumento terapêutico, que 
visa à promoção da saúde e do bem estar. A emergência do capitalismo colaborou 
para que acontecesse o processo de reestruturação dos hospitais, como objetivo de 
valorizar o corpo como principal objeto para as forças necessárias ao modelo 
capitalista (LACERDA, 1997). 
 Iniciou então a gradual restruturação dos hospitais, deixando de ser um local de 
caridade para ser local de cura, com acompanhamento médico, apresentando 
melhores condições de atendimento, tornando se instituições funcionais, e 
realizando internações apenas com orientação médica. Com a permanência dos 
médicos nos hospitais começaram a surgir às primeiras medidas de controle de 
infecção básicas de modo a atender o novo proposito de hospital, em 1847, Ignaz 
Philipp Semmelweis (1818-1865), representou uma grande importância, médico 
cirurgião húngaro, em Viena, no século XIX, observou os altos índices de infecção 
puerperal em mulheres tratadas por médicos que anteriormente haviam realizado 
necropsias, desde então foi instituída a higienização das mãos com solução clorada. 
17 
 
 
Com este ato simples conseguiu obter redução nas taxas de infecção de 11,4% para 
1,3% em um curto período de sete meses (FERNANDES, 2000). 
 Ressalta se ainda que, Oliver Wendel Holmes fez esta mesma relação em 
1843, embora com argumentos lógicos, foi tratado com hostilidade e indiferença pela 
classe medica, não obtendo êxito (COUTO; PEDROSA, 2003). 
 No final do século XIX, na Inglaterra Florence Nightingale teve uma importância 
significativa para a historia pela contribuição na reorganização dos hospitais o, que 
levou a implantação de medidas para o controle das infecções hospitalares, tendo 
como ação prioritária os cuidados de higienização, atendimento individualizado, 
isolamento do paciente quando necessário, o uso controlado de dieta e a diminuição 
de pacientes ocupando o mesmo espaço, estabeleceu medidas para organização, 
sistematizando o atendimento e treinando continuamente os colaboradores, em 
especial as práticas de higiene sanitária que contribuiu significativamente para que 
as taxas de mortalidade em ambientes hospitalares fossem reduzidas. Foi 
considerada precursora da enfermagem, apresentava um talento único, que ia além 
da sua época, dessa forma os conhecimentos de Florence contribuem até hoje, 
mesmo após décadas de sua morte (LACERDA, 1997). 
 
 2.1 INFECÇÃO HOPITALAR NO BRASIL 
 
 No Brasil, na década de 50, aproximadamente em 1956, surgiram as primeiras 
referencias com relação ao controle da contaminação hospitalar, termo que era 
utilizado na época, aviam questionamentos quanto a práticas relativas a 
procedimentos invasivos, procedimentos utilizados na esterilização de materiais 
hospitalares e o surgimento de microrganismos resistentes a antibióticos 
(FERNANDES, 2000). 
 Em pleno século XX no Brasil, chegaram a 90% os índices de infecção entre 
pacientes que foram submetidos a procedimento cirúrgico o que relaciona suas 
causas à ausência de regras básicas de higiene e ao não isolamento adequado dos 
pacientes portadores de doenças infecciosas, o que causou as “gangrenas dos 
hospitais”, fator principal de mortalidade nos hospitais brasileiros (FERNANDES, 
2000). 
18 
 
