Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DAÃO HOSPITALAR Anápolis 2017 A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA INFECÇÃO HOSPITALAR ELENICE DELMONDES DA SILVA Anápolis 2017 ELENICE DELMONDES DA SILVA A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA INFECÇÃO HOSPITALAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Anápolis, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia. ELENICE DELMONDES DA SILVA A RESISTÊNCIA BACTERIANA NO CONTEXTO DA INFECÇÃO HOSPITALAR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Anápolis, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia. BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Mestre Daiana da silva vargem Prof(ª). Especialista Pollyana Lyra e Oliveira Prof. Mestre Carlos Eduardo Peixoto da cunha Anápolis, 04 de dezembro de 2017 Dedico este trabalho aos meus familiares e professores que foram tão importantes durante minha vida acadêmica. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus que permitiu a realização do meu sonho, me dando saúde e força para superar as dificuldades, aos meus professores pela orientação, apoio e confiança, e aos meus familiares pelo amor incondicional. SILVA, Elenice Delmondes. Resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. 2017. 29p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2017. RESUMO A descoberta dos antimicrobianos proporcionou significativa redução de mortes por infecção, promovendo uma grande melhora na qualidade de vida da população. No entanto, várias décadas de uso de antibiótico levaram a acelerada evolução de resistência aos antimicrobianos, principalmente no ambiente hospitalar causando grande preocupação na comunidade cientifica. Com base nisto, esta revisão foi desenvolvida objetivando identificar a influência da resistência bacteriana no contexto do ambiente hospitalar. Para seu desenvolvimento foi consultado a literatura já existente, através de banco de dados como bireme, scielo, Revista Eletrônica Pharmácia Brasileira, entre outros, tendo como critério de inclusão artigos em português e inglês publicados entre os anos de 2010 a 2016 e que apresentavam relevância ao tema abordado. Os resultados do estudo revelaram que a resistência bacteriana no âmbito hospitalar acontece em decorrência do uso irracional dos antimicrobianos e tem consequências não apenas individual, mas também coletiva, pois não afeta apenas o indivíduo que faz uso deste, também afeta a microbiota do ambiente hospitalar, promovendo assim o surgimento de microrganismos multirresistentes. Ao final do estudo fica evidente que os cuidados com higiene é um dos meios de prevenção, e reforça ainda a importância da CCIH no processo de controle da disseminação da resistência bacteriana. Ao decorrer da elaboração deste trabalho o objetivo geral da pesquisa foi alcançado, pois mostrou de forma expressiva o quanto a resistência bacteriana pode influenciar negativamente no que diz respeito à infecção hospitalar. Palavras-chave: Resistência bacteriana; Infecção hospitalar; Antibiótico; Microrganismo. . SILVA, Elenice Delmondes. Bacterial resistance in the contexto of hospital infection: 2017. 29p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade Anhanguera de Anápolis, Anápolis, 2017. ABSTRACT The discovery of antimicrobials provided a significant reduction in deaths from infection, promoting a great improvement in the quality of life of the population. However, several decades of antibiotic use have led to the accelerated evolution of antimicrobial resistance, especially in the hospital environment causing great concern in the scientific community. Based on this, this review was developed aiming to identify the influence of bacterial resistance in the context of the hospital environment. For its development, it was consulted the existing literature through a database such as bireme, scielo, Web Magazine Pharmácia Brazilian, among others, having as inclusion criteria articles in Portuguese and English published between the years 2010 to 2016 and that were relevant to the topic addressed. The results of the study revealed that bacterial resistance in the hospital is due to the irrational use of antimicrobials and has consequences not only individual but also collective, as it affects not only the individual who makes use of it, it also affects the microbiota of the hospital environment, thus promoting the emergence of multiresistant microorganisms. At the end of the study, it is evident that hygiene care is one of the means of prevention, and it reinforces the importance of CCIH in the process of controlling the spread of bacterial resistance. During the elaboration of this work the general objective of the research was reached, as it showed in an expressive way how much bacterial resistance can influence negatively with respect to hospital infection. Key-words: Bacterial resistance; hospital infection; Antibiotic; Microorganism. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária PCIH Programa de Controle de Infecção Hospitalar POP Procedimento Operacional Padrão PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PCMSO Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SUMÁRIO INTRODUÇÃO..............................................................................................9 1 RESISTÊNCIA BACTERIANA..........................................................11 2 AMBIENTE HOSPITALAR COMO FONTE DE INFECÇÕES...........16 2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR NO BRASIL............................................19 3 CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR....................................21 3.1 FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA.............................................................23 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................25 