Buscar

Economia Brasileira Aula 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Aula Dois 
Estimados Colegas de Profissão 
Dando continuidade ao curso, destaco a vocês que serão abordados 
nesta aula os seguintes itens do conteúdo programático: 
Economia Brasileira: Crise da dívida externa, inflação e políticas de 
estabilização na década de 1980. As reformas econômicas da década de 1990: 
liberalização comercial, abertura financeira e privatizações. O Plano Real: 
concepção, implementação e principais problemas. Crise e ajuste pós-1999: 
regime de câmbio flutuante, metas de inflação e ajuste fiscal. 
O início desta aula está intimamente relacionado ao final da aula um. 
Devido a isso, e considerando que vocês estão estudando uma série de outras 
matérias, sugiro que leiam novamente o final da aula um antes de iniciar o 
estudo desta aula. 
 
Ressalto, por oportuno, que alguns tópicos da aula poderão não estar 
referenciados exatamente como os pontos do conteúdo programático. Não 
obstante, e como não poderia deixar de ser, estes abordam de forma 
pormenorizada todos os itens solicitados no edital. 
Por fim, informo a vocês que, por se tratar da continuação dos assuntos 
tratados na aula nove, dei continuidade à numeração dos tópicos daquela aula, 
ou seja, o último ponto era 1.5, então nesta aula o primeiro ponto é 1.6. 
 Vamos à aula, 
Um grande abraço, 
 Mariotti 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
1.6 Crise da dívida externa, inflação e políticas de estabilização 
na década de 1980 
A situação da economia brasileira no final da década de 70, e no início de 
80 era a seguinte: 
• Profundas transformações no cenário internacional, trazendo à 
tona, novamente, a vulnerabilidade da economia brasileira aos 
condicionamentos externos. Em 1979, ocorreu o segundo choque 
do petróleo e principalmente a reversão nas condições de 
financiamento internacional, com a elevação da taxa de juros 
internacional, em um momento em que o endividamento externo 
era crescente. Neste ano, os juros líquidos da dívida externa já 
correspondiam a 28% do valor das exportações e o país 
apresentou um déficit em transações correntes da ordem de US$ 
10,8 bilhões, que foi apenas parcialmente coberto pela entrada de 
capitais de US$ 7,7 bilhões, ocasionando uma queima de reservas 
de US 2,2 bilhões. Pode-se considerar 1979 o ano do início da crise 
cambial; 
• Em nível interno, já se fazia sentir a deterioração da situação fiscal 
do Estado, com: a) redução na carga tributária bruta; b) aumento 
no volume de transferências, com destaque para os juros sobre a 
dívida interna; c) as estatais eram focos de déficits, devido ao 
enorme passivo financeiro e aos controles tarifários; 
• O desequilíbrio externo, os choques de oferta (petróleo e 
comportamento insatisfatório da agricultura naquele ano) e os 
déficits públicos geravam pressões inflacionárias, que tendiam a 
propagar-se devido aos mecanismos de indexação da economia. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Com isso, a inflação de 1979 saltou de 77 a.a., com tendência de 
aceleração; 
O diagnóstico básico, tanto para o desequilíbrio externo quanto para a 
aceleração inflacionária, era o excesso de demanda interna, materializada no 
déficit público. A política econômica procurou centrar-se no controle da 
demanda agregada, evitando que esta crescesse ainda mais (era o chamado 
choque ortodoxo, caracterizado pela elevação nos juros). No entanto, a 
ameaça de profunda queda da atividade econômica levou à grande reação 
política, e à substituição do ministro Simonsen por Delfim Neto. 
O novo ministro assumiu a necessidade de corrigir a profunda crise que 
se alastrava pela economia, tomando entre outras, as seguintes medidas: 
• O controle sobre as taxas de juros; 
• A expansão de crédito para a agricultura, com vistas a criar 
expectativas de uma supersafra para 1980, e contenção dos preços 
dos alimentos; 
• A criação da SEST (Secretaria Especial das Empresas Estatais), 
para controlar as empresas, e aceleração dos reajustes das tarifas, 
para melhorar a situação das empresas; 
Os resultados de tal política foram catastróficos, destacando-se o a 
aceleração inflacionária para os 100% a.a., especialmente em função do 
aumento dos preços públicos e da maxidesvalorização cambial, que aumentou 
o custo dos produtos importados. 
A piora na situação cambial levou o governo, já em 1980, a reverter a 
política econômica e a adotar uma política ortodoxa, denominada “ajustamento 
voluntário”, pois ainda não recorria ao FMI e à renegociação da dívida (que 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
ocorreria mais tarde). O diagnóstico permaneceu sendo o tradicional excesso 
de demanda interna. As dificuldades crescentes para a renovação dos 
empréstimos externos, juntamente com seu encarecimento, fizeram com que a 
política interna se pautasse pela redução da necessidade de divisas, através do 
controle das compras do exterior (importação). O sucesso desta estratégia 
dependia do tamanho da recessão resultante e/ou do sucesso na reorientação 
dos fatores produtivos para a atividade exportadora, com o qual se poderia 
fazer o ajuste com menor perda de produto. 
Um primeiro ponto a ser analisado é o próprio diagnóstico. A existência 
de desequilíbrio externo não significa necessariamente que um país esteja 
vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser 
decorrência de um processo de endividamento externo que começa a ser 
cobrado, ou de uma brusca elevação das taxas de juros internacionais, 
associada com uma deterioração dos termos de troca. Este parece ser o caso 
do Brasil, que se havia endividado no período anterior com base em um 
sistema de taxas de juros flutuantes. Quando estas se elevaram, a situação de 
endividamento, que parecia estar sob controle, mostrou-se insustentável. 
Num contexto de taxas de juros mais elevadas e maior dificuldade de 
obter recursos, isto é, rolar os passivos acumulados, muitos países em 
desenvolvimento se viram em problemas com a dívida externa, o que provocou 
o rompimento completo do fluxo de recursos voluntários aos países em 
desenvolvimento. Assim, naquele momento, estes países foram praticamente 
obrigados a entrar em uma política de geração de superávits das transações 
correntes, para fazer frente aos serviços da dívida externa. Percebe-se que, 
enquanto na década de 70 o endividamento externo era colocado como uma 
forma de superar os constrangimentos externos e os países foram 
praticamente capturados pelo sistema financeiro internacional, na década de 
80 este se transformou no próprio gerador dos constrangimentos. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
No Brasil, este processo de ajustamento externo, de busca de superávits, 
iniciou-se em 1980, de forma voluntária, e aprofundou-se a partir de fins de 
1982, sob a tutela do FMI, órgão que visava fundamentalmente garantir o 
pagamento da dívida externa. A política adotada baseava-se na contenção da 
demandaagregada, através da redução do déficit público, com a redução nos 
gastos públicos, principalmente investimentos e no aumento da taxa de juros 
interna, e conseqüente restrição do crédito. 
O resultado da política de ajustamento foi uma profunda recessão em 
1981 e 1983, e baixo crescimento em 1982, com queda na renda per capita no 
período. A inflação, inicialmente estabilizada em 100% nos anos de 1981 e 
1982 acelerou-se em 1982 devido a alguns choques de oferta e à deterioração 
da situação financeira do Estado. A política foi bem-sucedida no tocante ao 
comércio exterior, observando-se profunda reversão no saldo da balança 
comercial, passando de um déficit em 1980, para superávit da ordem de US$ 
6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984. 
O sucesso do ajustamento externo deveu-se em parte à própria 
recessão, que levou a uma grande queda nas importações, paralelamente aos 
estímulos ao aumento das exportações. Em 1984, o superávit foi atingido 
mesmo com recuperação do produto, o que pode ser explicado em boa medida 
pelo sucesso do II PND, que permitiu amplo processo de substituição de 
importações, e criou setores com competitividade externa, para elevar as 
exportações, eliminando o “desequilíbrio congênito” do Balanço de Pagamentos 
brasileiros – a tendência a déficits decorrentes da expansão econômica. 
O lado problemático do ajustamento era o equacionamento das contas 
internas, que não se resolveria com a geração de superávits externos. A 
dificuldade básica estava em que as obrigações da dívida externa não estavam 
distribuídas entre os setores da economia em proporção à importância desses 
setores. Assim, o ônus da dívida recaía de forma mais violenta sobre alguns 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
setores, que precisavam realizar um esforço de poupança para adquirir as 
divisas e remetê-las ao exterior. 