 
 Por volta de 1968 surgiram às primeiras comissões de controle de infecção 
hospitalar (CCIH) no Brasil, inicialmente vinculadas a instituições de ensino. No ano 
de 1976, o governo determinou a criação de CCIH em hospitais próprios da 
previdência, no entanto a medida não obteve resultado pela falta de fiscalização. Na 
década de 80 houve um grande avanço com relação ao controle de infecção, 
aconteceram vários eventos relacionados ao tema, o levou a criação de muitas CCIH 
nos hospitais Brasileiros (RODRIGUES, 1997). 
 Em 1983, a imprensa relatou os casos de infecção hospitalar de tal forma que 
forçou o ministério da saúde a se posicionar emitindo a portaria MS n 196/1986 que 
recomendava a criação de CCIH nos hospitais brasileiros. Em 1985, causou 
grande repercussão nacional, a morte do presidente da república Tancredo 
Neves, por septicemia devido a uma infecção pós-cirúrgica, fator que 
colaborou para implementação de ações e projetos que promovessem 
mudanças no panorama e nos rumos do controle de infecção no país por 
parte do ministério da saúde. O que desencadeou várias ações como 
verificação das instituições que já haviam aderido a CCIH, capacitação de 
colaboradores envolvidos no processo, promovendo a troca de conhecimento 
entre os profissionais de saúde, elaborando Manuais e normas técnicas 
(FERNANDES, 2000). 
 No ano de 1989 aconteceu o primeiro Congresso Brasileiro que tinha como 
tema principal Infecção Hospitalar em São Paulo, apontando as consequências 
sobre o desenvolvimento de tal conhecimento por parte dos profissionais de saúde, 
e mostrando um novo mercado de trabalho que se criava dentro dos hospitais 
(RODRIGUES, 1997). 
 Os anos 90 foram marcados por um desgaste significativo no programa de 
controle de infecção hospitalar no Brasil, mesmo estando em vigor à publicação da 
portaria MS n 930/1992. A prática da descentralização nas ações de saúde, no 
momento amparado pela lei n 8.080/1990, veio a provocar fragmentação e 
afastamento das bases que apoiavam o programa de controle de infecção hospitalar 
do ministério da saúde. O efeito da descentralização foi à iniciativa de formar 
núcleos de profissionais por parte de alguns estados com a intenção de trocar 
19 
 
 
experiências, o que deu origem a muitas associações de profissionais envolvidos no 
controle de infecção (FERNANDES, 2000). 
 Em virtude de muitos hospitais Brasileiros não terem cumprido a portaria MS n 
930/1992, o Ministério da Saúde se viu obrigado a emitir a lei Federal n 9.431/1997 
que determinava a manutenção obrigatória de programas de controle de infecção 
hospitalar nos hospitais Brasileiros em geral, porém vetava a obrigatoriedade de 
serviços de controle de infecção e busca permanente de casos (FOUCAULT, 1999). 
 Dez anos depois de emitir a lei Federal n. 9.431, o ministério da saúde emite a 
portaria n. 2.616/1998, em vigor até o momento, permanece com a obrigatoriedade 
de PCIH presente em todos os hospitais do país, tratando se então da organização e 
competências da comissão de controle de Infecção Hospitalar-CCIH e do Programa 
de Controle de Infecção Hospitalar-PCIH, determina os critérios diagnósticos das 
Infecções Hospitalares e os conceitos, orientando sobre a vigilância epidemiológica 
das Infecções Hospitalares e seus possíveis indicadores, orienta sobre a higiene das 
mãos e enfatiza a similaridade de publicações anteriores realizadas pelo Ministério 
da Saúde com relação ao uso de microbiologia, germicidas, farmácia e lavanderia 
(FOUCAULT, 1999). 
 Inicialmente com a necessidade de centralizar ações de regulação de 
medicamentos e alimentos e, logo após, de serviços direcionados a saúde e 
produtos, em 1999 ouve a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde, entre suas atribuições inclui o Controle de 
infecção hospitalar a nível federal, dando suporte ás secretarias Estaduais por meio 
do suporte técnico, legislações, expedição de normas e capacitações, consolidando 
informações e promovendo a socialização das informações pertinentes (FOUCAULT, 
1999). 
 Para maior eficácia na instrumentalização das ações de fiscalização sanitária, e 
no monitoramento das ações de controle das infecções no ambiente hospitalar, a 
ANVISA emitiu a resolução RDC n. 48/2000, criada para estabelecer a sistemática 
de avaliação, inspeção de programas de controle de infecção hospitalar 
(FOUCAULT, 1999). 
 A ANVISA foi levada a desenvolver um sistema informatizado para o controle de 
infecções em serviçosde saúde (SINAIS), em decorrência da deficiência de 
indicadores de infecções hospitalares, cujo objetivo é obter conhecimento do perfil 
20 
 
