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CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Aula Dois Estimados Colegas de Profissão Dando continuidade ao curso, destaco a vocês que serão abordados nesta aula os seguintes itens do conteúdo programático: Economia Brasileira: Crise da dívida externa, inflação e políticas de estabilização na década de 1980. As reformas econômicas da década de 1990: liberalização comercial, abertura financeira e privatizações. O Plano Real: concepção, implementação e principais problemas. Crise e ajuste pós-1999: regime de câmbio flutuante, metas de inflação e ajuste fiscal. O início desta aula está intimamente relacionado ao final da aula um. Devido a isso, e considerando que vocês estão estudando uma série de outras matérias, sugiro que leiam novamente o final da aula um antes de iniciar o estudo desta aula. Ressalto, por oportuno, que alguns tópicos da aula poderão não estar referenciados exatamente como os pontos do conteúdo programático. Não obstante, e como não poderia deixar de ser, estes abordam de forma pormenorizada todos os itens solicitados no edital. Por fim, informo a vocês que, por se tratar da continuação dos assuntos tratados na aula nove, dei continuidade à numeração dos tópicos daquela aula, ou seja, o último ponto era 1.5, então nesta aula o primeiro ponto é 1.6. Vamos à aula, Um grande abraço, Mariotti CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1.6 Crise da dívida externa, inflação e políticas de estabilização na década de 1980 A situação da economia brasileira no final da década de 70, e no início de 80 era a seguinte: • Profundas transformações no cenário internacional, trazendo à tona, novamente, a vulnerabilidade da economia brasileira aos condicionamentos externos. Em 1979, ocorreu o segundo choque do petróleo e principalmente a reversão nas condições de financiamento internacional, com a elevação da taxa de juros internacional, em um momento em que o endividamento externo era crescente. Neste ano, os juros líquidos da dívida externa já correspondiam a 28% do valor das exportações e o país apresentou um déficit em transações correntes da ordem de US$ 10,8 bilhões, que foi apenas parcialmente coberto pela entrada de capitais de US$ 7,7 bilhões, ocasionando uma queima de reservas de US 2,2 bilhões. Pode-se considerar 1979 o ano do início da crise cambial; • Em nível interno, já se fazia sentir a deterioração da situação fiscal do Estado, com: a) redução na carga tributária bruta; b) aumento no volume de transferências, com destaque para os juros sobre a dívida interna; c) as estatais eram focos de déficits, devido ao enorme passivo financeiro e aos controles tarifários; • O desequilíbrio externo, os choques de oferta (petróleo e comportamento insatisfatório da agricultura naquele ano) e os déficits públicos geravam pressões inflacionárias, que tendiam a propagar-se devido aos mecanismos de indexação da economia. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Com isso, a inflação de 1979 saltou de 77 a.a., com tendência de aceleração; O diagnóstico básico, tanto para o desequilíbrio externo quanto para a aceleração inflacionária, era o excesso de demanda interna, materializada no déficit público. A política econômica procurou centrar-se no controle da demanda agregada, evitando que esta crescesse ainda mais (era o chamado choque ortodoxo, caracterizado pela elevação nos juros). No entanto, a ameaça de profunda queda da atividade econômica levou à grande reação política, e à substituição do ministro Simonsen por Delfim Neto. O novo ministro assumiu a necessidade de corrigir a profunda crise que se alastrava pela economia, tomando entre outras, as seguintes medidas: • O controle sobre as taxas de juros; • A expansão de crédito para a agricultura, com vistas a criar expectativas de uma supersafra para 1980, e contenção dos preços dos alimentos; • A criação da SEST (Secretaria Especial das Empresas Estatais), para controlar as empresas, e aceleração dos reajustes das tarifas, para melhorar a situação das empresas; Os resultados de tal política foram catastróficos, destacando-se o a aceleração inflacionária para os 100% a.a., especialmente em função do aumento dos preços públicos e da maxidesvalorização cambial, que aumentou o custo dos produtos importados. A piora na situação cambial levou o governo, já em 1980, a reverter a política econômica e a adotar uma política ortodoxa, denominada “ajustamento voluntário”, pois ainda não recorria ao FMI e à renegociação da dívida (que CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br ocorreria mais tarde). O diagnóstico permaneceu sendo o tradicional excesso de demanda interna. As dificuldades crescentes para a renovação dos empréstimos externos, juntamente com seu encarecimento, fizeram com que a política interna se pautasse pela redução da necessidade de divisas, através do controle das compras do exterior (importação). O sucesso desta estratégia dependia do tamanho da recessão resultante e/ou do sucesso na reorientação dos fatores produtivos para a atividade exportadora, com o qual se poderia fazer o ajuste com menor perda de produto. Um primeiro ponto a ser analisado é o próprio diagnóstico. A existência de desequilíbrio externo não significa necessariamente que um país esteja vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser decorrência de um processo de endividamento externo que começa a ser cobrado, ou de uma brusca elevação das taxas de juros internacionais, associada com uma deterioração dos termos de troca. Este parece ser o caso do Brasil, que se havia endividado no período anterior com base em um sistema de taxas de juros flutuantes. Quando estas se elevaram, a situação de endividamento, que parecia estar sob controle, mostrou-se insustentável. Num contexto de taxas de juros mais elevadas e maior dificuldade de obter recursos, isto é, rolar os passivos acumulados, muitos países em desenvolvimento se viram em problemas com a dívida externa, o que provocou o rompimento completo do fluxo de recursos voluntários aos países em desenvolvimento. Assim, naquele momento, estes países foram praticamente obrigados a entrar em uma política de geração de superávits das transações correntes, para fazer frente aos serviços da dívida externa. Percebe-se que, enquanto na década de 70 o endividamento externo era colocado como uma forma de superar os constrangimentos externos e os países foram praticamente capturados pelo sistema financeiro internacional, na década de 80 este se transformou no próprio gerador dos constrangimentos. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br No Brasil, este processo de ajustamento externo, de busca de superávits, iniciou-se em 1980, de forma voluntária, e aprofundou-se a partir de fins de 1982, sob a tutela do FMI, órgão que visava fundamentalmente garantir o pagamento da dívida externa. A política adotada baseava-se na contenção da demandaagregada, através da redução do déficit público, com a redução nos gastos públicos, principalmente investimentos e no aumento da taxa de juros interna, e conseqüente restrição do crédito. O resultado da política de ajustamento foi uma profunda recessão em 1981 e 1983, e baixo crescimento em 1982, com queda na renda per capita no período. A inflação, inicialmente estabilizada em 100% nos anos de 1981 e 1982 acelerou-se em 1982 devido a alguns choques de oferta e à deterioração da situação financeira do Estado. A política foi bem-sucedida no tocante ao comércio exterior, observando-se profunda reversão no saldo da balança comercial, passando de um déficit em 1980, para superávit da ordem de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984. O sucesso do ajustamento externo deveu-se em parte à própria recessão, que levou a uma grande queda nas importações, paralelamente aos estímulos ao aumento das exportações. Em 1984, o superávit foi atingido mesmo com recuperação do produto, o que pode ser explicado em boa medida pelo sucesso do II PND, que permitiu amplo processo de substituição de importações, e criou setores com competitividade externa, para elevar as exportações, eliminando o “desequilíbrio congênito” do Balanço de Pagamentos brasileiros – a tendência a déficits decorrentes da expansão econômica. O lado problemático do ajustamento era o equacionamento das contas internas, que não se resolveria com a geração de superávits externos. A dificuldade básica estava em que as obrigações da dívida externa não estavam distribuídas entre os setores da economia em proporção à importância desses setores. Assim, o ônus da dívida recaía de forma mais violenta sobre alguns CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br setores, que precisavam realizar