No caso brasileiro, 80% da dívida era do setor público, devido ao 
processo de estatização (socialização) da dívida externa, enquanto a maior 
parte da geração do superávit se dava no setor privado. Para o governo 
adquirir as divisas, ele deveria ou gerar um superávit fiscal compatível com a 
transferência externa, ou emitir moeda, ou então endividar-se internamente. A 
primeira alternativa era inviável, pois a situação fiscal do setor público já se 
vinha deteriorando desde o II PND, sendo agravada pela política de 
ajustamento externo, por várias razões: 
• A política cambial agressiva e as maxidesvalorizações aumentavam 
o custo interno do serviço da dívida externa; 
• A recessão diminuía a base tributável, com efeito negativo sobre a 
arrecadação; 
• As taxas de juros internas elevadas, para conter a demanda 
agregada, encareciam a rolagem da dívida interna; 
• A aceleração inflacionária diminuía a arrecadação, conhecido por 
nós como o efeito Olivera-Tanzi. 
A segunda alternativa mostrava-se incompatível com a política de 
controle de absorção interna, manutenção de taxas de juros elevadas e 
tentativa de controle inflacionário. A única alternativa era representada pelo 
endividamento interno, através da colocação de títulos públicos, que se fazia 
em condições cada vez mais precárias: maiores juros e menores prazos. Este 
processo acelerou a deterioração das contas públicas e ampliou o grau de 
indexação da economia. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O que se seguiu à situação temerária da economia brasileira foi 
inicialmente a chamada moratória da dívida externa, sucedida por uma série 
de planos econômicos que não tiveram efeitos no sentido de solucionar o 
controle inflacionário até o advento do Plano Real. 
1.6.1 Os planos heterodoxos de estabilização 
Com o advento da nova República nos anos de 1984 e 1985, chegou ao 
poder o presidente Sarney, que elegeu o combate à inflação como uma das 
suas prioridades. 
1.6.1.1 O Plano Cruzado 
O chamado Plano Cruzado, implementado no início do mandato do 
mandato do novo governo (1986) foi composto primeiramente pela criação de 
uma nova moeda, o cruzado que, em substituição ao cruzeiro, teve a si 
associada uma série de outras medidas, dentre as quais destacamos: 
• Conversão de preços e salários com um choque neutro para manter o 
mesmo padrão de distribuição de renda do cruzeiro; 
• Gatilho salarial – que significava que toda a vez que a inflação atingisse 
20%, a renda seria mudada para os assalariados; 
• Congelamento de preços – exceto o da energia elétrica. Houve 
defasagem dos preços todos do mercado; 
• Tendência à desvalorização do dólar impedindo uma nova maxi 
desvalorização do dinheiro; 
• O preço dos aluguéis foi recomposto por média de fatores multiplicativos 
de picos médios de inflação; 
• As Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs, (que 
transformavam o valor dos tributos m um índice reajustável, como forma 
de fugir da inflação e evitar maiores perdas inflacionárias) foram 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
substituídas pelas OTNs que ficariam congeladas por 12 meses. Os 
contratos ficariam sem correção por um ano e as cadernetas de 
poupança teriam reajuste trimestral; 
As políticas, monetária e fiscal não tiveram metas definidas, ocorrendo a 
redução dos juros e a expansão da política fiscal. Para os economistas, a 
inflação recorrente não era devida ao excesso de demanda ou de restrição da 
oferta, mas tão simplesmente pela chamada inflação inercial, que promovia 
mês a mês o reajuste dos preços sem causa aparente. (era o próprio 
movimento de inércia). 
Vários instrumentos foram apresentados pelo governo para resolver o 
problema de oferta de bens e serviços sem abrir mão do congelamento: 
isenção de impostos para as empresas, subsídios para a agricultura, liberação 
das importações de produtos alimentícios etc. 
Inicialmente o plano obteve grande sucesso, reduzindo drasticamente a 
inflação, sendo os consumidores chamados na época de “fiscais do Sarney”. 
Com o tempo, o congelamento de preços começou a se corromper por 
mecanismos que enganavam o consumidor, tipo ágio, mudança de 
embalagens. Adicionado a isto, encontrava-se o grande crescimento da 
demanda agregada, que levou a constantes sobrepreços, ou seja, preços sobre 
os preços. 
A forma encontrada pelo governo para desestimular a demanda 
agregada foi feita através do chamado “cruzadinho”, que foi um tímido pacote 
fiscal para desaquecer o consumo, com empréstimos compulsórios sobre a 
gasolina, automóveis e passagens aéreas internacionais, cujos recursos seriam 
utilizados para financiar um novo Plano do Governo. Esse Plano deveria 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
desestimular os gastos de consumo, encarecer o crédito e baratear o crédito às 
empresas, como forma de estas aumentarem a oferta de bens e serviços. 
O Plano não surtiu o efeito desejado, levando o governo a lançar o Plano 
Cruzado II que visava controlar o déficit público pelo aumento da receita do 
PIB baseado no aumento de tarifas e impostos indiretos. Não obstante, já no 
ano de 1987, a inflação atingiu perto de 17% no mês, disparando o gatilho. 
Por conta destes fatores a situação da economiadesandou com a falta de 
controle de preços, reajustando-se as OTN’s e, por conseqüência, os salários. 
O crescimento da inflação e a perda de valor da moeda levaram a saída 
maciça de recursos para o exterior, levando o governo a decretar a moratória 
dos juros da dívida como forma de conter a perda de reservas internacionais, 
dado o regime de câmbio fixo vigente. 
Devido a esta série de fatores, o plano cruzado foi a derrocada, 
demonstrando a fragilidade da política de congelamento de preços e a não 
atenção dada à demanda agregada, via política fiscal expansionista e as 
contas externas. 
1.6.1.2 O Plano Bresser 
O Plano Bresser foi um plano de emergência com o objetivo de conter 
a volta da inflação descontrolada que, só em abril de 1987, atingiu cerca de 
20% ao mês. 
O Plano implementado em junho do mesmo ano foi considerado um 
plano de emergência, que teve dentre as principais medidas as seguintes: 
- Congelamento de salários por três meses; 
- Congelamento de preços por três meses; 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
- Mudança da base do índice de preços ao consumidor (IPC); 
- Desvalorização cambial; 
- Congelamento de aluguéis; 
 - Criação da URF (Unidade Referencial de preços) que corrigia salários com 
base na inflação dos três meses anteriores; 
Não obstante, quando começaram a diminuir os congelamentos, o 
resultado foi novamente a aceleração inflacionária, capitaneados pelos 
reajustes dados aos funcionários públicos. 
O resultado como não poderia deixar de ser, foi o fim do Plano. 
1.6.1.3 O Plano Verão 
Foi o último dos três planos adotados no governo Sarney. Não 
obstante, primeiramente à adoção, o governo realizou medidas simples 
como forma de conter a inflação. Entre as medidas tradicionais utilizadas, 
destacam-se a redução da tomada de empréstimos pelo setor público, que, 
uma vez ocorrida, tenderia a diminuir os gastos governamentais e a própria 
inflação; a contenção salarial e o prazo de recolhimento dos impostos, que 
fez com que o governo minimizasse a perda de arrecadação devido à 
corrosão inflacionária. 
Inicialmente as medidas tiveram o efeito de controlar a inflação em um 
patamar abaixo dos 20% ao mês, o que não ocorreu posteriormente, 
especialmente devido à recomposição das tarifas públicas. Com a volta da 
inflação, o governo resolveu novamente adotar um novo plano, que ficou 
conhecido como Plano Verão, que teve o seu nome devido ao fato de ter 
sido implementado no verão de 1989. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O plano foi baseado numa reforma ortodoxo (tradicional), com a 
diminuição dos gastos públicos e elevação dos juros, e também heterodoxa, 
que consistiu em uma reforma monetária com a criação do Cruzado Novo, 
que promoveu o corte de três zeros no cruzado. 1,00 = Cz$ 1.000,00. 
Outra medida foi a correção dos salários segundo uma média de inflação dos 
12 meses anteriores, adicionado de uma Unidade de Referência de Preços. O 
resultado foi que os salários continuaram a ter perdas inflacionárias, dado 
que a expectativa de inflação futura era sempre maior do que a média 
passada. 
Praticamente nenhuma das medidas surtiu efeito, dado que o governo 
não realizou os ajustes fiscais necessários, mantendo-se assim crescente o 
déficit público. A falta de preocupação do Governo fez com que a inflação 
atingisse patamares ao final do mandato do Presidente da ordem de 80% 
em um único mês. 
