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Acompanhamento Psicológicos com crianças hospitalizadas
Ana Luiza Ferreira Freitas
Emilly Samara Muniz Berreza
Geovanna Clayrre Oliveira
Izabella Silva Machado
Karolyne Gouveia Figueira
Lavinya Maria dos Santos
Luciele Imaculada da Silva Lima
Renata Martins do Carmo 
Itumbiara - 2017
Acompanhamento Psicológicos com crianças hospitalizadas
REFERENCIAS:
Aragão R.M. & Azevedo, M.R.S. (2001) Brincar no Hospital: análise de estratégias e recursos lúdicos utilizados com crianças. Estud. Psicol. (Campinas) 18:33-42.
 Mitre R. M. (2000) Brincando para viver: um estudo sobre a relação entre a criança gravemente adoecida e hospitalizada e o brincar [dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira.
Soares M.R.Z. (2003) Estratégias de lúdicas na intervenção com crianças hospitalizadas. In: Almeida C.G. Intervenções em grupos: estratégias psicológicas para a melhoria da qualidade de vida. São Paulo: Papirus.
SCHNEIDER, Carine Marlene . MEDEIROS, Letícia Galery . Criança hospitalizada e o impacto emocional gerado nos pais. Editora Unoesc, Joaçaba SC,2011. Disponível em: https://editora.unoesc.edu.br/index.php/achs/article/viewFile/741/pdf_216 Acesso em: 19 de Outubro de 2017 as 10:30 min. 
Estratégicas de suporte emocional na hospitalização:
Todos os profissionais da área da saúde devem ter noções claras de que a doença é um ataque à criança como um todo, que a criança doente estará afetada em sua integridade e que seu desenvolvimento emocional também estará bastante comprometido.
A maneira como a equipe da saúde desenvolve seu trabalho no hospital é um outro fator importante a se considerar quando se discutem as consequências nocivas causadas pela hospitalização. 
A atuação objetiva a minimização do sofrimento inerente ao processo de doença e hospitalização da criança, fazendo dessa família um elemento ativo no processo, condição para o êxito do tratamento. 
A atuação visa a atenção, o apoio, a compreensão, o suporte do tratamento, a clarificação de sentimentos, o esclarecimento sobre a doença, o fortalecimento do grupo familiar-reorganização do grupo, levantamento de dados sobre a relação familiar, o estar junto, o apoio incondicional.
É função de toda a equipe multidisciplinar proporcionar uma adaptação saudável e humanizada para a criança no ambiente hospitalar, pois só assim é possível viver um dia a dia mais ameno, harmonioso e consciente. 
Estratégicas de suporte emocional na hospitalização:
O preparo da criança para hospitalização deve ser realizado pelos pais, sendo estes as pessoas mais importantes e significativas para o paciente. Para tal, os pais devem receber um apoio adicional para um bom desenvolvimento da tarefa. 
A assistência humanizada não é só condição técnica, mas primeiramente solidariedade, amor e respeito pelo ser humano, uma vez que a criança em sua condição “indefesa” busca nos adultos um apoio, carinho e compreensão. 
O psicólogo deverá avaliar os comportamentos inadequados, além de propor instrumentos eficazes e capazes de minimizar o sofrimento do paciente dos familiares, possibilitando a boa evolução no processo hospitalar. 
Deve-se propiciar atividades lúdicas à criança hospitalizada, especialmente porque ao brincar ela altera o ambiente em que se encontra e aproxima-se da sua realidade cotidiana. 
Criança hospitalizada e o impacto emocional gerado nos pais:
Quando uma criança é hospitalizada, segundo Costa Junior (2004 apud DOCA; COSTA JUNIOR, 2007) as perdas e os fatores de estresse repercutem diretamente nos seus familiares, pois ela é um individuo mais frágil, rico em possibilidades e longevidade, e quando é internada os pais vivenciam sentimentos de raiva, piedade, demonstrando suas dificuldades em aceitar a situação. Tais fatores podem afetar o emocional da criança, e seus comportamentos diante da doença e internação.
Segundo Milanesi et al. (2006) o estado de saúde do filho gera tensão, tanto pelo fato de estar doente, como pela mãe/cuidador ter que assumir os cuidados e, muitas vezes, não receber informação para tal; desta maneira, se preocupa com a situação e não tem com quem dividir suas angústias, e pelo fato de estar longe da família, cabe a ela permanecer alerta diante da doença do filho. Mediante todas essas dificuldades e necessidades surgem o medo da morte e a sensação de impotência ao não saber o que fazer para amenizar a dor. 
Conforme Motta (1998), Barros (1999 apud DOCA; COSTA JUNIOR, 2007), Pinto, Ribeiro e Silva (2005) e Milanesi et al. (2006) a hospitalização que os pais enfrentam diante da doença do filho, na maioria das vezes, se torna desesperadora, pois o ambiente hospitalar, sua dinâmica de trabalho, longos tratamentos e os imprevistos, acabam gerando sofrimento, dor física e problemas emocionais para a criança e para os pais.