um esforço de poupança para adquirir as divisas e remetê-las ao exterior. No caso brasileiro, 80% da dívida era do setor público, devido ao processo de estatização (socialização) da dívida externa, enquanto a maior parte da geração do superávit se dava no setor privado. Para o governo adquirir as divisas, ele deveria ou gerar um superávit fiscal compatível com a transferência externa, ou emitir moeda, ou então endividar-se internamente. A primeira alternativa era inviável, pois a situação fiscal do setor público já se vinha deteriorando desde o II PND, sendo agravada pela política de ajustamento externo, por várias razões: • A política cambial agressiva e as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço da dívida externa; • A recessão diminuía a base tributável, com efeito negativo sobre a arrecadação; • As taxas de juros internas elevadas, para conter a demanda agregada, encareciam a rolagem da dívida interna; • A aceleração inflacionária diminuía a arrecadação, conhecido por nós como o efeito Olivera-Tanzi. A segunda alternativa mostrava-se incompatível com a política de controle de absorção interna, manutenção de taxas de juros elevadas e tentativa de controle inflacionário. A única alternativa era representada pelo endividamento interno, através da colocação de títulos públicos, que se fazia em condições cada vez mais precárias: maiores juros e menores prazos. Este processo acelerou a deterioração das contas públicas e ampliou o grau de indexação da economia. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O que se seguiu à situação temerária da economia brasileira foi inicialmente a chamada moratória da dívida externa, sucedida por uma série de planos econômicos que não tiveram efeitos no sentido de solucionar o controle inflacionário até o advento do Plano Real. 1.6.1 Os planos heterodoxos de estabilização Com o advento da nova República nos anos de 1984 e 1985, chegou ao poder o presidente Sarney, que elegeu o combate à inflação como uma das suas prioridades. 1.6.1.1 O Plano Cruzado O chamado Plano Cruzado, implementado no início do mandato do mandato do novo governo (1986) foi composto primeiramente pela criação de uma nova moeda, o cruzado que, em substituição ao cruzeiro, teve a si associada uma série de outras medidas, dentre as quais destacamos: • Conversão de preços e salários com um choque neutro para manter o mesmo padrão de distribuição de renda do cruzeiro; • Gatilho salarial – que significava que toda a vez que a inflação atingisse 20%, a renda seria mudada para os assalariados; • Congelamento de preços – exceto o da energia elétrica. Houve defasagem dos preços todos do mercado; • Tendência à desvalorização do dólar impedindo uma nova maxi desvalorização do dinheiro; • O preço dos aluguéis foi recomposto por média de fatores multiplicativos de picos médios de inflação; • As Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs, (que transformavam o valor dos tributos m um índice reajustável, como forma de fugir da inflação e evitar maiores perdas inflacionárias) foram CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br substituídas pelas OTNs que ficariam congeladas por 12 meses. Os contratos ficariam sem correção por um ano e as cadernetas de poupança teriam reajuste trimestral; As políticas, monetária e fiscal não tiveram metas definidas, ocorrendo a redução dos juros e a expansão da política fiscal. Para os economistas, a inflação recorrente não era devida ao excesso de demanda ou de restrição da oferta, mas tão simplesmente pela chamada inflação inercial, que promovia mês a mês o reajuste dos preços sem causa aparente. (era o próprio movimento de inércia). Vários instrumentos foram apresentados pelo governo para resolver o problema de oferta de bens e serviços sem abrir mão do congelamento: isenção de impostos para as empresas, subsídios para a agricultura, liberação das importações de produtos alimentícios etc. Inicialmente o plano obteve grande sucesso, reduzindo drasticamente a inflação, sendo os consumidores chamados na época de “fiscais do Sarney”. Com o tempo, o congelamento de preços começou a se corromper por mecanismos que enganavam o consumidor, tipo ágio, mudança de embalagens. Adicionado a isto, encontrava-se o grande crescimento da demanda agregada, que levou a constantes sobrepreços, ou seja, preços sobre os preços. A forma encontrada pelo governo para desestimular a demanda agregada foi feita através do chamado “cruzadinho”, que foi um tímido pacote fiscal para desaquecer o consumo, com empréstimos compulsórios sobre a gasolina, automóveis e passagens aéreas internacionais, cujos recursos seriam utilizados para financiar um novo Plano do Governo. Esse Plano deveria CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br desestimular os gastos de consumo, encarecer o crédito e baratear o crédito às empresas, como forma de estas aumentarem a oferta de bens e serviços. O Plano não surtiu o efeito desejado, levando o governo a lançar o Plano Cruzado II que visava controlar o déficit público pelo aumento da receita do PIB baseado no aumento de tarifas e impostos indiretos. Não obstante, já no ano de 1987, a inflação atingiu perto de 17% no mês, disparando o gatilho. Por conta destes fatores a situação da economiadesandou com a falta de controle de preços, reajustando-se as OTN’s e, por conseqüência, os salários. O crescimento da inflação e a perda de valor da moeda levaram a saída maciça de recursos para o exterior, levando o governo a decretar a moratória dos juros da dívida como forma de conter a perda de reservas internacionais, dado o regime de câmbio fixo vigente. Devido a esta série de fatores, o plano cruzado foi a derrocada, demonstrando a fragilidade da política de congelamento de preços e a não atenção dada à demanda agregada, via política fiscal expansionista e as contas externas. 1.6.1.2 O Plano Bresser O Plano Bresser foi um plano de emergência com o objetivo de conter a volta da inflação descontrolada que, só em abril de 1987, atingiu cerca de 20% ao mês. O Plano implementado em junho do mesmo ano foi considerado um plano de emergência, que teve dentre as principais medidas as seguintes: - Congelamento de salários por três meses; - Congelamento de preços por três meses; CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br - Mudança da base do índice de preços ao consumidor (IPC); - Desvalorização cambial; - Congelamento de aluguéis; - Criação da URF (Unidade Referencial de preços) que corrigia salários com base na inflação dos três meses anteriores; Não obstante, quando começaram a diminuir os congelamentos, o resultado foi novamente a aceleração inflacionária, capitaneados pelos reajustes dados aos funcionários públicos. O resultado como não poderia deixar de ser, foi o fim do Plano. 1.6.1.3 O Plano Verão Foi o último dos três planos adotados no governo Sarney. Não obstante, primeiramente à adoção, o governo realizou medidas simples como forma de conter a inflação. Entre as medidas tradicionais utilizadas, destacam-se a redução da tomada de empréstimos pelo setor público, que, uma vez ocorrida, tenderia a diminuir os gastos governamentais e a própria inflação; a contenção salarial e o prazo de recolhimento dos impostos, que fez com que o governo minimizasse a perda de arrecadação devido à corrosão inflacionária. Inicialmente as medidas tiveram o efeito de controlar a inflação em um patamar abaixo dos 20% ao mês, o que não ocorreu posteriormente, especialmente devido à recomposição das tarifas públicas. Com a volta da inflação, o governo resolveu novamente adotar um novo plano, que ficou conhecido como Plano Verão, que teve o seu nome devido ao fato de ter sido implementado no verão de 1989. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O plano foi baseado numa reforma ortodoxo (tradicional), com a diminuição dos gastos públicos e elevação dos juros, e também heterodoxa, que consistiu em uma reforma monetária com a criação do Cruzado Novo, que promoveu o corte de três zeros no cruzado. 1,00 = Cz$ 1.000,00. Outra medida foi a correção dos salários segundo uma média de inflação dos 12 meses anteriores, adicionado de uma Unidade de Referência de Preços. O resultado foi que os salários continuaram a ter perdas inflacionárias, dado que a expectativa de inflação futura era sempre maior do que a média passada. Praticamente nenhuma das medidas surtiu efeito, dado que o governo não realizou os ajustes fiscais necessários, mantendo-se assim crescente o déficit público. A falta de preocupação do Governo fez com que a inflação atingisse patamares ao final do mandato do Presidente da ordem de 80% em um único mês. A memória do Plano, que foi substituído pelo novo presidente (Collor), foi o total descontrole das contas públicas, o que impossibilitou o governo de atuar efetivamente sobre os juros, já que assim ficou a mercê da rolagem da dívida pública. 