 
epidemiológico e das taxas de infecções no ambiente hospitalar, buscando 
padronizar e uniformizar os indicadores possibilitando o acompanhamento, e 
servindo também como instrumento de orientação para implantar ações visando à 
diminuição de incidência e gravidade nos serviços de saúde, medindo sua eficácia e 
monitorando a qualidade da assistência hospitalar e os riscos envolvidos (PRADE, 
2001). 
 No cotidiano, mesmo existindo legislações e normativas direcionadas para o 
exercício do controle sanitário, verifica se a interferência de determinados discursos 
que influenciam na prática, sejam de ordem econômica, jurídica, politica ou técnica, 
fatores que geram confrontos dos mais variados, o que interferem nas ações da 
regulação sanitária. Esses discursos, apesar de não possuírem capacidade de 
decorrer domínios científicos e técnicos, constituem relações fortes com capacidade 
de suprimir a prática do exercício ativo de controle de infecção hospitalar no Brasil 
(PRADE, 2001). 
 
 
 
 
21 
 
 
3 CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
 Os hospitais oferecem serviços complexos que envolvem um número grande de 
legislações e normativas, devido a sua complexa especificidade e característica. 
Várias dessas legislações e normativas foram criadas para setores ou serviços 
específicos, no interior da própria instituição. Devido a grande quantidade de 
atividades realizadas por meio da fiscalização. O aspecto principal que essa 
fiscalização verifica no ambiente hospitalar diz respeito à higiene do 
estabelecimento, requisito básico ao mesmo tempo fundamental para o bom 
funcionamento do serviço, a sua realização diária e adequada permite que todos os 
demais serviços ocorram no hospital (ANDRADE, 1999). 
 Embora represente uma atividade básica, ainda sim é um grande problema em 
muitas instituições, o que constitui um importante ponto de disseminação de 
partículas e microrganismos, e consequentemente favorece a ocorrência das 
infecções hospitalares. Todos os procedimentos realizados no hospital, sejam 
envolvendo assistência ao cliente ou não, são avaliados criteriosamente pela sua 
importância no contexto assistencial. Com relação á estrutura física, é essencial a 
aprovação antecipada do projeto arquitetônico do estabelecimento pelo órgão 
sanitário em caso de reforma, construção, ampliações ou adequações, liberando sua 
construção dentro das normas sanitárias requeridas na RDC/ANVISA n 50 de 
21/02/2002 (COUTO, 2003). 
 Nos casos em que as construções são antigas e fora dos padrões sanitários 
vigentes, logo após analise previa do projeto, são apontadas as adequações 
necessárias para que o estabelecimento fique o mais próximo possível do que está 
estabelecido nas normas. Essa análise proporciona a busca por estratégias que 
permitam a minimização dos riscos de infecções hospitalares, principalmente nos 
setores considerados críticos como centro cirúrgicos e terapias intensivas, por 
exemplo, nesses setores pacientes são rotineiramente submetidos a procedimentos 
invasivos, dessa forma ficam mais susceptíveis as infecções hospitalares. Nessa 
perspectiva de diminuição desses casos, a participação da CCIH da instituição nas 
discussões de projetos com a finalidade de contribuir com seus conhecimentos 
técnicos específicos é muito importante (PRADE, 2001). 
22 
 