A memória do Plano, que foi substituído pelo novo presidente (Collor), 
foi o total descontrole das contas públicas, o que impossibilitou o governo de 
atuar efetivamente sobre os juros, já que assim ficou a mercê da rolagem 
da dívida pública. 
1.6.1.4 As reformas econômicas da década de 1990: 
liberalização comercial, abertura financeira e privatizações. Plano 
Collor/Itamar Franco – Pré Plano Real 
A preocupação básica do novo governo foi de evitar a chamada 
hiperinflação, dado os patamares no qual os preços encontravam-se 
reajustados mês a mês. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
A inflação acumulada no período de março de 1989 a março de 1990 
chegou a 4.853%, devido aos vários planos anteriores que fracassaram em 
conter a inflação. 
O novo governo lançou, no início de 1990, o chamado Plano Brasil Novo. 
Tinha como objetivo por fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do 
terceiro para o Primeiro Mundo. 
O cruzado novo, que já era velho, de lugar a volta do cruzeiro feita 
pelo governo. Numa medida altamente heterodoxa, a ministra Zélia Cardoso 
bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes, cadernetas de 
poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Junto a esta 
medida, ocorreram o tabelamento dos preços sendo depois liberados 
gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados entre 
patrões e empregados. Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados 
outros tributos, sendo ainda suspensos os incentivos fiscais não garantidos 
pela Constituição. 
Ainda como medidas para conter o processo inflacionário, e dentro do 
conceito de reformas estruturais o governo cortou os gastos públicos, dando 
início à redução da máquina do Estado com a demissão de funcionários e 
privatização de empresas estatais. 
Por fim, o plano do governo promoveu a abertura do mercado interno, 
com a redução gradativa das alíquotas de importação. 
Com o congelamento das contas, o governo passou a ser pressionado, 
realizando a devolução paulatina dos recursos, inicialmente apenas os das 
grandes empresas. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
No inicio do Plano Collor a inflação foi reduzida porque o plano era 
ousado e radical, tirava o dinheiro de circulação, o que, no entanto, levou ao 
longo de pouco tempo a maior recessão da economia brasileira. O grande 
aumento de desemprego refletiu-se na queda da produção da ordem 26% em 
abril de 1990, em relação a abril de 1989. O resultado final foi a queda do PIB 
de US$ 453 bilhões em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990. 
Em agosto do mesmo ano é regulamentado o Programa Nacional de 
Desestatização – PND, sendo o setor de siderurgia, em especial a Usiminas e a 
Companhia Siderúrgica Nacional, as primeiras estatais a serem privatizadas. 
Mais de 20 empresas estatais foram privatizadas até o final de 1993, já 
quando o presidente Itamar Franco encontrava-se à frente da presidência. O 
processo de privatização seguiu com o setor petroquímico, que logo deu lugar 
a nova política de desestatização, com a negociação do setor de 
telecomunicações e de distribuição de energia elétrica. 
A desestatização da economia seguiu-se no governo Fernando Henrique, 
sendo que mais do que nunca ficou cunhado o termo “moeda de privatização”, 
em referência à utilização por empresas e bancos de títulos públicos de sua 
propriedade utilizados na compra das estatais. 
Em complemento ao processo de privatização, ocorreram os processo 
de licitação de rodovias e ferrovias federais a serem administradas pela 
iniciativa privada, ficando o controle acionário nas mãos do Estado. 
Mesmo com todas as políticas adotadas pelo governo Collor,a inflação 
entra em cena novamente com um índice mensal de 19,39% em dezembro 
de 1990 e o acumulado do ano chega a 1.198%, obrigando o governo a 
tomar algumas medidas. Foi decretado o Plano Collor II, que teve como 
objetivo controlar a ciranda financeira (que era a rolagem dos juros da 
dívida), criando-se inicialmente a taxa referencial de juros – TR, com a 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
função de ser o principal índice brasileiro – uma taxa básica referencial dos 
juros a serem praticados no mês vigente e que não refletissem a inflação do 
mês anterior, e o Fundo de Aplicações Financeiras (FAF) onde centraliza 
todas as operações com títulos públicos de curto prazo. 
Por fim, o governo passa a praticar uma política de juros altos, e faz um 
grande esforço para desindexar a economia e tentar mais um congelamento de 
preços e salários. O governo acreditava que aumentando a concorrência no 
setor industrial conseguiria segurar a inflação criando um cronograma de 
redução das tarifas de importação, conseguindo assim reduzir a inflação de 
1991 para 481% no ano. 
A recuperação da economia iniciou-se no final de 1992, após um grande 
processo de reestruturação interna das indústrias. Foi fundamental a abertura 
do mercado brasileiro para produtos importados, a qual obrigou a indústria 
nacional a investir alto na modernização do processo produtivo, qualidade e 
lançamento de novos produtos no mercado. As empresas que queriam 
permanecer no mercado tiveram que rever seus métodos administrativos, bem 
como da organização, reduzindo os custos de gerenciamento, as atividades 
foram centralizadas, muitos setores terceirizados. 
Várias conturbações políticas ocorreram no período, especialmente o 
impeachtment do presidente Collor. De qualquer maneira, o espiral de 
melhorias nas contas públicas e a queda na inflação ajudaram o já presidente 
Itamar Franco a preparar um novo plano, o Plano de Ação Imediata – PAI, que 
criava o Imposto sobre Movimentação Financeira – IPMF, como forma de 
garantir uma maior arrecadação tributária, a criação do Fundo Social de 
Emergência, caracterizado como a desvinculação de receitas do orçamento e a 
reestruturação das dívidas dos Estados e Municípios. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
A não existência de novos choques e criação de planos heterodoxos 
permitiu ao governo a possibilidade elaboração de um plano que efetivamente 
veio a controlar o processo de inflação inercial no Brasil, ficando este 
caracterizado como o Plano Real. 
1.6.1.5 Privatização 
A partir dos anos de 1970 o país, através do chamado II PND, fez a 
opção de crescimento forçado, buscando no financiamento externo a forma de 
financiamento da economia. 
Associada a esta questão, o chamado liberalismo fiscal, representado 
pelo excesso de gastos dos entes públicos, especialmente de Estados e 
Municípios, levou a dívida pública consolidada a níveis sem controle, 
incapacitando poder público de promover políticas públicas, já que não possuía 
recursos para tal. 
1.6.5.1.1 A primeira fase das privatizações 
Nos anos 80 o Estado brasileiro passou pela primeira fase de privatização 
de empresas públicas1. O decreto 86.215 de 1981, editado pelo então 
presidente Figueiredo fixou as linhas gerais que deveriam ser consideradas 
para transferência ao setor privado das empresas controladas pelo governo 
federal. As vendas das empresas foram feitas através das transferências de 
ativos ou do controle acionário via concorrência pública, evidenciada pela 
abertura de envelopes com as respectivas ofertas. A outra forma comum de 
venda foi a direta, o que dispensava leilão, sendo que os compradores 
assumiam o compromisso de manter o controle acionário em mãos nacionais, 
dado a proibição de venda do controle a estrangeiros. 
 
1 Na verdade de empresas que se tornaram públicas. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O processo de privatização implantado seguiu-se no governo Sarney, a 
partir do Decreto 91.991 de 85, que teve no seu comando o Ministério do 
Planejamento, e como participantes ativos nas decisões, uma série de outros 
ministérios, tais como Fazenda, Indústria e Comércio e outros. O processo 
contou com o apoio direto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social – BNDES, que ficou responsável por todo processo de cadastramento da 
empresa especializada em avaliar o negócio, além de conduzir e monitorar a 
responsabilidade desta última no encaminhamento das negociações de 
compra. 
No ano de 1988 o governo federal editou um novo decreto, o de número 
95.886, criando o Programa Federal de Desestatização. A partir deste decreto, 
o BNDES assumiu um papel mais ativo no processo, passando a financiar 
grande parte dos recursos necessários para a compra das empresas estatais. 
A participação do BNDES tomou tamanha magnitude devido ao fato de 
este ter, além de todas as suas atribuições especificadas em lei, a participação 
no capital da maior parte das empresas privatizadas, capital este originado da 
conversão de antigos empréstimos concedidos pelo banco às empresas estatais 
quando do período do II Plano Nacional de Desenvolvimento. 
Conforme afirma Giambiagi e Além (2001, pág. 381), tratou-se de fato 
de uma “reprivatização”, já que a própria participação do BNDES no negócio 
impunha a este a incapacidade de fornecimento de novos créditos, pois este 
assim se tornava ilíquido na sua moeda de troca, diante do aporte de capital 
inicialmente realizado. 