1.6.1.4 As reformas econômicas da década de 1990: liberalização comercial, abertura financeira e privatizações. Plano Collor/Itamar Franco – Pré Plano Real A preocupação básica do novo governo foi de evitar a chamada hiperinflação, dado os patamares no qual os preços encontravam-se reajustados mês a mês. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A inflação acumulada no período de março de 1989 a março de 1990 chegou a 4.853%, devido aos vários planos anteriores que fracassaram em conter a inflação. O novo governo lançou, no início de 1990, o chamado Plano Brasil Novo. Tinha como objetivo por fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do terceiro para o Primeiro Mundo. O cruzado novo, que já era velho, de lugar a volta do cruzeiro feita pelo governo. Numa medida altamente heterodoxa, a ministra Zélia Cardoso bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Junto a esta medida, ocorreram o tabelamento dos preços sendo depois liberados gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados entre patrões e empregados. Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, sendo ainda suspensos os incentivos fiscais não garantidos pela Constituição. Ainda como medidas para conter o processo inflacionário, e dentro do conceito de reformas estruturais o governo cortou os gastos públicos, dando início à redução da máquina do Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas estatais. Por fim, o plano do governo promoveu a abertura do mercado interno, com a redução gradativa das alíquotas de importação. Com o congelamento das contas, o governo passou a ser pressionado, realizando a devolução paulatina dos recursos, inicialmente apenas os das grandes empresas. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br No inicio do Plano Collor a inflação foi reduzida porque o plano era ousado e radical, tirava o dinheiro de circulação, o que, no entanto, levou ao longo de pouco tempo a maior recessão da economia brasileira. O grande aumento de desemprego refletiu-se na queda da produção da ordem 26% em abril de 1990, em relação a abril de 1989. O resultado final foi a queda do PIB de US$ 453 bilhões em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990. Em agosto do mesmo ano é regulamentado o Programa Nacional de Desestatização – PND, sendo o setor de siderurgia, em especial a Usiminas e a Companhia Siderúrgica Nacional, as primeiras estatais a serem privatizadas. Mais de 20 empresas estatais foram privatizadas até o final de 1993, já quando o presidente Itamar Franco encontrava-se à frente da presidência. O processo de privatização seguiu com o setor petroquímico, que logo deu lugar a nova política de desestatização, com a negociação do setor de telecomunicações e de distribuição de energia elétrica. A desestatização da economia seguiu-se no governo Fernando Henrique, sendo que mais do que nunca ficou cunhado o termo “moeda de privatização”, em referência à utilização por empresas e bancos de títulos públicos de sua propriedade utilizados na compra das estatais. Em complemento ao processo de privatização, ocorreram os processo de licitação de rodovias e ferrovias federais a serem administradas pela iniciativa privada, ficando o controle acionário nas mãos do Estado. Mesmo com todas as políticas adotadas pelo governo Collor,a inflação entra em cena novamente com um índice mensal de 19,39% em dezembro de 1990 e o acumulado do ano chega a 1.198%, obrigando o governo a tomar algumas medidas. Foi decretado o Plano Collor II, que teve como objetivo controlar a ciranda financeira (que era a rolagem dos juros da dívida), criando-se inicialmente a taxa referencial de juros – TR, com a CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br função de ser o principal índice brasileiro – uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês vigente e que não refletissem a inflação do mês anterior, e o Fundo de Aplicações Financeiras (FAF) onde centraliza todas as operações com títulos públicos de curto prazo. Por fim, o governo passa a praticar uma política de juros altos, e faz um grande esforço para desindexar a economia e tentar mais um congelamento de preços e salários. O governo acreditava que aumentando a concorrência no setor industrial conseguiria segurar a inflação criando um cronograma de redução das tarifas de importação, conseguindo assim reduzir a inflação de 1991 para 481% no ano. A recuperação da economia iniciou-se no final de 1992, após um grande processo de reestruturação interna das indústrias. Foi fundamental a abertura do mercado brasileiro para produtos importados, a qual obrigou a indústria nacional a investir alto na modernização do processo produtivo, qualidade e lançamento de novos produtos no mercado. As empresas que queriam permanecer no mercado tiveram que rever seus métodos administrativos, bem como da organização, reduzindo os custos de gerenciamento, as atividades foram centralizadas, muitos setores terceirizados. Várias conturbações políticas ocorreram no período, especialmente o impeachtment do presidente Collor. De qualquer maneira, o espiral de melhorias nas contas públicas e a queda na inflação ajudaram o já presidente Itamar Franco a preparar um novo plano, o Plano de Ação Imediata – PAI, que criava o Imposto sobre Movimentação Financeira – IPMF, como forma de garantir uma maior arrecadação tributária, a criação do Fundo Social de Emergência, caracterizado como a desvinculação de receitas do orçamento e a reestruturação das dívidas dos Estados e Municípios. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A não existência de novos choques e criação de planos heterodoxos permitiu ao governo a possibilidade elaboração de um plano que efetivamente veio a controlar o processo de inflação inercial no Brasil, ficando este caracterizado como o Plano Real. 1.6.1.5 Privatização A partir dos anos de 1970 o país, através do chamado II PND, fez a opção de crescimento forçado, buscando no financiamento externo a forma de financiamento da economia. Associada a esta questão, o chamado liberalismo fiscal, representado pelo excesso de gastos dos entes públicos, especialmente de Estados e Municípios, levou a dívida pública consolidada a níveis sem controle, incapacitando poder público de promover políticas públicas, já que não possuía recursos para tal. 1.6.5.1.1 A primeira fase das privatizações Nos anos 80 o Estado brasileiro passou pela primeira fase de privatização de empresas públicas1. O decreto 86.215 de 1981, editado pelo então presidente Figueiredo fixou as linhas gerais que deveriam ser consideradas para transferência ao setor privado das empresas controladas pelo governo federal. As vendas das empresas foram feitas através das transferências de ativos ou do controle acionário via concorrência pública, evidenciada pela abertura de envelopes com as respectivas ofertas. A outra forma comum de venda foi a direta, o que dispensava leilão, sendo que os compradores assumiam o compromisso de manter o controle acionário em mãos nacionais, dado a proibição de venda do controle a estrangeiros. 1 Na verdade de empresas que se tornaram públicas. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O processo de privatização implantado seguiu-se no governo Sarney, a partir do Decreto 91.991 de 85, que teve no seu comando o Ministério do Planejamento, e como participantes ativos nas decisões, uma série de outros ministérios, tais como Fazenda, Indústria e Comércio e outros. O processo contou com o apoio direto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que ficou responsável por todo processo de cadastramento da empresa especializada em avaliar o negócio, além de conduzir e monitorar a responsabilidade desta última no encaminhamento das negociações de compra. No ano de 1988 o governo federal editou um novo decreto, o de número 95.886, criando o Programa Federal de Desestatização. A partir deste decreto, o BNDES assumiu um papel mais ativo no processo, passando a financiar grande parte dos recursos necessários para a compra das empresas estatais. A participação do BNDES tomou tamanha magnitude devido ao fato de este ter, além de todas as suas atribuições especificadas em lei, a participação no capital da maior parte das empresas privatizadas, capital este originado da conversão de antigos empréstimos concedidos pelo banco às empresas estatais quando do período do II Plano Nacional de Desenvolvimento. Conforme afirma Giambiagi e Além (2001, pág. 381), tratou-se de fato de uma “reprivatização”, já que a própria participação do BNDES no negócio impunha a este a incapacidade de fornecimento de novos créditos, pois este assim se tornava ilíquido na sua moeda de troca, diante do aporte de capital inicialmente realizado. 