Os pais, assim como a criança passam por diferentes estágios. No primeiro momento ocorre o choque e a descrença, ou seja, a negação da realidade; em seguida vem a raiva e o ressentimento, depois aparece a culpa por condutas ou sentimentos em relação ao paciente, e esta, dá lugar à tristeza e depressão, para no final se chegar à aceitação (ANGERAMI et al., 2003). 
Mensorio e Kohlsdorf (2009) ressaltam que auxiliar os acompanhantes da criança na exploração de estratégias de enfrentamento é uma forma eficaz para promover a participação no tratamento, ajudando no desenvolvimento tanto dos pais como dos filhos ao longo da hospitalização. 
Um trabalho humanizado ajuda tanto os pais como as crianças a superarem suas angústias advindas da hospitalização. Desta forma, diminuindo o impacto traumático que a hospitalização causa em suas vidas (GABATZ; RITTER, 2007).
Criança hospitalizada e o impacto emocional gerado nos pais:
Despersonalização :
De acordo com o Novo dicionário da Língua Portuguesa (Ferreira, 1986 apud Imanish; Silva, 2016), despersonalização é um ato ou efeito de despersonalizar-se, ou seja, tirar ou reduzir as propriedades que formam a personalidade. No contexto hospitalar, esse fenômeno pode ocorrer em pacientes quando passam por processo de adoecimento e hospitalização.
Segundo Gomes e Próchno (2015, p. 787, apud Imanish; Silva, 2016, p. 49), o paciente tem a fantasia de que o hospital é detentor do saber e da cura e, como forma de manter sua onipotência narcísica, idealiza a instituição e se apropria dela, tendo reações de passividade e agressividade. O corpo, portanto, coloca-se como exemplificador mais coerente de tal situação, porque o hospital, como instituição, está imerso nas questões pulsionais – de vida e de morte, de fragmentação e de reconstrução – fornecendo um espaço, um campo propício ao desnudamento do desamparo humano.
Ismael (2010) apud Imanish; Silva (2016), salienta que a hospitalização é um processo que pode favorecer o paciente a ficar destituído de si, uma vez que sua subjetividade é despercebida, resultando no fenômeno de despersonalização. A autora cita como contribuintes deste processo:
- Quebra da rotina e produtividade na vida do paciente, além do ambiente não familiar e desconhecido que ocasiona estranhamento, não havendo referência pessoal.
- Institucionalização do sujeito, gerando desconforto e angústia, pois o mesmo é obrigado se submeter às regras, normas e horários impostos.
- Perda da autonomia: seu corpo fica suscetível e vulnerável ao outro devido aos procedimentos invasivos que sofre.
- Tratamento não humanizado devido a equipes de saúde olharem para o paciente não como um sujeito em sua completude, mas como portador da doença “X”, uma visão técnica da doença somente.
Perez (2010, p. 56) apud Imanish; Silva (2016, p. 50), relata que a equipe de saúde também pode perder sua identidade, sendo colocados como representantes da instituição, entrando no anonimato assim como os pacientes. Desta forma, a relação médico-paciente se torna difícil quando este vínculo reflete problemas institucionais como condições precárias de atendimento, alta demanda para poucos funcionários,
escassez de recursos. 
Despersonalização :
Atividades lúdicas enquanto estratégicas de enfrentamento emocional:
Considerando a hospitalização uma situação geradora de estresse para a criança, em virtude dos aspectos envolvidos não somente no tratamento, mas também no ambiente em que a criança se encontra, restritivo e diferente do seu universo habitual, o desenvolvimento de atividades lúdicas mostrou-se benéfico tanto física quanto emocionalmente. Visando melhorar o estado de humor de crianças hospitalizadas, muitas intervenções têm empregado atividades lúdicas.
O brincar no hospital também tem sido considerado um meio de socialização e interação com outras crianças, podendo propiciar uma saída para o isolamento que a internação provoca (LEITE; SHIMO, 2008; MITRE; GOMES, 2004).
Atividades lúdicas enquanto estratégicas de enfrentamento emocional:
Os benefícios que as atividades lúdicas proporcionam às crianças:
As atividades lúdicas proporcionadas a essas crianças no ambiente hospitalar atuam como catalisadoras no processo de sua recuperação e adaptação, representando estratégia de confronto das condições adversas da hospitalização. O ato de brincar permite à criança sentir-se melhor no cotidiano de sua internação e resgatar as brincadeiras que realizava em seu ambiente familiar, antes da hospitalização. O ambiente hospitalar torna-se mais humanizado, o que favorece a qualidade de vida desses pequenos e a de seus familiares, influenciando assim na sua recuperação. Consequentemente na hospitalização o brincar com finalidade terapêutica, possibilita a oportunidade de reorganização, equilíbrio, diminuindo o medo e ansiedade, dando um sentido de perspectiva para a criança.
Aspectos psicológicos na hospitalização:
A hospitalização em muitos momentos pode se tornar um mal necessário quando se apresenta como o único recurso para a recuperação da saúde. A internação além de estar sempre associada à dor, ao sofrimento e a morte, afasta a pessoa de seus familiares e de sua relação com a vida.
 