REFERÊNCIAS.................................................................................. ........26 9 INTRODUÇÃO Atualmente a prática clínica enfrenta várias incertezas no que diz respeito às consequências ligadas aos riscos e benefícios resultantes da prescrição de uma terapia que envolve antimicrobianos. A prescrição está diretamente relacionada a um conjunto extenso de fatores o que pode ter como resultado, desfechos diferentes no que diz respeito ao paciente. Com a comercialização dos primeiros antimicrobianos, várias infecções conhecidas como fatais puderam ser tratadas de maneira eficaz no ambiente hospitalar, o que aumentou a sobrevida do paciente e fez os índices de mortalidade decorrente de infecções diminuir de forma considerável. Os medicamentosmais prescritos no ambiente hospitalar, são os antimicrobianos uma utilização que feita de forma irracional, pode contribuir de modo significativo para o surgimento de infecções por cepas resistentes. A prescrição consciente além de envolver uma avaliação ampla do paciente, envolve também um conhecimento diversificado com relação á farmacocinética e a farmacodinâmica dos fármacos, assim como os mecanismos de ação, dose e interações. A justificativa do presente trabalho são as falhas rotineiras que acontece na terapia antimicrobiana decorrente de avaliações equivocadas pela ausência de conhecimento técnico relacionado à farmacologia das drogas utilizadas na terapia antimicrobiana pelo profissional prescrito, e tem como consequência a falta de critério para escolha do fármaco a ser utilizado para tratar das infecções, o que faz com que os índices de microrganismos resistentes a antimicrobianos aumentem. O que se vê hoje é o surgimento descontrolado de cepas resistentes a antimicrobianos no ambiente hospitalar, é necessário que os profissionais de saúde principalmente o farmacêutico hospitalar façam uma reflexão sobre o seu papel frente às prescrições equivocadas de drogas utilizadas para combater as infecções causadas por microrganismos, desta forma evitando que novo caso de resistência a antimicrobianos aconteça. Os antimicrobianos podem ser utilizados como profilaxia e de forma terapêutica, porém, seu uso de maneira indiscriminada é o fator principal relacionado ao surgimento de cepas multirresistentes. O uso inadequado, como profilaxia ou empírico, doses superiores ao recomendado e uso prolongado podem trazer prejuízo 10 para o paciente hospitalizado, sendo assim a problemática da pesquisa é como a resistência bacteriana pode aumentar o risco de infecção hospitalar? O objetivo geral da pesquisa tem o proposito de identificar a influência da resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar, e tem como objetivos específicos: destacar o que é a resistência bacteriana e apontar suas implicações; mostrar como o ambiente hospitalar e os profissionais de saúde podem influenciar no aumento da resistência bacteriana; apresentar a importância do controle da infecção hospitalar para minimizar a resistência bacteriana. Este é um trabalho de revisão bibliográfica narrativa e a pesquisa documental se desenvolveu com informações obtidas em artigos eletrônicos indexados em sites, livros, e bases de dados como scielo, Bireme, Lilacs. Foram incluídos artigos de publicação entre 2010 a 2016 e excluídos aqueles que foram publicados antes de 2010, os descritores utilizados durante a pesquisa foram: resistência bacteriana, uso racional de antibióticos, prevenção, bactérias e infecção hospitalar. 11 1 RESISTÊNCIA BACTERIANA Microrganismo é o nome que se dá a todos os organismos compostos por uma célula e que não se consegue visualizar a olho nu, sendo visíveis apenas com o microscópio. Com o nome de microrganismo podem estar organismos de vários grupos, exemplo, vírus, bactérias, fungos e protozoários (CONTI et al., 2012). As bactérias são organismos unicelulares com tamanho microscópico, sendo em média dez vezes menores que uma célula eucarionte. Possui uma rígida parede celular envolvendo externamente a membrana plasmática, formada por uma trama de peptídeos interligados a polissacarídeos (açucares), o que forma um complexo chamado de pepdidoglicanos. Sendo o responsável pela forma, proteção física e osmótica do organismo (BOSCARIOL, 2013). Algumas espécies de bactérias têm uma capsula uniforme, espessa e viscosa, o que atribui proteção extra contra penetração de vírus (bacteriófagos), resistência ofensiva dos glóbulos brancos (fagocitose), além de proporcionar adesão quando juntas em colônia (SUFFI et aI., 2011). De acordo com aspecto estrutural geral, uma bactéria é constituída por membranas plasmáticas podendo ela invaginar, formando uma dobra (mesossomo) concentrada em enzimas respiratórias. O material genético encontra se na região chamada de nucleoide, em alguns casos, moléculas menores de DNA (os plasmídeos), que tem diversas funções, exemplo: a resistência a antibióticos e a ação toxica injetada em bactérias competidoras, induzindo a degradação (PARDAL et al., 2013). De acordo com o ponto de vista epidemiológico, segundo o centro de controle e prevenção de doenças (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos, microrganismo resistente é todo aquele não responde a uma ou mais classe de antimicrobianos. Na perspectiva laboratorial, entende se como crescimento de uma bactéria in vitro na presença de antibiótico ou no momento que se mostra resistente a duas ou mais classes de drogas que apresentassem interferência em suas funções de crescimento, as quais seriam continuamente sensíveis (MARTINS, 2001). 