1.6.5.1.2 O Plano Nacional de Desestatização (a segunda fase) Conforme o entendimento de reforma do Estado, uma das medidas encontradas pelos governos dos três entes estatais para diminuir os constantes CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br déficits e abater parte de suas dívidas públicas, foi a chamada privatização das empresas estatais, mais conhecida como desestatização da economia. Em 1990 foi lançado pelo governo federal, sob o aval do presidente Fernando Collor, o Plano Nacional de Desestatização – PND, sendo considerada uma das prioridades da política econômica adotada na época. A lei 8.031/90 estabeleceu como principais objetivos do programa, inicialmente a reordenação da presença do Estado na economia, de tal forma que o setor público se retiraria daquelas atividades em que o setor privado nacional tivesse melhores condições de atuar. O resultado financeiro das vendas das empresas estatais, nas quais destacamos a Vale do Rio Doce, a CSN e empresas estatais do setor petroquímico e de fertilizantes, foram utilizados para abater parte da dívida pública. A própria privatização trazia nas suas regras a necessidade por parte da empresa compradora de realizar investimentos para ampliação da sua capacidade produtiva, o que acabou por impactar a taxa de crescimento de estoque de capital na economia. O próprio resultado de novos investimentos contribuiu para a modernização da industria nacional, modificando profundamente a produtividade da capital e da mão-de-obra, o que proporcionou a melhoria na competitividade o setor produtivo.1.6.5.1.3 A privatização dos serviços (a terceira fase) Com a consolidação do processo de privatização das empresas estatais do setor industrial, o processo de desestatização voltou-se para os serviços públicos, especialmente os setores de telecomunicações e de energia elétrica. O processo de desestatização do setor trouxe no seu bojo a necessidade de criação de um sistema regulatório, já que se tratava de setores essencialmente monopolizados (monopólios naturais). CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O resultado final foi a privatização de todo o setor de distribuição de energia elétrica ligado ao sistema Eletrobrás, além do processo de desestatização de toda o sistema Telebrás, entre diversas empresas de telefonia fixa e móvel. 1.7 O Plano Real: concepção, implementação e principais problemas. Crise e ajuste pós-1999: regime de câmbio flutuante, metas de inflação e ajuste fiscal. Podemos traduzir a economia brasileira contemporânea como sendo um período duradouro, vigente no país desde a implantação do Plano Real. O Plano Real teve como pressuposto o combate a inflação inercial herdada do período Collor. O ataque à inflação centrou-se em três fases: A primeira delas estava relacionada ao ajuste fiscal das contas públicas, de forma a minimizar a expansão inflacionária. O chamado Plano de Ação Imediata – PAI baseou-se no corte de despesas, na diminuição das transferências voluntárias do governo federal bem como no aumento da tributação. Em referência a este ponto, foi criado pelo governo federal o chamado Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira que, por seu caráter universal, abrangia toda e qualquer movimentação de recursos a débito nas contas correntes. Foi criado ainda o chamado Fundo Social de Emergência – FSE, fundo este que produziu a desvinculação de receitas do orçamento da União, dando margem ao governo para cortar ou remanejar gastos supérfluos. Eram então justamente estes gastos que contribuíam para a explosão da inflação dada a grande estrutura estatal geradora de grande dispêndio. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A segunda fase do plano foi à indexação da economia, através da implantação da chamada Unidade Real de Valor - URV em fevereiro de 1994, que teve seu valor igualado a uma unidade de dólar americano. A mesma URV seria avaliada pelo um número de cruzeiros reais, tendo seu valor variável em função da variação dos principais índices de preços (IPCA, IGPM). A idéia básica do plano era a seguinte: Um número considerável de preços (salários, contratos, etc.) foi convertido em URV, sendo os demais preços convertidos pelos agentes econômicos. Passava a URV, naquele momento, a representar a unidade de conta, uma das funções da moeda, expressando assim os preços das mercadorias. Não obstante, como a URV não era ainda representada como meio de troca, todas as transações eram liquidadas em cruzeiros reais. Diante deste fato, a inflação corroia apenas a moeda CR$, mas não a URV, que mantenha sempre a sua relação como unidade de conta (URV) com a moeda meio de troca (CR$). Após cerca de 4 meses, o governo introduziu uma nova moeda, o Real, que teve o seu valor igualado a uma URV vigente, na época igual CR$ 2.750,00, além de igualar-se também a uma unidade de dólar americano. Tratava-se neste primeiro momento do regime de câmbio flutuante. De forma a dar segurança e estabilidade à nova moeda, o governo federal restringiu o crescimento da oferta monetária, além de impor aumentos nos depósitos compulsórios e nas operações de crédito do sistema financeiro. A moeda manteve-se estável, especialmente pela política de taxa de juros elevada. Devido ao excesso de liquidez internacional e o conseqüente afluxo de moeda estrangeira para o país devido os altos juros, no primeiro momento do plano real, a moeda nacional valorizou em relação ao dólar, chegando taxa nominal de câmbio a um patamar próximo de R$ 0,80 por unidade de moeda norte-americana. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O resultado da apreciação da moeda nacional foi o estímulo à importação de bens, o que dessa forma continha a subida dos preços internos e da própria inflação. Esta política foi apelidada de “âncora cambial” do plano real. A queda paulatina da inflação, dado a inexistência de choques ditos heterodoxos, provocou um aumento considerável no poder de compra das classes menos favorecidas. A concessão de crédito passou a ampliar-se, dado que agora tornava-se possível prever a taxa nominal de juros na qual o governo trabalharia. O processo de estabilização, conforme visto por nós, contribuiu para a redução dos piques inflacionários, uma vez que os bens nacionais passaram a sofre com a concorrência dos bens importados. Não obstante, destaca-se que tal fenômeno acontecia somente com os bens ditos “tradeables”, que são aqueles negociados no mercado internacional (soja, automóveis, açúcar, etc), já que os serviços, representados pelos “non-tradeables” (aluguéis, médicos), continuaram a subir dado o ganho, em termos de poder de compra, da sociedade. Em termos de balanço de pagamentos, o balanço comercial passou a ter constantes déficits, provocados tanto pelo crescimento das importações como pelo decréscimo das exportações. Considerando o fato de que o balanço de serviços e rendas não tinha motivos para apresentar superávits, especialmente pela manutenção da taxa de juros elevada e do grande estoque de dívida externa, o resultado foi a aparecimento de déficit da ordem de US$ 18 bilhões em 1995. Ressaltamos que a manutenção dos juros em um patamar elevado contribuiu para o fechamento do balanço de pagamentos positivo, o que, no entanto, era feito as custas de entrada de capital volátil, aquele destinado as CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br aplicações financeiras ao invés da realização investimento produtivos, afetados negativamente pelos juros. A continuidade da política vigente no Brasil teve o seu primeiro grande percalço com a crise ocorrida na economia mexicana, que teve que promover a desvalorização da sua moeda (que antes se vigia por um regime de paridade com o dólar). A crise chegou de forma gradativa ao país, estimulando a saída de capitais e a conseqüente perda de reservas. A solução adotada pelo governo foi realizar a desvalorização da sua moeda, que agora passava a ter sua cotação fixada pelo governo, tendo para isso uma margem de flutuação anual da ordem de 7% ao ano. A nova política cambial empurrou a condução da economia a um regime de câmbio praticamente fixo, se vigeu no Brasil até o ano de 1998. O resultado do aumento dos juros, associado à contenção do crédito de forma a desestimular a demanda agregada levou a um processo de retração econômica no início de 1995. O aumento dos juros trouxe ainda o aumento da inadimplência pó parte dos devedores, o que contribuiu fortemente para a quebra de dois grandes bancos privados. A crise no sistema financeiro foi controlada pelo Banco Central através do chamado Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema FinanceiroNacional – PROER, que teve como princípio a ajuda financeira bem como o estímulo aos processos de fusão e abertura para o capital estrangeiro, do Sistema Financeiro como um todo. Adicionado a este, o Programa de Incentivo à redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária – PROES permitiu a realização de empréstimos pela União para cobertura dos déficits dos bancos, com a vinculação de que estes promovessem a privatização do seu braço financeiro. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A política cambial adotada, que promovia o controle inflacionário via âncora cambial, adicionado da manutenção de alta taxa de juros, elevou significativamente a dívida pública, impondo pressões constantes pelo lado da política fiscal do governo. Destaca-se que o crescimento da dívida pública, ao invés de ser combatido no âmbito interno através do aumento do resultado primário do governo (superávit primário), teve seu resultado ampliado, uma vez que o próprio superávit passou de cerca de 3% entre os anos de 91/94, para apenas 0,2% entre 95/98. O principal motivo para tal piora foi o aumento dos gastos não financeiros, especialmente os devidos ao pagamento de benefícios previdenciários. A conjuntura econômica do país, representada por fortes déficits tanto nas transações correntes como nas contas públicas, associado à sequência de crises internacionais (Ásia e Rússia), que levaram à corrida por moeda forte, tiveram peso decisivo na crise cambial brasileira no fim de 98, que foi representada pelo ataque especulativo a moeda nacional devido à desconfiança dos investidores internacionais na incapacidade do país de arcar com seus compromissos financeiros. A constante perda de reservas obrigou o país a pedir auxílio financeiro ao Fundo Monetário Internacional da ordem de US$ 42 bilhões, além de ter que promover, no início de 1999, a desvalorização da moeda a patamares diferenciados às minidesvalorizações anteriores, fazendo assim com que o câmbio voltasse a flutuar, depreciando-se na ordem de 70%, até atingir um valor próximo aos R$ 2,00. A política de cambial foi sustentada ainda pela elevação significativa da taxa básica de juros a 45% a.a., que impôs um estímulo adicional à manutenção dos recursos externos financeiros especulativos na economia nacional. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Com a adoção do flutuante de câmbio, o Banco Central estabeleceu em julho de 1999 o chamado regime de Metas de Inflação, na qual o Conselho Monetário Nacional, estrutura maior de decisão do sistema financeiro nacional, deveria estabelecer metas anuais de inflação para o país, tendo o mesmo Banco Central a possibilidade de lançar mão do seu principal instrumento para combater os picos de preços, que é a própria taxa de juros. O regime de metas inflacionárias demonstra o comprometimento da autoridade monetária com a condução da economia em um patamar de variação de preços consistente com o crescimento econômico, ou seja, todo e qualquer impacto sobre a inflação, seja devida a crises internas ou externas, deveria ser combatido fortemente pelo BACEN rumo ao cumprimento da meta inflacionária. O ano de 99 foi um ano de ajustes, que já trouxe algumas alterações importantes, tais como a redução do déficit das transações correntes, da ordem de US$ 33 bilhões em 98 para cerca de US$ 24 bilhões no ano seguinte. Destaca-se que o empréstimo feito pelo Fundo Monetário Internacional – FMI ao Brasil foi cercado de uma série de exigências, especialmente as referentes à manutenção de política de geração de superávits primários nas contas públicas. O objetivo de tal política foi a de estimular o país a gerar caixa para fazer frente ao pagamento dos juros da dívida externa, sendo que estes mesmos superávits tenderiam a diminuir a necessidade do uso da taxa de juros como captadora de recursos para fechamento das contas externas. Reformas fiscais adicionais, que objetivaram a ampliação da base de arrecadação do governo, tais como a criação da CPMF em substituição do IPMF, agora com alíquota de 0,38%, elevação da COFINS e sua extensão as Instituições Financeiras, além da incidência da contribuição previdenciária sobre inativos, levaram a resultados consideráveis no resultado primário nos CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br anos posteriores a crise de 1999. Somente no mesmo ano, o déficit operacional reduziu de 7,5% do PIB para 3,2%. No ano de 2001 foi promulgada a Lei de Responsabilidade Fiscal, que veio também como exigência no conjunto do pacote de recursos do FMI. Esta procurou limitar o gasto com a principal rubrica do orçamento dos entes estatais, qual seja as despesas com pessoal, além de uma série de outras medidas colocadas no seu texto. A passagem de governo, em termos de política econômica, manteve-se igual, baseando a condução da economia no tripé metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. O PIB do ano de 2000 apresentou um crescimento de cerca de 4,5%, o que não foi o ocorrido nos anos de 2001 e 2002, devido a fatores internos e externos, quais sejam a crise Argentina e as eleições presidenciais no país. No início de 2003, como forma se corroborar a condução da política econômica, o governo federal reduziu seus gastos, além de promover no âmbito da política monetária conduzida pelo BACEN, o aumento dos juros como forma de evitar o recrudescimento inflacionário significativo. De 2003 para os dias de hoje o país tem aproveitado a boa “maré” internacional, que se reflete na entrada massiva de capital estrangeiro, tanto especulativo como produtivo. Adicionado a este fato, a política de estímulo às exportações e a desvalorização cambial ocorrida no fim de 2002 para o ano seguinte, promoveram o crescimento vertiginoso dos resultados do balanço comercial e das transações correntes, que alcançaram entre os anos de 2004 e 2006, valores, em termos de superávits anuais, respectivamente, da ordem de US$ 40 bilhões e de 13 bilhões. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br No que se refere às contas públicas ao longo dos últimos anos, verifica- se um esforço do governo para promover a sua redução, tal o fato de que no ano de 2007, foi amortizado grande parte da dívida externa, liquidando-se todas as dívidas com clausula de variação cambial. Não obstante, de forma a corroborar a evolução dos indicadores fiscais e as finanças públicas, destaca-se que as necessidades de financiamento do setor público no conceito nominal variaram de cerca de 9,17% em janeiro de 2003 para cerca de 2,17% em dezembro de 2007. 1.7.1 Crise Internacional e os impactos na economia brasileira. A economia mundial ainda vive os reflexos da crise financeira internacional iniciada na economia americana no início de 2008, ocasionada a partir dos créditos subprimes, caracterizado por instrumentos financeiros (títulos) lastreados (que tinham como garantia) os empréstimos baseados em hipotecas de imóveis financiados por companhias hipotecárias americanas. A crise ocorrida ocorreu pelo fato de os mutuários (devedores) dos imóveis nãomais poderem pagar pelos bens adquiridos, promovendo uma avalanche em todos os instrumentos financeiros que só possuíam valor justamente pelo fato de que o seu lastro é de fato seguro. Os títulos foram comprados por muitos bancos que, ao tentarem resgatar os valores, se viam diante da impossibilidade de fazer o valor dos títulos. Este problema levou a uma avalanche de quebras de bancos e de consequentes seguradoras que resguardavam os recursos dos bancos, estendendo-se por todo sistema financeiro internacional. No Brasil a crise inicialmente gerou poucos impactos, uma vez que os bancos brasileiros pouco possuíam destes títulos lastreados em hipotecas. Não obstante, considerando que grandes bancos internacionais bem como investidores estrangeiros possuíam aplicações tanto no país como no CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br exterior, e que neste segundo os investidores encontravam-se carentes de recursos que simplesmente sumiram, estes optaram em sacar seus recursos das diversas economias, reduzindo, pois, em demasia o crédito circulante na economia nacional. Este evento provocou a queda brusca do nível de empréstimos dos bancos brasileiros a consumidores e produtores, inicialmente devido ao medo da crise internacional, o que fez que a crise saísse da economia financeira e se propagasse do todo o setor real da economia, impactando diretamente sobre o nível de emprego. Em nível interno, o governo em conjunto com o Banco Central, tomou uma série de medidas visando reduzir o impacto da crise. Inicialmente o BACEN reduziu as taxas de depósitos compulsórios dos bancos, possibilitando ainda a estes a utilização de recursos oriundos do redesconto e do Fundo Garantidor de Crédito – FGC, fundo este no qual os próprios bancos depositavam recursos por conta de possíveis crises isoladas em Instituições Financeiras. Realizou ainda, passado o primeiro momento, a redução substancial da taxa básica de juros, chegando esta ao menor patamar da história (8,75% ao ano). O governo federal procurou estimular a economia via políticas fiscais de redução dos impostos incidentes sobre a renda e sobre a produção de bens industrializados em setores de grande geração de empregos, tais como automotivo e da construção civil. Estas políticas obrigaram o governo a reduzir as suas metas de superávit primário, uma vez que foram aumentados os seus gastos e reduzidas as receitas provenientes da tributação. Nos meses de maio, após mais de nove anos de seguidos superávits primários (excluindo-se os ajustes do mês de dezembro), o país apresentou o primeiro resultado negativo, da ordem de R$ 300 milhões, encarado não como a falta de controle do governo de suas contas, mas sim como a solução minimizadora dos impactos da crise internacional sobre o país. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br A partir da segunda metade do ano de 2009 a economia do país começou a se recuperar, apresentando sinais de melhora na concessão de crédito pelos bancos, na produção industrial e no próprio consumo, muito embora o crescimento do PIB tenha sido nulo. Não obstante, no primeiro trimestre de 2010 o PIB apresentou uma grande evolução, atingindo 2,7% que, anualizado, chega a 9%. 1.7.2 O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC Anteriormente à crise financeira internacional, o governo federal lançou o Programa de Aceleração do Crescimento Econômico – PAC, um grande projeto de investimentos, capitaneado uma por série de obras de ampliação e melhoria da infra-estrutura do país, em áreas como saneamento, recursos hídricos, habitação, energia e transportes. O Programa, inicialmente planejado para ter uma duração de quatro anos2, foi estendido para o chamado PAC 2. A estrutura do PAC foi dividida em cinco blocos, sendo elas: • Medidas de infra-estrutura, incluindo a infra-estrutura social, como habitação, saneamento e transporte em massa; • Medidas para estimular crédito e financiamento; • Desoneração tributária; • Medidas fiscais de longo prazo; e • Medidas associadas à área ambiental 2 O PAC foi inicialmente proposto no Plano PluriAnual - PPA com vigência de quatro anos, o qual iniciou-se em 2004 e terminou em 2007, ano de lançamento do PAC. O PPA é considerado o instrumento de planejamento de médio prazo, tendo a sua previsão inserida na Constituição Federal. Todo o Plano é baseado em programas, entre os quais aqueles com prazo superior a um exercício financeiro, como é o caso do PAC. Ano a ano as suas metas são propostas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e consubstanciadas por meio do orçamento anual. O Programa teve a sua continuidade dentro do PPA atualmente em vigor (2008-2011), hoje sob o nome de PAC 2. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br As medidas iniciais do programa propunham uma meta de crescimento anual de 5%, a partir do investimento inicial de R$ 503,9 bilhões. Em parte o objetivo do Plano foi alcançado, haja vista que nos anos de 2007 e 2008 a economia brasileira (o PIB) cresceu, respectivamente, 6,1% e 5,1%. O ano de 2009 não teve o mesmo desempenho, indicação clara da crise manifestada em todo o mundo. No mesmo período o PIB se reduziu em cerca de 0,2% quando comparado com 2008. As estimativas para o ano de 2010 apontam para um crescimento da economia da ordem 7,6%, o que permitiria estimar que o crescimento médio no período inicialmente coberto pelo PAC seria em torno de 4,65%, próximo a meta estipulada, especialmente levando-se em consideração a crise ocorrida durante o período. Em março de 2010 o governo fez o lançamento do PAC 2, o qual previu um desembolso de recursos da ordem de R$ 1,6 trilhão. Os investimentos do programa concentram-se nas áreas de transportes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação, com destaque para o programa Minha Casa, Minha Vida, uma das principais plataformas utilizadas pelo governo Lula no ano eleitoral de 2010. O PAC constitui e ainda constitui a mais relevante ferramenta do governo federal utilizada para estimular o crescimento econômico do país. A realização de gastos leva à multiplicação dos impactos nos diversos setores da economia, os quais acabam por estimular a geração de emprego e renda. Destaco para aqueles que tenham curiosidade, o link de acesso ao relatório balanço do PAC referente aos três primeiros anos do Plano. (http://www.brasil.gov.br/pac/relatorios/nacionais/9o-balanco-3-anos/parte-1- abertura-1/view). Trata-se de uma boa oportunidade de verificar o crescimento das principais variáveis componentes do PIB (consumo, investimento, gastos do governo, exportações e importações). CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Aadendo: Os programas Sociais do Governo Lula Como forma de efetivar a sua ação em termos da redistribuição da renda, o governo conta com alguns instrumentos, consubstanciados por meio do planejamento da sua política orçamentária. São elas: Os impostos, os subsídios e as transferências. Os impostos são utilizados por meio da instrumentalização de uma política progressiva, tributandoem maior medida os indivíduos com maior renda e os repassando aos indivíduos de baixa renda. O chamado Plano PluriAnual – PPA3 é um planejamento de longo prazo da administração pública, sendo baseado em programas, e estes em ações, implementados e efetivados por meio dos orçamentos anuais, tendo como objetivos, entre outros, em reduzir as desigualdades sociais e econômicas existentes. Entre diversos programas, destaca-se o programa “Minha Casa Minha Vida”, caracterizado como um tipo de subsídio concedido pelo governo federal às famílias de baixa renda para a compra da casa própria. Digno de destaque ainda dentro da política governamental de redistribuição da renda do governo federal, encontra-se o Programa Bolsa Família, programa este de transferência de recursos financeiros destinado à população de baixa renda. Iniciado em 2004, atende às famílias com renda per capita inferior à época a R$ 100,00, tendo como parâmetro, hoje, a renda per capita inferior a R$ 120,00. Além do caráter distributivo o programa impõe algumas condições às famílias beneficiadas. São elas: manter as crianças e os adolescentes na escola e o cumprir os cuidados básicos em saúde (vacinação, agendas pré-natal e pós-natal para gestantes e nutrizes). Verifica-se assim que o Programa visa não somente o aspecto redistributivo, mas também a melhoria das condições sociais da população. 3 Destaca-se que o PPA é um instrumento de planejamento da administração pública derivado da Constituição de 1988, sendo adotado por todos os entes do país desde então. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Por fim, adiciona-se uma das principais bandeiras de todos os políticos, aquela relacionada ao salário mínimo. No período do governante petista o salário saiu de um patamar equivalente a menos de US$ 100 em 2002, para um patamar que atingiu um aumento real (descontado a inflação) no período de 2002 a 2007, de 43%. Hoje este é de R$ 540,00, equivalendo a mais do que US$ 300. Todas estas políticas são baseadas na mensuração e implementação via orçamento público. De todo modo, e adicionalmente, acrescenta-se a importante participação das estruturas indiretas da administração pública, baseada especialmente nas instituições financeiras públicas, a exemplo de BNDES, a qual aloca parte dos seus recursos financeiros no estimulo ao crescimento e o desenvolvimento econômico e social do país. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Questões Propostas: 1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) O governo Collor, no início da década de 1990, lançou uma nova Política Industrial e de Comércio Exterior (PICE) com vários objetivos, dentre eles, a) proteger a indústria no país da competição externa predatória, sobretudo asiática. b) reduzir a demanda agregada na economia brasileira, que estava superaquecida. c) expor a indústria no Brasil à competição externa, reduzindo paulatinamente as tarifas alfandegárias. d) aumentar a eficiência das empresas estatais, para evitar privatizá-las. e) promover a produção de bens de consumo de massa. 