1.6.5.1.2 O Plano Nacional de Desestatização (a segunda fase) 
Conforme o entendimento de reforma do Estado, uma das medidas 
encontradas pelos governos dos três entes estatais para diminuir os constantes 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
déficits e abater parte de suas dívidas públicas, foi a chamada privatização das 
empresas estatais, mais conhecida como desestatização da economia. 
Em 1990 foi lançado pelo governo federal, sob o aval do presidente 
Fernando Collor, o Plano Nacional de Desestatização – PND, sendo considerada 
uma das prioridades da política econômica adotada na época. A lei 8.031/90 
estabeleceu como principais objetivos do programa, inicialmente a reordenação 
da presença do Estado na economia, de tal forma que o setor público se 
retiraria daquelas atividades em que o setor privado nacional tivesse melhores 
condições de atuar. 
O resultado financeiro das vendas das empresas estatais, nas quais 
destacamos a Vale do Rio Doce, a CSN e empresas estatais do setor 
petroquímico e de fertilizantes, foram utilizados para abater parte da dívida 
pública. A própria privatização trazia nas suas regras a necessidade por parte 
da empresa compradora de realizar investimentos para ampliação da sua 
capacidade produtiva, o que acabou por impactar a taxa de crescimento de 
estoque de capital na economia. O próprio resultado de novos investimentos 
contribuiu para a modernização da industria nacional, modificando 
profundamente a produtividade da capital e da mão-de-obra, o que 
proporcionou a melhoria na competitividade o setor produtivo.1.6.5.1.3 A privatização dos serviços (a terceira fase) 
Com a consolidação do processo de privatização das empresas estatais 
do setor industrial, o processo de desestatização voltou-se para os serviços 
públicos, especialmente os setores de telecomunicações e de energia elétrica. 
O processo de desestatização do setor trouxe no seu bojo a necessidade 
de criação de um sistema regulatório, já que se tratava de setores 
essencialmente monopolizados (monopólios naturais). 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O resultado final foi a privatização de todo o setor de distribuição de 
energia elétrica ligado ao sistema Eletrobrás, além do processo de 
desestatização de toda o sistema Telebrás, entre diversas empresas de 
telefonia fixa e móvel. 
1.7 O Plano Real: concepção, implementação e principais 
problemas. Crise e ajuste pós-1999: regime de câmbio flutuante, 
metas de inflação e ajuste fiscal. 
Podemos traduzir a economia brasileira contemporânea como sendo um 
período duradouro, vigente no país desde a implantação do Plano Real. 
O Plano Real teve como pressuposto o combate a inflação inercial 
herdada do período Collor. O ataque à inflação centrou-se em três fases: 
A primeira delas estava relacionada ao ajuste fiscal das contas públicas, 
de forma a minimizar a expansão inflacionária. O chamado Plano de Ação 
Imediata – PAI baseou-se no corte de despesas, na diminuição das 
transferências voluntárias do governo federal bem como no aumento da 
tributação. Em referência a este ponto, foi criado pelo governo federal o 
chamado Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira que, por seu 
caráter universal, abrangia toda e qualquer movimentação de recursos a 
débito nas contas correntes. Foi criado ainda o chamado Fundo Social de 
Emergência – FSE, fundo este que produziu a desvinculação de receitas do 
orçamento da União, dando margem ao governo para cortar ou remanejar 
gastos supérfluos. Eram então justamente estes gastos que contribuíam para a 
explosão da inflação dada a grande estrutura estatal geradora de grande 
dispêndio. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
A segunda fase do plano foi à indexação da economia, através da 
implantação da chamada Unidade Real de Valor - URV em fevereiro de 1994, 
que teve seu valor igualado a uma unidade de dólar americano. A mesma URV 
seria avaliada pelo um número de cruzeiros reais, tendo seu valor variável em 
função da variação dos principais índices de preços (IPCA, IGPM). 
A idéia básica do plano era a seguinte: Um número considerável de 
preços (salários, contratos, etc.) foi convertido em URV, sendo os demais 
preços convertidos pelos agentes econômicos. Passava a URV, naquele 
momento, a representar a unidade de conta, uma das funções da moeda, 
expressando assim os preços das mercadorias. Não obstante, como a URV não 
era ainda representada como meio de troca, todas as transações eram 
liquidadas em cruzeiros reais. Diante deste fato, a inflação corroia apenas a 
moeda CR$, mas não a URV, que mantenha sempre a sua relação como 
unidade de conta (URV) com a moeda meio de troca (CR$). 
Após cerca de 4 meses, o governo introduziu uma nova moeda, o Real, 
que teve o seu valor igualado a uma URV vigente, na época igual CR$ 
2.750,00, além de igualar-se também a uma unidade de dólar americano. 
Tratava-se neste primeiro momento do regime de câmbio flutuante. De forma 
a dar segurança e estabilidade à nova moeda, o governo federal restringiu o 
crescimento da oferta monetária, além de impor aumentos nos depósitos 
compulsórios e nas operações de crédito do sistema financeiro. A moeda 
manteve-se estável, especialmente pela política de taxa de juros elevada. 
Devido ao excesso de liquidez internacional e o conseqüente afluxo de 
moeda estrangeira para o país devido os altos juros, no primeiro momento do 
plano real, a moeda nacional valorizou em relação ao dólar, chegando taxa 
nominal de câmbio a um patamar próximo de R$ 0,80 por unidade de moeda 
norte-americana. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O resultado da apreciação da moeda nacional foi o estímulo à importação 
de bens, o que dessa forma continha a subida dos preços internos e da própria 
inflação. Esta política foi apelidada de “âncora cambial” do plano real. 
A queda paulatina da inflação, dado a inexistência de choques ditos 
heterodoxos, provocou um aumento considerável no poder de compra das 
classes menos favorecidas. A concessão de crédito passou a ampliar-se, dado 
que agora tornava-se possível prever a taxa nominal de juros na qual o 
governo trabalharia. 
O processo de estabilização, conforme visto por nós, contribuiu para a 
redução dos piques inflacionários, uma vez que os bens nacionais passaram a 
sofre com a concorrência dos bens importados. Não obstante, destaca-se que 
tal fenômeno acontecia somente com os bens ditos “tradeables”, que são 
aqueles negociados no mercado internacional (soja, automóveis, açúcar, etc), 
já que os serviços, representados pelos “non-tradeables” (aluguéis, médicos), 
continuaram a subir dado o ganho, em termos de poder de compra, da 
sociedade. 
Em termos de balanço de pagamentos, o balanço comercial passou a ter 
constantes déficits, provocados tanto pelo crescimento das importações como 
pelo decréscimo das exportações. Considerando o fato de que o balanço de 
serviços e rendas não tinha motivos para apresentar superávits, especialmente 
pela manutenção da taxa de juros elevada e do grande estoque de dívida 
externa, o resultado foi a aparecimento de déficit da ordem de US$ 18 bilhões 
em 1995. 
Ressaltamos que a manutenção dos juros em um patamar elevado 
contribuiu para o fechamento do balanço de pagamentos positivo, o que, no 
entanto, era feito as custas de entrada de capital volátil, aquele destinado as 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
aplicações financeiras ao invés da realização investimento produtivos, afetados 
negativamente pelos juros. 
A continuidade da política vigente no Brasil teve o seu primeiro grande 
percalço com a crise ocorrida na economia mexicana, que teve que promover a 
desvalorização da sua moeda (que antes se vigia por um regime de paridade 
com o dólar). A crise chegou de forma gradativa ao país, estimulando a saída 
de capitais e a conseqüente perda de reservas. 
A solução adotada pelo governo foi realizar a desvalorização da sua 
moeda, que agora passava a ter sua cotação fixada pelo governo, tendo para 
isso uma margem de flutuação anual da ordem de 7% ao ano. A nova política 
cambial empurrou a condução da economia a um regime de câmbio 
praticamente fixo, se vigeu no Brasil até o ano de 1998. 
O resultado do aumento dos juros, associado à contenção do crédito de 
forma a desestimular a demanda agregada levou a um processo de retração 
econômica no início de 1995. O aumento dos juros trouxe ainda o aumento da 
inadimplência pó parte dos devedores, o que contribuiu fortemente para a 
quebra de dois grandes bancos privados. 