 
 A falta de normalização e socialização de práticas diferentes são habitualmente 
verificadas e acarretam na incidência do serviço de estabelecer normas e rotinas 
(Procedimentos Operacionais Padrão-POP) para o bom funcionamento, e devem ser 
seguidas por todos de modo uniforme por todos os colaboradores. Sua elaboração 
pode ser realizada em parceria com o serviço de educação continuada e com a 
comissão de controle de infecção hospitalar, em seguida deve se realizar 
capacitação voltada para os profissionais de saúde visando à socialização das 
informações instituídas (PEREIRA, 2005). 
 Um fato muito comum encontrado nos hospitais que acaba trazendo prejuízos á 
instituição é a inatividade ou ineficiência por parte da comissão de controle de 
infecção hospitalar (CCIH), seja pela falta de capacitação dos profissionais ou pela 
ausência de conscientização do gestor relacionada às necessidades propostas por 
ela. Muitas vezes a CCIH não dispõe de um programa de controle de infecção 
hospitalar (PCIH) implantado e implementado, trabalhando sem ser direcionado para 
suas ações. Infelizmente a maioria dos hospitais até o momento não atentaram para 
real importância da contribuição da CCIH na assessoria administrativa da instituição, 
dando diagnostico e vigiando a frequência e a atribuição por parte das infecções 
hospitalares entre pacientes internados, vindo a intervir por meio da implantação de 
medidas de controle de infecção, com o objetivo de garantir a qualidade e segurança 
da assistência (PRADE, 2001). 
 As práticas sanitárias deixam em evidencia a necessidade de se implementar 
medidas que causem maior impacto no funcionamento dos serviços hospitalares, 
focando sempre na institucionalização de práticas de controle de infecção, que, 
inúmeras vezes não tem respaldo por parte do administrativo para sua devida 
operacionalização. É preciso que aconteça revisões e implementação das boas 
práticas de prevenção e controle, em decorrência dos procedimentos cada vez mais 
invasivos que são utilizados (ANDRADE, 1999). 
 Além das práticas relacionadas a procedimentos técnicos, é fundamental para 
que as ações de controle tenham êxito, a participação, o envolvimento e a 
integração CCIH com os serviços de apoio ao hospital, como, em especial, a 
farmácia hospitalar, o laboratório de microbiologia, a lavanderia, a nutrição e o 
serviço de limpeza, visto que também estão envolvidos com o controle de infecção. 
Com essa perspectiva de êxito, relaciona se também outros programas básicos a 
23 
 
 
serem instituídos no ambiente hospitalar, como programa de gerenciamento de 
resíduos de serviços de saúde (PGRSS), programa de controle médico e saúde 
ocupacional (PCMSO), programa de manutenção e controle de limpeza dos 
condicionadores de ar ou sistemas de ventilação, em especial nos setores críticos, 
programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) controle integrado de pragas e 
vetores e programa de manutenção preventiva e corretiva de equipamentos médico- 
hospitalares (PRADE, 2001). 
 Mesmo com tantos esforços, o Brasil ainda enfrenta uma realidade diferente 
daquilo que se pode considerar satisfatório: ausência de recursos humanos e de 
materiais nas instituições de saúde (particularmente nas públicas) falta de CCIHS 
atuantes em boa parte dos hospitais, e ainda, profissionais sem conhecimento 
adequado das atividades que estão sendo exercidas por ele, dessa forma os 
resultados são alto índice de infecção hospitalar, ocorrência de surtos em berçários 
e terapias intensiva não detectados, aumento de bactérias resistentes a vários 
antibióticos e alto risco ocupacional. Por esse motivo é necessário um maior 
comprometimento por parte dos dirigentes, visando melhorar a qualidade do 
atendimento ao paciente fazendo que se cumpra a legislação para implantação de 
CCIHS, em todos os hospitais, com profissionais devidamente capacitados 
(ALBUQUERQUE et. al., 2009). 
 A fiscalização das instituições que prestam um serviço voltado para saúde é 
responsabilidade dos órgãos estaduais que devem avaliar de forma criteriosa as 
condições de exercício dos profissionais,as ocupações técnicas e auxiliares 
relacionadas diretamente com a saúde (ANVISA, 2004). 
 
3.1 FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA 
 
 O sistema de fiscalização sanitária teve origem na Europa entre os séculos 
XVII e XVIII, na época era denominada “polícia sanitária”, em decorrência da 
necessidade de manter a paz, o ordenado crescimento, o controle das riquezas e a 
necessidade de manutenção da saúde que surgiram em função do crescimento das 
cidades (FOUCAULT, 1999). 
 Formada por um conjunto de regulamentos e por instituições múltiplas, na 
área da saúde, visava regulamenta o exercício da profissão do médico, profissão 
24 
 