A OMS (Organização Mundial da Saúde) conceitua saúde como sendo um bem estar físico mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Sendo assim, saúde é harmonia do bem estar físico psicológico e ambiente social.
 
A condição do sujeito de estar doente e hospitalizado pode afetá-lo emocionalmente, causando “dor psíquica”. Considerando esta “dor” como uma dor pela perda da condição do sadio e não pela doença orgânica propriamente dita, mas sem deixar de considerá-la.
 
A doença física é acompanhada de manifestações na esfera psíquica, ocasionando também alterações na interação social. A doença provoca, precipita ou agrava desequilíbrios psicológicos, quer no paciente, quer na família.
 
A doença e a internação podem se construir em experiências dolorosas e desagradáveis para a criança e sua família, além de ocasionar um rompimento brusco nas suas atividades do dia a dia. O afastamento do ambiente familiar, social e afetivo pode suscitar a estes indivíduos, reações tais como comportamento regressivo, raiva, depressão, insegurança, medo, punição.
Aspectos psicológicos na hospitalização:
A criança internada sofre pelo aparecimento ou intensificação dos procedimentos, pois os primeiros dias de internação são marcados por exames e condutas agressivas para obtenção de um diagnóstico, que causam dores ou intensificam seu sofrimento.
 
Quando a assistência hospitalar está centrada nas necessidades da criança doente e não apenas na doença, quando é permitido aos pais participarem do cuidado, eles sentem-se mais tranquilos e confiantes.
 
Na experiência da hospitalização a criança além de sofrer esses aspectos, sofre com a intensificação dos procedimentos, não compreendo as condições que se encontra, onde vê seu corpo sendo mais manipulado e avaliado, além de ter que se adequar ao novo e assustador ambiente. Nesse período a criança torna-se também paciente e pode enfrentar incômodos emocionais relacionados ao processo de despersonalização. 
Atuação do psicólogo na hospitalização infantil:
A infância no processo de hospitalização vai de zero a dezoito anos, sendo dividida em quatro etapas: até três anos, dos três aos cinco anos, dos seis aos quatorze anos e dos quinze aos dezoito, um período de grande desenvolvimento físico, onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente.
 