12 A resistência bacteriana é um fenômeno que envolve paciente, microrganismo, antibiótico e ambiente. Sabe-se que alguns pacientes apresentam características que predispõe de maior receptividade a serem colonizados por microrganismos resistentes. Pacientes imunossuprimidos, em terapia intensiva e pós-cirúrgicos, que são submetidos a procedimentos invasivos são alguns dos integrantes deste grupo. Sendo assim o uso de forma indiscriminada de antibióticos, visando o controle de infecções trazem com eles o risco de propagar uma seleção de organismos resistentes, dos quais não se conseguirá controlar, no caso de futuras infecções (AZEVEDO, 2005). A resistência microbiana é a capacidade que os microrganismos têm de se multiplicar se na presença de elevadas concentrações de antibióticos, se comparadas as doses terapêuticas dadas ao homem. É o chamado fenômeno biológico de adaptação das bactérias. O princípio da terapia antimicrobiana acontece com a determinação do agente causador da infecção e de sua susceptibilidade aos antimicrobianos (LISBOA; NAGEL, 2011). A resistência a antimicrobianos desenvolve-se de forma natural como consequência da grande habilidade que as bactérias têm de se adaptarem. O uso contínuo do antibiótico faz com que aconteça a pressão seletiva, sendo assim a bactéria fica exposta aos mesmos antibióticos, facilitando a aquisição da resistência (BENOVIT, 2015). As bactérias desenvolvem resistência de acordo com a exposição aos fármacos uma das formas de resistência esta relacionada à produção de enzimas que inativam o mesmo. Estas enzimas tende a promover a transferência dos grupos químicos ou tem atividade hidro lítica, entre elas a β-lactamases que faz a clivagem do anel β- lactamico da penicilina e da cefalosporina, o que desencadeia a perda da função antimicrobiana (WRIGHT, 2005). Microrganismos contribuem para resistência formando biofilmes, que é o processo de colonização e multiplicação no lúmen de dispositivos invasivos. Uma outra forma de resistência está diretamente ligada à composição bioquímica da parede celular bacteriana, o que confere impermeabilidade a certas substancias. A 13 diminuição de receptores de membrana para antibiótico e a existência de proteínas especificas para a exportação de substancias nociva ao metabolismo celular, às bombas de fluxo pode aumentar possibilidade de impenetrabilidade ao antibiótico (GILBERT, 2001). A atividade metabólica elevada e a produtividade bacteriana associada a mecanismos de troca de material genético pode fazer com que os microrganismos desenvolvam com o passar do tempo formas de resistênciaintrínseca a estrutura física celular, relacionada com eventos mutacionais e até mesmo a transferência de genes de resistência a antimicrobianos e a outras bactérias (CLOETE, 2003). Um aspecto importante sobre a cepa bacteriana, é que ela pode se tornar resistente a determinado antibiótico sem ter contato com a droga. Isso pode ocorrer de três formas: resistência inerente ou intrínseca, que é quando o microrganismo possui gene que lhe confere resistência a determinado antibiótico, o qual pode ser inativo, ativo e induzido pelo fato de estar exposta a droga específica. O microrganismo pode se tornar resistente por apresentar uma característica intrínseca, como a falta de sitio de ligação para um determinado antibiótico. Um bom exemplo é o mycoplasma pneomoniae, tem a parede celular de peptídeos ausente o que o torna resistente natural aos inibidores β-lactam micos da síntese da parede celular (COHEN, 1997). Mutação genética: mutações genéticas e recombinadas podem ter como resultado a evolução e a multiplicação de mutante resistente. Por volta de 1960, às bactérias resistentes a estreptomicina e tetraciclina foram descobertas em uma população que ficava no pacifico sul, as ilhas salomon, as quais jamais foram introduzidas a tais antibióticos, sugerindo que para o desenvolvimento da resistência não necessário o contato prévio da bactéria com o antimicrobiano (BERGER, 2006). Transferência de material genético: bactérias também podem adquirir carga genética externa o que confere resistência pelos mecanismos de transformação (a bactéria adquire o DNA livre contendo genes de resistência e o incorpora em seu genoma), transdução (a atuação da bactéria é como hospedeiro de um vírus, bacteriófago, o que faz a transmissão dos genes de resistência durante o ciclo reprodutor), conjugação (é o tipo de reprodução bacteriana onde ocorre a transmissão dos elementos de resistência). Estes elementos são denominados 14 plasmídeos (elementos genéticos extracromossomais circulares, pequenos apresentam replicação autônoma estão presentes no interior da célula bacteriana; podem apresentar genes de resistência a antibióticos e habitar livremente no organismo ou, ser integrante do DNA cromossômico bacteriano) e transposons (são segmentos móveis especializados de DNA e podem estar presentes em plasmídeos ou nos cromossomos bacterianos podendo ser transferidos entre as bactérias da mesma espécie ou bactérias de diferentes cepas) (COHEN, 1997). Quando o antibiótico atua sobre determinado grupo de bactérias, as mais susceptíveis são eliminadas, porém um pequeno grupo pode sobreviver e se proliferar, formando novamente uma colônia de bactérias resistentes. Alterações como estas fazem com que as novas estirpes de bactérias não sejam afetadas pelo antibiótico especifico (GRILLO et al., 2013). Para que se faça a escolha certa do antibiótico a ser utilizado, é preciso inicialmente que identifique o microrganismo (bactérias, fungos ou vírus) causador da infecção, a qual poderá ser classificada como especifica e não especifica (MATOS, 2012). A resistência bacteriana é quando um agente antimicrobiano já não consegue ter eficácia na hora de destruir um microrganismo. A resistência é denominada natural ou adquirida (GOMES, 2011). A natural é a forma intrínseca do microrganismo que se expressa continuamente, tem como característica a ausência da necessidade de ter estimulo prévio para que seja expressa sua resistência (GOMES, 2011). A adquirida, á resistência não tem sua produção realizada pela célula bacteriana a não ser que esteja exposta a um agente indutor ou até mesmo na aquisição dos genes de resistência (GOMES, 2011). É a forma de resistência bacteriana na qual se precisa ter mais atenção, uma vez que por meio da pressão seletiva e da disseminação dos genes da resistência, nas unidades hospitalares que se instalou o caos na saúde publica brasileira segundo (GOMES, 2011). A resistência vem se tornando um problema de saúde publica no mundo, e afeta os países desenvolvidos ou não desenvolvidos. É a consequência pelo uso de forma indiscriminada dos antibióticos por seres humanos (SANTOS, 2002). 