 
que era exercida também por curiosos sem formação específica. Dessa forma 
combatendo o charlatanismo, e promovendo o saneamento das cidades, com a 
fiscalização dos cemitérios, das embarcações e da comercialização de alimentos, 
evitando que doenças se propagassem entre a população (COUTO, 2003). 
 No Brasil, iniciou a preocupação sanitária entre os séculos XVIII E XIX, logo 
após o surgimento na Europa, apesar de que no século XVI já havia ocorrido ações 
de fiscalização com punição de pouca efetividade. Visando o controle sanitário de 
serviços e produtos de interesse e de atenção á saúde, o poder público tem a 
responsabilidade de fazer com que as normas e legislações sejam aplicadas com a 
finalidade de evitar que a população seja exposta a riscos. O não cumprimento do 
exercício atribuído ao agente público implicará na desconsideração da 
responsabilidade que lhe foi atribuída, constituindo obrigatoriedade legal do Estado 
providenciar a indenização pelos prejuízos ocasionados pela não execução das 
atividades públicas imputadas (FERREIRA, 2003). 
 Com relação à vigilância sanitária suas ações englobam vistoria e/ou 
fiscalização, licenciamento, aplicação de penalidades (notificação, infração, 
apreensão e interdição), trabalho educativo, coleta de dados, processamento de 
informações e divulgação das mesmas com base no que é relevante para vigilância 
sanitária e epidemiológica, entre outros, observando os ditames legais e normativos 
das três instâncias (federal, estadual, e municipal), que dão embasamento a seus 
mecanismos (SILVA, 2005). 
 Inicialmente, a prática de fiscalização sanitária, se comportava de forma 
policialesca, o que caracterizava o “exercício de policia”. Atualmente essa forma de 
atuação foi modificada, com uma concepção de trabalho direcionada para educação 
sanitária da população, buscando tornar mais ativa e eficaz a sua atuação. A 
participação da população no controle constitui uma relação mútua de poder 
agregada com as ações de controle do órgão fiscalizador, o que garante 
participação direta no processo como representante de interesses da sociedade 
como todo, o que resulta na otimização e resolutividade das práticas fiscais (SILVA, 
2005). 
 
 
 
25 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A visão geral abordada neste artigo mostra que os perigos inerentes 
relacionados à resistência bacteriana não são apenas individual, mas coletivo e 
mundial. O primeiro objetivo do trabalho foi destacar o que é a resistência bacteriana 
e apontar suas implicações, no decorrer da pesquisa consegui respondê-lo, 
mostrando que o impacto da resistência bacteriana aos mais variados antibióticos 
representa uma ameaça real para continuidade da vida humana e as implicações 
relacionadas a esta forma de resistência são muitas, podendo destacar o risco de 
super infecções, alto índice de efeitos colaterais chegando até mesmo ao óbito. 
 Na busca pela resposta do segundo objetivo da pesquisa, que é foi mostrar 
como o ambiente hospitalar e os profissionais de saúde podem influenciar no 
aumento da resistência bacteriana, percebi em concordância com vários autores 
consultados a peculiaridade relacionada aos perigos da hospitalização e a 
expectativa relacionada à resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar, 
mostra o quanto o papel dos profissionais de saúde é importante, especialmente do 
farmacêutico que mantém contato direto com os prontuários dos pacientes, 
possibilitando o controle do uso de antibacterianos com o intuito de minimizar a 
possibilidade do surgimento de novas cepas de bactérias resistentes. 
 Com o fim da pesquisa o último objetivo de apresentar a importância do 
controle da infecção hospitalar para minimizar a resistência bacteriana foi 
devidamente respondido, pois consegui comprova tomando como base outros 
autores que é necessária a conscientização por parte dos profissionais de saúde no 
sentido de adotar, a prática das medidas básicas do cuidado com higiene ou 
medidas de assepsia, principalmente a lavagem das mãos, com esses gestos 
simples é possível prevenir novos casos de infecção hospitalar. 
 Depois de todos os dados coletados para elaboração do presente trabalho,foi 
observado que o tema resistência bacteriana, ainda precisa ser mais explorado 
principalmente pelos estudantes da área da saúde, por esse motivo proponho a 
realização de novas pesquisas com foco no ambiente hospitalar, pois quanto mais 
conhecimento si tem sobre o problema, maior é á possibilidade de uma solução 
definitiva. 
26 
 
 
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