A crise no sistema financeiro foi controlada pelo Banco Central através do 
chamado Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema FinanceiroNacional – PROER, que teve como princípio a ajuda financeira bem como o 
estímulo aos processos de fusão e abertura para o capital estrangeiro, do 
Sistema Financeiro como um todo. Adicionado a este, o Programa de Incentivo 
à redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária – PROES permitiu a 
realização de empréstimos pela União para cobertura dos déficits dos bancos, 
com a vinculação de que estes promovessem a privatização do seu braço 
financeiro. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
A política cambial adotada, que promovia o controle inflacionário via 
âncora cambial, adicionado da manutenção de alta taxa de juros, elevou 
significativamente a dívida pública, impondo pressões constantes pelo lado da 
política fiscal do governo. Destaca-se que o crescimento da dívida pública, ao 
invés de ser combatido no âmbito interno através do aumento do resultado 
primário do governo (superávit primário), teve seu resultado ampliado, uma 
vez que o próprio superávit passou de cerca de 3% entre os anos de 91/94, 
para apenas 0,2% entre 95/98. O principal motivo para tal piora foi o aumento 
dos gastos não financeiros, especialmente os devidos ao pagamento de 
benefícios previdenciários. 
A conjuntura econômica do país, representada por fortes déficits tanto 
nas transações correntes como nas contas públicas, associado à sequência de 
crises internacionais (Ásia e Rússia), que levaram à corrida por moeda forte, 
tiveram peso decisivo na crise cambial brasileira no fim de 98, que foi 
representada pelo ataque especulativo a moeda nacional devido à desconfiança 
dos investidores internacionais na incapacidade do país de arcar com seus 
compromissos financeiros. 
A constante perda de reservas obrigou o país a pedir auxílio financeiro ao 
Fundo Monetário Internacional da ordem de US$ 42 bilhões, além de ter que 
promover, no início de 1999, a desvalorização da moeda a patamares 
diferenciados às minidesvalorizações anteriores, fazendo assim com que o 
câmbio voltasse a flutuar, depreciando-se na ordem de 70%, até atingir um 
valor próximo aos R$ 2,00. 
A política de cambial foi sustentada ainda pela elevação significativa da 
taxa básica de juros a 45% a.a., que impôs um estímulo adicional à 
manutenção dos recursos externos financeiros especulativos na economia 
nacional. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Com a adoção do flutuante de câmbio, o Banco Central estabeleceu em 
julho de 1999 o chamado regime de Metas de Inflação, na qual o Conselho 
Monetário Nacional, estrutura maior de decisão do sistema financeiro nacional, 
deveria estabelecer metas anuais de inflação para o país, tendo o mesmo 
Banco Central a possibilidade de lançar mão do seu principal instrumento para 
combater os picos de preços, que é a própria taxa de juros. 
O regime de metas inflacionárias demonstra o comprometimento da 
autoridade monetária com a condução da economia em um patamar de 
variação de preços consistente com o crescimento econômico, ou seja, todo e 
qualquer impacto sobre a inflação, seja devida a crises internas ou externas, 
deveria ser combatido fortemente pelo BACEN rumo ao cumprimento da meta 
inflacionária. 
O ano de 99 foi um ano de ajustes, que já trouxe algumas alterações 
importantes, tais como a redução do déficit das transações correntes, da 
ordem de US$ 33 bilhões em 98 para cerca de US$ 24 bilhões no ano seguinte. 
Destaca-se que o empréstimo feito pelo Fundo Monetário Internacional – 
FMI ao Brasil foi cercado de uma série de exigências, especialmente as 
referentes à manutenção de política de geração de superávits primários nas 
contas públicas. O objetivo de tal política foi a de estimular o país a gerar caixa 
para fazer frente ao pagamento dos juros da dívida externa, sendo que estes 
mesmos superávits tenderiam a diminuir a necessidade do uso da taxa de 
juros como captadora de recursos para fechamento das contas externas. 
Reformas fiscais adicionais, que objetivaram a ampliação da base de 
arrecadação do governo, tais como a criação da CPMF em substituição do 
IPMF, agora com alíquota de 0,38%, elevação da COFINS e sua extensão as 
Instituições Financeiras, além da incidência da contribuição previdenciária 
sobre inativos, levaram a resultados consideráveis no resultado primário nos 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
anos posteriores a crise de 1999. Somente no mesmo ano, o déficit 
operacional reduziu de 7,5% do PIB para 3,2%. 
No ano de 2001 foi promulgada a Lei de Responsabilidade Fiscal, que 
veio também como exigência no conjunto do pacote de recursos do FMI. Esta 
procurou limitar o gasto com a principal rubrica do orçamento dos entes 
estatais, qual seja as despesas com pessoal, além de uma série de outras 
medidas colocadas no seu texto. 
A passagem de governo, em termos de política econômica, manteve-se 
igual, baseando a condução da economia no tripé metas de inflação, câmbio 
flutuante e superávit primário. 
O PIB do ano de 2000 apresentou um crescimento de cerca de 4,5%, o 
que não foi o ocorrido nos anos de 2001 e 2002, devido a fatores internos e 
externos, quais sejam a crise Argentina e as eleições presidenciais no país. No 
início de 2003, como forma se corroborar a condução da política econômica, o 
governo federal reduziu seus gastos, além de promover no âmbito da política 
monetária conduzida pelo BACEN, o aumento dos juros como forma de evitar o 
recrudescimento inflacionário significativo. 
De 2003 para os dias de hoje o país tem aproveitado a boa “maré” 
internacional, que se reflete na entrada massiva de capital estrangeiro, tanto 
especulativo como produtivo. Adicionado a este fato, a política de estímulo às 
exportações e a desvalorização cambial ocorrida no fim de 2002 para o ano 
seguinte, promoveram o crescimento vertiginoso dos resultados do balanço 
comercial e das transações correntes, que alcançaram entre os anos de 2004 e 
2006, valores, em termos de superávits anuais, respectivamente, da ordem de 
US$ 40 bilhões e de 13 bilhões. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
No que se refere às contas públicas ao longo dos últimos anos, verifica-
se um esforço do governo para promover a sua redução, tal o fato de que no 
ano de 2007, foi amortizado grande parte da dívida externa, liquidando-se 
todas as dívidas com clausula de variação cambial. Não obstante, de forma a 
corroborar a evolução dos indicadores fiscais e as finanças públicas, destaca-se 
que as necessidades de financiamento do setor público no conceito nominal 
variaram de cerca de 9,17% em janeiro de 2003 para cerca de 2,17% em 
dezembro de 2007. 
1.7.1 Crise Internacional e os impactos na economia brasileira. 
A economia mundial ainda vive os reflexos da crise financeira 
internacional iniciada na economia americana no início de 2008, ocasionada a 
partir dos créditos subprimes, caracterizado por instrumentos financeiros 
(títulos) lastreados (que tinham como garantia) os empréstimos baseados em 
hipotecas de imóveis financiados por companhias hipotecárias americanas. 
A crise ocorrida ocorreu pelo fato de os mutuários (devedores) dos 
imóveis nãomais poderem pagar pelos bens adquiridos, promovendo uma 
avalanche em todos os instrumentos financeiros que só possuíam valor 
justamente pelo fato de que o seu lastro é de fato seguro. Os títulos foram 
comprados por muitos bancos que, ao tentarem resgatar os valores, se viam 
diante da impossibilidade de fazer o valor dos títulos. Este problema levou a 
uma avalanche de quebras de bancos e de consequentes seguradoras que 
resguardavam os recursos dos bancos, estendendo-se por todo sistema 
financeiro internacional. No Brasil a crise inicialmente gerou poucos impactos, 
uma vez que os bancos brasileiros pouco possuíam destes títulos lastreados 
em hipotecas. 
Não obstante, considerando que grandes bancos internacionais bem 
como investidores estrangeiros possuíam aplicações tanto no país como no 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
exterior, e que neste segundo os investidores encontravam-se carentes de 
recursos que simplesmente sumiram, estes optaram em sacar seus recursos 
das diversas economias, reduzindo, pois, em demasia o crédito circulante na 
economia nacional. Este evento provocou a queda brusca do nível de 
empréstimos dos bancos brasileiros a consumidores e produtores, inicialmente 
devido ao medo da crise internacional, o que fez que a crise saísse da 
economia financeira e se propagasse do todo o setor real da economia, 
impactando diretamente sobre o nível de emprego. 