15 Dessa maneira o impacto por parte das bactérias resistentes, e o uso descontrolado dos antibióticos em hospitais está preocupando o meio cientifico. Este problema tem aumentado os estudos para encontrar uma solução efetiva, em conjunto com os profissionais de saúde, porque a aplicação correta das medidas de prevenção é a forma mais eficaz de controle (SANTOS, 2002). Para lidar com a ameaça da resistência bacteriana, os profissionais diretamente envolvidos devem abordar o problema de forma simultânea em varias direções, pois devem fazer o controle da disseminação de cepas multirresistentes com o uso de forma racional com relação aos antibióticos e empregar de forma metódica as medidas de controle (RODRIGUES, 1997). O uso de antibacterianos como forma profilática utilizados de modo indiscriminado pode acarretar prejuízo à saúde do paciente, resistência sobre a droga e aumento de gastos desnecessários para instituição de saúde. Um fator importante quando se fala sobre resistência bacteriana, no paciente internado é o intervalo entre as administrações do medicamento, que geralmente acontece com tempo inferior ao recomendado, o que contribui para que aconteça a resistência bacteriana e ainda a ineficácia do tratamento farmacoterapêutico (FISHMAN, 2006). O uso prolongado de antibiótico, em pacientes pós-cirúrgicos pode acarretar riscos e custos adicionais em sua assistência, sobretudo o profissional responsável pela prescrição e administração do medicamento, precisa se conscientizar do seu papel, buscando se manter informado e reciclando os conhecimentos, para que possa prestar uma assistência eficaz e de qualidade ( CARNEIRO, 2011). As consequências pelo uso exacerbado dos antibióticos são muitas, podendo destacar o risco de super infecções, incidência de efeitos colaterais e entre eles o mais alarmante, número de óbitos (MARTINS, 2001). 16 2 AMBIENTE HOSPITALAR COMO FONTE DE INFECÇÕES Em meados do ano de 330 a.C. no império romano, ouve a existência do primeiro hospital urbano, embora haja relatos da construção do primeiro hospital em 394 a.C. na periferia de Roma logo após , vários outros foram criados. Na ocasião os hospitais eram construídos nas proximidades de catedrais com a finalidade de prestar assistência aos pobres. Esses espaços eram considerados fontes de doenças pelas condições sanitárias precárias, e ausência do profissional médico (FOUCAULT, 1999). Paralela às condições precárias em que se encontravam os hospitais até meados do século XVlll observou se a incidência de infecções hospitalares, os pacientes assistidos nos hospitais, passaram a apresentar outras patologias em função da hospitalização. As infecções surgiam em decorrência das más condições em que os pacientes eram expostos. No entanto essa mesma precariedade, contribuiu para que houvesse a evolução com relação ao conhecimento sobre o hospital e sua real finalidade, passando a ter a função de assistência à saúde (FOUCAULT, 1999). Essa mudança aconteceu no final do século XVIII, prevalecendo à conscientização de que o ambiente hospitalar é um instrumento terapêutico, que visa à promoção da saúde e do bem estar. A emergência do capitalismo colaborou para que acontecesse o processo de reestruturação dos hospitais, como objetivo de valorizar o corpo como principal objeto para as forças necessárias ao modelo capitalista (LACERDA, 1997). Iniciou então a gradual restruturação dos hospitais, deixando de ser um local de caridade para ser local de cura, com acompanhamento médico, apresentando melhores condições de atendimento, tornando se instituições funcionais, e realizando internações apenas com orientação médica. Com a permanência dos médicos nos hospitais começaram a surgir às primeiras medidas de controle de infecção básicas de modo a atender o novo proposito de hospital, em 1847, Ignaz Philipp Semmelweis (1818-1865), representou uma grande importância, médico cirurgião húngaro, em Viena, no século XIX, observou os altos índices de infecção puerperal em mulheres tratadas por médicos que anteriormente haviam realizado necropsias, desde então foi instituída a higienização das mãos com solução clorada. 17 Com este ato simples conseguiu obter redução nas taxas de infecção de 11,4% para 1,3% em um curto período de sete meses (FERNANDES, 2000). Ressalta se ainda que, Oliver Wendel Holmes fez esta mesma relação em 1843, embora com argumentos lógicos, foi tratado com hostilidade e indiferença pela classe medica, não obtendo êxito (COUTO; PEDROSA, 2003). No final do século XIX, na Inglaterra Florence Nightingale teve uma importância significativa para a historia pela contribuição na reorganização dos hospitais o, que levou a implantação de medidas para o controle das infecções hospitalares, tendo como ação prioritária os cuidados de higienização, atendimento individualizado, isolamento do paciente quando necessário, o uso controlado de dieta e a diminuição de pacientes ocupando o mesmo espaço, estabeleceu medidas para organização, sistematizando o atendimento e treinando continuamente os colaboradores, em especial as práticas de higiene sanitária que contribuiu significativamente para que as taxas de mortalidade em ambientes hospitalares fossem reduzidas. Foi considerada precursora da enfermagem, apresentava um talento único, que ia além da sua época, dessa forma os conhecimentos de Florence contribuem até hoje, mesmo após décadas de sua morte (LACERDA, 1997). 