2 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Nos anos imediatamente subseqüentes ao Plano Real, houve uma sobrevalorização da moeda brasileira e déficits substanciais na conta corrente do balanço de pagamentos, embora o Banco Central acumulasse reservas de divisas internacionais, pois a conta de capital era superavitária. Em 1999, o Brasil mudou seu regime cambial para flutuante, após perdas substanciais das reservas no Banco Central. Esta mudança na situação se deveu ao(à) a) aumento da expansão monetária doméstica. b) recrudescimento da inflação doméstica. c) diminuição do superávit primário do setor público. d) diminuição da arrecadação fiscal. e) crise asiática e russa, mudando a situação da conta de capital brasileira. 3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Qual a política cambial adotada em 1994, logo após a introdução da nova moeda, o Real? CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br a) Taxa de câmbio flutuante b) Taxa de câmbio fixa c) Taxas de câmbio múltiplas e fixas d) Currency board e) Congelamento cambial 4 – (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) O Plano Real constituiu-se na experiência brasileira de âncora cambial. Entre as medidas fiscais inicialmente adotadas, destacam-se: a) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e do Fundo Social de Emergência (FSE). b) implementação da Unidade Real de Valor (URV), criação do Imposto de Renda e do Fundo Social de Emergência (FSE). c) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), do Fundo Social de Emergência (FSE) e elevação dos gastos obrigatórios com educação e habitações. d) implementação da Unidade Real de Valor (URV), fixação da taxa de câmbio em 1R$/US$ e redução das tarifas alfandegárias. e) valorização da taxa cambial, criação de mecanismos modernos de arrecadação e privatização da previdência. 5 - (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) A política econômica pós-Real vem sendo caracterizada pela conjugação de uma política de metas: a) monetárias, câmbio flutuante e política fiscal expansionista. b) monetárias, bandas cambiais e obtenção de déficit nominal zero pela política fiscal. c) de inflação, câmbio fixo e equilíbrio orçamentário. d) de inflação, câmbio flutuante e déficit primário necessariamente inferior a 3% do PIB. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br (E) de inflação, câmbio flutuante e obtenção de superávit primários pela política fiscal. 6 – (APO/MPOG – ESAF/2010) A partir de 1986, a economia brasileira passou por diversos planos de estabilização. Sabendo-se que o Plano Real foi anunciado em junho de 1994, como plano de estabilização da economia, indique a opção falsa com relação ao referido Plano. a) O Plano Real partiu do diagnóstico de que a inflação brasileira possuía um forte caráter inercial. b) O ajuste fiscal visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os anos subsequentes e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias. c) Foram criadas fontes temporárias de contenção fiscal, como a receita do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), depois transformado em contribuição (CPMF). d) Em 1994, o governo criou um novo indexador, a Unidade Real de Valor (URV), cujo valor em cruzados seria corrigido diariamente pela taxa de inflação. e) O governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária bastante restritivas: restringiu operações de crédito e impôs depósito compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro. 7 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) A criação da Taxa Referencial de Juros (TR), de acordo com a metodologia divulgada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), como instrumento de remuneração das aplicações financeiras de curto prazo, foi realizada no: a) “Plano Collor II”. b) “Plano Collor I”. c) “Plano Bresser”. d) “Plano Verão”. e) “Plano Real”. CURSO ON-LINE– PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 8 – (EPPGG/SEPLAG – CEPERJ/2009) A política monetária do governo Collor foi: a) restritiva, caracterizando-se pelo aumento da emissão de títulos e a redução das taxas de juros. b) expansionista, visando ao crescimento do nível de emprego. c) restritiva, caracterizando-se pela diminuição dos meios de pagamento e o controle da demanda agregada. d) expansionista, caracterizando-se pelo aumento dos meios de pagamento e da taxa de juros. e) restritiva, caracterizando-se pelo controle dos meios de pagamento e redução da taxa de juros. 9 - (Técnico de Planejamento e Pesquisa/IPEA – CESPE/2008) A política econômica no Brasil, durante os anos 80 e parte dos anos 90 do século passado, foi marcada por tentativas de controle da inflação. Com relação a esse período e aos planos de estabilização no Brasil, julgue os itens seguintes. 87 A grande virtude teórica da proposta de moeda indexada para controle da inflação no Brasil era permitir o alinhamento de preços relativos de forma voluntária, superando um problema encontrado na estratégia do choque heterodoxo. 88 O diagnóstico da inflação inercial destacava fatores reais, como nível de atividade econômica e excesso de gastos do governo, para justificar os níveis de inflação elevada. 89 A ancoragem cambial utilizada no Plano Real tinha por objetivo segurar o preço dos produtos transacionáveis e tentar coordenar expectativas futuras em relação à trajetória dos preços. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 10 - (APO/SEPLAG – CEPERJ/2009) Em relação aos planos econômicos do governo, a alternativa que apresenta corretamente os planos com suas respectivas datas de implementação é: a) Plano Cruzado (1986); Plano Bresser (1987); Plano Verão (1989) e Plano Collor (1990). b) Plano Cruzado (1986); Plano Verão (1987); Plano Bresser (1989) e Plano Collor (1991). c) Plano Cruzado (1986); Plano Collor (1991); Plano Verão (1989) e Plano Bresser (1990). d) Plano Bresser (1987); Plano Cruzado (1988); Plano Verão (1989) e Plano Collor (1990). e) Plano Cruzado (1986); Plano Bresser (1987); Plano Verão (1988) e Plano Collor (1991). CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Gabarito Comentado: 1 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) O governo Collor, no início da década de 1990, lançou uma nova Política Industrial e de Comércio Exterior (PICE) com vários objetivos, dentre eles, a) proteger a indústria no país da competição externa predatória, sobretudo asiática. b) reduzir a demanda agregada na economia brasileira, que estava superaquecida. c) expor a indústria no Brasil à competição externa, reduzindo paulatinamente as tarifas alfandegárias. d) aumentar a eficiência das empresas estatais, para evitar privatizá-las. e) promover a produção de bens de consumo de massa. Comentários: Conforme verificado pela análise da parte teórica da aula, o governo Collor iniciou efetivamente a abertura da economia brasileira, reduzindo as tarifas alfandegárias e, consequentemente, expondo a indústria nacional à concorrência estrangeira. Esta política obrigou a indústria nacional a se reestruturar, melhorando a qualidade dos bens produzidos internamente. Gabarito: letra “c”. 2 – (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Nos anos imediatamente subseqüentes ao Plano Real, houve uma sobrevalorização da moeda brasileira e déficits substanciais na conta corrente do balanço de pagamentos, embora o Banco Central acumulasse reservas de divisas internacionais, pois a conta de capital era superavitária. Em 1999, o Brasil mudou seu regime cambial para CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br flutuante, após perdas substanciais das reservas no Banco Central. Esta mudança na situação se deveu ao(à) a) aumento da expansão monetária doméstica. b) recrudescimento da inflação doméstica. c) diminuição do superávit primário do setor público. d) diminuição da arrecadação fiscal. e) crise asiática e russa, mudando a situação da conta de capital brasileira. Comentários: As crises Asiática e Russa geraram contaminação efetiva na economia brasileira, fazendo com que os investidores estrangeiros retirassem suas aplicações do mercado nacional. Como o regime de câmbio vigente à época era o fixo, o Banco Central era obrigado a vender moeda estrangeira a uma mesma taxa, de tal sorte que, em questão de semanas, as reservas internacionais do país haviam se esgotado. O procedimento adotado pelo Banco Central foi deixar o câmbio flutuar e, adicionalmente, contrair um empréstimo de US$ 40 bilhões junto ao FMI, de forma a fechar o Balanço de Pagamentos. Gabarito: letra “e”. 3 - (ECONOMISTA/BNDES – CESGRANRIO/2009) Qual a política cambial adotada em 1994, logo após a introdução da nova moeda, o Real? a) Taxa de câmbio flutuante b) Taxa de câmbio fixa c) Taxas de câmbio múltiplas e fixas d) Currency board e) Congelamento cambial CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br Comentários: Conforme destacado em aula, o regime inicial de câmbio adotado no âmbito da implantação do Plano Real foi o câmbio flutuante. Gabarito: letra “a”. 