Em nível interno, o governo em conjunto com o Banco Central, tomou 
uma série de medidas visando reduzir o impacto da crise. Inicialmente o 
BACEN reduziu as taxas de depósitos compulsórios dos bancos, possibilitando 
ainda a estes a utilização de recursos oriundos do redesconto e do Fundo 
Garantidor de Crédito – FGC, fundo este no qual os próprios bancos 
depositavam recursos por conta de possíveis crises isoladas em Instituições 
Financeiras. Realizou ainda, passado o primeiro momento, a redução 
substancial da taxa básica de juros, chegando esta ao menor patamar da 
história (8,75% ao ano). 
O governo federal procurou estimular a economia via políticas fiscais de 
redução dos impostos incidentes sobre a renda e sobre a produção de bens 
industrializados em setores de grande geração de empregos, tais como 
automotivo e da construção civil. Estas políticas obrigaram o governo a reduzir 
as suas metas de superávit primário, uma vez que foram aumentados os seus 
gastos e reduzidas as receitas provenientes da tributação. Nos meses de maio, 
após mais de nove anos de seguidos superávits primários (excluindo-se os 
ajustes do mês de dezembro), o país apresentou o primeiro resultado 
negativo, da ordem de R$ 300 milhões, encarado não como a falta de controle 
do governo de suas contas, mas sim como a solução minimizadora dos 
impactos da crise internacional sobre o país. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
A partir da segunda metade do ano de 2009 a economia do país começou 
a se recuperar, apresentando sinais de melhora na concessão de crédito pelos 
bancos, na produção industrial e no próprio consumo, muito embora o 
crescimento do PIB tenha sido nulo. Não obstante, no primeiro trimestre de 
2010 o PIB apresentou uma grande evolução, atingindo 2,7% que, anualizado, 
chega a 9%. 
1.7.2 O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 
Anteriormente à crise financeira internacional, o governo federal lançou o 
Programa de Aceleração do Crescimento Econômico – PAC, um grande projeto 
de investimentos, capitaneado uma por série de obras de ampliação e melhoria 
da infra-estrutura do país, em áreas como saneamento, recursos hídricos, 
habitação, energia e transportes. O Programa, inicialmente planejado para ter 
uma duração de quatro anos2, foi estendido para o chamado PAC 2. 
A estrutura do PAC foi dividida em cinco blocos, sendo elas: 
• Medidas de infra-estrutura, incluindo a infra-estrutura social, como 
habitação, saneamento e transporte em massa; 
• Medidas para estimular crédito e financiamento; 
• Desoneração tributária; 
• Medidas fiscais de longo prazo; e 
• Medidas associadas à área ambiental 
 
2 O PAC foi inicialmente proposto no Plano PluriAnual - PPA com vigência de quatro anos, o qual iniciou-se em 2004 e 
terminou em 2007, ano de lançamento do PAC. O PPA é considerado o instrumento de planejamento de médio prazo, 
tendo a sua previsão inserida na Constituição Federal. Todo o Plano é baseado em programas, entre os quais aqueles 
com prazo superior a um exercício financeiro, como é o caso do PAC. Ano a ano as suas metas são propostas na Lei de 
Diretrizes Orçamentárias – LDO e consubstanciadas por meio do orçamento anual. O Programa teve a sua 
continuidade dentro do PPA atualmente em vigor (2008-2011), hoje sob o nome de PAC 2. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
As medidas iniciais do programa propunham uma meta de crescimento 
anual de 5%, a partir do investimento inicial de R$ 503,9 bilhões. Em parte o 
objetivo do Plano foi alcançado, haja vista que nos anos de 2007 e 2008 a 
economia brasileira (o PIB) cresceu, respectivamente, 6,1% e 5,1%. O ano de 
2009 não teve o mesmo desempenho, indicação clara da crise manifestada em 
todo o mundo. No mesmo período o PIB se reduziu em cerca de 0,2% quando 
comparado com 2008. As estimativas para o ano de 2010 apontam para um 
crescimento da economia da ordem 7,6%, o que permitiria estimar que o 
crescimento médio no período inicialmente coberto pelo PAC seria em torno de 
4,65%, próximo a meta estipulada, especialmente levando-se em consideração 
a crise ocorrida durante o período. 
Em março de 2010 o governo fez o lançamento do PAC 2, o qual previu 
um desembolso de recursos da ordem de R$ 1,6 trilhão. Os investimentos do 
programa concentram-se nas áreas de transportes, energia, cultura, meio 
ambiente, saúde, área social e habitação, com destaque para o programa 
Minha Casa, Minha Vida, uma das principais plataformas utilizadas pelo 
governo Lula no ano eleitoral de 2010. 
O PAC constitui e ainda constitui a mais relevante ferramenta do governo 
federal utilizada para estimular o crescimento econômico do país. A realização 
de gastos leva à multiplicação dos impactos nos diversos setores da economia, 
os quais acabam por estimular a geração de emprego e renda. Destaco para 
aqueles que tenham curiosidade, o link de acesso ao relatório balanço do PAC 
referente aos três primeiros anos do Plano. 
(http://www.brasil.gov.br/pac/relatorios/nacionais/9o-balanco-3-anos/parte-1-
abertura-1/view). Trata-se de uma boa oportunidade de verificar o 
crescimento das principais variáveis componentes do PIB (consumo, 
investimento, gastos do governo, exportações e importações). 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Aadendo: Os programas Sociais do Governo Lula 
Como forma de efetivar a sua ação em termos da redistribuição da 
renda, o governo conta com alguns instrumentos, consubstanciados por meio 
do planejamento da sua política orçamentária. São elas: Os impostos, os 
subsídios e as transferências. Os impostos são utilizados por meio da 
instrumentalização de uma política progressiva, tributandoem maior medida 
os indivíduos com maior renda e os repassando aos indivíduos de baixa renda. 
O chamado Plano PluriAnual – PPA3 é um planejamento de longo prazo da 
administração pública, sendo baseado em programas, e estes em ações, 
implementados e efetivados por meio dos orçamentos anuais, tendo como 
objetivos, entre outros, em reduzir as desigualdades sociais e econômicas 
existentes. Entre diversos programas, destaca-se o programa “Minha Casa 
Minha Vida”, caracterizado como um tipo de subsídio concedido pelo governo 
federal às famílias de baixa renda para a compra da casa própria. 
Digno de destaque ainda dentro da política governamental de 
redistribuição da renda do governo federal, encontra-se o Programa Bolsa 
Família, programa este de transferência de recursos financeiros destinado à 
população de baixa renda. Iniciado em 2004, atende às famílias com renda per 
capita inferior à época a R$ 100,00, tendo como parâmetro, hoje, a renda per 
capita inferior a R$ 120,00. Além do caráter distributivo o programa impõe 
algumas condições às famílias beneficiadas. São elas: manter as crianças e os 
adolescentes na escola e o cumprir os cuidados básicos em saúde (vacinação, 
agendas pré-natal e pós-natal para gestantes e nutrizes). Verifica-se assim 
que o Programa visa não somente o aspecto redistributivo, mas também a 
melhoria das condições sociais da população. 
 
3 Destaca-se que o PPA é um instrumento de planejamento da administração pública derivado da Constituição de 1988, 
sendo adotado por todos os entes do país desde então. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Por fim, adiciona-se uma das principais bandeiras de todos os políticos, 
aquela relacionada ao salário mínimo. No período do governante petista o 
salário saiu de um patamar equivalente a menos de US$ 100 em 2002, para 
um patamar que atingiu um aumento real (descontado a inflação) no período 
de 2002 a 2007, de 43%. Hoje este é de R$ 540,00, equivalendo a mais do 
que US$ 300. 
Todas estas políticas são baseadas na mensuração e implementação via 
orçamento público. De todo modo, e adicionalmente, acrescenta-se a 
importante participação das estruturas indiretas da administração pública, 
baseada especialmente nas instituições financeiras públicas, a exemplo de 
BNDES, a qual aloca parte dos seus recursos financeiros no estimulo ao 
crescimento e o desenvolvimento econômico e social do país. 
 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Questões Propostas: 
1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) O governo Collor, no 
início da década de 1990, lançou uma nova Política Industrial e de 
Comércio Exterior (PICE) com vários objetivos, dentre eles, 
a) proteger a indústria no país da competição externa predatória, sobretudo 
asiática. 
b) reduzir a demanda agregada na economia brasileira, que estava 
superaquecida. 
c) expor a indústria no Brasil à competição externa, reduzindo paulatinamente 
as tarifas alfandegárias. 
d) aumentar a eficiência das empresas estatais, para evitar privatizá-las. 
e) promover a produção de bens de consumo de massa. 