2.1 INFECÇÃO HOPITALAR NO BRASIL No Brasil, na década de 50, aproximadamente em 1956, surgiram as primeiras referencias com relação ao controle da contaminação hospitalar, termo que era utilizado na época, aviam questionamentos quanto a práticas relativas a procedimentos invasivos, procedimentos utilizados na esterilização de materiais hospitalares e o surgimento de microrganismos resistentes a antibióticos (FERNANDES, 2000). Em pleno século XX no Brasil, chegaram a 90% os índices de infecção entre pacientes que foram submetidos a procedimento cirúrgico o que relaciona suas causas à ausência de regras básicas de higiene e ao não isolamento adequado dos pacientes portadores de doenças infecciosas, o que causou as “gangrenas dos hospitais”, fator principal de mortalidade nos hospitais brasileiros (FERNANDES, 2000). 18 Por volta de 1968 surgiram às primeiras comissões de controle de infecção hospitalar (CCIH) no Brasil, inicialmente vinculadas a instituições de ensino. No ano de 1976, o governo determinou a criação de CCIH em hospitais próprios da previdência, no entanto a medida não obteve resultado pela falta de fiscalização. Na década de 80 houve um grande avanço com relação ao controle de infecção, aconteceram vários eventos relacionados ao tema, o levou a criação de muitas CCIH nos hospitais Brasileiros (RODRIGUES, 1997). Em 1983, a imprensa relatou os casos de infecção hospitalar de tal forma que forçou o ministério da saúde a se posicionar emitindo a portaria MS n 196/1986 que recomendava a criação de CCIH nos hospitais brasileiros. Em 1985, causou grande repercussão nacional, a morte do presidente da república Tancredo Neves, por septicemia devido a uma infecção pós-cirúrgica, fator que colaborou para implementação de ações e projetos que promovessem mudanças no panorama e nos rumos do controle de infecção no país por parte do ministério da saúde. O que desencadeou várias ações como verificação das instituições que já haviam aderido a CCIH, capacitação de colaboradores envolvidos no processo, promovendo a troca de conhecimento entre os profissionais de saúde, elaborando Manuais e normas técnicas (FERNANDES, 2000). No ano de 1989 aconteceu o primeiro Congresso Brasileiro que tinha como tema principal Infecção Hospitalar em São Paulo, apontando as consequências sobre o desenvolvimento de tal conhecimento por parte dos profissionais de saúde, e mostrando um novo mercado de trabalho que se criava dentro dos hospitais (RODRIGUES, 1997). Os anos 90 foram marcados por um desgaste significativo no programa de controle de infecção hospitalar no Brasil, mesmo estando em vigor à publicação da portaria MS n 930/1992. A prática da descentralização nas ações de saúde, no momento amparado pela lei n 8.080/1990, veio a provocar fragmentação e afastamento das bases que apoiavam o programa de controle de infecção hospitalar do ministério da saúde. O efeito da descentralização foi à iniciativa de formar núcleos de profissionais por parte de alguns estados com a intenção de trocar 19 experiências, o que deu origem a muitas associações de profissionais envolvidos no controle de infecção (FERNANDES, 2000). Em virtude de muitos hospitais Brasileiros não terem cumprido a portaria MS n 930/1992, o Ministério da Saúde se viu obrigado a emitir a lei Federal n 9.431/1997 que determinava a manutenção obrigatória de programas de controle de infecção hospitalar nos hospitais Brasileiros em geral, porém vetava a obrigatoriedade de serviços de controle de infecção e busca permanente de casos (FOUCAULT, 1999). Dez anos depois de emitir a lei Federal n. 9.431, o ministério da saúde emite a portaria n. 2.616/1998, em vigor até o momento, permanece com a obrigatoriedade de PCIH presente em todos os hospitais do país, tratando se então da organização e competências da comissão de controle de Infecção Hospitalar-CCIH e do Programa de Controle de Infecção Hospitalar-PCIH, determina os critérios diagnósticos das Infecções Hospitalares e os conceitos, orientando sobre a vigilância epidemiológica das Infecções Hospitalares e seus possíveis indicadores, orienta sobre a higiene das mãos e enfatiza a similaridade de publicações anteriores realizadas pelo Ministério da Saúde com relação ao uso de microbiologia, germicidas, farmácia e lavanderia (FOUCAULT, 1999). Inicialmente com a necessidade de centralizar ações de regulação de medicamentos e alimentos e, logo após, de serviços direcionados a saúde e produtos, em 1999 ouve a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ligada ao Ministério da Saúde, entre suas atribuições inclui o Controle de infecção hospitalar a nível federal, dando suporte ás secretarias Estaduais por meio do suporte técnico, legislações, expedição de normas e capacitações, consolidando informações e promovendo a socialização das informações pertinentes (FOUCAULT, 1999). Para maior eficácia na instrumentalização das ações de fiscalização sanitária, e no monitoramento das ações de controle das infecções no ambiente hospitalar, a ANVISA emitiu a resolução RDC n. 48/2000, criada para estabelecer a sistemática de avaliação, inspeção de programas de controle de infecção hospitalar (FOUCAULT, 1999). A ANVISA foi levada a desenvolver um sistema informatizado para o controle de infecções em serviçosde saúde (SINAIS), em decorrência da deficiência de indicadores de infecções hospitalares, cujo objetivo é obter conhecimento do perfil 20 epidemiológico e das taxas de infecções no ambiente hospitalar, buscando padronizar e uniformizar os indicadores possibilitando o acompanhamento, e servindo também como instrumento de orientação para implantar ações visando à diminuição de incidência e gravidade nos serviços de saúde, medindo sua eficácia e monitorando a qualidade da assistência hospitalar e os riscos envolvidos (PRADE, 2001). No cotidiano, mesmo existindo legislações e normativas direcionadas para o exercício do controle sanitário, verifica se a interferência de determinados discursos que influenciam na prática, sejam de ordem econômica, jurídica, politica ou técnica, fatores que geram confrontos dos mais variados, o que interferem nas ações da regulação sanitária. Esses discursos, apesar de não possuírem capacidade de decorrer domínios científicos e técnicos, constituem relações fortes com capacidade de suprimir a prática do exercício ativo de controle de infecção hospitalar no Brasil (PRADE, 2001). 