4 – (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) O Plano Real constituiu-se na experiência brasileira de âncora cambial. Entre as medidas fiscais inicialmente adotadas, destacam-se: a) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e do Fundo Social de Emergência (FSE). b) implementação da Unidade Real de Valor (URV), criação do Imposto de Renda e do Fundo Social de Emergência (FSE). c) implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), do Fundo Social de Emergência (FSE) e elevação dos gastos obrigatórios com educação e habitações. d) implementação da Unidade Real de Valor (URV), fixação da taxa de câmbio em 1R$/US$ e redução das tarifas alfandegárias. e) valorização da taxa cambial, criação de mecanismos modernos de arrecadação e privatização da previdência. Comentários: De acordo com o disposto na aula, as principais medidas implementadas foram o Plano de Ação Imediata – PAI, a criação do então Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira – IPMF e do Fundo Social de Emergência – FSE. Gabarito: letra “a”. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 5 - (ECONOMISTAPETROBRAS – CESGRANRIO/2005) A política econômica pós-Real vem sendo caracterizada pela conjugação de uma política de metas: a) monetárias, câmbio flutuante e política fiscal expansionista. b) monetárias, bandas cambiais e obtenção de déficit nominal zero pela política fiscal. c) de inflação, câmbio fixo e equilíbrio orçamentário. d) de inflação, câmbio flutuante e déficit primário necessariamente inferior a 3% do PIB. e) de inflação, câmbio flutuantee obtenção de superávit primários pela política fiscal. Comentários: Trata-se do tripé da política macroeconômica atualmente adotada, baseado no sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e regime de superávits primários baseados logicamente na condução da política fiscal. Gabarito: letra “e”. 6 – (APO/MPOG – ESAF/2010) A partir de 1986, a economia brasileira passou por diversos planos de estabilização. Sabendo-se que o Plano Real foi anunciado em junho de 1994, como plano de estabilização da economia, indique a opção falsa com relação ao referido Plano. a) O Plano Real partiu do diagnóstico de que a inflação brasileira possuía um forte caráter inercial. b) O ajuste fiscal visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os anos subsequentes e impedir que daí decorressem pressões inflacionárias. c) Foram criadas fontes temporárias de contenção fiscal, como a receita do Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras (IPMF), depois transformado em contribuição (CPMF). CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br d) Em 1994, o governo criou um novo indexador, a Unidade Real de Valor (URV), cujo valor em cruzados seria corrigido diariamente pela taxa de inflação. e) O governo anunciou, junto com o plano, metas de expansão monetária bastante restritivas: restringiu operações de crédito e impôs depósito compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro. Comentários: Essa questão é resolvida apenas levando-se em consideração que a moeda vigente no país anteriormente à implantação do plano real não era o cruzado, mas sim o cruzeiro real. O Plano Real teve como pressuposto o combate a inflação inercial herdada do período Collor. O ataque à inflação centrou-se em três pilares e fases. A primeira delas estava relacionada ao ajuste fiscal das contas públicas, de forma a minimizar a expansão inflacionária. O chamado Plano de Ação Imediata – PAI baseou-se no corte de despesas, na diminuição das transferências voluntárias do governo federal bem como no aumento da tributação. Em referência a este último ponto, foi criado pelo governo federal o chamado Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira que, por seu caráter universal, abrangia toda e qualquer movimentação de recursos a débito nas contas correntes. O segundo pilar foi baseado na indexação da economia, através da implantação da chamada Unidade Real de Valor - URV em fevereiro de 1994, que teve seu valor igualado a uma unidade de dólar americano. A mesma URV seria avaliada pelo um número de cruzeiros reais, tendo seu valor variável em função da variação dos principais índices de preços (IPCA, IGPM). O terceiro e importante pilar foi a definição de metas monetárias associadas à fixação do câmbio como âncora da economia. Dessa maneira os preços externos tinham CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br seu valor mantidos constantes, estimulando a contensão da inflação e o estímulo as importações de bens e serviços que foram primordiais para a melhoria do parque fabril do país e, também, para a contenção da inflação mediante a competição via preço com o produto nacional. Gabarito: letra “d”. 7 - (EPPGG/MPOG – ESAF/2008) A criação da Taxa Referencial de Juros (TR), de acordo com a metodologia divulgada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), como instrumento de remuneração das aplicações financeiras de curto prazo, foi realizada no: a) “Plano Collor II”. b) “Plano Collor I”. c) “Plano Bresser”. d) “Plano Verão”. e) “Plano Real”. Comentários: Questão bastante decoreba. A TR foi criada pelo Plano Collor II, com a função de ser o principal índice brasileiro – uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês vigente e que não refletissem a inflação do mês anterior. Gabarito: letra “a”. 8 – (EPPGG/SEPLAG – CEPERJ/2009) A política monetária do governo Collor foi: a) restritiva, caracterizando-se pelo aumento da emissão de títulos e a redução das taxas de juros. b) expansionista, visando ao crescimento do nível de emprego. CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br c) restritiva, caracterizando-se pela diminuição dos meios de pagamento e o controle da demanda agregada. d) expansionista, caracterizando-se pelo aumento dos meios de pagamento e da taxa de juros. e) restritiva, caracterizando-se pelo controle dos meios de pagamento e redução da taxa de juros. Comentários: Essa questão pode ser facilmente respondida por meio da reprodução de parte do texto da explicitação teórica do Plano Collor. “O novo governo lançou, no início de 1990, o chamado Plano Brasil Novo. Tinha como objetivo por fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do terceiro para o Primeiro Mundo. O cruzado novo, que já era velho, de lugar a volta do cruzeiro feita pelo governo. Numa medida altamente heterodoxa, a ministra Zélia Cardoso bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Junto a esta medida, ocorreram o tabelamento dos preços sendo depois liberados gradualmente. Os salários foram pré- fixados e depois negociados entre patrões e empregados. Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, sendo ainda suspensos os incentivos fiscais não garantidos pela Constituição. Ainda como medidas para conter o processo inflacionário, o governo cortou os gastos públicos, dando início a redução da máquina do Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas estatais.” CURSO ON-LINE – PROFISSIONAL BÁSICO - BNDES ECONOMIA BRASILEIRA PARA ECONOMISTA PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br O bloqueio dos saldos de conta poupança, caracterizado pela redução dos meios de pagamento, e a redução dos gastos do governo representaram as medidas de contenção da demanda agregada. Gabarito: letra “c”. 9 - (Técnico de Planejamento e Pesquisa/IPEA – CESPE/2008) A política econômica no Brasil, durante os anos 80 e parte dos anos 90 do século passado, foi marcada por tentativas de controle da inflação. Com relação a esse período e aos planos de estabilização no Brasil, julgue os itens seguintes. 87 A grande virtude teórica da proposta de moeda indexada para controle da inflação no Brasil era permitir o alinhamento de preços relativos de forma voluntária, superando um problema encontrado na estratégia do choque heterodoxo. O conceito do Plano Real foi de criar a URV e igualá-la a uma determinada quantidade de cruzeiros reais. Na medida em que ocorria a variação dos índices de preços, variava-se a quantidade de unidades monetárias de cruzeiros reais equivalentes à Unidade Real de Valor – URV. Em decorrência da passagem do tempo, todos os preços da economia estavam alinhados à URV. Com a retirada da URV como unidade de conta e a adoção de Plano Real, adicionado da valorização da moeda nacional, por meio da sua vinculação ao dólar bem como a adoção de uma política monetária efetiva de controle de juros em alto patamar, contribuíram para a manutenção do poder de compra da moeda nacional. Esta política conduziu à manutenção dos índices de preços
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