2 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Nos anos 
imediatamente subseqüentes ao Plano Real, houve uma 
sobrevalorização da moeda brasileira e déficits substanciais na conta 
corrente do balanço de pagamentos, embora o Banco Central 
acumulasse reservas de divisas internacionais, pois a conta de capital 
era superavitária. Em 1999, o Brasil mudou seu regime cambial para 
flutuante, após perdas substanciais das reservas no Banco Central. 
Esta mudança na situação se deveu ao(à) 
a) aumento da expansão monetária doméstica. 
b) recrudescimento da inflação doméstica. 
c) diminuição do superávit primário do setor público. 
d) diminuição da arrecadação fiscal. 
e) crise asiática e russa, mudando a situação da conta de capital brasileira. 
3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Qual a política 
cambial adotada em 1994, logo após a introdução da nova moeda, o 
Real? 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
a) Taxa de câmbio flutuante 
b) Taxa de câmbio fixa 
c) Taxas de câmbio múltiplas e fixas 
d) Currency board 
e) Congelamento cambial 
4 – (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) O Plano Real 
constituiu-se na experiência brasileira de âncora cambial. Entre as 
medidas fiscais inicialmente adotadas, destacam-se: 
a) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), criação do Imposto 
Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e do Fundo Social de 
Emergência (FSE). 
b) implementação da Unidade Real de Valor (URV), criação do Imposto de 
Renda e do Fundo Social de Emergência (FSE). 
c) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), do Fundo Social de 
Emergência (FSE) e elevação dos gastos obrigatórios com educação e 
habitações. 
d) implementação da Unidade Real de Valor (URV), fixação da taxa de câmbio 
em 1R$/US$ e redução das tarifas alfandegárias. 
e) valorização da taxa cambial, criação de mecanismos modernos de 
arrecadação e privatização da previdência. 
5 - (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) A política 
econômica pós-Real vem sendo caracterizada pela conjugação de uma 
política de metas: 
a) monetárias, câmbio flutuante e política fiscal expansionista. 
b) monetárias, bandas cambiais e obtenção de déficit nominal zero pela 
política fiscal. 
c) de inflação, câmbio fixo e equilíbrio orçamentário. 
d) de inflação, câmbio flutuante e déficit primário necessariamente inferior a 
3% do PIB. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
(E) de inflação, câmbio flutuante e obtenção de superávit primários pela 
política fiscal. 
6 – (APO/MPOG – ESAF/2010) A partir de 1986, a economia brasileira 
passou por diversos planos de estabilização. Sabendo-se que o Plano 
Real foi anunciado em junho de 1994, como plano de estabilização da 
economia, indique a opção falsa com relação ao referido Plano. 
a) O Plano Real partiu do diagnóstico de que a inflação brasileira possuía um 
forte caráter inercial. 
b) O ajuste fiscal visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os anos 
subsequentes e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias. 
c) Foram criadas fontes temporárias de contenção fiscal, como a receita do 
Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), depois 
transformado em contribuição (CPMF). 
d) Em 1994, o governo criou um novo indexador, a Unidade Real de Valor 
(URV), cujo valor em cruzados seria corrigido diariamente pela taxa de 
inflação. 
e) O governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária 
bastante restritivas: restringiu operações de crédito e impôs depósito 
compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro. 
7 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) A criação da Taxa Referencial de 
Juros (TR), de acordo com a metodologia divulgada pelo Conselho 
Monetário Nacional (CMN), como instrumento de remuneração das 
aplicações financeiras de curto prazo, foi realizada no: 
a) “Plano Collor II”. 
b) “Plano Collor I”. 
c) “Plano Bresser”. 
d) “Plano Verão”. 
e) “Plano Real”. 
CURSO ON-LINE– PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
8 – (EPPGG/SEPLAG – CEPERJ/2009) A política monetária do governo 
Collor foi: 
a) restritiva, caracterizando-se pelo aumento da emissão de títulos e a redução 
das taxas de juros. 
b) expansionista, visando ao crescimento do nível de emprego. 
c) restritiva, caracterizando-se pela diminuição dos meios de pagamento e o 
controle da demanda agregada. 
d) expansionista, caracterizando-se pelo aumento dos meios de pagamento e 
da taxa de juros. 
e) restritiva, caracterizando-se pelo controle dos meios de pagamento e 
redução da taxa de juros. 
9 - (Técnico de Planejamento e Pesquisa/IPEA – CESPE/2008) A 
política econômica no Brasil, durante os anos 80 e parte dos anos 90 
do século passado, foi marcada por tentativas de controle da inflação. 
Com relação a esse período e aos planos de estabilização no Brasil, 
julgue os itens seguintes. 
87 A grande virtude teórica da proposta de moeda indexada para controle da 
inflação no Brasil era permitir o alinhamento de preços relativos de forma 
voluntária, superando um problema encontrado na estratégia do choque 
heterodoxo. 
88 O diagnóstico da inflação inercial destacava fatores reais, como nível de 
atividade econômica e excesso de gastos do governo, para justificar os níveis 
de inflação elevada. 
89 A ancoragem cambial utilizada no Plano Real tinha por objetivo segurar o 
preço dos produtos transacionáveis e tentar coordenar expectativas futuras em 
relação à trajetória dos preços. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
10 - (APO/SEPLAG – CEPERJ/2009) Em relação aos planos econômicos 
do governo, a alternativa que apresenta corretamente os planos com 
suas respectivas datas de implementação é: 
a) Plano Cruzado (1986); Plano Bresser (1987); Plano Verão (1989) e Plano 
Collor (1990). 
b) Plano Cruzado (1986); Plano Verão (1987); Plano Bresser (1989) e Plano 
Collor (1991). 
c) Plano Cruzado (1986); Plano Collor (1991); Plano Verão (1989) e Plano 
Bresser (1990). 
d) Plano Bresser (1987); Plano Cruzado (1988); Plano Verão (1989) e Plano 
Collor (1990). 
e) Plano Cruzado (1986); Plano Bresser (1987); Plano Verão (1988) e Plano 
Collor (1991). 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Gabarito Comentado: 
1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) O governo Collor, no 
início da década de 1990, lançou uma nova Política Industrial e de 
Comércio Exterior (PICE) com vários objetivos, dentre eles, 
a) proteger a indústria no país da competição externa predatória, sobretudo 
asiática. 
b) reduzir a demanda agregada na economia brasileira, que estava 
superaquecida. 
c) expor a indústria no Brasil à competição externa, reduzindo paulatinamente 
as tarifas alfandegárias. 
d) aumentar a eficiência das empresas estatais, para evitar privatizá-las. 
e) promover a produção de bens de consumo de massa. 
Comentários: 
Conforme verificado pela análise da parte teórica da aula, o governo Collor 
iniciou efetivamente a abertura da economia brasileira, reduzindo as tarifas 
alfandegárias e, consequentemente, expondo a indústria nacional à 
concorrência estrangeira. Esta política obrigou a indústria nacional a se 
reestruturar, melhorando a qualidade dos bens produzidos internamente. 
Gabarito: letra “c”.
2 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Nos anos 
imediatamente subseqüentes ao Plano Real, houve uma 
sobrevalorização da moeda brasileira e déficits substanciais na conta 
corrente do balanço de pagamentos, embora o Banco Central 
acumulasse reservas de divisas internacionais, pois a conta de capital 
era superavitária. Em 1999, o Brasil mudou seu regime cambial para 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
flutuante, após perdas substanciais das reservas no Banco Central. 
Esta mudança na situação se deveu ao(à) 
a) aumento da expansão monetária doméstica. 
b) recrudescimento da inflação doméstica. 
c) diminuição do superávit primário do setor público. 
d) diminuição da arrecadação fiscal. 
e) crise asiática e russa, mudando a situação da conta de capital brasileira. 
Comentários: 
As crises Asiática e Russa geraram contaminação efetiva na economia 
brasileira, fazendo com que os investidores estrangeiros retirassem suas 
aplicações do mercado nacional. Como o regime de câmbio vigente à época era 
o fixo, o Banco Central era obrigado a vender moeda estrangeira a uma 
mesma taxa, de tal sorte que, em questão de semanas, as reservas 
internacionais do país haviam se esgotado. O procedimento adotado pelo 
Banco Central foi deixar o câmbio flutuar e, adicionalmente, contrair um 
empréstimo de US$ 40 bilhões junto ao FMI, de forma a fechar o Balanço de 
Pagamentos. 
Gabarito: letra “e”.