A hospitalização é uma experiência que não passa despercebida para o paciente. E quando o assunto é criança, a doença e o processo de hospitalização podem comprometer sua integridade física e seu desenvolvimento mental. Por isso é de vital importância o psicólogo ficar atento as variáveis psicológicas da criança hospitalizada, como também da família, a fim de prevenir transtornos que comprometam o bom desenvolvimento do quadro clínico.
 
O psicólogo deve se preocupar tanto com a adoção de modelos teóricos apropriados para essa demanda, como manter, mesmo no hospital, as características do universo infantil e propostas de atividades voltadas à criança.
Atuação do psicólogo na hospitalização infantil:
Brincar no hospital tem efeitos positivos sobre a criança hospitalizada, o que se torna essencial no tratamento. O brinquedo também pode ser utilizado de forma específica, com a função de alegrar o ambiente e amenizar as sensações desagradáveis da hospitalização, humanizando o contexto hospitalar.
 
Fica evidenciado que uma criança ou um adolescente hospitalizado ao brincar há possibilidades deles terem momentos de distração e, consequentemente, se divertirem proporcionando-lhes mudança de rotina. E apesar do trabalho com brinquedotecas nos hospitais ser algo atual, já é percebido como necessário para o bem estar de crianças e de adolescentes hospitalizados.
Características de atuação do psicólogo junto a criança:
O psicólogo no ambiente hospitalar deve ser um observador qualificado, além de ser intérprete flexível dos anseios do paciente e da sua família e das normas da instituição, sendo encarado como um agente de transformação no processo reabilitação. Baseando-se nessa característica da atuação o psicólogo no ambiente hospitalar, precisa cada vez mais melhorar os procedimentos voltados para o público infantil, observa-se que são muitos os desafios que esse público enfrenta ao ser hospitalizado.
 
No procedimento com criança o psicólogo precisa ser concreto, porém é necessário que haja um prévio conhecimento de como essa criança elabora os acontecimentos nesse novo ambiente, que é o hospital, a fim de evitar fatores que desencadeiem reações negativas, como por exemplo, a prolongação da internação pela não aceitação do tratamento estabelecido, em que paciente e a própria família do mesmo acaba atribuindo um valor simbólico não previsto pela equipe médica. Nesses casos se faz necessário a atuação do psicólogo, o qual deve considerar que, o paciente hospitalizado não é semelhante ao cliente de consultório, visto que não procurou o psicólogo por demanda espontânea e não apresenta quadros clássicos de psicopatologia, tem uma demanda psicológica específica. 
Objetivos da atuação do psicólogo junto a criança:
Entrevista com a psicóloga:
Psicóloga : Renata Venâncio Gouveia
CRP: 2209/04
 
Qual sua formação, como e quantos anos trabalha na área hospitalar?
Formou na Universidade Estadual de Minas Gerais á 13 anos, especialista em saúde mental pela faculdade Católica de Uberlândia, se dedica
 a área hospitalar á 4 anos.
 
Como é feito o acompanhamento das crianças hospitalizadas?
O acompanhamento é feito desde o momento em que a criança é encaminhada pelo pediatra ou clinico geral. Estando internado o acompanhamento é diário até o dia da alta. Antes de iniciar o atendimento é verificado o prontuário do paciente para saber se existe alguma restrição. Usando contos terapêuticos, musicas e quando possível brinquedos.
 
Como os pais reagem em relação ao trabalho realizado pela psicóloga? E as crianças como reagem?
Os pais reagem bem pois estão fragilizados,
precisando de apoio, necessitam ser ouvidos. Com as crianças acontece tudo como um jogo de conquista, que com paciência e persistência consegue atingir o objetivo.
Entrevista com a psicóloga:
O acompanhamento com as crianças ocorrem visando na intervenção ou prevenção?
Intervenção, pois estão ali por algo que já aconteceu, na alta se necessário encaminha a criança para o PSF ou CRAS, depende da situação.
 
Como é a sua relação como essas crianças?
Muito boa, quando fazemos o que gostamos, tudo fica mais fácil.
 
Qual a maior dificuldade que você encontra na sua área de atuação?
A maior dificuldade é com a equipe de trabalho, não respeitando o trabalho do psicólogo lá dentro, a equipe de médicos e enfermeiros são os maiores obstáculos, claro que existe as exceções.

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