21 3 CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR Os hospitais oferecem serviços complexos que envolvem um número grande de legislações e normativas, devido a sua complexa especificidade e característica. Várias dessas legislações e normativas foram criadas para setores ou serviços específicos, no interior da própria instituição. Devido a grande quantidade de atividades realizadas por meio da fiscalização. O aspecto principal que essa fiscalização verifica no ambiente hospitalar diz respeito à higiene do estabelecimento, requisito básico ao mesmo tempo fundamental para o bom funcionamento do serviço, a sua realização diária e adequada permite que todos os demais serviços ocorram no hospital (ANDRADE, 1999). Embora represente uma atividade básica, ainda sim é um grande problema em muitas instituições, o que constitui um importante ponto de disseminação de partículas e microrganismos, e consequentemente favorece a ocorrência das infecções hospitalares. Todos os procedimentos realizados no hospital, sejam envolvendo assistência ao cliente ou não, são avaliados criteriosamente pela sua importância no contexto assistencial. Com relação á estrutura física, é essencial a aprovação antecipada do projeto arquitetônico do estabelecimento pelo órgão sanitário em caso de reforma, construção, ampliações ou adequações, liberando sua construção dentro das normas sanitárias requeridas na RDC/ANVISA n 50 de 21/02/2002 (COUTO, 2003). Nos casos em que as construções são antigas e fora dos padrões sanitários vigentes, logo após analise previa do projeto, são apontadas as adequações necessárias para que o estabelecimento fique o mais próximo possível do que está estabelecido nas normas. Essa análise proporciona a busca por estratégias que permitam a minimização dos riscos de infecções hospitalares, principalmente nos setores considerados críticos como centro cirúrgicos e terapias intensivas, por exemplo, nesses setores pacientes são rotineiramente submetidos a procedimentos invasivos, dessa forma ficam mais susceptíveis as infecções hospitalares. Nessa perspectiva de diminuição desses casos, a participação da CCIH da instituição nas discussões de projetos com a finalidade de contribuir com seus conhecimentos técnicos específicos é muito importante (PRADE, 2001). 22 A falta de normalização e socialização de práticas diferentes são habitualmente verificadas e acarretam na incidência do serviço de estabelecer normas e rotinas (Procedimentos Operacionais Padrão-POP) para o bom funcionamento, e devem ser seguidas por todos de modo uniforme por todos os colaboradores. Sua elaboração pode ser realizada em parceria com o serviço de educação continuada e com a comissão de controle de infecção hospitalar, em seguida deve se realizar capacitação voltada para os profissionais de saúde visando à socialização das informações instituídas (PEREIRA, 2005). Um fato muito comum encontrado nos hospitais que acaba trazendo prejuízos á instituição é a inatividade ou ineficiência por parte da comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH), seja pela falta de capacitação dos profissionais ou pela ausência de conscientização do gestor relacionada às necessidades propostas por ela. Muitas vezes a CCIH não dispõe de um programa de controle de infecção hospitalar (PCIH) implantado e implementado, trabalhando sem ser direcionado para suas ações. Infelizmente a maioria dos hospitais até o momento não atentaram para real importância da contribuição da CCIH na assessoria administrativa da instituição, dando diagnostico e vigiando a frequência e a atribuição por parte das infecções hospitalares entre pacientes internados, vindo a intervir por meio da implantação de medidas de controle de infecção, com o objetivo de garantir a qualidade e segurança da assistência (PRADE, 2001). As práticas sanitárias deixam em evidencia a necessidade de se implementar medidas que causem maior impacto no funcionamento dos serviços hospitalares, focando sempre na institucionalização de práticas de controle de infecção, que, inúmeras vezes não tem respaldo por parte do administrativo para sua devida operacionalização. É preciso que aconteça revisões e implementação das boas práticas de prevenção e controle, em decorrência dos procedimentos cada vez mais invasivos que são utilizados (ANDRADE, 1999). Além das práticas relacionadas a procedimentos técnicos, é fundamental para que as ações de controle tenham êxito, a participação, o envolvimento e a integração CCIH com os serviços de apoio ao hospital, como, em especial, a farmácia hospitalar, o laboratório de microbiologia, a lavanderia, a nutrição e o serviço de limpeza, visto que também estão envolvidos com o controle de infecção. Com essa perspectiva de êxito, relaciona se também outros programas básicos a 23 serem instituídos no ambiente hospitalar, como programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS), programa de controle médico e saúde ocupacional (PCMSO), programa de manutenção e controle de limpeza dos condicionadores de ar ou sistemas de ventilação, em especial nos setores críticos, programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) controle integrado de pragas e vetores e programa de manutenção preventiva e corretiva de equipamentos médico- hospitalares (PRADE, 2001). Mesmo com tantos esforços, o Brasil ainda enfrenta uma realidade diferente daquilo que se pode considerar satisfatório: ausência de recursos humanos e de materiais nas instituições de saúde (particularmente nas públicas) falta de CCIHS atuantes em boa parte dos hospitais, e ainda, profissionais sem conhecimento adequado das atividades que estão sendo exercidas por ele, dessa forma os resultados são alto índice de infecção hospitalar, ocorrência de surtos em berçários e terapias intensiva não detectados, aumento de bactérias resistentes a vários antibióticos e alto risco ocupacional. Por esse motivo é necessário um maior comprometimento por parte dos dirigentes, visando melhorar a qualidade do atendimento ao paciente fazendo que se cumpra a legislação para implantação de CCIHS, em todos os hospitais, com profissionais devidamente capacitados (ALBUQUERQUE et. al., 2009). A fiscalização das instituições que prestam um serviço voltado para saúde é responsabilidade dos órgãos estaduais que devem avaliar de forma criteriosa as condições de exercício dos profissionais,as ocupações técnicas e auxiliares relacionadas diretamente com a saúde (ANVISA, 2004). 3.1 FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA O sistema de fiscalização sanitária teve origem na Europa entre os séculos XVII e XVIII, na época era denominada “polícia sanitária”, em decorrência da necessidade de manter a paz, o ordenado crescimento, o controle das riquezas e a necessidade de manutenção da saúde que surgiram em função do crescimento das cidades (FOUCAULT, 1999). Formada por um conjunto de regulamentos e por instituições múltiplas, na área da saúde, visava regulamenta o exercício da profissão do médico, profissão 24 que era exercida também por curiosos sem formação específica. Dessa forma combatendo o charlatanismo, e promovendo o saneamento das cidades, com a fiscalização dos cemitérios, das embarcações e da comercialização de alimentos, evitando que doenças se propagassem entre a população (COUTO, 2003). No Brasil, iniciou a preocupação sanitária entre os séculos XVIII E XIX, logo após o surgimento na Europa, apesar de que no século XVI já havia ocorrido ações de fiscalização com punição de pouca efetividade. Visando o controle sanitário de serviços e produtos de interesse e de atenção á saúde, o poder público tem a responsabilidade de fazer com que as normas e legislações sejam aplicadas com a finalidade de evitar que a população seja exposta a riscos. O não cumprimento do exercício atribuído ao agente público implicará na desconsideração da responsabilidade que lhe foi atribuída, constituindo obrigatoriedade legal do Estado providenciar a indenização pelos prejuízos ocasionados pela não execução das atividades públicas imputadas (FERREIRA, 2003). Com relação à vigilância sanitária suas ações englobam vistoria e/ou fiscalização, licenciamento, aplicação de penalidades (notificação, infração, apreensão e interdição), trabalho educativo, coleta de dados, processamento de informações e divulgação das mesmas com base no que é relevante para vigilância sanitária e epidemiológica, entre outros, observando os ditames legais e normativos das três instâncias (federal, estadual, e municipal), que dão embasamento a seus mecanismos (SILVA, 2005). Inicialmente, a prática de fiscalização sanitária, se comportava de forma policialesca, o que caracterizava o “exercício de policia”. Atualmente essa forma de atuação foi modificada, com uma concepção de trabalho direcionada para educação sanitária da população, buscando tornar mais ativa e eficaz a sua atuação. A participação da população no controle constitui uma relação mútua de poder agregada com as ações de controle do órgão fiscalizador, o que garante participação direta no processo como representante de interesses da sociedade como todo, o que resulta na otimização e resolutividade das práticas fiscais (SILVA, 2005). 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS A visão geral abordada neste artigo mostra que os perigos inerentes relacionados à resistência bacteriana não são apenas individual, mas coletivo e mundial. O primeiro objetivo do trabalho foi destacar o que é a resistência bacteriana e apontar suas implicações, no decorrer da pesquisa consegui respondê-lo, mostrando que o impacto da resistência bacteriana aos mais variados antibióticos representa uma ameaça real para continuidade da vida humana e as implicações relacionadas a esta forma de resistência são muitas, podendo destacar o risco de super infecções, alto índice de efeitos colaterais chegando até mesmo ao óbito. Na busca pela resposta do segundo objetivo da pesquisa, que é foi mostrar como o ambiente hospitalar e os profissionais de saúde podem influenciar no aumento da resistência bacteriana, percebi em concordância com vários autores consultados a peculiaridade relacionada aos perigos da hospitalização e a expectativa relacionada à resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar, mostra o quanto o papel dos profissionais de saúde é importante, especialmente do farmacêutico que mantém contato direto com os prontuários dos pacientes, possibilitando o controle do uso de antibacterianos com o intuito de minimizar a possibilidade do surgimento de novas cepas de bactérias resistentes. Com o fim da pesquisa o último objetivo de apresentar a importância do controle da infecção hospitalar para minimizar a resistência bacteriana foi devidamente respondido, pois consegui comprova tomando como base outros autores que é necessária a conscientização por parte dos profissionais de saúde no sentido de adotar, a prática das medidas básicas do cuidado com higiene ou medidas de assepsia, principalmente a lavagem das mãos, com esses gestos simples é possível prevenir novos casos de infecção hospitalar. Depois de todos os dados coletados para elaboração do presente trabalho,foi observado que o tema resistência bacteriana, ainda precisa ser mais explorado principalmente pelos estudantes da área da saúde, por esse motivo proponho a realização de novas pesquisas com foco no ambiente hospitalar, pois quanto mais conhecimento si tem sobre o problema, maior é á possibilidade de uma solução definitiva. 