3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Qual a política 
cambial adotada em 1994, logo após a introdução da nova moeda, o 
Real? 
a) Taxa de câmbio flutuante 
b) Taxa de câmbio fixa 
c) Taxas de câmbio múltiplas e fixas 
d) Currency board 
e) Congelamento cambial 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
Comentários: 
Conforme destacado em aula, o regime inicial de câmbio adotado no âmbito da 
implantação do Plano Real foi o câmbio flutuante. 
Gabarito: letra “a”.
4 – (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) O Plano Real 
constituiu-se na experiência brasileira de âncora cambial. Entre as 
medidas fiscais inicialmente adotadas, destacam-se: 
a) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), criação do Imposto 
Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e do Fundo Social de 
Emergência (FSE). 
b) implementação da Unidade Real de Valor (URV), criação do Imposto de 
Renda e do Fundo Social de Emergência (FSE). 
c) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), do Fundo Social de 
Emergência (FSE) e elevação dos gastos obrigatórios com educação e 
habitações. 
d) implementação da Unidade Real de Valor (URV), fixação da taxa de câmbio 
em 1R$/US$ e redução das tarifas alfandegárias. 
e) valorização da taxa cambial, criação de mecanismos modernos de 
arrecadação e privatização da previdência. 
Comentários: 
De acordo com o disposto na aula, as principais medidas implementadas foram 
o Plano de Ação Imediata – PAI, a criação do então Imposto Provisório sobre 
Movimentação Financeira – IPMF e do Fundo Social de Emergência – FSE. 
Gabarito: letra “a”.
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
5 - (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) A política 
econômica pós-Real vem sendo caracterizada pela conjugação de uma 
política de metas: 
a) monetárias, câmbio flutuante e política fiscal expansionista. 
b) monetárias, bandas cambiais e obtenção de déficit nominal zero pela 
política fiscal. 
c) de inflação, câmbio fixo e equilíbrio orçamentário. 
d) de inflação, câmbio flutuante e déficit primário necessariamente inferior a 
3% do PIB. 
e) de inflação, câmbio flutuantee obtenção de superávit primários pela política 
fiscal. 
Comentários: 
Trata-se do tripé da política macroeconômica atualmente adotada, baseado no 
sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e regime de superávits 
primários baseados logicamente na condução da política fiscal. 
Gabarito: letra “e”.
6 – (APO/MPOG – ESAF/2010) A partir de 1986, a economia brasileira 
passou por diversos planos de estabilização. Sabendo-se que o Plano 
Real foi anunciado em junho de 1994, como plano de estabilização da 
economia, indique a opção falsa com relação ao referido Plano. 
a) O Plano Real partiu do diagnóstico de que a inflação brasileira possuía um 
forte caráter inercial. 
b) O ajuste fiscal visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os anos 
subsequentes e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias. 
c) Foram criadas fontes temporárias de contenção fiscal, como a receita do 
Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), depois 
transformado em contribuição (CPMF). 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
d) Em 1994, o governo criou um novo indexador, a Unidade Real de Valor 
(URV), cujo valor em cruzados seria corrigido diariamente pela taxa de 
inflação. 
e) O governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária 
bastante restritivas: restringiu operações de crédito e impôs depósito 
compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro. 
Comentários: 
Essa questão é resolvida apenas levando-se em consideração que a moeda 
vigente no país anteriormente à implantação do plano real não era o cruzado, 
mas sim o cruzeiro real. 
O Plano Real teve como pressuposto o combate a inflação inercial herdada do 
período Collor. O ataque à inflação centrou-se em três pilares e fases. A 
primeira delas estava relacionada ao ajuste fiscal das contas públicas, de 
forma a minimizar a expansão inflacionária. O chamado Plano de Ação 
Imediata – PAI baseou-se no corte de despesas, na diminuição das 
transferências voluntárias do governo federal bem como no aumento da 
tributação. Em referência a este último ponto, foi criado pelo governo federal o 
chamado Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira que, por seu 
caráter universal, abrangia toda e qualquer movimentação de recursos a 
débito nas contas correntes. 
O segundo pilar foi baseado na indexação da economia, através da 
implantação da chamada Unidade Real de Valor - URV em fevereiro de 1994, 
que teve seu valor igualado a uma unidade de dólar americano. A mesma URV 
seria avaliada pelo um número de cruzeiros reais, tendo seu valor variável em 
função da variação dos principais índices de preços (IPCA, IGPM). O terceiro e 
importante pilar foi a definição de metas monetárias associadas à fixação do 
câmbio como âncora da economia. Dessa maneira os preços externos tinham 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
seu valor mantidos constantes, estimulando a contensão da inflação e o 
estímulo as importações de bens e serviços que foram primordiais para a 
melhoria do parque fabril do país e, também, para a contenção da inflação 
mediante a competição via preço com o produto nacional. 
Gabarito: letra “d”. 
7 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) A criação da Taxa Referencial de 
Juros (TR), de acordo com a metodologia divulgada pelo Conselho 
Monetário Nacional (CMN), como instrumento de remuneração das 
aplicações financeiras de curto prazo, foi realizada no: 
a) “Plano Collor II”. 
b) “Plano Collor I”. 
c) “Plano Bresser”. 
d) “Plano Verão”. 
e) “Plano Real”. 
Comentários: 
Questão bastante decoreba. A TR foi criada pelo Plano Collor II, com a função 
de ser o principal índice brasileiro – uma taxa básica referencial dos juros a 
serem praticados no mês vigente e que não refletissem a inflação do mês 
anterior. 
Gabarito: letra “a”.
8 – (EPPGG/SEPLAG – CEPERJ/2009) A política monetária do governo 
Collor foi: 
a) restritiva, caracterizando-se pelo aumento da emissão de títulos e a redução 
das taxas de juros. 
b) expansionista, visando ao crescimento do nível de emprego. 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
c) restritiva, caracterizando-se pela diminuição dos meios de pagamento e o 
controle da demanda agregada. 
d) expansionista, caracterizando-se pelo aumento dos meios de pagamento e 
da taxa de juros. 
e) restritiva, caracterizando-se pelo controle dos meios de pagamento e 
redução da taxa de juros. 
Comentários: 
Essa questão pode ser facilmente respondida por meio da reprodução de parte 
do texto da explicitação teórica do Plano Collor. 
“O novo governo lançou, no início de 1990, o chamado Plano Brasil Novo. 
Tinha como objetivo por fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do 
terceiro para o Primeiro Mundo. 
O cruzado novo, que já era velho, de lugar a volta do cruzeiro feita pelo 
governo. Numa medida altamente heterodoxa, a ministra Zélia 
Cardoso bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes, 
cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 
50.000,00. Junto a esta medida, ocorreram o tabelamento dos 
preços sendo depois liberados gradualmente. Os salários foram pré-
fixados e depois negociados entre patrões e empregados. Os 
impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, 
sendo ainda suspensos os incentivos fiscais não garantidos pela 
Constituição. 
Ainda como medidas para conter o processo inflacionário, o governo 
cortou os gastos públicos, dando início a redução da máquina do 
Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas 
estatais.” 
CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES 
 ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 
O bloqueio dos saldos de conta poupança, caracterizado pela redução dos 
meios de pagamento, e a redução dos gastos do governo representaram as 
medidas de contenção da demanda agregada. 
Gabarito: letra “c”.
9 - (Técnico de Planejamento e Pesquisa/IPEA – CESPE/2008) A 
política econômica no Brasil, durante os anos 80 e parte dos anos 90 
do século passado, foi marcada por tentativas de controle da inflação. 
Com relação a esse período e aos planos de estabilização no Brasil, 
julgue os itens seguintes. 
87 A grande virtude teórica da proposta de moeda indexada para controle da 
inflação no Brasil era permitir o alinhamento de preços relativos de forma 
voluntária, superando um problema encontrado na estratégia do choque 
heterodoxo. 
O conceito do Plano Real foi de criar a URV e igualá-la a uma 
determinada quantidade de cruzeiros reais. Na medida em que ocorria 
a variação dos índices de preços, variava-se a quantidade de unidades 
monetárias de cruzeiros reais equivalentes à Unidade Real de Valor – 
URV. Em decorrência da passagem do tempo, todos os preços da 
economia estavam alinhados à URV. Com a retirada da URV como 
unidade de conta e a adoção de Plano Real, adicionado da valorização 
da moeda nacional, por meio da sua vinculação ao dólar bem como a 
adoção de uma política monetária efetiva de controle de juros em alto 
patamar, contribuíram para a manutenção do poder de compra da 
moeda nacional. Esta política conduziu à manutenção dos índices de 
preços

Outros materiais