26 REFERÊNCIAS ANDRADE D. AngeramI E.L.S.Reflexões acerca das Infecções Hospitalares ás portas do Terceiro Milênio. Medicina. Ribeirão Preto,1999, v32, 7-492p. ALBUQUERQUE, Costa et al. Journal of Hospital Infection. Rio de Janeiro, 2009, 57-64p. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. LEGISLAÇÃO E CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Disponível em: URL; http: / /www.anvisa.gov.br/ servicosaude/ controle/ iras. html. Acesso em: 20 set. 2017. AZEVEDO FM. Microrganismos multirresistentes Infecções hospitalares: epidemiologia, prevenção e controle. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 47-341p. BENOVIT, S. C. Prevalência e perfil de sensibilidade de microrganismos isolados de pacientes internados em um hospital de Porto Alegre/RS. Monografia de pós Graduação; Faculdade Método de São Paulo – Famesp, 2015. Disponível em: http://www.ccih.med.br/tag/perfil-de-sensibilidade/ Acesso em: 15 Set. de 2017. BERGER B. N. State of the knowledge of bacterial resistance. 2006, v.2, 20-25p. BOSCARIOL, R. Resistência bacteriana: avaliação do conhecimento em profissionais farmacêuticos no estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Universidade de Sorocaba, 2013. CARNEIRO, M. O uso de antimicrobianos em um hospital de ensino: uma breve avaliação. Revista Associação Médica Brasileira. São Paulo, 2011, v.57, n.4, p.421-424, nov. 2011. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script. Acesso em: 19 set. 2017. CLOETE TE. Resistance mechanisms of bacteria to antimicrobial compunds. Int Biodeter Biodegradation. 4ed. 2003, v.51, 82-277p. COHEN FL.; Tartasky D. Microbial resistance to drug therapy: a review. Am. J Infect Control. 25 ed. 1997, v.1, 51-64p. CONTI, R.; GUIMARAES, D. O.; PUPO, M. T. Aprendendo com as interações da natureza: microrganismos simbiontes como fontes de produtos naturais bioativos. Cienc. Cult. [online]. 2012, vol.64, n.3, 43-47p. COUTO, RC.; PEDROSA, TMG.; NOGURIRA JM. Infecção Hospitalar e outras Complicações não infecciosas da Doença. 3. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. 93- 155p. 27 FERNANDES AT. Infecção Hospitalar e suas Interfases na Área da Saúde. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. 132-140p. FERREIRA, P. Responsabilidade Civil do Estado face ás ações de Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde. Brasília: Ensp, 2003. 60p. FOUCAULT M. Microfísica do poder. 10.ed. São Paulo: Graal, 1999. 52-61p. FISHMAN N. Antimicrobialstewardship. Am. J Infect Control. 2006, 5 ed. V.34 55-63p. GILBERT P., McBain AJ. Biofilms: their impact on health and their recalcitrance toward biocides. Am J Infect Control. 2001, V.29, n. 4, 5-252p. GOMES, J. V. Superbactérias e resistência a antibióticos: Curso de bio atualidades. 2011. Disponível em: <http:// www.libertaria.pro/ antibióticos_intro. htms>. Acesso em 13 set. 2017. GRILLO, V. T. R. S.; GONÇALVES, T. G.; CAMPOS JÚNIOR, J.; PANIÁGUA, N. C.; TELES, C. B. G. Incidência bacteriana e perfil de resistência a antimicrobianos em pacientes pediátricos de um hospital público de Rondônia, Brasil. Revista LACERDA RA. EGRY EY. As Infecções Hospitalares e sua relação com o desenvolvimento da assistência hospitalar: reflexões para análise de suas práticas atuais de controle. Revista Latino Americana. Enfermagem. v. 5, n.4, 13-23p. 1997. Disponível em: www.revistas.usp.br/rlae/article/viewFile. Acesso em: 20 set. 2017. LISBOA, T.; NAGEL, F. Infecção por patógenos multi-resistentes na UTI: como escapar? Rev. Brasileira de Terapia Intensiva; v. 23, n.2,120-124p. 2011. isponível em: www.scielo.br/pdf/rbti/v24n2/03.pdf. Acesso em: 19 set. 2017. MARTINS M. Drogas antibacterianas: antibióticos. In: Martins MA. Manual de infecção hospitalar: epidemiologia, prevenção e controle. 2ª ed. Belo Horizonte: Medsi; 2001, 72-451p. MATOS, C. R. C. Resistência bacteriana aos antibióticos como um problema de saúde pública – o papel do farmacêutico enquanto promotor de saúde. Dissertação de Mestrado; Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa – 2012. PARDAL, P. C.; SCHIMIGUEL, J.; NIERO, E. L. O. Recurso lúdico em biologia celular utilizado como fixador de conteúdo e como método de avaliação. Revista Experiências em Ensino de Ciências, Recife, v.3, n.3, p.129-135, nov. 2013. Disponível em: www.ccecursos.com.br/img/resumos/farmacia. Acesso em: 20 set. 2017. PRADE, SS; VASCONCELLOS, MM. Identificando Fontes de Dados nos Sistemas de Informações do Sus para Vigilância Epidemiologica das IH. Informe Epidemiologico do Sus. São Paulo, 2001, v.10, n. 3, 121-128p. 28 PEREIRA, MS. Infecção Hospitalar e Suas implicações para o cuidar da enfermagem. Goiás, 2005, v.14, n.2, 7-250p. RODRIGUES EAC. Histórico das infecções hospitalares: Rodrigues EAC. Infecções hospitalares: Prevenção e controle. São Paulo: Sarvier; 1997. 3-27p. SANTOS, N. Q. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. Texto contexto de enfermagem. Florianópolis, 2002, v. 13, 64-70p. SILVA, ZP; COROA, ML. Vigilância Sanitária: Um histórico discursivo. Revista, Goiás, v.1, n.1, p.3-15, out. 2005. Disponível em: www.fen.ufg.br/revista. Acesso em: 22 set. 2017. SUFFI, F. S.; MANZOTTI, K. R.; PETRONI, T. F. Superbactérias: a evolução da espécie. Artigo de Revisão de Literatura; Faculdades Integradas de Três Lagoas, 2011. WRIGHT G. Bacterial resistance to antibiotics: enzymatic degradation and modification. Adv Drug Deliv Revista, v.57 10 ed. p.70-1451, jul. 2005. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2358703. Acesso em: 20 det. 2017.
Compartilhar